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Academic year: 2023

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O culto ao corpo na contemporaneidade de controle: uma análise dialógica de discursos de blogs Pró Ana e Pró Mia.

Débora Mariano de Godoy Preto (aluna-autora), Luciane de Paula (orientadora) – Campus de Assis – Faculdade de Ciências e Letras – Letras – deeboramariano@gmail.com – Apoio: PIBIC

Palavras Chave: Bakhtin, Enunciado, Signo ideológico.

Introdução

Os blogs são meios sociais massivos de informações que refletem e refratam a vida em rede. Um dos conteúdos que revelam é a disseminação de doenças de distorção da imagem corporal, a anorexia e a bulimia, como estilos de vida. A idealização da beleza é propagada por discursos que a aliam à ideia de saúde, prazer e felicidade. Nos blogs Pró Ana (pró anorexia) e Pró Mia (pró bulimia), objeto deste estudo, a extrema magreza é valorizada como a única possibilidade de sentido de existência, como ideal quase que inalcançável perseguido, mesmo que essa obsessão faça sofrer e leve à morte. Para as Ana’s e Mia’s, tudo vale a pena em prol da magreza, demonstrada como beleza saudável. Quanto mais ossos, melhor. E os sujeitos expõem na rede, orgulhosos, seus corpos cadavéricos, fotografados em ângulos que exaltam seus ossos (clavícula, ílio, costelas, ossos da face). O que estimula esta pesquisa é a busca pela compreensão dos discursos pró ana e pró mia divulgados em blogs, caracterizados de modo semelhante a discursos de autoajuda. A teoria que fundamenta esta pesquisa é a bakhtiniana.

Objetivos

O nosso maior objetivo é analisar os discursos escolhidos como corpus, tomados, em cotejo com outros (de saúde e de beleza), veiculados pela mídia, como ilustração da produção valorativa da constituição do sujeito na contemporaneidade.

Material e Métodos

Esta é uma pesquisa qualitativa de caráter analítico-interpretativo. O método dialético-dialógico (PAULA et at, 2011) do Círculo de Bakhtin fundamenta este trabalho, constituído por cotejo.

Os critérios de delimitação do corpus foram selecionados tendo em vista três fatores: o temático – a beleza e as doenças encaradas pelos sujeitos como “estilo de vida”; o temporal – os últimos anos das postagens; e o genérico – mulheres adolescentes por ser o público mais recorrente encontrado. Estamos analisando 30 enunciados de 23 blogs diferentes, na Língua Portuguesa e Inglesa, nos anos de 2012 e 2015.

Resultados e Discussão

O padrão de beleza de magreza é inculcado pela mídia e exerce pressão no que concerne ao corpo feminino que, para ser considerado perfeito e se relacionar a saúde, desejo e felicidade, deve apresentar cada vez mais ossos. A não-aceitação social, ideal de muitos sujeitos, adoece emocional e fisicamente as Ana´s e Mia´s, que passam a fazer tudo para se enquadrarem. Desesperadas, em depressão, buscam umas às outras pelas redes sociais e se “auto ajudam” a “obedecer” cada vez mais, em especial, a única “amiga” que encontram:

a anorexia, revelada como “moda”, incorporada no Brasil por um discurso norte-americano preconceituoso e discriminatório, “obesofóbico” que colaborou com a produção e, cada vez mais, com o fortalecimento tanto da Ana quanto da Mia.

Conclusões

Os discursos “Pró Ana” e “Pró Mia” veiculam valores enviesados que estimulam padrões doentios de comportamento social e ameaçam a vida dos sujeitos. Discursos de e em moda.

Discursos que valorizam imagens cadavéricas de beleza e reduzem, mais especificamente, as mulheres (em especial, as mais jovens) em objetos que nada valem a não ser por seus corpos. Corpos mortos-vivos enaltecidos pelos próprios sujeitos que não se vêm adoentados e que, ao reproduzirem padrões, colaboram com a difusão desses valores a outras pessoas ao se aconselharem e exibirem nas redes sociais. Esses sujeitos, vítimas de um sistema industrial que lucra com a magreza e com a doença, não percebem que agem contra si mesmos, em nome de uma aparente realização com uma imagem corporal que levaria a uma suposta felicidade, mesmo que, muitas vezes, essa prática mutiladora (literal e psicologicamente) culmine em morte.

Agradecimentos

UNESP, GED e CNPq.

_________________

BAKHTIN, M. M. (VOLOCHINOV) (1929). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1992.

PAULA, L. de; FIGUEIREDO, M. H.; PAULA, S. L. de. “O marxismo no/do Círculo de Bakhtin”. Slovo – o Círculo de Bakhtin no contexto dos estudos discursivos. Curitiba: Appris, 2011.

XXVIII Congresso de Iniciação Científica

Referências

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