ATROFIA MUSCULAR PROXIMAL NEUROGENICA
HEREDITARIA
(DOENÇA DE WOHLFART-KUGELBERG-WELANDER)
E S T U D O C L I N I C O , E L E T R O M I O G R A F I C O E A N A T O M O - P A T O L O G I C O D E 3 I R M A O S
MARCOS R . G . DE FREITAS *
OSVALDO J. M . NASCIMENTO * *
As afecções caracterizadas por atrofias musculares, de evolver lento,
devido ao comprometimento das células das pontas anteriores da medula,
vêm sendo melhor estudadas após o advento da eletromiografia e da
histopa-tologia muscular. Assim, várias doenças incluídas entre as atrofias
muscula-res progmuscula-ressivas merecem ser melhor situadas no grupo das amiotrofias
es-pinhais. Wohlfart e c o l .
1 9, em 1955, estudaram 7 pacientes com fraqueza
e amiotrofia proximal dos membros de origem medular, aparentando afecção
muscular primária. Kugelberg e Welander
1 3, em 1956, revendo 12 pacientes
em 8 famílias com o diagnóstico de distrofia muscular progressiva mediante
eletromiografia e biópsia muscular, procuraram situar a lesão no
motoneurô-nio medular, caracterizando assim uma nova entidade nosológica, que
consistiria, basicamente, em: 1) fraqueza e amiotrofia proximal, começando
nos membros inferiores e comprometendo mais tarde os superiores; 2)
pre-sença em alguns casos de miofasciculações; 3) início na infância ou na
adolescência; 4) evolver lentamente progressivo; 5) transmissão hereditária
do tipo recessivo; 6) alterações eletromiográficas e histopatológicas
mus-culares de caráter neurogênico. Os casos descritos por
Hausmanowa-Petru-sewics e c o l .
9e Spira
1 6ocorreram também em jovens com herança do tipo
recessivo não ligado ao sexo. F i n k e l
5e Tsukagoshi e c o l .
1 7relataram a
mesma entidade em pacientes adultos, com o mesmo padrão genético.
En-tretanto, alguns autores como Magee e De J o n g
1 5, Levy e W i t t i g
1 4,
Arms-trong e col.
1, Cianchetti e col.
3, descreveram herança do tipo dominante
nos pacientes estudados. Em alguns destes o início era na infância e em
outros na adultidade. Nos exemplares mórbidos examinados por Hurwitz
e c o l .
1 0e Gross
7não houve evidência de antecedentes familiares.
Devido à evolução lenta e, na maioria das vezes benigna, poucos são
os estudos anátomo-patológicos confirmando a origem medular deste processo
mórbido. Os casos estudados por Gardner-Medwin e col.
6, Kohn
1 2e
Kenne-dy e c o l .
1 1revelaram degeneração celular nas pontas anteriores da medula
e desmielinização das raízes anteriores.
A oportunidade que tivemos de examinar três irmãos, com afecção
seme-lhante à descrita inicialmente por Wohlfart, Kugelberg e Welander, levou-nos
à apresentação das seguintes observações. É apresentado também o estudo
anátomo-patológico medular em um deles.
O B S E R V A Ç Õ E S
C A S O 1 — J . C . A . ( R e g . 89620, H o s p i t a l U n i v e r s i t á r i o A n t o n i o P e d r o ) , 34 anos, b r a n c o , b r a s i l e i r o , s o l t e i r o , i n t e r n a d o e m 014874. I n i c i o a o s 8 a n o s c o m d i f i c u l -d a -d e p a r a a n -d a r , -de e v o l v e r l e n t o e p r o g r e s s i v o , sen-do que, aos 14 anos, só o f a z i a a m p a r a d o ; aos 26 anos ficou r e s t r i t o a o l e i t o ; n e s t a m e s m a é p o c a , o p a c i e n t e r e f e r e f r a q u e z a e a t r o f i a nos m e m b r o s s u p e r i o r e s . N a i n t e r n a ç ã o , a p r e s e n t a v a - s e i n t e n s a m e n t e d i s p n e i c o . Antecedentes pessoais -— V i r o s e s c o m u n s à i n f â n c i a .
An-tecedentes familiares — D o i s i r m ã o s ( c a s o s 2 e 3 ) c o m o m e s m o q u a d r o ( F i g . 1 ) . Exame neurológico — A m i o t r o f i a s g e n e r a l i z a d a s , m a i s i n t e n s a s nas c i n t u r a s
escap u l a r e escap é l v i c a . M i o f a s c i c u l a ç ã o nos m e m b r o s s u escap e r i o r e s . A s t a s o a b a s i a . D i m i n u i ç ã o a c e n t u a d a de f o r ç a nos q u a t r o m e m b r o s , p r i n c i p a l m e n t e nos s e g m e n t o s p r o -x i m a i s . H i p o t o n i a g e n e r a l i z a d a . R e f l e -x o s c u t â n e o - p l a n t a r e s e p r o f u n d o s a b o l i d o s . S e n s i b i l i d a d e s u p e r f i c i a l e p r o f u n d a n o r m a l . N e r v o s c r a n i a n o s s e m a l t e r a ç õ e s .
Exa-mes complementares — H e m o g r a m a n o r m a l . G l i c o s e , uréia, c r e a t i n i n a n o r m a i s .
C A S O 2 — L . C . A . ( R e g . 69609, H o s p i t a l U n i v e r s i t á r i o A n t o n i o P e d r o ) , 13 anos, b r a n c o , b r a s i l e i r o , e x a m i n a d o e m 011074. I n i c i o aos 7 anos de i d a d e c o m d i f i c u l d a d e p a r a a n d a r , q u e v e m a c e n t u a n d o s e l e n t a m e n t e . N e g a d i s t u r b i o s nos m e m -bros s u p e r i o r e s . Antecedentes pessoais — V i r o s e s c o m u n s à i n f â n c i a . Exame
neu-rológico — A m i o t r o f i a d e c i n t u r a p é l v i c a , c o x a s e c i n t u r a e s c a p u l a r ( F i g . 3 ) . P é s
c a v o s . M i o f a s c i c u l a c õ e s n a s r e g i õ e s g l ú t e a s . M a r c h a a n s e r i n a . D i m i n u i ç ã o d e f o r -ca nos m ú s c u l o s p r o x i m a i s dos m e m b r o s i n f e r i o r e s . H i p o t o n i a d e m e m b r o s i n f e r i o r e s . R e f l e x o s p a t e l a r e s d i m i n u í d o s e a q u i l e u s a b o l i d o s . S e n s i b i l i d a d e n o r m a l . N e r v o s c r a n i a n o s s e m a l t e r a ç õ e s . Exames complementares — H e m o g r a m a n o r m a l . G l i c o -se, uréia, c r e a t i n i n a n o r m a i s . R e a ç õ e s p a r a sifílis n e g a t i v a s . E x a m e de u r i n a n o r m a l . R a d i o g r a f i a d e t ó r a x n o r m a l . R a d i o g r a f i a de c o l u n a l o m b o s a c r a m o s -t r a n d o fusão i n c o m p l e -t a d o a r c o p o s -t e r i o r de LÃ e Si. Eletromiograma dos m é d i o s
g l ú t e o s e s q u e r d o e d i r e i t o ( F i g . 4 A e 4 B ) — P o t e n c i a i s d e i n s e r ç ã o n o r m a i s . E m r e p o u s o , f a s c i c u l a ç ã o . D u r a n t e a c o n t r a ç ã o v o l u n t á r i a : a ) f r a c a , u n i d a d e s m o t o r a s a m p l a s , f r e q ü ê n c i a s u p e r i o r a 15 c / s ; d u r a ç ã o s u p e r i o r a 7 m / s , d a n d o a o t r a ç a d o a s p e c t o s i m p l e s a c e l e r a d o ; b ) m é d i a , p o t e n c i a i s p r o l i f á s i c o s c o m p o n t a s de c u r t a d u r a ç ã o . C o n c l u s ã o : E M G s u g e s t i v o de processo n e u r o g ê n i c o . C o n e o m i t a n t e m e n t e , v i s u a l i z a m s e p o t e n c i a i s p o l i f á s i c o s de c u r t a d u r a ç ã o , s u g e s t i v o s de a l -t e r a ç ã o d a f i b r a m u s c u l a r . E M G c o m a l -t e r a ç õ e s n e u r o g ê n i c a s e a l -t e r a ç õ e s d o -t i p o m i o g ê n i c o ( D r . F e r n a n d o S e p ú l v e d a ) . Biópsia muscular da p a n t u r r i l h a D ( F i g . 5 B ) — F i b r a s m u s c u l a r e s i g u a l m e n t e a t r o f i a d a s , c o m p s e u d o p r o l i f e r a ç ã o dos n ú c l e o s no s a r c o l e m a , e m p e r m e i o a f i b r a s m u s c u l a r e s e m v á r i o s g r a u s de a t r o f i a , c o m d i s c r e t a s u b s t i t u i ç ã o a d i p o s a . C o n c l u s ã o : a t r o f i a m u s c u l a r n e u r o g ê n i c a c o m á r e a s de a c e n t u a d a d e g e n e r a ç ã o .
C A S O 3 — B . C . A . ( R e g . 69610, H o s p i t a l U n i v e r s i t á r i o A n t o n i o P e d r o ) , l l anos, b r a n c o , b r a s i l e i r o , e x a m i n a d o e m 011074. A o s 9 a n o s d e i d a d e p r i n c i p i o u a a p r e s e n t a r d i f i c u l d a d e n a m a r c h a , c o m q u e d a s f r e q ü e n t e s . T a l d i f i c u l d a d e v e m a g r a -v a n d o - s e l e n t a m e n t e . N ã o a p r e s e n t a q u e i x a s e m r e l a ç ã o a o s m e m b r o s s u p e r i o r e s .
Antecedntes pessoais — V i r o s e s c o m u n s à i n f â n c i a . Exame neurológico — A m i o
t r o f i a d i s c r e t a d e c i n t u r a p é l v i c a e e s c a p u l a r ( F i g . 3 ) . M a r c h a a n s e r i n a . D i m i n u i ç ã o p r o x i m a l de f o r ç a nos m e m b r o s i n f e r i o r e s , c o m h i p o t o n i a dos m e s m o s . R e -f l e x o s a q u i l e u s a b o l i d o s . D e m a i s r e -f l e x o s p r e s e n t e s . S e n s i b i l i d a d e n o r m a l . N e r v o s c r a n i a n o s s e m a l t e r a ç õ e s . Exames complementares — H e m o g r a m a n o r m a l . G l i c o s e , uréia, c r e a t i n i n a n o r m a i s . R e a ç õ e s p a r a s í f i l i s n e g a t i v a s . E x a m e de u r i n a n o r m a l . R a d i o g r a f i a s de t ó r a x e c o l u n a v e r t e b r a l n o r m a i s . Eletromiograma dos m é d i o s g l ú t e o s e s q u e r d o e d i r e i t o ( F i g . 4 C e 4 D ) — P o t e n c i a i s de i n s e r ç ã o n o r m a i s . E m r e p o u s o , s i l ê n c i o e l é t r i c o . D u r a n t e c o n t r a ç ã o m u s c u l a r i n t e r p õ e m - s e : a ) p o t e n c i a i s d e l o n g a d u r a ç ã o ; b ) p o t e n c i a i s p o l i f á s i c o s c o n s t i t u í d o s de p o n t a s de c u r t a d u r a -ç ã o ; c ) u n i d a d e s m o t o r a s d e a m p l i t u d e v a r i á v e l . C o n c l u s ã o : E M G s u g e s t i v o de a l t e r a ç ã o n e u r o g ê n i c a m e s c l a d a d e a l t e r a ç ã o do t i p o m i o g ê n i c o ( D r . F e r n a n d o Se-p ú l v e d a ) . BióSe-psia muscular d a Se-p a n t u r r i l h a D ( F i g . 5 C ) — M ú s c u l o d e m o n s t r a n d o a t r o f i a d e suas f i b r a s d e m a n e i r a u n i f o r m e d e n t r o de seus f a s c í c u l o s . A s a n g u l a -ç õ e s h a b i t u a i s d a f i b r a m u s c u l a r s ã o o b s e r v a d a s nos c o r t e s t r a n s v e r s a i s . Os n ú c l e o s m o s t r a m - s e g r u p a d o s n o s a r c o l e m a ( p s e u d o p r o l i f e r a ç ã o dos n ú c l e o s ) . C o n c l u s ã o : a t r o f i a m u s c u l a r n e u r o g ê n i c a .
C O M E N T A R I O S
anos após o início dos primeiros sintomas. A hereditariedade parece ser do
tipo recessivo, porém, o fato da doença ter ocorrido em paciente do sexo
masculino, não nos autoriza a classificá-la como ligada ao sexo, uma vez
que somente uma geração foi examinada. O eletromiograma realizado nos
casos 2 e 3 mostrou-se com alterações do tipo neurogênico, mescladas com
traçados do tipo miogênico. N o estudo histopatológico em um deles (caso
1), a atrofia muscular era acentuada, não permitindo caracterizar com
pre-cisão tratar-se do tipo de denervação ou distrófico. Em outro paciente (caso
2 ) , entre as fibras musculares mostrando atrofia do tipo secundário,
obser-vavam-se fibras em diferentes graus de degeneração compatível com processo
distrófico. N o irmão mais novo (caso 3 ) , as alterações histopatológicas eram
somente do tipo neurogênico. Com estes elementos chegamos à conclusão de
tratar-se de afecção caracterizada por atrofias musculares, por lesão do
neu-rônio motor da medula (doença de Wohlfart-Kugelberg-Welander).
É sabido que em doenças dos motoneurônios medulares, de evolução lenta,
podemos encontrar alterações histológicas compatíveis com quadro miopático.
Wohlfart e c o l .
1 9, Gross
7, Tsukagoshi e c o l .
1 7e Hausmanowa-Petrusewics
e col.
9das biópsias musculares de seus pacientes. Drachmann
4, estudando os
mús-culos de 17 pacientes acometidos de poliomielite, encontrou em todos eles,
alterações tidas como de padrão miopático; variação do tamanho da fibra
muscular, presença de núcleo central, floculação do sarcoplasma, regeneração
da fibra, fibrose endomisial e outras. Assim, consideramos as alterações
distróficas encontradas em um dos nossos pacientes como sendo devidas à
denervação de evolução lenta. Com o mesmo raciocínio, podemos explicar
os achados do tipo miogênico, verificados em dois traçados eletromiográficos
(caso 2 e caso 3 ) . Estes não traduziriam a existencia de processo primário
muscular e sim a ocorrência de amiotrofia por denervação de longa duração.
Tal aspecto eletromiográfico foi visto por Haase e S h y
8, estudando 17
pa-cientes com doença de Charcot-Marie-Tooth. Em 4 deles foram feitos
eletro-miogramas, dos quais 2 revelaram alterações neurogênicas e miogênicas.
Não encontramos, nos casos publicados sobre doença de
Wohlfart-Kugelberg--Welander, padrões eletromiográficos mistos, como os nossos. Devido à
evo-lução crônica desta entidade, somente 3 casos são relatados na literatura
com estudos de autópsia (Gardner-Medwin e col.
6, Kennedy e c o l .
1 1e
K o h n
1 2) . Em todos eles foi encontrada degeneração celular nas pontas
an-teriores da medula, localizando, assim, o início do processo mórbido no
neuro-eixo. No paciente estudado por K o h n
1 2, é citada ainda degeneração
ocasional de neurônios das pontas laterais e posteriores, além da
desmielini-zação das raízes anteriores. A oportunidade que tivemos de realizar estudo
de necropsia em um dos nossos pacientes (caso 1) nos levou a encontrar
as mesmas alterações dos referidos autores. Constitui, assim, a nossa
obser-vação, a quarta citada na literatura universal.
R E S U M O
Os autores relatam os casos de três irmãos com fraqueza e amiotrofia
proximal dos membros de início na infância. Os estudos eletromiográficos
e de biópsias musculares revelaram alterações do tipo neurogênico de permeio
com alterações miogênicas. Fazem consideração sobre esta singular
asso-ciação, considerando as alterações do tipo miopático como secundárias à
de-nervação de longa duração. O estudo histcpatológico medular, em um dos
pacientes, revelou degeneração das células motoras das pontas anteriores,
constituindo, assim, o 4.° estudo de autópsia da doença de
Wohlfart-Kugel-berg-Welander, na literatura.
S U M M A R Y
Hereditary proximal neurogenic muscular atrophy
(Wohlfart-Kugelberg--Welander disease): report of three cases
picture. I t is concluded that this histological and eletromyographic picture
can occur in pure partial denervation of long standing. The histopathologic
study of the spinal cord of one patient revealed degenerative changes and
loss of anterior horn ganglion cells. This is the fourth case of
Wohlfar--Kugelberg-Welander disease with postmortem examination.
R E F E R E N C I A S
1. A R M S T R O N G , R . M . ; F O G E L S O N , M . A . & S I L B E R B E R G , H . — F a m i l i a l p r o x i m a l spinal m u s c u l a r a t r o p h y . A r c h . N e u r o l . ( C h i c a g o ) 14:208, 1966. 2 . B E C K E R , P . E . — G e n é t i c a H u m a n a . T o m o V / l . E d i c i o n e s T o r a y S . A . ,
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3 . C I A N C H E T T I , C ; T O N A T O , M . & S I G N O R I N I , E . — A m i o t r o f i a p r o s s i m a l e f a m i l i a r e b e n i g n a a d i n i z i o t a r d i v o . R i v . P a t . N e r v . M e n t . 90:481, 1969. 4 . D R A C H M A N , D . B . — M y o p a t h i c c h a n g e s in c h r o n i c a l l y d e n e r v a t e d m u s c l e .
A r c h . N e u r o l . ( C h i c a g o ) 16:14, 1967.
5 . F I N K E L , N . — A f o r m a p s e u d o m i o p á t i e a t a r d i a da a t r o f i a m u s c u l a r p r o g r e s -s i v a h e r e d o f a m i l i a l . A r q . N e u r o - P -s i q u i a t . ( S ã o P a u l o ) 20:307, 1962. 6. G A R D N E R - M E D W I N , D . ; H U D G S O N , P . & W A L T O N , J. N . — B e n i g n s p i n a l
m u s c u l a r a t r o p h y a r i s i n g in c h i l d h o o d a n d a d o l e s c e n c e . J . N e u r o l . S c i . 5: 121, 1967.
7 . G R O S S , M . — P r o x i c a l spinal m u s c u l a r a t r o p h y . J. N e u r o l . N e u r o s u r g . P s y -c h i a t . ( L o n d o n ) 29:29, 1966.
8 . H A A S E , G . R . & S H Y , M . — P a t h o l o g i c a l c h a n g e s i n m u s c l e b i o p s i e s f r o m p a t i e n t s w i t h p e r o n e a l m u s c u l a r a t r o p h y . B r a i n 83:631, 1960.
9 . H A U S M A N O W A P E T R U S E W I C Z , I . ; S O B K O W I C Z , H . ; Z I E L I N S K , S. & D O -B O S Z , I . — A p r o p o s d ' a t r o p h i e s m u s c u l a i r e s j u v e n i l e s h é r é d o - f a m i l i a l e s . S c h w e i z A r c h . N e u r o l . N e u r o c h i r . P s y c h i a t . 90:255, 1962.
1 0 . H U R W I T Z , L .; L A P R E S L E , J . & G A R C I N , R . — A t r o p h i e m u s c u l a i r e n e u r o
-g è n e de t o p o -g r a p h i e p r o x i m a l e e t s y m é t r i q u e s i m u l a n t u n e m y o p a t h i e . R e v . N e u r o l . ( P a r i s ) 104:97, 1961.
1 1 . K E N N E D Y , W . R . ; A L T E R , M . & S U N G , J. H . — P r o g r e s s i v e p r o x i m a l spinal and b u l b a r m u s c u l a r a t r o p h y o f l a t e o n s e t . N e u r o l o g y 18:673, 1968. 1 2 . K O H N , R . — P o s t m o r t e m f i n d i n g s in a case o f W o h l f a r t - K u g e l b e r g - W e l a n d e r
d i s e a s e . C o n f i n . n e u r o l . 30:253, 1968.
1 3 . K U G E L B E R G , E . & W E L A N D E R , L . — H e r e d o f a m i l i a l j u v e n i l e m u s c u l a r a t r o -p h y s i m u l a t i n g m u s c u l a r d y s t r o -p h y . A r c h . N e u r o l . P s y c h i a t . ( C h i c a g o ) 7 5 : 500, 1956.
14. L E V Y , J. A . & W I T T I G , E . O . — A t r o f i a m u s c u l a r p r o x i m a l f a m i l i a r . A r q . N e u r o - P s i q u i a t . ( S ã o P a u l o ) 20:233, 1962.
1 5 . M A G E E , K . R . & D E J O N G , R . N . — N e u r o g e n i c m u s c u l a r a t r o p h y s i m u l a -t i n g m u s c u l a r d y s -t r o p h y . A r c h . N e u r o l . ( C h i c a g o ) 2:677, 1960.
1 6 . S P I R A , R . — N e u r o g e n i c , f a m i l i a l , g i r d l e t y p e m u s c u l a r a t r o p h y . C o n f i n . n e u r o l . 23:245, 1963.
1 7 . T S U K A G O S H I , H . ; K A K A R U S H I , T . ; K O N D O , K . & T S U B A K I , T . — H e r e -d i t a r y p r o x i m a l n e u r o g e n i c m u s c u l a r a t r o p h y in a -d u l t . A r c h . N e u r o l . ( C h i c a g o ) 12:597, 1965.
1 8 . W A L T O N , J. N . — M o t o r N e u r o n e D i s e a s e s . In D i s o r d e r s o f V o l u n t a r y M u s -c l e . C h u r -c h i l l L i v i n g s t o n e , E d i n b u r g h & L o n d o n , 1974.
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