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A GÊNESE DO POLÍTICO:

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Academic year: 2023

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A emergência do político: uma leitura do Outro além do ser ou para além da essência / Luiz Alexandre Larcher Amaral dos Santos. A partir da renúncia alcançada em De outro mode que ser ou Além da essência, buscamos articular-se com a obra levinasiana, a outras obras importantes para a filosofia da política.

Prolegômenos

Narrativa e inspiração

As descontinuidades do discurso, encontradas e relatadas na imanência do que é dito, são preservadas como nos nós de um fio reconectado, traço de diacronia que não entra no presente, rejeitando a simultaneidade.3. É a inspiração do Infinito, a interrupção da fala e a causa do erro, o ímpeto que vem do desânimo, da fenda que não pode ser suprimida.

Justiça e verdade

A justiça também se apresenta de forma diferente: Lévinas é ao mesmo tempo a abertura para a reflexão sobre o político e ressignifica a posição da justiça na intriga entre verdade e linguagem, e reorienta noções de razão e conhecimento. É porque a dimensão da justiça de terceiros, neste discurso filosófico estritamente homogêneo, é o lugar da convivência, da troca e, propriamente falando, da filosofia.

O Dito da justiça

Interessamento e afecção

Psiquismo e inspiração

Proximidade e significação

Responsabilidade e substituição

O nascimento do político

Terceiro e diacronia

A intriga em que o direito está envolvido é, portanto, tal que mesmo a entrada de um terceiro não pode ser entendida como um fato empírico. Se, por um lado, Levinas afirma que a entrada de um terceiro perturba a responsabilidade109, por outro lado, não há momento em que um terceiro não esteja presente.

Infinito e sincronia

É portanto com justiça que se dá a passagem da sensação à “consciência de…”, “como se a consciência pertencesse à simultaneidade do Dizer, do tema, da essência”113. Mas a partir da inteligibilidade do ser como devir de uma inteligibilidade, na presença de um intervalo que começou na exposição, Levinas pensa a subjetividade.

Conclusão

O objetivo deste capítulo é aprofundar a descrição da questão linguística feita por Levinas em Other Than Being ou Beyond Essence, para descobrir o que definirá a novidade da política como resultado desta abordagem. Para situar a questão da justiça na anfibologia do Dizer-Dito, é necessário dizer uma palavra sobre a temporalidade levinasiana.2 O tempo da sincronicidade é o desdobramento da essência. A anfibologia do Dizer-Dito faz do Dizer um desdobramento interno do Said: dito como substantivo do verbo dizer.

Quando o Sayed deixa sua marca no Said, a filosofia é chamada a diminuir a traição do Said e fica a serviço do Sayed.

Criticismo e viragem linguística

O caminho que agora empreenderemos partirá da crítica de Derrida à linguagem ontológica da Totalidade e do Infinito e conduzir-nos-á à génese da política como sabedoria da justiça. Se pensarmos na Totalidade e no Infinito como uma afirmação, a violência e a metafísica de Derrida seriam o desastre e colocaríamos a questão de outra forma. Embora tenhamos o olhar fixo em Outro Além do Ser ou Além da Essência, nossa abordagem não se limita a este trabalho.

Nossas considerações reconhecem o valor do percurso que o autor fez em seus escritos anteriores, especialmente em Totalidade e Infinito.22 O aprofundamento de seu pensamento em Outro Que Ser ou Além da Essência permite uma leitura pancrônica (do fim ao começo) do significado de a justiça e o político a partir do binômio Dizer-Dito.

Verdade e ética para além da essência

Devido à abordagem de Autrement Dito entre a justiça e o político, vale ressaltar que os capítulos 2 e 3 de Caso contrário da essência ou além da essência apresentam um longo diálogo com Husserl, no qual Levinas trabalha para expandir os conceitos de Husserl de nouma e laço para superar. introduz a questão da intriga entre Dizer e Dito. O conhecimento produzido neste movimento subjetivo não é, portanto, pura passividade, pois a intenção anima a identificação (isto como aquilo). É na pele que ocorre (e continua a ocorrer) a transformação do intencional para o ético.45 A vulnerabilidade está na ordem do Dizer, enquanto a intuição sensível está na ordem do Dizer.

Isto é anterior ao ato de identificação, de modo que o psiquismo da intencionalidade não está em seu poder de tematizar, mas na “negação do eu totalmente responsável pelo outro”52.

A Fenomenologia do Dizer

Ora, isto significa que este acordo consiste na própria racionalidade de significação através da qual a identidade tautológica – ou Eu – recebe o “outro” e através dela ganha um sentido de identidade insubstituível ao “dar-se” ao outro. 56. Apesar de conduzir a um discurso tematizante, o sentimento não significa conhecimento, mas sim o seu significado manifestado no conhecimento.71 A reabilitação da sensibilidade desta forma permite a subordinação da “ontologia a este significado sobrenatural”72. O sentido é, portanto, sensibilidade, e o psiquismo da intencionalidade não está no seu poder de tematização, mas sim na “renúncia de si mesmo na plena responsabilidade pelo outro”.

O sentido do sentido não é pré-original porque é mais original que a origem, mas porque a diacronia da sensibilidade não se reúne no presente da representação, não é da ordem do conhecimento, é pré-ontológico, é é trabalho.87 O significado de Diga "vá lá" de Ditto.

A semiótica da justiça a partir da sensação

Assim, faire signe, que em português era traduzido como “fazer sinal”, passou a ser “hacer signo”, mas também Assim, a passagem “Signe fait à Autrui et déjà signe de cette Donation de signe..”97 foi traduzida para o espanhol por: “Signo hecho al Otro y ya signo de esta doação del signo..”98. Em Outro Que Ser ou Além da Essência, na esteira da “reversão da relação entre subjetividade e alteridade”105, a noção de signo é alterada, passando a ser o signo do sujeito como evidência da Glória do Infinito.

Ao mesmo tempo, é preciso dizer alguma coisa, e todo uso da palavra (de qualquer civilização, de qualquer sistema linguístico) é marcado por um traço do significado da proximidade e do sinal desse dom de signo.114.

Do Dizer como palavra à narração da anarquia: a ontologia dita outramente

Da cumplicidade à toa, da fraternidade, da proximidade que só é possível como abertura de si, como exposição temerária ao outro, passividade sem reservas, à troca e consequente exposição da exposição, justamente Dizer, Dizer que diz nada, o que significa dizer que como responsabilidade é apenas a marcação, um-pelo-outro, da subjetividade do sujeito, que se faz signo, mas isso se tornaria erroneamente através do balbucio de uma palavra, porque testemunha a Glória do Infinito. A palavra vem do infinito e significa, enigmaticamente, na minha exposição, na minha responsabilidade infinita, perto do próximo que me acusa e me escolhe, para que tal palavra se torne a palavra da minha boca. Na linguagem, a simultaneidade de significado e a diacronia do significado da Glória do Infinito estão entrelaçadas uma por outra.

O ditado Infinito em mim significa quanto ao outro: a psique como o outro-em-si, inspiração e profecia.

A filosofia e o ceticismo a serviço da justiça

Para preservar a ambivalência deste movimento, Levinas restaura a missão crítica da filosofia no seu ponto mais alto. O ceticismo afirma a impossibilidade da afirmação através da afirmação e sempre retorna como filho legítimo da filosofia. O renascimento periódico do ceticismo e do seu poder invencível (..) lembra a ruptura da unidade da apercepção transcendental, sem a qual nada além do ser seria possível."145 O discurso levinasiano não é condenado, banido da tradição.146 .

Mas a história da filosofia ocidental tem sido a refutação do ceticismo no discurso absorvido no Dito e no Ser, na ontologia, hermética a toda transcendência.

A sabedoria da justiça a serviço da ética

62 dentro da essência: “à angústia da morte acrescenta-se o horror da fatalidade, do tumulto incessante de ha (il y a) – uma eternidade terrível no fundo da essência”154. No contexto da identidade, o autor instala o para-o-outro, como “aquilo que a exposição pode irradiar como essência – iteração da exposição – expressão – sinceridade – Dizer”158. No peso apoiado, a subjetividade desaparece na sensibilidade: o Eu, “puro ponto sensível, desinteressado ou enfraquecimento da essência”159.

Estar ao serviço do amor implica uma procura constante de uma sociedade baseada na justiça e não na guerra de todos contra todos.

Conclusão

Traz a marca, o traço do Infinito no testemunho do sujeito que se torna sinal na sua dotação. No próximo capítulo 3, o foco estará no Autrement Dito da política, que se estrutura a partir das figuras da justiça. Para apresentar o Autrement Dito da política, recorremos às figuras da justiça que emergem deste processo de renúncia.

Partindo da fraternidade, como primeiro elemento da política, as figuras da justiça tentaram responder ao Autrement do político.

Ontologia e violência

Hitlerismo e encadeamento

Como ponto de partida, Levinas acreditava que o espírito de liberdade não se limita à ideia de liberdade política, mas “a um sentido de liberdade absoluta do homem face ao mundo e às possibilidades que exigem a sua ação” 16. Em No Cristianismo, a ideia de pecado revela o sentimento de impotência do homem em relação ao tempo. A sociedade europeia defende resolutamente a ideia da liberdade humana nas suas diversas formas: liberdade moral, liberdade pela graça, liberdade pela razão e liberdade social.

A mentira deste pensamento é apresentar-se como a libertação do homem e incluir a expansão como propagação da ideia.

A ontologia da guerra e a metafísica do Rosto

A liberdade não se realiza fora das instituições sociais e políticas, que lhe abrem o acesso com o ar puro necessário ao seu florescimento, à sua respiração e até, talvez, à sua geração espontânea.45. A ordem política não é a da relação com o Infinito que se abre pela revelação do outro; é a ordem de uma totalidade na qual as pessoas enquanto tais desaparecem como resultado da abstração do Estado. Contudo, a forma original desta multiplicidade não se produz como guerra ou como comércio.

Os seres capazes de guerrear transcendem a totalidade pela transcendência do antagonista, visando “a presença que sempre vem do outro lado, o ser que aparece no rosto”.52 Na diferença entre ordem política e pluralidade, a inversão é o ponto inicial questão. ontologias.

Fraternidade e Linguagem

O Dizer do contato comunica o fato de dizer, sem conteúdo, mas invoca a fraternidade “que é compreensão sem objeto nem escolha e que, essência da proximidade, é condição de toda circulação de mensagens”55. O um pelo outro está inscrito na fraternidade humana e mantém uma relação anterior com cada gênero ou relação biológica.69 Levinas encontra na linguagem – isto é, na fraternidade – o conceito de gênero humano.70 É uma responsabilidade mais antiga que qualquer liberdade que exista na situação de convivência. A constituição da política se dá na u-topia, na proximidade de outros que se apresentam como enigmas.

Dê uma olhada em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/03/marielle-franco-foi-mais-votada-em-bairros-nobres-do-rio-de-janeiro.shtml .

Eleição e liberdade

  • Alienação e economia
  • Consciência moral e infinito
  • Justiça e responsabilidade outramente ditas
  • Cálculo e repressão: há violência em nome da justiça?

Outra se impõe como uma exigência que domina a liberdade e como mais original do que tudo o que me acontece”. 89 Como visto em Fora do ser ou além da essência, a presença do rosto não é empírica. Compare com: "Isso é o que significa o equívoco inextricável tecido pela língua." (LEVINAS, Diferentemente do Ser ou Além da Essência, p. 183).

Em Outro que a essência ou além da essência, Levinas aponta para outra violência: o discurso coerente que tenta dissipar as críticas.

Conclusão

Baseado na profecia e na esperança, nosso autor constrói o pensamento de um político que se alimenta da sabedoria da justiça. Dessa forma, Levinas não apenas dá espaço para pensar o sistema político, mas baseia a política na diacronia. A cidadania como luta pelos direitos de todos, que é a construção de uma sociedade almejada pela sabedoria da justiça.

Este trabalho se propôs a aprofundar os caminhos entrelaçados de Emmanuel Levinas na construção de seu pensamento sobre o político, destacando a intriga entre o pensamento ético e o pensamento político, a partir da obra Outro Caminho Que Não Ser ou Além da Essência.

Referências

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Ele compreende que, na exata medida em que é em uma correlação de forças que se mostra na organização de um corpo ou caráter, do mesmo modo não se pode compreender