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Nunca aos domingos: um estudo sobre a temática do câncer nas emissoras de TV Brasileiras.

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Academic year: 2017

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Nun ca aos dom in gos: um

estudo sobre a tem ática

do cân cer n as em issoras

de TV brasileiras

Never on Sundays: a study

of the topic of cancer on

Brazilian television stations

Claudia Jurberg

Jornalista do Intituto Oswaldo Cruz/Fudação Oswalco Cruz e do Instituto de Bioquímica Médica/

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Av. Carlos Chagas Filho 373 – bl. H/sala H2003 21941-590 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil

cjurberg@bioqmed.ufrj.br

Marina Verjovsky Doutoranda do Instituto de Bioquímica Médica/

Centro de Ciências da Saúde/UFRJ Av. Carlos Chagas Filho 373, bl.H/H2003 21941-590 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil

verjovsky@bioqmed.ufrj.br

Recebido para publicação em dezembro de 2008. Aprovado para publicação em março de 2010.

JURBERG, Clau d ia; VERJOVSKY, Marin a. Nu n ca aos d om in gos: u m estu d o sobre a tem ática d o cân cer n as em issoras d e TV brasileiras. História,

Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio d e

Jan eiro, v.17, su p l.1, ju l. 2010, p .149-163.

Re su m o

An alisa n otícias sobre cân cer n o jorn alism o d a televisão brasileira, en tre 2006 e 2007, resu ltan d o em 51 n otícias exclu sivas e 62 veicu lações, em 12 d iferen tes em issoras n acion ais d e televisão (com erciais, ed u cativas e fech ad as). Os iten s observad os foram : origem (n acion ais, in tern acion ais); assu n to (p reven ção, d iagn óstico, tratam en to, cu ra, ep id em iologia e/ ou tabagism o); d ia d a sem an a e h orários m ais veicu lad os; características d os en trevistad os; e ain d a se as rep ortagen s an alisad as ofereciam aos esp ectad ores exp licações sobre fatores d e risco e p reven ção. Além d isso, colh eram -se d ep oim en tos d os ed itores d e telejorn ais d as p rin cip ais em issoras brasileiras. A an álise d essas n otícias e en trevistas evid en ciou características relevan tes d a cobertu ra televisiva sobre tem as d e ciên cia e saú d e, relacion ad as aos critérios d e seleção d e p au tas.

Palavras-ch ave: jorn alism o cien tífico; televisão; cân cer; Brasil.

A b st ra ct

The article analyzes news item s about cancer on Brazilian television, based on reports that aired in 2006 and 2007, encom passing 51 exclusive news item s and 62 airings on 12 national television stations (com m ercial, educational, and closed networks). The categories observed were: origin (national or international); subject m atter (prevention, diagnosis, treatm ent, cure, epidem iology, and/or sm oking); m ost com m on day of week and tim e of broadcast; characteristics of those interviewed; and whether the analyzed reports offered viewers explanations on risk factors and prevention. Statem ents were also taken from newsroom editors at Brazil’s largest television stations. The analysis of these news item s and interviews revealed interesting features of television coverage of science and health topics, which have to do with the criteria for defining news lineups.

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O

Brasil foi o quarto país do m un do a possuir televisão. A prim eira tran sm issão foi con -cretizad a, através d a PRF3-TV ou Can al 3, TV Difu sora (fu tu ra Tu p i d e São Pau lo), n o d ia 18 d e setem bro d e 1950, às 22h , com u m a h ora d e atraso. Os p rep arativos p ara a p ri-m eira tran sri-m issão con su ri-m irari-m q u ase u ri-m ri-m ês, p oréri-m n ão h avia con teú d o p ara o segu n d o d ia. Fo i p reciso aliar m u it a criat ivid ad e e co rreria p ara veicu lar o t elejo rn al in t it u lad o “Im agen s d o d ia”, n o d ia segu in te (Ju rberg, 2001).

Para co n segu ir ap o io ao seu p ro jet o , Assis Ch at eau b rian d reu n iu , em 1947, vário s p atrocin ad ores q u e p agaram ad ian tad o u m an o d e p u blicid ad e p ara cu stear a com p ra d e u m a estação d e TV p ela RCA (Sq u irra, 1990). Em razão d o p eq u en o p ú blico fiel à televisão, n essa ép oca, os an u n cian tes e as agên cias d e p rop agan d a p referiam o rád io, as revistas e os jorn ais p ara com u n icar-se com os con su m id ores (Barbosa Lim a, Priolli, Mach ad o, 1985).

A form ação d e red es d e televisão su rgiu a p artir d os an os 1960. A p rod u ção cen tralizou -se en tre as p rin cip ais cap itais brasileiras – Rio d e Jan eiro e São Pau lo.

O impacto da televisão no Brasil de hoje

Na atu alid ad e, a televisão con tin u a a ser u m d os eletrod om ésticos m ais d esejad os n o seio d a socied ad e brasileira. Mais d e 85% d os lares n acion ais p ossu em ao m en os u m ap are-lh o d e t elevisão . De aco rd o co m o Cen so Dem o gráfico 2000, elabo rad o p elo In st it u t o Brasileiro d e Geografia Estatística, sobre as características d os lares brasileiros, h á u m em p ate t écn ico en t re o s ap arelh o s d e rád io e d e t elevisão (resp ect ivam en t e 87,4% e 87%). Em segu ida, estão eletrodom ésticos com o a gelad eira ou freezer, p resen tes em 83% d os d om icílios (Brasil, 2007).

Lin o (2007) ressaltou , em p esq u isa sobre a h istória d a televisão n o Brasil, q u e a baixa escolarid ad e, o alto an alfabetism o e as acen tu ad as d iferen ças sociais torn am a televisão u m d o s p rin cip ais veícu lo s d e p ro d u ção , circu lação e p o p u larização d e in fo rm ação e con h ecim en to em tod a a Am érica Latin a.

se q u iserm o s ab o rd ar co n h ecim en t o s q u e são co m p art ilh ad o s p o r t o d a a p o p u lação p o d em o s n o s co n cen t rar n o q u e fo i m o st rad o p ela t elevisão , cu ja lin gu agem é a m ais d ifu n d id a en t re o p ú b lico . O s p ro gram as d e t elevisão co n st it u em o m ais p o p u lar p assatem p o; o p on to d e referên cia básica p ara h ábitos e costu m es; e tam bém o local on d e as crian ças são p ela p rim eira vez exp o st as a co n ceit o s lit erário s co m o alu são e sát ira. (Bian cu lli, 1992; trad u ção livre).

Não se p od e d esp rezar o fato d e q u e a televisão é o p rim eiro m eio d e com u n icação acessado p or crian ças a p artir d os seis m eses d e idad e e con stitu i veícu lo essen cial d e com u -n icação e-n tre várias ou tras faixas etárias, se -n ão em tod as. Mesm o a-n tes d o ap re-n d izad o n as esco las, crian ças m an t êm co n t at o p erm an en t e co m esse elet ro d o m ést ico (Ko o lst ra, Bos, Verm eu len , 2006). Tam bém p od em os im agin ar q u e n u m a socied ad e em d esen vol-vim en to, on d e a In tern et ain d a é restrita e o jorn al é m u itas vezes aq u isição su p érflu a, a televisão e o rád io são os veícu los m ais eficazes, em term os d e p en etração, p ara a tran sm issão d e in form ações.

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Koolstra e colaboradores (Koolstra, Bos, Verm eu len , 2006), p or ou tro lad o, d iscu tem ain d a o efeito p ositivo da televisão n o p rocessam en to e reten ção da in form ação, em com p aração com ou tras m íd ias. Estu d os sobre a ‘m em ória d e in form ações’p reservad a ap ós a tran sm issão p or d iferen tes veícu los d e com u n icação – televisão, jorn ais e rád io – d em on stram q u e os u su ários d e televisão têm m aior grau d e reten ção d as n otícias, q u an d o com p arad os aos o u vin t es d e rád io o u ao s leit o res d e jo rn al. Esse ín d ice favo rável à t elevisão , segu n d o est u d io so s, d eve-se às asso ciaçõ es d e in fo rm açõ es verbais e visu ais em m o vim en t o , n a televisão, em d etrim en to d o ú n ico recu rso d o rád io, o som , e d os jorn ais, as in form ações e im agen s estáticas.

TV, ciência e saúde

Em relação aos tóp icos sobre saú d e, ciên cia e tecn ologia, Miller e colaborad ores (2006) com en tam q u e o in teresse d o p ú blico cresce à m ed id a q u e os in d ivíd u os en velh ecem e, p or outro lado, o aum en to do in teresse pela in form ação cien tífica estim ula a sua ren ovação, ou a p rocu ra p or n ovos d ad os. É u m ciclo q u e se m an tém p ela bu sca p erm an en te d e in form ação. Os brasileiros estão cad a vez m ais in teressad os em tem as d e ciên cia e tecn ologia, em bora gran d e p arcela ain d a en ten d a p ou co ou n ad a d os assu n tos d a área, con form e p esq u isa recen te d o Min istério d a Ciên cia e Tecn ologia (MCT). O trabalh o m ostrou q u e o tem a favorito da p op u lação é m ed icin a e saú d e, q u e o in teresse em assu n tos cien tíficos é su p erior à p olítica e q u e a p op u lação p refere receber in form ações sobre ciên cia in term ed iad as p or jo rn a list a s, p a ra fa cilit a r a co m p reen sã o d a t em á t ica , co n sid era d a d ifícil (M o reira , Massaran i, 2007).

Nisbet e colaborad ores (2002) observaram q u e d iferen tes tip os d e m íd ia (jorn ais, televisão em geral, televisão sobre ciên cia e revistas sobre ciên cia) afetam a p ercep ção d o p ú blico d e form as d iferen tes. Os leitores d e jorn ais, os q u e assistem can ais sobre ciên cia e os q u e leem revistas sobre ciên cia têm u m a visão m ais p ositiva em relação à tem ática. A TV em geral tem u m a au d iên cia m u ito m ais am p la, forn ece visões p ositivas e n egativas e su a cap acid ad e d e in fo rm ar o p ú blico cien t ificam en t e n ão p o d e ser su best im ad a. Q u an d o a ed u cação form al acaba, a m íd ia se torn a a p rin cip al fon te (às vezes, a ú n ica) p ara o p ú blico con segu ir in form ações sobre descobertas cien tíficas, con trovérsias, even tos e o trabalh o dos pesquisa-dores. Em bora existam outras fon tes, com o m useus e fon tes in terpessoais, n en h um a forn ece tan to acesso com o a m ídia de m assas.

Os m eios d e com u n icação d e m assa são im p ortan tes veícu los n a d ivu lgação d e in for-m ações d e saú d e, p ara p arcelas sign ificativas d a p op u lação (Barata, 1990), exercen d o igu al-m en te u al-m a fu n ção social q u e u ltrap assa o p ap el d e ap en as in foral-m ar a socied ad e (Dard e, 2004). Diversos estu d os (Tan n er, 2004; Steele et al., 2005; Dixon et al., 2009; Hod getts, Ch am berlain , 1999) m ostram q u e a televisão é a m aior fon te d e in form ações em saú d e, p ara au d iên cia tan to d e leigos com o d e esp ecialistas.

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são ap resen tad as d e form a sim p lificad a n a TV brasileira. Para os au tores, a im agem d o cien t ist a ain d a é est ereo t ip ad a: u m h o m em co m jaleco , im erso em seu lab o rat ó rio e d istan ciad o d a realid ad e. Por ou tro lad o, os au tores d estacam q u e, m esm o d ian te d e im p er-feições, a d iscu ssão sobre ética e os riscos d a ciên cia foram p rim ord iais n o p rocesso d e d ivu lgação cien tífica p ara o gran d e p ú blico.

Para Siq u eira (2008), a televisão p od e d esp ertar a aten ção d o p ú blico p ara o d iscu rso cien t ífico , p o rém o u so q u e se faz d o m eio p ara a d ivu lgação d e ciên cias n o Brasil é problem ático. O m eio televisivo se in teressa pela com un icação da ciên cia, porém com o ficção cien tífica ou com o ap elo n oticioso e sen sacion alista. No form ato jorn alístico, o sen sacio-n alism o cosacio-n figura-se um problem a em m atérias produzidas por jorsacio-n alistas sacio-n em sem pre afeitos ao d iscu rso cien tífico, com p ou co tem p o p ara p rod u ção, em veícu los q u e abrem esp aço exíguo para um a edição cuidadosa e veiculação de assun tos que precisam de explicação.

A p esq u isa d e An d rad e (2004) so b re o s n o t iciário s d e t rês gran d es t elejo rn ais (d o is brasileiros: Jorn al d a Record e Jorn al Nacion al; e u m am erican o: World News Ton igh t) e a in serção d e tem as d e ciên cia, tecn ologia e saú d e ressalta q u e a p resen ça m arcan te d essas tem áticas n a vid a d as p essoas, n os d ias atu ais, tan to n o Brasil com o n os Estad os Un id os, t o rn a u rgen t e a ad o ção d e açõ es, n o s m eio s d e co m u n icação n acio n ais, p ela bu sca d a com p reen são dos im p actos d esse d esen volvim en to: “Os m eios de com u n icação de m assa, com o a televisão, n ão p od em se m an ter alh eios a esta realid ad e” (p .256).

Diversos estu dos brasileiros m ostram com o a televisão é fon te im p ortan te de in form ações sobre cân cer à p op u lação. Em p esq u isa feita com m u lh eres d e Goiân ia (GO), a televisão foi a p o n t a d a co m o p rin cip a l fo n t e d e in fo rm a çã o so b re câ n cer d e m a m a (2 6 ,5 % d a s en trevistad as), in d ep en d en tem en te d o grau d e escolarid ad e ou ren d a fam iliar (God in h o, Ko ch , 2005). O u t ra ap o n t a q u e, em u m m u n icíp io d o n o rt e d o Paran á, m u lh eres q u e agen d aram exam e d e p reven ção d o cân cer cérvico-u terin o revelaram ter obtid o in form ações d e fon tes im p essoais com o a televisão (Pelloso, Carvalh o, Higarash i, 2004). Já u m estu d o exten so sobre cân cer d e boca, realizad o em Tau baté (SP), tam bém m ostrou q u e as in for-m ações sobre o tefor-m a forafor-m obtid as através d a televisão (29,74% d os en trevistad os), an tes m esm o d a in fo rm ação d o p ro fissio n al d e saú d e b u cal (Q u irin o et al., 2006). Po rém , n en h u m a p esq u isa an tes p u blicad a avaliou o con teú d o ou a abord agem d e rep ortagen s d e n oticiários brasileiros.

Objetivo

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A escolh a dos m eses p rocu rou com p arar as n otícias sobre cân cer n u m p eríodo an terior ao verão e d u ran t e o o u t o n o , n a região Su d est e, u m a vez q u e o cân cer d e p ele est á in tim am en te relacion ad o ao sol e é o tip o m ais freq u en te, corresp on d en d o a cerca d e 25% d e tod os os tu m ores m align os registrad os n o Brasil. Além d isso, bu scam os id en tificar as características d as n otícias sobre cân cer e verificar se as m esm as con tribu em p ara d esm istificar a d oen ça, q u e ain d a é associad a a d or, m orte e sofrim en to (Hod getts, Ch am berlain , 2007). Tam bém p rocu ram os averigu ar, com algu n s p rodu tores d e telejorn alism o, com o é o p rocesso d e elaboração d a escolh a d as n otícias (a p au ta), n as p rin cip ais em issoras abertas em n osso p aís.

Dian t e d o s resu lt ad o s o bt id o s, ju n t o co m as o u t ras m íd ias já an alisad as n o s o u t ro s estu d os de n osso gru p o, esp eram os atu ar d e form a m ais eficien te ju n to à im p ren sa brasi-leira n a d ivu lgação d o tem a cân cer e, com isso, con tribu ir p ara torn ar a socied ad e brasibrasi-leira u m a im p ortan te aliad a n a p reven ção e d iagn óstico p recoce d a d oen ça.

Metodologia

Realizou -se u m levan tam en to q u an titativo sobre tod as as rep ortagen s com a tem ática cân cer, veicu lad as en tre n ovem bro e d ezem bro d e 2006 e abril e m aio d e 2007, exclu in d o d ad o s e n o t ícias d e p erso n alid ad es aco m et id as p ela d o en ça. To d o s o s o u t ro s assu n t o s foram en globad as n o estu d o. As rep ortagen s foram ad q u irid as d e u m a em p resa forn eced ora d e n otícias veicu lad as p ela televisão, a Clip p in g TV, em p resa sed iad a n o Rio d e Jan eiro, q u e m on itora tod os os can ais exclu sivos d e n otícias, abertos e fech ad os, e en via as n otícias d e acordo com a solicitação do clien te.

Verificou -se q u e rep ortagen s sobre a tem ática cân cer foram veicu lad as n as em issoras Globo, Globo News, SBT, Ban d eiran tes, Record , Red e TV, Can al Fu tu ra, TV JB, Cu ltu ra, TV Brasil, TV Sen ad o e TV Alerj, sen d o as q u atro ú ltim as em issoras p ú blicas. Pela grad e d e p rogram ação d as em issoras d e televisão, foram id en tificad os 15 telejorn ais d iu rn os e 12 n o t u rn o s.

Foram exibid as, d u ran te o p eríod o an alizad o (n ovem bro e d ezem bro d e 2006 e abril e m aio d e 2007), 51 rep ortagen s exclu sivas, q u e resu ltaram em 62 veicu lações, p ois algu m as rep ortagen s foram ao ar m ais d e u m a vez. Essa am ostra foi estu d ad a através d o p rocesso d e d ecu p agem – an álise d os d etalh es d e cad a m atéria, on d e se bu sca registrar em p lan ilh as u m a gam a d e iten s, através d e abord agem q u alitativa. Portan to, este estu d o baseou -se em an álises q u an titativas (n ú m ero d e rep ortagen s, q u an tificação d as u n id ad es d e con textos q u e elas con têm ) e m étodo q u alitativo (an álise d o con teú d o d as rep ortagen s, observações d as características relevan tes n as rep ortagen s veicu lad as e sep aração em categorias).

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No m at erial p ro d u zid o p elas em isso ras d e t elevisão , fo ram p ro cu rad o s t erm o s (o u u n idades de registro) in serid os em con textos (Bardin , 1977) q u e exem p lificassem os assu n tos d ivid id os n as segu in tes categorias: p reven ção, d iagn óstico, tratam en to, cu ra, ep id em io-logia e tabagism o. Vale ressaltar q u e u m a m esm a rep ortagem p od eria con ter u n id ad es d e regist ro e co n t ex t o classificad as em m ais d e u m a cat ego ria, a ex em p lo d e asp ect o s

ep idem iológicos e p reven ção; tabagism o correlacion ado a p rogn óstico e cu ra; diagn óstico p recoce; tratam en to e cu ra.

As u n idades de registro e de con texto correlacion adas n este estu do foram :

– Preven ção: id en tificad a p or exp ressões e term os com o “in cen tivar a p reven ção”, “visitar

o m éd ico p ara p reven ir d oen ças”, “exam es p reven tivos” etc.;

– Diagn óstico: “exam e”, “sin tom a grave”, “fazer d iagn óstico” etc.;

– Cu ra: “salvar a vid a”, “n ascer d e n ovo”, “d oan d o vid a”, “n ão estaria vivo h oje” etc.;

– Ep id em iologia: “m ais d e d ez m il m u lh eres m orrem d e cân cer d e m am a tod os os an os”, “cân cer d e m am a, o m ais m ortal en tre as m u lh eres” etc.;

– Tratam en to: “d oação d e m ed u la”, “tratam en to lon go”, “tratam en to p recoce”, “falta

d e m ed icam en tos”, “q u im ioterap ia”, a m áq u in a d a q u im ioterap ia”, “CTI” etc.;

– Tabagism o: “fu m o”, “cigarro”, “fu m an te”, “viciad o em cigarro” etc.

Posteriorm en te, en trevistam os os p rod u tores d os telejorn ais d as p rin cip ais em issoras abert as brasileiras. Jo rn alist as d a TV Glo bo , Ban d News, TV Brasil, Sist em a Brasileiro d e Televisões (SBT) e Rede Record foram con su ltados com o p rop ósito de averigu ar o p rocesso d e seleção d as n otícias veicu lad as em seu s n oticiários. As en trevistas foram realizad as p or m eio d e t elefo n e e co rreio elet rô n ico , e o s jo rn alist as fo ram in cen t ivad o s a resp o n d er com o é p rod u zid a a p au ta d iária n os d iferen tes veícu los e se os tem as d e ciên cia e saú d e

segu em a m esm a ten dên cia d e ou tros assu n tos. Por ú ltim o, p ara resp on d er à n ossa h ip ótese, os q u estion am os se h avia algu m a restrição a n otícias sobre cân cer n os fin ais d e sem an a e festas d e fin al d e an o.

Resultados e discussão

O fato como notícia

A an álise d as rep ortagen s evid en ciou q u e, p ara a m íd ia televisiva cobrir o tem a cân cer, é im p o rt an t e a o co rrên cia d e u m fen ô m en o q u e est im u le a su a veicu lação , o u seja, rep ortagen s basead as n o factu al. Porém n otícias q u e são atem p orais tam bém são d ivu lgad as. O factu al é o estím u lo d a n otícia, é o q u e trata, p or excelên cia, d os fatos ocorrid os n o m esm o d ia em q u e a rep o rt agem é veicu lad a, o u n a sem an a o u n o m ês, q u an d o são

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No caso d as n otícias factu ais, o m eio televisivo d á p referên cia aos alertas à p op u lação, com o as cam pan h as de preven ção e os direitos dos pacien tes, em detrim en to de resultados de p esq u isa cien tífica d a área. Isso p ôd e ser id en tificad o p rin cip alm en te n o m ês d e n ovem bro d e 2006, q u an d o 14 d as 15 m at érias veicu lad as ab o rd aram cam p an h as, em esp ecial a cam p an h a n acio n al em p reen d id a p ela So cied ad e Brasileira d e Derm at o lo gia (SBD), n o

in tu ito de esclarecer a p op u lação sobre os p erigos do cân cer de p ele.

Em abril d e 2007, d u as rep ortagen s (em q u atro veicu lações) abord aram cam p an h as d e p reven ção d e d iversos tip os d e cân cer, além d e d u as ou tras q u e ap on tavam relações en tre alim en tação sau d ável e p reven ção d a d oen ça. Nesse m ês e em d ezem bro d e 2006 d estacaram -se q u atro m atérias (d u as em cad a m ês) q u e d ivu lgaram ONGs e -se d etiveram p or m ais tem p o d o q u e o h abitu al n a televisão (até 23 m in u tos, a m ais lon ga), n a exp osição d e d ram as p essoais d e p acien tes e fam iliares.

Afin al, excetu an do-se os p rogram as tem áticos sobre o cân cer ou m esas-redon das com a presen ça de um especialista n o assun to – e que podem ch egar a até m ais de 40 m in utos –, em m éd ia as ou tras rep ortagen s an alisad as sobre o tem a ocu p aram cerca d e d ois m in u tos d o telejorn alism o n acion al, tem p o sim ilar a ou tras tem áticas – d e fu tebol a p olítica.

Em m aio d e 2 0 0 7 t am b ém fo ram t ran sm it id as ap en as d u as rep o rt agen s (em t rês veicu lações) sobre cam p an h as d e p reven ção, p orém ou tras três (em q u atro veicu lações)

abord aram u m p rojeto d e lei q u e p revê u m d ia d e folga p ara as m u lh eres fazerem exam es de cân cer de colo de útero e de m am a. Só h ouve n ovam en te um in crem en to n a veiculação do tem a n esse m ês d u ran te a d ivu lgação d e u m a p esq u isa realizad a p elo In stitu to Nacion al d o Cân cer (In ca), acerca d o q u e o brasileiro p en sa a resp eito d a d oen ça (e d e q u e o relacion a a d o r e m o rt e). Nesse d ia, 88,8% d as m at érias so bre cân cer, veicu lad as n o s t elejo rn ais brasileiros, foram a resp eito d o estu d o. Em bora essa n otícia abord e u m a p esq u isa acerca d o cân cer, tam p ou co relata resu ltad o d e p esq u isa em biologia d o cân cer.

Ciência na TV

Poucas pessoas con h eçam a fun do as pesquisas cien tíficas, e m en os ain d a en t en d em p o r q u e est ão sen d o realizad as e q u al o seu p o t en cial e su as im p licaçõ es. Ap esar d isso , o s est u d o s e exp eri-m en tos coeri-m os q u ais os cien tistas estão en volvid os têeri-m p rofu n d os im p act o s n a vid a d o s cid ad ão s d e p aíses d esen vo lvid o s e em desen volvim en to.

(Field , Powell, 2001; trad u ção livre).

Episódios pon tuais e pouco relevan tes para a rotin a cien tífica acadêm ica se torn am n o-tícias. Mesm o esses t em as p o d eriam ser m ais exp lo rad o s, p o is em geral o d ia a d ia d a veicu lação rotin eira em cân cer se m ostrou m u ito tím id o (ap en as 51 rep ortagen s origin ais, n os q u atro m eses an alisad os).

Con form e afirm aram p rod u tores d os telejorn alism os d a TV Brasil e TV Record , a seleção d as n otícias q u e vai ao ar segu e a ten d ên cia im p osta p ela m íd ia im p ressa, além d o ap elo

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A p au t a co m eça co m a leit u ra d iária d o s jo rn ais, e p o st erio rm en t e a reu n ião d e p au t a p ara d efin ição d o s assu n to s p rioritários d o d ia... as esco lh id as são as q u e têm m ais ap elo ju n t o ao p ú b lico alvo (M.M – TV Brasil).

To d o s q u e t rab alh am co m jo rn alism o , p rin cip alm en t e o s p ro d u t o res, b u scam p au t as n o s jo rn ais, revist as, e-m ails, d en ú n cias q u e ch egam p o r t elefo n e, d esd o b ram en t o s d o fact u al, e n o co t id ian o . A im p o rt ân cia d e o b servar d et alh es q u e p ara as o u t ras p esso as p assam d esp ercebid o s: u m a n o va m o d a, u m n o vo co st u m e et c. (T.L. – TV Reco rd ).

Para p rofission ais d a Ban d News e TV Globo, con form e os d ep oim en tos, a escolh a d as n otícias a serem veicu lad as segu e o segu in te p rin cíp io:

É p reciso , an t es d e m ais n ad a, p ressu p o r in t eresse p ú b lico . Q u an t o m aio r o in t eresse, m elh o r se cu m p re a fu n ção d o jo rn al. Em segu id a, p esam asp ect o s co m o in ed it ism o , p oten cial d e im agem – u m VT com bom ap elo visu al é m elh or q u e sem ele (R.B. – Gru p o Ban deiran tes).

No caso d e TV, h á sem p re p reocu p ação com as im agen s. Precisam os con tar u m a h istória através de im agen s, e pesqu isas cien tíficas e de saú de n em sem pre oferecem m u ito ‘cam po’. Tem o s in fo rm açõ es, p esso as au t o rizad as a falar, m as n em sem p re im agen s cap azes d e ilu st rar o u t rad u zir essas in fo rm açõ es. Isso p o d e, m u it as vezes, t ran sfo rm ar u m assu n t o at raen t e em ch at o (E.T. – TV Glo bo ).

Domingos e festas de final de ano

Em relação ao q u an titativo d e exibições, p or ou tro lad o, p u d em os observar q u e o m ês d e d ezem bro d e 2006 foi atíp ico, com baixo n ível d e veicu lações, o q u e p od e ser associad o aos festejos d e fim d e an o.

Co m resp eit o à circu lação en t re o s d ias d a sem an a, em t o d o s o s m eses an alisad o s

verificam os q u e as rep ortagen s sobre cân cer circu lam livrem en te en tre os d ias d a sem an a, p orém são restritas n os fin ais d e sem an a. Os p rod u tores d o telejorn alism o d a TV Brasil e d a TV Globo acred itam q u e a au sên cia d e rep ortagen s sobre cân cer, n os fin ais d e sem an a e festejos de fim de an o, deve-se às p ou cas su gestões recebid as p elos p rofission ais d a em issora.

Geralm en t e, o s p ro fissio n ais m ais gab arit ad o s n ão est ão d isp o n íveis n esses d ias [ao s d o m in go s]. As exceçõ es são raras (M.M – TV Brasil).

Não con sigo explicar, m as posso levan tar algum as h ipóteses. A prim eira é que dificilm en te h á recep t ivid ad e d e ó rgão s d e ciên cia e saú d e p ara gravaçõ es ao s sáb ad o s e feriad o s d e fin al d e an o . Gran d e p art e d o s p esq u isad o res e d a assesso ria d e im p ren sa n ão t rab alh a n os fin s d e sem an a e feriad os – com o os d o fim d e an o – e isso é u m obstácu lo ao trabalh o (E.T. – TV Glo b o ).

À exceção d o m ês d e n ovem bro, q u an d o ocorreu , em u m sábad o, cam p an h a em p reen -d i-d a p ela SBD p ara p reven ção -d o cân cer -d e p ele, em to-d os os ou tros m eses n ão foi observa-d a veicu lação d e q u alq u er rep o rt agem n esse d ia d a sem an a, e raro s ep isó d io s (três) foram observad os n os dom in gos. A esse resp eito, u m a p rod u tora afirm ou : “[A seleção de p au tas

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Ch ristofoletti (2006), em artigo sobre tem áticas veicu lad as n u m d om in go em jorn ais catarin en ses, su gere: “Afin al, a fu n ção d os jorn ais é evid en ciar o q u e acon tece p elo m u n d o e servir com o u m m eio de exp ressão, seja de p rotestos ou n ão. Estes resu ltados servem p ara reavaliar u m tem a q u e geralm en te é d ebatid o em d iversos círcu los: q u e a m íd ia só sabe m ostrar coisas ru in s. Ap esar d o ú n ico d ia d e an álise, m as com gran d e ín d ice d e leitores, d essa vez o d ito n ão foi com p rovad o”. Ou seja, a p esq u isa d em on strou q u e n a im p ren sa escrita d e San ta Catarin a, esp ecificam en te n os jorn ais Diário Catarinense, A Notícia e Jornal

de Santa Catarina, a m aior p arte d o m aterial veicu lad o n ão tin h a asp ecto n egativo. Esse

d ad o corrobora n ossas an álises, q u e ap on tam esp aço rarefeito p ara a tem ática cân cer n os p rogram as televisivos d e d om in go.

Assim com o aos sábados e d om in gos evita-se d ar n otícias ru in s aos leitores e telesp ecta-dores, con form e ap areceu em n ossos resu ltad os e em estu d o de Ch ristofoletti (2006), o fim d o an o – p eríod o em q u e se com em oram o Natal e a ch egad a d o an o-n ovo – tam bém é rest rit o a t em át icas t rist es. De aco rd o co m relat o s d a p ro d u ção d o t elejo rn alism o d a Ban d News, “tem as q u e rem etam a d oen ças são n atu ralm en te evitad os”. Porém , o jorn alista R.B. afirm a: “Jam ais o u vi q u alq u er d et erm in ação fo rm al n esse sen t id o , m as creio q u e m in h a d ed u ção, a d e q u e tem as q u e rem etam a d oen ça sejam evitad os, faz sen tid o”. Na m esm a d iretriz, h á os d ep oim en tos d os p rod u tores d o telejorn alism o d a Red e Record (T.L.) e d a TV Globo (E.T.) q u e afirm aram , resp ectivam en te:

Du ran te as festas, as p au tas de saú de, geralm en te, p recisam de p on tos p ositivos – p essoas q u e ven ceram a doen ça ou lu tam para ven cê-la, tratam en tos q u e am en izam a dor, técn icas e ciru rgias q u e trazem esp eran ça d e cu ra. Nessas ocasiões, as p essoas estão m ais sen síveis e q u erem ter boas n otícias. As rep ortagen s sobre o cân cer vão con tin u ar sen d o veicu lad as, in dep en den te das datas. É p reciso saber ven der a p au ta, bu scar o lado m ais in teressan te do assu n t o , p o d e ser u m alert a;, u m a cam p an h a d e co n scien t ização (T.L. – TV Reco rd ).

Nesses d ias o jo rn al t em u m p erfil m ais leve, co m u m a co b ert u ra m en o s fact u al – in stitu ições econ ôm icas e p olíticas em geral n ão fu n cion am . Na h ora d e p agin ar o jorn al, p o d e ser q u e fu ja u m p o u co d o p erfil d o d ia. De q u alq u er fo rm a, m at érias so b re cân cer em geral têm um a via de orien tação e m uitas vezes estão associadas a descobertas cien tíficas, o q u e as torn am m ais leves e com p atíveis com os telejorn ais d estes d ias (E.T. – TV Globo).

Ao público geral

As an álises d as rep ortagen s e d os relatos d os p rofission ais q u e d ecid em as n otícias q u e serão veicu lad as n a t elevisão p o d em ser co rrelacio n ad as ao t rab alh o so cio ló gico d o p esq u isador Pierre Bou rdieu em seu livro Sobre a televisão, n o q u al critica a form a com o as rep ortagen s são eleit as p elos p ro d u to res, ao “n ivelar p or baixo” o su p o sto in teresse d o p ú b lico :

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elem en tar, ru d im en tar, d a in form ação q u e é im p ortan te p orq u e in teressa a tod o m u n d o sem t er co n seq u ên cias e p o rq u e o cu p a t em p o , t em p o q u e p o d eria ser em p regad o p ara d izer o u t ra co isa (Bo u rd ieu , 1997, p .23).

Para ilu strar, rep rod u zim os o d ep oim en to d e E.T, p rod u tor d o jorn alism o d a TV Globo:

No caso d as p au t as d e saú d e, p rin cip alm en t e, h á o u t ro t ip o d e p reo cu p ação co m im agen s, q u e é o d e n ão m ostrar im agen s q u e p ossam ch ocar d em ais as p essoas. Ciru rgias em an d am en t o , gran d es ferim en t o s et c. Há a p reo cu p ação t am b ém d e o assu n t o ser o m ais abran gen te p ossível e d esp ertar o in teresse d os esp ectad ores. Qu an d o falam os d esses assu n t o s, t em o s t am bém a p reo cu p ação co m o efeit o q u e isso p o d e cau sar n as p esso as – p rin cip alm en te p essoas com d oen ças crôn icas ( E.T. – TV Globo).

Assim , esses p rofission ais d e m íd ia d ão p referên cia, esp ecialm en te n os fin ais d e sem an a e ép ocas d e festejo, a tem as q u e con sid eram m ais p alatáveis, n a ten tativa d e n ão ‘ch ocar’ o p ú blico com assu n tos ‘p esad os’ com o o cân cer. Tal q u ad ro se agrava n u m p an oram a m ais geral, n o q u al a cobertu ra d iária d a televisão evita, em certos m om en tos, tem as d en sos co m o resu lt ad o s d e p esq u isa cien t ífica em bio lo gia d o cân cer – co n sid erad o s d e d ifícil en ten d im en to p ela p op u lação leiga e q u e, geralm en te, n ão abrem esp aço p ara a ten tativa d e ap roxim ação em ocion al com o p ú blico p elas en trevistas com p acien tes. Afin al, com o afirm ou o jorn alista d a Ban d News (R.B.), u m d os critérios n a seleção d e p au tas d e saú d e e ciên cia é o com p on en te h u m an o: “Matérias com as q u ais as p essoas p ossam se id en tificar, n as q u ais p ossam ver h istórias, situ ações q u e já viveram ou q u e p od em vir a viver, são m ais cobiçad as d o q u e rep ortagen s com esp ecialistas falan d o, com gráficos, com au torid ad es em geral. Não q u e esses n ão p o ssam ser in clu íd o s, m as d evem ser p art e d a h ist ó ria; co ad ju van t es, n ão p ro t ago n ist as”.

E, d e fato, id en tificam os n esta an álise q u e o gru p o form ad o p or p acien tes, fam iliares e p op u lação em geral teve m ais d estaq u e, se com p arad o aos p rofission ais d a saú d e. Ou seja, as rep ortagen s veicu lad as p ela televisão, n os p eríod os an alisad os, p rezaram p or n otícias q u e p u d essem d ar m ais p rojeção ao cid ad ão com u m d o q u e aos esp ecialistas d a área. Isso im p lica, n a p rática, o d esejo d e ap roxim ar o tem a d o p ú blico, em vez d e ap resen tar u m a in form ação cien tífica (Gráfico 1).

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Isso ocorre p orq u e os p rod u tores acred itam q u e a op in ião d o cid ad ão ou a su a vivên cia n o assu n to d ão veracid ad e à in form ação. Segu n d o León (2008), o im p ortan te é estabelecer u m a con exão en tre a in form ação cien tífica e a exp eriên cia d os in d ivíd u os. Nesse sen tid o, as rep ortagen s sobre saú d e q u e reflitam casos h u m an os p od em con tribu ir p ara cap tar a aten ção d os telesp ectad ores, p ois estes ten d em a fazer con exões com su a vivên cia. O d ad o traz u m d iferen cial em relação a ou tros veícu los d a m íd ia – jorn ais, revistas e rád io –, em q u e os p rofission ais d a ciên cia e d a saú d e são escalad os com o p rotagon istas n a in terlocu ção en tre a in form ação, a m ed iação e a socied ad e. Em op osição, n a televisão, o ‘ator p rin cip al’ é o p acien te, seu fam iliar ou o cid ad ão. Sobre esse asp ecto, a resp on sável p ela elaboração d a p au ta d o jorn al d o SBT, exp lica: “De algu n s m eses p ra cá, o [p rogram a jorn alístico] p rioriza m atérias d ram áticas – violên cia, d ram as fam iliares, d oen tes sem assistên cia, p or exem p lo. O cân cer p od e ser p au ta, d ep en d en d o d o tom . O serviço p od e até ser d ad o, m as d ep en d e d o ap elo d o p erson agem ” (P.T. – SBT). Assim , o tem a cân cer, n esse veícu lo d a m íd ia, ap arece ap en as vin cu lad o às p au tas d e saú d e (q u e bu scam m aior ap elo p op u lar) em d etrim en to d aq u elas sobre ciên cia. A ciên cia, q u an d o ap arece, serve ap en as com o ferram en ta d e ap oio (com gráficos, esq u em as ou a fala d o p esq u isad or), p ara ‘resp ald ar cien tificam en te’ u m a in form ação sobre saú d e q u e p reten d e ser tran sm itid a.

Abordagens

Em relação aos tip os d e cân cer m ais abord ad os, em n ovem bro foi o d e p ele, fato q u e rem ete à cam p an h a organ izad a p ela SBD e tam bém à p roxim id ad e com o verão em gran d e p arte n o p aís. Nos ou tros m eses, observa-se a abord agem d a d oen ça d e u m a m an eira geral, sen d o q u e p o u cas são as rep o rt agen s q u e esp ecificam u m t ip o d e cân cer. Resu lt ad o sem elh an te en con tra-se em estu do sobre o tem a veicu lado n as revistas Saúde!, Veja e Pesquisa

Fapesp (Ju rberg, Macch iu te, 2006), sen d o q u e n os casos em q u e h á a citação d e u m tip o

p revaleceram os cân ceres d e m am a, colo d e ú tero e p róstata (Gráfico 2).

(12)

Ao verificarm os a ten d ên cia d as rep ortagen s em cân cer, ep id em iologia foi a abord agem m ais d ivu lgad a (33%), segu id a p o r d iagn ó st ico (27%), cam p an h a (20%) e t rat am en t o (17%). Ao con sid erar ap en as o m ês d e n ovem bro, p ercebe-se q u e o tem a cam p an h a foi resp on sável p or 42% d as rep ortagen s. Excetu an d o-se esse m ês, atíp ico, as tem áticas q u e m ais p erm eiam a televisão brasileira são ep id em iologia e d iagn óstico p recoce. Além d isso, m ais d e 30% d as rep ortagen s sobre cân cer, veicu lad as p elos can ais d e televisão, abord aram fatores d e risco d a d oen ça, e 50% d as rep ortagen s citaram form as d e p reven ção ao cân cer. Um exem p lo p od e ser con ferid o n a segu in te frase d e u m a rep órter: “A p reven ção com eça com h ábitos d e vid a sau d áveis, exercícios físicos e n ad a d e cigarro” (Ban d News, em 25 d e m aio d e 2007).

O con trad itório n a d ivu lgação cien tífica exp ressa p ela televisão foi id en tificad o n essa correlação en tre n otícias sobre p reven ção e abordagem d os fatores d e risco. Se a p reven ção é fu n d am en tal p ara evitar u m cân cer e a im p ren sa televisiva valoriza essa abord agem , p or q u e ap en as 30% m en cion aram fatores d e risco? Com esses resu ltad os, torn ou -se claro q u e n em tod a rep ortagem sobre p reven ção tam bém abord a fatores d e risco e alertas à socied ad e. Um bom exem p lo d essa correlação seria a d ivu lgação d o cân cer d e colo u terin o e a au sên cia d e exp licações sobre o víru s d o p ap ilom a h u m an o (HPV). Som e-se a isso o fato d e q u e, em caso d e cân cer, o d iagn óstico p recoce é fu n d am en tal q u an d o se alm eja u m bom p rogn óstico. Nesse item , verificou -se q u e ap en as 10% d as rep ortagen s d e televisão q u e tratam d o assu n to cân cer trou xeram in form ações sobre sin tom as d a d oen ça.

Estu d os d e Dixon et al. (2009) já h aviam d em on strad o com o o p ú blico p od e reagir às con trovérsias d a m ed icin a com foco esp ecífico em cân cer e, n esse sen tid o, q u al seria o p ap el d a m íd ia. Eles d efen d em q u e in cen tivar o d ebate e esclarecer con flitos p od eria ser u m a im p ortan te ação em com u n icação em saú d e (fatores n ão id en tificad os n o p resen te est u d o ). Ain d a segu n d o o s au t o res, as evid ên cias ap o n t am q u e, n o caso d o cân cer, o p ú blico leigo d eve ser m ais bem in form ad o p ara en fren tar algu n s con flitos in trín secos à p rática m éd ica, p ara ser cap az d e d istin gu ir en tre op in ião e evid ên cias. Assim , q u estion am os: p or q u e n ão abord ar fatores d e risco e sin tom as d as d oen ças? Seria im p ortan te m ostrar q u ais são as evid ên cias e su as correlações e o q u e ain d a é esp ecu lação em cân cer, ou seja, o con trad itório d a ciên cia e a m u tabilid ad e d a m ed icin a.

Hod getts e Ch am berlain (1999) tam bém refletiram sobre essa in tricad a red e form ad a en tre m éd icos e o en ten d im en to p ú blico d as d oen ças. Segu n d o os au tores, a m ed iação d e in form ações em saú d e, p elo m en os em p arte, é realizad a p ela cobertu ra d e m íd ia, q u e p od e ser u m a ferram en ta ap rop riad a p ara p reven ir, d etectar d e form a p recoce e con tribu ir p ara o tratam en to eficaz con tra o cân cer, q u an d o ap resen ta a im p ortân cia d a vid a sau d ável, d e segu ir recom en dações m éd icas etc.

Outras análises

(13)

De m od o geral, observou -se lim itad a exibição d e u m a m esm a rep ortagem várias vezes. Con tra a corren te, o can al d e televisão aberta d o gru p o Ban d eiran tes foi o veícu lo q u e m ais se u tilizou d essa p rática, sen d o q u e em m éd ia u m a m esm a rep ortagem foi veicu lad a q u atro vezes.

Qu an to à origem d as rep ortagen s, 87,7% tiveram com o fon te d e in form ação a p esq u isa o u as cam p an h as n acio n ais. Po rt an t o , as agên cias d e n o t ícias in t ern acio n ais p o u co in flu en ciaram n a veicu lação de n otícias sobre cân cer, n o p eríodo estu d ado. Nesse asp ecto, o resu ltad o en con trad o tam bém foi sem elh an te ao estu d o q u e realizam os n o rád io (Ju rberg, Macch iu te, 2007), cu ja p referên cia é p ela p esq u isa n acion al em d etrim en to d e con teú d os en viad o p or agên cias d e n otícias. Vale ressaltar q u e n ão h ou ve d iferen ça sign ificativa en tre os dois p eríodos estu dados.

Conclusão

In existe u m a rotin a sistem ática n a d ivu lgação em cân cer n as em issoras d e televisão brasileiras. Matérias sobre o assu n to são m ajoritariam en te d ivu lgad as q u an d o h á u m fato n ovo q u e n ão seja cien tificam en te d en so e q u e p ossa facilm en te p rom over id en tificação em ocion al com o p ú blico, com o q u an d o h á u m serviço em saú d e p ara ser ofertad o aos telesp ectadores, con form e exp licitad o n o dep oim en to d a p rod u tora de jorn alism o do SBT (P.T.). Esse asp ecto foi refletid o n a cam p an h a p ara p reven ção d o cân cer d e p ele, em p reen d id a p ela SBD, e sobressai n as rep ortagen s selecion adas n este estu do.

Dian te dos resu ltados en con trados n os dep oim en tos dos p rodu tores de algu n s telejorn ais b rasileiro s, e co m o já in d icava a p esq u isa d o In ca – vast am en t e d ivu lgad a p ela m íd ia televisiva em m aio d e 2007 –, p od em os d izer q u e o cân cer ain d a é con sid erad o, tam bém p elos jorn alistas, u m tem a d esagrad ável e p arece ser evitad o n os fin ais d e sem an a e p róxim o aos festejos d e fim d e an o. Ap esar d e sofrer cortes e restrições em d eterm in ad os d ias d a sem an a, p or ou tro lad o, o h orário n obre, d as 20h às 22h , é p referen cial p ara as tran sm issões d as rep ortagen s sobre o assu n to.

(14)

A p esq u isa cien tífica em cân cer ain d a é p ou co exp lorad a p or esse m eio, q u e p refere abo rd ar cam p an h as in st it u cio n ais e rep o rt agen s so bre d ram as h u m an o s. O d esen vo lvi-m en to d e estu d o sobre a d escoberta d e n ovos p arâlvi-m etros d a biologia d o cân cer recebeu p ou co ap oio desses veícu los. Preferirão os p esq u isadores en volvidos n a tem ática a divu lgação im p ressa e rad iofôn ica e, p or isso, ain d a exp loram d e form a in cip ien te a in serção d o tem a n a televisão brasileira? Ou é a p róp ria in d ú stria d a televisão q u e evita o tem a, p or con sid erá-lo d ifícil d em ais p ara o seu p ú blico? Ou am bos?

Por fim , acreditam os q u e esses dados, ju n tam en te com os estu dos realizados an teriorm en te sobre a tem ática cân cer e su a veicu lação em ou tras m íd ias (rád io, revistas e jorn ais), p od erão au x iliar o s esp ecialist as n a área (m éd ico s, p esq u isad o res e o u t ro s p ro fissio n ais) e o s d ivu lgad ores d e ciên cia n u m a ação con ju n ta p ara d esen volver n ovas p au tas, atrair ou tros p arceiros n a lu ta p ela p reven ção d o cân cer e, con seq u en tem en te, esclarecer d evid am en te a p op u lação sobre o assu n to.

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Agrad ecem o s o in est im ável ap o io d as d o u t o ras Vivian M. Ru m jan ek e O t t ília Affo n so Mit id ieri, p ela visão crít ica e p elas su gest õ es, in co rp o rad as n o t ex t o , co m o t am b ém ao Ban co Icat u e a d o n a Vivi N ab u co , q u e p o ssib ilit am as est rat égias em p reen d id as p elo N ú cleo d e Divu lgação d o Pro gram a d e O n co b io lo gia, d o In st it u t o d e Bio q u ím ica Méd ica d a Un iversid ad e Fed eral d o Rio d e Jan eiro .

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Gráfico 1: Entrevistas com familiares de doentes e profissionais de
Gráfico 2: Tipos de câncer abordados em
Gráfico 3: Horário de veiculação das reportagens televisivas sobre câncer (nov. 2006-maio 2007)

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