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Problemas de minimização com singularidades

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Academic year: 2017

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Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciˆencias Exatas Departamento de Matem´atica

Problemas de minimizac¸˜ao com singularidades

Leonel Giacomini Delatorre

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(3)

Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciˆencias Exatas Departamento de Matem´atica

Problemas de minimizac¸˜ao com singularidades

Leonel Giacomini Delatorre

Dissertac¸˜ao apresentada ao Departamento de Matem´atica do Instituto de Ciˆencias Exa-tas da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para a obtenc¸˜ao de t´ıtulo de Mestre em Matem´atica.

Orientador: Prof. Dr. Ronaldo B. Assunc¸˜ao

(4)

xii + 72 p´aginas. Dissertac¸˜ao (Mestrado) — Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciˆencias Exatas, Departamento de Ma-tem´atica

1. Operador laplaciano com singularidades. 2. Problemas de minimizac¸˜ao em esferas. 3. Desigualdade de Caffarelli-Kohn-Nirenberg.

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Agradecimentos

Agradec¸o primeiramente `a Deus por ter permitido concluir esta etapa.

Aos meus pais Maximino e Marivete por estarem sempre presentes, apesar da distˆancia, con-fiando em minhas decis ˜oes, sempre acreditando em minha capacidade, quando eu mesmo du-vidava. Agradec¸o a vocˆes pelo amor, carinho e compreens˜ao. `A minha irm˜a Luana, que desde pequenina, teve que aceitar, assim como meus pais, minha ausˆencia em momentos importan-tes. Amo muito vocˆes!

Aos meu familiares, tios, primos, av ´os, padrinhos, que sempre torceram por mim, agradec¸o pelas orac¸ ˜oes e pelo apoio.

Aos meus grandes amigos Alexandre, Daniela, Kati´ele, Leticia, Marline e Thanise, que estive-ram sempre ao meu lado. Agradec¸o por compreenderem minha ausˆencia e por serem amigos verdadeiros. Em particular, a amiga e professora Alice Kozakevicius, por estar sempre pre-sente, com dicas, coment´arios e, claro, uma palavra amiga.

Ao orientador, professor Ronaldo Brasileiro Assunc¸˜ao, agradec¸o pela oportunidade e pela dedicac¸˜ao e paciˆencia com que transmitiu seus conhecimentos.

Aos membros da comiss˜ao examinadora, professores Marcos Montenegro e Ezequiel Rodri-gues Barbosa, agradec¸o por compartilharem sua experiˆencia, bem como pelas sugest ˜oes e contribuic¸ ˜oes, sempre pertinentes.

Aos professores e funcion´arios da UFMG agradec¸o pela dedicac¸˜ao, apoio e prontid˜ao. Em par-ticular, agradec¸o ao Professor Paulo C´esar Carri˜ao, pelas dicas e sugest ˜oes, e `a Professora Ana Cristina Vieira, pelo voto de confianc¸a.

Aos meus amigos e colegas de mestrado Luciana, Nat´alia, S´ılvia, Willian, Amanda, Guilherme, Charles, Luiza, Fl´avia, entre outros, agradec¸o pela companhia, pelas risadas, pela forc¸a. Vocˆes foram fundamentais nesta etapa! Em particular, agradec¸o a Daiane, amiga e colega de graduac¸˜ao e de mestrado, por todo o apoio nos momentos de dificuldades que tivemos, e n˜ao foram pou-cos.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient´ıfico e Tecnol ´ogico - CNPq, pelo aux´ılio fi-nanceiro.

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Resumo

Esta dissertac¸˜ao trata de resultados de existˆencia de soluc¸ ˜oes de energia m´ınima para as se-guintes classes de equac¸ ˜oes el´ıpticas semilineares degeneradas definidas emRN:

−div|x|−2a∇u= |x|−bp|u|p−2u, xRN, (P1)

e

−div

|x|−2a∇u+λ|x|−2(1+a)u= |x|−bp|u|p−2u, xRN; λR. (P2)

ConsideramosN>3, os parˆametros 06a6(N2)/2,a6b6a+1,λRe envolvendo

o expoente cr´ıtico de Hardy-Sobolevp = p(a,b):= N2+2N2(ba). Procuramos soluc¸ ˜oes para os problemas (P1) e (P2) no espac¸o de Sobolev D1,2a (RN) e demonstramos vers ˜oes do lema de

concentrac¸˜ao e compacidade para obtermos resultados de existˆencia de soluc¸ ˜oes.

Palavras-chave Operador laplaciano com singularidades; problemas de minimizac¸˜ao em esfe-ras; desigualdade de Caffarelli, Kohn e Nirenberg.

Abstract

This work is concerned with existence results of ground state solutions for the following class of degenerate semilinear elliptic equations defined onRN:

−div|x|−2a∇u= |x|−bp|u|p−2u, xRN, (P1)

e

−div|x|−2a∇u+λ|x|−2(1+a)u= |x|−bp|u|p−2u, xRN; λR. (P2)

We consider the case N > 3, the parameters 0 6 a 6 (N−2)/2, a 6 b 6 a+1, λR

and involving the critical exponent of Hardy-Sobolevp = p(a,b) := 2N

N−2+2(ba). We look for solutions of the problems (P1) and (P2) in the Sobolev spaceD1,2a (RN)and we prove versions

of a Concentration-Compactness Lemma to obtain existence results.

Key-words Laplacian operator with singularities; minimization problems on spheres; Caffarelli-Kohn-Nirenberg inequality.

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Nota¸c ˜oes

:= igualdade por definic¸˜ao

R+ conjunto dos n ´umeros reais positivos

x= (x1, . . . ,xN) elemento deRN

|x|= ∑Ni=1x2i1/2

norma do elementoxRN

(x) bola aberta de raioρe centro emxRN

ωN volume da bola(x)emRN

NωN ´area da superf´ıcie esf´erica∂Bρ(x)emRN

p′ := p

p−1 expoente conjugado de p

p(a,b):= 2N

N−2+2(ba) expoente cr´ıtico de Hardy-Sobolev

u(x):= ∂u(x)

∂x1 , . . . ,

∂u(x)

∂xN

gradiente da func¸˜aou

div(u1(x), . . . ,uN(x))

:= ∂u1(x)

∂x1

+· · ·+∂uN(x)

∂xN divergente do campo

(u1(x), . . . ,uN(x))

u(x):=div

u(x)

= N

i=1

2u(x)

∂x2 i

operador laplaciano

X∗ espac¸o dual do espac¸oX

Lp(RN) espac¸o de Lebesgue

|u|p:= Z

RN|u(x)|

pdx1/p norma no espac¸o de LebesgueLp(RN)

D(RN) espac¸o das func¸ ˜oes teste

D1,2(RN)

:=nuL2∗(RN); ∂u ∂xiL

2(RN),i=1, ...,No espac¸o de Sobolev

D1,2a (RN) completamento do espac¸o D(RN) com

relac¸˜ao ao produto interno(·|·) (u|v):=R

RN|x|

−2au· ∇v dx produto interno no espac¸oD1,2 a (RN)

kuk:=R RN|x|

−2a|∇

u|2dx1/2 norma no espac¸o de SobolevD1,2a (RN) H1()

:=nuL2(Ω);xuiL2(Ω),i=1, ...,No espac¸o de Hilbert

H1

0(Ω) espac¸o de Hilbert com trac¸o nulo, definido como o fecho deC∞

0(Ω)emH1(Ω)

Dr

:=

u∈D1,2(RN): u ´e radial} espac¸o das func¸ ˜oes radiais

S(a,b) infuD1,2a (RN)

||x|−bu|p=1

|x|

au

2

2

S(a,b,λ) infuD1,2a (RN)

||x|−bu|p=1

|x|

a

u

2

2+λ

|x|

−(1+a)

u

2

2

(14)

unuq.t.p. emX convergˆencia em quase todo ponto deX

C0(Ω) espac¸o das func¸ ˜oes reais cont´ınuas

Ck(Ω) espac¸o das func¸ ˜oes reaisk-vezes continua-mente diferenci´aveis

C∞

0 (RN) espac¸o das func¸ ˜oes infinitamente diferen-ci´aveis e de suporte compacto emRN Γ(z):=

Z ∞ 0 t

z−1etdt func¸˜ao gama

B(y,z) = ΓΓ((yy)+Γ(zz)) func¸˜ao beta

(15)

Sum´ario

Resumo . . . ix

Abstract. . . ix

Notac¸ ˜oes . . . xi

1 M´etodos variacionais em equa¸c ˜oes el´ıpticas 1 1.1 Soluc¸ ˜oes fracas e pontos cr´ıticos de funcionais . . . 1

1.2 T´ecnicas de minimizac¸˜ao para problemas com compacidade . . . 3

1.3 T´ecnicas de minimizac¸˜ao para problemas sem compacidade . . . 6

1.4 A identidade de Pohozaev e o resultado de Br´ezis e Nirenberg . . . 11

1.5 Resultados principais . . . 13

2 Sequˆencias minimizantes paraS(a,b) 19 2.1 Invariˆancia de sequˆencias minimizantes por dilatac¸ ˜oes . . . 19

2.2 Lemas t´ecnicos. . . 20

2.3 Lema de concentrac¸˜ao e compacidade paraS(a,b) . . . 27

2.4 Demonstrac¸˜ao do Teorema 1.11 . . . 38

3 Sequˆencias minimizantes paraS(a,b,λ) 45 3.1 Invariˆancia de sequˆencias minimizantes por dilatac¸ ˜oes . . . 45

3.2 Lema de concentrac¸˜ao e compacidade paraS(a,b,λ). . . 47

3.3 Demonstrac¸˜ao do Teorema 1.12 . . . 56

3.4 Demonstrac¸˜ao do Teorema 1.13 . . . 61

A Apˆendice 63 A.1 Espac¸os de Func¸ ˜oes . . . 63

A.2 Func¸ ˜oes gama e beta . . . 64

A.3 Resultados auxiliares . . . 65

A.4 Desigualdade de Caffarelli, Kohn e Nirenberg . . . 66

A.5 Definic¸ ˜oes e resultados de An´alise Funcional . . . 67

Bibliografia 69

(16)
(17)

-1- M´etodos variacionais em equa¸c ˜oes el´ıpticas

1.1

Solu¸c ˜oes fracas e pontos cr´ıticos de funcionais

O objetivo principal desta dissertac¸˜ao ´e demonstrar resultados de existˆencia de soluc¸ ˜oes para uma classe de equac¸ ˜oes diferenciais el´ıpticas semilineares definidas em todo o espac¸o, en-volvendo singularidadestanto no operador quanto na n˜ao linearidade e expoentes cr´ıticos de Hardy-Sobolev. Nas sec¸ ˜oes iniciais deste cap´ıtulo, baseadas no livro de Badiale e Serra [3], apresentamos alguns resultados b´asicos sobre minimizac¸˜ao de funcionais visando contextua-lizar e descrever as maiores dificuldades para demonstrar os teoremas principais enunciados na ´ultima sec¸˜ao, baseados no artigo de Wang e Willem [19].

Comec¸amos apresentando uma breve introduc¸˜ao ao estudo de problemas el´ıpticos semi-lineares atrav´es da aplicac¸˜ao de m´etodos variacionais. Equac¸ ˜oes el´ıpticas semisemi-lineares s˜ao equac¸ ˜oes em que a n˜ao linearidade envolve a func¸˜ao inc ´ognita mas n˜ao suas derivadas. Essa classe de equac¸ ˜oes ´e a primeira generalizac¸˜ao n˜ao linear de equac¸ ˜oes el´ıpticas lineares e surge em uma grande variedade de contextos em geometria, f´ısica e engenharia. Alguns exemplos de equac¸ ˜oes semilineares incluem−∆u = f(x,u), que representam estados estacion´arios da equac¸˜ao n˜ao linear do calorut−∆u = f(x,u)ou da equac¸˜ao n˜ao linear da ondautt−∆u =

f(x,u). Nesses casos,udenota a func¸˜ao inc ´ognita, f representa a n˜ao linearidade dada e∆u ´e o operador laplaciano.

Os m´etodos variacionais constituem um ramo do C´alculo das Variac¸ ˜oes que visam o desen-volvimento de resultados e t´ecnicas de minimizac¸˜ao de funcionais e tˆem se mostrado bastante apropriados para estudar equac¸ ˜oes el´ıpticas semilineares em geral.

A abordagem variacional para o estudo de equac¸ ˜oes el´ıpticas semilineares ´e baseada na noc¸˜ao de soluc¸˜ao fraca. No lugar de apresentar uma discuss˜ao geral desse conceito, nesta dissertac¸˜ao fazemos uma descric¸˜ao dessa noc¸˜ao apenas para algumas classes de problemas semilineares. Comec¸amos com um problema que tamb´em servir´a de exemplo para diversos casos, lembrando que as definic¸ ˜oes dos espac¸os de func¸ ˜oes envolvidos est˜ao no Apˆendice.

SejaΩ⊂RNum conjunto aberto e limitado, em queN >3, sejaq: Ω→Ruma func¸˜ao tal

queqL∞(Ω)e seja f: RRuma func¸˜ao cont´ınua verificando a condic¸˜ao de crescimento

|f(t)|6a+b|t|p−1, tR (1.1)

em quea,bR+ s˜ao constantes, p (2, 2] ´e um parˆametro e 2= 2N/(N2) denota o

expoente cr´ıtico de Sobolev. Suponhamos que devemos determinar uma func¸˜aou: Ω→Rtal

que

 

−∆u+q(x)u= f(u), x∈ Ω,

u(x) =0, x. (1.2)

(18)

Esse problema consiste de uma equac¸˜ao el´ıptica semilinear e uma condic¸˜ao de fronteira que especifica os valores da func¸˜ao inc ´ognita na fronteira do dom´ınio e ´e chamado de problema homogˆeneo de Dirichlet.

Uma soluc¸˜ao cl´assicado problema (1.2) ´e uma func¸˜ao u ∈ C2(Ω)que verifica as equac¸ ˜oes em (1.2) para todox ∈Ω¯. Outra noc¸˜ao de soluc¸˜ao pode ser obtida da seguinte forma:

multipli-camos a equac¸˜ao diferencial em (1.2) por uma func¸˜aov∈C1

0(Ω)e integramos sobre o dom´ınio

. Usando a f ´ormula de Green (A.9) e o fato de que a integral na fronteira se anula, poisvtem

suporte compacto, resulta que seu ´e uma soluc¸˜ao cl´assica do problema (1.2), ent˜ao

Z

Ω∇u· ∇v dx+

Z

q(x)uv dx=

Z

f(u)v dx, ∀v

C1

0(Ω). (1.3)

Observamos que a f ´ormula (1.3) faz sentido mesmo quando u n˜ao ´e de classe C2(Ω¯); ´e suficiente queu∈C1(Ω¯). Observamos tamb´em que as hip ´oteses sobre as func¸ ˜oesuevpodem ser enfraquecidas: para que as integrais sejam finitas, ´e suficiente que u,vL2(Ω) e que

∂u/∂xi, ∂v/∂xiL2(Ω)para 16i6N. A partir disso, tamb´em n˜ao ´e necess´ario que a func¸˜ao

qseja cont´ınua; basta queqL∞(Ω). Isso motiva a seguinte definic¸˜ao.

Defini¸c˜ao 1.1. Sejam qL∞(Ω)e f ∈ C(Ω). Uma soluc¸˜ao fraca do problema (1.2) ´e uma func¸˜aouH01(Ω)tal que

Z

Ω∇u· ∇v dx+

Z

q(x)uv dx=

Z

f(u)v dx, ∀vH

1

0(Ω). (1.4)

Observamos que se u ´e uma soluc¸˜ao cl´assica do problema (1.2), ent˜ao u ∈ C2(Ω¯); logo,

uH1(Ω). Como u ´e cont´ınua em ¯Ω e u(x) = 0 para x, ent˜ao uH01(Ω). Al´em disso, como vale a equac¸˜ao (1.3) e j´a que o espac¸oC1

0(Ω)´e denso emH01(Ω), fixada uma func¸˜ao

vH01(Ω)podemos escolher uma sequˆencia(vn)nNC01(Ω)tal quevnvfortemente em

H01(Ω). Fazendo n → ∞, obtemos que vale a igualdade (1.3) para toda vH01(Ω), que ´e a equac¸˜ao (1.4). Portanto, uma soluc¸˜ao cl´assica ´e soluc¸˜ao fraca.

Suponhamos agora que temos uma soluc¸˜ao fracaudo problema (1.2) e queu ∈ C2(Ω¯). Se

q ∈ C(Ω), ent˜aou ´e uma soluc¸˜ao cl´assica. De fato,uH1

0(Ω)∩C2(Ω¯)implica queu(x) = 0 sexno sentido cl´assico. Usando uma func¸˜ao v ∈ C1

0(Ω)na f ´ormula (1.4), segue-se que vale a igualdade (1.3). Usando novamente a f ´ormula de Green (A.9) para reagrupar os termos, obtemos

Z

Ω(−

u+q(x)uf(u))v dx =0, ∀v∈C1

0(Ω).

Como o espac¸oC1

0(Ω)´e denso emL2(Ω), vemos que−∆u+q(x)u= f(u)q.t.p. emΩeu(x) = 0 em. E como por hip ´oteseu∈ C2(Ω), essas relac¸ ˜oes valem em todos os pontos do dom´ınio eu ´e uma soluc¸˜ao cl´assica.

(19)

1.2. T´ecnicas de minimizac¸˜ao para problemas com compacidade 3

ent˜aou(x) = 0 para todox. Outra vantagem, mais fundamental ainda, ´e que a

demons-trac¸˜ao da existˆencia de soluc¸˜ao ´e completamente separada da quest˜ao da regularidade. Assim, podemos nos concentrar inicialmente em demonstrar um resultado de existˆencia, que ´e o as-sunto principal desta dissertac¸˜ao, e apenas posteriormente considerar a quest˜ao da classe de diferenciabilidade da soluc¸˜ao. Essa segunda parte ´e conhecida como quest˜ao da regularidade e, embora extremamente importante no estudo de equac¸ ˜oes el´ıpticas, n˜ao ser´a considerada neste trabalho; para mais detalhes, citamos os livros de Br´ezis [6, Caps. 8 e 9] e de Evans [11, Cap. 6]. Agora mostramos que as soluc¸ ˜oes fracasest˜ao relacionadas com pontos cr´ıticos de funcio-nais associados ao problema (1.2). SejaF: R Ruma func¸˜ao definida porF(t) =Rt

0 f(s)ds. Definimos o funcionalJ: H10(Ω)→Rpor

J(u):= 1

2 Z

Ω|∇u|

2dx+1 2

Z

q(x)u

2dxZ

F(u)dx,

usualmente denominado funcional de energia associado ao problema (1.2). Usando os resulta-dos de c´alculo em espac¸os de Banach ´e poss´ıvel mostrar que o funcionalJ ´e diferenci´avel em

H01(Ω)e que a aplicac¸˜aoJ′: H01(Ω)→(H01(Ω))∗ ´e tal que

J′(u)v= Z

Ω∇u· ∇v dx+

Z

q(x)uv dx

Z

f(u)v dx, ∀vH

1

0(Ω). (1.5)

A partir dessa equac¸˜ao, vemos a conex˜ao entre soluc¸ ˜oes fracas e pontos cr´ıticos: a func¸˜aou ´e soluc¸˜ao fraca para o problema (1.2) se, e somente se,u ´e ponto cr´ıtico do funcionalJ. Outra ma-neira de expressar esse fato ´e a seguinte: a equac¸˜ao de Euler-Lagrange associada ao funcional

J ´e a equac¸˜ao diferencial do problema (1.2).

Encerramos esses coment´arios mencionando que a condic¸˜ao de crescimento (1.1) ´e essencial para que o funcional de energia J esteja bem definido em H01(Ω). De fato, se f(t) tem um crescimento superior a|t|2∗−1, ent˜aoF(t)tem crescimento superior a|t|2∗; e como H1

0(Ω)n˜ao est´a imerso emLp(Ω)quandop >2∗, a integral deF(u)que aparece em uma das parcelas do

funcionalJpode divergir para algumas func¸ ˜oesuH1 0(Ω).

1.2

T´ecnicas de minimiza¸c˜ao para problemas com compacidade

(20)

Um conceito ´util na determinac¸˜ao de m´ınimos globais de funcionais ´e o de convexidade. Um funcionalJ: H01(Ω)→R ´e convexo se para todou,v H1

0(Ω)e para todot∈ [0, 1], vale a desigualdade J(tu+ (1−t)v)6tJ(u) + (1t)J(v). Dizemos que o funcionalJ ´e estritamente

convexo se a desigualdade anterior ´e estrita.

Um resultado cl´assico em An´alise garante que se J: H01(Ω)→R´e um funcional cont´ınuo e

convexo, ent˜aoJ ´e fracamente semicont´ınuo inferiormente. Em particular, para toda sequˆencia

(uk)kNH01(Ω) e convergente fracamente para uH01(Ω), vale a desigualdade J(u) 6 lim infk→∞J(uk).

Um funcional cont´ınuo e convexo n˜ao possui necessariamente um m´ınimo, mesmo que seja limitado inferiormente. Um exemplo cl´assico ´e a func¸˜aog:RRdefinida porg(x):=exp(x)

que ´e cont´ınua, convexa, limitada inferiormente mas que n˜ao atinge o ´ınfimo. Uma hip ´otese adicional normalmente usada para garantir a existˆencia de m´ınimo global ´e a de coercividade. Um funcional J: H1

0(Ω)→ R´e coercivo se para toda sequˆencia(uk)kNH10(Ω), a condic¸˜ao

kukk →∞implica queJ(uk)→∞.

Com essas hip ´oteses, consideramos um funcional I: XR definido em um espac¸o de

Banach reflexivo X e definimos m = infuXI(u). Seja(uk)kNX uma sequˆencia minimi-zante, isto ´e, uma sequˆencia tal que I(uk) → mquandok → ∞. A coercividade do funcional

I garante que a sequˆencia (uk)kNX ´e limitada. Como X ´e um espac¸o reflexivo, o Teo-rema A.6 de Banach-Alaoglu garante a existˆencia de uma subsequˆencia, ainda denotada da mesma forma, tal queukufracamente emX. Pela semicontinuidade inferior fraca deI, ob-temos I(u)6 lim infkI(uk) =m. Portanto, I(u) =meu ´e um m´ınimo global do funcional

I. Isso demonstra o seguinte resultado.

Proposi¸c˜ao 1.2. Seja X um espa¸co de Banach reflexivo e seja I: XR um funcional cont´ınuo, convexo e coercivo. Ent˜ao I possui um ponto de m´ınimo global.

Uma aplicac¸˜ao desse resultado para demonstrar a existˆencia de soluc¸˜ao de um problema el´ıptico semilinear ´e apresentada a seguir.

Proposi¸c˜ao 1.3. Seja Ω ⊂ RN com N > 3 um dom´ınio aberto e limitado. Suponhamos que qL∞(Ω)verifica a condi¸c˜ao q(x) > 0 q.t.p. eme seja f: R Ruma fun¸c˜ao cont´ınua tal que vale a desigualdade (1.1). Se f(t)t 6 0 e (f(t)− f(s))(ts) 6 0 para todo t,sR, ent˜ao para todo hL2()o problema

 

−∆u+q(x)u= f(u) +h(x), x ∈Ω,

u(x) =0, xΩ (1.6)

possui uma ´unica solu¸c˜ao.

A demonstrac¸˜ao consiste em verificar que o funcional J: H01(Ω)→Rdefinido por

J(u):= 1

2 Z

Ω|∇u|

2dx+ 1 2

Z

q(x)u

2dxZ

F(u)dx

Z

(21)

1.2. T´ecnicas de minimizac¸˜ao para problemas com compacidade 5

´e cont´ınuo, convexo e coercivo. ComoH1

0(Ω)´e um espac¸o de Banach reflexivo, podemos apli-car a Proposic¸˜ao1.2ao funcional J. Para mais detalhes, consulte o livro de Badiale e Serra [3, Theorem 1.6.6].

Como exemplos de func¸ ˜oes f verificando as hip ´oteses da Proposic¸˜ao 1.3, temos f(t) = −|t|p−2tcomp(1, 2]ou f(t) =arctan(t).

A hip ´otese f(t)t 60 previne a existˆencia de soluc¸ ˜oes n˜ao triviais no caso em queh(x) =0. De fato, nesse caso qualquer soluc¸˜aouda equac¸˜ao diferencial ´e tal quekuk2= R

f(u)u dx60,

ou seja,u(x) := 0. A hip ´otese(f(t)− f(s))(ts) ´e usada para se mostrar a convexidade do funcional J. Observamos que a hip ´otese de convexidade na Proposic¸˜ao 1.2 ´e usada apenas para deduzir a semicontinuidade inferior fraca a partir da continuidade do funcional J. Um resultado mais geral ´e a seguinte vers˜ao do Teorema de Weierstrass, cuja demonstrac¸˜ao segue as mesmas linhas da argumentac¸˜ao apresentada anteriormente.

Proposi¸c˜ao 1.4. Seja X um espa¸co de Banach reflexivo e seja I: XR um funcional fracamente semicont´ınuo inferiormente e coercivo. Ent˜ao I possui um ponto de m´ınimo global.

Esse resultado ´e um dos pontos de partida do m´etodo direto do c´alculo das variac¸ ˜oes. Ob-servamos que retirando a hip ´otese sobre a monotonicidade de f perdemos a convexidade do funcional de energia; por´em ainda ´e poss´ıvel mostrar a semicontinuidade inferior fraca do fun-cional e aplicar a Proposic¸˜ao1.4. Nesse caso, obtemos um resultado de existˆencia mas n˜ao de unicidade de soluc¸ ˜oes. Para mais detalhes, consulte [3, Theorem 2.1.11].

Consideramos agora um exemplo de problema cujo funcional de energia associado n˜ao ´e limitado inferiormente, o que impossibilita o uso da Proposic¸˜ao1.2ou da vers˜ao do Teorema de Weierstrass. SejapRtal que 2< p<2∗e procuramos uma func¸˜aousoluc¸˜ao do problema

 

−∆u+q(x)u= |u|p−2u, x ,

u(x) =0, x. (1.7)

Claramente o problema (1.7) admite a soluc¸˜ao trivialu(x) := 0, o que causa uma dificuldade extra. Uma forma de demonstrar a existˆencia de soluc¸ ˜oes n˜ao triviais ´e o uso de minimizac¸˜ao em esferas. Um resultado relacionado com esse problema ´e o seguinte.

Proposi¸c˜ao 1.5. SejaΩ⊂RN um dom´ınio aberto e limitado, seja p (2, 2)e seja q L(Ω)tal que q(x)>0q.t.p. em. Ent˜ao o problema(1.7)possui pelo menos uma solu¸c˜ao n˜ao trivial e n˜ao negativa.

Como ´e usual nesses tipos de problemas, munimos o espac¸o de HilbertH01(Ω)com o pro-duto escalar

(u|v):= Z

Ω∇u· ∇v dx+

Z

q(x)uv dx (1.8)

(22)

O funcional de energia associado a esse problema, cuja equac¸˜ao de Euler-Lagrange associ-ada ´e a equac¸˜ao diferencial do problema (1.7), ´e J: H01(Ω)→R, definido por

J(u):= 1

2 Z

Ω|∇u|

2dx+1 2

Z

q(x)u

2dx 1

p

Z

Ω|u|

pdx

= 1

2kuk 2 1

p|u|

p p.

Esse funcional ´e diferenci´avel e observamos que J n˜ao ´e limitado inferiormente, pois fixada uma func¸˜aou 6= 0, temos queJ(tu) = (t2/2)kuk2(tp/p)|u|p

p → −∞quandot → ∞, j´a que

p>2.

Uma forma de tentar aplicar as ideias anteriores para resolver esse problema ´e usar a ho-mogeneidade das duas parcelas que definem o funcionalJ. Uma delas tem grau 2 e a outra tem graup; essa diferenc¸a dos graus de homogeneidade desempenha um papel central na t´ecnica conhecida como minimizac¸˜ao em esferas.

O primeiro passo consiste em eliminar a n˜ao limitac¸˜ao do funcional J estabelecendo um v´ınculo adequado no qual o funcional ´e limitado. Uma escolha conveniente ´e uma esfera no espac¸oLp(Ω). Fixadoβ>0, definimos o conjunto

:=

uH01(Ω): Z

Ω|u|

pdx= β .

Dessa forma, o funcional J restrito `a esfera tem a forma J(u) = (1/2)kuk2−(β/p), de modo que fica limitado inferiormente. Para verificar que o funcionalJassim restrito tem ponto cr´ıtico, devemos garantir que existe uma func¸˜aoutal que :=infvkvk

2 =kuk2. Em seguida, escolhendo um m ´ultiplo conveniente dessa func¸˜aou, obtemos uma soluc¸˜ao fraca do problema (1.7). Os detalhes da demonstrac¸˜ao encontram-se em [3, Subsec¸˜ao 2.3.1].

A hip ´otese principal usada na argumentac¸˜ao precedente ´e sobre o crescimento subcr´ıtico da n˜ao linearidade. Para p < 2∗, a imers˜ao H1

0(Ω) ֒→ Lp(Ω) ´e compacta e isso permite ga-rantir que a sequˆencia minimizante para o funcional possui uma subsequˆencia que converge em Lp(Ω). Isso finalmente permite concluir que existe uma func¸˜ao que minimiza o funcional

J restrito `a esfera. No caso de problemas em que a n˜ao linearidade tem crescimento cr´ıtico, isto ´e, quando p = 2∗, a compacidade da imers˜ao falha e o argumento n˜ao se aplica. Mais ainda, existem problemas que n˜ao possuem soluc¸˜ao n˜ao trivial. Esse caso ´e tratado com mais detalhes na sec¸˜ao seguinte e ´e um dos pontos centrais da dissertac¸˜ao.

1.3

T´ecnicas de minimiza¸c˜ao para problemas sem compacidade

(23)

1.3. T´ecnicas de minimizac¸˜ao para problemas sem compacidade 7

problemas sem compacidade. A dificuldade principal para resolver esses problemas se apre-senta atrav´es da possibilidade de existirem sequˆencias minimizantes para o funcional de ener-gia que podem ser limitadas mas que n˜ao possuem subsequˆencias convergentes nos espac¸os de func¸ ˜oes naturalmente associados aos problemas. Esses problemas s˜ao bem mais dif´ıceis de resolver do que os problemas da sec¸˜ao anterior.

Para exemplificar um caso t´ıpico de problema sem compacidade, consideramos a n˜ao linea-ridade homogˆenea f(t) =|t|p−2tcomp (2, 2), isto ´e, com crescimento ainda subcr´ıtico mas com dom´ınio Ω = RN; em outro exemplo tamb´em tratamos da n˜ao linearidade homogˆenea

cr´ıtica f(t) =|t|2∗−2tatrav´es do m´etodo de minimizac¸˜ao em esferas. Consideramos inicialmente o problema

 

−∆u+q(x)u= |u|p−2u, xRN,

uH1(RN) (1.9)

em que p ∈ (2, 2∗) e N > 3. A condic¸˜ao uH1(RN) ´e uma forma t´ıpica de substituir as

condic¸˜ao de fronteira homogˆenea dos problemas anteriores. De fato, podemos interpret´a-la como uma forma de expressar uma condic¸˜ao do tipo u(x) → 0 quando |x| → +∞, que ´e naturalmente associada `a equac¸˜ao. Vale ressaltar queuH1(R1)n˜ao implica queuse anula

no infinito. Frequentemente a condic¸˜aouH1(R1)juntamente com o fato de que uresolve a equac¸˜ao diferencial implicam queu(x) → 0 no infinito, mas isso deve ser demonstrado em cada caso.

O fato de que o dom´ınio do problema ´e todo o espac¸oRNsugere que devemos ter ausˆencia

de compacidade. Sem entrar nos detalhes agora, que ser˜ao tratados nos cap´ıtulos seguintes, suponhamos que o problema (1.9) tem uma soluc¸˜ao u 6= 0 que minimiza algum funcional. Como o problema ´e invariante por translac¸ ˜oes, para todo yRN a sequˆencia (uk)kN H1(RN)definida poruk(x) =u(x+ky)´e uma sequˆencia minimizante limitada que n˜ao possui

subsequˆencia convergente emLp(RN)para nenhum valor dep. Assim, o problema possui uma

sequˆencia minimizante limitada que n˜ao converge. A raz˜ao para isso ´e a invariˆancia deRN por

translac¸ ˜oes, o que torna a imers˜aoH1(RN)֒→Lp(RN)n˜ao compacta para qualquerp.

Hip ´oteses usuais sobre a func¸˜ao cont´ınuaq: RN R que permitem resolver o problema

s˜ao infxRNq(x) > 0 e lim|x|→q(x) = +∞. Por outro lado, com essas hip ´oteses, se uH1(RN)ent˜ao uma integral da formaR

RNq(x)u2dxpode divergir. Isso significa que n˜ao

pode-mos trabalhar diretamente com o espac¸o de func¸ ˜oesH1(RN). Assim, consideramos o seguinte

subespac¸oXH1(RN), definido por

X:=

uH1(RN):

Z

RNq(x)u

2dx<+ .

(24)

do problema (1.9) ´e uma func¸˜aouXtal que

Z

RNu· ∇v dx+

Z

RNq(x)uv dx=

Z

RN|u|

p−2uv dx, v X. (1.10)

Usando as hip ´oteses sobre a func¸˜aoqpodemos verificar queXest´a imerso continuamente emH1(RN)e, portanto, tamb´em emLp(RN)para todop[2, 2]. Mais ainda, ´e poss´ıvel

verifi-car que a imers˜aoX֒→ Lp(RN)´e compacta para todo p [2, 2). Dessa forma, os argumentos

de compacidade descritos no final da sec¸˜ao1.2 podem ser aplicados e obtemos um resultado de existˆencia de soluc¸˜ao fraca e n˜ao negativauXpara o problema (1.9). Essa soluc¸˜ao verifica a condic¸˜ao (1.10). A etapa final da demonstrac¸˜ao do resultado de existˆencia consiste em veri-ficar que essa condic¸˜ao continua v´alida para toda func¸˜ao teste vH1(RN). Dessa maneira,

obtemos o seguinte resultado de existˆencia, cuja demonstrac¸˜ao encontra-se no livro de Badiale e Serra [3, Sec. 3.2].

Proposi¸c˜ao 1.6. Seja q ∈ C0(RN)uma fun¸c˜ao tal queinf

xRNq(x) > 0 elim|x|→q(x) = +∞e

seja p∈(2, 2∗). Ent˜ao o problema(1.9)possui uma solu¸c˜ao fraca u>0.

Observamos que a dificuldade principal desse tipo de problema, o ponto em que a ausˆencia de compacidade se apresenta, ´e mostrar que uma sequˆencia minimizante converge em um sen-tido suficientemente forte para que seja poss´ıvel fazer a passagem ao limite no termo n˜ao linear. No caso exemplificado, a compacidade pode ser restaurada pela escolha adequada do espac¸o

X. Em outras situac¸ ˜oes, por exemplo usando hip ´oteses distintas sobre a func¸˜aoq, isso n˜ao pode ser feito e ´e o que torna os problemas mais dif´ıceis. A estrat´egia ent˜ao ´e analisar cuidadosa-mente as sequˆencias minimizantes, de forma a tentar classificar os poss´ıveis comportamentos dessas sequˆencias. Em seguida, tentamos eliminar todas essas possibilidades com a excess˜ao de uma delas, exatamente aquela que permite recuperar a compacidade e concluir a demonstrac¸˜ao de existˆencia de soluc¸ ˜oes fracas para os problemas.

Esse tipo de argumentac¸˜ao ´e um exemplo de uma teoria bastante refinada que visa a classifi-cac¸˜ao de todos os poss´ıveis comportamentos de sequˆencias de soluc¸ ˜oes aproximadas, tais como as sequˆencias minimizantes. A teoria foi desenvolvida por Lions [14,15] e um dos principais resultados ´e o lema de concentrac¸˜ao e compacidade, ferramenta crucial usada nesta dissertac¸˜ao. A seguir apresentamos um exemplo da aplicac¸˜ao desse princ´ıpio em um problema envol-vendo uma n˜ao linearidade com crescimento cr´ıtico. Consideramos o problema

 

−∆u=|u|2∗2

u, xRN,

u∈D1,2(RN),

(1.11)

em que N > 3. Formalmente, soluc¸ ˜oes do problema (1.11) s˜ao pontos cr´ıticos do funcional J: D1,2(RN)Rdefinido por

J(u):= 1

2 Z

RN|∇u|

2dx 1 2∗

Z

RN|u|

(25)

1.3. T´ecnicas de minimizac¸˜ao para problemas sem compacidade 9

A escolha do espac¸oD1,2(RN)se deve ao fato de que n˜ao ´e conveniente considerar o funcional J como definido em H1(RN), j´a que nesse espac¸o a primeira parcela da integral de J n˜ao ´e o

quadrado de uma norma, o que imp ˜oe s´erias dificuldades.

Sabemos que a imers˜aoD1,2(RN)֒→ L2∗(RN)´e cont´ınua mas n˜ao ´e compacta, nem mesmo

em um sentido local, como veremos a seguir. Claramente, como estamos considerando todo o espac¸oRN, existe a ausˆencia de compacidade devido `a invariˆancia por translac¸ ˜oes. Entretanto,

no caso do problema (1.11) existe uma dificuldade ainda mais s´eria, que surge da invariˆancia do problema por dilatac¸ ˜oes, como descrito a seguir. Sejav∈C∞

0(RN)uma func¸˜ao fixada; ent˜ao

v∈D1,2(RN). ParatR+, definimos a dilatac¸˜ao

vt(x):=t(N−2)/2v(tx).

Ent˜ao a func¸˜aovtverifica as seguintes propriedades:

Z

RN|∇vt|

2dx=Z

RN|∇v|

2dx, t R+

e

Z

RN|vt|

2∗dx=Z RN|v|

2∗dx, t R+ .

Da primeira propriedade conclu´ımos quevt ⇀0 fracamente emD1,2(RN)set →0 ou set → +∞; combinando essas convergˆencias fracas para a func¸˜ao nula com a segunda propriedade, conclu´ımos que a sequˆencia (vt)tNL2

(RN)n˜ao possui subsequˆencia convergente. Isso

acontece exatamente pela presenc¸a do expoente cr´ıtico de Sobolev 2∗ =2N/(N−2).

Em relac¸˜ao a essa discuss˜ao informal, reconhecemos agora que a ausˆencia de compacidade n˜ao se deve simplesmente em decorrˆencia da invariˆancia das sequˆencias minimizantes por translac¸ ˜oes no espac¸oRN, mas tamb´em devido `a invariˆancia por dilatac¸ ˜oes. De fato, supondo

quev(0) 6= 0, vemos que se t → 0 as func¸ ˜oes vt ∈ C∞0(RN) tendem a zero uniformemente, enquanto que a integralR

RN|vt|2 ∗

dxmant´em-se constante. Dizemos que nesse caso h´a perda de compacidade por anulamento. Por outro lado, vemos que set →+∞as func¸ ˜oesvt ∈C∞

0 (RN) tendem a zero fora da origem evt(0)→ +∞, enquanto que a integralRRN|vt|2

dxnovamente mant´em-se constante. Dizemos que nesse caso h´a perda de compacidade por concentrac¸˜ao.

Em outros termos, podemos dizer que set → 0 a “massa” devida `a integral envolvendo

|vt|2 ∗

espalha-se por todo o espac¸o e set →∞a “massa” concentra-se na origem.

Consequen-temente, em ambos os casos h´a perda de massa na passagem ao limite e n˜ao h´a convergˆencia forte no espac¸oL2∗(RN). Esses fen ˆomenos acontecem em todos os problemas envolvendo

cres-cimento cr´ıtico, at´e mesmo em dom´ınios limitados.

(26)

de compacidade pela invariˆancia do problema por translac¸ ˜oes. Dessa forma, trabalhamos no subespac¸o

Dr:=

u∈D1,2(RN): u´e radial .

Proposi¸c˜ao 1.7. O problema(1.11)possui uma solu¸c˜ao n˜ao negativa e n˜ao trivial u∈Dr.

Apresentamos apenas as linhas gerais da demonstrac¸˜ao. Para mais detalhes, referimos aos cap´ıtulos seguintes da monografia, onde generalizac¸ ˜oes do problema (1.11) s˜ao estudadas mais cuidadosamente.

Para garantir a existˆencia de soluc¸˜ao para o problema (1.11) procuramos minimizar o fun-cional Jna esfera unit´aria deL2∗(RN). Para isso, devemos garantir que o ´ınfimo

S:= inf u∈D1,2(RN)

|u|2∗=1

kuk2 (1.13)

´e atingido por uma func¸˜aou∈D1,2(RN). O valorS´e denominado melhor constante de Sobolev

e ´e a maior constante positiva tal que

S

Z

RN|u|

2∗

dx2/2

6

Z

RN|∇u|

2dx, uD1,2(RN).

Devido `a desigualdade de Sobolev, que ´e um caso particular da desigualdade (A.7) de Caffa-relli, Kohn e Nirenberg, sabemos queS>0.

Para analisar as sequˆencias minimizantes, a ideia inicial ´e verificar que existe uma sequˆencia minimizante que seja radial, isto ´e, uma sequˆencia(vk)kN ⊂ Drtal que vk > 0,|vk|2∗ = 1 e

kvkk → S. Em seguida usamos a invariˆancia do problema por dilatac¸ ˜oes e obtemos uma nova sequˆencia minimizante(uk)kN ⊂DrparaSformada por func¸ ˜oes n˜ao negativas e uma func¸˜ao

u ∈ Drtamb´em n˜ao negativa e tais queR

|x|<1|uk|

2∗dx = 1/2,R

|x|>1|uk|2 ∗

dx = 1/2, e com as convergˆencias fracasukuemD1,2(RN)e em L2

(RN)e com a convergˆenciauk(x) u(x)

q.t.p. emRN.

A pr ´oxima etapa consiste em definir quantidades que registram as poss´ıveis perdas de massa tanto na origem quanto no infinito. Esta ´e a parte principal da argumentac¸˜ao e est´a relacionada com o lema de concentrac¸˜ao e compacidade. De fato, constitui o esforc¸o para se obter informac¸˜ao sobre o anulamento ou a concentrac¸˜ao da sequˆencia minimizante(uk)kN

D1,2(RN)obtida na etapa anterior. Para isso definimos os valores

ν0:= lim R→0+

lim sup kN

Z

|x|<R

|uk|2 ∗

dx, ν∞ := lim

R→+∞

lim sup kN

Z

|x|>R|uk| 2∗dx,

µ0:= lim R→0+

lim sup kN

Z

|x|<R

|∇uk|2dx

, µ∞ := lim

R→+∞

lim sup kN

Z

|x|>R|∇uk| 2dx.

Esses valores s˜ao tais queν0, ν∞ ∈ [0, 1/2]e, al´em disso, quandok → ∞a massa original de

(27)

1.4. A identidade de Pohozaev e o resultado de Br´ezis e Nirenberg 11

parte que se concentra no infinito, isto ´e, 1=R RN|u|2

dx+ν0+ν∞. Tamb´em vale um resultado

similar para o quadrado da norma deD1,2(RN), isto ´e,S = R

RN|∇u|2dx+µ0+µ∞. Por fim,

temos as desigualdades fundamentais para a argumentac¸˜ao02/2∗ 6µ0eSν2/2 ∗ 6µ∞.

A etapa seguinte consiste em verificar queRRN|u|2

dx=1 e queν0=ν∞ =0. Dessa forma,

mostramos que existe uma func¸˜ao minimizante para a melhor constante de SobolevS. Mas pela semicontinuidade fraca da norma, temos que

kuk26lim inf

kN kukk 2= S.

Pela definic¸˜ao de S, resulta que kuk2 = S. Logo, o ´ınfimo S ´e atingido e u ´e uma func¸˜ao minimizante. Finalmente, usando um m ´ultiplo conveniente da func¸˜aouobtemos uma soluc¸˜ao para o problema (1.11).

Encerramos esta sec¸˜ao mencionando que ´e fato bem conhecido que as soluc¸ ˜oes do pro-blema (1.11) s˜ao conhecidas explicitamente e podem ser escritas como m ´ultiplos de

U(x):= c

(1+|x|2)(N−2)/2, c:= (N(N−2))

(N−2)/4,

que verifica a equac¸˜ao diferencial

−∆U(x) =SU2∗−1(x), xRN.

De forma geral, todas as soluc¸ ˜oes dessa equac¸˜ao diferencial formam a fam´ılia de func¸ ˜oes

Ut,y(x):= t(N−2)/2U(t(xy)),

em queyRN et R+. Notamos que essa fam´ılia de func¸ ˜oes ´e obtida a partir da func¸˜aoU

atrav´es de translac¸ ˜oes e dilatac¸ ˜oes. Al´em disso, temos queUt,yL2 ∗

(RN),Ut,y L2(RN)e kUt,yk2 =|Ut,y|2

2∗ =SN/2.

1.4

A identidade de Pohozaev e o resultado de Br´ezis e Nirenberg

Se tentamos resolver um problema semelhante ao problema (1.11) em um dom´ınio limitado

Ω⊂RN, a saber, se consideremos o problema

 

−∆u=|u|2∗−2u, x ,

u=0 x, (1.14)

(28)

um dom´ınio Ω ⊂ RN com fronteira diferenci´avel ´e um conjunto estrelado em relac¸˜ao `a origem seν(xx > 0 para todoxΩ, em queν(x)denota o vetor normal unit´ario exterior

aΩemx.

Proposi¸c˜ao 1.8. Suponhamos que Ω ⊂ RN ´e um conjunto aberto, limitado, com fronteira dife-renci´avel e estrelado em rela¸c˜ao `a origem, em que N>3. Ent˜ao o problema

    

   

−∆u=|u|2∗2

u, x∈Ω,

u>0 x∈Ω,

u=0 x,

(1.15)

n˜ao tem solu¸c˜ao em H1 0(Ω).

A demonstrac¸˜ao desse resultado ´e baseada em um resultado de regularidade, que afirma que qualquer soluc¸˜ao fracauH01(Ω)do problema (1.15) ´e de classeC2(Ω)e de uma identi-dade integral, devida a Pohozaev, que enunciamos a seguir.

Proposi¸c˜ao 1.9. Seja f: R R uma fun¸c˜ao cont´ınua e seja F(t) = Rt

0 f(s)ds. Suponhamos que

Ω⊂RN ´e um conjunto aberto e limitado, em que N>3. Se uC2(Ω)´e uma solu¸c˜ao do problema

 

−∆u= f(u), x∈ Ω,

u= 0 x, (1.16)

ent˜ao vale a identidade

N−2 2

Z

Ω|∇u|

2dxNZ

F(u)dx=−

1 2

Z

∂u

∂ν

2

ν(xxdσ. (1.17)

A igualdade (1.17) ´e conhecida como identidade de Pohozaev. Para a demonstrac¸˜ao desse resultado, consulte o livro de Badiale e Serra [3, Theorem 3.4.26, pag. 137] ou o livro de Am-brosetti e Malchiodi [1, Theorem 8.30, p´ag. 136]. Como consequˆencia direta da Proposic¸˜ao1.9

vemos que seΩ⊂RN ´e estrelado em relac¸˜ao `a origem, ent˜ao toda soluc¸˜ao do problema (1.16)

verifica a desigualdade

N

Z

F(u)dx

N−2 2

Z

u f(u)dx

>0.

Em particular, se f(u) =|u|p−2u, ent˜ao devemos ter

N

pN−2

2

Z

Ω|u|

pdx >0,

e, se u > 0, ent˜ao p < 2N/(N−2) = 2∗. Esses coment´arios implicam que o expoente 2∗ ´e

(29)

1.5. Resultados principais 13

Em contraste com a Proposic¸˜ao1.8, que ´e um resultado de n˜ao existˆencia de soluc¸˜ao, Br´ezis e Nirenberg demonstraram em [7] que adicionando uma perturbac¸˜ao de ordem inferior ao pro-blema (1.15) podemos recuperar a existˆencia de soluc¸˜ao positiva no caso de qualquer dom´ınio limitadoΩ⊂ RN para perturbac¸ ˜oes convenientemente escolhidas. Mais precisamente,

consi-deramos o problema

    

   

−∆u(x)−λu(x) =u2∗−1(x) x ∈Ω,

u(x)>0 x ∈Ω,

uH01(Ω)

(1.18)

em queN > 3,Ω ⊂ RN ´e um conjunto aberto e limitado com fronteiraΩe o espac¸o H1 0(Ω) ´e equipado com a normakuk := (R

Ω|∇u|2dx)1/2. As soluc¸ ˜oes fracas do problema (1.18) s˜ao

pontos cr´ıticos do funcionalJ: H01(Ω)→Rdefinido por

J(u):= 1

2 Z

Ω|∇u|

2dx λ 2

Z

Ω|u|

2dx 1 2∗

Z

Ω|u|

2∗

dx.

Apresentamos agora alguns coment´arios sobre o intervalo de variac¸˜ao para o parˆametroλ

da perturbac¸˜ao linear. Para isso, denotamos porλ1 o primeiro autovalor do operador laplaci-anoL[u]:= −∆u(x)emH1

0(Ω), isto ´e,

λ1:= inf uH1

0(Ω)

u(x)6≡0 Z

Ω|∇u|

2dx

Z

Ω|u|

2dx . (1.19)

´E fato conhecido que λ1 > 0 e que λ1 ´e atingido, isto ´e, existe soluc¸˜ao para o problema

−∆u(x) =λ1u(x).

Usando novamente a Proposic¸˜ao1.9, seΩfor um dom´ınio estrelado em relac¸˜ao `a origem,

ent˜ao o problema (1.18) n˜ao possui soluc¸˜ao se λ 6 0. Dessa forma, para obtermos resultados

de existˆencia de soluc¸ ˜oes para o problema (1.18) devemos considerar valores positivos paraλ.

Proposi¸c˜ao 1.10. Se N > 4, ent˜ao o problema(1.18)tem uma solu¸c˜ao para todoλ ∈ (0,λ1), em que

λ1´e o primeiro autovalor definido em(1.19).

Se N = 3, ent˜ao existeλ0 = λ0(Ω)comλ0 ∈ [0,λ1)e tal que o problema(1.18)tem solu¸c˜ao se,

e somente se,λ ∈ (λ0,λ1). Em particular, no caso em que´e a bola unit´aria, temosλ0 = λ1/4e o

problema(1.18)tem solu¸c˜ao se, e somente se,λ∈(λ1/4,λ1).

Para a demonstrac¸˜ao, consulte o artigo original de Br´ezis e Nirenberg [7] ou o livro de Ambrosetti e Malchiodi [1, Theorem 11.6, p´ag. 180].

1.5

Resultados principais

(30)

singularidades tanto no operador quanto na n˜ao linearidade e expoentes cr´ıticos de Hardy-Sobolev. A referˆencia b´asica ´e o trabalho de Wang e Willem [19].

Mais especificamente, estudamos resultados de existˆencia de soluc¸ ˜oes de energia m´ınima, conhecidas na literatura como soluc¸ ˜oes “ground state”, para equac¸ ˜oes el´ıpticas degeneradas definidas emRN da forma geral

−div(A(x)∇u) = f(x,u), (xRN), (1.20)

em queA:RN R ´e uma func¸˜ao n˜ao negativa que pode ser ilimitada ou se anular em alguns

pontos. Essa classe de equac¸ ˜oes generaliza alguns exemplos apresentados nas sec¸ ˜oes anteriores e surgem no estudo de ondas estacion´arias em equac¸ ˜oes anisotr ´opicas de Schr ¨odinger. Como prot ´otipos para estes tipos de problemas, consideramos as equac¸ ˜oes

−div|x|−2a∇u=|x|−bp|u|p−2u, (xRN) (1.21)

e

−div|x|−2a∇u+λ|x|−2(1+a)u=|x|−bp|u|p−2u, (xRN,λR). (1.22)

Seguindo algumas das ideias desenvolvidas previamente, procuramos soluc¸ ˜oes para os problemas (1.21) e (1.22) no espac¸o reflexivo D1,2a (RN), definido como o completamento do

espac¸o das func¸ ˜oes testeD(RN)com relac¸˜ao ao produto interno(·,·):D1,2a (RN)×D1,2a (RN) Rdefinido por

(u,v):= Z

RN|x|

−2a

u· ∇v dx

e com a correspondente norma definida por

kuk:= (u,u)1/2 = Z

RN|x|

−2a|∇

u|2dx1/2.

ConsideramosN > 3, os parˆametrosaebtais que

06a6(N−2)/2, a6b6a+1 (1.23)

e o expoente cr´ıtico de Hardy-Sobolev

p= p(a,b):= 2N

N−2+2(ba). (1.24)

Utilizando a desigualdade (A.7) estabelecida por Caffarelli, Kohn e Nirenberg, esses pro-blemas permitem formulac¸ ˜oes variacionais para os parˆametros nos intervalos especificados e, principalmente, podemos formular os seguintes problemas de minimizac¸˜ao com restric¸ ˜oes. Consideramos

S(a,b):= inf u∈D1,2a (RN)

||x|−bu|p=1

|x|

a

u

2

(31)

1.5. Resultados principais 15

para o problema (1.21) e

S(a,b,λ):= inf u∈D1,2a (RN)

||x|−bu|p=1

|x|

au

2

2+λ

|x|

−(1+a)

u

2

2 (1.26)

para o problema (1.22). Conforme vimos anteriormente, demonstrar existˆencia de soluc¸ ˜oes para os problemas (1.21) e (1.22) ´e equivalente a demonstrar que os valoresS(a,b)eS(a,b,λ)

s˜ao atingidos.

A desigualdade (A.7) de Caffarelli, Kohn e Nirenberg (TeoremaA.3) garante que para os pa-rˆametros especificados em (1.23) e (1.24), existe uma constante positivaCR+independente

deutal que

Z

RN|x|

bp

|u|pdx

2/p

6C

Z

RN|x|

−2a

|∇u|2dx, u∈D1,2a (RN). (1.27)

Assim, a constanteS(a,b)´e positiva.

Como podemos antecipar, a principal dificuldade no estudo dos problemas (1.21) e (1.22) ´e a ausˆencia a priori de compacidade das sequˆencias minimizantes, j´a que ambos os proble-mas est˜ao definidos em todo o espac¸oRN e envolvem o expoente cr´ıtico p(a,b). Portanto, as

sequˆencias minimizantes s˜ao invariantes por translac¸ ˜oes e por dilatac¸ ˜oes.

Para um breve hist ´orico do problema (1.21), mencionamos que Lieb [13] demonstrou a existˆencia de func¸ ˜oes minimizantes, isto ´e, de func¸ ˜oes que realizam o ´ınfimo S(a,b)no caso

a = 0 e 0 < b < 1. Al´em disso, Chou e Chu [10] demonstraram o mesmo resultado quando a 6 b < a+1. Ambos mostraram tamb´em queS(a,a+1) nunca ´e atingido. Em particular,

o valorS(0, 1)que corresponde `a desigualdade de Hardy nunca ´e atingido. O caso a = 0 e 0< b< 1 tamb´em foi estudado por Lions [15] em dom´ınios n˜ao limitados. O primeiro

resul-tado, relativo ao problema (1.21), ´e enunciado a seguir.

Teorema 1.11. Sejam N > 3,0 6 a < (N−2)/2, a+b > 0, a 6 b < 1+a e p = p(a,b). Seja

(un)nN ⊂D 1,2

a (RN)uma sequˆencia minimizante para S(a,b)verificando

|x|

b

un

p=1,

|x|

a

un

2

2→S(a,b).

Ent˜ao existe uma sequˆencia(tn)nN ⊂]0,∞[tal que a sequˆencia de dilata¸c˜oes((un)tn)nN ⊂D1,2a (RN)

definidas por(un)tn(x):=t

(N−2(1+a))/2

n un(tnx)possui uma subsequˆencia convergente. Em particular,

existe uma fun¸c˜ao minimizante para S(a,b).

(32)

a = b depende de uma estimativa diferente, pois p(a,a) = 2∗ = 2N/(N−2)e existe uma dilatac¸˜ao duplamente invariante. O m´etodo utilizado por Wang e Willem [19] ´e diferente da-quele utilizado por Lions [15], pois avalia quantitativamente a n˜ao compacidade de sequˆencias minimizantes.

A seguir, enunciamos dois resultados relativos ao problema (1.22).

Teorema 1.12. Sejam N > 3,0 6 a < (N−2)/2, a 6 b< 1+a, p = p(a,b)eS(a,a+1) <

λ<0. Seja(un)

nN ⊂D 1,2

a (RN)uma sequˆencia minimizante para S(a,b,λ)satisfazendo

|x|

bu n

p=1,

|x|

au n

2

2+λ

|x|

−(1+a)

un

2

2 →S(a,b,λ).

Ent˜ao existe uma sequˆencia(tn)nN ⊂]0,∞[tal que a sequˆencia de dilata¸c˜oes((un)tn)nN ⊂D

1,2 a (RN)

definidas por(un)tn(x):=t

(N−2(1+a))/2

n un(tnx)possui uma subsequˆencia convergente. Em particular,

existe uma fun¸c˜ao minimizante para S(a,b,λ).

Teorema 1.13. Sejam N > 3,0 6 a < (N2)/2e p = p(a,b). Seja(un)

nN ⊂ D1,2a (RN)uma

sequˆencia minimizante para S(a,b,λ)satisfazendo

|x|

b

un

p=1,

|x|

a

un

2

2+λ

|x|

−(1+a)

un

2

2 →S(a,b,λ).

Suponhamos que vale um dos grupos de hip´oteses a seguir: 1. a <b< a+1e0<λ, ou

2. 0<a =b e0<λ1.

Ent˜ao existe uma sequˆencia(tn)nN ⊂]0,∞[tal que a sequˆencia de dilata¸c˜oes((un)tn)nN ⊂D

1,2 a (RN)

definidas por(un)tn(x):=t

(N−2(1+a))/2

n un(tnx)possui uma subsequˆencia convergente. Em particular,

existe uma fun¸c˜ao minimizante para S(a,b,λ).

Para demonstrar o Teorema1.12verificamos que as sequˆencias minimizantes paraS(a,b,λ)

s˜ao relativamente compactas a menos de dilatac¸ ˜oes quandoa6b<a+1 e−S(a,a+1)<λ<

0. O caso a = b = 0 e −S(0, 1) < λ < 0 foi resolvido por Lions ([14]). Para demonstrar o

Teorema1.13, em que consideramos o caso λ > 0, novamente tratamos de forma diferente os

casosa<b<a+1 ea=b. Ao contr´ario do valorS(a,b), paraS(a,b,λ)comλ6=0 n˜ao se sabe

se existem soluc¸ ˜oes expl´ıcitas para o problema (1.22). O m´etodo aqui utilizado apresenta uma abordagem uniforme para ambos os problemas.

Vale mencionar que Chou e Chu demonstraram em [10] que a soluc¸˜ao do problema (P1) ´e radialmente sim´etrica. Al´em disso, Catrina e Wang estudaram em [9] o problema (P1) para o parˆametro a definido no intervalo −∞ < a < (N−2)/2 e demonstraram, entre outros

resultados, o caso em que ocorre a quebra de simetria [9, Theorem 1.3]. Esse resultado afirma que existea06 0 e uma func¸˜aoh(a)definida paraa6 a0, satisfazendoh(a0) = a0,a <h(a)<

a+1 para a < a0, ea+1h(a) → 0 quandoa → ∞, de forma que para qualquer (a,b),

Imagem

Figura 2.1: Exemplos de duas situac¸ ˜oes em que ocorre o fen ˆomeno de perda de compacidade
Figura 2.3: Exemplos de duas situac¸ ˜oes em que n˜ao ´e poss´ıvel recuperar a perda de compa- compa-cidade
Figura A.1: Gr´afico da func¸˜ao Γ, definida por Γ ( z ) : = R ∞

Referências

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