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Conceitualização pelas enfermeiras de preparação para o parto.

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Academic year: 2017

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CONCEI TUALI ZAÇÃO PELAS ENFERMEI RAS DE PREPARAÇÃO PARA O PARTO

1

Ger m an o Rodr igu es Cou t o2

Cout o GR. Conceit ualização pelas enferm eiras de preparação para o part o. Rev Lat ino- am Enferm agem 2006 m arço- abril; 14( 2) : 190- 8.

Est udo descr it ivo, explor at ór io e qualit at ivo, r ealizado m ediant e a ut ilização da Técnica de Delphi com am ost ra de 32 enferm eiras especialist as em Enferm agem de Saúde Mat erna e Obst ét rica que exercem funções em 3 hospit ais e 9 cent ros de saúde do dist rit o do Port o, nort e de Port ugal. Teve com o obj et ivos: 1. ident ificar as idéias e concepções consensuais que um gr upo de enfer m eir as possui sobr e a Pr epar ação par a o Par t o; 2. saber qu ais as f on t es de in f or m ação qu e con sen su alm en t e são m ais u t ilizadas pelas en f er m eir as; 3 . saber q u al a su a aceit ação acer ca d e p r ogr am as sob r e Pr ep ar ação p ar a o Par t o com o f or m a d a gr áv id a t er u m t r abalho de par t o at iv o. Os r esult ados r ev elar am que a Pr epar ação par a o Par t o é, segundo as enfer m eir as est u d ad as, u m m om en t o d e ed u cação p ar a a saú d e, q u e en v olv e p r oced im en t os t écn icos, ed u cacion ais, r elacionais e infor m at iv os; de gr ande im por t ância par a a gr áv ida e par a a enfer m eir a, desenr olando- se desde o in ício da gr av idez at é o pu er pér io, com o u m m eio de alt er ar com por t am en t os er r ados com v ist as a u m r esult ado esper ado com ganhos de saúde par a a gr áv ida e sua fam ília.

DESCRI TORES: gr av idez; t r abalho de par t o; par t o; obst et r ícia; enfer m agem

NURSES’ CONCEPTUALI ZATI ON ON CHI LDBI RTH PREPARATI ON

Descript ive, explorat ory and qualit at ive st udy, carried out t hrough t he Delphi Technique, wit h a sam ple of 32 obst et r ics specialist nur ses w or k ing in 3 hospit als and 9 pr im ar y healt h car e cent er s in t he dist r ict of Oport o, Nort hern Port ugal. The purposes of t his work were: 1. t o ident ify a group of nurses’ ideas and consensual concept ions about Childbirt h Preparat ion; 2. t o know which inform at ion sources are consensually m ore used by nurses; 3. t o know how t hey accept Childbirt h Preparat ion program s as a way for pregnant wom en t o have an act iv e deliv er y . Result s r ev ealed t hat Childbir t h Pr epar at ion is, accor ding t o t he par t icipant s, an educat ional m om ent t oward healt h, involving t echnical, educat ional, relat ional and inform at ive procedures of great im port ance t o pr egnant w om en and nur ses. This involves t he per iod fr om t he st ar t of pr egnancy t o t he puer per ium , as a m eans of changing w r ong behav ior s w it h a v iew t o achiev ing an ex pect ed goal of healt h gains for pr egnant w om en and t heir fam ily .

DESCRI PTORS: pr egnancy ; labor , obst et r ic; par t ur it ion; obst et r ics; nur sing

CONCEPTUALI ZACI ÓN DE LOS ENFERMEROS DE PREPARACI ÓN PARA EL PARTO

Est udio descript ivo, explor at orio y cualit at ivo, realizado m ediant e la ut ilización de la Técnica de Delphi a u n a m u est r a d e 3 2 en f er m er as esp ecialist as en En f er m er ía d e Salu d Mat er n a y Ob st et r icia q u e ej er cen funciones en 3 hospit ales y 9 cent r os de At ención Pr im ar ia del dist r it o de Opor t o, al nor t e de Por t ugal. Tuv o com o obj et ivos: 1. ident ificar las ideas y concepciones que un grupo de enferm eras posee sobre la Preparación para el Part o; 2. saber cuales son las fuent es de inform ación m as ut ilizadas por las enferm eras; 3. saber cual es su acept ación sobre program as de Preparación para el Part o y com o ayudar a la em barazada en el t rabaj o de par t o. Los r esult ados r evelar on que la Pr epar ación par a el Par t o es, según las enfer m er as de est e est udio, u n m om en t o de edu cación par a la salu d, qu e en v u elv e pr ocedim ien t os t écn icos, edu cat iv os, de r elación y infor m at ivos de gr an im por t ancia par a la em bar azada y par a la enfer m er a, desenr ollándose desde el inicio del em bar azo hast a el puer per io, com o un m edio de alt er ar com por t am ient os er r óneos con v ist a a un r esult ado esper ado que m ej or e la salud de la em bar azada y la de su fam ilia.

DESCRI PTORES: em bar azo; t r abaj o de par t o; par t o; obst et r icia; enfer m er ía

1 Trabalho extraído da tese de Doutorado; 2 Enferm eiro Obstetra, Dout orando em Ciências de Enferm agem da Universidade do Port o, Professor Convidado

(2)

I NTRODUÇÃO

O

estado gravídico, acim a de tudo, pode ser considerado um est ado rit ual, ist o é, um est ado de co n t ín u o cu m p r i m e n t o d e t r a d i çõ e s e co st u m e s p a ssa d o s d e g e r a çã o e m g e r a çã o( 1 ). Ne ssa perspectiva, a futura m ãe tem um a relação ativa com a sociedade, cabendo- lhe integrar- se e fazer a ligação en t r e o p r e se n t e e o p a ssa d o o h u m a n o e o

divin o, ou sej a, lançar a pont e sobre a diversidade

cult ural de cada geração. “A m ulher grávida est á em p er i g o r i t u a l [ . . . ] p o r se en co n t r a r n u m est a d o ‘int erm ediário’ – ainda não é m ãe e j á não é virgem [ . . . ] Deix ou u m est ado, m as ain da n ão f oi aceit a noutro. Assim , está em estado m arginal”( 1). Seguindo esse p en sam en t o au d az, m as d e u m a v er acid ad e const ant e em m uit as sociedades ( se não, de form a v a r i á v e l , e m t o d a s) , p o d e - se p e n sa r e n t ã o d a necessidade de se com pr eender de for m a cient ífica a gravidez, a sua preparação adequada e conscient e e o conseqüent e part o.

Surgiu, então, a seguinte questão orientadora d o est u d o - Q u e i d é i a s e co n ce p çõ e s t ê m a s e n f e r m e ir a s e sp e cia list a s e m En f e r m a g e m d e Sa úde M a t erna e Obst ét rica sobre a Prepa ra çã o p a r a o Pa r t o?

Perant e o expost o, o present e t rabalho t em com o obj et ivos: 1. ident ificar as idéias e concepções con sen su ais qu e u m gr u po de en f er m eir as possu i sobre a Preparação para o Part o; 2. saber quais as font es de inform ação que consensualm ent e são m ais u t ilizadas pelas en f er m eir as; 3 . saber qu al a su a aceit ação acer ca d e p r og r am as sob r e Pr ep ar ação para o Parto com o form a da grávida ter um trabalho de part o at ivo.

Pe n sa - se q u e o e n t e n d i m e n t o so b r e a s co n ce p çõ e s q u e a s e n f e r m e i r a s t ê m so b r e a Preparação para o Part o é ext rem am ent e im port ant e para que a enferm agem , enquanto disciplina, consiga e s t r u t u r a r m e l h o r a s s u a s p r á t i c a s

p r of ission a is, nom eadam ent e no que diz r espeit o

ao acom panham ent o da m ulher grávida, j ust ificando assim o int er esse na r ealização dest a invest igação. Em bora sej a um estudo apoiado em atuações usadas desde há m ais de duas décadas em obstetrícia, o seu i n t e r e sse f o i v i st o co m o n e ce ssá r i o p a r a a com preensão da enferm agem na sua t ot alidade.

REVI SÃO DA LI TERATURA

A aprendizagem sobre a gravidez e o part o é r e a l i za d a m u i t a s v e ze s d e f o r m a i n co r r e t a e

em p ír ica, in t er ior izad a p or h ist ór ias r elat ad as d e gravidezes e part os com plicados, at ravés, sobret udo, d a t r ad i ção o r al . Se essa ap r en d i zag em n ão f o r realizada de form a progressiva e coerente, de acordo com o n ív el de com pr een são da adolescen t e e da m ulher, em locais apropriados, com o na escola, por exem plo, acont ece que “ m uit as m ulheres chegam à g r a v i d e z se m co n h e ce r e m o se u co r p o , desconhecendo o que se passa com elas, o que pode ser gerador de insegurança e ansiedade”( 2). Aqui se apresent a inequivocam ent e o pa pe l da e n fe r m e ir a

e d a e n f e r m a g e m, e n q u a n t o p r o f i s s ã o

m a n ipu la dor a de sa be r e s, a t it u de s e von t a de s.

A prevenção do clim a de ansiedade e m edo r elacionado com a sex ualidade e r epr odução dev e efet uar - se desde a infância, na escola, at r av és de co r r e t a i n f o r m a çã o se x u a l , “ p o r o u t r o l a d o a p r e p a r a çã o f ísi ca e p síq u i ca d a m u l h e r g r á v i d a contribui decisivam ente para elim inar, ou pelos m enos, dim inuir a expect at iva de ansiedade que povoa t oda a m u l h e r g r á v i d a . Se f o r d a d a à f u t u r a m ã e a possibilidade de conhecer o funcionam ent o do seu cor po, ela encont r ar - se- á em sit uação de colabor ar com a equipe de saúde [ ...] reduzindo assim grande parte da tensão corporal e psicológica, do que resulta um part o m ais fácil e m enos doloroso”( 3).

(3)

Um a inv est igação r ealizada por Bent o, em 1992, no Porto, levou a concluir que as m ulheres que dem onst raram durant e as aulas de Preparação para o Part o t er m aior conhecim ent o do t rabalho de part o e m aior confiança, após as aulas, revelaram t er um trabalho de parto com m enos dor e m enos penoso( 3). O investigador concluiu, no fim desse estudo, que os fat ores em que encont raram correlação m ais posit iva f o r a m o c o n h e c i m e n t o, a c o n f i a n ç a e a

a nsieda de. Apóia a necessidade de Preparação para

o Par t o com o font e de infor m ação, de confiança e espaço para proporcionar o aprender a lidar com os m edos relat ivos ao nascim ent o.

Essa form a de educação para a saúde baseia-se n u m a i n t e r v e n çã o p r o f i ssi o n a l e m q u e a enferm eira “ est abelece um processo pedagógico que fornece à pessoa cuidada, à fam ília ou a um grupo, inform ação sobre a doença, a sua prevenção e o seu t r at am en t o, com v ist as a lev ar a pessoa a t om ar consciência das suas capacidades de aut onom ia e a responsabilizar- se pela sua evolução para at ingir um m elhor est ado de saúde”( 5).

Assim , e in clu íd o n o p r in cíp io an t er ior, a gr áv ida, pessoa obj et o de int er v enção pedagógica, deve ser estim ulada a conhecer o m undo que a rodeia. Tudo é nov idade, nom eadam ent e, quando se t rat a de um a prim eira gravidez. Esse conhecim ento e todo o processo de aprendizagem podem ser feito de duas form as: infor m al e for m al.

O pr ocesso de apr en dizagem in f o r m a l é, t alvez, o m ais ut ilizado pela m ulher ao longo do seu crescim ent o e pela grávida durant e t oda a gest ação, tal com o j á foi referido. Tal processo em pírico recorre, basicam ent e, ao senso com um , ou sej a, at ravés de can ais cien t íf icos e n ão cien t íf icos e de ex pan são generalizada. São exem plo disso as leit uras de livros e r ev ist as, as con v er sas com ou t r as m u lh er es e grávidas, a visualização de docum ent ários e debat es, as tradições oral e escrita. É a cham ada educação de “ nível m acro”( 6). De m aneira algum a essa form a de t r an sm issão d e con h ecim en t o d ev e ser ex clu íd a, b an alizad a ou r ef u t ad a, d esd e q u e cor r et am en t e t r ansm it ida.

O p r ocesso f o r m a l, ou sej a, aq u ele q u e recorre a profissionais confiáveis, quer do pont o de vist a cient ífico quer relacional, é cham ado por Nolt e de “ nível m icro”, ou sej a, “ acont ece na com unidade d e d i v e r sa s f o r m a s, a t r a v é s d e l íd e r e s d a com unidade, profissionais de saúde”( 6). Esse é t alvez o m en os u t ilizad o, p or d iv er sas r azões. Pr im eir o

p or q u e a m u lh er ap en as a ele r ecor r e q u an d o a sit uação a im pele, nesse caso, a gravidez. Por out ro lado, por que os pr ópr ios pr ofissionais de saúde se e sq u e ce m d a s n e ce ssi d a d e s e f e t i v a s d e a p r e n d i za g e m d a m u l h e r e d a g r á v i d a so b r e educação par a a saúde. Essa per spect iva est á bem pat ent e no est udo de Cout o, em que o aut or conclui q u e a s g r á v i d a s e st u d a d a s, r e f e r i r a m q u e “ a in f or m ação q u e lh es é d ad a é q u ase n ad a, q u er durant e o at endim ent o de enferm agem quer durant e a consult a m édica”( 7).

Assi m , o s d o i s p r o ce sso s d e v e m se r ut ilizados, t ant o pelas m ulheres grávidas com o pelos p r o f i ssi o n a i s d e sa ú d e , d e f o r m a co m b i n a d a , est r u t u r a d a e em si m b i o se p er f ei t a d e f o r m a a conseguirem o equilíbrio const ant e.

Em países t ão dist int os cult uralm ent e com o o são o Z im b ab w e e a Su écia, a n ecessid ad e d e educação para a saúde durant e a gravidez é um dos m aior es obj et ivos dos bons cuidados de assist ência pré- nat al. “ Na m aioria dos países a educação para a saúde sobr e gr av idez é pr ov idenciada for m alm ent e pelos profissionais de saúde, m at erial educacional e pela com unicação social. Mas, m uitas m ulheres obtêm i n f o r m a çã o i n f o r m a l so b r e g r a v i d e z a t r a v é s d e contatos com outras m ulheres e fam iliares”( 8). O grau de edu cação acadêm ica r est r in ge o u so adequ ado d a s f o n t e s f o r m a i s d e e d u ca çã o p a r a a sa ú d e , t o r n a n d o - a s i n a d e q u a d a s e co m p l e t a m e n t e inaplicáveis ao seu contexto de vida. Além desse fator de restrição educacional, derivada da baixa instrução, exist em out ros fat ores est udados que se acoplam e t or nam o t r abalho de par t o m ais com plicado. Num out r o est udo( 9 ) em gr áv idas su ecas com apen as a e sco l a r i d a d e e l e m e n t a r, e ssa s r e v e l a r a m m a i o r ansiedade nos pr im eir os dois per íodos do t r abalho de part o do que as grávidas com escolaridade m ais elev ad a.

Os m ét o d o s u sa d o s n a ed u ca çã o p a r a a saúde, quer pelos profissionais, quer pelas próprias g r áv id as, r ev elar am g r an d e d iscr ep ân cia en t r e a necessidade e a ofert a. Por exem plo, a necessidade de su por t es de leit u r a por par t e das gr áv idas f oi insuficient e em ofert a por part e das enferm eiras. Por out r o lado, a ofer t a ex cessiv a de dem onst r ação de t é cn i ca s f o i se n t i d a p e l a s g r á v i d a s( 8 ) co m o desn ecessár ia.

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escolas superiores de enferm agem , a sua prát ica em t od os os h osp it ais, em t od as as m at er n id ad es e cent r os de saúde de Cuidados de Saúde Pr im ár ios, p r e v i st a n a Le g i s l a ç ã o d e P r o t e ç ã o à M a t e r n i d a d e e P a t e r n i d a d e e A ssi st ê n ci a a o

Pa r t o, em 1984.

Os cu r so s d e Pr e p a r a çã o p a r a o Pa r t o nasceram na Europa, no princípio do século XX. Dick Read, obst et ra inglês, percebeu que, no hospit al, as m ulheres se sentiam tensas, com m edo, sós e pariam com dificuldade; era necessário, por isso, intervir, não só sobre o seu estado físico ( através de técnicas cada vez m ais seguras) , m as t am bém sobre o seu est ado psicológico. A par t ir dessa obser v ação com eçou a preocupar- se com a necessidade de vencer aqueles t em or es ( desde o m edo at áv ico da dor e do r isco inerente ao parto, até o m edo, m ais recente, causado pelo am bient e hospit alar ) , infor m ando as m ulher es grávidas acerca do que lhes iria acontecer, ensinando-as a colaborar de form a ativa no nensinando-ascim ento do filho e dim in u in do, assim , a dor. Hoj e em dia, em bor a utilizando técnicas diferentes, os cursos de Preparação para o Parto perseguem , todos, os m esm os obj etivos: 1. proporcionar à gest ant e a inform ação necessária sobre a gravidez, o parto e o recém - nascido, de m odo a que possa v iv er conscient em ent e esse m om ent o t ã o e sp e ci a l ; 2 . v e n ce r a a n si e d a d e e o m e d o transm itidos de m ães para filhas, para que a dor física não sej a am pliada pela angústia; 3. reduzir ao m ínim o a d o r, g r a ça s a m ei o s l a r g a m en t e co m p r o v a d o s ( t écnicas de respiração, relaxam ent o...) ; 4. ensinar a colaborar com o próprio corpo para que tudo decorra da form a m ais fácil e rápida possível; 5. proporcionar o encont ro com out ras m ulheres na m esm a sit uação e q u e, p or isso, m elh or d o q u e n in g u ém p od em ofer ecer a sua colaboração e solidar iedade; 6. dar, em m uit os casos, ao fut ur o pai a infor m ação e os co n se l h o s n e ce ssá r i o s p a r a q u e e m t o d o s o s m om ent os, incluindo o do part o, possa est ar o m ais perto possível da futura m ãe; 7. apresentar à m ulher os am bientes em que irá estar internada e onde será assist ida, para que lhe sej am m enos est ranhos.

De ent re os m uit os m ét odos exist ent es por t odo o m undo cient ífico, ou at é m esm o em pírico, o

P s i c o p r o f i l á t i c o, o u La m a ze , é u m d o s m a i s ap licad os e com m aior su cesso. Ex ist em ou t r os, tam bém bastante conhecidos com o o Método de Dick

Re a d ou m ét odo de par t o n at u r al e o Mét odo de

Bradley ou m étodo do parto assistido pelo m arido( 4).

Ap e sa r d a s d i f e r e n ça s t e ó r i ca s, o s t r ê s t ê m

sem elh an ças: in f or m ações sob r e os p r ocessos d e t rabalho de part o, algum t ipo de preparação física e a crença no apoio, const ant e e com pet ent e, durant e o t rabalho de part o.

Todavia, out ros m ét odos t êm sido ut ilizados, com m aior ou m en or su cesso, m as t od os com o obj et ivo últ im o de dim inuir o sofrim ent o e aum ent ar a colaboração da m ulher no parto com o, por exem plo, o En sin o Au t ôn om o Resp ir at ór io, a Sof r olog ia, a Eutonia, a Estim ulação Nervosa Elétrica Transcutânea, a Hidrot erapia, o Yoga, a Effleurage, a Arom at erapia, a Acupunt ura, a Hapt onom ia e a Hipnose.

É det er m in an t e qu e os cu r sos com ecem a se r d e n o m i n a d o s a g o r a co m o c u r s o s d e

P r e p a r a ç ã o p a r a o P a r t o / M a t e r n i d a d e,

incorporados na cult ura dom inant e da grávida e da sua fam ília, tendo sem pre em conta as representações m e n t a i s e so ci a i s q u e e m e r g e m d o se u conhecim ent o( 7).

MÉTODO

Trat a- se de est udo descrit ivo e explorat ório, de abordagem qualitativa. A população foi constituída por um a am ost r a não- pr obabilíst ica de enfer m eir as especialist as em Enfer m agem de Saúde Mat er na e Obst ét rica ( consideradas perit as na área em est udo) , ent re os m eses de j ulho de 2003 e j aneiro de 2004, profissionais que exercem funções em 3 hospit ais e 9 cen t r os de saú de do dist r it o do Por t o, n or t e de Portugal. Foram levantados três critérios fundam entais para a obt enção da am ost ra: 1. possuir o t ít ulo de e n f e r m e i r a e sp e ci a l i st a e m En f e r m a g e m d e

Sa ú d e M a t e r n a e O b st é t r ica, pois a t écn ica de

r e co l h a d e i n f o r m a çã o e m ca u sa e x i g e q u e o s par t icipant es sej am per it os na ár ea de est udo; 2 . exercerem a sua at ividade profissional num hospit a l

ou cent ro de saúde do distrito do Porto, pois são os

locais por excelência que at endem grávidas ao longo de todo o processo da gravidez e que, por outro lado, p ossu em en f er m eir as esp ecialist as n as con d ições agora descritas; 3. estar em cont at o diário e diret o

com gr áv idas, sej a em con su lt as de en fer m agem , sej a durante o trabalho de parto e parto, com o intuito de par t ilh ar em as su as ex per iên cias con st an t es e quot idianas at ravés das suas opiniões e idéias.

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a Técnica de Delphi é um inst r um ent o pr ivilegiado, um a vez que é um “ quest ionário int erat ivo, circulado r e p e t i d a s v e ze s e n t r e u m g r u p o d e p e r i t o s o u e sp e ci a l i st a s q u e o r e sp o n d e m , m a n t e n d o - se o a n o n i m a t o d a s r e sp o st a s i n d i v i d u a i s. [ …] Esse

“ f e e d b a ck ” p er m it e a t r oca d e op in iões en t r e os participantes, e em geral conduz a um a convergência rum o a um a posição de consenso”( 10).

Nessa conform idade, os quest ionários foram pr ecedidos de um t er m o de consent im ent o liv r e e esclarecido a t odas as enferm eiras est udadas, nunca deix ando de obser v ar os aspect os ét icos pr ev ist os p a r a e st u d o s d e sse g ê n e r o , n o m e a d a m e n t e e m e st u d o co m se r e s h u m a n o s. A d u r a çã o p a r a o preenchim ento e entrega dos m esm os foi diferenciado, desde alguns dias at é algum as sem anas em cer t os casos.

Com o tal, enviou- se, na prim eira rodada, 7 7 q u e st i o n á r i o s p ar a 3 h osp it ais e 1 3 cen t r os d e sa ú d e , t e n d o t i d o t a x a d e r e t o r n o g e r a l d e

4 1 , 5 5 % , o u se j a , 3 2 q u e s t i o n á r i o s f o r a m r e sp o n d i d o s e d e v o l v i d o s, co r r e sp o n d e n d o a 3 hospit ais e 9 cent ros de saúde, vist o que 4 cent ros de saúde não forneceram respost a.

Na seg u n d a r o d ad a, a t a x a d e r e t o r n o

f oi d e 1 0 0 %, o q u e v em com p r ov ar o em p en h o dos par t icipant es do pr im eir o quest ionár io. Não foi n ecessár io u m a t er ceir a r odada pois o co n se n so

f o i o b t i d o c o m a r e s p o s t a a o s e g u n d o

q u est ion ár io.

A análise de inform ação e sua sistem atização for am r ealizadas at r av és da a n á lise d e con t e ú d o

de tipo indutiva interpretativa, que procurou construir o sent ido da conceit ualização pelas enfer m eir as de Preparação para o Part o.

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

A am ostra foi constituída por 32 enferm eiras licenciadas, pertencentes a 3 hospitais e 9 centros de sa ú d e , co m m é d i a e t á r i a d e 4 3 a n o s, com pr eendida ent r e a idade m ínim a de 31 anos e m áxim a de 59 anos de idade. Verificou- se que ent re os 30- 39 anos é que se encontraram cerca de m etade das enfer m eir as.

A m édia de anos de experiência na carreira de enferm agem foi de 2 0 ,9 4 anos, sendo que a m aioria das enferm eiras, 11, prestam cuidados de enferm agem a clientes na faixa etária entre 10 e 19 anos.

Re l a t i v a m e n t e a o t e m p o q u e d e t ê m a

e spe cia lida de de Enferm agem de Saúde Mat erna e

Ob st é t r i ca , o m e sm o é d e 1 4 , 2 5 a n o s, o q u e confront a com indivíduos com grau de experiência e consolidação de conhecim ent os adquir idos.

D a a n á l i se d e co n t e ú d o e e st a t íst i ca , r ealizadas após a r eceção dos dois qu est ion ár ios, ut ilizando a Técnica de Delphi, efet uou- se agor a a t r ansm issão da infor m ação m ais significat iv a e que foi a m ais im port ant e para o início da com preensão do conceit o de Pr epar ação par a o Par t o na opinião das enfer m eir as.

Qu an do se lev an t ou a qu est ão sobr e q u e con du t a de ve u m a e n fe r m e ir a t e r pe r a n t e u m a

grávida pela prim eira vez, sej a durante a gravidez

num a consult a de enferm agem no cent ro de saúde, ou at é j á em t r abalh o de par t o n u m h ospit al, as r espost as m ais significat iv as for am ao encont r o de quat ro passos fundam ent ais: t écnicos, educacionais, r elacion ais e in for m at iv os.

Re l a t i v a m e n t e a o s p r o c e d i m e n t o s

t é cnicos, esses devem basear- se principalm ent e na

colet a de infor m ação, t ais com o os ant ropom ét ricos e o u t r o s ( p e so , t e n sã o a r t e r i a l , a l t u r a u t e r i n a , glicosúria e prot einúria) e a hist ória obst ét rica, com todo o histórico inerente a gravidezes anteriores, tipos de part os, t em po de gest ação at ual, dat a da últ im a m enstruação e data provável do parto. Outro aspecto im port ant e e relat ado nesses procedim ent os t écnicos prende- se à necessidade de r egist ar t odos os dados ant eriorm ent e colhidos no Cart ão de Grávida, assim com o verificar out ros docum ent os que possam t razer i n f o r m a çõ es v á l i d a s p a r a o b o m seg u i m en t o d a gravidez, com o é o caso do Cartão de Vacinação. Um aspect o final referido pelas enferm eiras, não m enos im p or t an t e, é o d e co n h ecer a i n f o r m ação q u e a grávida detém sobre gravidez, trabalho de parto, parto e Pr epar ação par a o Par t o, visando est abelecer um

p lan o ad eq u ad o d e ed u cação p ar a a saú d e, t alv ez usando- as em fut uras consult as ou at endim ent os.

Os pr oce dim e n t os e du ca cion a is, t am bém

v i sa d o s p e l a s p e sq u i sa d a s, f o r a m f o r t e m e n t e cent rados em dois aspect os principais. Prim eiro, que a enfer m eir a dev e ex plicar por m enor izadam ent e as

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gr ande m aior ia das enfer m eir as. Nessa, dev em ser abordados tem as tais com o desconfortos da gravidez, alim ent ação da gr áv ida, r epouso, v est uár io a usar, com plicações que poderão ocorrer e os docum ent os com que se devem m unir e t er cont at o.

Qu an t o aos p r o ce d im e n t o s r e la cio n a is, a enferm eira deve, acim a de t udo, t er um a at it u de

d e escu t a, d e d i á l o g o a b er t o, d e a co l h i m en t o d a

grávida, da sua gravidez e dos seus ideais, t er um a

a t i t u d e d e a j u d a e em p a t i a. Tod os esses v alor es

levam a que o profissional prom ova a aut o- confiança, b e m - e st a r f ísi co e m e n t a l à g r á v i d a e se u acom pan h an t e.

Ma i s u m a v e z, e a g o r a i n cl u íd o n o s

procedim ent os inform a t ivos, a docum ent ação que

d e v e a co m p a n h a r a g r á v i d a é r e a l ça d a p e l a s enfer m eir as com o um assunt o a ser abor dado com clareza e persistência, tendo em conta a transm issão de inform ação ent re profissionais e inst it uições. Por out ro lado, exist e preocupação em inform ar sobre a

per iodicidade das consult as para um a boa vigilância gravídica e de for m a a cum pr ir o est abelecido pela Dir eção- Ger al da Saúde.

Em r esu m o, qu an do a en f er m eir a con t at a num a prim eira vez com a grávida, t ent a conhecer o se u p a ssa d o e p r e se n t e o b st é t r i co , a n a l i sa r e preencher os docum entos fundam entais para um bom seguim ent o, pr om ov er um a r elação de escut a e de aut o- confiança de form a a poder realizar educações para a saúde, present es e fut uras, com consciência das necessidades da grávida, nunca esquecendo de prim eiro explicar t odo o processo que a m esm a est á a at ravessar naquele m om ent o.

A im portância da Preparação para o Part o

f o i a seg u n d a q u est ã o co l o ca d a à s en f er m ei r a s part icipant es do est udo. A quest ão subdividiu- se em dois at ores; em prim eiro lugar, para o profissional e, em segundo lugar, para a grávida ou part urient e.

Re l a t i v a m e n t e à i m p o r t â n c i a d a Pr e p a r a çã o p a r a o Pa r t o , p a r a o p r o f issio n a l, essa r ev ela- se bast an t e com plex a e v ar iada, pois abr an ge cam pos t ão dist in t os com o a in f or m ação t r a n sm i t i d a , a co l a b o r a çã o d a g r á v i d a e d o com panheiro e a em pat ia e diálogo ent re a equipe e a gr ávida.

A colabor ação e o con t r ole são dois pont os

chav es de im por t ância par a o pr ofissional. Só com essas at it u des, é possív el u m r elax am en t o e u m a r espir ação adequados.

A n e ce ssi d a d e d a g r á v i d a e st a r b e m i n f o r m a d a, co m c o n h e c i m e n t o s t e ó r i c o - p r á t i c o s

at ualizados, é um pilar fundam ental para a enferm eira prest adora de cuidados à grávida, pois, só assim , é possível a colaboração, coordenação e em pat ia ent r e a equipe e a gr áv ida. Tam bém um a boa pr epar ação

física e psicológica é valorizada pelo profissional. Convém não esquecer que t udo isso só será alcançado se a grávida t iver vont ade de freqüent ar cu r sos d e Pr ep ar ação p ar a o Par t o, p elo q u e, as enferm eiras assim o entendem com o im portante para si.

Por últ im o, a Preparação para o Part o deve se r u m m e i o p r i v i l e g i a d o d e t r a n sf e r ê n ci a d e

inform ações sobre gravidez, trabalho de parto e parto, de form a a tornar a m ulher um a atriz num a peça que ela conhece per feit am ent e.

No q u e co n ce r n e à i m p o r t â n c i a d a P r e p a r a ç ã o p a r a o P a r t o, p a r a a g r á v i d a o u par t ur ient e, na per spect iv a dos pr ofissionais, essa apar ece pr at icam ent e análoga em cont eúdo com a per cepção ant er ior.

Basicam ent e, a grávida t enderá a considerar im port ant e conhecer o que se passa consigo, com o seu corpo, todos os processos e m ecanism os em que est á e irá passar. A gravidez, o t rabalho de part o, o parto e o puerpério serão m om entos que têm de ser

com pr een didos at r av és de pr epar ação adequada. Depois aparece a necessidade de dim inuir a ansiedade, o m edo e a dor, nom eadam ent e at ravés d a d e sm i st i f i ca çã o d e p r econ ceit os b asead os em t r a d i çõ e s o r a i s e e scr i t a s, m i t o s e r i t o s. O

e s c l a r e c i m e n t o d e d ú v i d a s e a a q u i s i ç ã o d e

c o n h e c i m e n t o n o v o s sã o d e t e r m i n a n t e s p a r a a desm ist ificação de valores negat ivos profundam ent e int egrados na m ulher.

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m esm o an u lação. Por ex em plo, n a “ Polôn ia e em out ros países, as dores provenient es do t rabalho de par t o são esper adas e aceit as, en qu an t o qu e n os Estados Unidos não são aceitas e a analgesia é m uitas v ezes solicit ad a. Essas at it u d es f r en t e à d or são adquiridas cedo na vida, e fazem parte essencial das pr át icas de socialização das cr ian ças em qu alqu er cu lt u r a”( 1 1 ), h av en do assim u m a din âm ica en t r e a m u l h e r e a so ci e d a d e a t r a v é s d a q u a l o com por t am en t o f ace à dor in f lu en cia cada pessoa at ravés do t em po.

O u so d e r e s p i r a ç ã o a d e q u a d a e d e

r elax am en t o pr of u n do ir á cont r ibuir par a o sucesso final.

Por fim , conv ém analisar a im por t ância do

diálogo abert o, num a base de confiança entre grávida e pr ofissionais env olv idos no pr ocesso, par a que o par t o possa ser v iv ido com o um m om ent o único e ir r epet ív el.

Um a p er g u n t a in t er essan t e a f or m u lar às enfer m eir as pesquisadas foi de t ent ar em d e f in ir a P r e p a r a ç ã o p a r a o P a r t o, a t r a v é s d e t e r m o s singulares. A t arefa dem onst rou- se enriquecedora e i n é d i t a p e l o s r e su l t a d o s o b t i d o s. D o s t e r m o s ap r esen t ad os p elas en f er m eir as, r essalt ar am t r ês conj unt os dist int os definidores de Preparação para o Parto: com o um m eio, um a ut ilidade e um result ado. Relat iv am en t e à Pr ep ar ação p ar a o Par t o com o um m e io par a alcançar algo, j á det er m inado ant eriorm ent e, o consenso final foi arrebat ador, pois consider ou ser um a for m a de alcançar elu cid ação,

e s c l a r e c i m e n t o, i n f o r m a ç ã o, e m su m a , com port am ent os de educação para a saúde.

Pa r a a m u l h e r, a s a çõ e s d e e d u ca çã o e Preparação para o Part o pelo Mét odo Psicoprofilát ico, l e v a m à d i m i n u i çã o d a a n si e d a d e d e v i d o a o conhecim ent o do pr ocesso do t r abalho de par t o( 9). Com a aj uda de técnicas respiratórias e outras, aj uda a reduzir e cont rolar a dor e o desconfort o. Origina, t am bém , ao casal, um a oport unidade para o m arido/ com panheiro aj udar a sua m ulher nessa experiência única. Por outro lado, os benefícios para a saúde são im ensos, indo desde part os m ais breves, dim inuição d a ad m i n i st r ação d e m ed i cação e an est esi a at é ut ilização dim inut a ou abolida de inst rum ent ação no par t o.

Na Pr e p a r a çã o p a r a o Pa r t o co m o u m a

ut ilidade, surgiram dois term os que se evidenciaram

r elat iv am ent e a out r os. For am os t er m os pr át ico e

út il, ou sej a, em nosso ent ender, a Preparação para

o Par t o dev e ser u m m om en t o de pr at icabilidade con st an t e, n ão só em aspect os pedagógicos, m as t a m b é m f u t u r o s, co m o t a m b é m ú t i l p a r a o d e se m p e n h o q u e se a p r o x i m a e se d e se j a d e ex celent e pr est ação.

Por fim , a Preparação para o Parto vista com o

um result ado, em que o aut o- cont role, a serenidade,

a calm a e a t ranqüilidade fom ent am a dim inuição da an si ed ad e e d o m ed o, assim com o a acei t ação e

part icipação da grávida no trabalho de parto. Convém tam bém não esquecer a vinculação ent re os pais e o r ecém - nascido, vist a com o um result ado fort em ent e conseguido at r av és de um a boa Pr epar ação par a o Pa r t o . O d o m ín i o d e t é c n i c a s e p r o c e d i m e n t o s

( p o si çõ e s, r e sp i r a çã o , r e l a x a m e n t o ) é t a m b é m igualm ent e r efer ido com o m et a alcançáv el at r av és da Preparação para o Part o ( Figura 1) .

Preparação para o Parto

Meio

Utilidade

Resultado

Figura 1 - Term os que m elhor definem a preparação para o part o

Qu a i s o s r e q u i s i t o s e s s e n c i a i s n a p r e p a r a çã o d a g r á v id a p a r a o p a r t o, f oi ou t r o d esaf i o p r op ost o às en f er m ei r as p esq u i sad as n o e st u d o . As r e sp o st a s f o r a m cl a r a s e co n ci sa s, debat endo- se ent re aspect os psicológicos, espaciais,

f or m ais e pedagógicos.

A m ot ivação da grávida e a presença de um a

en f er m eir a esp ecialist a em en f er m ag em d e Saú d e

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certa continuidade tem poral, ou sej a, se, nesse caso, a Pr e p a r a çã o p a r a o Pa r t o f o sse i n i ci a d a pr ecocem ent e e t iv esse cont inuidade r egular( 12). O m e sm o v a i a o e n co n t r o d o e x p l o r a d o p e l a s e n f e r m e i r a s p e sq u i sa d a s, a o a f i r m a r e m q u e a

assi d u i d ad e da gr áv ida às sessões par a u m a boa p r ep ar ação p sicológ ica e f ísica é ou t r o r eq u isit o essencial a um a boa Preparação para o Part o.

I m p o r t a n t e , a q u i , t a m b é m , co n h e ce r a opinião r elat iv am ent e ao loca l ou m e ios a t r a v é s d o s q u a i s a s e n f e r m e i r a s a d q u i r e m

com pet ências t écnicas, relacionais e cient íficas para

desenvolver ações de Preparação para o Part o. As r e sp o st a s n ã o p o d e r i a m se r m a i s pr ecisas: em cen t r os d e Pr ep ar ação p ar a o Par t o, at r av és de pr ofissionais pr epar ados par a t al e nas

esco l as d e en f er m ag em, qu er n o cu r so básico de l i ce n ci a t u r a , q u e r n a s p ó s- g r a d u a çõ e s d e especialização em Enferm agem de Saúde Mat erna e Obst ét r ica.

Por fim , houve a curiosidade de tentar, através da lar ga ex per iência em pír ica de cada pesquisada, perceber se exist iam dife r e n ça s sign ifica t iv a s de com p or t a m e n t o e a t it u d e s, e n t r e a s m u lh e r e s qu e fiz e r a m Pr e pa r a çã o pa r a o Pa r t o e a s qu e n ã o f iz e r a m.

O cont r ole, a m ot iv ação e a colabor ação da grávida foram t rês aspect os fundam ent ais referidos. A m aior difer ença cit ada foi sobr e o con h ecim en t o dos procedim ent os a ter tais com o os posicionam entos a opt ar, a respiração e o relaxam ent o, a calm a e a tranquilidade. Depois, não se pode esquecer a m elhor v iv ên cia d o p ar t o e d a m at er n id ad e nas m ulher es que realizaram Preparação para o Part o, assim com o a m elhor colaboração e relação de confiança com a equipe de saúde.

Co m o e p íl o g o d e st a f a se d e co l e t a d e inform ação, pode- se afirm ar e at é o m om e n t o e m q u e a Pr e p a r a çã o p a r a o Pa r t o é , se g u n d o a s e n f e r m e i r a s e sp e ci a l i st a s e m Sa ú d e M a t e r n a e Obst é t r ica que se pe squisa r a m , um m om e nt o d e e d u c a ç ã o p a r a a s a ú d e , q u e e n v o l v e p r o c e d i m e n t o s t é c n i c o s , e d u c a c i o n a i s , r e l a c i o n a i s e i n f o r m a t i v o s ; d e g r a n d e im port ância para a grávida e para a enferm eira, de se nr ola ndo- se de sde o início da gr a vide z a t é o p u e r p é r i o , c o m o u m m e i o d e a l t e r a r c o m p o r t a m e n t o s e r r a d o s c o m v i s t a a u m r e su lt a do e spe r a do com ga n h os de sa ú de pa r a a g r á v id a e su a f a m ília .

A Pr epar ação par a o Par t o é v ist a n ão só co m o t o d o o d e cu r so d e a çõ e s r e a l i za d a s p e l a enfer m eir a ao longo da gr av idez nas consult as de en f er m ag em d e Saú d e Mat er n a, ou j á d u r an t e o t r a b a l h o d e p a r t o , m a s t a m b é m e m cu r so s d e Preparação para o Parto propriam ente dito, no intuito d e m e l h o r a r o co n h e ci m e n t o , o co n t r o l e , a m ot iv a çã o e a v iv ê n cia d a g r á v id a n o p a r t o e m a t e r n i d a d e .

CONCLUSÃO

O int er esse dest e est udo par a a pr át ica da e n f e r m a g e m f u n d a m e n t a - se p r i n ci p a l m e n t e n o ent endim ent o do que significa para a enferm eira no m om en t o at u al p r ep ar ar a g r áv id a p ar a o p ar t o/ m at er nidade, as dificuldades enunciadas, os m edos e a ansiedade que isso represent a para elas. Desde se m p r e a e d u ca çã o p a r a a sa ú d e p r i v i l e g i o u a

pa r t icipa çã o m út ua, considerando que profissionais

e ci d ad ão s t êm sab er es co m p l em en t ar es, sen d o parceiros na busca de m elhores condições de vida e de t ransform ação social( 2).

A Pr e p a r a çã o p a r a o Pa r t o d e v e r á se r sem pre ent endida, socialm ent e, com o um m om ent o privilegiado para a m ulher grávida, para a sua fam ília, com o est r at égia polít ica de educação par a a saúde com result ados evident es e duradouros.

Para a e n fe r m a ge m, enquant o profissão e ciência socialm ent e est abelecidas e dignificadas, esse cam po de int ervenção é im port ant íssim o. Com est e estudo, obj etivou- se escutar o que têm para dizer as enfer m eir as, o que sent em e obser v á- las, podendo ainda ser v ir com o supor t e t eór ico e pr át ico par a a or ganização de nov as int er v enções de enfer m agem dent ro desse cam po, ou reform ular e aj ust ar as que j á exist em .

(9)

A con t r ib u ição d est a in v est ig ação p ar a a En f e r m a g e m p o d e r á a ca r r e t a r e st u d o s d o t i p o in v est igação/ ação, em qu e se t en t em desen v olv er m o d el o s d e Pr ep ar ação p ar a o Par t o , aj u st an d o par t icipant es aos m odelos m ais adequados e v ice-versa. Nesse sentido, para além da enferm agem obter m ais saberes, as suas práticas poderão tornar- se m ais

aj ust adas ao “ cr escim ent o e à sensibilidade par a o at endim ent o às part urient es e ao recém - nascido no m odelo holístico”( 13), para dim inuir, durante o trabalho de par t o, com por t am ent os que ser iam v ist os com o socialm ente inaceitáveis no dia- a- dia( 14), pois o m odelo biom édico é vist o com o inapropriado no nascim ent o em qualquer cult ura( 15).

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