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Modulação dos fatores de risco metabólico associados à obesidade, por chá de folhas de mangueira (Mangifera indica L. variedade Ubá), em ratos alimentados com dieta hiperlipídica

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(1)

NATALIA MEDINA RAMÍREZ

MODULAÇÃO DOS FATORES DE RISCO METABÓLICO ASSOCIADOS À OBESIDADE, POR CHÁ DE FOLHAS DE MANGUEIRA (Mangifera indica L. variedade Ubá), EM RATOS ALIMENTADOS COM DIETA HIPERLIPÍDICA

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Nutrição, para obtenção do título de Magister Scientiae.

VIÇOSA

(2)
(3)

NATALIA MEDINA RAMÍREZ

MODULAÇÃO DOS FATORES DE RISCO METABÓLICO ASSOCIADOS À OBESIDADE, POR CHÁ DE FOLHAS DE MANGUEIRA (Mangifera indica L. variedade Ubá), EM RATOS ALIMENTADOS COM DIETA HIPERLIPÍDICA

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Nutrição, para obtenção do título de Magister Scientiae.

APROVADA: 24 de fevereiro de 2015

_______________________________ _______________________________

Maria Eliza de Castro Moreira João Paulo Viana Leite

_______________________________ _______________________________

Maria Inês de Souza Dantas José Humberto de Queiroz (Coorientador)

(4)

Aos familiares, amigos e cada pessoa que

(5)

“Cuando se abre nuestra visión interior, se

(6)

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, José Marino e Maria Eunice, pelo apoio incondicional em cada

etapa da minha vida, pelo amor e por serem uns excelentes guias.

Aos meus irmãos, Lorena e Camilo, por serem um exemplo de luta e por contribuir

para realizar meus projetos de vida.

Aos meus sobrinhos, Tomás e Mateo, por serem minha força e por me ensinar a

sorrir cada dia.

Ao meu namorado David, pelo amor, apoio incondicional e por tantos momentos

de felicidade.

Aos meus grandes amigos por me incentivarem e me acompanharam neste

caminho.

À professora Sônia Machado Rocha por sua maravilhosa orientação e disposição

para me ajudar, me guiar e me compartilhar seus conhecimentos. Muito obrigada por

fazer desta experiência, algo inesquecível.

Aos professores: Hércia Stampini, João P. Viana, José H. de Queiroz, Maria I.

Dantas, Andréia Q. Ribeiro e Laércio A. Benjamin pelo auxílio neste trabalho e seu olhar

científico.

Aos colegas de trabalho dos Laboratórios de Nutrição Experimental do

Departamento de Nutrição e Saúde, Metabolismo e Fermentação e Biodiversidade do

Departamento de Bioquímica Agrícola, da Universidade Federal de Viçosa.

Especialmente agradeço a Renata Lopes, a Maria Eliza Castro e a Letícia Monteiro pela

constante ajuda, amizade, paciência e carinho.

Aos professores e funcionários do Departamento de Nutrição e Saúde, pela

(7)

À PPGCN e a Universidade Federal de Viçosa, pela oportunidade do mestrado.

À CAPES pela concessão da bolsa de mestrado e à FAPEMIG pelo apoio

financeiro ao projeto.

Agradeço a todos os que contribuíram direta ou indiretamente para a realização

deste trabalho.

(8)

SUMARIO

RESUMO...xvii

ABSTRACT...xix

LISTA DE FIGURAS...x

LISTA DE TABELAS...xii

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS...xiv

INTRODUÇÃO GERAL...1

CAPITULO 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1. Síndrome metabólica: mecanismos e alterações 1.1.Componentes da SM...4

1.1.1. Obesidade abdominal...4

1.1.2. Dislipidemia aterogênica...5

1.1.3. Elevada pressão arterial...5

1.1.4. Resistência insulínica...5

1.2.Patogênese e mecanismos fisiopatológicos da síndrome metabólica...5

1.3.Metabolismo dos adipócitos na síndrome metabólica...8

1.4.Hiperplasia e Hipertrofia do tecido adiposo...10

1.5.Mecanismos de inflamação e de estresse oxidativo...11

1.5.1. Inflamação...11

1.5.2. Estresse oxidativo (EO) ...12

1.5.3. Genes envolvidos em mecanismos inflamatórios e na homeostase redox...13

2. Compostos bioativos da Mangifera indica. 2.1.Mangiferina...14

(9)

3. Consumo de chás e seu uso no controle das alterações metabólicas associadas à

obesidade... 15

Conclusão...17

Referências bibliográficas ...18

CAPITULO 2. AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE EXTRAÇÃO DE MANGIFERINA E ANÁLISES QUÍMICA, ANTIOXIDANTE E SENSORIAL DO CHÁ DE FOLHAS DE Mangifera indica L., VARIEDADE UBÁ Resumo ...31

Abstract...32

1. Introdução...32

2. Materiais e métodos...35

2.1.Reagentes...35

2.2.Material vegetal...35

2.3.Desenvolvimento do chá avaliando três técnicas de preparo...35

2.3.1. Preparo dos chás...35

2.3.2. Quantificação da Mangiferina...36

2.4.Caracterização físico-química do chá obtido por decocção...37

2.4.1. Quantificação de fenólicos totais (FT) ...37

2.4.2. Avaliação da atividade antioxidante (AA) ...37

2.5.Avaliação da estabilidade oxidativa do chá...38

2.6.Análise sensorial...38

2.6.1. Preparo dos chás...38

2.6.2. Teste...38

2.7.Análise estatística...38

3. Resultados e discussão...39

3.1.Concentração de mangiferina nos chás preparados por três diferentes técnicas...39

3.2.Caracterização físico-química do chá...41

3.3.Estabilidade...43

(10)

CAPITULO 3. EFEITO ANTI-OBESIDADE DO CHÁ DE FOLHAS DE Mangifera

indica L. var. UBÁ EM RATOS ALIMENTADOS COM DIETA HIPERLIPÍDICA.

Resumo...51

Abstract...52

1. Introdução...53

2. Materiais e métodos...54

2.1.Preparo do chá ...54

2.2.Experimento, animais e dietas...55

2.3.Parâmetros avaliados...55

2.3.1. Consumo da dieta, chá e parâmetros biométricos...55

2.3.2. Constituintes bioquímicos do sangue...56

2.3.3. Teste de tolerância oral à glicose e HOMA-IR...56

2.3.4. Concentrações de TNF-α e IL-10 no plasma...56

2.3.5. Análise histológica de hepatócitos e adipócitos...56

2.3.6. Nível de expressão de genes no tecido adiposo epididimal...58

2.4. Análise estatística...57

3. Resultados...58

3.1.Consumo da dieta, chá e parâmetros biométricos...58

3.2.Efeito do chá sobre os parâmetros bioquímicos séricos...59

3.3.Efeito do consumo do chá no metabolismo da glicose...59

3.4.Efeito anti-inflamatório e pro-inflamatório do chá...60

3.5.Efeito do chá nos tecidos hepático e epididimal ...60

3.5.1. Hepatócitos...60

3.5.2. Adipócitos...61

3.6.Efeito do chá no metabolismo de lipídios...63

4. Discussão...63

5. Conclusão...66

6. Referências...67

ANEXOS Anexo 1...73

Anexo 2...76

(11)

Anexo 4...78

Anexo 5...79

(12)

LISTA DE FIGURAS

CAPITULO 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Figura 1. Interações de componentes moleculares e o tecido adiposo na síndrome

metabólica...6

Figura 2. Biomarcadores e mecanismos fisiopatológicos na síndrome metabólica...8

Figura 3. Regulação da lipólise e lipogênese nos adipócitos...11

Figura 4. Hiperplasia e Hipertrofia adipócitos na obesidade...12

CAPITULO 2. AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE EXTRAÇÃO DE MANGIFERINA E ANÁLISES QUÍMICA, ANTIOXIDANTE E SENSORIAL DO CHÁ DE FOLHAS DE Mangifera indica L., VARIEDADE UBÁ. Figura 1. Estrutura da mangiferina...33

Figura 2. Conteúdo de mangiferina nos chás utilizando as três técnicas de preparo e três relações da droga vegetal/ solvente a partir de (a) folhas novas e (b) folhas maduras de M. indica ………...39

Figura 3. Cromatograma do chá de folhas de M. indica e padrão de mangiferina. ...41

Figura 4. Estabilidade do conteúdo de (a) Mangiferina, (b) Fenólicos Totais e (c) Atividade de retirada de Radical dos chás, nos dois métodos de conservação (Refrigeração 4± 2 ºC e Temperatura ambiente 20 ± 2 ºC) e nos tempos (0, 24 e 48 horas). ……...43

(13)

Figura 2. Concentrações plasmáticas (pg.µm-1) de IL-10 e TNF-α em ratos alimentados com dieta controle (AIN93), hiperlipídica (HFD) e hiperlipídica suplementada com chá

(HFD-TT)...……...62

Figura 3. Histologia do tecido hepático de ratos alimentados com a) AIN93, dieta

controle; b) HFD, dieta hiperlipídica; c) HFD-TT; dieta hiperlipídica suplementada com

chá; d) Relação núcleo-plasmática dos hepatócitos………...……62

Figura 4. Histologia do tecido adiposo epididimal de ratos alimentados com a) AIN93,

dieta controle; b) HFD, dieta hiperlipídica; c) HFD-TT; dieta hiperlipídica suplementada

com chá. Medições do d) tamanho do adipócito, e) diâmetro equivalente, f) número de

adipócitos...63

(14)

LISTA DE TABELAS

CAPITULO 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Tabela 1. Critérios para diagnóstico da síndrome metabólica em adultos...4

Tabela 2. Biomarcadores associados à síndrome metabólica...7

Tabela 3. Genes envolvidos em mecanismos da inflamação e do estresse oxidativo....14

Tabela 4. Principais Compostos Bioativos da Mangifera indica L...16

CAPITULO 2. AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE EXTRAÇÃO DE MANGIFERINA

E ANÁLISES QUÍMICA, ANTIOXIDANTE E SENSORIAL DE CHÁ COM FOLHAS

DE Mangifera indica L., VARIEDADE UBÁ.

Tabela 1. Condições de preparo dos chás com folhas de M. indica...36

Tabela 2. Conteúdo de mangiferina nos chás de folhas de M. indica preparados por três

técnicas, usando dois tipos de folha e três relações da droga vegetal/ solvente...40

Tabela 3. Valores médios de pH, conteúdo de fenólicos totais e atividade antioxidante do

chá de folhas de M. indica ao 5% (relação da droga vegetal / solvente)...42

Tabela 4. Valores médios das pontuações da escala hedônica, dos diferentes chás de

folhas de M. indica...45

CAPITULO 3. EFEITO ANTI-OBESIDADE DO CHÁ DE FOLHAS DE Mangifera

indica L. var. UBÁ EM RATOS ALIMENTADOS COM DIETA HIPERLIPÍDICA.

(15)

Tabela 2. Influência do chá de folhas M. indica no consumo de dieta, energia consumida,

ganho de peso, peso dos órgãos e nos parâmetros biométricos. ...58

Tabela 3. Efeito do chá de folhas de M. indica nos parâmetros bioquímicos em ratos

alimentados com dieta hiperlipídica, após 8 semanas de tratamento s...59

Tabela 4. Efeito do chá de folhas de M. indica sobre o parâmetros morfométricos do

fígado de ratos Wistar machos adultos alimentados com dieta hiperlipídica, após 8

(16)

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

AA Atividade antioxidante

AAR Atividade de retirada de radical

AGL Ácidos graxos livres

AGS Ácidos graxos saturados

AP-1 Proteína ativadora 1

AQP Aquaporina

ALT Alanina aminotransferase

AST Aspartato aminotransferase

AUR Ácido úrico

CAT Capacidade antioxidante total

CBA Composto bioativo

Cd Cluster de diferenciação

CLAE Cromatografia líquida de alta eficiência

CRE Creatinina

CT Colesterol total

DP Desvio padrão

EAQ Equivalentes de ácido gálico

EP Erro padrão

EO Estresse oxidativo

ERO Espécies reativas de oxigênio

DPPH 2,2-difenil-1-picrilhidrazil

FABP Proteína de ligação de ácidos graxos

FAS Ácido graxo sintase

FAT Transportador de ácidos graxos

FFA Ácidos graxos livres

FT Fenólicos totais

GAPDH Gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase

GLU Glicose

GLUT 4 Transportador 4 de glicose

HDL Lipoproteína de alta densidade

(17)

HGF-1 Fator de crescimento do hepatócito

IMC Índice de massa corporal

IL-1,6,10 Interleucinas 1,6 e 10

IRF-3 Fator regulatório do interferon tipo 3

IRS Substrato do receptor de insulina

JNK Quinasses c-Jun N-terminal

LDL Lipoproteína de baixa densidade

LHS Lípase hormônio sensível

LIF Fator inibidor de leucemia

LP Leptina

LPL Lipoproteína lipase

MCP1 Proteína quimiostática de monócitos

MIMF Fator inibitório da migração de macrófagos

PAI1 Inibidor ativador plasminógeno

NF-ĸB Fator nuclear kappa B

NPY Neuropeptídeo Y

PC Perímetro de cintura

PCR Proteína C reativa

PPAR-γ Receptor ativado do peroxissoma gama

QM Quilomicrons

RI Resistência insulínica

SAA3 Polipoproteína A3

SM Síndrome metabólica

SRT Sirtuina

TAK 1 Quinasse ativada 1

TG Triacilgliceróis

TLR Receptores tipo Toll

TNF-α Fator alfa de necrose tumoral

TTOG Teste de tolerancia oral à glicose

UCP Proteína de desacople mitocondrial

(18)

UNIDADES

pg - µg - mg - g - Kg Picogramas – Microgramas – Miligramas – Gramas – Quilogramas

µm – mm – cm Micrometros – Milímetros – Centímetros

mmol Milimol

(19)

RESUMO

MEDINA RAMÍREZ, Natalia, M.Sc, Universidade Federal de Viçosa, fevereiro de 2015.

Modulação dos fatores de risco metabólico associados à obesidade, por chá de folhas de mangueira (Mangifera indica L. variedade ubá), em ratos alimentados com dieta hiperlipídica. Orientadora: Sônia Machado Rocha Ribeiro. Coorientadores: Hércia

Stampini Duarte Martino e José Humberto de Queiroz.

A obesidade é uma alteração metabólica caraterizada pelo acúmulo de gordura corporal,

sendo causada por fatores genéticos e ambientais (comportamento alimentar inadequado,

sedentarismo). Está associada aos processos de inflamação, estresse oxidativo, doenças

cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão arterial e dislipidemia. O presente estudo

teve como objetivo desenvolver um chá de folhas de Mangifera indica L. da variedade

Ubá, e avaliar seus efeitos na modulação de fatores de risco associados à obesidade, em

ratos alimentados com dieta hiperlipídica. Este trabalho foi realizado nos Laboratórios de

Nutrição Experimental, Desenvolvimento de Novos Produtos, Biodiversidade e

Metabolismo e Fermentação da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais (Brasil).

Foram preparados chás com folhas jovens e maduras da M. indica, processadas (secas e

trituradas) em concentrações de 1,25; 2,5 e 5% (g.mL-1) utilizando as técnicas de infusão,

decocção e ultrassom. Foi determinada a concentração de mangiferina (por CLAE),

sendo selecionado o chá com maior eficácia na obtenção desta xantona para o estudo de

efeitos biológicos. O chá com teor elevado de mangiferina foi caracterizado

determinando-se pH, fenólicos totais (utilizando o reagente de Folin-Ciocalteau) e

atividade antioxidante (teste de retirada do radical DPPH). Também foi analisada a

estabilidade oxidativa do chá por meio da quantificação de mangiferina, fenólicos totais

e atividade antioxidante, utilizando dois tratamentos de conservação (refrigeração 4 ± 2°C

e temperatura ambiente 20 ± 2°C) nos tempos 0, 24 e 48 horas. Finalmente, uma análise

sensorial foi realizada para avaliar a aceitação do chá pelos consumidores. Para o ensaio

biológico, ratos machos Wistar adultos foram alimentados com dieta hiperlipídica (n=16)

durante sete semanas para induzir a obesidade. Finalizado este período, os ratos foram

divididos considerando a homogeneidade dos fatores de risco metabólico (peso corporal,

glicemia de jejum e Índice Lee) em dois grupos (n=8): dieta hiperlipídica (HFD) e dieta

(20)

Foram avaliados parâmetros biométricos, bioquímicos e histomorfométricos. Além disso,

foi realizado o teste de tolerância à glicose, controle de consumo de dieta e do chá, e foi

determinado o nível de expressão de PPAR-γ, FAS e LPL no tecido adiposo epididimal.

Os resultados foram analisados por meio de análise de variância (ANOVA) seguida dos

testes Tukey ou Dunnett (paramétricos) e Dunn’s (não paramétricos). Os dados foram

expressos como média ± desvio padrão ou média ± erro padrão. O nível de significância

utilizado em todas as análises foi P<0,05. Houve diferenças significantes na concentração

de mangiferina entre os tipos de folha para as três concentrações nas três técnicas

(P<0,05). O chá preparado por decocção utilizando folhas novas na concentração 5%

(m/v), apresentou o maior valor de mangiferina (0,72 ± 0,08 mg.mL-1). O chá apresentou

estabilidade durante 48 horas após seu preparo em ambos os tratamentos avaliados e

houve aceitação da bebida pelo consumidor. Alterações como tecido adiposo total

aumentado, adipócitos com maior tamanho e acúmulo de lipídeos no tecido hepático,

foram observadas nos animais alimentados com a dieta hiperlipídica. Foi observado que

a dieta hiperlipídica, elevou os níveis da citocina pro-inflamatória TNF-α e reduziu a

expressão de PPAR-γ. O chá teve efeitos anti-inflamatórios por meio da elevação dos

níveis da citocina IL-10 e expressão de mRNA de LPL e PPAR-γ. Análises

histomorfométricas evidenciaram os efeitos modulatórios do chá na redução do acúmulo

de lipídeos e gotículas de gordura no tecido hepático e epididimal. Concluiu-se que o chá

de folhas de M. indica é viável para ser consumido como bebida fonte de compostos

bioativos, tendo efeitos anti-obesidade por meio da regulação da expressão de genes que

(21)

ABSTRACT

MEDINA RAMÍREZ, Natalia, M.Sc, Universidade Federal de Viçosa, February of 2015.

Modulation of metabolic risk associated to obesity, by Mangifera indica L. leaves tea in rats fed by high fat diet. Adviser: Sônia Machado Rocha Ribeiro. Co-advisers: Hércia

Stampini Duarte Martino and José Humberto de Queiroz.

Obesity is a metabolic disorder characterized by the body fat accumulation, caused by

genetic and environmental factors (inadequate eating habits, sedentary lifestyle, and

smoking). It is associated with inflammatory processes, oxidative stress, cardiovascular

diseases, type II diabetes, hypertension and dyslipidemia. This study aimed to develop a

Mangifera indica L. leaves tea, Ubá variety and the effects in the modulation of risk

factors associated with obesity in rats fed by high-fat diet. This work was performed at

the Experimental Nutrition and New Product Development Laboratories, Federal

University of Viçosa, Minas Gerais (Brazil). Teas were prepared from young and mature

leaves of Mangifera indica L., processed (crushed and dried) at the concentrations of 1.25,

2.5 and 5% (g.mL-1) using infusion, decoction and ultrasound techniques. It was

determined the concentration of mangiferin by HPLC, being selected the tea with greater

efficiency in obtaining this xanthone for the biological effects study. Tea with high

mangiferin content was characterized determining pH, density, total phenolics (using the

Folin-Ciocalteau) and antioxidant activity (DPPH test). The oxidative stability of tea was

analyzed by quantification of mangiferin, total phenolics and antioxidant activity, using

two preservation treatments (cooling 4 ± 2 ° C and room temperature 20 ± 2 ° C) at the

times 0, 24 and 48 hours. Sensorial analysis was performed to evaluate the acceptance of

tea by consumers. For the assay, Wistar adult male rats were fed by high fat diet for seven

weeks to induce obesity. After, they were divided, considering the homogeneity of

metabolic risk factors (body weight, fasting glucose and Lee Index), in two groups (n =

8): fat diet (HFD) and high-fat diet supplemented with 50 ml of tea, replacing the water

(HFD-TT). A control group (n = 8) received the AIN-93 diet M. The experiment lasted 8

weeks. We evaluated biometric, biochemical and morphometric variables. In addition, it

was tested the glucose tolerance, control of food intake and energy, and it was determined

the level of gene expression in epididymis adipose tissue. The results were analyzed by

(22)

standard error. The significance level for all analyses was P<0.05. There were significant

differences in mangiferin concentration between the types of sheet for the three

techniques in three concentrations (P <0.05). The tea decoction prepared by using new

leaves in the concentration 5% (w / v), had the highest value of mangiferin (0.72 ± 0.08

mg.mL-1). The tea was stable for 48 hours after its preparation in both treatments and was

well accepted by the consumer. Changes such as increased overall adipose tissue,

adipocytes with larger size and lipid accumulation in the liver tissue were attributed to

high-fat diet. In addition it was observed that the high fat diet, raised levels of

pro-inflammatory cytokine TNF-α and reduce the PPAR-γ expression. The tea demostrated

anti-inflammatory effects by elevating the cytokine IL-10 levels and LPL and PPAR-γ

mRNA expression. Histomorphometric analyzes showed the modulatory effects of tea on

reducing the lipids accumulation and fat droplets in liver and epididymal tissue. It is

concluded that the M. indica leaves tea is feasible to be consumed as a beverage source

of bioactive compounds having anti-obesity effects through the genes expression

(23)

INTRODUÇÃO GERAL

A Síndrome Metabólica (SM) engloba uma série de alterações metabólicas

desencadeadas pelo estresse oxidativo, inflamação e excesso de adiposidade corporal,

sendo que estas constituem alvos de ações terapêuticas no controle da síndrome

(DEVALARAJA et al., 2011). A SM também pode ser precursora no desenvolvimento

de doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão e dislipidemia, uma vez

que a resistência insulínica parece ser um mecanismo que sustenta a fisiopatologia de tais

enfermidades (SIRDAH et al., 2012). O estresse oxidativo e a inflamação são dois

importantes mecanismos envolvidos nas alterações metabólicas da obesidade,

relacionadas com as doenças cardiovasculares e o diabetes (OTANI, 2011).

A manga (Mangifera indica L.) é uma das frutas comestíveis mais conhecidas e

cultivadas no mundo. Na atualidade ocupa o quarto lugar na produção mundial de frutas

sendo cultivada em mais de 100 países tanto tropicais como subtropicais (FAOSTAT,

2011). Dentre as variedades cita-se a manga Ubá, presente na zona da Mata Mineira, no

estado de Minas Gerais (Brasil). Esta variedade de manga, possui excelentes qualidades

de sabor e aroma, sendo aceita pelo consumidor para consumo in natura, e também muito

utilizada na agroindústria, principalmente na fabricação de sucos. A manga Ubá é

reconhecida por seu teor de compostos bioativos, com grande potencial funcional

(BENEVIDES et al., 2008). Estudos com mangas identificaram diversos compostos,

incluindo flavonoides, xantonas (mangiferina), galotaninos e benzofenonas (DORTA et

al., 2014). Yakubu et al. (2015), reportaram que o extrato aquoso de folhas de M. indica

apresentou atividade antidiarreica em ratos. Por outro lado, Brito (2013) avaliou o efeito

de um extrato etanólico com folhas de M. indica na modulação da expressão dos

receptores CB1, PPARγ e adipocinas em ratos alimentados com dieta de cafeteria, encontrando efeitos benéficos auxiliando o tratamento dos fatores de risco da síndrome

metabólica, como é a obesidade.

A mangiferina pertence ao grupo das xantonas sendo, um composto fenólico

característico da família Anacardiaceae. Estudos evidenciaram as atividades

farmacológicas desta xantona, incluindo as anti-inflamatórias, antioxidantes,

antidiabetes, imunomodulatórias e antitumorais (DUANGA et al., 2011).

(24)

parâmetros de risco metabólico na obesidade e diminuindo a ingestão alimentar (ALVES

N.G et al., 2012).

A compreensão sobre os efeitos de compostos bioativos em alvos moleculares no

tecido adiposo humano para uso terapêutico na obesidade é ainda difícil, devido às

limitações para realização de estudos in vivo. O uso de ratos alimentados com dieta de

cafeteria foi apontado como um modelo adequado para estudar a síndrome metabólica

humana, pois há presença de inflamação no tecido adiposo e alterações hepáticas que

simulam a esteatose presente na obesidade humana (SAMPEY et al., 2011). Na atualidade

tem sido estudado o efeito de chás na obesidade induzida com dieta hiperlipídica

denominada HFD (High Fat Diet) em ratos. Foram demonstradas atividades inibitórias,

supressoras e anti-inflamatórias de alguns compostos bioativos de chás Goishi, Verde e

Preto (LI SHEN et al., 2012; JOBU et al., 2013; YAJIMA, 2014). O potencial de

compostos bioativos para modular a expressão gênica na síndrome metabólica tem sido

investigado por meio de modelos animais. A obesidade induzida em ratos por dieta

hiperlipídica (HFD) e dieta de cafeteria é considerada um modelo robusto para estudar a

síndrome metabólica (IDF, 2005).

O excesso de adiposidade corporal é um dos componentes da síndrome metabólica, a

qual apresenta crescente prevalência na população atual. O interesse em buscar estratégias

terapêuticas para o controle desta doença é devido aos seus efeitos negativos sobre a

saúde, qualidade de vida e custo do tratamento de suas comorbidades. Dentro deste

contexto, existe um grande interesse nos alimentos com propriedades funcionais, ricos

em compostos fenólicos e com potencial antioxidante. Dentre eles, destacam-se as

bebidas naturais, incluindo sucos e infusões contendo frutas e variedade de plantas, as

quais podem ser utilizadas como fonte de fitoquímicos antioxidantes e anti-inflamatórios,

que possam ser coadjuvantes no controle do risco metabólico da obesidade.

A ideia de buscar um produto alimentício que possa ser utilizado como coadjuvante

no tratamento da obesidade, surge da necessidade de controlar as alterações metabólicas

presentes nestes indivíduos, os quais muitas vezes dificultam tanto a redução de peso

corporal, quanto o controle do risco de comorbidades. Estudar uma bebida feita com as

folhas da mangueira (M. indica, variedade Ubá), é uma alternativa tanto para conhecer

seu potencial funcional e para modular os fatores de risco da síndrome metabólica, como

para propor inovações no setor da agroindústria de bebidas naturais no Brasil e agregar

(25)

CAPITULO 1

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1. Síndrome metabólica: mecanismos e alterações

A síndrome metabólica (SM) foi aventada na década de 80, apontando a associação

de fatores de risco metabólico presentes na obesidade com as doenças cardiovasculares.

Atualmente, denomina-se síndrome metabólica a um conjunto de fatores presentes na

obesidade e que aumentam o risco de desenvolver doenças cardiovasculares ou diabetes

tipo 2 (GRUNDY et al., 2004).

Não há um critério unânime acerca da definição da SM, a qual inclui um conjunto de

alterações metabólicas, constituídas por vários componentes: obesidade abdominal,

dislipidemia aterogênica, elevação de pressão arterial, resistência insulínica e intolerância

à glicose, estados pro-inflamatório e protrombótico (SIRDAH et al., 2012; BREMER;

JIALAL, 2013). A SM e a obesidade são entidades clínicas complexas e heterogêneas,

associadas ao componente genético, cuja expressão é influenciada pelos fatores

ambientais, sociais, culturais, econômicos e outros (GARCIA et al., 2008). Fatores

genéticos (genes reguladores de lipólise, termogênese, metabolismo da glicose) e

ambientais (sedentarismo, obesidade central e abdominal, dieta rica em gorduras e

carboidratos) são os principais fatores associados à presença da SM, sendo responsáveis

pelo aumento da sua prevalência na população atual (ALBORNOZ; PÉREZ, 2012).

Ainda não há consenso quanto aos critérios para definir ou identificar clinicamente a

SM, embora haja concordância quanto aos seus componentes, mas há diferenças na

proposição dos valores de pontos de corte para alguns parâmetros. A Associação

Americana de Saúde propôs no ATP III (Adult Treatment Panel III) que se pelo menos

três dos cinco componentes associados à SM estiverem presentes, seu diagnóstico poderia

ser estabelecido (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2014). A Tabela 1

apresenta os critérios para diagnóstico clínico da SM em adultos, segundo três organismos

(26)

Tabela 1

Critérios para diagnóstico da síndrome metabólica em adultos.

ENTIDADE PARÂMETROS Obesidade Abdominal Triacilgliceróis (mg/dL) Pressão arterial (mmHg)

Glicose de jejum

(mg/dL) HDL (mg/dL)

Associação Americana de Saúde (ADA, 2014)

PC:

Homens: >102 Mulheres: >88

Homens: ≥150 Mulheres: ≥150

Homens: ≥130/ ≥85 Mulheres: ≥130/ ≥85

Homens: ≥100 Mulheres: ≥100

Homens: <40 Mulheres: <50 Organização Mundial

de Saúde (WHO, 1998)

IMC > 30,0 Adultos: >150 Adultos: ≥ 140/90 Adultos: ≥100 Homens: <35 Mulheres: <40 Federação internacional de diabetes (IDF, 2005) PC: Homens: ≥ 94 Mulheres: ≥ 84

≥ 150

[1.7 mmol/L] Adultos: ≥130/ ≥85

≥ 100 [5.6 mmol/L]

PC: Perímetro de cintura (cm); IMC: índice de massa corporal (kg/m2); HDL: lipoproteína de alta

densidade.

1.1.Componentes da SM

1.1.1. Obesidade abdominal

Há evidências de que a deposição da gordura na região abdominal, referida como

visceral, epididimal, omental ou intra-abdominal, é um fator mais importante na

associação entre obesidade e síndrome metabólica do que o excesso de gordura corporal

isoladamente, medido como índice de massa corporal (VAZQUEZ et al., 2007;

FABBRINI et al., 2010; KAWAI; ROSEN, 2010; DESPRÉS, 2012;

GUEBRE-EGZIABHER, 2013; TCHERNOF; DESPRÉS et al., 2013). A Organização Mundial de

Saúde (2015) estabeleceu que um indivíduo apresenta obesidade se tiver o índice de

massa corporal superior a 30.

O aumento da adiposidade abdominal está associada também ao aumento das

citocinas pro-inflamatórias (REYES, 2010) tais como fator alfa de necrose tumoral (TNF- α), interleucina 6 (IL-6) e proteína quimiostática de monócitos (MCP-1), levando a um

estado de inflamação de baixo grau (KONRAD, 2012; TCHERNOF; DESPRÉS et al.,

2013).

1.1.2. Dislipidemia aterogênica

A dislipidemia associada com o risco cardiometabólico é caracterizada por

(27)

1.1.3. Elevada pressão arterial

Por causa de sua associação com a obesidade, a hipertensão foi incluída na lista

de componentes da SM, embora alguns investigadores acreditem que a mesma apresenta

menos envolvimento com os mecanismos de risco metabólico, em comparação com os

demais componentes. A elevação de níveis pressóricos ocorre comumente em indivíduos

portadores de resistência insulínica, condição na qual há elevação da concentração de

ácidos graxos livres (AGL) no plasma, com a presença de esteatose hepática e

dislipidemia aterogênica (GRUNDY, 2004).

1.1.4. Resistência insulínica

Resistência insulínica (RI) é uma condição em que existe uma captação

inadequada da glicose dependente da insulina, sendo que o pâncreas continua produzindo

a insulina, mas a sua ação está prejudicada e a concentração de glicose no sangue

permanece elevada, caracterizando a intolerância à glicose, o que favorece o

desenvolvimento de doenças tais como as cardiovasculares e o diabetes

(BLOOMGARDEN, 2005).

A concentração de insulina no sangue é resultante do equilíbrio entre a sua

produção pelo pâncreas e a sua captação ou degradação pelo fígado e outros tecidos,

incluindo o renal e os periféricos (músculo e tecido adiposo) (HOME, 2008; ARDER et

al., 2013)

O aumento de AGL no sangue inibe a captação da insulina e altera os dois

mecanismos anteriores que controlam sua concentração no sangue. Um estado

hiperinsulinêmico causa diminuição dos receptores de insulina por meio de regulação

gênica, o que contribui para a diminuição da remoção de insulina do meio circulante e

manutenção do estado hiperinsulinêmico (STEARS, 2012).

1.2.Patogênese e mecanismos fisiopatológicos da síndrome metabólica

Na síndrome metabólica há a interação multifatorial que envolve principalmente

alterações do metabolismo dos adipócitos, resistência insulínica e vários outros fatores

tais como disfunção hepática, vascular e imunológica, os quais são mediadores do

(28)

Figura 1. Interações de componentes moleculares e o tecido adiposo na síndrome

metabólica.

Abreviações: AGS: ácidos graxos saturados; AP-1: proteína ativadora 1; Cd: cluster de diferenciação;

IL-6: interleucina 6; IRF-3:Fator regulatório do interferon tipo 3; JNK: Quinasses c-Jun N-terminal; NF-κβ:

fator nuclear kappa B; TAK1: Quinasse ativada 1; TNF-α: fator alfa de necrose tumoral; TLR: receptores

tipo Toll.

Fonte: Adaptado (Nature Medicine, 2013).

Ácidos graxos saturados da dieta (AGS) ativam os receptores de tipo Toll (Toll like

receptor TLR 2/4) nos macrófagos do tecido adiposo, levando a uma ativação da cascata

dos sinalizadores inflamatórios IRF-3/AP-1/NF-κβ. Isto induz a produção de citocinas inflamatórias tais como IL-1β e TNF-α que inibem a ação da insulina nos adipócitos. Os macrófagos liberam Cd5 induzindo à expressão de quimiocinas numa forma dependente

de TLR4, favorecendo a formação de monócitos inflamatórios e macrófagos do tecido

adiposo. A inflamação de baixo grau ou subclínica se estabelece no tecido adiposo e em

nível sistêmico afetando outros órgãos como o fígado e músculo, produzindo a resistência

insulínica (RI).

Com a RI são desencadeados problemas cardiovasculares, diabetes, arteriosclerose, e

outras (NATURE MEDICINE, 2013). Alguns biomarcadores envolvidos na homeostase

energética, inflamação e resistência insulínica na síndrome metabólica são descritos na

Tabela 2 e os mecanismos de interação dos mesmos com a síndrome metabólica são

(29)

Tabela 2

Biomarcadores associados à síndrome metabólica.

Marcador Efeitos e mecanismos de ação

Adiponectina

Proteína com efeito antiaterogênico. À medida que aumenta a obesidade os

níveis de adiponectina no plasma diminuem e aumenta a resistência insulínica.

Melhora a sensibilidade à insulina, efeito anti-inflamatório e antiapoptótico.

Portanto, melhora a resistência insulínica e a tolerância à glicose.

Resistina Proteína especifica do adipócito associada à resistência insulínica. Pode contribuir para a inflamação sistemática.

Interleucina 6 (IL-6)

Citocina pro-inflamatória e diminui a sensibilidade insulínica. Contribui para o

aumento do colágeno na parede celular e aumenta a síntese de fibrinogênio,

favorecendo a hipertensão. Participa da lipólise de triacilgliceróis aumentando a

liberação de AGL, que está fortemente relacionado à resistência insulínica.

Leptina (LP)

Efeito anorexigênico, com efeito na diminuição do apetite. Favorece ativação do

sistema nervoso simpático que leva à retenção de sódio, vasoconstrição elevando

a pressão arterial.

Fator alfa de

necrose tumoral

(TNF-α)

Citocina pro-inflamatória. Favorece a resistência insulínica ao alterar a

capacidade de fosforização de resíduos de tirosina no receptor (IRS-1),

necessário para a produção do sinal intracelular do hormônio.

Receptor ativado do

peroxissoma

(PPARγ)

Induz a diferenciação de adipócitos e acúmulo de lipídios mediante a regulação

de genes da adipogênese e a absorção e metabolismo de lipídios. Diminui a

lipólise e regula a expressão de proteínas relacionadas à resistência insulínica.

Favorece a termogênese estabilizando o sistema nervoso simpático.

Sirtuina (SRT)

Aumenta a biogênese mitocondrial, o metabolismo no músculo e a

gliconeogênese no fígado. Atua em conjunto com o outros genes, favorecendo a

secreção de insulina e melhoram o metabolismo.

Proteína C reativa Proteína de fase aguda, sintetizada pelo fígado e participa da cascata de inflamação. Favorece os eventos agudos coronários.

Fonte (MORENO, 1997; NATALI; FERRANNINI, 2005; PEREZ; MEDINA, 2011; ZAFRIRA et al.,

2013)

síndrome metabólica, desencadeando várias alterações no metabolismo, o que leva ao

rompimento da homeostase metabólica. A elevação crônica dos ácidos graxos livres

(AGL) circulantes causa a lipotoxicidade e a glicotoxicidade e favorecendo o aumento

das citocinas inflamatórias (TNF-α e IL-6) com a diminuição da adiponectina,

(30)

Figura 2 - Biomarcadores e mecanismos fisiopatológicos na síndrome metabólica. Abreviações: AGL: ácidos graxos livres; HDL: lipoproteína de alta densidade; IL-6: interleucina 6; LPL:

lipase lipoproteica; PCR: proteína C reativa; TNF-α: fator alfa de necrose tumoral.

Fonte: Adaptado (LÓPEZ et al., 2004; RENDON; LURBE, 2007; BASTIDAS et al.,2011)

1.3.Metabolismo dos adipócitos na síndrome metabólica

O adipócito tem como função principal o armazenamento de lipídios, como reserva

energética, especificamente triacilgliceróis e colesterol esterificado. Entretanto, participa

da regulação do equilíbrio energético do organismo, por meio da secreção de peptídeos

ou hormônios com ação endócrina, e autócrina. Existem dos tipos de adipócitos, o branco

e o marrom. O primeiro é especializado em armazenar lipídios como reserva energética a

longo prazo e se caracteriza por ter uma vesícula única de gordura, ocupando todo o

volume celular e deixando o citosol, organelas e o núcleo numa pequena área periférica.

O segundo, tem menor quantidade de gordura armazenada em maior número de vesículas

de menor tamanho, apresentando maior quantidade de mitocôndrias; sua função principal

é gerar calor e regular a homeostase energética do organismo (TARIQ et al., 2013).

Os adipócitos interagem com outros tecidos metabolicamente ativos por meio da

liberação de fatores de secreção (adipocinas) que são expressas em níveis baixos nos

adipócitos saudáveis. Estes fatores regulam respostas metabólicas relacionadas ao

(31)

e o músculo (melhoram a sensibilidade à insulina), células do pâncreas e miócitos

(garantem sobrevivência e função) e o epitélio (NATURE MEDICINE, 2013).

A homeostase dos adipócitos é mantida por vias metabólicas: lipólise e lipogênese. A

lipólise é a via de mobilização do lipídio por meio da hidrólise das ligações ésteres nos

triacilgliceróis (TG), resultando na formação de ácidos graxos livres (AGL) e glicerol. É

uma via metabólica estimulada por diferentes hormônios catabólicos como, glucagon,

epinefrina, norepinefrina, hormônio do crescimento e cortisol, por meio de um sistema de

tradução de sinais. A lipólise desempenha um papel fundamental na obtenção de energia

e na oxidação de triacilgliceróis e ocorre mediante a ativação da enzima lipase hormônio

sensível (LHS), pela adrenalina. Os produtos da lipólise, ácidos graxos e glicerol, são

liberados na circulação sanguínea para serem utilizados por outros tecidos; os ácidos

graxos são oxidados liberando energia e o glicerol é conduzido ao fígado para participar

na síntese de glicose (VERNON, 1992; FRÜHBECK et al., 2014; SCHWEIGER et al.,

2014).

A lipogênese é uma reação bioquímica na qual os carboidratos e proteínas em excesso,

são convertidos em ácidos graxos e esterificados para formar triacilgliceróis e gordura de

reserva. Este processo ocorre principalmente no período pós-prandial e sua função

principal é armazenar o excesso de energia consumido. O principal órgão lipogênico é o

fígado e a principal enzima envolvida na lipogênese é a acetil CoA carboxilase. A

lipogênese ocorre no citoplasma das células e necessita de um excesso de carboidratos

para ocorrer (SCHUTZ, 2004; LAFONTAN, 2014). Estes dois processos constituem vias

metabólicas diferenciadas porque a lipogênese está relacionada com a síntese de

triacilgliceróis e a lipólise com o catabolismo dos triacilgliceróis. Basicamente, a

lipogênese favorece um aumento do tecido adiposo e a lipólise o reduz (Figura 3). Na

lipogênese, a insulina se une ao seu receptor situado na superfície dos adipócitos e

estimula o deslocamento de GLUT4 para a membrana celular, possibilitando a captação

de glicose pela célula. A glicose intracelular é convertida em glicerol-3-fosfato. A

insulina ativa a LPL situada na superfície do endotélio vascular, liberando os ácidos

graxos, a partir dos quilomicrons e VLDL. Os ácidos graxos são transferidos aos

adipócitos por meio de transportadores de ácidos graxos (FAT), proteína transportadora

de ácidos graxos (FATP) e proteína de ligação de ácidos graxos (FABP). Finalmente os

(32)

Figura 3. Regulação da lipólise e lipogênese nos adipócitos.

Abreviações: AQP7: aquaporina 7; FABP: proteína de ligação de ácidos graxos; FFA: ácidos graxos livres;

FAT: transportador de ácidos graxos; FATP: proteína transportadora de ácidos graxos; Glicerol-3-P:

glicerol-3-fosfato; GLUT4: transportador 4 de glicose; LHS: lípase hormônio sensível; LPL: lipase

lipoproteica; QM: quilomicrons; TG: triacilgliceróis; VLDL: Lipoproteínas de muito baixa densidade.

Fonte: Adaptado (MAEDA et al., 2008).

(LHS) para as partículas de lipídios, e os estímulos relacionados a este evento conduzem

a inserção da aquaporina (AQP7) na membrana celular. Os níveis de mRNA de AQP7 se

elevam em resposta à diminuição da atividade da cascada de sinalização da insulina. Estas

duas vias de regulação diferentes asseguram a liberação eficiente de glicerol dos

adipócitos, em condições de jejum (MAEDA et al., 2008).

1.4.Hiperplasia e Hipertrofia do tecido adiposo

O desequilíbrio crônico entre o alto consumo e baixo gasto energético pelo organismo

dos mamíferos causa uma alteração no armazenamento de energia na forma de depósitos

intracelulares de triacilgliceróis nos adipócitos. O incremento da gordura corporal é

manifestado pelo acúmulo de lipídios intracelulares no adipócito, aumentando seu

tamanho; este fenômeno é conhecido como hipertrofia e causa uma diminuição de

adiponectina e um aumento de adipocinas inflamatórias, com redução no fluxo sanguíneo,

(33)

Na Hiperplasia, o acúmulo de lipídios intracelulares no tecido adiposo ocorre em duas

etapas: um aumento do número de preadipócitos e a diferenciação deste em adipócitos

maduros (por meio da secreção de adiponectina), levando ao aumento do número de

adipócitos. Ao contrário da hipertrofia, na hiperplasia há aumento de adiponectina e

redução de adipocinas inflamatórias (Figura 4) (FERRANTI; MOZAFFARIAN, 2009;

FLORES et al., 2011).

Um estudo mostrou que adipócitos hipertróficos e hiperplásicos apresentam uma

menor densidade dos receptores de insulina e maior número de receptores adrenérgico

3β, o que facilita a infiltração dos monócitos no estroma adiposo, iniciando o processo

inflamatório entre os adipócitos (DENG; SCHERER, 2010). Outros estudos sugerem que

os fatores TNF-α, HGF-1 e PPAR-γ, estimulam a hiperplasia, já que têm efeitos na

transcrição de genes de proteínas envolvidas neste mecanismo (AVRAM et al., 2007;

BAHCECI et al., 2007).

1.5.Mecanismos de inflamação e de estresse oxidativo

1.5.1. Inflamação

A inflamação é um processo que ocorre em resposta a uma elevada secreção de

citocinas e substâncias inflamatórias. Inicia-se com o reconhecimento dos sinais, que

podem ser de origem infecciosos ou inflamatórios, ocasionando a ativação celular e

(34)

adipocinas e são desencadeados vários processos fisiopatológicos relacionados com a

inflamação. Neste processo ocorre um aumento de adipocinas, quimiocinas e outros.

Vários fatores reguladores da inflamação expressos nos adipócitos são TNF-α, IL-6,

inibidor ativador plasminógeno (PAI-1), proteína quimioatática de monócitos-1 (MCP1),

IL-1β, IL-8, 10, 15, fator inibidor de leucemia (LIF), fator de crescimento do hepatócito (HGF), a polipoproteína A3 (SAA3), fator inibitório da migração de macrófagos (MIMF),

moduladores inflamatórios como leptina, adiponectina e resistina, assim como a proteína

C reativa (HOTAMISLIGIL et al., 1995; BLANCAS et al., 2010).

Um estudo realizado em adolescentes com obesidade central, mostrou que este tipo

de obesidade, reduz o nível de adiponectina no plasma por meio do aumento de adipocinas

pro-inflamatórias como o TNF-α, IL- 1β e leptina, sugerindo a existência do equilíbrio entre a adiponectina e a leptina para controlar os processos inflamatórios

(EL-WAKKADA et al., 2013). Estudos demonstraram que a leptina, IL-6 e TNF-α, aumentam

na obesidade e os efeitos inflamatórios alteram a sinalização celular (STELZERA et al.,

2012; ARNOLDUSSEN et al., 2014). Outros estudos sugerem que a sirtuina e a

adiponectina têm efeito anti-inflamatório, antioxidante e regulam a secreção de citocinas

pro-inflamatórias (FANTUZZI, 2008; FERNANDES et al., 2012; CHENG et al., 2014).

1.5.2. Estresse oxidativo (EO)

O estresse oxidativo é um estado da célula no qual a homeostase de óxido-redução

intracelular (equilíbrio entre pro-oxidantes e antioxidantes) se encontra alterada em favor

do estado oxidante. Este desequilíbrio ocorre quando há uma excessiva produção de

espécies reativas de oxigênio (ERO) e/ou deficiência nos mecanismos antioxidantes,

conduzindo ao dano celular. O estresse oxidativo está presente em processos patológicos

como a obesidade, diabetes, doença cardiovascular, dislipidemia, câncer e processos

aterogênicos (MATSUDA; SHIMOMURA, 2013). Está caracterizado pela grande

diminuição da capacidade redutora dos pares redox como a glutationa, podendo causar

morte celular e uma oxidação moderada (apoptose) ou intensa (necrose). Há

comprovações de que o promotor da hemoxigenase (HO-1) tem pontos de união aos

fatores de transcrição AP-1, AP-2 e NF-kB que também são ativados pelo EO, resultando

na síntese de várias proteínas conhecidas como enzimas de resposta ao estresse. É

importante considerar a participação de enzimas como defesas antioxidantes na regulação

(35)

tiorredoxinas, peroxirredoxinas, quinonas, redutase e oxigenase podem prevenir o

estresse oxidativo (RÍOS, 2003; FERNANDÉZ et al., 2011).

Há evidências que o estresse oxidativo está presente nos seguintes mecanismos

celulares: disfunção mitocondrial, alterações em proteínas críticas para manter a

homeostase e a função muscular, retículo endoplasmático, apoptose celular, senescência

celular e sinalização celular anormal (WU et al., 2014).

Fatores dietéticos alteram o equilíbrio entre lipogênese e lipólise, influenciam o

estado inflamatório e interferem na homeostase redox do organismo. Um estudo

demonstrou que uma dieta alta em gorduras afeta a tolerância à glicose, a sinalização da

insulina hepática, atividade de transcrição e tradução que favorecem a lipogênese, a

produção de citocinas, a sinalização pro-inflamatória e o estresse oxidativo, por meio da

ação de TNF-α, SRT-1, NF-ĸβ, proteína kinase e outros (PENG et al., 2012). Outros estudos apresentaram uma forte relação entre a dieta consumida e o desenvolvimento do

estresse oxidativo. Eles sugerem que uma dieta rica em compostos antioxidantes pode

melhorar o estado oxidativo e uma dieta alta em gorduras favorece a sua presença

(CARRILLON et al., 2003; SUWANNAPHET et al., 2010; COLACINO et al., 2014;

NEWSOME et al., 2014).

1.5.3. Genes envolvidos em mecanismos inflamatórios e na homeostase redox

A síndrome metabólica é considerada uma entidade poligênica multifatorial, na qual

participam interações metabólicas, hormonais, genéticas e o estilo de vida. Inúmeros

genes são considerados de importância nos mecanismos moleculares envolvidos na

patogênese e fisiopatologia da SM (GONZALES, 2003). São citados:

Resistência insulínica: TNF-α, IRS-1, adiponectina, interleucinas (IL-6,10),

PPAR-γ-1,2, resistina.

Obesidade: NPY (potente estimulador do apetite), UCP-1,2, TNF-α, NF-ĸβ. ∗ Inflamação e estresse oxidativo: TNF-α, leptina, IL-6, visfatina, resistina, NF-ĸβ.

Dislipidemia: LPL, FAS.

Na Tabela 3 são apresentados alguns genes que participam dos processos de

(36)

Tabela 3

Genes envolvidos em mecanismos da inflamação e do estresse oxidativo.

Fonte (ADEGHATE, 2008; MIRANDA; REZA, 2008; COSTA et al., 2013).

2. Compostos bioativos da Mangifera indica.

A manga, da família Anarcadiaceae, gênero Mangifera e espécie indica, é uma das

frutas tropicais mais produzidas e comercializadas no mundo. É uma fruta nativa da Ásia,

tem sido cultivada na Índia por mais de 4000 anos e atualmente é cultivada e naturalizada

na maioria dos países tropicais, incluído Brasil. Várias partes da planta tem sido usadas

como adstringente, anticéptico, anti-inflamatório, e para tratar anemia, hipertensão,

reumatoide e asma (OJEWOLE, 2005; MOHAN et al., 2013). Estudos avaliaram extratos

etanólicos e aquosos a partir das folhas de M. indica, reportando efeitos antidiabéticos e

antidiarreicos em ratos (BHOWMIK et al., 2009; YACUBU; SALIMON, 2015). A seguir

são relacionados os principais compostos da M. indica.

2.1.Mangiferina

A Mangiferina é uma glicosilxantona presente em várias plantas medicinais e

frutíferas da família Anacardiaceae como a manga. Este composto bioativo tem mostrado

atividade biológica benéfica incluindo a antioxidante, anti-obesidade, anti-inflamatória,

neuroprotetora, inmunomodulatoria e hepatoprotetora (GARCÍA et al., 2011; DAS et al.,

2012). Este composto, está sendo amplamente estudado devido ao seu potencial no

Gene Atividade

Adiponectina Antioxidante, anti-inflamatória

Leptina Pro-inflamatória, oxidativa

Fator α de necrose tumoral Inflamatória, oxidativa

Interleucina 6 Pro-inflamatória, oxidativa

Visfatina Inflamatória

Resistina Pro-inflamatório,

Superóxido dismutase Antioxidante, anti-inflamatória

Catalase Antioxidante

Glutationa Antioxidante

(37)

tratamento e redução de risco de doenças, principalmente as relacionadas às alterações

metabólicas. Foi demonstrado em modelo animal de obesidade induzida por dieta

hiperlípidica que a mangiferina regulou 87 das 865 proteínas quantificadas, sendo muitas

delas envolvidas em vias metabólicas do metabolismo energético, incluindo a biogênese

mitocondrial, lipogênese e melhora de função hepática (LIM et al., 2014). Também foi

comprovado que a mangiferina regula a glioxilase impedindo a nefropatia diabética (LIU

et al., 2013), tem efeito anti-inflamatório na lesão pulmonar aguda por meio da regulação

da heme oxigenasse-1 (GONG et al., 2013), modula a expressão de genes envolvidos em

vias de inflamação e proteção antioxidante relacionados com a dor neuropática

(GARRIDO et al.,2010) e exerce atividade antitumoral nas células do câncer de mama

regulando catequinas e metaloproteinases (LI et al., 2013).

Cuba produz um extrato aquoso a partir dos galhos do tronco da mangueira e casca

da M. indica, denominado de Vimang®, sendo este caracterizado por ter propriedades

anti-inflamatórias, antioxidantes e imunomodulatórias evidenciadas em estudos clínicos

(GARRIDO et al., 2004; RODEIRO et al., 2006; PARDO et al., 2006-2008; MOHAN et

al., 2013). Análises químicas identificaram compostos fenólicos, flavonoides, ésteres,

galotaninos e mangiferina, no extrato do Vimang® (CAPOTE et al., 1998; SINGH et al.,

2015). Guerra et al. (2010) reportaram que o extrato do Vimang®, não induz efeitos

tóxicos em ratos, nas doses de mangiferina de aproximadamente 20-2000 mg.kg-1,

sugerindo que poderia ser utilizado em seres humanos.

2.2.Outros compostos

Polpa, folhas, galhos, flores, casca e sementes de M. indica são utilizadas para a

elaboração de produtos fitoterapêuticos, sendo administrados com fins medicinais

(RIBEIRO; SCHIEBER, 2010). Na Tabela 4 são apresentados alguns compostos

bioativos e fitoconstituentes encontrados na M. indica.

3. Consumo de chás: e seu uso no controle das alterações metabólicas associadas à obesidade.

Desde a antiguidade, o chá tem sido utilizado para manter e melhorar a saúde humana.

(38)

Tabela 4

Principais compostos bioativos da Mangifera indica L.

Compostos Parte da Mangifera indica L.

Fenólicos: antocianinas Casca, polpa, folhas, sementes, galhos

Flavonoides: quercetina, Galhos

Xantonas: mangiferina Casca, polpa, folhas

Catequinas e galotaninos Polpa

Ácidos: gálico, cumárico, caféico, ferúlico,

ascórbico.

Polpa, casca, folhas

Terpenoides: limoneno, sesquiterpenos, terpineno. Flores, folhas, casca, galhos

Fonte (RIBEIRO; SCHIEBER, 2010; LUO et al., 2014).

de matérias-primas alimentares provenientes de fontes naturais como flores, folhas e

frutos. A medicina Chinesa, por exemplo, recomenda o uso das plantas para tratar dores,

melhorar a digestão, depressão, desintoxicação, sugerindo ser energizante, capaz de atuar

no aumento da longevidade (SALEH et al., 2013).

As propriedades farmacológicas mais importantes dos chás mate, goishi, verde e preto

são: antioxidantes, anti-inflamatório, antimutagênico, anti-obesidade (ARÇARI et al.,

2009), ação hipoglicemiante, efeitos redutores da hipercolesterolemia e aterosclerose

(HONGLI et al., 2012; JOBU et al., 2013).

O desenvolvimento de terápicos para o tratamento da obesidade e de suas

comorbidades tem sido lento, comparado com a velocidade de aumento da ocorrência

dessas desordens metabólicas (LIM et al., 2014).

O uso de chás e infusões como coadjuvante no tratamento da obesidade tem se

popularizado, ultimamente. Atualmente, o mercado oferece chás, sendo os mesmos

amplamente disponibilizados para o consumo e são classificados de acordo com seus

métodos de preparação. Chás não fermentados, semi-fermentados, fermentados e

post-fermentados tem sido estudados, como fonte substâncias tais como polifenóis, catequinas,

xantonas e outros compostos bioativos (MORIYAMA; TAKEDA, 2008; JOBU et al.,

2013).

Estudos em extratos ricos em polifenóis e taninos provenientes dos chás verde, preto,

de ervas ou de frutas como a uva, tem reportado que estes compostos são inibidores da

lipase pancreática, principal responsável pela digestão de triacilgliceróis,

(39)

2010; SERGENT et al., 2012). Também foi demonstrado que as antocianinas têm

importantes atividades biológicas incluindo as antioxidantes, anticancerígenas,

anti-inflamatórias, além de ter a capacidade de controlar macrófagos e proteger do estresse

oxidativo e a apoptose (BADSHAH et al., 2013; WUA et al., 2013; LEE et al., 2014).

Compostos fenólicos, incluindo as xantonas, têm efeitos inibidores na síntese de

ácidos graxos (ZHONG et al., 2010), antioxidantes, anticancerígenos, antimicrobianos,

anti-inflamatórios, antialérgicos, analgésicos (KERIO et al., 2013; IBRAHIM et al.,

2014) e antipiréticos (SINGH et al., 2011).

Conclusão

A síndrome metabólica gera um conjunto de alterações no metabolismo levando ao

desenvolvimento de múltiplas doenças, que representam um problema de saúde pública

atual e cuja prevalência está aumentando. Tais doenças compreendem a obesidade, as

cardiovasculares, dislipidemia, diabetes tipo II, resistência insulínica e outras.

A obesidade está caraterizada pelo aumento de peso e acumulo de gordura corporal,

produtos de uma alimentação inadequada, sedentarismo ou fatores genéticos. Nesta

doença são observadas alterações metabólicas influenciadas por diferentes mecanismos e

vias celulares. Atrofias nos adipócitos, apoptose, estresse oxidativo e inflamação são as

principais alterações da obesidade.

A M. indica tem potencial como fonte de compostos bioativos com atividades

funcionais. Seu principal constituinte, a mangiferina, pode ser utilizado como fitoterápico

(40)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Figura  1.  Interações  de  componentes  moleculares  e  o  tecido  adiposo  na  síndrome
Figura 2 - Biomarcadores e mecanismos fisiopatológicos na síndrome metabólica.   Abreviações: AGL: ácidos graxos livres; HDL: lipoproteína de alta densidade; IL-6: interleucina 6; LPL:  lipase lipoproteica; PCR: proteína C reativa; TNF-α: fator alfa de nec
Figura 3. Regulação da lipólise e lipogênese nos adipócitos.
Figura 1. Estrutura da mangiferina
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