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Outras estratégias

No documento PVS RED V01 - Canal CECIERJ (páginas 90-93)

[Conclusão]: Portanto, pouco se pode fazer de concreto para mudar a realidade do vestibular, uma vez que ele cumpre com rigor seu papel de seleção. Entretanto, muito se pode mudar a respeito do pensamento das pessoas. É preciso, portanto, que todos usem os “óculos” da razão e enxerguem que para tudo existe uma saída, nem que esta seja o tempo.

Perceba como, de maneira bastante objetiva, o texto recupera a ideia de que o valor do vestibular seja algo que “poucos conseguem enxergar”, presente na introdução, e propõe, então, o uso de “óculos da razão” na conclusão. Simples e interessante. Algo semelhante ocorre no próximo exemplo:

Tema: Por que o homem contemporâneo tem dificuldade de viver um grande amor?

[Introdução]: Quando o tema é o grande amor, pensa-se logo em algo inalcançável, em uma relação desejada por todos os homens, mas que mais se enquadra em um conto de fadas com personagens medievais do que na realidade do homem contemporâneo. Com isso, pode-se dizer que a dificuldade em atingir essa idealização está intimamente ligada à distância comportamental entre essas duas eras.

[Conclusão]: Fica fácil, dessa forma, entender a utopia que se tornou o grande amor. Não se podem esperar moldes divinos em uma sociedade que buscou a mudança para a chamada

“modernidade”. E caso se queira facilitar a experiência de viver tão grandioso sentimento, armadura e cavalo branco aguardam adormecidos.

Percebe-se, assim, que não é possível conceber um sistema verdadeiramente democrático sem o conhecimento prévio de experiências passadas de violência. Pesquisar, ler, ouvir e debater sobre história são condutas que deveriam ser rotina em qualquer sociedade. Entretanto, para isso, é necessário que os cidadãos gozem de direitos que são seus por determinação constitu- cional. Como esperar que uma sociedade desigual e deseducada busque e valorize o conheci- mento histórico enquanto se preocupa com problemas típicos de quem luta para sobreviver?

Tema: Rumos do pensamento contemporâneo

Entende-se, portanto, que o conhecimento humano evolui mas, paradoxalmente, a sociedade permanece marcada por ideologias antigas e limitadoras. Quem e como se julga um pensador, se não for pelos seus pensamentos? Muitos talvez se surpreendam, mas a realidade não é feita de gabaritos, e sim de discussão, debate, compreensão e – por que não? – de novidades. O

“pensar” não é, nem pode ser, afinal, um privilégio de poucos.

Tema: A relação entre o homem e o tempo

Diante desse histórico, poderíamos ficar com a sensação de que, em essência, pouco mudou, afinal, do relógio de sol ao digital, a diferença é apenas quantitativa. No entanto, esse não é um detalhe desprezível, haja vista a presença de relógios em todas as esferas da vida humana, regendo o funcionamento da sociedade atual. Não deixa de ser irônico: o homem queria ter o tempo sob controle; agora, ele próprio está sob controle de sua invenção.

Ressalva

A conclusão feita com base em uma ressalta estabelece uma condição de validação da sua ideia como forma de proteger sua argumentação de críticas. Embora às vezes se confunda com a reflexão, já que também propõe um pensamento crítico, a ressalva não pretende provocar uma nova ideia, e sim tornar válida uma ideia anterior. Para compreender melhor, leia atenta- mente os parágrafos seguintes:

Tema: A verdade pode ser estabelecida com base em uma única perspectiva? (Uerj)

Longe da profundidade filosófica, portanto, a verdade tem sido estabelecida como consenso relativo, a partir de uma perspectiva emitida por fonte(s) com influência e alcance. Há prejuízos para a humanidade nesse processo, afinal tanto a busca por uma verdade única quanto o questionamento das verdades são processos mais produtivos para a evolução do pensamento do que a aceitação passiva de perspectivas que às vezes chegam no formato de mensagem de whatsapp. Resta saber se a tese de uma dissertação argumentativa pode estabelecer, se não uma verdade, ao menos uma hipótese merecedora de uma boa nota.

Tema: Trote nas universidades brasileiras

É inegável, portanto, que a prática do trote constitui mais uma vertente da banalização da violência a que estamos submetidos. Infelizmente, muitos obtêm prazer com o sofrimento alheio. Por isso, resta saber se os universitários estão dispostos a abrir mão de seu poder sádico de vingança em prol de uma confraternização menos divertida, porém mais humana.

Tema: Impunidade na sociedade brasileira

Parece claro, por tudo isso, que a impunidade no Brasil deve ser combatida pela sociedade e por seus representantes na política. É preciso perceber, no entanto, que transformações verdadeiras só podem ser imaginadas se houver um desejo real de mudança do quadro. Depois de séculos convivendo com crimes sem punição, o brasileiro habituou-se a regras de convívio

“flexíveis”, e, muitas vezes, beneficia-se com seus famosos – e indesejáveis – “jeitinhos”. Resta saber se nosso discurso revoltado algum dia se transformará, de fato, em atitudes concretas.

Metáfora

A metáfora, como recurso de fechamento do texto, consiste na associação de uma série de termos a um mesmo campo semântico. Tipicamente um investimento na criatividade da linguagem, esse recurso pode ser utilizado para fazer a circularidade com a técnica de mesmo nome da introdução, mas também funciona sem essa relação com o primeiro parágrafo da redação. Leia os fragmentos a seguir e perceba como isso ocorreu:

Tema: A verdade pode ser estabelecida com base em uma única perspectiva? (Uerj)

A verdade, dessa forma, está longe de ser algo fixo e imutável. No entanto, o ser humano rara- mente consegue perceber a existência de olhares caleidoscópicos. Ao contrário disso, crê inge- nuamente que sua visão é telescópica, capaz de enxergar com precisão e profundidade a única verdade – a sua. Se, de fato, abrisse os olhos, enxergaria um mundo melhor, mais colorido e diversificado a cada vez que se permitisse lidar com novas verdades. Enquanto estiver preso a si mesmo, o indivíduo estará fadado a encontrar apenas ilusões opacas.

Tema: Trote nas universidades brasileiras

É inegável, portanto, que a prática do trote constitui mais uma vertente da banalização da vio- lência a que estamos submetidos. Nesse contexto de naufrágio moral, têm sido poucos os que se arriscam contra a correnteza. Se cada um desse mais braçadas, não precisaríamos assistir a mais um afogamento. Infelizmente, real.

Tema: O paradoxo do conhecimento

O erro, portanto, é o homem se colocar como senhor do saber, e não como servo do conheci- mento. Para conseguir sobreviver em águas mais calmas e menos turvas, é preciso saber lidar com os limites da visão, sobretudo embaixo da água. Quando tomar consciência de que é

apenas uma das incógnitas da equação que tanto o fascina, o ser humano talvez (se) enxergue melhor. E assim talvez possa aprender a largar as boias que o puxam para um conhecimento eternamente superficial.

No documento PVS RED V01 - Canal CECIERJ (páginas 90-93)