l"IIIIIlIlIlIlIlIlIlDI"lmllli 11
J
\
IMPERFEITOS E ESQUECIDOS
Os deficientesffsicos, sua condiçio, ba~~eiras
e atitudes no Município de SioPaul0
\
\.Banca Examinadora
Prot. orientador Carlos R. Del Nero
P~ofa. OleIia de Lanna Sette Torres
\{
t I
FUndaçio Get61 ia Vargas
Escola de Administraçio de Empresas d~ Sio Paulo
.
.. [r
Mérc:ia Lucia de Melo Ne ves Cha~
J'
IMPERFEITOS E ESQUECIDOS
,
'r
I I
Os deficientes ffsicos, sua condiçio, barreiras
e at itudes no Municfpio de Sio Paulo
Dissertaçio apresentada ao Curso de
P6s-Graduaçio da FGV/EAESP
Area de Concentraçio: Administraçio
Hospitalar e de Sistemas de Sa6de,
como requisito para obtençio de
titulo de mestre em Administraçio
Hospitalar ede Sistemas de Sa6de.
Orientador: Prof.Dr. Carlos Del Nero
S~~o Paulo
M~rcia Ldcia de Melo ,Neves.
CI-IADE, Imp erf'e ,itos e
e s que c idos: os deficientes ffsicos.
sua condição,
barreiras e atitudes no Munic'pio de Sio. Paulo. Sio
Paulo. EAESP/FGV, 1987. (Dissertação de mestrado
apresentada ao Curso de P6s-Graduação da EAESP/FGV.
Area de Concentração: Administração Hospitalar e de
Sistemas de Sa6de.
R e5 Uino T r a t a do p r o b 1E.'m a d o def iciE:.'n t e ffs ic:o no
.
Municfpio de Sio ~aul0. sob seus aspectbs sociais.
suas reaç5es, enfatjzando a neCEssidade da
padroni-zaçio dos termos técnicos, caracterizando a
situa-ç~o atual do deficiente e apontando soluç5es.
Abor-da as barreira existentes e as ent idades de
defi-cientes e prestadores de atendimento ao deficiente.
PalavraS-Chaves:
Deficiéntia-Incapacidade-Desvanta-gem - Entidades de deficientes - Reabil itaçio
EtC.
. '1
,
, \·.tlc.
, ,
!
i i i
A todos os deficientes, para mo s
t
rar+-Lh esque nio se encontram s02inhos nem esquecidos
na sua jornada.
Aos ~eus filhos, que muitas vezes ficaram
iv
Agradeço a todos que partilhara~ comigo a real izaçio
deste estudo
· A6 meu marido, cuj~ com~reensio foi
necess'ria em muitos momentos.
• A minha famflia.
• Aos meus verdadeiros amigos.
Os deficientes também sio gente (1)
Ke ik o Yosh imura
P'ar
a
ser sincero com i90 mesmoCon fE~sso
Que nio gosto de sair
Gosto das pessoas
Mas detesto as multid3e:-s
betesto os lugares
Onde possa haver muita
gente:-\
Os parques de"divers6es
Não me atr aem
As 1cJas s~~o IJm in fel"no
No cinema incomodo todo ~undo
Dete s
t
oQuando me olham fixamente
Detesto
Quando fingem não me ver
Por que tem de ser assim?
Eu
também sou °gente:-°Não so~ de outro planeta
Tampouco sou Um monstro
Oue tenha de se es~onder
Tenho vontade de viver
Gosto de comer e de beber
Gosto de me se:-ntir vivo
Por qUe os outros me olham
Ou fingem que não me vêem?
Por que me tratam de modo diferente?
Os deficientes tamb'm sib gente
Todas as pessoas são diferentes
VI
INOICE
Página
TABELAS. QUADROS,
GRAFICOSE FIGURA •••••...
xiiRESUMO E SU-MA,R Y • a D••••• a ••• a •• o a li " li"11 •• a o ti ,_ " G •••• li •• a li •• li li •.• o:<V i i i
I,NTRODUC~O :
,li li li li ••• li •• o li O••••• li •• a li ".•• li ••• ti 'o •••• a " " o •• li li ••• li iPARTE I - O AMBIENTE/O CONTEXTO/O CENARIO ••...•.•..•.
0::"..JCAPItULO 1: Defini,Ses e toneeitos básicos ••..••• ~••~.. 6
1.1. Considera'aesgerais... 6
1.2. Termos t'cnicos sugeridos pela OMS •••••e•••••••• 7
1.3.
Termos utilizados... 71.4. Processo inca~aeitante ••••••••• ~•••••••. _... B
1.5. Exemplos do uso dos termos técnicos... 9
1.6. Tipos d~ deficiência, a,Ses necessárias e
obje-t ivos .•" li," ••••••• " •• " ••••• Q tt • a li a o D ••• " .ao •• D' a •••••• os " •• u .., " li •• 11
1.7. Reaç3es psico16gicas... 14
1.8. Reaç3es familiares... 1~
CAPITULO 2: Barreiras encontradas pelos deficientes •• ~. 18
2 .. 1" Bar te i r c\s v i s fve iSli •••• li a •. li ••• o " li li li •••• li ., " o.'a D D ,. e " •• " 1 E~
2.i~i. Barreiras flsicas... 18
2.2~2. Barreiras econOmicas ••...••••••••...••••• 20
2.2. Barreiras invisfveis .•••.••••.•.. ~ ••••• ~... 21
:;.~.2.1. At itIJd€s. ,. ~~ o •• a O • o o • DO •• ., • a _ • o 11'1,0 2t
•
vi i
Página
PARTE 11 - OS ATORES/OS PARTICIPANTES
CAPITULO 3: Situaç:ão
atua l do
deficiente, I
3.1~ Pano~ama g}obal... 25
3.2.Situa,~o dos países em desenvolvimentd... 26
3&3. Situação da Região Metropolitana de Sio Paulo... 31
3.3.1. Situação esperada... 32
3.3.2. Situaçio encontr~da ••••••••.•.••• ~ ••••••• 32
3.3.3. Comparação entre a si tuac âo esperada e
a entontrada ••••••
r...
493.4. Ent idades cada~trad:as•••D •••••••• ' .••••••••••••
a...
513.4.1. Entidades de defitientes físicos... 58
,3.4.2. Entidades para deficientes ffsicos... 58
3.4.3. Entidades visitadas (para) •••.•••••.••••• 61
3.4.3.i. Associação de Assistência
à
Criança Def'ei,tuosa(AACD).... 61
3.4.3.2. Centro de Reabilitação da
San-ta Casa de Miseric6r~ia de
sãG
Paulo...
70
3.4.3.3. Divisão de Reabilitação
Pro-fissional de Vergueiro •••.••••
3.4.3.4. Subdivisão de Reabilitação do
Servi~o Social da Ind6stria
74
vi i i
3.4.4.
Entidade
~orrespondida
(para)~ •••••• ~...
86Pág
ina
Reintegra~ão
do
.Incapacitado
3.4.5.
Entidade
entrevistada
(de)~ •••••••• ~....
893.4.5.1.
N6cleo
de Intesraçio
do
Defi-( S OR R I ). •• o • • • • • • • • o • • • • • • • '. • • • • 86
3.5.
Entidades
governamentais •••••••
o~ ••••• o •• _o •••• o 92ciente •.•••••••••••••••••••••••••
893.5.1.
Prefeitura
do Município
deSio Paulo .••••
92
3.5.2.
Governo
do Estado
deSib Pa~lo ••~...
933.5.2.1.
ConseJho
Estadual
para
A5suntos
·da PeSSoa De'iciente .•••••• ~ ••
wo93
3.5.2.2.
Centro
de'Reabilitaçio
Implan-3.5.2.3.
Grupo Espetial
deAtendimento
e
tacio no Estado de Sio Paulo....
95En
cam inhamentô
de
Deficientes
(GEAT€:) •••••.••••••••••••••
oo....
953.5.2.4~
Grupo de Informação,
Treinamento
e Orientaçio
(GITO)o; •••• ~...
107Fundo Social de Sol idariedade
do
E5tado
de S
i
o
PaIJ1o •••.••• ••••••
108
3.5.3.
Instituto
Nacional
de Assisttntia
Médica
da Previdência
Social
(INAMPS)...
109
3.5.3.1.
AnteprOjeto:
·Criaçio
e
Implan-tacio
do Centro de Reabilitacio
,
"'.',.
Página
3.5.3.2. Unidades de Medicina Física ~
Reabilitaçio; proPdsta:
requisi-tos para credentiamentos.
~an-tratações e convênios;
forillu-1'rio de controle e avaliaçio ••• 110
Política. de reabilitaçio •••••••• 110
3.5.3.4. Sistema Unific~do de Reabil
ita-t;
·ãa (
SUR ) • fi _ a .•• ti •••••••• (J •• o •• o o • i 113.5.4. Instituto Nacional de Previdência Social
( I
Np
S) __..M'•••••• " " o ••o. ti •••••••••••••• a ••••••• D ~ o., ti o • • 11.13.5.4.1.- Centro de Reabilitação
ProT'is-sional do Instituto Nacional de
Previdência Social •••••••••••••• 111
PARTE 111 - O
CAMINHO/AJORNADA ••••••.••..••.•.••••••••
ii4
CAPITULO 4 Procedimentos I\\etodo16g ic o s •••••• ti • • • •• • • • 115
4-.1,! - übJe tt vo s •••••••••• Qo •••••• oe •••• e ••• e ••• oe.Do 115
4.2. - Metodologia ••••••••••••••• ~ ••••.•• ~~ •••••••••• 116
PARTE IV - A SOLUCl!iO... 118
CAP!TULO 5 Re-a
t)-
i 1: i t a C;.ã··Q • •. • • • " • '. o ••••••••••• o o o • a •••••• o • • 1i
95.1. DefiniçEes e conceitos •.•••••••••••••••••••••••• 119
5.2. Hist6ria da reabil itaçio •••••••••••••••••••••••• 1"')c...c..
Pág
ina
5.4.
Reabilitaçio
como processo •.••••••••••••••••••••
1275.4.1.
Fas€s da PrQcessa ••••••••• ;••••••••••••••
128
5.4.1.1.
Recuperaçi6 ••••••••••
w •••••••••• 1285.4.1.2.
,R€'E'd.lcaç:ão •••• ~ •••••••••••• ·•••• Q 128.5.4.1.3.
Rea~apta~io ••.••••••••••••••••••
1285.4.1.4.
Re~oloca,io/reemprego
•••••••••••
1295.5.
Reabllitaç~o
profissional ••••••••• ~ •.•••.•••• :••
1295.5. L
Alternativas
de emprego •••••••
o •••0...
1315.5.1.i.
Emprego competitivo ••••••
o •••• ~. 1315.5.1.2.
Emprego sel~tivo.~.o ••••••••••••
1315.5.1.3 ..
Tarefas eoper.~ações
parc iais
emais
simples de uma bcupaçio
ou
c:·a .,..'9O. 11.. ., o • .' ~ • • • Q a_li ta •. ., • Q D• ., • a' co a '" 1.31
5.5.1.4.
Oficin. protegida
ou obrigada •••
1315.5.1.5.
Grupospr'~cooperativos,
coope-...•.
rat ivas
especializadas,
coope-ra t
iva
smu
1t
iati·v
ás • • • • • • • •• • • • 1315.5.1.6.
Trabalho
arte sana l••••••••••••.•
j.3~~
5.5~1.7.
Trabalho autOnomo •••••••••••••••
1325.5 .•
1.8. Trabalho domici
1iar ••••
0...
1325.6. tquipe de reabilitaçio ••••••••••••••••••••••••••
132PARTE
v-
AREFLEX~OIA PROPOSTA 00 ·CAMINHO... 134C~PITULO
6: Coment'rios/conclu~io
•••••••••• ~••.••••••••
1356 •.
i.Coment
á
r
ios. ••••~••.••••••••"•.••••.••••.•••.•
e • • • •1
3.5CAPITULO
7: A propostaBIBLIOGRAFIA ••
NOTAS ••• o •• n •• o ., ••••• a _ • "
ANEXOS •••••••
~,
•• '•••• O a o •
Página
do ca.mi nho ••••• •• •• • • • •• • • D •DO. • 140
• • • • • ., o • • • • • • • • • a _ • • • D • • • • • • • • • 143
a a a P ft _ a ,a a a • • • • D n D a a _ • o o • G OQ Q • •o 147
x i ;
Página
INDICE DE TABELAS, QUADROS, GRAFICOS E FIGURA
.~
TABELAS
I ~ Causas de inc~pacidade, desvantagem e nÓmero est
i-mado de pessoas incapacitadas, desvantajosas no
nl'Jndo. - . '. . . . - ...•... 11 ••••• o ••••• o 111• o ••••• Q D •• a O • O
27
rI -
Estimativa global das necessidades de reabilitaçio'~
para p~rses emdesenvolvimento.~ ••••••••••••••••••• 30
111 - Estimativa superior e inferior do nómero de
defi-cientes no Bras;'l, Estado de são P'aulo , Resl ão
Metropolitana de Sio Paulo. Municfpio de Sio
Pau-lo, fé ita a partir de dados do censo de
1980 •.•.•..••..•.•••••••••• 0 ••••••••••••••••••••••• 33
IV - Estimativas superior e inferior do nómero de defi
cientes na Regjio Metropolitana de Sio Paulo,
se-gundo a populaçio residente em 1981.
• ~ • ~ • ~•••••• ' ••••• ~ a a - • a - O O •• Q • o·. O a _ o • o _ • 0.0 a _ o Q D • _ a a 34
v -
Quantidade de pessoas deficientes e porcentagemsegundo o tipo de deficiência ou incapacidade na
Regiio Metropolitana de São Pa
x i i i
Página
VI - Quantidade e porcentagem de deficientes de acordo
com o tipo de deficiéncia ••••••••.••.•••••••.•••••• 36
VIr -
Quantidade e porcentagem de deficientes físicos emrelaçio a todos os outros tipos de deficifncia... 37
VIlr -
Quantidade e porcentagem por tipo de deficiéncia ouincapacidade frsica ••••••••••••••• ~ •••••••••••••
Q..
39IX -
Di5tribuiçioda
frequência dasincapacidades/defi-ciências em geral por classes de idade... 40
x -
Pessoas deficJentes por classes de idade, segundo otipo de defici~ncia ou inc ap a cidad eI na Região
Metropolitana de Sio Paulo - (1981)... 41
XI -
Distribuiçio da frequéncia absoluta e relat iva dasdeficiências/incapacidades flsicas por classes de
idade" •..•• 11"." •• o. It. a" o •••• a _ •• ti •• " >. a a ••• o a o •• o •• (). 42
XII -
Distribuiçio das frequéncias absoluta e relat ivadas deficiências/incapacidades físicas e das demais
defjcifnci~s/incapacidades por classes de idade.... 43
XIII -
Pessoas deficientes que receberam assistência, portipo de assistência, segundo o tipo de deficiência
x iv
XIV --
QI.1antidade das def iciénc ias/i n c ap ac id
ad e s f f si c a s eoutras que receberam assistência, por tipo de
as-t,
sistêl1 C ia. ti " •. u " b a ••• o •••••• " ;.. " " o ••••• a:CI •• " ••• " ali. ti •••• " a " 46
XV -
Pessoas deficientes/incapacitada~ flsicas eou-tras, segundo assistência recebida ou nio...
47
XVI ~
Porcentagem das pessoas que receberam e das que nioreceberam assist~ncia, segundo otipo de
deficiên-cia/incapacidade •••••••••••••••••••••• o•••••••••••• 48
XVII -
Porcentagem do· tipo de incapacidade/deficiência,segundo o tipo de assistência recebida •••• ~ •••••.•• . ...Jc..I=-~
XVIII -
Frequência absoluta e relativa dos candidatosca-dastrados pelo
GEATE
sEgundo o tipo de deficiência(janeiro aS/março
87)...
99
XIX -
Relaçio dos candidatos cadastrados peloGEATE
se-gundo o tipo de deficiência; candidatos
encaminha-dos e admit idos; vagas ofertadas, canceladas e
d!spon(veisi empre·sas cada strada s e v i5itas
P<igina
xx -
Distribuiçio dos candidatos cadastradosencaminha-dospe10 GEATE e admitidos de Janeiro de 85 a março
de 87 ..•00•••••••••••••••••••••••••••••••••• ••••• ••••••• 101
XXI - Distribuiçio dos candidatos admitidos enio admit
i-dos, segundo atividade$ do GEATE de janeiro dê 85 a
março de 87 ••••••••••••••••••••••••• ~ •••••• ~ ••.•••• 102
XXII - Frequéncia ~bsoluta e r e tat iva dos cand idato s
deficientes ffsicos cadastrados pelo GEATE, segundo
o se!·:o···.- •...•....•.•.. ~.oo •• .,e.oo.o.o ••• 103
I
XXIII - Frequéncia absoluta e relativa dos candidatos
defi-cientes físicos cadastrados pelo GEATE, segundo as
classes de idade •••••••••.••••• o.QIlI •••••• oa'e.o •••.•• o 1.04
XXIV - Frequéncia absoluta e relativa dos candidatos
defi-cientes físicos cadastrados pelo GEATE, segundo a
escolaridade •••••••.•.••.••••••.•••.•..•••••••••••• 105
XXV - Distribuiçio dos candidatos cadastrados pelo GEATE,
-.
Página
QUADROS
i - Quadrp comparativo entre a situaçio e~perada e a
encontrada na Regilo Metropol itana de
510
Paulo( 1981 )o • o •• o o é o • o •• ti U'•••••••• ti _ • Q •• " ••••• o ., ••••• a ~ o o ., 50
2 - Ent idades cadastradas de são Paulo (Capital) no
Conselho Estadual para .Assuntos da Pessoa
Deficien-te, segundo sua localjza,lo ••••••• ;o ••••••••• ~~ ••• o 55
,~
3 - Entidades cadastradas no Conselho Estadual para
Assuntos da Pessoa Deficiente, segundo,sua
locali-zaçlo,
ap6s correçlo dos dados •••••o •• ~lo •••• oo.o..
56,
4 , Qistribuição'das entidades segundo () tipo de
defi-(';iên c ia. a " .•• li " o •••••••• -o ••••••• e o •• o ••• o ••• D ••••• ti o • ., :; 7
5 - Entidades de e para deficientes ffsitos na Região
Metropol itana de São Paulo... 59
6 -Pacientes atendidos no mês de julho de 87 na AACD.. 66
7 - Pacientes atendidos no mês de julho de 87 segundo o
tipo de freql.1éncia.. • .• • . . •• ..• . . •• • • • • • • •• •• •• • . • • 67
8 - Quadro comparat ivo de pacientes atendidos de acordo
com seu diagnóstico n05 anos de 1984,1985 e 1986,
•
xv i iGRÁFICOS
1 - Histograma e POlfgono de frequência das
deficiên-cias/incapacidades ffsi~as e outras
deficiências-lincapacidades, segundo as classe~
de
idade... 442 - Cbmparaçio entre a estimat tva superior e inh:ribr
da situaçio esperada e a sjtuaç~o encontrada em
relaç~o ao nómero de pessoas
deficienles/incapaci-tadas na Regiio Metropol itana de S~o Paulo (1981) •• 53
FIGURA
1 - Inter-relaçio entre medidas de Prevenç~oJ
Re ab i 1 ; tat;ãc) •... " ..a •.•••••.•••. ., .0 O •• O a _••••• Q •• " O •• l1li" ~ •.• o o • i26
xv i
RESUMO
A autora estudou a situaçio atual e a condi~io do
~eficiente ffsico no Municfpio de Sio Paulo. procurando
mostrar a falta de uma padronizaçio de conceitos e
definições, existtncia de barreiras visíveis
d ef ic iente. Detectou a inexisttncia quase total de dados
quant itativos a respeito do deficiente. bem como. cartncia
de recursos existentes para o atendimento reabil itacfonal
I
dos mesmos. atrav's do confronto entre os dados estimados
pela OMS e os dados encontrados. Discutiu essa situac;io'
en c on tr ada , concluindo que os deficientes em geral enio
somente os f15i205.
desassist idos.
sio realmente esquecidos e estio
Propõe. dentro da soluçio apresentada: a reab i1i t~'\c;)io;
c om a r ea1iz a
c ~~
6 d e uílla r e a b iI itaC;ão sim p1if ica da, ap 1i-cando-se um Sistema Reabil itaclonal Comunitário, nos mol-'
des da ReabiI itaçio Baseada na Comunidade,
OMS para os pafses em desenvolvimento.
XIX
SUMMARY
This stud~ shows the current posit~ori and life sjtuation
of the ph~sical1~ disabled in the Cit~ of S. Paulo. The
stud~ points to the lack of consensus conce~ning
defini-tians and concepts used in the field, as ~well as the
existent barriers, both visible ~nd invisible, which
pre-vent integration andreintegration ofthe disabled person.
Furthermore, the stud~ exposes the lack of quantitative
dat~ on the disabled, addressing the need for rehabil
ita-t ional services, pairing the informat ion found in S. Paulo
with the est imate$ made b~ the World Health Organi~atjon.
The authoress discuss~s the situatiDn found, arriving at
the conclusion that the ph~sical1~ disabled are forgotten
and uncared for. Fjnal1~, there is a direction to follo~,
indicated b~ the authoress as being rehabil itat ion, tak ing
the mode1 of the Rehabilitat ion based on the Communit~,
INTROOUC~O
E
importante o reconhecimento.da dignidade do homem e asua
,
importância como pessoa integrada na sociedade.
Além disso, todos somos iguai~ perante a lei, com os
mesmos direitos, os mesmos,deveres. Por outro lado,
f'ala-se muitol em saóde tomo d~reito do ~idadio, como dever do
Estado e como um completo bem estar bio-psico-social;
mas a realidade ~ outra. Basta· pensarmos nos deficientes
parc\ ver Ificar que, para a ~ociedad~, eles sio
di/eren-tes, nio possuem os mesmos direitos e nio têm assegurado
seu acesso ao tratamento, visando· melhoria na sua
quali-dade. de vida.
De acordo com Stolov(2), o s~culo
XX
trouxe mudanças naMedicina tradicional, em relaçio ao tratamento das
doen-ças, o qual foi substituldo pelo tratamento dos
pacien-teso Nio podemos aceitar que haja uma assistência
adequa-da, se os p ac ien t e s poI~tadore s de u ma d e f'ic ién c ia ou
incapacidade nio forem capazes de viver e trabalhar com
s~~~ funç6es restantes.
Intel izmen t
e ,
pOljca atenção v e1\1 sendo dada aodeficien-te como;·pessoa· qÍjetambém sente, que tem e~oÇaes
(pro-b 1em.as , aspiraç6es, tristéza, alegria,
te-mores), enfim, que vive, que tem expectat ivas
profissio-nais e soc iais , interesses intelectuais, vontade e d
irei-to ao lazer, e
t
c.
Esse esqueci~ent6 começa com aspara pessoas normais·, sem e sp aço para .os defic ien
t
e s'Isicos - pois se eles se aventurarem sair
à
rua, ser'uma temeridade - serib atropelados pela multidio, qUE
sempre está com pressa, al'~ de terem de enfrentar as
grandes ~arreiras arquitetónicas existentes. Por isso,
talvez, os deficientes nio gostem de sair, enfrentar as
barreira~ físicas, as multid3es, a sua condi,io de
"dife-r en te s " •
A c r e s c en
t
e industrializaçio e urbanizaçio de nOssocada vez mais a populaç~o a riscos como
acidentes de trânsito e acidentes de trabalho, ql..l€'
inva-riavelmente deixam seqaelas, tornando as pessoas
"dife-r ente s ", Portanto, in e vitave lmen
t
e , o númer o de def ici en+tes e incapacitados vem aumentando
just ifica a tomada de dois
-progl"ess ivamen te, o
tipos de medidas:
(a) prevençio de ocorrências infortunfsticas, que possam
causar incapacidades primárias ou s~cund'riasi
(b) atendimento ao incapacitado.
Na prevençio da ocorrência de situaç5es que po~sam
ocasionar deficiência e/ou incépacidade, todos n6s
parti-c ipamos, direta OIJ indiretamente, tanto aceitando os
deficientes como parte integrante da populaçio como até
colaborando no tratamento dos mesmos.
E
urgente que setOmem me~idas que garantam a integraçio das pessoas • i
m-PBI'"feitas e esqlJ.ecidas·, para que saiam da sua condição
de segregadas e passem a viver e desfrutar plenamente a
Esfe estudo trata da' situaçio dos deficientes físicos.
procurando compreender suas formas de organizaçio,
ten-tando : 'mostrar a realidade de vida que enfrentam, s eu s
prob 1ema s , su as a sp irar;ões, e buscand6 soluç5es
adequa-das às:slJas cond icBes para reintegrá-los ao todo social.
Isto será verificado atrav~s daidentificaçio de
enti-dades formadas pgrdeficientes físicos e entidades que
prestam algum tipo de atendimento a eles, d~~fin idas como
entidades de deficientes e ent idades
para
deficientes,respectivamente.
Num mundo supostamente perfeit6, uma parcela de
·imper-fei
t
o s" costuma ser esquecida,. -me smo q1le nãoconsciente-mente, através de medidas tomadas a qualquer nIve l '- de
governamental a indivJdual, de ideológico a físico
que bene~iciam os p~rfeitos e omitem os ·im~erfeitoa·.
E
urgente que essa parcela, que não
é
tão pequ~na, sejalembrada, ouvida, assistida.
A
primeira parte deste estudo mostra o ambiente, ocon
t
e!·:to, definindo e conceit~ando os termos ut i1 izados,id'en ti f icando o s
..
tipos de defi~iências e as barreirasexistentes. A segunda parte mostra e anal isa a situação
,
: <~ atual do deficiente que é o objeto do nosso estudo. Na
des~revemos o caminho que foi ut ilizado
atrav~s dos objet ivos e metodologia, para qUE pudtssemos
propor a soluçio, na parte quatro. Por fim, a partE cinco
foi util izada para tecermos comentãrios e discut irmo~
Conc}IJfnlC>sql.l€'
há
mu ito para se fazerem prol dodefi-ciente e levantamos pontos de reflex~o para todos
a-"
queles que
se
interessam por essaproblemática,
um caminho
a
éerseguido
,.."
Parte
I
CAPITULO
iDEFINICOES
E CONCEITOS
SASICOS
1.1. Considera,aes gerais
Tentaremos definjr alguns termos util izados ao 10n90 de
toda a exposiçio, os quais, apesar de necessitarem ser
bem compreendidos hoje, n~o sio imutáveis, podendo ser
definidos de outra maneira e sofrer mud~hças amanhi,
pois novas experiências, novos conhecimentos, novas
i-r
reformulaç5esdéi~s podem ser conceituaisincorporado~,futuras.levando~ importantea lransforma,3esque eosignificado de alguns termQs t~cnicos seja .bem
compreen-dido, tenha consistência e seja usado com propriedade.
Faze~ um diagn6st ico médico atrav~s dE uma anamne~iE
cuidadosa, exame flsico geral e especial, exames
subsi-di'rio~ oportunos rotula o paciente como portador de um
mal, qUE tem um nome definido, ou seja, o paciente
é
portador de uma palavra,. que significa e ident ifica sua
doença. Esta condiçio palo16gica,
assim diagnosticada, nio nos dá nen~uma informa,~o sobre
suas conseq~ências, pois: estas podem ser passageiras,
l~ves, revErslveis, ou podem
serpermanen-tes, imutáveis,
.
IrreverSlvelS,,. podendo trazerdificul-dades l pessoa portadora de tal condiçio. Esta
dificul-dade pode 1 imitar a possibilidadt da pessoa executar
suas fun,8es normais de vida. bQm como de part icipar da~
Para definir a pessoa portadora d e s sa. dif ic u ld ade , a
Organizaç:ãoMundial da Saú'd e - OMS sugeriu alguns termos
t~cnieos comoimpairment, disabilit~, handieap e
disabi-lit~ process, o processo pelo qual essa pessoa passa.
EsSes termos foram traduzidos para0 espanhol
co~odefi-ciência, discapacJdad
e
desvantagem, mas na nossa línguanão têm uma traduçio bem adequada.
1.2. Termos técnicos sugeridos pela OMS
A
OMS, sugere a util iza,io dos seguintes termosttcni-cos:
- ímp air ment
é
qua Iquej- perda ou anormal idade +'isio169 icaou p~i~DI6gica da estrutura an~tOmica ou funcional;
- disabil it~
t
cl'Jalquer re st
ric ão 01.1in s u Fic iénc ia(rE;~-sul tad o de um impai r meri t ) na hab i1idade pal~a exec u
t
ar uma(
./
atividade de maneira considerada normal para o ser
huma-nOi
- handicap
é
uma desvantagem para um dado indivIduo(re-su ltad o de 1.101 impairment ou de uma disabilit~).
limita ou impede o desempenho de uma funçio que seria
normal (dependendo da idade, fatO~ES culturais e
sociais) pari ~ss~ indivIduo.
1.3. Termos utilizadoS
,
utili~ados ao. longo do nosso trabalho. Chamaremos de
deficiéncia o termo impairment, pois para n6s deficiência
significa 'falta, lac un a , imperf~ição, insuficiência"; de
incapacidade o termo disabilit~, que para n6s significa
'falta de capacidade, inaptidão, falta das qual idades
requeridas para o exercfcio de certos direitos ou
execu-çio de certos atos'; de desvantagem o termo handicap, que
~ a ·'alta de vantagem, a inferioridade, oprejufzo·.
Usaremos Os adjetivos deficientes, i nc ap.ac i ta do s e
desvantajosos Para identificarmos as p~ssoas.
i.4.ProCesso incapacitant~
Podemos conceituar processo Incapacitante ~omo as
mu-danças que ocorrem nas funç3es e papel soçial dos
indi-vfduos, devido a uma condição pato16gica. As condiç3es
pato16gicas podem ser conseq~ência de doenças, acidentes,
mal formaçaescongênitas" As pessoas podem nascer
def'i-ciente~ por um "defeito de fabricação·, ou se tornarem
deficientes por um fator externo qualquer, como uma
doença adquirida, um acidente, etc.
As deficiências podem sofrer .mudanças
seguindo o seguinte processo:
inde s eJ áve ís ,
deficiência --} incapacidade --} desvantagem
fa~endo com que o indivíduo passe tamb'm de deficiente a
incapaz e deste a desvantajoso,
processo incapacitante.
,
As deficiências, incapacidades e desvantagens podem
ser: a) transit6rlas ou permanentes) b) reversíveis ou
irreversíveis; c) compensadas, parcialmente compensadas
ou descompensada~.
Essas mudanças indesej~veis, ou a progressio do proces~
so re Pe r ido, devem ser prevenidas e evitadas
quandO'Pds-sfvel, pois implicam na dependência do deficiente,
inca-pacit<."\doou desvantajoso, dependência esta física,
PSICO-16gica, social, econOmica. Tais m~danças, portanto, têm
como con s ecúénc la problemas ví venc iado s pelo pr6prio
in di vf d1.10, sua fa mf 1 ia ,
como um todo.
sua comunidade e até mesmo o país
1.5. Exemplo s do uso dos termos técnicos
Para melhor compreen$~o dos termos técnicos citados ~
sediminta,io dos conceitos, utilizaremos alguns exemplos
que caracterizaria a deficiência,
desvan tag·em :
a incapacidad~ e a
i·) Uma criança de 8 anos,
lada por ~m caminhi6,
do sexo mascul ino, foi
atrope-tendo seu
pé
esquerdo esmagado,o ctllal foi c\mplltc\dopor impossibil idade de re c on st ru-:
,io.
Deficiência: perda do p~ esquerdo.
Incapac idade:
pal~a andar.
l
Desvantagem: reduçio na sua capacidade para andar,coro-rer, executar atividades comuns a uma c~iança de sua
idade ,como, jogar futebol. praticar esportes,
relacio-nar-se socialmente, etc.
2) Uma mu lher , com 38 anos, professora, no seu tercei~o
parto desenvolveu uma,hi~ertensio arterial. e sofreI,.(
1.101
ac
lderit
e vascular cerebral,plegia direita e distasia.
que ocasionou um
hemi-Dêficiéncia:
c er ebr a 1.
Incapaci dade :
hipertensio arterial, dist6rbios da funçio
diminurçio na sua capacidade para andar,
falar ,usar seu membro superior direito.
Des vant agem:
professora,
incapacidade. inapt idiopara trabalhar como
para cuidar de si, para ser totalmente
inde-pendente e interagir no seu Meio ambiente.
Poderfamos ut il izar in6meros exemplos, a191.1ns de f,lci1
compreensão, corno os c itados , mas nem s e mp rE.' a di fer en
-ciaç~o ~eficiente/incapaz/desvantajoso é assim tão
sim-ples.
A condição de deficiência, incapacidade, desvantagem
não pode ser vista de maneira isolada, pois não somos
seres solit'rios, vivemos em comunidade~ Portanto, deve
ser vista relacionada a outras pessoas,
à
famll ia,à
comunidade, ao paes; além disso, s6 essa condfçio nio é
importante,' mas também sua situação como deficiente,
estar' deficiente em relação aos demais: iguais a ele, ou
diferenteso Vemos então que a de~inição dos termos ~
f •.~ci 1 , mas a ut ilização dos mesmos pode gerar
controv~r-sias, que dariam amplas discuss5es sob todos os pontos de
vista, desde os indivi~uais at~ 05 sociais,
governamen-tais, psico16gicos, etc.
Para n~o permanecermos em grandes divagaç5este6ricas e
conceituais, utilizareMos genericamente o termo
deficien-tes para identificar as pessoas portadoras ~e 'algo' que
as diferencie da~ demais, tornando-as ·diferentes·.
"1.6. Tipos de deficiências, aç8es necess'rias
e
obje-tivos
Podemos ident ificar"" vários tipos de deficiências e/ou
incapacidades, cOmO: deficiência sensorial Ccf.'9u e ir a ,
sur d cz , .surdo-mudez); deficiência mental (retardamento ou
doença ment a lv: deficiência física, .def ici én cia mú lt Ipí a ,
No presente trabalho, estudaremos os diferentes
fisica-mente, ou deficientes físicosJ deixando de ladó os que
ap r e s'"nt:aOi d ef ic iénc i<''\01 en t a I , sensorial e outras •.
t:
evidente que D trabalho fica limitado, mas as
deficién-eias podem ser tant~s e tio variáveis que justificam sua
Li m itac â o ,
As .causas das deficiências sio as mesmas no mun~o todo.
com diferenças na ~ua prevalência. mas as conseqQência~,
com a situaçio s6cio-econ6mica de cada paciente, da natu-,
I'"ez a da prov isão que a s cc ie da d e o fer ec e aos seus
mem·-bros.
Cada naçt~o, cada país, cada regiio deve ter su a s
pr6prias aç5es, de acordo com suas caracterfst icas,
obje-t ivando :iemprE.' prevenir as deficiências, r edu ziI'" as
incapacidades e tomar medidas que evitem a transformação
tanto da deficiéncia pal'"a incapacidade) como desta para
desvantagem. Esses objetivos se inter-relacionam,
reque-rendo, portanto, a ativação de medidas de p~evenção, de
sistemas de reabilitação, suporte, cuidados aos
deficien-tes e ~udanças na rel~ção entre a sociedade e seus
compo-nentes ~ue são portadores de deficiências
eincapaci-dades.
Para que houvesse um consenso de ação, foi elaborada a
·Carta para a D~cada de 8~·, fruto de estudos e encontros
nacionais, regionais e internacionais. na ~poca de 1978 a
1980, a qual foi apresentada no XIV Congresso
Interna-cional de Reabilitação' em Winnipeg (Canad~) e~
26
deJunho de 1980, aprovado pela Assembltia Geral e
apreseri-tada ao mundo como contribuição da Organização das Naç5es
Unidas ao Ano Internacional das Pessoas Deficientes.
EsSa carta tem uma proposta que
k
expressa em quatroobjetivos. secundados pela exposição de princfpios gerais
e aç3es que possam trans~ormar os objetivos em realidade,
o quegarant irá part ic ipação plena
e
iglJaldade parainca-~-,
dade eM que vive. de gozar de condiçio de vida igual aos
outros membros da comunidade inclili uma participação
igual na melhoria do padrio de vjda, resultando em
desen-volvimento social e econOmico.
Os objetivos sio.:
I ~ iniciar em cada naçio. UM pro~rama para prevenir,
tanto quanto possfvel. as deficiénc ias e sar ant ir ·que os
serviços prevent ivos netess'rios alcancem toda famll ia e
toda pessoai
•
, assegurar que toda pessoa com uma incapacidade e todafamília que tenha uma pessoa com uma incapacidade
~ece-bam ser vl
c
o s de reab lLl tac ão e out
r o s de sup ort
e eassi st ênc ia, ' necessár ios par a •..edu z ir os de Fe itos d es-:
vantajosos da incapacidade e tornar possfvel a qual.quer
pessoa uma vidi plena e um papel construtivo na
socie-,
l
dadeitomar todas as medidas necess~rias para garantir
uma integraçio plena e uma participação ~gual das
pes-soas com incapacidades, em todos os aspectos da vida de
suas comunidades;
diSSEminar 1nformaç5es a respeito das pessoas com
incapac~dades, sua prevenção e tratamento, a ficide que
o conhecimento p6bl ico. a consciência e import~ncia
1.7. ReaçBes psicol6gicas
Atualmente, a tendência geral ~ de compr~~ns~o para CDm
I ~
•...
psicol6gicas dos d·eriC'ie nt e s físicos de
as I"'eac;oes e
estudo da melhor forma e do método mais a de qu a d o . par-a
a Judá+I o s n •.":\sua si
t
uação •OUe Hõõk(3) r esum iu alguns mecanismos de de f e s a , como:
i) negação, rejeição - encontrada
inc ap ac itados. Os tetra e parapl~gicos, por e xempl o,
necessitam de v'rias semanas para aceitar sua nova
condic~o de incapacitadosJ pois apesar de toda 'in+or>
s6 vão col~borar com o
trata-mento quando compreenderem e aceitarem que nio haver'
uma recuperaçio espont~nE.'a ao seu estado inicial;
2) regressão, semelhante ao ~omportamento das crianças,
as qu ai s c o 1o cam sem p re tod a a c1..11p a e t od a a r e s p o n s a ..
bilidade nos ombros de outras pessoas. Essa reação,
ape~ar de despertar pena, simpatia nas pessoas que
cercam o 1nca~acitado, tem que ser superada o mais
r'pido possfvel. para que haja uma part icipação
respon-s'vel do deficiente;
3) reações agressivas contra
t
ud o e contra todos. pois ainc apac idade, mu it as vezes, condiciona uma grande
de-pendência a outras pessoas, talvez famil iares ou
COIll~O-nentes da equipe que presta assistência ao
incapacita-do, fazendo com que o mesmo transfira sua ansiedade
-.
4) racjon~liza~io ~ o incapacitado ·tent~ interpretar os
sintomas e negar conseqaências e fatos 6bviosi
5) rea,Ees de abandono, observadas principalmente em
trian,a~, mas bastante comuns em adultos, quando inst
i-t
uc ional izados, PO is a fand 1ia, achaque est6 fazendo ·0 melhor" para o incapacitado
enlre-gando-o integralmente e inteiramente a cuidados
insti-tuci~nais, privando-o do c~rinho, do amor, da sol
ici-tud e , do aconchego fam i1iar e emoc iORa I. Esse abandono
emocional também é comum em idosos.
delicado e diffcil de lidari
6) isolamento - tendência buscada Pelo deficiente, na
sen do bastan
t
etentativa de se esconder, isolando-se de todos e de
tudo, buscando a solidio como alternativa de. vida.
Torna-se bastante difícil lidar com isso, pois nio há
maneira melhor e mais ,ácil de se 'desenvolver um 'pacto
honroso com a solidio·.
1.8. ReaçSes familiares
mais dift·cil ainda é ser
pai, m~,e e Fam lLi.a de um d·eficiente. A paternidade é
talvez a maior e a mais complexa responsabil idade
huma-para a qual quaSe sempre estamos despreparados.
A
maternidade traz como conseqaência uma d'diva divina,
sendo uma descoberta aterradora quando essa. d'diva é
senti-mentos naturais, como medo, culpa, dor, desap~ntamento,
confusio mental, sensaç~o de impotência, de irrealidade e
de incapacidade, revolta, ód io , pessimismo, an sús
t
ia,agitação.
E
importante que a família receba orientaç5es einformaçBes, para vencer seus sentimentos'e util iz6-10s
na luta contra a árdua batalha contra a deficiência: a
compreensão.
Ninsu~m preci~a mais compreender o deficiente do que
sua pr6pria família, pois ela o acompanhar~ e aJudàrá,
em meio i dor e ao pranto, em SelJS esforços, para
progrE-:--dir. A fanlÍ I ia, e especialmente os pais, podem não .se r
perfeitos, podem não ter grandes conhecimentos e saber,
mas sempre dedicaria muito do seu tempo e da sua energia
ao deficiente, com seu contato diário e permanente. Mas ,
importante que a famfliacompreenda que suas reaçEes são
naturais e esperadas, que tamb'm tem seus direitos e seus
deveres em relaçio aos outros filhos e que saiba dusar
seu tempo, sua energia e seu amor.
Podemos dizer,
direito:
i) a todo ~empo ~ecess'rio para vencer seus sent i~entos
parodiando Buscaglia, que a famfl ia tem
com a o~orrência do seu familiar "diferente";
2) a toda informação a respeito da deficiência, do ponto
de vista m~dico, psico-social e educacional, tanto
sobre as condiç5es reais quanto às potencial idades e
3) a participar de todas as fases do processo de reabil
i-taçãoi
4) a inforruaçãosobre'os ~istemas de ass1sténcia
existen-tes na cO~Jnidade p~ra o atendimento de syas
necessi-d anecessi-d e s económ l c as • i nte l e c t ua l s e emcc i on a í s r
5) a ~Jr. compreendida por toda a comynidade;
6) a part~lhar seys sentimentos e suas esperanças;
7) a se dedicar tamb~m aos outros con~onentes da 'amfI ia,
bem como aos outr o s fi lho sr
8) a compartilhar com oytras faml1 ias syas atitudes
huma-nas frente
i
deficiência;9) de ser hymana;
10) de se desenvolver como pessoas, mesmo tendo em sey
nócleo uma pessoa em condicio "diferente".
A famfl ia temtamb~m o dever da respons~bil idade da
integra,io do deficiente no myndo produt ivo.,
CAPITULO 2
BARREIRAS
ENCONTRADAS PELOS DEFICÍENTES
Os deficip.ntp.s, alé~ dos problp.mas inp.rentp.s ao fator
que os tornou deficientes, encontram in~meras barreiras,
algumas visfveis, evidenci~veis, det~ctáveis facilmente,
outras por vezes invisfvp.is P. Portanto diffcp.is de ser
detectadas. Podemos identifJcar barreiras físicas,
so-ci a is, c1..11tu r a is . P.ConOm iCo- f ina nc e iIras, que ,se P.x is te n
-tes, dificultam a reintp.graçio do deficiente.
2.1. Barreiras visíveis
2.1.1'. Barreiras físicas
Nossas cidadp.s, no~~as casas, nossos ediffcios, nos~os
meios dp. transportp. e locomoçio sio projetados para os
fisicamente perfeitos, sendo, portanto, cheios de
barrei-ras quase sp.mpre intransponfveis pelos deficientes
ffsi-coso Eles énfrentam in~meros problemas se quiserem sE:
aventurar a Sair de casa, seja para passear,
trabalhar. Escadas, portas estreitas, calçadas com
Oleios-fios altos, pr~dios p6bl icos inacessfveis, ónibus
inade-quados, são obstáculos que atrapalham a vida dos
dp.ficlp.ntp.s físicos.
A maioria das pessoas nio tem consciência do que a
para G po~tador de uma deficiência fisica e como
é
f'cilsolucionar tais problemas, que dependem, às vezes, de
simples a(;ões, a nível individual, comunitário ou mesmO
governamental"
t:.
importante .que lembremos e imaginemos umdeficjente ffsico~ dependente de cadeira d€ rodas, por
exemplo, saindo
à
rua, tomando uma conduçio, éntrando numbanheiro de um cinema, teatro ou restaurante. Seria o
mesmo que n6s nos aventurarmos, somente com nossas
pr6-p'rias pernas, a enfrentar a Floresta AmazOnica ou o
Pantanal Mato-grossense.
O quQ as pessoas fazem normalmente,
deficiência física acaba sendo um
par~ o portador de
grande prób 1ema ,
tornando-o confinado e dependente de outras pessoas, até
mesmo para usufruir um direito seu, pois, como todo
cidadão, o ~eficiente paga impostos, tem d~ver€s, e, no
entanto, um direito fundamental lhe
é
negado: o da 1ivrelocomo,~o, seja em busca de t~abalho ou de ~azer.
E
imprescind'velque medidas sejam tomadas pa~adimi-nuir as barreiras arquitetOnicas, como: evitar desníveis
e descont inuidades em ial,adasi rebaixamento do meio-fiol
r~mpas com material ant1detrapante; istacionamentos
ade-qu.ado s i caixas de correio, telefones póblicos e
bebedou-banheiros. acessíveis aos deficiente~,
etc. Enfim, que se obede(am às recomendações da
Asso-ciaçio 'Brasileira de Normas Técnicas e que o s(mbol0
internacional de aces~o aos portadores de deficiência
Ao mesmo tEmpo que as barreiras f(Sicas s~o T<:l.C i1niente
e vld enc iáve is, são também fac ilme n te remov f ve is. Basta
que arqUitet os, urbanistas, empr~sários, ~ess6asrespon~
sáveis por obras pdblicas lembrem-sede que existem
defi-cientes f1sicos e mo str em+s e sensíveis às s'ua s
dificul-dades, tomando medidas que s~o de fácil execuç~o e de
baixo custo, mas que facilitario emelhorar~o a qual idade
de vida deles~
2. L 2. Barre iras EconOmi cas
As barreiras econOmicas sio r~ais e encontradas rntre a
grande maioria dos incapacitados, através da pobreza
econOmica, a qual é um fato cOmum na vida de muitos
deficienteS, independentemente de sua herança cultural.
Fr eqllentemen te, não sio capazes de pagar um tratamento
adequado, nelllaparelhos necessários a faci1 itar sua vida,
sua locomoç:io, seu transporte, al6m da ~ificuldade em
encontrar um emprego adequado à sua condiçio, agravando
portanto, seu estado, formahdo um círculo vicioso
de'po-brEza econOmica difícil de ser rompido. Esta pobreza
económica pode levar o incapacitado a ~e reduzir
à
condi-çio de pedinte, mendigo, e xp loran do o sentimento alheio ~
custa de uma condiç~o, supostamente inferior, em que se
i
deprecia.
2.2. Barreiras Invisfvels
Atitudes para com os deficientes tem sido tema central
de discussões; freqOentemente sio descritas como
barrei-ras invisfveis
à
reabil ita;io. Existe uma grandequanti-dade de at.itudes negativas, que dificultam a consecu,io
de uma vida Justa e significativa para a pessoa
deficien-te. Numerosas atitudes têm sido disctitidas,
racismo,
s
e r iatr ismo ;:s
ex ismo , nos Estados Unidos daAmérica do Norte (EUA), onde algumas pesquisas recentes
focal izam que atitudes negativas seriam respons'veis pela
di~iculdade e resi~téncia
à
integra,io das pessoas in c a-:pa c it a das. Fo i sU 9er ído, in c1usiv e , que a
t
itu de$ n e9ati-vas s~o encontradas nos p~ofissionais que trabalham com
r e ab iIi
t
a c ~~o. McDan iel(5) (1976) afirma que as at i~tudes dos profissionais que trabalham com pessoas
incapa-citadas sio mais importante~ no tr~tamento que outros
fatores.
Rob er- t Ã. Chubon(6) fezum~ análise da pesquisa sobre
as atitudes de profissionais pata com os incapacitados,
revendo 102 art i90S, deles selecionando 60, que
repre~en-tod~s as p~ofissa~s associadas à reabil ita,io, por selr a
tavam 25 fontes de referência. Incluiu na sua pesq~isa
período de 1960 a 1979. Um fat0r limitante do e~tudo foi
a escolha de uma definicio de ~t itude, pois encontrou uma
abundlncia de conceitos. Em muitas pesquisas faltavam
'.
referencia~s te6ricos, definiç5es padr5es, enfim,metodo-logia de pesquisa, indicando uma necessidade de real izar
estudos mais consistentes.
Concluiu que foi uma boa ocupaçio e inve s
t
imento de~nergia a exploraçio das atitudes de profissionais pa~a
com as pessoas incapacitadas. mas os re su lt ad os var iar am
muito. sendo por vezes inconsistentes. Desta forma
Justi-fica-se um esforço concentrado em pesquisas futuras
para afirm,ar com certeza a relação entre at;itudes negat
i-vas e a integração do incap<:~citado.
2.2.2. Barreiras s6cio-cultu~ais
A falta de informaç5es, conhecimentos, desenvolvimento
inte lectua L, sabE.'r, esb.1do,'const it uem barreiras
à
inte-:-gra~ão do deficIente.
A
dependência cultural const itufda pela ignorância,preconceitos, ~revenç5es, pr'ticas e crendices culturais
e religiosas. tanto do incapacitado como de sua família,
seu me io, ~ua comunidade. deve Ser lembrada. Ela vai se
mostrar nas atitudes e sent imentos como desinteresse.
desonra, pecado, culpa, punição. , negligêhcia.
etc.~ tanto por parte do pr6prio deficiente. sua famflia
r
I'.
diretamente com ele que const itu~m a equlp~~ Esses
fa-tores sio extremamente desfavoráveis
à
prática da reab~~"litaçio, dificultando seu .processo.
No Brasil, a siIilPIe s ina n e ir a co m odes ig n amos os d e fi
-cientes -.POI~ e~<eIllPlo: incapaz, defeituoso, invá 1 ido,
excepcional- revela uma atitude negativa em relaçio aos
mesmos, além da palavra ·aleijado·. O deficiente
é
doen-te, dependente, amar s o, incompetente, ·parasita·, imp ro-:
"c oi
t
a do ", infe l iz , pec ador, as se xu ad o , suJeitoa acidentes, etc.
Esses sio r6tuloa que tQremos que banir, QI.1e r e ve 1am
atitudes para umcont ingente de pessoas diferentes
daque-las ditas normais.
\
I •
Parte II
CAP!TULO 3
SITUAÇ~O ATUAL DO.DEFICIENTE
3.1. Panorama global
Deficiência, incapacidade, desvantagem são problemas de.'
sa6de de gran~es proporç5es. Uma estimativa grosseira
feita pela OMS nos mostra o seguinte quadro: 450 milh5es,
,
ou 10% da populaçio mundial. é composta pordefjcien-t
e s , incapazes, d€svantaJosos (7) •. Admitindo-se que possahaver c'lculo errado, dupla contagem, deve ser feita uma
estimat iva superio( e outra inferior, respectivamente 9%
e 7% da populaçio mundial, que nos dará cerca de 440
milh6~s e 3t0 milh5es de pessoas deficientes. Como é
~ I
diffcil estabelécer uma linha divis6ria entre
deficiên-c1a/incapacidade/desvantagem, aceita-se como parAmetro
o valor de 10%, que
t
o que se vê comumente naliteratu-r a ,
Muitas estimat ivas sobre o número de pessoas
incapaci-tadas já foram real izadas por especial istas em
organiza-ç6es envolvidas com os mesmos. Os nám~ros ou foram
supe-I'"esti~ados ou subestimados, portanto com tend~ncia a
erros. Muitas pessoas incapacitadas podem ter várias
incapacidades graves ao mesmo tempo, como, por exemplo, a
paraI isia cerebral, em que os portadores podem ter
aprendj-'.
zagem, etc. Por outro lado, decidir quando uma pessoa com
uma deficiência ser' considerada como incapacitada tamb~m
pode implicar em crit~rios diferentes, o qu~ pode levar a
erros de cálculo.
Uma t~ntativa para explicar as causas das incapacidades
e est imar o nómero de pessoas incapacitadas no mundo
t
encont~ada na Tabela I, que mostra as causas de
incapaci-dade/desvantagem e o n6mero estimado de
incapacitados/-~.
desvantajosos no mundo, segundo a OMS (8). A tabela
inclu1 pessoas com capacidad~ diminuída para exercer suas
atividades principais, como, por exemplo: trabalhar,
autocuidar-se, cuidar
de
sua casa, ocupar-se deativi-dades na escola ou tendo instru~io,
ajuda e manter contato social. Nio
movimentar-se sem
inclui incapacidades
dos casos, ~ incapacidade
t
crOnjca e· irreversível,sendo que 2 a 3% da popula~io mundial (100 a 150 milh6es
de pessoas)
t
dependente da ajuda de outras pessoaspermanentemente.
3.2. Situaçio do~ países em desenvolvimento
A grande preotupaçio daOMS, hoje,
pessoas incapacitadas que vivem nos países em
desenvolvi-mento, que constituem 2/3 do total de pessoas
incapacita-d~s, Ou seja, 200-300 milhHes. A qualidade de vida dessas
desen~ol--.
TABELA I - Causas de incapacidade, desvantagem e numero est imado de
péssbas incapacitadas/desvantajosas no mundo
---CAUSt-,S
!INCAPACITADOS/DESVANTAJOSOS IESTIMADOS(MILHOES)
IPOPULACAO MUNDIAL: 4500
MI-ILHOES .
I
•
,.---~---~---I---01sturbios congenitos ou perin~tais: I
I
ret ar do mental
defeitos somat icos hereditarios
d~scird€ns nao - geneticas
20 20 10 35 35 35
Doencas de ·notificacao compulsoria:
o oI io mieI i
t
e tracomahan s en ia s e
outras doencas notificave~s
8 10
.8 10
3 4
30 ,45
65
--
10020 r)
c:-c..-.J
30 45
Doencas somaticas nao notificav€is.
Disturbios psiquiatricosfuncionais !
Alcool ismo cronico e abuso de: drog~s I
I
TralJma/Ac ident es .I
I
acidentes de transito I
acidentes dE trabalho' I
~cidentes domic.il iares I
outros ~cidentes I
I
I
I
;20 '")1"-c....J
12 15
;20. 30
2 13
7 10
Desnutricao, subnutricao
üu tr a s 1 27 33
---~--~---~---~1---~---TOTAL I 303 - 448
---~---~-~---~---~---Fonte: "Reh ab i1itation for alL"
vimento encbntramos o seguinte quadro:
-'aumEnto da mortal idade emorbidade;
- alta freq~ência de subnutricio, de desnutrit;ão, de
doenças infecci·osas e parasitárias Entre as crianças
.,
inc ap ac itad as i
- falta de serviços ~E rEabil itaçio adEqUados;
- dificuldadE de acesso aos serviç6~ E ~s instalaç6esi
- dificuldade na possibilidade de SE casarem e
consti-tuírem fanlÍliai
- sEgregação social;
- falta dE açio para reduzir as barrEiras ExistentEsi
pobrezai
falta dE oportunidades sociais
etc.);
( in str u c âo , Iaz e r ,
- Exclusão no planejamEnto E nas dEcis6es co~unitárias;
at itudE~ nEgat ivas E comportamEntos discriminat6rios
por parte das pes~oas ·normais
- nEga~io dos dirEitos humanos.
A OMS Estima qUE somEnte 2% das pessoas inc apaci tadas
nos pa(ses em desenvolvimento reCEbem assistência, sendo
que muitos consistem em reabilitaç~oou cuidados em
ins-t itu ições. Tais tuidados caracterizam-se, entre outras
coisas, pelo alto custo e baixo grau de resolut ividade.
Muitos ficam sob cuidados institucionais durante anos, e
entio os custos por ind·ivfduo são enormes. Estender esses
cuidad6s a todos os que necessitam seria eXCEssivo.
tadas qU~ necessitam e que podem se beneficiar com
reabi-litaçio nos pafses em desenvolvjmento (~abela lI) (9).
Na
TabelalI.
podemos ver qlJe, pela estimat iva de7
eI·
10%, 3%I realmente necessitam ~ se beneficiario com areabilftaçio,
1%
sio severamente incapacitados, portanto,necessitam de cuidados domicil iares, e 3 a 6% ou n~o
necessitam de reabilit"açio, ou ela nio
é
factfvel.Portanto. nos pafses em desenvolvimento, 45 milhSes de
pessoas incapacitadas necessitam de ~eabil itaçio para
diminuir as conseq~én~jas da incapacidade (treinamento em
I~ atividades da vida diiria;
locomoç~o; comunicaçio; est
j-mulacão intelectual, s en sor- ial r desenv61vimento ffsico;
provisio de simpl~s instrumentos de auxIlio, aparf-lhos,
etc. ); 45 milhões necessitam de emprego Ou
deoporbJni-dade para desenvolver uma atividade econômica. Algumas
pessoas1ncapacitadas, que necessitam de tr ein ameo to de
r eab ili tac ão ou de um emprego "t amb ém p"odem
precisar
de escola e de ensino, estimando-se que sejam 25 milh6es,
sendo metade delas crianças e a outra metade, adultos .•
o
númer o t.ota 1 de pessoas in c ap ac i tad a s nos pa ls e s e mdesenvolvimento para quem Os servfços de reabjl itaç~o sio
~
/
TABELA II - Estimativa global das necessidades de re.ab iLi taca o
..
para paises em desenvolvimento---~---~---Tipos de servicos necessarios para
pesso~s incapacitadas
I---~---
INecessidades e~t imadasIPqrcentagem Ida pOPulacao
I to
t
aIIMilhoes de
pes-Isoas inc apac i-·
Itadas.
1 I
---~---l---I---~----Treinamento para diminuir consequencias 1 I
da incapacidade I 1.5 45
I
Ensino Ccriancas e adultos) (1) 1 (9.8) (25)
I 1
Colocacao profissional I 1.5 I 45
I---I---~---Total I 3.0 1 90
---~-1----~---1---Severamente incapacitados que necessitaml i.0 1 30
de cuidados I!
---I---~---~1---Cuidados/reabil it~caó nao factiveis ou ! 3,0 - 6,0 1 90- 180
desnecessarfos I I
---~---~-I---1---Total da populacao incapacitada nos 1 7.0 - 10,0 1 210 - 300
paises em desenvolvimento I I
---~---(1) Algumas pessoas incapacitadas necessitam d~ ensino, CE.'rca de 25
milhoes ou 0,8X da populacao total. Este numero nao e somado,
pois ja esta incluido nos grupos treinamento e colocac~o
profis-sional.
Fonte : Rehabilitation for a Ll , Gen e va , 1984
3.3. Situa,~o da Regi"o MetroPQli.tana de Sio Paulo.
A Regiio Metropolitana de Sio Paulo é formada por 38
-olfJnicípios, qlJe ocuc am uma ár ea -infel~ior a um milésimo do
territ6rio nacional, onde residem aproximadamente
14,6
milh5es de habitantes, ou seja, 1 em cada 11 brasileiros.
~ a mais populosa das 14 regi5es administrat ivas do
Estado, sendo o maior p61G de riqueza nacional,
COm unta
r en d a ,q1le corl'"espondea apr oxí madaniente ;'~0% do total
nacional e a cerca de 55% do estadual (10).
Ao lado de sua opulência, convivem problemas também tio
gigantescos quanto ela pr6pria, como, Por e:":&-'mpIoI o s
níveis crit icos de polui,~o de sua atmosfera e de seus
cursos d'águai ttansporte coletivo precário e/ou
insufi-cientei baixas condiç5es de moradia, principalmente na
periferiai ocupaçio desordenada do solo, etc. Estudos sao
elaborados, estatfsticas sio feitas; en tr etan t o , nao
..
possuímos quaisquer dados estat1st icos referentes a
defi-cientes, incapacitados, desvantajosos.
Após • ,.. ,o
Inumera5 pesquIsas, encontramos na Fundaç~oSEADE
(li ), na Pesquisa Nacional ptw Antost!~a de· DomicUios
(PNAD) , on de &raIII rE.'Iac iof'ladas as p ess o as def ic i('?n tes
segundo grupos de idade, o t i~o de deficiêntia ou
incapa-cidade, a vinculaç~o ~ associaçio ou inst ituiçio de
as-sistél1cia, o tjpo de assisténcia retebida, a condi~io de
a
t
iv idade, invalidez por dbençà, inval idez por acidente3.3.1.
Sity.çio
esperadaEm 1980, na Regiio MetroPol itana de Sio Paulo, com
12.588.725 habitantes, eno Municfpio de sio Paulo, com
8.493~226 (13), esperava~se encontrar, respectivamente,
881.211 e 594.526 pessoas deficientes como est1mativa
inferior (7%) e 1.132.985 e 764.390 como estimat
iva,supe-rior (9%) (Tabela III).EID 1981, quando a populaçio na
l
usandoR~giioriamos
tiva
Metropolitana era de 13.203.850 habitantes (14),
o mesmo tipo de raciocínio para o c6lculo,
deve-encontrar 924.269 pessoas deficientes como est
ima-irferior (7%) e 1.188.346 COIDO estimativa superior
(9%) (Tabela IV).
3.3.2. Situaçio encontrada
Atrav~s de dados do PNAD~ citados anteriormente,
encon-tramos o que segue na Tabela
V.
Pela tabela, podemosverificar ~ue 34,9% const ituem-se em deficientes m~ntais,
14,5% em deficientes sensoriais. 46,1% em deficientes
ffsicos e 4,4% em deficientes ~61tjplos (Tabela VI). Em
nosSo trabalho, excluiremos as defici~ncias mentais,
sensoriais e m~ltiplas, 6 que nos dáráum cálculo de
86.602 (46,1%) de deficientes f(sicos e 100.811 (53,8%)
dos demais agrupados (~entais, sensoriais e Mólt~plos)
TABELA 111: Estimatjvas sUPErior E infEri~r do numEro
de dEficiEntes no Brasil, Estado dE Sao
Paulo, Regiao MEtropol itana de Sao Paulo
e Municipio dE Sao Paulo, feitas a
par-tir dE dados do CEnso dE 1980
---Local Pop ul aeao Est imat iva
Supel'";iar
(9%)
Estimat iva
Inferior (7%)
---~---~---~-I---t---~---Brasil .1 119.098.992 J 10.718.909 I 8.~36.929
I I I
Estado .1 25.040.712 I 2.253.664 I 1.752.850
I I I
REgiao MEtropolitanaI12.588.725 J. 1.132.985 I 881.211
I !
Municipio 18.493.226 I 764.390 594.526