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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

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Academic year: 2023

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Políticas públicas e o fórum das comunidades tradicionais: o bem viver no Quilombo do Campinho da Independência, Paraty - RJ. Fórum de Políticas Públicas e Comunidades Tradicionais: Boa Vida no Quilombo do Campinho da Independência, Paraty – RJ.

Gráfico 1  Idade dos respondentes do questionário no Quilombo
Gráfico 1 Idade dos respondentes do questionário no Quilombo

Situando a questão quilombola no brasil

Isso contribuiu para o fato de que, por volta de 1600, os trabalhadores nas fábricas de açúcar brasileiras eram em sua maioria africanos e, à medida que a indústria açucareira crescia e se expandia, o número de escravos aumentava. Outra importante atividade comercial da época era a mineração, pois o Brasil era o mais importante produtor mundial de ouro no século XVIII, e a mão de obra utilizada nesta atividade era a escrava.

As lutas do Movimento Negro

No Brasil, podemos falar da existência de “movimentos negros” dependendo do momento histórico em consideração (GONÇALVES, 1982), mas tentarei discutir as relações do movimento negro a partir do movimento pela redemocratização do país e a influência que teve na Assembleia Constituinte e em mim mesmo Magni Carti de 1988. Este segundo movimento negro foi importante na denúncia das questões de discriminação racial a que foram submetidos os negros no Brasil e também foi um dos movimentos que influenciaram a era da redemocratização com o tema da discriminação racial.

Breve apresentação sobre a comunidade do Quilombo do

Histórico de sua constituição e as principais linhas de atuação 62

O processo de planeamento interno da FCT pode ser melhorado através da aproximação aos investigadores da Fiocruz, o que tem permitido maior clareza sobre as diferentes linhas de atuação. No Quilombo do Campinho da Independência, o TBC já tem um roteiro estruturado e consolidado, conforme explicado anteriormente, e atualmente é um projeto da FCT para organizar um centro TBC onde possam ser estruturados e publicados vários roteiros turísticos, não só no Campinho, mas também em outras áreas tradicionais da Bocaina. Outra linha de atuação da FCT é a ‘educação diferenciada’, que consiste na luta para que a educação nas comunidades tradicionais possa ser adaptada às tradições, à cultura e ao modo de vida dos grupos tradicionais da população.

Os líderes locais da FCT puderam assistir a briefings que permitiram o debate em torno da educação diferenciada. Em 2013 houve uma primeira conversa entre o Secretariado Executivo da Coordenação Nacional do Projeto VER-SUS, membros da FCT e membros do OTSS. Estas diversas áreas de atuação da FCT e as respetivas iniciativas foram apresentadas neste momento de forma sintética, como forma de ilustrar a amplitude e o alcance que o Fórum tem nas suas ações e prioridades estratégicas.

A seguir, serão analisadas as políticas públicas que são objeto deste trabalho a partir de um diálogo entre as políticas e as ações da FCT através das suas principais linhas estratégicas de atuação relacionadas com o movimento social e também com o seu desenvolvimento e avaliação.

Perspectivas de ações futuras do FCT em relação as duas

A FCT está relacionada e pode articular-se com os efeitos desejados das políticas públicas estudadas. O principal deles é o Projeto de Caracterização dos Povos de 64 comunidades tradicionais da Bocaina, que atingirá os municípios de Ubatuba em São Paulo e Angra dos Reis e Paraty no Rio de Janeiro e que terá foco também no Quilombo do Campinho da Independência. Este Projeto de Caracterização de Territórios Tradicionais, Caiçaras, quilombolas e indígenas, é uma das condições específicas da licença prévia no âmbito do licenciamento das atividades de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Complexo Pré-Sal de Campos. Basen e inclui um número expressivo de comunidades e deverá trazer informações e conhecimentos sobre as condições sociais e de vida dessas populações tradicionais.

Portanto, a caracterização das áreas ocupadas por comunidades tradicionais caiçaras, quilombolas e indígenas visa produzir material que reflita a realidade socioeconômica, ambiental e cultural vivenciada por essas comunidades, a partir de um processo que proporcione uma reflexão interna sobre essa realidade e a concepção de possíveis estratégias que possam reduzir situações de conflito e vulnerabilidade. Outro projeto que pode dialogar com as políticas públicas é o projeto de monitoramento de alguns indicadores relacionados à Agenda 2030 no território da Bocaina, uma parceria entre a FCT e a estratégia Agenda 2030 da Presidência da Fiocruz e que visa desenvolver uma metodologia e monitorização de alguns indicadores por parte das populações tradicionais, com um possível envolvimento do Centro Juvenil da FCT nesta atividade, que deverá também recolher um conjunto de dados que possam entrar em diálogo com as políticas públicas. Estes são exemplos de perspetivas de trabalho futuro da FCT que podem dialogar com o desenvolvimento de políticas públicas na área e que, por isso, também devem ser exploradas na investigação de campo.

Buscando compreender o Quilombo do Campinho, apresentaremos primeiramente a região em que ele está inserido, buscando delimitar melhor o território que estamos focando.

A microrregião do Carapitanga

Reconhecido pela UNESCO em julho de 2019 na categoria de sítios mistos (culturais e naturais), abrange um território de quase 149 mil hectares e é o primeiro sítio misto da América Latina onde se pode encontrar uma cultura viva (OTSS, 2020). Localizado no município de Paraty, na área do sítio misto da UNESCO, o microterritório Carapitanga abriga, além de dezenas de comunidades rurais, cinco comunidades tradicionais: a terra indígena Tekoa Guyra´i Tapu/Araponga ( Forquilha); Terra Indígena Itaxi Mirim (Paraty Mirim); Quilombo do Campinho, Quilombo do Cabral e a comunidade caiçara de Parati-Mirim (OTSS, 2020). Embora existam particularidades culturais de cada comunidade, todas elas fazem parte de um processo histórico comum, especialmente no que diz respeito às transformações impostas pelo impacto dos projetos de desenvolvimento de grande escala na região (OTSS, 2020). A população tradicional de Carapitanga enfrenta problemas comuns a toda a região da Bocaina: i) ameaças de perda de suas terras devido à especulação imobiliária, ii) turismo desordenado, iii) restrições impostas pelas unidades de proteção integral, iv) dificuldades de acesso aos serviços de saúde, educação, saneamento básico e (v) dificuldades na comercialização de produtos agrícolas, artesanais, extrativistas e pesqueiros.

Figura 1: Região da Bocaina, municípios e comunidades tradicionais caiçaras,  indígenas e quilombolas
Figura 1: Região da Bocaina, municípios e comunidades tradicionais caiçaras, indígenas e quilombolas

Caracterização do Quilombo do Campinho da

Economia, cultura e modos de vida

Hoje, o Quilombo do Campinho tem sido precursor no território na construção de sistemas produtivos que estabeleçam um diálogo entre o conhecimento tradicional e o conhecimento científico presente em fortes movimentos agroecológicos. Marques e Kanikadan (2015) destacam a importância do projeto Juçara para o desenvolvimento da autonomia e formação política dos jovens do quilombo Campinho. Hoje, o quilombo Campinho conta com um aparelho estruturado de TBC com restaurante comunitário; uma única pousada construída; um camping que também oferece quartos para alugar, uma casa que fabrica e vende artesanato; a sede da Associação de Moradores do Quilombo do Campinho (AMOQC), onde também funciona o Ponto de Cultura Manoel Martins (CARVALHO, CIQUEIRA, 2019).

O Turismo de Base Comunitário do quilombo Campinho acolhe escolas ou grupos de visitantes que agendam estadia de um ou vários dias na comunidade para conhecer a cultura quilombola, fazer artesanato ou assistir a eventos como o jongo. e almoçar e/ou jantar fora no restaurante da associação. O TBC do Campinho é organizado pela Associação de Moradores de Quilombo (AMOQC), que organiza e integra atrações de valorização etnocultural e ações sustentáveis ​​e solidárias que valorizam as práticas tradicionais e geram trabalho e renda, tornando-se uma alternativa para a comunidade enfrentar a precarização do trabalho ofertas decorrentes do turismo convencional (OTSS, 2020). Em tempos de pandemia, a solidariedade e a ação coordenada foram fundamentais para que os moradores do Quilombo do Campinho se mantivessem saudáveis ​​e mantivessem suas famílias comendo em suas mesas.

As ações baseadas nas trocas como base para a circulação de produtos e serviços, nos mutirões como forma de implementar estruturas de apoio produtivo e social e nas redes de cuidado como estratégia de apoio individual, familiar e coletivo tornaram-se estratégias fundamentais para as comunidades de Bocaina e O Quilombo do Campinho teve papel importante na reconfiguração desses arranjos.

Figura 4: Casa de Artesanato do Quilombo do Campinho
Figura 4: Casa de Artesanato do Quilombo do Campinho

Educação e cultura

Isso foi complicado pela indisponibilidade de transporte e pelo perigo de viajar ou esperar o ônibus na beira da rodovia, e houve uma evasão escolar no ensino médio, tanto entre a população de Campinho quanto entre outras comunidades da região (SPINELLI & SOUZA, 2016). No Quilombo do Campinho, a luta pela educação diferenciada teve como marco fundamental a implantação do Ponto Cultural Manoel Martins em 2003, que recebeu o nome do Griô que nasceu e viveu muitos anos no Campinho da Independência. O Ponto Cultural Manuel Martins foi desenvolvido no Quilombo do Campinho da Independência em 2004 e 2005 e foi o primeiro Ponto Cultural da cidade de Paraty.

Esse processo de recuperação começou com os Encontros de Cultura Negra e foi fortalecido com o Ponto de Cultura. A voz da juventude do Quilombo do Campinho se expressa de forma muito rica através da musicalidade e do seu conteúdo poético. O rap entrou recentemente na história de Campinho como parte do movimento hip-hop, produzindo músicas de protesto e cobrança por parte dos negros por suas dificuldades de acesso ao emprego e ao consumo, tentando definir seus territórios e seu pertencimento à sociedade (SPINELLI & SOUZA, 2016).

Outra referência cultural do quilombo Campinho é o Encontro da Cultura Negra, que teve sua primeira edição em 1998 e já conta com 21 edições.

A AMOQC e sua importância política

Quanto à avaliação comunitária da Política Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais – PNPCT, cinco entrevistados (27%) não sabem identificar uma relação entre a PNPCT e a comunidade. Mapeamento de políticas públicas relacionadas aos povos e comunidades tradicionais de Ubatuba (SP), Paraty e Angra dos Reis (RJ). II – a visibilidade dos povos e comunidades tradicionais deverá ser expressa por meio do exercício pleno e efetivo da cidadania;

IV - acesso em linguagem acessível às informações e ao conhecimento dos documentos produzidos e utilizados no âmbito da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais; IX – articulação com outras políticas governamentais relativas aos direitos dos povos e comunidades tradicionais nas diversas esferas de governo; X – garantir o acesso às políticas sociais públicas e a participação dos representantes dos povos e comunidades tradicionais nos casos de controle social;

XV - reconhecer, proteger e promover os direitos dos povos e comunidades tradicionais relativos aos seus conhecimentos, práticas e usos tradicionais; Essas doações também foram utilizadas para preparar o texto básico da Política Nacional para o Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. O evento, que teve como objetivo divulgar a Comissão Nacional para o Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais como um fórum de discussões sobre as especificidades étnico-sociais tão diferentes do Brasil em relação a outros países;

Gráfico 01 – Idade dos respondentes do questionário no Quilombo do  Campinho, 2020
Gráfico 01 – Idade dos respondentes do questionário no Quilombo do Campinho, 2020

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Gráfico 1  Idade dos respondentes do questionário no Quilombo
Gráfico 17  Percepção sobre a sensibilidade dos profissionais de  saúde em relação às especificidades culturais da
Figura 1: Região da Bocaina, municípios e comunidades tradicionais caiçaras,  indígenas e quilombolas
Figura 2: Mapa do sítio misto da Unesco
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Referências

Documentos relacionados

Reunião do Projeto Conexão Água – MPF com representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Implementação do disposto na Medida Provisória nº 809/2017 – fundo