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Arranjo Produtivo Local (APL) calçadista Sinos- -Paranhana

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Academic year: 2023

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Arranjo Produtivo Local (APL) da sapateira Sinos-Paranhana — RS: análise do segmento calçadista de alto valor agregado. O objetivo deste relatório é complementar a análise empírica do segmento de calçados de alto valor agregado do relatório anterior sobre os calçados do arranjo produtivo local Sinos-Paranhana do Rio Grande do Sul (RS) (CALANDRO; CAMPOS, 2013).

3 Determinantes da competitividade das empresas

Os participantes do workshop avaliaram que as empresas do segmento calçadista estudado estão muito atualizadas nas áreas relacionadas à produção (design de produto, manufatura), classificando-se no nível quatro. Em síntese, como parte do diagnóstico realizado na oficina, pode-se concluir que a melhoria da competitividade do calçado APL pode ser conseguida através da atuação no nicho do calçado de elevado valor acrescentado, segmento com enfoque fundamental no design, marca e alta qualidade do produto. No workshop, os participantes apontaram os desafios do segmento de calçados de alto valor.

Por um lado, a necessidade de automatizar processos é vista como forma de garantir vantagens competitivas; porém, por outro lado, há uma valorização dos calçados feitos à mão e a possibilidade de aprimorar e ampliar a participação no segmento de calçados de alto valor.

4 Análise da cadeia produtiva

Os calçados injetados, comuns em alguns outros pólos produtores brasileiros, não fazem parte do segmento calçadista em questão na aglomeração calçadista Sinos-Paranhana. Foi enfatizado na oficina que os materiais utilizados na fabricação de calçados de alto valor agregado são sempre de qualidade superior ou especiais em relação aos materiais utilizados em calçados comuns. As atividades de comercialização, distribuição e comercialização são os elos a jusante da cadeia produtiva do calçado e assumem uma importância crescente no segmento do calçado de elevado valor acrescentado.

Os participantes no workshop realçaram que, ao nível das vendas no mercado interno, no segmento de calçado analisado, prevalece a comercialização com marca própria, em lojas de uma só marca (lojas próprias e franquias) ou em lojas de várias marcas, no sistema de ilhas exclusivas.

5 Relações da aglomeração com as esferas nacional e global

Essas ações atenuaram os efeitos prejudiciais do aumento da concorrência e contribuíram para o desenvolvimento do segmento de calçados de maior valor agregado no polo calçadista Sinos-Paranhana. Portanto, pode-se supor que o desenvolvimento de um segmento de produção de calçados de alto valor agregado é viável, se não desejável, dentro da aglomeração calçadista Sinos-Paranhana. Em relação à situação das empresas do segmento de calçados de alto valor agregado do cluster calçadista Sinos-Paranhana, os participantes das oficinas relataram a existência de uma área comercial relativamente moderna (conceitos quatro e cinco, em uma escala de um a cinco) frente à concorrência nacional , e três e cinco contra a competição internacional.

É importante ressaltar que possuir uma marca própria não necessariamente qualifica as empresas para operar com lojas monomarcas (lojas próprias e franquias) e participar do segmento de calçados de alto valor.

6 Canais de financiamento e acesso a recursos

18 As fontes de financiamento mais relevantes citadas nos questionários e endossadas no workshop abrangem diversas áreas: bens de capital, equipamentos, exportação, inovação e geração de emprego e renda. Essa importância está presente nos questionários e na oficina, pois a maioria das fontes de financiamento mencionadas se refere a recursos para financiar vendas ao mercado externo. Entre os públicos, destacam-se o programa de financiamento à exportação (Proex) e as linhas de financiamento à exportação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como o BNDES-Exim, que dependem de recursos públicos, como o orçamento público ou o Fundo dos Trabalhadores Fundo de Amparo (FAT)11.

11 Ressalte-se, porém, que no caso do BNDES — exportação e importação (Exim), as parcelas de desembolso destinadas às médias, pequenas e microempresas são bastante reduzidas, de modo que essa linha de financiamento é mais voltada para grandes empreendimentos.

7 Mão de obra

Por exemplo, os salários relativamente baixos pagos aos trabalhadores no chão de fábrica, associados à rejeição dos jovens ao trabalho nas fábricas de calçados, acabam por afetar o tempo de permanência dos trabalhadores na empresa. Segundo dados da RAIS/MTE, em 2013, aproximadamente 42% dos empregados da aglomeração calçadista Sinos-Paranhana estavam na empresa há menos de 12 meses e apenas 9% dos empregados estavam na empresa há mais de cinco anos. . No caso da fabricação de calçados de couro, a rotatividade é menor: 39% dos trabalhadores estão no local há menos de 12 meses e 18% estão empregados há mais de cinco anos (BRASIL, 2015).

Considerando a indústria calçadista do Rio Grande do Sul, o tempo de permanência dos trabalhadores na empresa é maior na faixa de até 12 meses (50%) e menor na faixa de mais de cinco anos (6%).

8 Estrutura institucional e condições de infraestrutura

De maneira geral, os participantes da pesquisa (empresas e instituições) entendem que a atual estrutura institucional atua no sentido de fortalecer a aglomeração. O que se nota, no segmento calçadista de maior valor agregado, é que as iniciativas são pontuais, em sua maioria restritas às empresas que nele atuam. Assim, os centros estão mais focados em testar calçados de segurança que tenham um ciclo de vida mais longo (ZAWISLAK et al., 2014, p. 20).

Em suma, as ações de dimensão institucional recomendadas pelos participantes do workshop visam formar uma dinâmica que estimule um padrão de atuação mais homogêneo das empresas do segmento de calçados de alto valor agregado.

9 Sustentabilidade ambiental

Sobre as políticas públicas que afetaram diretamente os resultados das empresas, os participantes da oficina também destacaram a desoneração tributária, o programa Reintegra, a Lei do Bem e iniciativas como o Projeto Amanhã Mais Feliz, na área de sustentabilidade ambiental, desenvolvido pelo Sindicato da Indústria de Calçados. , Componentes para calçados de Três Coroas. Por sua vez, quando questionados sobre os impactos ambientais mais importantes das atividades das empresas, os participantes das oficinas apontaram: ruído, geração e destinação de resíduos sólidos; Por exemplo, o Sindicato da Indústria de Calçados, Componentes para Calçados de Três Coroas – RS criou o projeto Produção Consciente = Amanhã Mais Feliz, que visa demonstrar o comprometimento das 92 empresas filiadas à entidade na separação e destinação dos resíduos sólidos gerados em suas atividades . industrial.

Foi criado um selo para identificar as empresas que atuam em conformidade com a legislação ambiental e de acordo com os requisitos da União (SINDICATO DA INDÚSTRIA DE CALÇADOS, COMPONENTES PARA CALÇADOS DE TRÊS COOAS — RS, 2015).

10 Governança

24 Outra iniciativa voltada para a sustentabilidade ambiental é o Programa Origem Sustentável, lançado em 2013 pela Abicalçados e Assintecal, em colaboração com o Laboratório de Sustentabilidade (Lassu) da Universidade de São Paulo (USP) e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), que visa aumentar o envolvimento e o comprometimento dos fabricantes de calçados com a sustentabilidade ambiental, “[..] 25 Uma das principais ações da Abicalçados é realizada no âmbito do Programa Calçado Brasileiro em parceria com a Apex-Brasil. Este programa consiste no apoio à participação em eventos internacionais, como feiras e showrooms, e na realização de missões de exploração de novos mercados no estrangeiro.

Além dos cursos oferecidos em parceria com a Abicalçados, o Senai oferece cursos de aperfeiçoamento profissional, curso técnico em curtume, pós-graduação em gestão de processos na indústria do couro (realizado em parceria com a Faculdade de Tecnologia — Senai/RS).

11 Cooperação

Segundo eles, as empresas oferecem programas de incentivo voltados ao estudo em escolas e cursos técnicos, valorizando a capacitação dos funcionários dentro e fora da empresa e a inovação. Os participantes também destacaram que as empresas incentivam o aprendizado por meio de convênios com universidades e institutos de idiomas. As associações patronais atuam como interlocutores entre as empresas e o poder público e são consideradas parceiras de trabalho para a obtenção de maiores benefícios.

Os tipos de interação e cooperação entre empresas mais utilizados, segundo as empresas respondentes, são: participação conjunta em feiras; compartilhamento de informações em reuniões sociais;

12 Aprendizado

29 no âmbito do Pronatec os seguintes cursos: Modelista de Couro e Calçados, Fabricante de Calçados e Designer de Calçados (ABICALÇADOS, 2014). Uma das explicações dadas para esse desinteresse é a percepção dos jovens sobre o trabalho nas fábricas de calçados. Segundo os participantes, atualmente os jovens não querem mais trabalhar nas fábricas, pois existem muitas outras oportunidades de trabalho em diversos setores.

Além disso, os jovens não querem mais trabalhar na área de produção, mas sim em áreas “nobres” como design, informática, marketing, entre outras.

13 Inovação

Ressalte-se que a questão ambiental - vista sob a ótica do desenvolvimento sustentável - foi considerada um importante fator competitivo e, portanto, "[..] pág. 40). Porém, quando se trata do segmento de calçados de maior valor agregado, onde as exigências competitivas são maiores, o padrão é maior e varia entre quatro e cinco. A confecção de calçados, por ser um segmento tradicional da indústria, é altamente dependente da mão de obra, por isso a capacitação de pessoal, por gerar vantagens competitivas, é uma das principais fontes de inovação para as empresas.

No entanto, questiona-se em que áreas da empresa alocam estes recursos, uma vez que no segmento do calçado de maior valor acrescentado são necessários cada vez mais recursos na área do design e inovação.

Considerações finais

Num esforço de reestruturação que significa um reposicionamento do setor na cadeia de valor, as empresas do Vale dos Sinos, pela sua tradição e capacidade acumulada, estão mais aptas a produzir calçado de elevado valor acrescentado. É nesse sentido que no workshop foi elaborado o mapa de ação, cujo objetivo foi contribuir para a definição/construção de uma estratégia para as empresas do segmento. Mas para desenvolver novos modelos (diferenciar produtos) e atuar no segmento de alto valor, as empresas precisam aumentar tanto os investimentos na qualidade do produto quanto na sua comercialização — no relacionamento com o consumidor.

A partir dos dados obtidos no workshop, podemos concluir que as empresas do segmento de maior valor agregado estão mais atualizadas, tanto tecnologicamente quanto comercialmente, em relação às demais.

Referências

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