XXXI Congresso de Iniciação Científica
Fitotoxicidade e ação pró-oxidativa do extrato de Annona cacans Warm
Vinícius Ribeiro Delbone,
Letícia Fonseca Lizabello
, Kamille Daleck Spera, Luciana Pereira Silva e Regildo Márcio Gonçalves da Silva, Faculdade de Ciências e Letras de Assis, UNESP-Assis, Ciências Biológicas, nitho.del@gmail.com (Bolsa – CNPq).Palavras Chave: alelopatia, oxidação, herbicida.
Introdução
O Cerrado é uma importante fonte de aleloquímicos, pois as espécies vegetais presentes nesse bioma encontram-se em constante competição devido à baixa disponibilidade de nutrientes no solo e déficit hídrico sazonal. Entre inúmeras espécies de vegetais ocorrentes no cerrado a Annona cacans Warm destaca-se por formar grupamentos quase puros, mantendo as outras espécies afastadas. Considerando as características ecológicas e biológicas, e ressaltando o possível potencial alelopático e competitivo que a A cacans possa exercer sobre outras plantas1, essa espécie foi escolhida para ser alvo de pesquisa do presente estudo.
Objetivo
O trabalho teve o objetivo avaliar o efeito herbicida, tanto pré como pós-emergente, do extrato de A cacans e avaliar o possível mecanismo de ação.
Material e Métodos
Folhas de A. cacans foram secas e trituradas. O extrato bruto foi obtido por meio de agitação mecânica do pó em etanol PA na proporção de 1:10 (p/v) e concentrado em rotaevaporador.
A pré-emergência foi realizado com germinação de sementes de alface. Estas foram separadas em grupo 50 sementes e 4 repetições, e tratadas com 3 concentrações (5, 10 e 20mg/mL) de extrato. A avaliação quantitativa (germinabilidade, o tempo médio de germinação e a velocidade de germinação) se deu a cada 6 horas por 48 horas. A pós- emergência, as sementes foram previamente germinadas, as plântulas com raízes de 2mm de comprimento foram tratadas com 3 concentrações (5, 10 e 20mg/mL) e realizada a medição das raízes primárias e do hipocótilo das plântulas após 48 horas.
A avaliação do possível mecanimos de ação foi realizado por meio do ensaio proxidativo de proteinas por meio da Mobilidade Relativa em Eletroforese.
Resultados e Discussão
Na Tabela 1, o extrato na concentração de 20mg/mL demonstrou maior diferença significativa na germinabilidade das sementes de Lactuca sativa, apresentando uma diminuição de aproximadamente 92% na germinação quando comparado ao grupo controle. As maiores concentrações promoveram um decréscimo na velocidade média de germinação, que
foi menor para o extrato de 20mg/mL e o tempo médio de germinação, medido em horas, que foi maior para os extratos de maiores concentrações, apresentando diferença significativa entre si e em comparação ao controle e ao extrato na concentração de 5mg/mL. Os resultados também evidenciam uma influência aplicação dos extratos sobre comprimento radicular e do hipocótilo, em milímetros. O comprimento radicular foi inferior à 8mm em todos os tratamentos, levando à uma diminuição de até 34% no comprimento quando comparado ao grupo controle.
Tabela 1 - Efeito do extrato de Annona Cacans sobre a germinação e crescimento de Lactuca sativa.
Médias±Desvio Padrão, letras iguais na coluna indicam diferença não significativa (p>0,05), pelo teste de Tukey.
Na Figura 1 está apresentada atividade pró-oxidativa se comparado ao controle negativo coluna A e controle positivo em 1. Por meio da observação da mobilidade das proteínas oxidadas na presença dos extratos. É possível observar o aumento gradativo da atividade pró-oxidativa proporcionalmente ao aumento da concentração do extrato (2,3 e 4).
Figura 1 - Análise da degradação oxidativa da Albumina Sérica Bovina em gel de poliacrilamida corada com Coomassie Brilliant Blue pelos Extratos de A. cacans (EAc) em diferentes concentrações. A- BSA (controle); 1- BSA+Cu+H2O2 (controle positivo);
2- BSA+Cu+EAc 1 µg/mL; 3- BSA+Cu+EAc 5 µg/mL; 4- BSA+Cu+EAc 10 µg/mL
Conclusões
Conclui-se que o extrato de A. cacans possui compostos ativos com capacidade de controlar a germinação e o desenvolvimentos de plantas, possivelmente por sua ação pró-oxidativa.
Agradecimentos
Ao PIBIC/CNPQ pela bolsa de IC ____________________
1 FORMAGIO, A.S.N.. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, 2015, v. 48, n. 4, 308–315,