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Caracterização e dinâmica recente das comunidades vegetais dos planaltos da Serra da Estrela através de deteção remota

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Academic year: 2023

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The Serra da Estrela, located in the extreme SW of the central Iberian massif, is a mountain range with great ecological diversity, resulting from its climatic heterogeneity, local geological history, anthropogenic influence and vegetation development over time. Several authors studied the botanical characteristics of the mountain and proved the existence of altitude zones that distinguish different communities: basal, intermediate and upper.

INTRODUÇÃO

Vegetação de Ambientes de Montanha

  • Zonamento da vegetação

Segundo Parish (1988), a zonação da vegetação montanhosa pode ser altamente delineada; ou discreta, quando a mudança de uma comunidade vegetal para outra é quase imperceptível. Em Portugal, e no caso da Serra da Estrela, os pisos da vegetação foram definidos por Pinto da Silva e Teles (1980) que determinaram três pisos bioclimáticos: um meso-mediterrânico, um supra-mediterrânico e ainda um Oro-Mediterrânico, e em.

Aspetos biogeográficos da Serra da Estrela

Depois de definir a tipologia das unidades biogeográficas da Serra da Estrela, que se resumem no diagrama da imagem. O setor beirense, abrangendo a região da Beira, com influência ainda moderada na Serra da Estrela.

Vegetação na Serra da Estrela

  • História da vegetação desde o Holocénico
  • Vegetação atual

As comunidades vegetais da Serra da Estrela sempre despertaram o interesse de cientistas, investigadores e curiosos ao longo da história. Segundo o “Caderno do Centro de Interpretação da Serra da Estrela” (Machado et al., 2007), desde o século XIX.

Tabela 1- Fases do desenvolvimento da vegetação segundo van der Knaap e van Leeuwen (1995, 1997) -  adaptado de Connor et al., 2012
Tabela 1- Fases do desenvolvimento da vegetação segundo van der Knaap e van Leeuwen (1995, 1997) - adaptado de Connor et al., 2012

Cartografia de vegetação

  • Cartografia de vegetação na Serra da Estrela

Por este motivo, é uma solução prática para o estudo de áreas morfologicamente complexas e inacessíveis, como os ambientes montanhosos (Santos, 2018; Martins, 2012; Xie, et al., 2008). As áreas montanhosas exigem, ainda mais do que outros ambientes, pesquisa e exploração de campo.

Alterações climáticas

  • Mudanças na dinâmica da vegetação

No entanto, não tem sido fácil estabelecer uma relação direta entre o aumento da temperatura e as mudanças na vegetação (Archer et al., 1995). Sua vulnerabilidade a mudanças no clima tem impactos mais severos e significativos do que a vegetação em altitudes mais baixas (Pauli et al., 2003).

Enquadramento físico da Serra da Estrela e das áreas de estudo

  • Geomorfologia
  • Características gerais do clima

No caso da Serra da Estrela, os efeitos das alterações climáticas na vegetação a nível regional são ainda incertos. E ainda, o Parque Natural da Serra da Estrela, que é a maior área protegida de Portugal, contém “santuários faunísticos e formações vegetais endémicas de importância nacional” (Decreto-Lei n.º 557/76).

Enquadramento das áreas de estudo

  • Geologia e Litologia
  • Glaciação
  • Tipos de solo
  • Comunidades de vegetação em estudo no Planalto da Serra da
  • Áreas de Estudo de Pormenor

O granito de grão fino é desquartzificado, rosa e biótico, enquanto o granito de grão grosso é semelhante ao granito da Covilhã (Teixeira, et al. 1974). Os actuais aluviões, encontrados na Nave de Santo António e outros locais da área de estudo, são depósitos Ceno-antropozóicos, constituídos maioritariamente por areia e outros materiais detríticos (Teixeira, et al. 1974).

Figura 8- Enquadramento da Serra da Estrela no Plano Setorial da Rede Natura 2000; Convenção sobre as Zonas  Húmidas e Limites das Zonas Especiais de Conservação
Figura 8- Enquadramento da Serra da Estrela no Plano Setorial da Rede Natura 2000; Convenção sobre as Zonas Húmidas e Limites das Zonas Especiais de Conservação

MÉTODO E TÉCNICAS

Trabalho de campo

Esta limitação, quer desde as primeiras visitas de campo, quer desde a data de aquisição das imagens a analisar, foi ultrapassada pela utilização de imagens complementares às imagens tratadas, como é o caso da imagem Sentinel 2, e pela fotointerpretação de imagens de plataformas como o Google Earth Pro da altura de floração das espécies estudadas. Foram também utilizadas fotografias de campo, posteriormente identificáveis ​​por fotointerpretação das imagens a classificar (ocorridas para zonas acima dos 1700 m, sobretudo no Covão do Boi e ao longo da N339). Uma segunda deslocação ao terreno, realizada em abril de 2022, teve como objetivo o exame detalhado da área da Nave de Santo António com fotografia aérea.

Por esse motivo, essas áreas foram retiradas das classificações finais, pois poderiam levar a erros na classificação das espécies, por meio de um corte na área da máscara, correspondente às áreas com maior número de sobreposições (em verde na figura). 26 - Utilização de UAS, plano de voo e sobreposição de fotos multiespectrais (Escrito por Gonçalo Vieira, software Pix4D).

Cartografia das comunidades vegetais

  • Dados utilizados
  • Pré-processamento
  • Classificação
  • Validação

As imagens utilizadas (Figura 27) foram selecionadas com base no objetivo pretendido: mapeamento da comunidade vegetal. Este satélite possui um sensor que possui 8 bandas multiespectrais (Figura.. 27), o que facilita a identificação de formações vegetais (Hung, et al. 2020). O voo mais antigo foi realizado em setembro de 2020 na zona do Covão do Boi por um Ebee com uma câmara Sequoia de 4 bandas (RGB e infravermelho próximo), com resolução de 10 cm (Cubero-Castan, et al., 2018) ( Figura 27).

Também foi possível melhorar a distinção entre as comunidades vegetais que apresentaram semelhanças espectrais com as demais imagens classificadas devido ao maior número de bandas utilizadas na classificação (Figura 36). Esse chamado mapeamento sintético foi obtido por meio de delineamento vetorial nas imagens de cores falsas (Figura 37).

Tabela 4 - Validação da classificação realizada para o Planalto- WorldView 2 (a), Covão do Boi- Sequoia (b) e  Nave de Santo António- Micasense (c)
Tabela 4 - Validação da classificação realizada para o Planalto- WorldView 2 (a), Covão do Boi- Sequoia (b) e Nave de Santo António- Micasense (c)

Análise de séries de índices de vegetação

Portanto, eles são aplicados principalmente em escala regional para o mapeamento da cobertura vegetal em nível de comunidade, pois possui uma ampla gama de registros capazes de demonstrar mudanças espaço-temporais de longo prazo (Xie, et al., 2008). Para obter um período de estudo mais longo (março de 1984 a maio de 2012), foram utilizadas imagens Landsat 5™, mais especificamente da coleção de refletância calibrada Top-Of-Atmosphere (TOA) 1 Tier 1, que possui os dados da mais alta qualidade disponíveis (Ermida, e outros, 2020). Este satélite inclui um sensor TM (Thematic Mapper), que oferece um melhor desempenho espacial, espectral, radiométrico e geométrico, com uma resolução espacial de 30m para as 6 bandas, 120m para a banda termal e um sensor MSS (Multimission Modular Spacecraft). que corresponde a um scanner multiespectral com transmissão rápida de dados e processamento automatizado (Chander, et al. 2009).

Os coeficientes de calibração usados ​​para limpar os dados são extraídos dos metadados da imagem - fita de avaliação de qualidade - BQA (Chander, et al. 2009), e removem os valores correspondentes a nuvens e sombras (BQA Bitmask Bit 4: Cloud 0: 41 - Script usado para realizar a análise da série temporal do Landsat 5 Long, et al. 2021; Google Earth Engine, https://developers.google.com/earth-.engine/tutorials/tutorial_api_07).

Análise dos fatores explicativos da distribuição e dinâmica da

  • Variáveis selecionadas para a análise

O primeiro grupo de variáveis ​​selecionadas (Tabela 5 – Variáveis ​​de temperatura, precipitação, tipos de ombreiras e pisos elevados considerados para a análise dos fatores explicativos da distribuição da vegetação. Tabela 5) está relacionado com as características do clima de montanha e sua distribuição altitude. Os pisos de elevação são essenciais para explicar a distribuição da vegetação em ambientes montanhosos, pois está provado que se distribui de acordo com os gradientes de elevação, com diferenças entre eles importantes para entender e monitorar. A declividade é um indicador que explica as diferenças quanto ao uso do solo, acúmulo de neve, radiação incidente, umidade e até o estabelecimento de vegetação nas encostas.

A geologia permite relacionar a localização da vegetação em diferentes unidades geológicas, tendo em conta as suas diferenças em termos de composição química e física (permeabilidade, granulometria, textura). O terceiro e último grupo de variáveis ​​visa observar outros tipos de variáveis ​​que podem afetar a localização e a dinâmica da vegetação na Serra da Estrela Casso.

Tabela 5 – Variável Temperatura, Precipitação, Ombrótipos e Andares Altitudinais, considerados para análise dos  fatores explicativos da distribuição da vegetação
Tabela 5 – Variável Temperatura, Precipitação, Ombrótipos e Andares Altitudinais, considerados para análise dos fatores explicativos da distribuição da vegetação

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Caracterização atual das comunidades do planalto

  • Planalto Superior e envolvente
  • Caracterização das áreas de pormenor

Neste andar também é apresentada a classe Samambaias (10), que se encontra em toda a área mapeada (Figura 43). 43 – Boxplot (mediana, quartis e limites) da distribuição das classes vegetais segundo a altura no planalto da Serra da Estrela. Podem ser encontrados em locais como: Nave de Santo António, Vale da Candeeira e Vale do Conde.

No caso da imagem mapeada, encontram-se escondidas no Cervunal, sendo muitas vezes acompanhadas pelos bosques de Torga e Urze, que se localizam lateralmente às linhas de água. A Nave é um dos locais com maior densidade de Torga em todo o planalto da Serra da Estrela.

Evolução espaciotemporal das comunidades em estudo

  • Comparação da distribuição da vegetação atual no planalto com a de
  • Análise de séries de índices de vegetação

2003) estudou 34 anos de desenvolvimento da vegetação no centro do PI, observando também o crescimento de arbustos nas montanhas. Revelam um acentuado decréscimo de pastagens e um aumento de mato e pinhal. A tendência temporal positiva apresentada, embora muito pequena, sobrepõe-se ao aumento da biomassa, da vegetação com maior resposta espectral (no caso dos arbustos em relação às gramíneas) ou da densidade da vegetação existente para a área selecionada.

Pela equação do gráfico, em cerca de 37 anos de estudos, estima-se um aumento de 0,76 no NDVI médio. No entanto, esta não é a única razão para esta mudança, pois as mudanças no uso da terra também podem contribuir para o aumento da cobertura vegetal e a consequente invasão dessas comunidades nas áreas do Cervunal.

Tabela 8- Número de efetivo Ovino para os concelhos de Gouveia, Seia, Manteigas, Covilhã
Tabela 8- Número de efetivo Ovino para os concelhos de Gouveia, Seia, Manteigas, Covilhã

Fatores explicativos da distribuição das comunidades na Serra da Estrela

À direita, as variáveis ​​geologia, temperatura, exposição e declividade estão mais relacionadas às classes floresta e samambaia. Para extrair mais informações das variáveis ​​utilizadas, considere também as variáveis ​​que se relacionam com a presença/ausência de uma determinada característica. 107. segue as zonas de vale) e Junípero (8), que se situa na zona ultra-hiper-húmida inferior, correspondendo à parte mais alta do planalto.

A convexidade apresenta forte ligação com as áreas cervunais, que se localizam em locais deprimidos e côncavos, em áreas planas, com inclinação média de 8%, sendo outra variável com forte correlação com esta comunidade (0,75). A duração do isolamento (h) apresenta forte correlação positiva com a comunidade de zimbro, que se localiza basicamente em áreas mais expostas à luz solar, conseguindo suportar os valores extremos da radiação incidente sobre elas.

Figura 56- Matrix de componente rotativa- ACP (rotação varimax)
Figura 56- Matrix de componente rotativa- ACP (rotação varimax)

Enquadramento da classificação no âmbito do PSRN2000

Poderá ainda ser melhorada com recurso a outras variáveis ​​consideradas relevantes, nomeadamente no que diz respeito à frequência e severidade dos incêndios, bem como tendo em conta as áreas menos ardidas. Por estas razões, a análise efectuada é apenas preliminar e contribui para o conhecimento das variáveis ​​capazes de influenciar a dinâmica e distribuição destas comunidades. No entanto, as variáveis ​​utilizadas contêm informação relevante para distinguir estas espécies e a sua localização no terreno, tendo em conta as características climáticas e geográficas dos locais onde ocorrem.

Os dados obtidos neste trabalho sobre a distribuição de cada habitat e as variáveis ​​que mais influenciam esta distribuição podem ser incluídos nestas recomendações para proporcionar maior eficiência.

Tabela 11- Comunidades classificadas, respetiva classificação fitossociológica e habitat PSNRN-2000
Tabela 11- Comunidades classificadas, respetiva classificação fitossociológica e habitat PSNRN-2000

CONCLUSÕES

Em contrapartida, o Covão do Boi caracteriza-se pela zona do Cervunal, muito menos rica em comunidades acompanhantes, mas ao longo dos afloramentos rochosos apresenta indícios de comunidades típicas deste piso, capazes de resistir a condições extremas de vento/sol/neve e gelo , como é o caso do Zimbro (cerca de 10% de todos os classificados) e da Caldoneira (cerca de 8%). A vegetação nestes ambientes extremos serve como indicador de alterações que ocorrem ao nível do ecossistema onde estão inseridos, podendo ser sensível a alterações e perturbações no mesmo. No entanto, não se pode considerar que o aumento da temperatura seja a única causa das alterações detectadas, que também estão relacionadas com o aumento dos grandes incêndios e alterações no uso do solo.

Ao nível das metodologias utilizadas, é de destacar a utilização de imagens de altíssima resolução para a elaboração da cartografia, que proporcionaram um elevado nível de qualidade e detalhe na caracterização do planalto. Para melhorar a classificação efectuada, seria interessante utilizar imagens de altíssima resolução de diferentes estações do ano, de forma a detectar com maior eficácia as alterações na vegetação, para chegar a uma classificação mais detalhada, no sentido de distinguir as espécies com maior expressão geográfica no terreno.

Guia geológico e geomorfológico dos locais de importância geológica e geomorfológica do Parque Natural da Serra da Estrela. Distribuição da Flora Vascular no Parque Natural da Serra da Estrela acima dos 1600 metros de altitude. O clima da Serra da Estrela: características regionais e peculiaridades locais dos planaltos e do topo do vale do Zêzere.

Preservação da paisagem da Serra da Estrela: estratégia de desenvolvimento territorial (Dissertação de doutoramento, [sn]). 44 – Boxplot (mediana, quartis e limites) da distribuição das classes vegetais por altitude no Planalto da Serra da Estrela.

Imagem

Tabela 1- Fases do desenvolvimento da vegetação segundo van der Knaap e van Leeuwen (1995, 1997) -  adaptado de Connor et al., 2012
Tabela 2 - Elementos florísticos presentes na Serra da Estrela (Adaptado de Jansen, 2002)
Tabela 3 -  Principais espécies características de cada comunidade por andar bioclimático da Serra da  Estrela (adaptado de Pinto da Silva e Teles, 1980)
Figura 8- Enquadramento da Serra da Estrela no Plano Setorial da Rede Natura 2000; Convenção sobre as Zonas  Húmidas e Limites das Zonas Especiais de Conservação
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Referências

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