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A contribuição da confiança para o desempenho dos operadores de um call center: um estudo de caso no Banco BGN – Recife

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(1)

CPPA - Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em

Administração

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial

Beatriz Marques de Almeida Fink

A Contribuição da Confiança para o Desempenho dos Operadores

de um

call center

: um estudo de caso no Banco BGN - Recife

(2)

CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A TESES E

DISSERTAÇÕES

Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso a monografia do Mestrado em Administração do Centro de

Pesquisa e Pós-Graduação – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é definido em três graus

Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas);

Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, sem conseqüência, restrita a consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada;

Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou custódia;

A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na are de administração.

Título da Dissertação: “A CONTRIBUIÇÃO DA CONFIANÇA PARA O

DESENVOLVIMENTO DOS OPERADORES DE UM CALL CENTER: UM ESTUDO DE CASO NO BANCO BGN RECIFE”

Nome da autora: Beatriz Marques de Almeida Fink Data da aprovação: 31 de julho de 2009

Grau 1:

X

Grau 2 Grau 3

Recife, 31 de julho de 2009

Assinatura do autor

(3)

Fink, Beatriz Marques de Almeida

A contribuição da confiança para o desempenho dos operadores de um call center: um estudo de caso no Banco BGN - Recife/ Beatriz Marques de Almeida Fink. –Recife: O Autor, 2009.

134folhas : Il.; tabelas; gráficos

Dissertação (mestrado) – Faculdade Boa Viagem. Administração, 2009.

Inclui bibliografia e apêndice

1. Capital social. 2. Redes sociais. 3. Operadores de call center. I. Título.

CDU 658.3

F499c FBV

(4)

A Contribuição da Confiança para o Desempenho dos Operadores

de um

call center

: um estudo de caso no Banco BGN - Recife

Dissertação apresentada ao Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração da Faculdade Boa Viagem, como requisito complementar para obtenção do título de Mestre em Gestão Empresarial.

Orientador: Prof. Dr. Helder Pontes Régis

(5)

A Contribuição da Confiança para o Desempenho dos Operadores

de um

call center

: um estudo de caso no Banco BGN - Recife

Dissertação submetida à Banca Examinadora do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração da Faculdade Boa Viagem e aprovada em ___/___/___.

Banca examinadora

_______________________________________________________ Profª. Maria de Lourdes de Azevedo Barbosa, Doutora.

Examinadora externa

__________________________________________________________ Prof ª Lúcia Maria Barbosa de Oliveira, Ph.D.

Examinadora interna

_________________________________________________________ Prof. Helder Pontes Régis, Doutor.

(6)
(7)

Inicialmente, agradeço a Deus por ter me iluminado, encorajando-me a enfrentar todos os desafios e dificuldades deparadas ao longo do período crítico de estudo do mestrado.

De todo coração, aos meus genitores pelos princípios e valores, que me fizeram ser o que sou.

Em especial ao grande amor de minha vida, meu marido – Gustavo Fink, por encorajar- me a lutar sempre e apoiar-me pacientemente nos momentos que precisei ausentar-me de sua companhia.

Aos meus queridíssimos filhos: Mirella e Miguel David, que continuamente vibram com minhas vitórias e sempre incentivam o meu progresso intelectual .

Aos meus irmãos, Lêucio, Norma, Jorge e Flávio, por representarem os laços diretos de meus pais, sei que posso contar com eles em momentos difíceis.

Meus sinceros agradecimentos ao Banco BGN, grupo de RH – NE e em particular ao Superintendente – Jorge Correia, que concedeu-me a oportunidade para realização da pesquisa e a todo o grupo do call center desta empresa, por colaborar com os levantamentos

necessários.

Ao meu orientador, Helder Régis, sua experiência e firmeza auxiliaram bastante em todas as fases da dissertação.

À Faculdade de Boa Viagem – FBV, meus colegas de turma, entre os quais, alguns de maior convivência nos últimos meses: Marcela, Dinarte, Roosevelt, Rose e principalmente a Paulo Thiago Melo, pela grande ajuda na tabulação dos dados e uso do software UCINET.

Aos professores do curso que souberam ministrar os ensinamentos necessários a nossa formação e a secretária do curso Albina, pela presteza e solicitude em me atender.

(8)

“Vinde a mim, todos vós que sofreis e que estais

sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai meu julgo

sobre vós, e aprendei de mim que sou brando e humilde

de coração e encontrareis o repouso de vossas almas;

porque meu jugo é suave e meu fardo é leve.”

(9)

Redes sociais também denominadas de redes informais são as redes de relações que os indivíduos formam dentro das organizações para o cumprimento de suas tarefas mais rapidamente. Neste tipo de relacionamento, os vínculos de relações de confiança fortalecem o capital social, que evoluem entre as pessoas e as organizações. Partindo desses pressupostos, esta dissertação procurou investigar como a confiança que compõe o Capital Social da rede informal, contribuiu para o desempenho percebido do grupo analisado. A pesquisa foi

multimétodos, quantitativa e qualitativa e foi realizada com 113 funcionários do call center

do Banco BGN. Optou-se por realizar um estudo de caso, envolvendo técnicas de análises das redes sociais, examinando-se as estruturas da dimensão estrutural, do conteúdo transacionado com base na confiança da dimensão relacional do Capital Social e o reflexo no desempenho. Utilizou-se um cartão identificador de nomes onde os participantes relacionaram as pessoas de sua rede. Como técnicas de análise dos dados foram utilizadas a análise de conteúdo e a estatística inferencial com uso de correlações. Para dar suporte à construção das redes da network foi utilizado o software UCINET 6.0, assim como o SPSS para as análises descritivas. Os resultados indicaram que o grupo avaliado percebe a rede de relacionamentos, baseada na confiança, como um fator contributivo para o desempenho do trabalho. As correlações realizadas confirmam a relação positiva e estatisticamente significante entre confiança e desempenho corroborada pela Teoria de Rempel e Holmes (1991) relacionada à confiança de relacionamentos próximos.

(10)

do their work more efficiently. In this kind of relationship, the trust‟s link support the social

capital which increase between people and organization. Based on these assumptions, this

paper is an attempt to investigate how trust which forms the Social Capital of the informal

network contributes for the perceived performance of the group under investigation.

The inquiry was both quantitative and qualitative, and made use of an exploratory

descriptive method as well, with 113 employees from the BGN Bank call center. The choice

was to work with a study of a case which involved analysis techniques of social networks

examining the structures of the organizational dimension of the content exchanged based on

trust of the relational dimension of the Social Capital and its influence on the performance.

The inquiry used an identifying card for names in which the participants listed those

people on their network. As an analysis technique for checking the data the work analyzed the

content and the inferential statistic by their correlations. The software UCINET 6.0 was used

to give support to the building of informal networks in the network, and the SPSS to the

descriptive analysis.

The results indicated that the group under investigation perceives the network based

on trust as a contributive factor to the accomplishment of the work. The correlations made

attest the positive and statistically significant relation between confidence and performance as

corroborated by Rempel and Holmes Theory (1991) related to trust in close relationships.

(11)

BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CDB - Certificado de Depósito Bancário

CRM - Customer Relationship Management

FINAME - Financiamento de Máquinas e Equipamentos

INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

PA - Posições de Atendimento

UCINET 6 – Software for Social Network Analysis

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

(12)

Lista de Figuras

Figura 1 – Dimensões do Capital Social...35

Figura 2 – Rede Geral - Respondentes e Não-Respondentes ...72

Figura 3 – Centralidade de Grau de Entrada ... 74

Figura 4 – Centralidade de Intermediação ... 76

Figura 5 – Centralidade de proximidade de entrada ...77

Figura 6 – Laços Recíprocos da Rede Geral ... 79

Figura 7 – Cliques ... 81

Figura 8 – Rede de Confiança x Rede Geral ... 83

Figura 9 – Rede de Confiança ... 84

Figura 10 – Rede de Confiança – Centralidade de Grau de entrada ... 85

Figura 11 – Rede de Confiança – Centralidade de Intermediação ... 86

Figura 12 – Rede de Confiança – Centralidade de proximidade de entrada ... 87

Figura 13 – Rede de Confiança – Laços Recíprocos ... 88

Figura 14 – Rede de Confiança dos Gestores ... 90

Figura 15 – Dimensões Geradas pelo Referencial Teórico... 92

Figura 16 – A confiança associada a Teoria de Rempel e Holmes (1991) ... 93

Figura 17 – Confiança x Desempenho ... 99

(13)

Lista de Quadros

Quadro 1 - Resumo da Metodologia... 68 Quadro 2 – Participantes do Estudo ...70 Quadro 3 – Grupo de Gestores ... 89

Lista de Gráficos

Gráfico 1 – Forças dos Laços na rede do call center ...78

Gráfico 2 – Relação das Dimensões Rempel e Holmes sobre confiança...97

Lista de Tabelas

(14)

Sumário

1 Introdução ... 15

1.1 Pergunta de Pesquisa ... 19

1.1.1 Objetivo Geral ... 19

1.1.2 Objetivos específicos ... 20

1.2 Justificativas ... 20

1.2.1 Justificativas Teóricas ... 20

1.2.2 Justificativas Práticas ... 21

2 Fundamentação Teórica ... 24

2.1 Redes nas ciências sociais ... 27

2.2 Retrospectiva sobre redes sociais ... 28

2.3 Redes Sociais e Capital Social... 32

2.4 Dimensão Estrutural do Capital Social... 34

2.4.1 Laços da Network ... 36

2.4.2 Aspectos da configuração da network e alguns critérios para análise das Redes Sociais ... 37

2.5 Dimensão Relacional do Capital Social ... 41

2.5.1 Componentes relacionais para análise de redes informais ... 42

2.5.2 Conteúdo Transacionado ... 43

2.6 Capital Social e sua interação com a confiança ... 44

2.6.1 A confiança em relacionamentos próximos ...48

2.7 Desempenho no enfoque da confiança ...51

3. Metodologia ... 56

3.1 Delineamento do Estudo... 56

3.1.1 Locus da Pesquisa ... 58

3.2 População e Amostra...61

3.3 Instrumentação das Variáveis ... 62

3.3.1 Dimensão estrutural ... 63

3.3.2 Dimensão relacional ...64

3.3.3 Desempenho versus Confiança... 65

3.4 Método de Análise ...66

3.4.1 Dimensão Estrutural ... 66

3.4.2 Dimensão Relacional ... 66

3.4.3 Desempenho versus confiança ...67

3.5 Limites e Limitações ...68

4. Resultados e Discussões ...69

4.1 Dimensão Estrutural ...71

4.2 Dimensão Relacional ... 81

4.2.1 Conteúdo transacionado: a confiança ...82

4.2.2. Sub-rede de confiança ...83

4.2.3 Rede de Confiança do Grupo de Gestores ...88

4.2.4 A Confiança como um conteúdo compartilhado ...91

4.3 Desempenho versus Confiança ...98

(15)

6. Sugestões para Futuras Pesquisas ...105

Referências ...107

Apêndice A – Cartão Identificador de Nomes ...115

Apêndice B – Questionário (Modelo Pesquisador)...117

Apêndice C – Roteiro de Entrevista...124

Apêndice D – Questionário (Inglês)...126

(16)

1 Introdução

Conseguir a fidelidade dos clientes em um ambiente altamente competitivo, onde seu

concorrente pode estar próximo ou do outro lado do mundo, exige das organizações a

elaboração de diferentes estratégias, tanto para atrair novos clientes e criar relacionamentos

lucrativos e duradouros como para reter os antigos. Muito se tem gasto anualmente no

desenvolvimento e na implantação de políticas e práticas com o objetivo de maximizar o

desempenho dos colaboradores para que a organização atinja seus objetivos.

O campo de estudo sobre o impacto que os indivíduos têm sobre a melhoria da

eficácia organizacional é abrangente, englobando diversas disciplinas. Entre elas encontra-se

a psicologia social, onde as interações dos grupos informais contribuem com a organização,

facilitando o fluxo de informações entre seus componentes, assim como, a resolução de

problemas. Por outro lado, estas relações informais podem também gerar conflitos, obstruir

canais de comunicação e resistir coletivamente às mudanças. A autoridade e poder formal não

garantem o controle dos relacionamentos das redes informais nem de sua produtividade

(ROBINS, 2006).

O capital social gerado por esse ciclo é um recurso neutro, porém suas conseqüências

podem ser negativas ou positivas, dependendo de como é utilizado, com a possibilidade de

excluir ou incluir indivíduos ou grupos dentro de uma rede (KAY; PEARCE, 2003). O capital

social é definido por meio de normas, valores, instituições e relacionamentos compartilhados

que permitem a cooperação tanto dentro dos diferentes grupos sociais como entre eles.

Esse conceito auxilia na busca da eficiência no trabalho, numa sociedade econômica,

sendo a confiança entre os indivíduos um elemento chave do capital social. Quanto mais a

(17)

A identificação da confiança entre os indivíduos possibilita a visualização dos benefícios do

capital social.

Pesquisadores americanos têm utilizado o conceito de capital social para demonstrar a

importância das redes sociais informais na construção de relações sociais nas quais interesses

pessoais e coletivos se fundem. O conceito de capital social surgiu no âmbito da sociologia e

da antropologia. Quanto aos estudos das redes sociais no âmbito organizacional, foi

Granovetter (1973) um dos autores que mostrou os recursos disponíveis por meio dos contatos

ou conexões de uma rede de relacionamentos na sua obra The Strength of Weak Ties.

Pelas redes sociais passam informações e conhecimentos que levam à otimização de

recursos. O relacionamento entre seus membros é facilitado pelas ligações de cooperação. Há

baixo custo na aquisição de informações devido à interligação entre os atores de uma rede

(MARTELETO, 2004).

Vários estudos já foram realizados relacionando o conceito de confiança com o

comportamento humano. Scott (1980) cita alguns deles nas áreas de educação, psicologia, e

comunicação que identificam a confiança interpessoal como uma predisposição estável e um

ingrediente chave para a cooperação em um relacionamento (ROGERS, 1961; ROTTER,

1971). As redes de confiança, desenvolvidas naturalmente entre os funcionários, influenciam

a mudança das identidades sociais, uma vez que os indivíduos são influenciados por aqueles

em quem confiam e estão pré-dispostos a assumirem riscos baseados nesta relação

(KUIPERS, 1999).

Um exemplo da influência das relações interpessoais pode ser visto por meio do

estudo na fábrica de Hawthorne. Os resultados demonstram de maneira significativa o

aumento do desempenho individual e do grupo quando seus membros passam a se sentir

reconhecidos e prestigiados pelos seus gestores. Esta pesquisa culminou na formação da

(18)

grupos informais devido à sua influência sobre o desempenho. O entendimento das relações

humanas dentro da empresa possibilita uma atmosfera na qual a pessoa é encorajada a

expressar-se mais livremente, sem medo de repressão (ROBINS, 2006).

Todo setor de serviço para se tornar mais produtivo procura maximizar esse ambiente

para que a interação entre seus funcionários gere cooperação. Dentre eles, o call center queé

uma área em crescente expansão em todo mundo, devido principalmente à inovação

tecnológica. As novas empresas de telemarketing integram tecnologia e recursos humanos,

combinando telecomunicações e informática, para processar tráfego de chamadas telefônicas

e administrar o relacionamento entre uma empresa e seus clientes (MOCELIN, SILVA,

2008). Considerando o aspecto das vendas, a utilização do telefone para vender diretamente

aos consumidores, responde, atualmente, por mais de 38% do gasto total com todos os

veículos de marketing direto (KOTLER; ARMSTRONG, 2003).

O call center é definido por Rezende (2007) como um grupo de operadores

organizados para receber ou emitir chamadas em massa. É baseado na integração da

tecnologia da informática e do telefone com o objetivo de responder em tempo real às

demandas dos clientes.

Segundo a ABT – Associação Brasileira de Teleserviços, no Brasil, este tipo de

serviço ganhou impulso no final dos anos 8,0 e hoje é cada vez mais difundido nos mais

diversos setores da economia. O setor terminou 2008 com 850.000 empregos diretos e deve

alcançar 900.000 até o final de 2009, com um crescimento de 10% com relação a 2007.

Quarenta e cinco por cento dos operadores que atuam na área são jovens entre 18 e 24 anos,

no seu primeiro emprego. O faturamento apenas dos call centers que prestam serviços de

terceirização foi de R$ 5,5 bilhões no ano passado. Contabilizando as pessoas que trabalham

para empresas que prestam algum tipo de serviços ou as que comercializam produtos para as

(19)

O crescimento expressivo do mercado de call centers tem merecido destacado

interesse do meio acadêmico no Brasil e no exterior. Os call centers estariam entre as

atividades que caracterizam a categoria de serviços possibilitados pelas novas tecnologias,

com um trabalho "menos inteligente", pouco valorizado no mercado, heterônomo e com

pouco grau de autonomia na sua execução, mas que necessitam de certo nível de qualificação

e escolarização formal, sobretudo ensino médio, habilidades comunicacionais e capacidade de

usar o computador (ABT, 2008).

É importante considerar que o trabalho numa operadora de call center é diversificado.

Existem tele-operadores para atendimento e oferta dos tipos de serviços e produtos, cada um

desenvolvendo diferenciadas atividades: atendente receptivo, ativo, generalista (fornece

informações no Serviço de Atendimento ao Cliente) e especialista; atendimento para telefonia

fixa (mais simples por que trabalha apenas com uma tela); ou celular (necessário navegar nas

telas, saber os planos em que o cliente está cadastrado e oferecer novos planos de acordo com

o valor da conta). Cada uma dessas atividades apresenta um tipo maior ou menor de

dificuldade (MOCELIN, SILVA, 2008) .

As atividades de atendimento, mesmo diversificadas, seguem uma

organização-padrão, segundo a forma de gestão adotada pelo call center. A atividade é considerada

estressante. O "desgaste emocional" seria compensado com campanhas motivacionais:

comemoração de datas, eventos, "brincadeiras", "sorteios" As atividades desenvolvidas pelos

empregados do call center apontam para um novo perfil sócio-ocupacional, principalmente

em função de ser essa uma ocupação muito recente, que há poucos anos não existia.

(MOCELIN, SILVA, 2008)

Desta forma, esta dissertação estudou as relações informais que compõem o Capital

Social de um grupo de operadores do call center do Banco BGN, mais especificamente, a

(20)

escolhida, por se tratar de uma organização que mantém um serviço de call center

estruturado, adequado à realidade empresarial e que mostrou ao longo de sua expansão,

crescimento e qualidade nos serviços prestados ao seu nicho de mercado. O fato da

pesquisadora já ter trabalhado nesta instituição e conhecer de perto o nível dos trabalhos

realizados, contribuiu também para esta escolha.

Dentro deste contexto, identificar o grau de confiança existente entre os operadores e a

percepção destes sobre o desempenho individual dos membros da equipe, gerou assim a

pergunta de pesquisa, o objetivo geral e os objetivos específicos, apresentados a seguir.

1.1

Pergunta de pesquisa

Como a dimensão confiança do capital social da rede informal de relacionamentos

contribui para um melhor desempenho na percepção dos operadores do call center do Banco

BGN- Recife?

1.1.1

Objetivo geral

Investigar como a dimensão confiança do capital social, da rede informal de

relacionamentos dos operadores do call center do Banco BGN - Recife contribui para um

(21)

1.1.2

Objetivos específicos

1. Descrever a rede de relacionamentos referente à dimensão estrutural do capital

social no call center do Banco BGN.

2. Identificar a rede de confiança no tocante à dimensão relacional do capital social

no call center do Banco BGN.

3. Relacionar a rede de confiança do call center do Banco BGN com o desempenho

percebido pelos operadores.

1.2

Justificativas

As justificativas teóricas e práticas são importantes verificações para se dimensionar

que tipos de contribuição podem ser melhor exploradas pelo pesquisador. Detalhá-las é uma

forma de se examinar as lacunas existentes tanto para o âmbito acadêmico como para futuras

oportunidades no mercado de trabalho.

1.2.1 Justificativa Teórica

A literatura acadêmica sobre capital social reflete o interesse de vários autores em

definir o conceito, extrair idéias úteis e práticas ( KRACKHARDT, HANSON, 1997; RÉGIS,

BASTOS, DIAS, 2006; NAHAPIET, GHOSHAL, 1998). Assim, as análises aqui propostas

têm a intenção de colaborar com a construção de um referencial sobre o tema que possibilite a

utilização de parâmetros relacionados à confiança e ao desempenho na gestão de pessoas em

um ambiente organizacional.

No tocante à dimensão relacional, o conteúdo transacionado oferece uma medida da

(22)

forma, as análises realizadas sobre confiança denotaram a importância dos relacionamentos

próximos quando comparados com o desempenho das pessoas no trabalho. A importância das

relações sociais informais, dentro do ambiente de trabalho, já apresenta justificativas teóricas

para uma pesquisa e quando se coloca o questionamento de sua influência no desempenho, o

tema ganha ainda mais destaque.

Essas considerações estimularam a investigação de maneira mais aprofundada.

Observar como a confiança dentro do conteúdo transacionado da dimensão relacional das

redes sociais, pode repercutir no ambiente de trabalho e no desempenho produtivo nas

relações sociais tem o intuito de colaborar com a literatura existente.

Visto de modo integrado, o desempenho dos atores na rede de relacionamentos, como

o resultado do esforço de uma pessoa, ou grupo, em busca de maior produtividade,

possibilitou examinar a mobilidade dos diversos atores na manutenção e expansão da

estrutura da rede através do mapeamento dos laços da network, com a identificação da

centralidade desses atores.

Por fim, as lacunas existentes na literatura sobre redes sociais, com relação a

contribuição da confiança no desempenho, justifica a investigação desse estudo e

proporcionou à pesquisadora explorar as correlações existentes entre ambos, tendo capital

social como referência nas redes informais, dentro do ambiente das organizações,

especificamente na área de call center.

1.2.2 Justificativa prática

As mudanças no mundo do trabalho e a complexidade das relações pessoais informais

nelas contidas exigem dos gestores uma constante procura de informações que lhe ofereçam

(23)

de serviço, principalmente em uma central de call center, o desempenho de seus

colaboradores internos se torna um fator chave para o sucesso da organização.

Os investimentos em tecnologia podem não oferecer o retorno devido caso não seja

bem trabalhado o relacionamento entre os membros da equipe. Relacionamento formal ditado

pelas normas e procedimentos a serem seguidos muitas vezes situam os processos, mas não

incentivam a relação informal baseada na confiança, reciprocidade e cooperação.

Visualizar a rede de relacionamento informal através do uso do método científico, com

a identificação dos elementos e das posições ocupadas pelos colaboradores nessa estrutura, é

um suporte prático a mais para os gestores. Compreender como se comporta a rede informal

passa a ser um valioso instrumento no que concerne à avaliação do potencial dos

colaboradores.

Em decorrência do envolvimento em uma cadeia de colaboração, com a possibilidade

das pessoas unidas por laços baseados na confiança aumentarem a disposição de ajudar o

outro, facilita o atendimento das metas propostas para o grupo com maior facilidade. Os

benefícios que os atores esperam usufruir através dos conteúdos transacionados com base na

confiança oferecem estímulo para que os funcionários se sintam integrados. Esse mesmo

conteúdo dá uma medida da qualidade da relação e indica especialmente o que os atores

esperam conseguir desse relacionamento.

Os resultados deste estudo oferecem subsídios para um melhor desempenho

operacional; podem beneficiar os funcionários, gestores e acionistas e otimizam a gestão das

pessoas. Desperta nos líderes a importância de seus papéis no desenvolvimento de suas

equipes independentemente do organograma formal; criam a possibilidade de desenvolver

treinamentos específicos para fortalecer a confiança compartilhada; e geram um clima de

(24)

Quando analisados os aspectos de centralidade da rede e a sua relação com o

desempenho dos operadores, é possível gerar informações úteis para identificar se os

funcionários que atingem maior índice de centralidade chegam a ter seu rendimento

aumentado ou diminuído. O desempenho pode estar associado ao fato das pessoas de maior

centralidade auxiliar o grupo, e esse desempenho merece ser investigado.

O estudo colabora para o entendimento de como as relações sociais com base na

confiança são importantes e contribui para melhorar o desempenho individual dos

colaboradores no ambiente de trabalho do call center do Banco BGN.

Não são poucos os investimentos que a empresa realiza para que a unidade de call

center se destaque perante seus públicos interno e externo. Quando os dirigentes tomam

consciência de que, através da confiança, seus resultados poderão melhorar, esta confiança se

constitui em um valor a ser perseguido.

Na seqüência, a fundamentação teórica do estudo proposto é apresentada onde explora

(25)

2 Fundamentação Teórica

Este capítulo pretende descrever as várias teorias que retratam as interações das redes

de relacionamento, chegando-se a um entendimento um pouco mais próximo das fontes que

exploram a confiança no capital social. A seqüência deste estudo inicia-se com informações

sobre redes nas ciências sociais; retrospectiva das redes sociais; capital social nas dimensões

estrutural e relacional; capital social e sua interação com a confiança; e, por fim, uma visão

sobre desempenho que possa ser contributivo com os aspectos que se pretende avaliar no

contexto das redes informais. A dimensão relacional do capital social foi a abordagem de

maior foco desta pesquisa.

O termo capital social foi primeiramente explicitado por Jacobs (1961). Mais

recentemente, Coleman (1990), Putnam (1993) e Bourdieu (1986) contribuíram para

influenciar as informações sobre o tema.

Em consonância com a própria tendência da abordagem gerencial em relação às

estruturas formais e informais e adotando um enfoque de rede não limitado à determinada

conformação social objetivada; as redes informais são tomadas aqui como as redes de relações

que os indivíduos formam dentro das organizações para o cumprimento de suas tarefas mais

rotineiras e os desdobramentos agenciados pela mobilização humana nas organizações

(KRACKHARDT; HANSON, 1997).

Krackhardt e Hanson (1997) distinguem redes de confiança, nas quais se

compartilham informações politicamente delicadas de redes de trabalho que facilitam o

cumprimento de objetivos e, ainda, de redes de comunicação, relativas aos indivíduos que

trocam com regularidade informações sobre trabalho.

(26)

relaciona-dependente de quem com ele se inter-relaciona. Porém, nesta relação informal não há coação.

Em uma relação de confiança, dentro das redes informais, o vínculo que se cria entre dois

atores independe da posição hierárquica que os mesmos ocupam dentro da estrutura

organizacional.

As interações da rede de relacionamentos vão se estreitando de acordo com as

proximidades dos contatos, freqüência e duração com que são travadas as relações

(GRANOVETTER, 1973). Com a continuidade dos acessos recíprocos de amizade e

confiança as relações vão se fortalecendo, repercutindo na receptividade de uma pessoa na

rede. Torna-se possível uma avaliação do uso da rede social mediante os elementos de

configuração como centralidade, densidade, conectividade e hierarquia, que afetam a

flexibilidade e a facilidade das trocas nas redes.

“A análise da discussão relacional das redes pode ocorrer por meio da diversidade de

papéis e do conteúdo transacionado” (RÉGIS, 2005, p 61). Sendo assim, há de se considerar

pela análise relacional das redes que as pessoas são influenciadas pelas interações existentes e

o conteúdo transacionado que também as motivam.

No livro “The Hidden Power of Social Netwok”, Cross e Parker (2004) analisam

sessenta organizações de diferentes atividades, identificando que a eficiência e a eficácia são

mais bem percebidas pelos executivos quando se definem como alvo estratégico as redes

sociais informais. Há, também, maiores chances do potencial criativo e inovador ser ampliado

nessas relações. O gerenciamento correto das redes sociais informais impacta sobremaneira

no desempenho da organização. Argumentações como essas nos dão alguns parâmetros para o

processo de investigação, uma vez que eles identificam como esses fenômenos acontecem.

Para Castells (1996), o desempenho de determinada rede dependerá de dois de seus

(27)

autor, nas organizações em rede é realizada nova forma de divisão do trabalho. As dimensões

desta nova divisão seriam: capacidade relacional e capacidade de atuação.

Em resposta a um ambiente de negócios competitivo crescente, as organizações

mudaram da coordenação central e hierarquias piramidais em diversos níveis para uma

variedade de estruturas mais flexíveis, sendo a rede uma dessas estruturas (MILES; SNOW,

1992). Neste contexto, o capital social surge com um importante aspecto das organizações em

rede.

Examinando-se retrospectivamente as colocações de Bourdieu (1980), o capital social

descreve circunstâncias nas quais indivíduos podem se valer de sua participação em grupos e

redes para obter benefícios econômicos convencionais. Associa o conceito à noção de “capital

cultural”, da qual aflora o tema das classes sociais. Salienta que o volume de capital social

que um dado agente detém é determinado pelo tamanho das redes de conexão que ele pode,

efetivamente mobilizar e do volume do capital-econômico, cultural e simbólico que ele pode

se apropriar na conexão com os demais membros. Para este autor, capital é um recurso de

propriedade dos indivíduos que o detém. Bordieu (1983) enfatiza que o capital social está

relacionado a um determinado grupo (rede social), estando embutido nas relações sociais das

pessoas.

O capital social também é conhecido como a vantagem criada pela localização da

pessoa em uma estrutura de relacionamentos. É um complemento contextual do capital

humano na explicação da vantagem obtida por certas pessoas. O capital social explica como

as pessoas podem realizar algo melhor por elas estarem conectadas com outras pessoas.

Certas pessoas são conectadas com outras, confiam em outras, são obrigadas a dar suporte a

outras e dependem da troca, do compartilhamento de algo com outras pessoas. A posição da

(28)

social (BORDIEU, 1986). Uma vez que o capital social pode ser estudado através da malha,

ou da rede social das pessoas, na seção seguinte trata-se deste tema.

2.1 Redes nas ciências sociais

Quando se fala em redes sociais, alguns conceitos desenvolvidos nas áreas de

antropologia e sociologia emergem. Para compreender a comunicação que se realiza entre

atores que se ligam nas redes, algumas definições importantes precisam ser melhor

explicadas. Portanto, se faz necessário compreender que quando se fala em atores, nodos ou

elos se referem às pessoas que estão se comunicando em uma rede específica.

Um sistema de atores interligados em uma rede não necessariamente está mapeado em

fronteiras delimitadas, ele pode funcionar como uma comunidade não geográfica, como se

fosse um tipo específico de sistema que se assemelhe a uma árvore. Conforme Marteleto

(2001), esta rede social, ou network, está relacionada a um conjunto de pessoas, com idéias e

valores que compartilham interesses em comum. Sabe-se que muitas correntes científicas se

inter-relacionam, mas o conflito destas correntes cria divergência e cada pesquisador dá realce

à teoria que melhor retrata a coerência de sua corrente científica específica.

Nas últimas décadas, as redes sociais passaram a ser vistas nas empresas como um

recurso organizacional. Lipnack e Stamp (1992) comentam que no futuro próximo a

participação dos indivíduos está muito mais fortalecida e conectada em redes sociais, havendo

mais troca de experiências pessoais, contribuindo para que haja uma perspectiva mais

abrangente de interação.

As estruturas hierárquicas nas redes sociais não são prioritárias nas relações informais;

(29)

relação que acontecem as diversas transações mediante interesses específicos dos atores

envolvidos nas várias estruturas do relacionamento organizacional (MARTELETO, 2001).

Muitos pesquisadores procuram explorar como essas interações vêm ocorrendo e de que

forma os espaços na rede são definidos a partir dessas socializações. É necessário neste ponto,

apresentar uma breve explanação de como as redes sociais vêm evoluindo.

2.2 Retrospectiva sobre redes sociais

Os estudos sobre redes sociais vêm evoluindo desde a década de 1930, associando o

tema a diversas teorias que vêm identificando nas relações entre as pessoas elos importantes.

A aplicação das redes para compreender as questões sociais pode ser utilizada em diversas

situações, ampliando as informações, especialmente no ambiente organizacional.

Segundo Scott (2000), três pilares estariam implícitos na atual teoria de redes sociais:

inicialmente os analistas sociométricos, que trabalharam com pequenos grupos e avançaram

com a teoria dos grafos, isto por volta de 1930. Em Harvard, estudiosos e pesquisadores,

ainda na década de 30, exploraram como as relações interpessoais e a formação de subgrupos

funcionava em seus padrões de relacionamento. Os antropólogos de Manchester, aproveitando

as considerações dos dois primeiros estudos citados, investigaram a estrutura de relações

comunitárias em tribos e pequenas vilas. Entre 1960 e 1970, em Harvard novamente, essas

três correntes se fundiram e constituíram os fundamentos hoje existentes na teoria de análise

de redes sociais.

Moreno (apud SCOTT, 2000), entre os analistas sociométricos, foi quem primeiro

utilizou sociogramas e matrizes sociais, em 1934. Ele e seus colegas, através de observações e

(30)

grupo serviam como limitantes e oportunidades para suas ações e, conseqüentemente, para

seu desenvolvimento psicológico.

Embora o trabalho de Moreno estivesse fortemente arraigado a uma orientação

terapêutica para as relações sociais, seu objetivo também era investigar como o bem-estar

psicológico estaria relacionado às características estruturais. Estas configurações se referiam

aos resultados dos padrões das escolhas interpessoais de atração, repulsão, amizade e outras

relações nas quais pessoas se envolvem. Estas relações dos “agregados sociais” foram

desenvolvidas por Moreno como grafos, onde as relações entre os atores de um determinado

grupo social são representadas por linhas ligando pontos. Segundo Scott (2000), quando cita

Moreno, argumenta que a construção de sociogramas permitiria aos estudiosos e

pesquisadores a identificação de líderes e indivíduos isolados, descobrindo assimetrias e

reciprocidades e por que não dizer, mapear cadeias de conexão. Através do que ele

denominava de “estrela sociométrica”, seria possível uma rápida visualização das relações

entre membros de um grupo.

Quanto à influência da escola de Harvard, a parceria de Warner e Mayo em 1934 na

fábrica de produtos elétricos Hawthorne em Chicago deu nova contribuição à teoria. Os

estudos foram voltados para a eficiência dos operários na década de 1920. Segundo Degene e

Forsé (1994, p.94) “estes estudos marcaram o nascimento da sociologia industrial”. Os

gerentes da fábrica de Hawthorne haviam conduzido alguns estudos sobre a eficiência dos

operários, nos quais procuraram entender a influência das alterações das condições físicas de

trabalho - como aquecimento, iluminação e período de descanso - sobre a produtividade. Os

estudiosos ficaram perplexos quando descobriram que a produtividade aumentava

independentemente das alterações que realizavam. Com a orientação de Warner, foi iniciado

um estudo antropológico. Os pesquisadores iniciaram este estudo observando o

(31)

nessa amostra. Concluiu-se pelas análises realizadas que o fator que motivava os operários,

elevando a sua produtividade em maiores esforços, era o fato dos mesmos se sentirem

valorizados pela preocupação demonstrada por seus gerentes.

Essa pesquisa reforçou o desenvolvimento da teoria de análise de redes sociais pelo

uso que fizeram dos sociogramas para registrar a estrutura das relações informais do grupo

investigado. Naquela ocasião, utilizaram-se os sociogramas para descrever as relações reais

observadas em situações verdadeiras. Nos diagramas, os indivíduos eram identificados por

círculos, ou pontos, e suas relações por setas. Os pesquisadores perceberam que os diagramas

pareciam não só com os organogramas existentes na organização, mas com os diagramas dos

circuitos elétricos que estavam pregados nas paredes da fábrica e direcionavam a montagem

dos componentes elétricos produzidos pela fábrica. Conforme Scott (2000), outros

pesquisadores sofreram influência desse estudo e encorajaram outros pesquisadores a

adaptarem os diagramas convencionais, antropológicos, às convenções do mundo das

organizações.

Por influência da Escola de Manchester, as redes centradas em indivíduos, passaram a

ser o foco de atenção. Nelas, identificam-se os indivíduos, em seguida são mapeadas as

ligações diretas e indiretas entre eles e é gerado um conjunto de redes centradas em egos.

Segundo Scott (2000), as análises de Mitchell (1969) para a teoria dos grafos e para a

sociometria fizeram com que este autor desse maior ênfase às características de organização

informal e interpessoal.

Nas organizações formais os grupos são formados com base em suas estruturas

hierárquicas, o que difere dos grupos informais, que não se ligam propriamente às hierarquias

organizacionais. Sua estrutura é orientada por uma lógica associativa, na qual a estrutura do

(32)

elos de diferentes indivíduos. Entretanto, desde que se superem as fronteiras das redes, não se

elimina a existência de relações de poder e dependência (MARTELETO, 2001).

Na literatura sobre redes há várias contribuições de autores que descrevem as

interconexões da teoria das redes de relacionamento entre as estruturas formais e informais.

No artigo: Redes Informais: a Empresa atrás do Organograma, de Krackhardt e Hanson

(1993), os autores comentam as relações que ocorrem informalmente dentro das organizações,

chamam a atenção para a força existente nos grupos informais e apresentam como tipologia as

redes de aconselhamento e de confiança. Kuipers (1999) se refere, por sua vez, às redes de

amizade e de informação, além da rede informal de confiança. São estas redes informais

descritas como rede de amizade, rede de confiança e de informação. Kuipers (1999), em suas pesquisas em redes intraorganizacionais informais, observou aspectos da confiança

correlacionados com organizações que tiveram mudanças em sua estrutura e foram bem

sucedidas. Havia pontos que favoreciam a satisfação nas atividades e o uso das redes sociais

que se baseavam na informação, onde os indivíduos podiam conseguir melhor

desenvolvimento profissional.

Com a evolução dos estudos sobre redes, diferentes posicionamentos de autores foram

realçados quanto à questão das interconexões entre as estruturas formais e informais. Nas

análises das redes de relacionamento percebeu-se que o trabalho propriamente dito é

executado pelos grupos informais. Para se compreender as estratégias de gerenciamento

dessas redes Cross e Prusak (2002) observaram que, através de uma identificação dos

indivíduos que exerciam posições críticas de ligação com os demais, era possível se chegar a

uma identificação da forma eficaz de administração. Por sua vez, Krackhardt e Hanson (1993)

examinaram as redes sociais intra-organizacionais e encontraram evidências que as

organizações bem sucedidas dependiam da compreensão dos gestores da dinâmica dessas

(33)

Marinho-da-Silva (2003), baseado nas definições de Krackhardt (1992) e Kuipers

(1999), mapeou as redes a partir dos conteúdos transacionados. Aquele autor identificou que

através de um processo de planejamento de dinâmicas de grupo, as irregularidades no

relacionamento encontradas na rede, bem como as estruturas frágeis existentes, poderiam ser

minimizadas com o empenho no entrosamento dos atores. Com esse tipo de planejamento, a

formação das pessoas poderia ser desenvolvida e suas posições na rede informal se tornariam

mais fortalecidas.

Em seqüência, passar-se-á a comentar com maiores detalhes a formação do capital

social e suas dimensões aplicáveis aos estudos das redes informais.

2.3 Redes sociais e capital social

A proposição inicial é que as redes sociais são valioso recurso para o indivíduo e para

a organização, pois se estabelecem laços de relacionamentos que funcionam mais ou menos

como se fosse um contrato entre as partes envolvidas. Essas redes tornam-se um recurso do

capital social, que pode ser interpretado diferentemente para cada pessoa. Sempre que se

comenta a respeito da formação do capital social, são feitas alusões à confiança, que cresce à

medida que o tempo passa, instituindo-se normas informais de reciprocidade,

compartilhando-se comportamentos e gerando-compartilhando-se comprometimento nas relações entre os indivíduos.

Os estudos de redes sociais mais antigos ainda tendem a considerar as características

de laços sociais, observando como as informações são obtidas, tendo por base os

comporta-mentos instrumentais. Pelo que se pode argumentar, poucos estudos ainda não se detiveram

em examinar mais cuidadosamente a expansão das informações via laços sociais e como estes

(34)

Capital social diz respeito, segundo Lima (2001), ao conjunto de normas de

reciprocidade, informação e confiança presentes nas redes sociais informais desenvolvidas

pelas pessoas no seu dia-a-dia, resultando em benefícios diretos ou indiretos, permitindo a

compreensão da ação social. Essa concepção pode contribuir para se obter maiores

esclarecimentos sobre o impacto da comunicação.

As proposições de Adler e Kwon (2002) referem-se a diferentes tipos de abordagens

usadas no estudo do capital social, destacando padrões que reduzem as várias definições. O

capital social também é tratado nos artigos de Nahapiest e Ghoshal (1998), Kay e Pearce

(2003), Marteleto (2004) e Régis (2005) de forma relacionada às redes sociais. Teóricos das

redes sociais enfatizam os benefícios pessoais, tais como: progressão na carreira, privilégios

no acesso a conhecimento e informação, oportunidades preferenciais para novos negócios,

reputação, influência e uma melhor compreensão das normas sociais do grupo como um bem

do qual o indivíduo se apropria. Putnam (1993) reconhece que o capital social está

relacionado com o engajamento cívico. A união das comunidades depende do relacionamento

social, do reconhecimento das normas de comportamento e confiança para a construção deste

capital social.

Kay e Pearce (2003), quando citam Bourdieu (1986), mostram que o capital social

caminha lado a lado com o capital econômico e cultural e fazem parte das estratégias dos

indivíduos e grupos para produzir mais capital social e/ou converter isso em outras formas de

capital social. Hirschman citado por Kay e Pearce (2003), usa o termo “energia social”

composto de três componentes –“amizade”, enfatizando o impacto pessoal do capital social;

“ideais”, os quais podem levar ao compartilhamento baseado em valores; e “idéias”, que

levam grupos e indivíduos a apresentarem novas soluções para os problemas.

Visto de modo integrado, o contexto do capital social é um recurso potencial nas redes

(35)

social pode trazer para as pessoas interligadas em redes de relacionamentossão positivos, pois

desencadeiam comportamentos cooperativos que são impulsionados pela confiança e

solidariedade (NAHAPIET ; GHOSHAL, 1998).

O estudo do capital social abordado por Nahapiet e Ghoshal (1998), enfoca as três

dimensões do capital social, que são citadas como:dimensão cognitiva, dimensão estrutural e

dimensão relacional. Como o foco desta pesquisa está nas duas últimas dimensões citadas, e

tendo-se conhecimento que é na dimensão relacional que o conteúdo transacionado oferece

uma medida da qualidade da relação optou-se em não incluir a dimensão cognitiva, posto que

as duas dimensões escolhidas são suficientes para os objetivos propostos do estudo.

A seguir, examinam-se como estas duas dimensões estão inseridas na rede, visto que a

natureza do capital social varia de acordo com cada tipo de rede.

2.4 Dimensão estrutural do capital social

A dimensão estrutural do capital social está relacionada aos atores da rede e pode ser

examinada tendo-se como base os laços, a configuração e a estabilidade da rede. A Figura 1

detalha as perspectivas desta dimensão. Outro aspecto desta dimensão é a força dos laços que

permeia as relações entre os atores da rede, já que a força dos laços pode ser medida pelo

tempo em que os indivíduos estão conectados, verificando-se a intensidade emocional da

relação, bem como a intimidade (confidência mútua) e reciprocidade em serviços e auxílios

ou favores (GRANOVETTER, 1973). Os laços existentes podem se entendidos como laços

(36)

Figura 1: Dimensões do capital social

Fonte: Adaptada de Regis (2005)

A Figura 1 apresenta duas, das três dimensões do capital social com os papéis e

características relevantes para cada uma delas. Como foi mencionado a dimensão cognitiva

não foi especificada por não constar como objeto de estudo entre as dimensões do capital

social. Na parte superior, a dimensão relacional, onde o conteúdo transacionado trata

especificamente das relações de confiança. Na base da figura, a dimensão estrutural,

graficamente representando a força dos laços fortes e fracos, a proximidade das ligações e os

(37)

Dentro de uma rede de relacionamentos os laços que ligam seus componentes, fortes

ou fracos, são fundamentais para a criação do capital social. Em seguida, comenta-se essa

importância.

2.4.1 Laços da

network

Os laços são fundamentais para o capital social, pois criam oportunidades para

transações de capital social (ADLER; KWON, 2002). A configuração da estrutura de uma

rede determina o padrão de ligações entre os membros da rede e a estabilidade da rede. A

estabilidade da rede é definida como mudança de filiação numa rede. Uma rede quando é

instável pode limitar oportunidades para que seja criado o capital social, porque se um ator

deixar a rede os laços desaparecem.

Nos laços fortes, a confiança e troca de informações são mais bem configuradas na

visualização da network, pois estes aspectos, se bem trabalhados no contexto organizacional,

facilitarão a participação e colaboração dos atores da network e ajudarão nas mudanças que se

fizerem necessárias (KRACKHARDT, HANSON 1993). Quando há conhecimento das

networks existentes, em que laços fortes e atores centrais são conhecidos, há melhores

chances para propagar as informações necessárias para que uma mudança seja efetivada

(KRACKHARD; HANSON, 1993).

Granovetter (1973) tratou da importância dos laços fracos, em oposição aos laços

fortes, para a compreensão de certos fenômenos baseados na rede de trabalho. Segundo seus

argumentos, os laços fortes tendem a agrupar pessoas semelhantes entre si e essas pessoas se

agrupam de tal modo que todos estejam mutuamente conectados. Desta forma, essa rede fica

redundante, não sendo um canal de inovação. As redes compostas por laços fracos, em

(38)

são desconectados, podendo prover de informações novas partes desconectadas do sistema.

Laços fracos são mais prováveis de ligar os membros de grupos pequenos e diferentes do que

os fortes, que tendem a ser concentrados em grupos particulares.

A ênfase dada aos laços fracos veio a dar uma nova conotação de como eles são

extremamente importantes e indispensáveis para as oportunidades das pessoas e para suas

integrações em comunidade, ao passo que laços fortes levam a uma fragmentação dos

contatos, tornando suas relações menos relevantes para o alcance das metas pessoais que se

pretende atingir. Então, do ponto de vista do indivíduo, os laços fracos são uma fonte

importante em fazer possível uma oportunidade de mobilidade e constituem papel

fundamental de efetuar a conexão social.

Régis (2005) mostrou o quanto os laços fracos são importantes no ambiente de

empresas de base tecnológica, uma vez que este tipo de laço traz informações novas para

dentro das redes de laços fortes. Porém, considerando as idéias de Kuipers (1999) sobre as

redes intra-organizacionais informais, este estudo toma como foco os aspectos da confiança

na tentativa de correlacioná-los com a percepção que as pessoas têm com relação ao papel das

redes sobre o desempenho individual.

Na seqüência os aspectos da configuração da network e as análises das redes sociais

são explicadas.

2.4.2 Aspectos da configuração da

network

e alguns critérios para análise de

redes sociais

A configuração da network se faz presente pela análise de padrões específicos de

ligação entre os seus membros e com isso se constitui a forma como a dimensão estrutural se

(39)

de se chegar à configuração tendo como base a conexão entre os atores. A configuração se

caracteriza na relação que se estabelece entre os atores da rede e outros indivíduos e como,

nessa conexão, eles podem chegar a essas pessoas. Estes aspectos de configuração - como a

centralidade, densidade, conectividade e hierarquia - impactam na flexibilidade das trocas nas

redes pelo quão acessível e extenso são os relacionamentos dos envolvidos (KRACKHARDT,

1992; SCOTT, 2000; WASSERMAN; FAUST, 1994).

As análises das redes sociais podem ser desenvolvidas sob dois pontos de vista. O

primeiro diz respeito à visão estrutural, que se fundamenta na teoria dos grafos, na qual é

analisada a rede em questão explicitando dados sobre tamanho, diâmetro e distância

geodésica. Outra corrente analisa o aspecto da coesão da rede social, mapeando os subgrupos

a partir da coesão (SCOTT, 2000).

Seguem os conceitos utilizados nas interpretações das redes sociais, com relação a

dimensão estrutural, conforme (HANNEMAN,2001), para que se conheçam as terminologias

empregadas quando da apresentação dos resultados e discussões:

Ator – são as pessoas dentro do grupo, ou rede, que podem estar alocadas nos vários departamentos de uma empresa ou outro tipo de instituição;

Ligações – são representações gráficas de linhas que conectam os pontos (atores);

Subgrupos – são subconjuntos de atores de uma determinada rede, que resultam de aspectos que envolvem a localização, funções, hierarquia, idade, nível cultural, ou sexo. Dois

atores ligados formam uma díade. Três, uma tríade;

Relação –é um tipo específico de ligações de um determinado grupo;

Tamanho – quantidade de ligações existentes entre atores de uma rede específica;

(40)

em termos de fluxo de informações, ou seja, quanto maior a densidade, mais intensa é a troca

de informações na referida rede e vice-versa (SCOTT, 2000);

Distância Geodésica - é o caminho mais curto entre dois atores de uma determinada rede;

Diâmetro - é a maior distância geodésica entre quaisquer pares de atores de sua respectiva rede;

Ainda sobre a perspectiva estrutural, há outra corrente que analisa o aspecto da coesão

da rede social, mapeando os subgrupos por (HANNEMAN, 2001):

Coesão - forte relacionamento entre atores de uma rede, formando subgrupos por tipos de afinidades por terem padrões de comportamentos semelhantes;

Clique - quando três ou mais atores escolhem a todos do subgrupo como pares em suas ligações. São as conhecidas “panelinhas” dentro das organizações. Ocorre pela

acessibilidade e capacidade de conectividade (adjacência). O conceito inicial baseia-se nas

distâncias geodésicas (n-clique) e diâmetro (n-clã), o segundo baseia-se na capacidade e

conectividade (K-plex);

N- Clique - caminho máximo pelo qual os membros de um clique serão considerados como conectados. Portanto, 1- clique, é um sub-grafo completo em si, de forma que todos os

pares de pontos estão conectados diretamente a uma distância de 1. Um 2 – clique, por outro

lado, é aquele em que os membros estão conectados tanto diretamente ( a uma distância de 1),

tanto indiretamente através da sua vizinhança (distância no. 2).

Reciprocidade - as ligações entre os atores, que são analisadas quanto ao sentido (representado por setas). Diz-se que as ligações são recíprocas quando fluem nos dois

(41)

Quanto à segunda perspectiva, a da coesão, observam-se a análise da rede social

centrada em egos, suas ligações e o papel que exercem nas redes. Seguem os conceitos das

terminologias utilizadas, segundo (HANNEMAN, 2001):

Posição - são os indivíduos que estão envolvidos em redes, que se aproximam de alguma forma por semelhanças;

Papel – são padrões de relações entre atores ou posições;

Centralidade: é a medida de quão acessível um determinado ator está para os demais atores de uma rede. Calcular a centralidade de um ator significa identificar a posição em que

ele se encontra em relação às trocas e à comunidade na rede. Portanto, o poder de um ator

depende do grau com que ele monopoliza o fluxo de informações, favores e serviços entre os

membros de uma rede (HANNEMAN, 2001). Para este autor, as medidas de centralidade são muitas vezes usadas para a análise das redes sociais. Cabe ainda explanar os tipos de

centralidade, descritas abaixo:

Centralidade de entrada– é a medida do número de ligações que um ator recebe de outros atores, denotando popularidade ou receptividade;

Centralidade de saída – representa a medida do número de ligações que um ator estabelece com outros atores da rede, denotando expansividade;

Centralidade de proximidade – medida do número mínimo de passos que um ator necessita realizar para estabelecer uma relação com qualquer outro ator da rede, denotando

autonomia. Quiroga (2003) interpreta a centralidade de proximidade como a capacidade que

uma determinada pessoa tem de acessar todas as outras pessoas da rede;

Centralidade de intermediação –baseia-se no controle exercido por um ator sobre as interações entre dois outros atores na rede, denotando a capacidade de interrupção. Quanto

(42)

elevada será sua centralidade de intermediação. Por conta disso, esses atores são chamados de

pontes;

Centralidade de Bonacich– trata-se de uma medida qualitativa de centralidade, pois

leva em consideração não apenas o número de referências que um ator recebe de outros

atores, mas o prestígio do primeiro, denotando, também, o aspecto de prestígio em relação ao

ator analisado;

Visto que todos os termos utilizados na rede social com relação a dimensão estrutural foram explicitados, apresenta-se a primeira questão norteadora do estudo:

QN 1: Como se estabelecem as redes de relacionamentos informais referentes à dimensão estrutural do capital social no call center do Banco BGN?

Em seguida, será apresentada a segunda dimensão do capital social a ser tratada neste

estudo, conforme apresentado na Figura 1.

2.5 Dimensão relacional do capital social

No tocante à dimensão relacional, o conteúdo transacionado oferece uma

medida da qualidade da relação. A natureza dos itens transacionados indica não apenas o

investimento dos atores na relação, mas especificamente os benefícios que estes esperam

auferir e, desta forma, denotam a importância da relação, mas especialmente os benefícios que

estes esperam auferir da relação quando comparada com outros tipos de relacionamentos

informais (BOISSEVAIN, 1974).

Na visão de Nahapiet e Ghoshall (1998, p.243), capital social é “a soma dos recursos

reais e potenciais envolvidos, disponibilizados e derivados das redes de relacionamento de um

indivíduo ou unidade social”. A partir dessa definição, a dimensão relacional está focada nas

(43)

identifica o papel dos laços entre os atores, as suas interações sociais e diversidades com

relação aos conteúdos transacionados entre os mesmos. Nahapiet e Ghoshal (1998) citam que

dois atores, mesmo equivalentes em suas posições em uma dada configuração estrutural da

rede, podem, em suas ligações pessoais e emocionais com outros atores, ter comportamentos

bem distintos na troca de informações ou de outros interesses.

Na visão de Fukuyama (1995), a necessidade de confiar é tão importante quanto a

satisfação de ser igualmente confiável, do contrário, não há cooperação entre as pessoas.

Seguindo essa linha de pensamento, Putnam (2002) também argumenta que a confiança se

desenvolve através da cooperação. Em contrapartida, a própria cooperação gera confiança,

sendo o ambiente estável fundamental para que esta relação se estabeleça. Segundo Putnam

(2002), um elevado grau de confiança é a base sólida para a constituição do capital social.

Como visto, uma condição para o surgimento da confiança é a estabilidade. Rousseau

et al. (1998) identificaram a questão da expectativa quanto às ações positivas do outro

indivíduo como elemento integrante da confiança, sendo possível relacioná-la ao grupo como

um todo.

A seguir serão vistos os componentes relacionais para a análise das redes sociais

informais.

2.5.1 Componentes relacionais para análise de redes sociais informais

Os componentes de diversidade de papéis e o conteúdo transacionado são os aspectos

que podem ocorrer nas análises da dimensão relacional (INKPEN; TSANG, 2005) e que

tornam possível mapear as transações entre os indivíduos, como a amizade, a troca de

informações e a confiança (Figura 1). As características da rede são impulsionadas pelas

(44)

acordo com o campo de atividade que cada indivíduo está envolvido. Estas relações são

provenientes de posições que, sociologicamente, estão relacionadas às normas e grau de

expectativas que se dirigem a determinada posição de um ocupante (BOISSSEVAIN, 1974).

Cada pessoa assume um ou mais papéis específicos: professor, sócio, amigo, empregado,

marido, pai, por exemplo. Através de cada papel uma pessoa entra em contato com grupos

particulares de pessoas que compartilham a mesma atividade ou interesse.

Assim, pode-se dizer que: A tipologia da dimensão relacional descreve o tipo de

relacionamento pessoal que as pessoas desenvolvem através de suas interações”

(GRANOVETTER, 1973, p.1360 - 1380) sendo a confiança fator chave (FUKUYAMA,

1995; PUTNAM, 1993). Como apresentado na Figura 1, a confiança é tratada como o

conteúdo transacionado na dimensão relacional. A seguir, este conteúdo será tratado em mais

detalhes.

2.5.2 Conteúdo transacionado

“Define-se conteúdo transacionado como sendo os elementos materiais e não materiais

trocados entre dois atores em uma situação ou relação particular” (BOISSEVAIN, 1974,

p.285 ). Os elementos transacionados, de certa forma, dependem do papel e da maneira como

o papel é desempenhado pelos atores. A natureza do que é transacionado nas redes indica

tanto o investimento dos atores na relação, como os benefícios que os atores esperam auferir

da relação. Isto denota a importância dessa relação específica em comparação com outras

relações (MARINHO-DA-SILVA, 2003).

Alguns pesquisadores, segundo Kuipers (1999), consideram o tipo de recurso que flui

(45)

conteúdo transacionado é específico a cada tipo de rede. A rede informal de confiança

apresenta uma definição básica:

Rede de confiança - rede informal na qual um ator se permite correr riscos abrindo

mão do controle dos resultados e tornando-se dependente de outro ator, sem a força ou coação

da relação contratual, estrutural, legal ou de uma terceira pessoa.

Para Santos (2004), os laços de confiança são mais centrados na pessoa do que na

posição ou no cargo que esta ocupa e requerem um pouco mais de tempo para estabelecer

relações confiáveis e correr riscos.

A seguir, será abordada a interação do capital social com a confiança.

2.6 Capital social e sua interação com a confiança

A confiança, a reciprocidade e o sentimento de pertencer e partilhar compromissos são

alguns dos elementos constitutivos do capital social. As relações de confiança entre as pessoas

geram na organização um sentimento de bem estar e conforto, podem ser consideradas um

mecanismo de controle social que reduz a incerteza e a complexidade das relações, assim

como o risco para aquele que confia (BACHMANN, 2001; LUHMANN, 2005).

Há vantagens comuns na reciprocidade porque as pessoas não esperam retorno

imediato de suas ações. Esses laços podem abranger as pessoas que estão internamente numa

organização, assim como, suas relações com organismos externos (KAY; PEARCE, 2003).

As relações entre os elementos do capital social podem ser entendidas e expressas de

diferentes formas. Kay e Pearce (2003) desmembraram o conceito em cinco elementos:

Imagem

Figura 1: Dimensões do capital social  Fonte: Adaptada de Regis (2005)
GRÁFICO 01: Forças dos laços na rede do call center (*)                         Fonte: A própria autora
Figura 7  Cliques  Fonte: A própria autora
Figura 9: Rede de confiança  Fonte: A própria autora
+7

Referências

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