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Filosofia e vida no ensino médio: forma(ação) no tecer/viver o mundo

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Academic year: 2023

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Tratamos de um sujeito que pode filosofar a vida, como configuração de formação e transformação de seu modo de vida. O que traduz nosso dizer neste texto são as circunstâncias de uma filosofia que reconstruiu nosso modo de viver no mundo.

Do chão onde deitamos nossas raízes e donde aflora nossa fala

Esse é o legado do pensamento de Foucault, porque acredito que essa forma de vida pode revelar novas subjetividades, novos modos de ser. Não podemos ignorar a exposição de uma filosofia subversiva que pode contribuir para redefinir a história da vida.

Caminhos trilhados: pé na estrada, tecendo paisagens

No segundo momento, destacamos a importância da interpretação hermenêutica de si como configuração do domínio do "eu". Finalmente, acreditamos que é útil desafiar o conceito amplamente aceito de "filosofia para alguns" sobre o ensino de filosofia na educação primária.

A filosofia da pergunta e o percurso do conhecimento filosófico na formação de si

É um cuidado de si que resulta no cuidado do mundo e que pode constituir um cuidado recíproco de si. Pensamos que todo esse movimento de autoformação contribui para o processo de emancipação do “eu”.

O chão donde aflora a filosofia: família, escolarização e a socialização do

O chão onde se resvala o filosofar: o contexto da infância na família

De certo modo, nesta fase assistimos ao início de uma forma de vida desenhada por modelos e paradigmas de como se deve ser no mundo. Segundo Lipman (1990 apud BROCANELLI, 2010), a capacidade das crianças de questionar a realidade pode nos levar a reconstruir uma resposta e provocar em nós uma nova visão de nossa própria realidade, pois “[..] as pessoas passam a pensar diferente do que sempre pensaram mundo” (BROCANELLI, 2010, p. 86).

O chão onde regulamentamos o filosofar: o contexto da escolarização para além da família

"Sair de casa" representa essa interrupção e ruptura com um modo de vida padronizado e limitado. Nesse caso, cria-se uma relação de significados e afetos com o outro, que está fora de suas vivências cotidianas; é um encontro com o diferente, que também é dotado de diferentes linguagens e formas de existência.

O chão onde exercemos o filosofar: a presença da filosofia no ensino básico de formação

Claro, vale ressaltar que o aluno do ensino médio nunca pode ser visto como um aluno específico de filosofia. Seja no deslize da filosofia na infância; sob a regulamentação de uma filosofia fora de casa, ou no locus de filosofar a vida através da disciplina de filosofia na educação básica, não importa, o terreno de onde surge a filosofia pode ser o fundamento de nossa caminhada cotidiana.

Figura 1 – O florescer do filosofar
Figura 1 – O florescer do filosofar

A Filosofia na escola pública como estratégia de presença frente às implicações da

Trata-se da educação e do conhecimento filosófico como presença astuta, em que o questionamento visa sempre reduzir a distância entre o discurso sobre a vida e a experiência da própria vida. Com isso queremos dizer que a presença de uma filosofia vigilante pode contribuir para o confronto e o questionamento.

Travessias e atravessamentos: a filosofia que sai da academia para a escola da vida 65

Pelo contrário, sempre defendemos uma filosofia como filosofia de vida que nos importa. Agora, como lidar, entre os alunos do ensino médio, com uma filosofia que "não precisa fazer sentido" e não precisa ter um propósito. Sendo uma filosofia como modo de vida, podemos dizer que a busca da verdade contribui para a indagação que podemos fazer sobre nosso próprio modo de estar no mundo.

Navegar é preciso: cartografia do atravessar filosófico

A autonomia e o desvelamento no processo da descolonização do sujeito

Entretanto, faz parte de nossa premissa discutir uma possível colonização do modo de ser, dizer e viver na educação básica. Essa ousadia de uma vida livre pode ser uma meta relevante entre os jovens e adolescentes da educação básica. Certamente este objetivo requer abertura para um modo de vida que se acolha na surpresa e na problematização de sua realidade.

A hermenêutica de si como compreensão filosófica do viver

Um cara que entende que seu jeito de viver a vida pode esconder algo que está escondido. A necessidade de olhar para si é justamente configurar uma possível decifração do modo de estar no mundo. É fundamental interpretar o enunciado, o contexto e individualmente quem fala, pois são referentes que podem fundamentar concretamente nosso modo de estar no mundo.

O filosofar na escola de Sócrates

Claro, quando se trata de Sócrates e seu modo de vida, antes de tudo ele não considerou a "verdade" que lhe foi atribuída. Pensamos que a verificação de Sócrates da mensagem do oráculo pode aqui tornar-se um rastro metodológico para um modo de vida: “o que o deus pretende dizer. Seu modo de vida é baseado na inquietação, em se incomodar com o que é determinado.

A coragem de dizer a verdade: textos e contextos do fazer ensino

Nessa definição, como professores do ensino fundamental, podemos dizer que vivenciamos de fato a coragem foucaultiana de "dizer a verdade" na escola. Conceituamos esse exemplo de acordo com a perspectiva do “dizer a verdade” no papel da parresía segundo Foucault (2011). Aqui se trata do "dizer a verdade" como uma virtude e um exercício rotineiro no modo de estar no mundo.

Donde se faz filosofia? Como rimar amor e dor?

O "cuidado de si" (epiméleia heautoû) se configura na prática do autocuidado e na atenção a si com vistas ao outro. Consideramos que nos preocupamos com a formação de um aluno com intuito de cuidar de si, mas refletido na relação com o outro. É importante voltar para o autocuidado uma formação humana também com o intuito de cuidar do outro.

A configuração da pesquisa

Uma escola sendo nas ALAGOAS: a escola como locus da pesquisa

Nossa pesquisa se desenvolveu no interior do estado de Alagoas, no município de Teotônio Vilela. O município de Teotônio Vilela está localizado na mesorregião Leste Alagoano, distante 101 km da capital Maceió. Uma das principais indústrias sucroenergéticas da cidade é a histórica Usina Seresta, hoje Impacto Bioenergia de Alagoas - IBEA, localizada a apenas 3,5 km do centro de Teotônio Vilela/AL.

Figura 3 – Mapa da cidade de Teotônio Vilela/AL
Figura 3 – Mapa da cidade de Teotônio Vilela/AL

Objeto da pesquisa

Portanto, vale ressaltar que nosso objeto/sujeito de estudo é dinâmico, muda constantemente, possui uma subjetividade que deve ser levada em consideração. Concordamos com o autor na percepção de que não faz sentido desenvolver um método sem perceber e contextualizar um objeto/sujeito ou pensar um objeto/sujeito sem considerar um método correspondente. Portanto, vale sempre ressaltar que a pesquisa está constantemente voltada para aspectos do objeto/sujeito pesquisado entre os fenômenos.

A justificativa da pesquisa

Este modelo de pesquisa permite observar o cenário de experiências de um tema social multifacetado, dinâmico e em constante mudança. A imprescindibilidade de uma filosofia preocupada com a formação traduz-se na necessidade de um dizer que se concretize no princípio do cuidado. A justificativa do estudo segue o viés de uma construção e possível reconstrução de um modo de vida que possa contribuir para a modificação da realidade que nos cerca, seja na prática do contexto social ou nos discursos sobre o mundo.

O percurso metodológico e o espaço de investigação

O perfil dos participantes da pesquisa: a escolha dos estudantes da disciplina de filosofia

Não podemos negar que nossa justificativa para o perfil dos alunos foi baseada na convivência com eles, levando em consideração a relação construída durante os três anos do ensino médio e nossa prática pedagógica da disciplina filosófica entre 2019 e 2021 na Escola X. , em pessoa e à distância. Para desenvolver a pesquisa, tomamos como base dez turmas que fizeram parte da disciplina filosófica entre 2019 e 2021 como turmas que potencialmente poderiam fazer parte de nossa pesquisa. Por fim, a pesquisa foi realizada com 33 alunos de 17 a 19 anos que concluíram o 3º ano do ensino médio em 2021 e alunos do curso de filosofia entre 2019 e 2021 - que aceitaram e propuseram uma resposta e participaram da resolução do questionário.

Os procedimentos de captação de dados: o “além disso” do questionário estruturado . 149

A construção desse conjunto leva em consideração a forma como esses alunos vivem suas vidas e sua relação com a filosofia. A segunda parte das questões destaca as experiências dos alunos com o conhecimento filosófico; de fato, as questões da segunda parte apontam para um modo de vida, cujo aspecto foi discutido em aula pelos filósofos e suas filosofias. É oportuno reconhecer a diversidade de sujeitos envolvidos em seu cotidiano e compreender seu modo de vida tendo como elo tudo o que pode existir em sua vida a partir da filosofia.

Pretextos que abraçam textos e contextos: olhando o falante e o seu lugar

Nesse sentido, somos hermenêuticos em nossa atenção à interpretação do outro e à compreensão do contexto de sua forma de viver no mundo. A transformação do discurso e/ou a possibilidade de remarcar o lugar de fala determina a configuração ideológica de nosso modo de ver, falar e viver no mundo. Como esse conhecimento pode ser uma contribuição para a formação e transformação do modo de viver a vida de adolescentes e jovens.

O ensino de filosofia no ensino médio: suas aguilhoadas e provocações no viver da vida

O ensino da filosofia na prática docente do pesquisador

Esta influência na prática educativa e na forma de filosofar na sala de aula não nos escapou naturalmente através dos livros disponíveis. Estas são as referências que o . currículo que será trabalhado em sala de aula nas três últimas séries do ensino médio. Portanto, a prática docente deve acontecer no exercício do conhecimento filosófico em sala de aula, abordando a problematização dos filósofos e suas filosofias.

A filosofia como criação de conceitos contra a reprodução de saberes

Partimos de um pressuposto em que é relevante destacar a importância da construção de concepções discursivas na educação básica com alunos do ensino médio – Foucault (2008a) trata essa prática como uma questão metodológica de interpretação e análise do mundo que nos cerca. A construção mais ou menos hábil de um edifício conceitual se tornará um fim em si mesmo. Nesse caso, vale ressaltar que estamos tratando aqui de um estudo baseado no ensino de filosofia.

A filosofia de vida na relação da interdiscursividade: para além das regulamentações e

Trata-se aqui de uma discursividade que envolve um sujeito com outro sujeito diferente em que ambos se propõem a problematizar um objeto. Perceber um sujeito como um objeto inanimado destaca os resquícios de uma realidade falsificada, que pode diminuir a forma como vemos e tratamos o outro e o mundo. Sem mais delongas, é importante romper com a descentralização do ensino e do discurso da filosofia que pode favorecer um modo de vida predeterminado ou predeterminado, sob pena de tendermos a continuar formando alunos alienados.

A problematização do mundo e a hermenêutica de si mesmo: um contributo para o

Mobiliza-nos não para defender um "modo de vida" que deve ser copiado, mas para instigar, nos sujeitos, uma consciência do modo como vivem. Olhar apenas o seu estilo de vida através de uma lupa pode prejudicar a compreensão de um contexto que pode e deve ser levado em consideração. Em meio à discursividade da sala de aula, o ensino da filosofia, que desafia e questiona o mundo que nos cerca, pode ser uma contribuição que nos faz levantar o véu sobre nosso modo de viver.

O estudante e sua formação identitária: suas vozes, realidades e anseios

As questões socioculturais: modos de viver a vida de diferentes sujeitos

33% dos participantes responderam que não têm acesso a esgoto básico e tratamento de esgoto em sua rua, enquanto 64% afirmam ter acesso a esgoto básico e tratamento de esgoto em sua rua. 67% dos participantes relataram ter uma fé religiosa; 19% disseram ser agnósticos e 11% disseram não ter crença religiosa. Sobre a fome e a pobreza, nossas discussões são reais e assustadoras, principalmente se considerarmos os dados de nossa pesquisa segundo os quais cerca de 23% dos participantes declararam ter renda familiar de até 1 salário mínimo em casa, o que corresponde a cerca de 1.212, R$ 00 por mês.

Figura 4 – Saneamento básico
Figura 4 – Saneamento básico

A filosofia para além da sala de aula: o estudante e a segunda impressão acerca da filosofia

O que buscamos é estimular o sujeito, o jovem, o aluno a olhar para si mesmo e consequentemente para o seu modo de vida; é perceber a sua realidade, as suas privações, as suas impotências ou deficiências que podem fazer parte da sua realidade social e que podem padronizar ou limitar o seu modo de vida. Na prática, trata-se aqui de viver uma vida em que o sujeito não deve apenas ouvir ou perceber sua fala, mas rever por meio do conhecimento e domínio do “eu”; caminhar em direção a um novo significado de sua forma de pensar, falar e viver no mundo. Nada contra ser caroneiro, mas como autores e condutores de nossos modos de viver, temos que assumir o rumo de nosso caminho.

A filosofia no projeto da vida: miradas do amanhã

A filosofia na sala da vida: o filosofar como modo de viver no mundo

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Figura 1 – O florescer do filosofar
Figura 3 – Mapa da cidade de Teotônio Vilela/AL
Figura 4 – Saneamento básico
Figura 5 – Convívio em casa
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Referências

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Como no livro anterior, este aborda tópicos que não são ensinados no ensino médio e em cursos superiores que não sejam de matemática.. Mesmo nesses últimos, não há