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Pesquisas sobre o Uso do Dicionário em Atividades de Compreensão e Produção

Tabela 5 – DB/DPB e ensino/aprendizagem de LE DB/DPB E

ENSINO/APRENDIZAGEM DE LE

Compreensão Produção

ASPECTOS POSITIVOS

FERREIRA (2006):

útil na compreensão de textos.

LOGUERCIO (2007):

benéfico para a aprendizagem e atividades de leitura.

EAST (2007):

promove ganhos linguísticos significativos.

CHON (2009):

DB/DM são estratégias comunicativas importantes

para aprendizagem de LE;

consulta ao DB/DM possibilita ao aluno reconhecer seus problemas

linguísticos.

ASPECTOS A MELHORAR NO DB/DPB ESPANHOL- PORTUGUÊS/PORTUGUÊS-

ESPANHOL

FERREIRA (2006):

ausência de palavras pouco comuns, expressões idiomáticas;

verbos irregulares flexionados, unidades

lexicais contextualizadas,

marcas de uso e informações gramaticais.

DURAN (2008):

carência de sentidos e colocações no DBs.

PONDERAÇÕES

FERREIRA (2006):

“nem sempre é perfeito”, torna cansativa a leitura de um texto se as consultas

foram frequentes: ideal é trabalhar com inferências e consulta.

ARD (1982):

“cuidado” com uso deliberado: deve ser combinado ao de outras estratégias educacionais.

LOGUERCIO (2007):

há lacunas entre as reais necessidades dos

estudantes e as informações disponibilizadas nos

dicionários.

EAST (2007):

não influencia significativamente na produção de texto em testes

de proficiência.

CAMPOS (2011):

consulta constante pode tornar menos prazerosa a leitura; DM, às vezes, pode ser mais eficaz às

necessidades linguísticas dos alunos.

DURAN (2008):

DPBs parecem atender melhor às necessidades dos

alunos do que os DBs.

SELISTRE (2012):

ausência de padrões lexicográficos coerentes

e bem definidos.

CHON (2009):

consulta ao DB/DM pode incorrer em problemas

lexicais secundários;

problemas causados pelo DB/DM decorrem da escolha inadequada de sinônimos, sofisticação e

estilo linguístico.

BOONMOH (2012):

as habilidades lexicográficas são influenciadas por

proficiência na LE e habilidades de aprendizagem.

PARA REFLETIR

CAMPOS (2011):

reflexões com colegas de sala e uso de DM

podem ser mais proveitosos do que

consultar o DB.

ARD (1982):

contemplar idiomas próximos linguística e culturalmente aumenta as

chances de consultas exitosas.

BRUTON (2007):

pesquisas podem ter como foco os ganhos linguísticos

dos alunos, em vez de centrarem-se nos erros deles.

CHON (2009):

alunos recorrem primeiramente ao próprio conhecimento, depois vão ao

DB/DM e, geralmente, selecionam a primeira informação do verbete; eles

não têm ideia predeterminada do que o

dicionário oferece.

CRENÇAS DESMISTIFICADAS

CAMPOS (2011):

atividades de tradução podem ser positivas.

ARD (1982):

pausa nas tarefas escolares não é culpa apenas do DB;

proibir seu uso não evita influência da LM e de erros

lexicais.

DURÃO e ZACARIAS (2007):

maior proficiência na LE não implica em melhor uso da

obra lexicográfica.

CHON (2009):

bom nível de proficiência na LE não proporciona mudanças qualitativas no processo de reflexão sobre a

escrita.

EM SALA DE AULA:

POSSIBILIDADES

FERREIRA (2006):

o professor deve estimular o prazer da descoberta no aluno, quando da consulta ao

DB.

ARD (1982):

uso combinado com outra estratégia didática.

CAMPOS (2011):

ensinar a usá-lo.

GOMES (2006), DURÃO e ZACARIAS (2007), CORDEIRO (2011), BOONMOH (2012):

ensinar a usá-lo.

BRUTON (2007):

uso combinado com feedback do professor.

EAST (2007):

combinar seu uso com feedback do professor promove expansão vocabular

a curto prazo.

DURAN (2008), CORDEIRO (2011):

uso combinado com DM.

SUGESTÕES DE APERFEIÇOAMENTO

LOGUERCIO (2007):

apresentar exemplos de linguagens coloquial e

formal, formas irregulares, locuções e expressões idiomáticas;

tratamento específico para cada categoria de palavras, especialmente

as dos articuladores discursivos; trazer exemplos de linguagem

coloquial e formal;

elaboração de DBs com público-alvo e função

específicos.

TARP (2004):

acrescentar a função de compreensão, tornando-o,

então, um dicionário bifuncional. Para o

consulente, a bifuncionalidade do dicionário é conveniente.

GOMES (2006):

melhorar a microestrutura, trazendo equivalentes, elementos diferenciadores,

tais como, marcações semânticas, gramaticais, marcas de uso e rótulos.

CHON (2009):

tornar mais acessível a metalinguagem do DB/DM.

DURAN (2008):

trazer uso da língua, com exemplos, a fim de desambiguizar sentidos, e notas de uso; basear-se em

corpora de aprendentes;

proporcionar consulta de pouco esforço e rápida.

DURÃO e ZACARIAS (2009):

apresentar explicações contrastivas, de modo a

prever as possíveis interferências da LM na LE.

SELISTRE (2012):

elaborá-lo com base em listas de frequência e

relevância, e corpus extraído de textos de livros didáticos do EM.

ZACARIAS (2011):

acompanhar o DB de um Guia de Estudo; compor a

microestrutura de informações contrastivas,

por meio de notas explicativas/comentários.

BOONMOH (2012):

tornar o DB/DM intuitivo.

Fonte: a própria autora, com base em levantamento bibliográfico

Do universo de pesquisas analisadas, verificamos já terem sido elaborados parâmetros lexicográficos para dicionários bilíngues de compreensão (SELISTRE, 2012) e produção (DURAN, 2008), bem como terem sido pensadas sugestões para melhor apresentação do texto lexicográfico bilíngue. No entanto, ainda há poucos trabalhos cujo foco seja o apoio de obras lexicográficas no âmbito de E/LE: uma dissertação de mestrado dedicada à compreensão textual (FERREIRA, 2006) e um artigo científico sobre a produção textual (DURÃO; ZACARIAS, 2009). Tampouco o estudante de E/LE, do Ensino Médio foi contemplado enquanto público-alvo de DPBs, como apresentamos na “Introdução” desta tese. Tais constatações apontam a necessidade de se pensar a elaboração de parâmetros lexicográficos para o DPB, com vistas a potencializar, ainda mais, o valor pedagógico dessa obra lexicográfica, cujo usuário seja o adolescente aprendente de E/LE do Ensino Médio, objetivo desta pesquisa de Doutorado, feita por meio da análise e da interpretação dos dados da pesquisa de campo, combinada aos resultados das pesquisas anteriormente realizadas, elencadas na tabela.

3 METODOLOGIA

Esta pesquisa situa-se na área de ensino e aprendizagem de Espanhol como Língua Estrangeira (E/LE) e é de natureza quanti-qualitativa. Voltada para o processo de ensinar e aprender línguas, trata-se de uma “pesquisa na sala de aula” (ANDRÉ, 1996, p. 86).

A natureza qualitativa justifica-se devido a: olhar vertical da pesquisadora em relação aos dados coletados; inserção em contexto real de educação; interface com a Linguística Aplicada, por meio do diálogo entre a Lexicografia Pedagógica e o contexto de ensino-aprendizagem de LE.