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A SPECTOS AMBIENTAIS (NBR ISO 14001 4.3.1) E MELHORIA DO DESEMPENHO AMBIENTAL . 67

No documento CARGILL JOANES BARRY DELFI INDECA (páginas 85-94)

4.1 A S I NDÚSTRIAS E A ISO 14000

4.1.1 A SPECTOS AMBIENTAIS (NBR ISO 14001 4.3.1) E MELHORIA DO DESEMPENHO AMBIENTAL . 67

Na verificação dos aspectos ambientais em duas (empresa 2 e 3) das quatro empresas analisadas, estabeleceram-se procedimentos sistemáticos para identificação dos aspectos ambientais. Sendo que todos os aspectos presentes no questionário foram pontuados e atribuído maior valor numérico aos mais relevantes, dentro da ótica de cada empresa analisada (Figura 3). Com base nesses aspectos documentaram-se ações para as áreas de influência organizações. As outras duas empresas (empresa 1 e 4) também identificam os aspectos ambientais relacionados à atividade, mas nem todos os quesitos presente no questionário não são pontuados, exceto aqueles nos quais apresentam impacto significativo ao meio ambiente frente as suas atividades, na percepção das respectivas empresas. Os impactos ambientais quando levantados e mitigados conduz ao estabelecimento de metas de redução e consumo. Assim, pode-se verificar que estão presentes em duas das empresas, e são pontuados todos os aspectos relacionados a sua atividade. Há levantamento sistemático levando em consideração entradas e saídas associadas a atividades atuais ou relevantes do passado, produtos e serviços, ou

seja, mesmo que a organização não atribua nenhum tipo de impacto frente ao aspecto ambiental, no presente, eles são rastreáveis para possíveis verificações.

Esses são programas apresentam periodicidade de revisão, onde os números alcançados são reportados à alta direção. Na empresa 1 esse processo está em fase inicial, com planejamento de implementação para os dois próximos anos.

Na Figura 3 (referente à questão n° 1 do questionário – Apêndice A), estão seqüenciados em ordem numérica decrescente de prioridade os aspectos relevantes que as empresas identificam dentro de seus processos produtivos. Consumo de água e energia elétrica são aspectos comuns que em todos os casos recebem maior relevância. Três das empresas atribuem aos efluentes líquidos prioridade relevante, em contra partida a empresa 1 o distingue de maneira mais relevante, isso se deve ao fato dessa empresa estar se adequando a legislação. Em terceiro lugar de maior relevância comum está os resíduos sólidos, demonstrando assim uma sensibilidade empresarial aos impactos causados pelo consumo de recursos naturais e ocupação do solo; exceto em uma empresa, que embora apresente alguns passivos, conforme evidenciado em entrevista e in loco, não o identificam como aspecto relacionado a sua atividade.

As emissões atmosféricas, apesar do relevante aspecto que representa, pois afeta substancialmente ao meio ambiente e as pessoas, três empresas pontuam esse aspecto em patamares maiores. Foi possível detectar em duas das três indústrias a necessidade de adequações em seus processos, em consonância com requerimento do órgão ambiental do Estado. Entretanto, a empresa está com projeto de adequação em fase de estudo. Em 1 (uma) outra empresa analisada, perduram as práticas de queima de resíduos em fornos, com possível geração de emissões danosas a saúde humana, sem a devida mensuração de tais emissões. Assim,

embora exista a legitimidade do órgão ambiental, há também leis permissivas quanto à postergação de prazos na execução de mudanças e adequações necessárias para minimizar os impactos causados por emissões atmosféricas, fazendo assim, com que haja a potencialização do dano ambiental.

Por outro lado, o empresariado vê-se limitado em atuar de maneira eficaz visto que a região é escassa na prestação de serviços dessa natureza agregando assim um maior custo em seu processo de produção. Ressalta-se também a necessidade de uma avaliação sistemática do retorno comercial, que precisa ser planejado para sua devida execução.

A comunidade do entorno recebe maior pontuação em duas das empresas pesquisadas. Em uma outra empresa, destaca-se a saúde ocupacional como aspecto de importante relevância, isso devido a saúde e segurança do trabalhador seja um ponto de maior controle. As demais empresas já possuem esse aspecto mitigado e controlado não representando relevante aspecto.

Os odores emitidos pela torrefação dos grãos de cacau é um aspecto de observância maior em uma das empresas, visto que existe percepção, relatos/reclamações da comunidade do entorno. Verificamos que em três das indústrias pesquisadas é dado retorno à parte reclamante, conforme declarado, afirmando-se que clientes e comunidade atuam de forma determinante na imagem da empresa.

As empresas atribuem em menor relevância frente aos demais aspectos, como: fornecedores, consumo de outros recursos naturais (embora uma das empresas declarou-se nesse aspecto com uma pontuação diferenciada frente às demais, pois utiliza madeira em sua caldeira), áreas degradadas, devido a esses

aspectos serem controlados e não apresentarem pontos aparentes de melhoria, segundo as empresas.

Na empresa 4 não foi possível realizar observações in loco.

Figura 3 - Aspectos Ambientais relacionados com a produção em ordem decrescente de prioridade

Fonte: dados da pesquisa, 2006.

Estão demonstradas na Figura 4 (referente à questão n° 2 do questionário – Apêndice A), as alternativas adotadas pelas empresas para melhoria do desempenho ambiental. Tratamento de efluentes e boas práticas operacionais

0 2 4 6 8 10 12 14

Cons umo de

águ a

Cons umo

de energia el étrica

Efluentes líquidos

Res íduos

sólidos

Emissões atmo

sféricas

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Saúde O cupac

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Fornec edores

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os recursos nat urais

Áreas degradada s

Outros

Ordem de prioridade

Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3 Empresa 4

representam uma atividade comum. A reciclagem interna, externa e utilização de filtros é aplicado em 3 (três) das empresas em seus processos. A prática de adoção de filtros que apresenta influência direta nas emissões atmosféricas e condições de trabalho para os funcionários. Há em duas das empresas pesquisadas a emissão de fumaça ligeiramente escura visível, acima dos padrões da escala Ringelman6 (indicando a presença elevada de materiais particulados). Em uma destas empresas existe a prática de sacos de juta, indicando assim procedimentos de queima em caldeiras industriais e sem a permissão do órgão ambiental e sem medição qualitativa e quantitativa dos poluentes presentes nesta combustão.

No que tange ao tratamento de efluentes, foi possível perceber que há um caminho a ser percorrido pelos órgãos ambientais. Especialmente em uma das empresas, o sistema de tratamento de água adotado dispõe parte de seus resíduos em solo, não havendo quantificação e qualificação do potencial poluidor desses resíduos gerados possibilitando, ou não, presentes ou futuras contaminações. Em uma outra empresa, foi possível observar o comprometimento em alinhar as características dos seus efluentes ao que está previsto em legislação. Em três das empresas, a instalação de estação de tratamento de efluentes ocorreu há três anos sendo, anteriormente, os resíduos líquidos dispostos in natura, no corpo hídrico.

6 Essa escala foi estabelecida pelas Normas Brasileiras de regulamentações (Decreto-lei 1.413 de 14/08/75 que dispõe sobre o controle de poluição do meio ambiente provocada por atividades industriais e a Resolução Conama nº 03, de 28 de junho de 1990 que dispõe sobre a qualidade do ar, definições e padrões) e é usada para medir a opacidade de fumaça preta. É constituída por um disco dividido em cinco partes coloridas em tonalidades entre o cinza e o preto. A parte mais clara é chamada de "20% de opacidade" ou "grau 1" da escala; a segunda, com um cinza um pouco mais escuro é chamada de "40% de opacidade" ou "grau 2" e assim, por diante, até o preto que é chamado

"100% de opacidade" ou "grau 5" da escala. Nas grandes cidades, não são toleradas as emissões que ultrapassem o "grau 2" da escala de Ringelman.

Ações na adoção de tratamento de efluentes por três das empresas em estudo foram adotadas entre 2002 e 2003. Ou seja, empresas potencialmente poluidoras, multinacionais, não apresentavam soluções ambientalmente coerentes frente aos conceitos de desenvolvimento sustentável já altamente em voga. A ausência de tratamento de efluentes em empresas instaladas e operando há no mínimo, quinze anos na região, contribui de maneira danosa ao meio ambiente e nos evidência uma fiscalização deficiente, concessões e/ou prorrogações de prazos (não excluindo a possibilidade de ter havido autuações, punições etc) do órgão ambiental do Estado a tais práticas. Para esses casos faz-se necessário impedir a degradação ambiental emergente por meio de instrumentos de controle e comando incluindo medidas administrativas e judiciais (BARBIERI, 2004).

O uso de aterro industrial apresenta um índice elevado e comum de substancial importância, devido ao fato de que na região somente existem lixões. Em duas das empresas, os responsáveis pela área de meio ambiente não possuem registro dos resíduos que vão aos lixões e não é realizado acompanhamento da veracidade do destino dos resíduos já que são empresas contratadas que realizam tais serviços, ou seja, as ações dos contratados não são supervisionadas. As empresas não têm entendimento ou não visualizam relevância na ação e no que diz respeito a co-responsabilidade, especialmente no caso do lixão vir a contaminar o lençol freático. Daí a importância de uma visão transversal de todas as fases do processo conforme diz Tachiwaza (2006) e até das leis existentes.

Avaliação do ciclo de vida é um instrumento que as empresas ainda não vislumbram utilizar em seus processos.

Figura 4 - Alternativas adotadas visando a melhoria de desempenho ambiental.

Fonte: dados da pesquisa, 2006.

4 0

3 0

3 3 3 2

0

4 2

0

2 0

0

0 1 2 3 4 5

Estação de tratamento de efluentes Análise do ciclo de vida Aterro industrial Precipitadores eletroestáticos Filtros Reciclagem interna Reciclagem externa Mudança de matéria-prima/insumo (para outro ecologicamente mais

correto)

Mudança no produto principal (para outro ecologicamente mais correto)

Boas práticas operacionais (mudança de procedimentos e condições operacionais, etc)

Modificação tecnológica (extração, filtração, centrifugação, recirculação de correntes de efluentes)

Utilização da Bolsa de Resíduos Benchmarking Nenhuma Outros

Nº de empresas

4.1.2 Procedimentos de gestão ambiental

Os procedimentos de gestão ambiental adotados pelas empresas constituem como se refere a ISO 14004 uma ferramenta gerencial interna, não sendo previsto seu uso como critério de certificação.

A Figura 5 (referente à questão n° 3 do questionário – Apêndice A) apresenta as ferramentas de gestão adotadas pelas empresas. É comum o acompanhamento da legislação (ISO 14001 4.3.2), a declaração de política, o estabelecimento da Comissão Técnica de Garantia Ambiental (CTGA), o licenciamento, o monitoramento ambiental e o gerenciamento de resíduos. Requerimentos esses que são previstos em leis, e que beneficiam todo o meio ambiente. A educação ambiental, condição primordial e de base para qualquer tipo de gestão, e prevista em legislação Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) Lei n° 9.795/99 (BRASIL, 1999), ocorre em três das quatro empresas. A referida lei obriga a educação ambiental, mas não estabelece fiscalizações. Uma das empresas introduziu em 2006 o procedimento de treinamento ambiental para funcionários, para o processo de integração (quando na contratação de um terceiro ou funcionário). Já em uma outra das empresas pesquisadas, é realizado treinamento ambiental para funcionários e terceiros, anualmente em de três temas (sensibilização ambiental, boas práticas ambientais e educação ambiental). E na última empresa entrevistada o procedimento de treinamento em meio ambiente ocorre a cada contratação de funcionário ou funcionário terceirizado e não há posterior reciclagem ou novo treinamento; existe a

prática de encontros diários na qual podem surgir situações do cotidiano fabril relacionado aos controles ambientais da empresa e de segurança do trabalho.

Figura 5 - Procedimentos de gestão ambiental utilizados nas empresas.

Fonte: dados da pesquisa, 2006.

Foi possível constatar que duas das empresas avaliadas, não apresentavam planos de auditoria sistematizados, fato que pode levar a ocorrência ou reincidência

3

4 4 1

4 3

4 4 4 4 4 1

3 0

0

3 1

2 2

0 1 2 3 4 5

Levantamento dos Aspectos Ambientais relacionados ao processo produtivo

Redução de Consumo: água e/ou energia elétrica Análise de Riscos Ambientais Implantação de Programa de produção mais limpa/tecnologias limpas Gerenciamento de resíduos Educação/Treinamento ambiental para os funcionários Monitoramento Ambiental Licenciamento Ambiental Estabelecimento de Comissão Técnica de Garantia Ambiental- CTGA Declaração de Política Ambiental Acompanhamento e monitoramento preventivo de legislação

ambiental/outros requisitos legais

Estabelecimento de Termo de Conduta Ambiental – TCA Implantação de Sistema de Gestão Ambiental com objetivos e metas Certificação Ambiental pela Norma ISO 14001 Balanço de Sustentabilidade Ambiental Auditorias Ambientais sistemáticas Adesão a Protocolos Ambientais Plano de Contingência - PC Outros

Nº de empresas

de atitudes ou ações fora de padrões estabelecidos. Além de tornar os instrumentos de gestão sem garantia de funcionamento, acompanhamento e eficácia.

No documento CARGILL JOANES BARRY DELFI INDECA (páginas 85-94)

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