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Decreto nº 9.283, de 7 de fevereiro de 2018

Este Decreto regulamenta o disposto na Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004 , na Lei nº 13.243, de 11 de janeiro de 2016 , no art. 24, § 3º , e no art. 32, § 7º, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 , no art. 1º da Lei nº 8.010, de 29 de março de 1990 , e no art. 2º, caput , inciso I, alínea “g”, da Lei nº 8.032, de 12 de abril de 1990 , e altera o Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009, para estabelecer medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, com vistas à capacitação tecnológica, ao alcance da autonomia tecnológica e ao desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.

ATIVO

Decreto lei nº 10.534 de 28 de outubro de 2020

Institui a Política Nacional de Inovação e dispõe sobre a sua governança.

I - orientar, coordenar e articular as estratégias, os programas e as ações de fomento à inovação no setor produtivo, para estimular o aumento da produtividade e da competitividade das empresas e demais instituições que gerem inovação no País, nos termos do disposto na Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004; e

II - Estabelecer mecanismos de cooperação entre os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para promover o alinhamento das iniciativas e das políticas federais de fomento à inovação com as iniciativas e as políticas formuladas e implementadas pelos outros entes federativos.

ATIVO

Portaria MCTI nº 6.536/2022

Dispõe sobre as normas e diretrizes para a prestação de informações ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), pelas empresas beneficiárias dos incentivos fiscais de que trata o Capítulo III, da Lei nº 11.196, de 21.11.2005 (Lei do Bem), referentes aos seus programas de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, bem como os procedimentos para a análise das informações prestadas e para a apresentação de contestação e de recurso administrativo ao resultado da análise.

ATIVO

Fonte: Inventa (2013), atualizado pelo autor em 2022.

A criação de inúmeros instrumentos financeiros de suporte à inovação, como os incentivos fiscais, demonstra o interesse do Estado em encorajar e viabilizar as empresas brasileiras a investirem em inovação tecnológica.

No século XX, Joseph Alois Schumpeter, economista, cientista político e um dos mais prestigiados pensadores da inovação, apresentou a inovação como sendo o motor do desenvolvimento econômico. Ele difundiu a teoria de “destruição criativa” que, de forma resumida, é a ideia de destruir o antigo para criar o novo, é uma dinâmica intrínseca ao sistema capitalista. Na visão de Schumpeter: “Inovação é a introdução de um novo produto ou um novo método de produção; a abertura de um novo mercado; a descoberta ou conquista de uma nova fonte de matéria-prima ou a introdução de uma nova estrutura de mercado” (SCHUMPETER, 1942, p. 101).

Para Schumpeter, o sistema capitalista prospera na intensidade em que modifica a sua estruturação econômica, seja por meio da aparição de novas firmas, tecnologias, produtos em substituição aos seus predecessores.

Na visão de Freitas Filho (2013, p. 5): “O conceito de inovação pode ser apresentado como uma mudança no estado natural das coisas, obtidas através de alterações significativas e implantadas com sucesso a produtos, processos ou serviços”. Freitas Filho (2013) acredita que inovar é utilizar a criatividade, o conhecimento e as habilidades das pessoas para transformar o estado atual de um produto, serviço, tecnologia, processo produtivo para um estágio mais avançado, ou até o desenvolvimento de um novo mercador ainda não experimentado.

O Manual de Oslo, voltado para a inovação, apresenta o seguinte conceito de inovação:

Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas. (MANUAL DE OSLO, 2005, p. 55).

Drucker (1987, p. 223) assegura que “a inovação deve ocorrer por meio de uma ação planejada e não por simples acaso”. A busca na identificação de oportunidades mercadológicas, de forma intencional e planejada, pode propiciar inovações, em geral acontecem por circunstâncias conjunta ou isolada de sete ocorrências: a. Em consequência de fatos inesperados; b. Por incongruências; c. Por necessidade; d. Por mudança na indústria ou no mercado; e. Mudanças demográficas; f. Mudança de percepção; g. Novos conhecimentos.

2.2.1 Definição de Inovação Tecnológica

A definição de Inovação tecnológica, constante no Manual de Oslo (2005), é a que segue:

Inovações tecnológicas de produto e de processo (TPP) compreendem a implementação de produtos e de processos tecnologicamente novos e a realização de melhoramentos tecnológicos significativos em produtos e processos. Uma inovação TPP foi implementada se ela foi introduzida no mercado (inovação de produto) ou usada em um processo de produção (inovação de processo). (MANUAL DE OSLO, 2005, p.23).

Na mesma direção, de acordo com o Manual da PINTEC (2017):

Inovação tecnológica – definida pela introdução no mercado de um produto (bem ou serviço) que seja novo ou substancialmente aprimorado pelo menos para a empresa, ou pela introdução na empresa de um processo que seja novo ou substancialmente aprimorado pelo menos para a empresa. (MANUAL PINTEC, 2017, p. 7).

Considera-se, neste estudo, a definição de inovação tecnológica com o que está destacado na Lei nº. 11.196, de 21 de novembro 2005, Capítulo III, artigo 17, §1º, a saber:

Considera-se inovação tecnológica a concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando maior competitividade no mercado. (BRASIL, 2005, s.p.).

Segundo Freitas Filho (2013, p. 7), “Inovação Tecnológica = Ciência (ideia) + Tecnologia Aplicada (implementação) + Resultados”. Assim, o ponto inicial da inovação tecnológica é a ideia, que é transformada em nova tecnologia e que deve ser aplicada a um produto e/ou processo com sucesso comercial, caso o tripé: ciência, tecnologia e resultado, não aconteça, o produto e/ou processo não pode ser considerado como inovação tecnológica.

Observa-se nas três condições essenciais destacadas por Freitas Filho (2013), que na inovação é necessário o talento, o conhecimento, bem como empenho e persistência para alcançar o objetivo de inovar. A inovação é um processo laborioso que requer sapiência e tenacidade.

2.2.2 Tipos de Inovação

Conforme apresentado no Manual de Oslo (2005), há quatro formas de as empresas inovarem, quais sejam:

Inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos previstos. Incluem-se melhoramentos significativos em especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características funcionais.

Inovação de processo é a implementação de um método de produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado. Incluem-se mudanças significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares.

Inovação de marketing é a implementação de um novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços.

Inovação organizacional é a implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas. (Grifo do autor)

2.2.3 Impacto

Drucker (1987, p. 225) classifica a inovação em dois grupos:

Inovação Radical ou de Ruptura: tem como característica a ruptura e/ou quebra de paradigmas. Ocorre nas empresas em que os clientes necessitam das tecnologias de ruptura; na maioria das vezes são pequenas empresas que se satisfazem com ganhos modestos.

Inovação Incremental: tem como característica uma busca de aperfeiçoamento constante e gradual. Ocorre, na maioria dos casos, em empresas bem geridas e especializadas no desenvolvimento de novas tecnologias. Elas conseguem melhorar o desempenho dos seus produtos e as inovações propostas são reconhecidas por seus clientes. Este tipo de inovação permite praticar margens mais elevadas de preços. (Grifo do autor)

No quadro 03, é apresentada uma comparação entre essas duas formas de inovação, suas características e especificidades.

Quadro 3 - Características das inovações Incremental e Radical

Características Inovação Incremental Inovação Radical Tempo dos projetos Curtos períodos seis meses a dois

anos.

Longos períodos usualmente dez anos ou mais.

Trajetória

Há um caminho linear e contínuo do conceito à comercialização, seguindo passos determinados.

O caminho é marcado por múltiplas descontinuidades que devem ser integradas. O processo é esporádico com muitas paradas e recomeços, postergações e retornos. As mudanças de trajetórias ocorrem em resposta a eventos imprevisíveis, descobertas etc.

Geração de ideias e reconhecimento de oportunidades

Ocorrem na linha de frente e eventos críticos podem ser antecipados.

Ocorrem de forma esporádica ao longo do ciclo de vida, frequentemente em resposta às descontinuidades (recursos, pessoas, técnicos, marketing) na trajetória do projeto.

Processos

Processo formal aprovado caminha da geração de ideias através do

desenvolvimento e

comercialização.

Há um processo formal para obtenção e administração de recursos, os quais são tratados pelos participantes como um jogo, frequentemente com desdenho. As incertezas são enormes para tornar o processo relevante. O processo formal passa a ter seu valor somente quando o projeto entra nos

últimos estágios de

desenvolvimento.

Participantes

Atribuído a um grupo de diversas áreas, cada membro tem definida sua responsabilidade dentro de sua área de conhecimento.

Os participantes vão e vem ao longo dos estágios iniciais do projeto. Muitos são parte de um grupo informal que cresce em torno de um projeto de inovação radical. Os participantes principais tendem a ser indivíduos de várias competências.

Estruturas organizacionais

Tipicamente um grupo de áreas diversas trabalhando dentro de uma unidade de negócios.

O projeto frequentemente inicia se na área de inovação, migra para um processo de incubação na organização e se move para ser o projeto central ou objetivo da empresa.

Fonte: (FONTANINI; CARVALHO, 2005).