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Análise de uma Sequência de Ensino Investigativa no Ensino de Química Realizada com um Grupo de Estudantes Surdos

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Academic year: 2023

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Análise de uma série de pesquisas em ensino de química realizada com um grupo de alunos surdos / Carla Patrícia Araújo Florentino. ANÁLISE DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA INVESTIGATIVA EM ENSINO DE QUÍMICA REALIZADA COM UM GRUPO DE ALUNOS SURDOS.

INTRODUÇÃO

A questão norteadora desta pesquisa é: “Quais as possibilidades de uma série investigativa no ensino de química para um grupo de alunos surdos em um plano de aula bilíngue?”. A análise dos dados da pesquisa é apresentada no Capítulo 4, Resultados e Discussão, para responder à questão de pesquisa: “Quais as possibilidades de uma série de pesquisas em ensino de química para um grupo de alunos surdos em uma proposta de ensino bilíngue? ?

O ESTUDANTE SURDO E O CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Educação de surdos no Brasil

Em 1880, na Europa e na América, era o auge da polêmica entre o uso da língua de sinais e da fala nas escolas para surdos. Em Milão, na Itália, durante o II Congresso Internacional de Educação de Surdos (1880), a proibição do uso da língua de sinais na educação de surdos afetou não só a Europa, mas também a educação de surdos no Brasil (FERNANDES ; MOREIRA, 2014; PIMENTA, 2008; SALDANHA, 2011) .

Modelos educacionais e o surdo

  • Oralismo
  • Comunicação total
  • Bilinguismo

O bilinguismo reconhece a língua gestual como primeira língua e o português como segunda língua escrita. Para a autora, essas práticas deturpam o cenário bilíngue, pois não priorizam a língua de sinais, independentemente da língua oral.

Aspectos legais da Libras

  • O reconhecimento da Libras no contexto linguistico

Assim, a língua recorrente passa a ser a língua de sinais, onde todos os envolvidos nesse contexto são usuários da Libras. Mas mesmo considerando o status linguístico, a legitimidade da língua de sinais pode parecer novidade para a grande maioria das pessoas.

Figura 1- Configurações de mão.
Figura 1- Configurações de mão.

O conhecimento científico e o ensino da Química

  • Ensino de sequência de ensino investigativa (SEI)

Segundo os autores, as novas exigências educacionais da sociedade da informação e do conhecimento provocam mudanças na aprendizagem do conhecimento científico. Na construção do conhecimento científico são também valorizadas as atividades experimentais, que permitem o envolvimento dos alunos nos fenómenos observados.

Objetivos da pesquisa

Para realizar esta pesquisa, convidamos 20 alunos do 2º ano do Ensino Médio do período matutino de uma Instituição de Educação para Surdos, localizada na região de São Paulo. Com base nas angústias vivenciadas pela professora, como: a inserção e permanência do aluno surdo no contexto escolar, a interação dos alunos com todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, o primeiro contato do surdo com a língua natural ( Libra), as práticas pedagógicas no ensino de Química, as informações repetitivas na sociedade e a acessibilidade dessas informações para os alunos e como proporcionar um ambiente dialógico e participativo na construção do conhecimento. Diante da angústia apresentada, norteamos nosso estudo com a seguinte questão: Quais são as possibilidades no ensino de Química a partir de uma série de ensino investigativo por um grupo de alunos surdos.

Caracterização do cenário da pesquisa

  • Caracterização dos estudantes

Ele considera Libra sua primeira língua, diz que aprendeu Libra aos 7 anos com uma professora de uma escola para surdos. Ninguém na família conhece Libra, o aluno aprendeu a se comunicar em língua de sinais com os colegas de uma escola para surdos aos 10 anos. Aprendeu Escalas aos 2 anos com professores de uma instituição que frequentava com a família.

Ele foi para o jardim de infância em uma escola normal e aos 6 anos de idade para a escola primária em uma escola para surdos. Ele não se lembra de quando foi para o jardim de infância, mas sempre estudou em escolas para surdos. Ele estudou no jardim de infância e na escola primária em uma escola regular, ele não se lembra de sua idade.

Tabela 2: Perfil dos estudantes: idade e família  Total de estudante  20 estudantes
Tabela 2: Perfil dos estudantes: idade e família Total de estudante 20 estudantes

A sequência de Ensino Investigativa (SEI)

  • Descrição das etapas

Com base nos conceitos de Carvalho (2013), elaboramos um SEI sobre o tema “adulteração do leite”, desenvolvido durante 8 aulas de 50 minutos, organizadas em três fases: (I) concepções iniciais, problematização e levantamento de hipóteses; (II) atividade experimental; (III) sistematização e discussão após o experimento. Questionário inicial Questões que abrangeram os processos de produção e armazenamento do leite até o tema adulteração do leite. Leitura individual de texto elaborado a partir de artigo publicado em site4 sobre possíveis infrações no leite.

Nosso objetivo foi aumentar o conhecimento prévio dos alunos sobre o tema "adulteração do leite". PROBLEMA: “Você trabalha no controle de qualidade em uma indústria que produz queijos e laticínios. Antes de iniciar o experimento, continuamos a discussão do texto que realizamos na fase 1, que se refere a possíveis impurezas no leite.

Nessa etapa, os alunos também discutiram o material que cada grupo trouxe referente à pesquisa sobre o tema, que geralmente consistia em notícias de empresas acusadas de crime de adulteração de leite e que estavam sob investigação judicial.

Coleta e Análise de dados

Portanto, para a transcrição das imagens, foi utilizado o sistema de transcrição desenvolvido pelo grupo de pesquisa da Federação Nacional de Educação de Surdos (FENEIS), denominado “Sistema de Notação de Palavras”, no qual são utilizadas as palavras da linguagem oral para representar os sinais (FELIPE, 2009). Os caracteres que correspondem a duas ou mais palavras da língua portuguesa, representados pelas palavras correspondentes separadas por hífen. Os signos compostos são formados por dois ou mais caracteres, representados por duas ou mais palavras, mas contendo uma só ideia, separados pelo símbolo.

5 A Língua Brasileira de Sinais - Libra, assim como outras línguas, são consideradas não escritas, ou seja, não possuem representação escrita, embora existam estudos sobre a SignWriting, mas esta forma de escrita não é comum na comunidade surda. As respostas foram analisadas com base nos pressupostos da Análise de Conteúdo de Bardin (2011) e selecionamos as questões Q2 e Q4 para discussão, pois essas duas questões se referem ao objetivo da pesquisa, portanto, as respostas dos alunos são apresentadas em categorias devido à semelhança de contente. A análise de conteúdo pode ser realizada em três etapas: pré-análise; exploração do material e tratamento dos resultados; inferência e interpretação.

A finalidade da análise de conteúdo é a inferência de conhecimentos sobre as condições de produção e recepção das mensagens, inferência que utiliza indicadores (quantitativos ou não) (BARDIN, 2011, p.38).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O questionário inicial (L2)

  • O texto e a discussão da temática
  • O problema proposto

Com relação à medida, os alunos perceberam que os volumes das amostras de leite no momento da seleção eram praticamente os mesmos. Discutimos conceitos relacionados a massa e volume e os alunos destacaram a importância da temperatura no armazenamento do leite. Dessa forma, os alunos mostraram que leite falso não é exatamente leite azedo.

A ação induzida pelo professor durante a sequência de aprendizagem investigativa levou a um ambiente dialógico entre os alunos. Em geral, os alunos acreditavam que o leite adulterado era especialmente o leite azedo. Diagnosticar o que os alunos sabem sobre a composição do leite de acordo com seus conhecimentos cotidianos.

Verificar o que os alunos trazem sobre validade do leite, enlatamento e armazenamento adequado do leite.

Amostra de leite e a qualidade: atividade experimental

  • Desenvolvimento do teste das amostras de leite

Roda de conversa - sistematização das atividades da SEI

  • Ampliando o conhecimento: discussão sobre o formol

Por não ter sinal. especificamente para o termo eles usaram a datilologia: A-D-U-T-E-R-A-D-O. Percebemos que os alunos apropriaram-se dos conhecimentos químicos ao discutir as hipóteses, levando em consideração as variáveis ​​envolvidas nos fenômenos observados durante a atividade experimental, conforme observado nas gravações. Além disso, discutimos outras situações cotidianas em que produtos são falsificados, de modo que os alunos apontaram atitudes semelhantes em postos de gasolina. Além disso, possibilitou a reflexão sobre as visões sobre o tema que foram desenvolvidas durante a série de inquéritos.

Acreditamos ser relevante ampliar o conhecimento dos alunos em outras esferas, por isso incentivamos os alunos a pensarem sobre a substância formaldeído, pois nossa sequência de ensino investigativo aborda essa substância. Quanto à representação da estrutura do formaldeído, os alunos identificaram os elementos constituintes da molécula: carbono, hidrogênio e oxigênio. Em um SEI também é relevante que o assunto abordado possa abranger assuntos de forma mais ampla.

Além disso, a postura do professor ao realizar a sequência de ensino investigativa possibilitou aproximar os conceitos científicos da realidade dos alunos.

Figura 10: Representação de imagem representada pelo estudante A13
Figura 10: Representação de imagem representada pelo estudante A13

Interações pedagógicas e epistemológicas professor-aluno e a SEI

Incentivamos os alunos a levantarem seus conceitos iniciais e discutirem o tema em questão por meio de perguntas do professor. O tema relacionado ao cotidiano dos alunos que ofereceu a proposta de uma situação problemática que motivou os alunos. A Tabela 7 descreve algumas ações epistemológicas do professor para estimular os alunos a refletir sobre o conhecimento científico e estimular o debate sobre os dados observados durante as atividades, bem como a reconstrução de hipóteses iniciais.

O ambiente bilíngue e as ações do professor criaram um espaço que valoriza os entendimentos prévios dos alunos para a construção de novos conhecimentos. Dessa forma, verificamos as interações discursivas entre professor e alunos e entre aluno-aluno, conforme a análise de conteúdo de Bardin (2011). Na categoria 3 houve palestras explicativas e os alunos ampliaram seus conhecimentos sobre formol e falsificação de outros produtos.

Nesta mesma categoria em discursos éticos, os alunos A3 A6, A9 e A19 argumentaram sobre questões éticas relacionadas ao uso do conhecimento científico por algumas empresas para abusar de substâncias falsificadas.

Reflexão acerca do conhecimento químico e a SEI

O teste do leite desestabilizou as hipóteses iniciais dos alunos, promovendo a construção do conhecimento baseado em hipóteses. A presente pesquisa analisou as potencialidades de uma sequência investigativa de aprendizagem (SEI) no ensino de Química com o tema "alteração de leite" realizada com um grupo de alunos surdos do 2º ano do ensino médio em uma perspectiva bilíngue. De acordo com o objetivo deste trabalho, verificamos o potencial de uma sequência de ensino investigativa sobre o tema “alteração de leite” com um grupo de alunos surdos no ensino de Química, levando em consideração as características linguísticas e culturais da sala de aula.

Kemiundervisning for dove studerende: Et casetudie i byen São Mateus-ES. I: XVI Encontro Nacional de Ensino de Química (XVI ENEQ) og X Encontro de Ensino de Química da Bahia (X EDUQUI) 17. a 20. juli 2012. I: XVI Encontro Nacional de Ensino de Química (XVI ENEQ) og X Encontro de Ensino de Química Bahia (X EDUQUI).

Este trabalho é um produto educacional obtido a partir da dissertação de mestrado intitulada "Análise da sequência de pesquisa do ensino de química, realizada com um grupo de alunos surdos", produzida no âmbito do programa de mestrado profissional em Ensino de Ciências Naturais e Matemática da Instituto Instituto Federal. de Educação e Tecnologia de São Paulo - IFSP. Verificar as ideias dos alunos sobre o tema saúde pública, os riscos que podem ser causados ​​pelo consumo de leite adulterado. Apresentamos este material para que o professor possa pensar sobre o ensino de química na educação de surdos, mais especificamente sobre o ensino por meio da pesquisa, com a proposta de atividades que motivem os alunos a participarem da construção do conhecimento científico.

Tabela 1. Registros das observações.
Tabela 1. Registros das observações.

Imagem

Figura 1- Configurações de mão.
Figura 3- Movimento para os sinais: futuro e passado  Ilustração: Aline Chapar
Figura 2- Sinais: imaginar, rua e casa  Ilustração: Aline Chapar.
Figura 5- Expressões não manuais na produção de sinais  Ilustração: Aline Chapar
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Referências

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