XXVI Congresso de Iniciação Científica
ANÁLISE DAS FEIÇÕES ESTRUTURAIS LINEARES DA SERRA DO CUSCUZEIRO EM ANALÂNIDA (SP)
STEFANUTO, E. B.; LUPINACCI, C. M. Estêvão Botura Stefanuto, Cenira Maria Lupinacci, Rio Claro, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Geografia, estevao1508@hotmail.com, Iniciação Cientifica financiada pela FAPESP.
Palavras Chave: Geomorfologia, lineamentos, cuesta.
Introdução
O relevo de cuesta se estende por parte da porção central do Estado de São Paulo, apresentando-se como um relevo de destaque no modelado paulista, uma vez que abriga em sua extensão inúmeros morros testemunhos e fronts abruptos. Assim a área deste estudo está situada no setor cuestiforme do município de Analândia (SP), intitulado por alguns autores, como Christofoletti e Neto (1961), de Serra do Cuscuzeiro. A área apresenta alta complexidade do ponto de vista geomorfológico e geológico uma vez que possui morros residuais e drenagens encaixadas.
Objetivos
O objetivo desse artigo é colaborar com o entendimento da complexidade geomorfológica da área, a partir da análise das feições estruturais lineares e a comparação do mapa de lineamentos elaborado nesta pesquisa com o mapa geológico da área.
Material e Métodos
Buscando a elaboração do mapa de feições estruturais lineares utilizou-se a técnica proposta por Hubp (1988), uma vez que o autor apresenta elementos que permitem a identificação de estruturas ocultas a partir de elementos geométricos que se evidenciam em alguns casos no formato da rede fluvial.
A base cartográfica utilizada foi cedida pelo IBGE, datada de 1971, denominada folha Corumbataí na escala 1:50.000. Utilizaram-se ainda, visando auxiliar no enriquecimento das drenagens, as fotografias áreas da área de estudo em escala 1:40.000, de 1988.
Resultados e Discussão
Através do mapeamento das feições estruturais lineares, foram identificados 245 lineamentos na área, dados que foram submetidos a uma análise por meio de um diagrama de roseta que possibilitou verificar um direcionamento preferencial no sentido N-S. Os lineamentos N-S compreendidos sobre os canais de primeira ordem, apresentaram comprimento na ordem de 70 a 500 metros, já os lineamentos traçados sobre os canais de segunda ordem ou maior, apresentaram maior dimensão chegando a 1500 m de comprimento.
No que se refere à litologia, a área estudada está localizada, segundo mapeamento do Instituto Geológico (1984), sobre as formações Itaqueri e Santa Rita do Passa Quatro, além de possuir afloramentos dos depósitos mesozóicos do Grupo São Bento, compreendidos pelas formações Pirambóia, Botucatu e Serra Geral.
Sobrepondo os dados da carta de lineamentos com a carta geológica da área de estudo, compreende-se que 39% dos lineamentos da área estão sobre a Formação Itaqueri e 35% sobre a Formação Botucatu.
Assim, é possível afirmar que os lineamentos identificados marcam o front cuestiforme, o qual é composto dominantemente pela Formação Botucatu, e o seu reverso, composto pela Formação Itaqueri. Dessa forma, esse relevo sobressalente nitidamente apresenta configuração morfológica que indica a atuação de fenômenos tectônicos os quais influenciam a ação da dinâmica fluvial e, portanto, erosiva na morfogênese da área.
Conclusões
Assim, foram apresentadas algumas áreas de possível fragilidade na região da Serra do Cuscuzeiro, além de compreender que os lineamentos identificados têm como direção predominante o rumo N-S e extensões variadas, que podem atingir até 1500 m de comprimento.
Algumas formações geológicas apresentaram suscetibilidade à ocorrência de tais lineamentos, como as formações Itaqueri e Botucatu. Assim constataram-se as diferenciações na frequência e intensidade das estruturas lineares da região.
Agradecimentos
À FAPESP, pelo financiamento.
--- CHRISTOFOLETTI, A. e QUEIROZ NETO J. P. Estudos Geomorfológicos a respeito da Serra de Santana, SP. Boletim Paulista de Geografia. n. 38, p. 3-20, jun/1961.
FACINCANI, E. M. Morfotectônica da depressão periférica paulista e cuesta basáltica: regiões de São Carlos, Rio Claro e Piracicaba, SP. 2000. 222 f. Tese (Doutorado em Geologia Regional) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2000.
INTITUTO GEOLÓGICO DO ESTADO DE SÃO PAULO – IG.
Formações Geológicas de Superfície. 1984.
HUBP, José I. Lugo. Elementos de Geomorfologia Aplicada (Metodos Cartograficos). México D.F.: Universidad Nacional Autonoma de México, 1988. 128 p.
STEFANUTO, E. B. Mapeamento Morfoestrutural na faixa de transição Cuesta-Depressão Periférica: A região de Analândia (SP). Rio Claro:
Instituto de Geociências e Ciências Exatas – UNESP, 2015. Relatório final de pesquisa apresentado a FAPESP, processo nº 2014/11697-5.
