o
TRABA LHO D E E NFERMAG E M E S U A ARTIC U LAÇÃO COM O PROC ESSO
DE TRABA L H O EM SAÚ D E C O L ETIVA
R E D E BÁSICA DE S A Ú D E EM RIB EIRÃO PR ETO
*
Maia Ceclia
unel
de Ameida* *
Déboa Flleros de Mello
***
Lis Apecida de Souza Neves****
R E S U MO
-O o bj eto centra l desta pesqu i sa é o estudo da organização tec
nológica do tra ba l h o de enfermagem na Rede Básica de Serviços de Saúde
de R i be i rão P reto . O objetivo é ca racteriza r o trabalho de enfermagem e sua
a rticu l ação com o conj u nto dos traba l hos nas U nidades Básicas de Saúde
( U BS ) , bem como identifica r a que fi na l i dade o traba l ho está atendendo.
Através de observação d i reta dos setores do serviço, e de entrevistas com
os p rofissionais, fo ram ca racterizados os momentos do traba l ho em saúde.
Foram selecionadas 3
U BS e estas o bservadas du rante 3 meses consecuti
vos, nos setores de: recepção da clientela, pré-consu lta, consu lta-médica,
vacinação, suplementação a l i menta r, aplicações de tratamento e o traba lho
da enfermei ra . Conclu i-se que as atividades estão voltadas pa ra a consu lta
médi ca, enqua nto atend i mento i ndividual e a enfermagem está i nserida nes
te processo de tra ba l ho, desenvo lvendo atividades auxi l i a res da consu lta.
O
modelo de sa úde predomi na nte é o P ronto-Atendimento, sem desenvolvi
mento d e ações de Saúde Coletiva.
ABSTRACT
-The centra l t o p i c o f the p resent resea rch i s t h e study o f the
techn o l og ica l o rg a n ization of n u rsing wo rk in the Basic N etwork of Hea lth
S e rvices of R i be i rão P reto. The objective has been to cha racte rize n u rsing
work and its a rticulation which the services p rovi ded at Basic Health ( B H Us)
and to identify the purposes t hat a re fu lfi l led by t h i s wo rk. The moments of
hea lth wo rk have been cha racterized by d i rect observation of the service
secto rs a n d by i nterviewing the profession a l s i nvolved. T h ree B H Us have'
been se l ected and observed over a period of 3 consecutive months in the
sectors of: cl ient reception, p re-vi sit, medica i visit, afte r-visit, vacci nation,
feedi n g su pple mentation, appl ication of t reatent and n u rsing work. It has
been conc l uded that t he activities a re d i rected at the medica i visit as
i ndividu a l ca re, a nd the nu rse is i nvolved in t h i s wo rki ng process by
perfo rmi ng act ivities t hat complement the med ica i visito The p redomi n a nt
hea l t h model i s F i rst Aid, with no d eve lo pent of col lective hea lth actions.
I. O OBJETO EM EST U DO E
A
F U N DAME�TAÇÂO TEÓRICA E
METO DO LOGICA
o mais freqüente é considerar a enferma- enfemagem ao indivíduo doente ou sadio, gem como uma proissão, portanto com um es- . família ou comunidade, no desemenho de ai-tatuto socialmente reconhecido e fomalmente vidades pa pevenir a doença, manter ou re-legalizado. E sendo uma proissão deve consti- cuperar a saúde.
tuir-se dos critérios de universalidade, raciona- A aproximação que vamos fazer da
enfer-lidade , autoridade e competência no seu campo magem a considera além de uma proissão com especíico. Em rélação
à
competência profissio- sua competência técnico-cientíica, a apreende nal , os livros textos consideram que a função como uma prática social e assim sendo como peculiar da enfermeira é prestr assistência de trabalho e no pr6prio desenrolar deste, ou seja, * Pêmio Isaura Barbos�
Lima - I � lugar -43� Congreso Brasileiro de Enfemagem - Cuitiba-PR -1991 - trabalo extraídoda Te de Livre- Doência de Maria Cecilia Puntel de Almeida, Escola de Enfermagem de Ribeião Preto - USP, maço de 199 1 .
** Professor Associado d o departamento de Enfermagem Matemo-Infantil e Saúde Pública - EERP- USP.
*** Enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto e Pós-Graduando - Nfvel Mestrado em Enfermagem Fun damentai do Departamento de Enfermagem Geral e Esecializada - EEKP-USP.
**** Enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto;
no prcesso de rabalho da saúde, pretende-se ' identiicr seus momentos cacteizando sua inlidadé, tecnologia, objeto e agentes, nas possibilidades e espaços dados pelo pr6prio de seolr do rabalho.
Já se tem um volume cientíico razoável em enfemagem enquanto prática scial e, numa análise sumia e provis6ria do relizado até agora, ode-se dizer que esta podução possibi litou maco-análises da enfemagem na for mação scial capitalista e em esecial sua gêne se e evolução hist6ica na sociedade brasilera, raçando um pno de undo pra compeensão de sua dimensão hist6rica e scial. Nesa ava liação pecebe-se a necessidade de continur ilhndo este cnho mas agora aprofundando e eseciicando mais as análises, na tentativa de compeender melhor as razões deste rabalho e sua rticulação com o setor saúde nos micro-es pços institucionais concetos e nas eseciali dades desta prática. Assim tem-se como efe encial te6ico e metodol6gico o
modelo de
organização tecnológica do ablho,
de senvolvido por ENDES - GONÇALVES 3 . Este modelo fundamenta-se no processo de tra blho segundo o efeencil de MAX, enten dendo "não apenas os insumentos materiais, mas tmém saber enquanto foma variável e conrimente adequada de organizar "inter nmente" cetas práticas referidasà
saúde eà .
doença, ao mesmo tempo em que foma vriável e conraditoiamente adequada de supotar a ar ticulação dessas práticas na totalidade social hist6rica'�.3.
As necessidades ou os crecmentos dos homens não são de um homem s6, pois este vi ve, soe e .ablha com os ouos homens, e as sim não são naturais. São crências sciais que tomadas como tmalidades pra presidr o pr cesso do rabalho, satisfzando-as.
A
geração como a satisfação destes cecimentos. Potanto a geração bem como a satisfação das necessida des aravés do rabalho é um pocesso scial e ao mesmo tempo hist6rico, porque nele se dá a produção e reprodução deste homem que é so cial. Os agentes do rabalho de enfemagem,bem como aqueles potadoes de neceSsidades
de saúde se elacionm com ouros homens, aavés de seus produtos, na divisão social do abalho. Não é potanto um processo natural, bom ou mau, é necessimente social e hist6i co. Em ouras palavras, ecoemos aos dizees de MEDES - GONÇALVES3 : "dadas as ca racterísticas do rabalho humano, por produzir sempre face às necessidades sciais, por rela cionr os homens aravés de seus produtos, por relcionª--los come o grau de domínio que êm (ou deixm de ter) das condições de taba lho, o pocesso e abalho humano é antes de tudo o mais o pocesso de prdução e repo dução do homem social, historicmentedetermi-ndo, atavés
a
po
de ens e serviços"' .Já se tem ampl
o coento 4 gênese da
enfemagem ativiel
ooé
c
o
h
ci
da e produzida na atuie.Q
cociento iédi
co clnico tem saoiem
no
il
do
século xn, no mesmooento cil,
de rans fomação dohospil enqunto
ll de
cura. No séculoXIX,
a
Inglaera, sgea
enfema gem como uma pática quepossibilia
a tomada do copo dente como objetodo blho
médi co, higieniza e disciplina o eso hospitalar num pojeto de recueração indiidul. A ptir daí a clínica vai insumentlindo o saer aná-. tomo-patol6gico pa ecoro
seu objeto de rabalho e apreendê-lo, ou ejao
coo doente, a doença. Este é o modelo clínico que tem por tmalidade a rcueação do coo individual. E o agene que, hist6rica e scialene preside es te pocesso é o dico. Ele, aavés dos eios de tabalho e o aer da clínica, emite mani pular, conhecere
estaur o objeto de tablho médico - o coo - a fim de atener esa tmali dade, prduzindo a cueração. Pra ossibilir
a realização do modelo clínico e, com a complexidade do cohecmento e da inraesu tura institucional(no
caso o hospital e ouros ' insumentos ncesios), ouos abalhdoes vão se agegndo a este tabalho, o qual passa a ser um trabalho coletivo. Como no trablho em gerl a conceço se separa do moento da execução (em agentes e empos que podem ser diferenes), tmém na sadde haverá esta di vião nos moenos mais nelectuais e mais manuais do ablho. Caberá ao éico a apro priação do oento mais intelectual do raba lho (dian6stico e teraêuia) e assim será oagene hegemônico dese presso. .
A enfemagem, potanto, neste modelo clí nico de saúde é pte deste processo e do raba lho médico, sua ação é um insumento de ra- . balho médico que "cuidrá" ou "frá cuidr" do copo dente. A observação de_ enfemagem, o levantmento de ' dados, o planejmento, a evolução, a avaliação dos pacientes, os sistemas de assistência, os procedimentos técnicos e de
comunicação e
inegraçãoene pacientes e en
femagem e ene os di versos proissionais são, enre ouos, alguns dos insumentos de traba lho deste processo "cuidr" . Do mesmo modo que o objeto, a inalidade deste pocesso "cui dar" e a mesma inalidade do abalho médico, isto é "curar copos individuis" 2 •Além da ação de "cuidr" no modelo clíni o, outro tipo de atividade, também resultado hist6rico e social é o "adminisrar" e que não é ealizado por todas as categoias de enferma gem mas sim pela enfemeia. Os -insrumento� utilizados ente ouros são: os pr6prios modelos e métodos de adinisração, nomas e rotinas, a força de trabaiho em enfemagem (os
. . ,
. res), os equipmentos· e materiais pemanenes e aqueles paa a manipulação e adminisação de drogas e soluçes.
Não s6 o modelo cIuico eerge com o ca pitalismo pra dr conta
.
das ncessid.ad�s de saúde pópris das ocIades capIaisas, emerge tmém, a oura vetente, o mdelo e
saúde coletivo. Aqui a concepção
a
doença não é fenômeno individual centado no coo do dente, mas dença com fenômeno coleivo, lendo a epidemiologia or um dos pessupostos fundentais.Estes dois modelos que estão sendo toma dos na sua foma abstata não são excludentes, são dimensões de uma mesma realidade, a saú de, 'que é dinâmina e conraditóia.
Como a enfemagem é uma pcela do ra balho em saúde, ela tmém vai esar presente na produção de seviços de saúde a nível cole tivo. Será também um nstumento de trab1ho, mas agora não mais do rabalho médico, mas um dos insrumentos para alcançr a saúd. cole tiva. E assim o tabalho de enfemagem tem se diversiicado indo desde o "cuidr" de fn o
é
a paicipação o peno em saúe.Como nosso objeto de investigação é o rabalho de enfemagem a nível de saúde coleti va, e pra conhecê-lo e analisá-lo em uma dada concreticidade, vamos tomar o seu saber e veri icar como este se expressa na produção de ser viços de saúde e as relações sociais que seus agentes estabelecem neste processo de abalho. Assim sendo, temos como objetivo cental deste estudo caracterizar o trabalho da enfemagem na Rede Básica de Serviços Públicos de Saúde de Ribeirão Preto, estabelecendo suas ticu lações com auras ações em saúde, e desta foma entendendo suas inalidades coletivas.
11
O TRABA LHO D E CAMPO
o abalho de campo foi realizado e m Uni dades Básicas de Saúde (UBS) * da Secretia Municipal de Saúde (SMS) ** - Ribeirão Preto 7. Das
23
UBS foram sorteadas3
UBS , segundo os critérios de maior demanda de clientes, as que desenvolviam as ações básicas estabeleci das pela SMS - atendimento em pediaria, gine cologia-obstetrícia, clínica médica, programa desuplementação alimentar e vacinação - e que , não fossem de nível distrital e nem local de tra
balho dos auxiliaes de pesquisa. Foram deno minados como UBS- A, UBS-B e BS-C. Os insmentos de pesquisas utilizados foam a observação sistemática direta do trabalho, cons- . tiuindo-se o instumento cenral da coleta de dados empricos, e as enrevistas, que tinham a ialidde de complementar as obsevaçes, e
(') UBS = Unidade Básica de Saide (* *) SMS = Secretaria Municipal de Saide
66 R. Bras. Enfen., Brasiia, 44 (13): 64-75, abriUet. 1991
aavés delas captr a fla dos abalhadoes de , saúde sobre o que esto faendo, ou seja, a e presentação que têm sobe o seu rbalho.
F
m
enevistados tdos os abalhadoes das3
UBS que coresponeu a
37 entevistas. Todo
oabalho de cmo teve a duração de ês meses (feveeio, maço e abril de
190).
111
-0$
MO ME NTOS DO PROCESSO �E
TRABA LHO NAS U N IDADES DE SAUDE
- RIB EIRÃO PR ETO
1 .
O
objeto de trabalho - os clientes
Foram registrados, durante os
3
peíodos de obsevação, o número de clientes que procurou atendimento clínico, a faixa etáia dos mesmos, ou seja, :1
ano,1
a4
anós,5
a14
anos e1 5
e mais, bem como a esecialidade médica dos atendimentos. Também foi egisada a demanda que compaeceu e por falta de vaga ?ã? foi atendida, que se denomina demanda eplda ..Analisando-se os dados da demnda atendI da em elação
à
reprimida, veiicou-se que378
clientes foam atendidos e
1 75
não foam, o que coesponde a aproximadamenteà
metade da demanda atendida. Este número regisrado de demanda reprimida é bem maior, pois um ran de número de clientes que fica na ma, e quando a uncionria fala que já não há vagas, estes saem, vão embora sem chegar a se apesentar na eceção. As maiores demandas eprimidas são as de adultos e mulhees (ginecologia).Além de não haver nenhum aendimento do tio de ação pogramática em saúde, o próprio atendimento clínico ealizado nas UBS não tem uma organização tecnológica que pemita uma identiicação e evolução mais pecisa e detalha da da clientela, nem em temos anátomo-un cionais e muito menos sciais.
O segumento do cliente depende da neces sidade que o médico estaelece paa que o
mesmo volte e nem sempre o retono é apraza do, icando pra o cliente estabelecer de acordo com sua necessidade. Portanto o modelo
assis-. tencial ode ser ca-cterizado como "Pronto Atendimento" .
As ações de enfemagem na recepção que atendem a este modelo, são ações de conrole e
repessão da demanda. Os médicos não compa recem neste setor, não entram em contato dire tamente com a pressão que a opulação faz para receber consulta médica.
co-meçar a conhecer a clientela que demanda para aquele seviço;
Uma questão que colocmos é que, mesmo todos os trabalhador!s,.epresentando o processo saúde-doença com> ' 90ndições de vida, no mo mento em que est�i<éi�
�
� 'procurm a consul ta médica, os médicos zem uma abstração dessas essoas conc'as. e' tomm como objeto o problema-queixa como será analisado no pa drão das consultas do rabalho do médico. E is to é compeensível,n: vez que o saber médi
co que crcunsceveo
lodelo clínico, é o co nhecimento da doença e os padrões de nomali dade já pré-estabelecidos pela medicina. Este saer começa e termina no recoe do corpo anátomo-isioI6gico.,A
proposta de modelo in tegral de assistência' ptçonizada pela SMS , se' for realizado s6 comi
insumento de tablho, a consulta iéui
êá: �ventUal; ica longe de atin gir esta inter
a�iQàde·.-Ouro , aspecto :'irtante a ser discuido sobre a concepÇão dos rabalhadores em relação à cracteística da população de abrangência da UBS e as relações com o trabalho dos mesmos, são as concepções de "exterioridade" que estes concebem à população. Este rupo de abalha dores que diz que as cracteísticas da popu lação não interferem no seu rabalho, concebe a população como "extena" ao seu rabalho, que é tomado como sendo técnico e a saúde neste iCaso não é vista coo condição de vida, ms somente como uma disfunção anátomo-isioI6-gica. Somente uma enfemera considera as ca racterísicas da população como "intenas" ao seu rabalho e como objeto a ser recortado e trabalhado no seu cotidiano.
Com relação à satisfação das necessidades de saúde da população pelas UBS , dos
37
en revistados,12
pensam que a UBS satisfz as necessidades elo fato de atender à população e este rabalho se relaciona às espcialidades mé dicas, como ginecologia, clínica médica e e diaria, e ao fato de fonecer medicação. Os ou ros25
enrevistados ensam que não satisfaz as necessidades da população devido a tês po blemas. Em primeiro lugar aponm a falta de medicamentos, exames laboatoriais, médicos e inra-esutura ísica. Em segundo lugr vem a demanda repimida que é grande e, em terceiro apontam as condições de probeza da população que diicultam o atendimento, a compra de me dicação e a mudança pra hábitos sadios. So mente a enfermeira apontou "a falta de motivação do essoal para atingir a proposta de re esuturação da saúde", como fator relevante.
O padrão de representação dos trabalhado es da saúde, em temos dos resultados da po dução de seviços de saúde, continua sendo o mesmo, já apontado, em moentos anteriores, ' ou seja, a podução de serviços de saúde se re fere centralmente à consulta médica. exames
la-boratoiais e medicações.
A
demanda que não drena espontaneamente para os seviços, que é a demanda potencial, não é objeto de trabalho nem na representação dos trabalhadores.2,
Os Instrumentos
de tlrhaJaDia
...
... uJ
. :i . :7'·4" . • .rru
W ol.H �1>ntelleu• PslqllitrlU .
2. 1
As pré-consultas
a.frj
- 6593A
pré-consulta é realizada da seguinte ma neira: os prontuários icam na escrivaninha em ordem numérica, colocados em ordem de che gada na ecepção.Ua
auxiliar de enfemagem chama um gupo de clientes, em tomo de3
a4.
Enquanto uma ou duas auxiliaes vão veriican do peso e estatura, a outra funcionária vai regis trando na folha de evolução dos prontuários.O diálogo mantido enre auxiliaes e mães é bastante ápido, e se efere à queixa que estas raem sobre o estado de saúde da ciança e as mesas não são egisradas no prontuário. O temo gsto nesa aivide de péconsula cor
esondeu em édia a
1
inutoe
meío pra ca da cliene nas rês UBS. A eocupação centralé
egistr os esos e as edidas dos clientes.A pergna feita em elação à pé-consula foi "qual o cinho ercoido elo cliente nes a UBS e porque passa em cada um destes seto res".
A
esosta quase unme de todas as ca tegoias proissionais relaciona a pé-consulta à mensração. Um rnde número de rablhad res expressou que esta mensuação se refee a pesr e medir os clientes. Além disso a peocu pação com a avaliação do estado de saúde do cliente que equer um "pronto atendimento", como abaixr a tempeatura e a pessão aterial, há um pequeno núeo de abalhadoes que se refere à pré-consulta como um dos momentos de fazer orienaçes ducativas e de cohecer me lhor a clientela. Este pequeno núeo de traba lhadoes tem ma visão mis mpliada da pé consulta no sentido da educação em saúde e do conhecimento do cliente, não somente em re lação às suas ueixs ms enquno um ersocial. Recohecem mém que este tipo ' de atendimento que estão elzndo divide muito o cliente.
A
pré e p6s-consulta em como o atendi mento de enfemagem foram aividades de en femagem fomalizadas no esado de São Paulo, por casião das açes prormáticas em saúdeda Secetia de Esado, na década de
70.
Eamações etinentes
s
prormaçes em saúdeque tinham a ímalidade de conrolr a doença a nível coletivo.
A
pé, a pós-consula e o atendimento de enfemagem form consideraas como ativida des-pte das ações pomáicas em saúde que não visavam exclusivente o atendiento clí nico.2 . 2
O trabal ho do Médico
-As Consultas Médicas
Dos
10médicos entrevistados das
3 UBSobsevou-se o rabalho de
9,sendo 4 pediatras,
2ginecologistas e
3clínicos. Como o tabalho
médico se restringe, quase na sua totalidade
àconsulta médica, esta foi a aividade observada.
As obsevações coresponderam a um tno
de rabalho dos
9médicos, o que esultou no
atendimento de
1 28consultas, sendo
58de e
diaia,
43de clínica e
27de ginecologia. O
tempo de jornada diia contratada dos médicos,
por tno de rabalho, coresonde a 4 horas ou
20
minutos. Dos
9médicos corresponderam a
1 160minutos de tempo de jonada conatda,
sendo que destes foram trabalhados,
1 439minu
tos e
72 1minutos não rabihados, o que cor
esondeu a uma ercentagem de
33,37%de
tempo não trabalhado.
Otempo médio dispen
dido em cada consula corespondeu de
10in,
e
2s e o número édio de consultas por médico
foi de
14,22consúltas por
4horas de rablho.
Obsevando-se o tempo de cada consulta há
uma viação, sendo que há médicos . que dis
endem uma média de
6min e
52s e outros
1 3min e
4
s, corespondendo a uma média das
édias pa todos os médicos de
1 0
min e
22s
or consulta. Ponto o tempo de
1 5minutos
esipulado pra se fazer uma consulta médica
não foi todo utilizado nas consultas.
Analisndo-se as consultas segundo o mo
delo cnol6gico oiservou-se que as mesmas
seuem um parão, tanto em elação aos casos
novos como aos retonos, ou seja: as consultas
começm com o médico eruntando ao pr6prio
cliene ou aos esonsáveis (mãe) o que está
senindo, ou o que o rouxe ao médico.
Odiá
logo compeende peruntas e respostas mo
nossilábicas e cenradas na queixa que condu
zem ao diagn6stico. Não se obseva a
reli-zação de uma hist6ia de cada cliene.
.
Esa consulta não coresonde nem ao mo
delo clínico; o objeto de rabalho é a doença
e não o dente. O insmento de rabalho mé
dico é agora a queixa, não como um pmeiro
momento 'a elação médico-paciente pra 'de
sembocr na hist6ria, exae físico, hipótese
dianostica e condua , ms como moento cen
l
da consulta. Este parão de consula médica
já foi obsevado e nalisado por
EDS
-GONÇALVES' na Rede Esadul de Cenos
de Saúde da cidade de São Paulo.
'
A
iculação do ablho do
io
(que é
a consula) com os ouos rbahos
a BS e
á
examene em unção
a
micaço pesci
ta
eenhmento
ra
os exes soliciados.
.
e esa iculação se á . com a aividde de
6sconsula que
éeda �las auxlies
e
efenagem.
-68 R. Bs. Efem., Bia, 4 (13): 4-75, abi/e. 1 991
Ouro dado importante é o fato dos
diagnósticos das consultas médicas não serem
regisrados enquanto um dado para compor o
peril de morbidade da demanda atendida. Este
eril epidemiol6gico da demanda atendida se
ria o primeiro momento do pocesso de trabalho
pra a organização da assistência em saúde no
modelo epidemiológico, a im te atingir
também a demanda potencial com a finalidade
de conolr a doença a nível da população.
Nas enevistas quando lhes perguntamos
"quais são suas atividades de otina e se pode
im descevê-las em elação ao modo de reali
zação, horio; conteúdo e ímalidade" , todos
esondem que são as consultas. Como não há
uma
olíica
de saúde no drecionamento da
saúde coleiva, não há como dar uma oua íma
lidade
à
consulta médica que não a de se resol
ver os sctos cuativos individuis de cada
ciene; a
nliae
ena na pr6pia consul
ta. Os ouros pementos de saúde coletiva,
coo vigilância epideiol6gica, sanitia, edu
cação, vlcnação e ouros, não são aontados
coo pssíveis de serem instmentos de aba
lho das UBS.
Quando pedidos que "izessem uma ava
liação do seu rabalho na
UBS,em temos da
ímalidade do mesmo", um gupo (a metade)
acha que é satisfat6ria pois a "esolutividade é
boa" e esta é referida
àeicácia da consulta.
O
conceito da resolutividade expresso está cenra
do na qualidade da consulta e na experiência
clínica. Não aponta pra ouras categorias do
processo saúde-dença além daquelas que são
detectadas na uncionalidade do corpo biol6gi
co.
Ao mesmo tempo que há alguns médicos
que têm a visão que saúde-doença não
és6 um;
processo anátomo-isioI6ico, ouros elacio
nm a conscientização da população
à execuçãodas ordens medicmentosas prescritas.
Mesmo a epesentação que fazem sobre a
consulta do ponto de vista da medicina preven
tiva individual, esta não corespondeu a proce
dimentos realizados nas consultas obsevadas.
Foram pouquíssimas as ações educativas reali
zadas nas consultas médicas envolvendo a pro
moção e prevenção da saúde, meSllO visando a
individualidade de cada cliente, e quando ocor
em foram de natureza autoritia.
2.3 As Pós-consultas
e
um modo geral a ativiade de pós-con
sulta se constitui em ler ligeiramente o que foi
regisrado pelo médico. Quando há pedidos de
exames laboratoriais, orienta-se como fazer a
coleta e os dias e horrios da mesma. Os regis
tros da pós-consulta no prontuário do cliente
são bastante sucintos, não se refeem ao con
teúdo das orientação feitas. Em uma UBS não
se registra nenhum dado da p6s-consulta no
prontuário.
O tempo de atendimento de
30clientes cor
respondeu a
67minutos, ou seja, em cada orien
tação foi gasto
2
minutos e
14segundos. Tor
na-se diícil neste curto espaço de tempo fazer
orientação de caráter educativo. As atividades
de prevenção e promoção da saúde form prati
cmente inexistentes, e quando ocorreram se re
feriram ao encaminhamento pra vacinação e
algumas orientações individuais de higiene e
alimentação infantil.
Analisando a representação que os traba
lhadores têm sobre a p6s-consulta, a fala repro
duz exatamente o obervado. A grande maioria
diz que a pós-consulta tem a ímalidade de re
forçar a orientação dada pelo médico quanto
àmedicação; Todas as categorias têm esta visão.
A categoria proissional que mais expressou
preocupação com a má qualidade da pós-con
sulta foi a das enfermeiras, e isto é compreensí
vel, uma vez que na formação desta proissional
enfatiza-se o papel educativo em saúde, princi
palmente as ações de prevenção e promoção da
saúde.
Mesmo havendo um gupo de auxiliares e
enfermeiras, que nas entrevistas expressou este
direcionamento educativo das atividades de en
femagem, principalmente nas pós-consulta, isto
não vem ocorendo no trabalho. A p6s-consulta
tem a inalidade principal de decodiicar a
orientação médica, e esta "decodiicação" se
refere
àmedicação, não em unção da sua ação
terapêutica mas do mdo de ministrá-la.
2 . 4
Instrumentos de trabalho voltados para
a saúde coletiva
.
Neste movimento de caracterização dos
momentos do processo de rabalho, introduzi
mos ns enrevistas questões efeentes a alguns
insumentos voltados para a saúde coletiva,
como as progrmações, o trabalho com gupos
de cliente e/ou comunidades e a visitação domi
cilir, além daqueles que serão analisados pos
teriormente, como a. vacinação e o sub-progra
ma de suplementação alimentar.
Sobe a existência de pormas implanta
dos nas UBS, das
7enfemeiras,
4apontram
que existem e
3que não existem confome o
peconizado. As primeiras izeram referência ao
prorama de planejamento familiar, programa
de suplementação alimentar, de pré-natal, da
mulher, SISV AN, hipertensão rterial e diabe
tes.
Dos
10médicos,
4responderam que a UBS
não desenvolve programas,
3disseram que sim,
fazendo referência ao planejamento familiar
(2
deles) e
mmédico fez referência ao programa
de hietensão arterial e diabetes.
Das
1 7auxiliares de enfemagem,
16res
ponderam que os programas existem e uma res
pondeu que não. Das
16auxiliares de enfema
gem que responderam positivamene,
10izeam
referência ao programa de planejamento fami
liar e aleitamento (grupo de ammentação),
3referirm
àsuplementação alimentar e as outras
3
ao programa de vacinação, ao de saúde da
mulher e da criança.
A primeira análise que fazemos é sobre a
concepção que os rabalhadores de saúde têm
sobre
ü·termo programa, concebendo algumas
atividades como se fossem um prograa em si
mesmo. Entendem que o planejamento familiar
é um pro�ama, bem como o gupo de aleita
mento matemo. E mais, as auxilires de enfer
magem consideram a palestra de planejamento
familir como a parte central do programa de
Saúde da Mulher. Parece que não concebem es
tas atividades como parte do programa de saúde
da mulher e da criança.
A atividade educativa grupal é tomada na
concepção da medicina preventiva individual. A
concepção de programação como insrumento
que objetiva a saúde coletiva não foi apontada.
E através da atividade educativa entendem que
se está dando um atendimento de qualidade,
pois o "paciente está sendo educado elos pro
issionais da saúde", e assim "ele ica mais
es-clrecido".
.
Os programas são considerados como um
instumento em si mesmo sem remetê-los
àina
lidade maior da programação em saúde, tendo a
epidemiologia como o saber que os instrumenta
liza.
Os rabalhadores que izeram referência
àação de um gupo apontaram as mesmas ativi
dades destacadas anteriormente como progra
mas de saúde.
Finalmente, quanto
àvisita domiciliáia to
dos informarm que ela ocore s6 em cráter
eventual, de urgência e as visitas se referem ge
ralmente ao controle da raiva, principalmente
pra aqueles que faltam ao esquema de vaci- .
nação, quando já iniciado.
O
raio de abrangência das
UBSse restringe
às atividades intenas. Como a consulta médica
do tipo pronto atendimento é a ação central. não
se . pode esperar que o raio de ação da
UBSv,á
além das ações intenas. Neste sentido as
UBStêm uma ação bastante estática, são pouquíssi
mos os instumentos voltados para a saúde cole
tiva.
3 A Suplementação Alimentar
Os programas de Suplementação Alimentar são uma prática inroduzida nos Programas Ma teno-Infantis govenamentais desde a década de
30
e 0.Cada UBS utiliza uma foma de distri buição do leite, sendo que na maior prte das vezes o que se faz de fato é simplesmente a dis ribuição dos tíquetes, que é realizada da se guinte foma: pega-se as ichas de S . A. de todas as crianças que já estão pesentes, anota-se o etomo e mrca-se o leite fonecido e o próximo retomo, sem o controle de peso e estatura. A anotação da enfermagem feita no prontuário da criança (após terminar todos os atendimentos), à primeira análise pode parecer que contém os elementos essenciais para o acompanhamento do crescimento da criança ou seja, descreve as condições físicas aprentes da criança, o seu peso, os retonos e que a mãe encontra-se orien tada; mas se não tivesse sido observado como este atendimento foi realizado, esta primeira análise emaneceria. Notou-se que o atendi mento é rápido, pesa-se e mede-se as cianças sem veriicar ganhos ou perdas, o diálogo com a mãe é lacônico, em cima das queixas, e não há a individualidade do atendimento.
É
uma atividade bastante mecânica princi palmente quando não se realiza o Atendimento de Enfermagem (o que ocore em grande parte). O diálogo com os clientes é pobre e a re lação/rticulação com os outros setores quase não existe. A enfermeira é solicitada para casos com algum problema, como a mãe querendo re ceber leite e não está inscrita no progr�a. A ticulação com o trabalho de pediatria se dá somente quando a criança é avaliada para ser inscrita no programa. O critéio prioitio para a inclusão da ciança no programa de suplemen tação alimentar é o risco de desnutrição. Junta mente com este, a todo instante, esbara-se com fu1ias com "problemas sociais" . Não há co mo separar desnutrição de condições sociais devida. .
A fala de alguns auxilires mostra as ambi güidades em que ficam os trabalhadores da saú de para desenvolver o programa de Suplemen tação Alimentar. Estas vão desde a compre ensão de que somente é necessio distribuir (assistencialismo) , de que não é preciso cons cientizar o cliente porque este é muito ignoran te , até o entendimento da função do Estado e as questões de condições de vida da população.
4 A
Vacinação
As vacinas aplicadas de rotina nas UBS são aquelas do esquema infantil (Tríplice, Sabin, BCG-I.D, Contra Srmpo) e Dupla-Adulto pa ra gestantes e em casos de feimentos, e
Con-70 R. Bras. Enfen., Braslia, 44 (13): 4-75, abriVet. 1 99 1
ra-Raiva, em acidentes com animais transmis sores da raiva. Estas são aplicadas todos os dias, no peíodo da manhã e da tarde, com ex ceção da vacina BCG-I-D., que é aplicada uma vez por semana ou a cada 1 5 dias de acordo com a demanda de crianças.
Nas três UBS o núero de faltosos é rn de. Em uma UBS não se convoca mais os falto sos (infomram que falta aerograma) e nas ou tras duas fazem a convocação por aerogrma. Através do arquivo faz-se levantaento dos fal tosos do mês anterior e mesmo após a convo cação, o retono não é de todos .
. As rês UBS infomarm que não sabem qual o número da população infantil do bairo ou da área geográica de abrangência da UBS . Desconhecem a sua cobertura vacinal e a por centagem da sua população que procura a vaci nação.
A vacinação é uma prática de saúde preven tiva e coletiva e portanto necessita da identii cação da população infantil (principalmente dos menores de 1 ano), para se programr a cober tura vacina!. Está sendo executada como se fos se um insumento de alcance individual, ou se ja, somente a criança que comprece é vacina da. Sabe-se que pra eradicar determinadas doenças preveníveis por vacinação, não se pode atur somente com aquelas que comparecem ao seviço, mas é preciso atingir a totalidade das crianças.
O que se pode analisar são os dados das orientações feits à mãe e/ou cliente no momen to da aplicação e estas se referem às infor mações sobe a vacina aplicaa (que tipo e sua finalidade), data de retono e reção. Em re lação à orientação sobre a vcina apicda a feqüência das não orientaçes é gande, · pn cipalmente nas vacinas Típlice, Sabin e Sa rmpo. As oientações mais coets form em relação ao BCG-LD.
O setor de vacinação, nos seviços de saúde pública, sempre foi tomado, ela enfemera, como mais de sua esonsabilidade do que de ouras categoias poissionais da saúde, elo fato de estar sempre envolvida com as ativida des do mesmo.
Um fator que atualmene colca a vaci- . nação em segundo plano
é
a cescene emanda da clienela por consulta médica, fzendo com que os rcusos humanos de cada UBS , já em número reduzido, dêem cobetura às atividades advindas desta orgnização tecnológica do ra balho, a consulta médica.5.
Coordenação/Supervisão/Controle do
Trabalho
a enfeneira quem administra e executa o con
trole do processo de trabalho, as perguntas fei
tas a ela sobre este item foram em número maior
que dos seus supervisionados (pessoal auxiliar).
Em relação aos médicos as questões de Super
visão se restringem às relações do seu trabalho
com a SMS e vice-versa, pelo fato de estes se
rem s6 consultntes.
As enfeneiras foram unânies em dizer
que quem responde pelas atividades da UBS
são elas pr6prias. Deixaram rapspaecer que
esta atividade de cheia
é
realizada de fato por
elas na prática, mas não de dieito, pois não se
tem econhecimento fonal desta função pela
SMS. A insatisfação com esta situação acen
tuou-se ainda mais na gesão atual da SMS e
ainda ap6s o aumento do salrio do médico, i
cando os ouros rabalhadoes de nível superior
(que têm a mesma crga horia) com slário
menor, como é o caso dos dentisas e enfenei
aso
Mas mesmo se pensando na constução de
luge� sociis pra as enfeeias, nese pro
cesso de complemenidade do rablho em
saúde coleiva, o seu tablho de coorde
nação/supevisão/conole tem se dado em
unção não do modelo epideiol6gico, as em
unção do modelo clico.
.
Pergunmos às efeneas quais as atii
ddes que supevisionm, e como se dá está su
eisão. Neste moento a epesenação ' ds
enfeneas sobre a suevisão é tomada mis
sobe a vetente de conole/iscalização.
m
elação à assessoia que a UBS ecebe
da SMS, esa foi ideniicada como eventul,
soente qundo solicita, não havendo nada
egulmente orgniado nesa deção, mesmo
ocasião de alguns einentos écicos.
Ainda na cracteização do prcesso de su
evisão as enfeneas info
mque o seu
abalho não é suevisiopdo. Há uma ticu
lação com a ivisão de enfenagem da SMS à
isncia, por telefone, ou por comunicdos, e
esta é de acordo com problemas srgidos no dia
a dia. Ifonm que o rabalho dos méicos
e
dos denisas também não é suevisionado.
Qunto ao rablho dos auxilires de enfena
gem fori enfáticas em dizer, "aí sou eu quem
faço a supevisão", mas acescentm apida
mente, como que queendo amenizar o asecto
negaivo do onole, "mas rabalhando junto
com eles".
Qunto ao einento e reciclagem de todo
o essol, as enfeneiras info
ram que este é
sempe assumido pela sMS de foma eventual.
Quando se petende introduzir alguma fona ou
prcediento novo, ou um pogrma, um dos
uncionrios é indicado a paticipr, passndo
as ifomações pa os ouros.
Das
17
auxilies enrevisadas e
3
escri
turios todos reconhecem na enfeneia a
igu-ra paigu-ra quem se presta contas sobre o tigu-rabalho
desenvolvido.
-Quando perguntamos sobre as reuniões de
serviço, a representação
éa mesma das enfer
meiras. Quando há uma nona ou procedimen
tos novos que serão introduzidos e nos casos de
relacionamento, estas ocorrem de fona não ro
tineira.
Para a categoria dos médicos a questão da
supervisão/conrole se restringiu às infonações
sobre se "o seu trabalho é supevisionado,
quais as relações de, rabalho que mantém com a
SMS e como se dá esta ariculação e sobre as
reuniões na UBS". Pelas falas, há um grupo
que sente que deveria ter supevisão e outro que
o rabalho do médico é autônomo, não há o que
suervisionr. Esta representação deixa em
explícito o cráter autônomo que o médico dá
pra o seu trabalho (a consulta médica), se bem
que admite o conrole do trabalho em relação a
horrio.
Se não há uma decisão política do gupo no
comando da SMS sobre a inalidade das BS
em função da orgnização tecnol6gica do raba
lho no direcionamento da saúde coletiva, o que
sobessi e acaba sendo cobrado dós rabalha
does é de fato a produção em tenos de qun
tiade, ou seja, qunto maior o númeo de es
soas aendidas, aravés da consulta médica, me
lhor está produzindo a UBS .
Com relação ao regisro das atividades, tan
to as enfeneiras qu�to as auxilires e os es
cirrios infonrm que são estes dois que
regisram os dados das atividades desenvolvidas
na UBS, sob a responsabilidade da enfeneia.
Obsevou-se duas posições distinta
s
quanto ao
regisro dos boletins e mapas de produção. Uma
que o preenche por obrigação sem entender a
sua rzão e uma que dá aos mesmos o sentido
de avliação. Nos boletins e mapas de produção
não há dados sobe a mobidade da demanda
aendida, há
a
quntidade de clienes atendidos
nas clnicas básicas.
Os médicos não regisram e nem mnipulm
estes dados de produção. Como não há uma or
gização tcnol6gica do rabalho em tenos de
assistência médica em unção de gupos de is
co e nem em tenos de cobertura de detenina
do ercental da população, não há conseqüen
temente preocupação com a avaliação do traba
lho, mesmo em tenos quantitativos.
6.
A
finalidade do trabalho e sua relação
com as polfticas de saúde
Em relação à inalidade do rabalho em uma
UBS, as respostas cenram-se em expVcar se a
UBS promovia a prevenção e/ou cura das doen
çs. Dos
37
rablhdores, a
e
mioia
(25)
considea que a UBS tem a inalidade de fazer a
pevenção e cura das denças. Esta represen
ação ocoeu em todas as categorias
nais.
Esta prevenção e cura são entendidas como:
possibilitar atendimento médico para as pessoas
que procuram assistência médica e orientá-las
sobre a promoção e prevenção da dença em
causa. Entende-se que procedimentos indivi
duais, como cuidados higiênicos, regulaidade
nos comparecimentos médicos agendados, etc.,
levam
à
prevenção. Os que apontaram que não
atingem as finalidades alegrm que é devido
nao atender toda a demanda que procura os ser
viços e os que responderam que as UBS atin
gem apontaram que "os pacientes procuram o
posto, são ' atendidos e ecuperam a saúde" .
Mais uma vez não s e faz eferência, ao atingir a
inalidade, o fato de não se estr tomando a
saúde enquanto objeto coletivo.
A dença-saúde é tomada não como um
prcesso mas como se fosse ossível separ ni
tidamente a prevenção da cua em se ratando
do ponto de vista individual. Somente cinco
abalhadoes
(2
enfemeras e 3 médicos) foram
além do objeto indivíduo doente e izeram
alusão ao objeto coletivo, o copo social.
As enfemeas e édicos têm uma con
cepção homegênea ente às políticas de saúde:
consideram
que esa
interfere
demente no
abalho que as
BSrealizm
e no seu popio
rabalho. Julgm esta
in�feência
negativa pois
tomm s políicas como extenas ao seu
raba-- lho, rbiias, feias de cma pa bixo, is
antes da prática,
ealizadas
or políticos e não
écnicos, nomativs, diíceis
de
serem iabili
adas, é como uma práica eleitoera.
Em elação à eesenção
as
auxilies
de enfemagem e dos escriios sobe
as polí
ticas ' de saúde, há uma divisão em duas crc- ·
terísticas, a pimea que
équela semelhnte a
dos médicos e enfemers, omo uma coisa ex
ena, que é ml feia e
não coesonde aos an
seios da população e nem dos rabalhadoes de
saúde. A segunda é que as políics não intefe
rem no rabalho dos mesmos, ois não deen
dem dela. Entendem que a política
é
uma prái
ca de favoitismo. Não deixa de ser tmém
uma visão de olíica como algo exteno à sua
pática.
Outra questão colocada foi a rzão da
esco-72 R. Bs. Efem., Bsia, 4 (13): 4-75, abi/et. 1 991
lha do trabalho na UBS (ergunta não feita para
os médicos):
A
maior pte das enfemeiras e
principalmente auxiliares de enfemagem, raba
lha nas UBS por razão de ordem essoal como:
conciliar as atividades da casa, fazer p6s-ra
duação, não dr plntões e não trabalhar em i
nal de semana.
De um modo geral pode-se concluir que
não há uma opção pelo trablho em saúde cole
tiva em unção da sua rmalidade esecica. As
conveiências essoais e de facilidade foram as
mais determinantes paa o trabalho nas UBS .
Desta foma ica mesmo distante o projeto so
cial de rnsformar a saúde no sentido de sua
maior democratização, uma vez que os própios
rabalhadoes são despolitizados e sua práica é
desenvolvida de foma imediatista com pouca
relexão.
7 O Trabalho da Enfermeira
As aividades da enfeea fom classi
cadas em
5
gupos, dando a estes uma denoi
nação bem próxima dquilo que foi ealizado.
A
classiicação foi a seguinte:
GRPO
A-
roce
dimentos de enfemagem e comuicação com a
clientela. GRUPO B -
Comunicação
e oien
tação dos rabalhadoes de saúde e suer
visão/conole do rabalho.
GRUO
C
- Mni
pulação de paéis e mateial.
GRUO D
-Co
municação da BS com
Secetria
Municipl
de Saúde e ouos serviços e vice-vesa.
GRU
PO E - Sem aividades.
e codo com a Tela 01,
o tepo
ol
de obsevação coesondeu a
1 .0 nuos
endo que dese
a maior
pe, 39,2% coes
ondeu a cedenos
de enfemagem
e c
muicção com a
clientela
- o . A.
Ae
ur,
nua ocenagem
de
23, 1 %
estão isri
buías
as aiviades de
c
o
m
ni
c
ção
e oien
ação dos abalhadoes de saúe e suer
vião/conrole do abalho
-uo
B. mer
ceo
lugr
a anipulação
de paéis
e teil
cm
1 2,6%
e em qo
s
ativides e comu
Taela
OI -Disibuição das atividades da enfeneira, por ninuto, as3
B S , em dois tunosde trabalho consecutivos .
A T I V I D A D E S
UBS-A
UBS-B
UBS-C
TOTAL
To
%
To
%
To % To
%
A -
Prcedmentos de Enfenagem ecomunicação com a clientela
216
B -
Comunicação e orientação dos rabalhadoes de saúde esupervisão/controle do trabalho
68
C
-
Mnipulação de paéis e material133
D
-
Comunicação d a UBS com SecretariaMunicipal de Saúde e outros serviços e
vice-versa
59
E -
Sem atividade4
T o t a l
480
o que se pode obsevar é que nas UBS , de um modo geral, a enfenera ealiza procedi entos de efenagem detamente com a clien tela, em como atividades de comunicação e orientação dos tabalhadores de saúde, em sua nde maioria, os de enfenagem, e ainda exe cuta aquels atividades de organização do a balho como mnipulação de materiais e papéis, em como de aticulação do rabalho e deste com a SMS e ouos seviços.
O
que se observa neste rabalho é que nas BS da SMS a enfemera executa atividadese assistência de enfenagem em propoção um ouco maior que ouros serviços. Aribuímos esta proporção maior de procedmentos de en fenagem ealizados com e/ou para a clientela a duas azões. A pmeira por se ratar de serviços de saúde em nível de atenção pmáia, como é ) cso das UBS , possibilitndo ao enfeneiro elizr além das atividades adinisrativas, prcdientos de efeagem diretos com a clientela. A segunda razão se prende à organi zação tecnol6gica do abalho que é centrada na çonsulta médica. Neste rupo as ações diretas são de dois tios, aquelas que coespondem aos procedimentos técnicos de enfenagem co mo coleta de ' exmes laboratoriais, vacinação e aplicação de ratamentos e aquelas de atendi mento do cliente na rcepção e triagem, enca nhaento e avaliação do estado de saúde do ciente. A enfeneira tem sido uilizada pra fa zer a iagem dos excedentes a im de veriicr aqueles que não podem ser disensados e que cracteizam urgência e potanto pecisam ser " encaixados" pra a consulta médica, e aqueles que pdem ser encaminhados pra ouros servi ços ou dispensados pra voltr em outra oca sião. As enfeneiras se consideram o "para choque" desta demnda reprimida.
O
segundo rupo de atividades ealizads elas efeneiras(23 , 1 %)
que são as de comu nicação, coordenação, controle e suevisão do trabalho e dos trabalhadores de saúde, está di vidido em quatro blcos de atividades, ou seja,45 ,0
148
30,8
201
4 1 ,9
565
39,2
14,2
1 1 2
23 ,4
152
3 1 ,7
332
23, 1
27,7
48
10,0
- -1 8 1
12,6
12,3
76
15,8
14
2,9
149 10,3
0,8
96
20,0
1 1 3
23 ,5
2 1 3
14 8
10 0
480
10
O480
10.0
140.
10
Oas conversas e liálogos infonais com os traba lhadores sobre um setor e/ou serviço como um todo; as ' infonações e orientações entre enfer meira e p.oissionais de nível supeior; e o con
tole do própio o. Eses blcos cores
pondem, espectivamente, às porcentagens de:
27, 1%, 28,8%, 19,8%
e24,3%.
Este grupo de atividades que corespondem em ordem decrescente ao segundo tipo de ativi dades mais executadas ela enfeneira demons ra sua função de coordenação, supervisão e conrole das atividades que ·são executadas pelo pessoal auxiliar de enfenagem e de coorde nação e ticulação pincipalmente do rabalho médico com o rabalho de enfenagem. De monsra também sua unção de conrole de todo o abalho, ou seja controle de horrios, férias de tOdos os rabalhadores, do trabalho desen volvido pelas auxiliares de enfenagem, do am biente de ablho, de papéis, mateiais, agen das médicas, prontuários e livros-registros.
Com relação ao terceiro upo de ativida des, a efeneira na UBS é o elemento da equi e esponsável pela previsão e equisição de to do o material utilizado, desde medicação, vaci nas, até material de ·limpeza. Aqui estão agu padas também as atividades de elaboração de escalas.
O
quarto grupo de atividades é o de comu nicação da UBS com SMS outros serviços e vi ce:versa. Aqui também houve uma subdivisão em rês blocos, ou seja, comuicação através de telefonemas que coespondeu ao maior tempo gasto, seguida da comunicação por escrito e em último lugr aravés do motorista.Finalmente o último grupo de atividades corespondeu a sem atividades que signiica atividades de ordem prticulr, parada para café e sem executar atividade.
Nas falas sobe os procedimentos detos com a clientela ercebe-se que algumas enfer meias valorizm as técnicas de enfenagem em si, e ouras valorizam o rabalho educativo dos clientes, bem como a epidemiologia, apesar de
que veêm enquanto ligada
àvacinação.
É
im
portante ressaltr que as atividades de assistên
cia de enfermagem diretas com a clientela cor
respondem
àtriagem, vacinação, mcação de
consultas, encaminhamento e ouras e não são
realizadas de rotina; as enfermeras fazem os
atendimentos de urgência, os mais complexos e
também há a falta do funcionrio.
Oura discJssão importante pra ser razida
e que vai caracterizar o modelo de organização
tecnol6gica do rabalho nas UBS é a natureza
das atividades. Tanto as de ordem administrati
va bem como as de ordem assistencial não reve
lam em nenhum momento tecnologia programá
ticas em saúde, revelam pelo contrário, o p610
oosto, assistência médica individual enquanto
modelo hegemônico.
As pouca
,
s ações de enfermagem, como
educação em saúde, visitas domiciliaes e traba
lhos de gupos que se cracterizm como algu
mas das atividades mais voltadas pra a saúde
coletiva, na realidade não estão cumprindo esta
Imlidade, pis são ealizadas isoladamente e
de foma a atender' às necesidades individuais e
imediatas.
Como nas UBS a organização tecnol6gica
do rabalho está direcionado pra o modelo clí
nico de saúde, as ações de enfermagem, como
pate deste rabalho, que têm um único objeto.
que é o copo anátomo-uncional, são auxiliaes
do rabalho médico, são ações muito pobes. Se
' fosse o modelo sanitrio em vigência, que tem
como objeto o fenômeno oletivo do processo
saúde-dença, a ação de enfemagem seria de
complementriedade paa a saúde coleiva e não
uma ação exclusivamente auxiliar.
IV CO N C L U SÕeS
Retonando
àrajet6ria deste trabalho, o
mesmo tinha como objetivo cracterizar o raba
lho de enfemagem na rede básica de seviços
públicos de saúde de Ribeirão Peto e, nesta .
identiicação da organização tecnol6gica do
tabalho que
íse dá, analisar como a enfema
gem, por ser uma ação prcelr do tabalho na
saúde, se ticula, técnica e socialmente neste
processo de trabalho e
àque inalidade respon
de.
Aravés das técnicas de esquisa-obser
vação direta e entrevistas - rabalhando e anali
sando cada setor e/ou ação do trabalho, de
ersi, e a relação ene os mesmos, foi possível fa
zer , esta identicação ' e no mesmo processo
apontar os nexos e os desdobramentos do es
quema operativo em sàúde assumido pelas Uni
dades Básicas de Saúde de Ribeirão Preto.
Assim a organização tecnol6gica do traba
lho em saúde nas UBS pode ser identiicada
como o Novo Modelo Assistencial, que substi
tuiu, no Estado de São Paulo, o Modelo
Pro-74 R, Bs. Efem., Bsia, 44 (13): 64-75, abiUet. 1991
mático. A característica cenral do Nove
Modelo Assistencial é o Pronto- Atendimento,
que tem como ação nucler
aconsulta médica.
Esta não se fundamenta na hist6ia clnica dos
clientes, mas sim no poblema e na queixa ape
sentada. O seguimento clnico e o acompanha
mento do cliente não são necessários, pois o
modelo é o pronto-atendimento.
.
Como o rabalho na saúde é coletivo e cada
tabalhador ou cada ação são pcelaes, e como
o núcleo do modelo é a consulta médica do tio
pronto-atendimento, os outos rabalhos que
í
são operados têm a inalidade de auxiliar as
ações médicas, ou seja, completar o Pronto
Atendimento. Potanto o trabalho de enferma
gem se cracteriza como um rabalho auxiliI
das atividades do pronto-atendimento. Assim a
recepção do cliente em a unção principal de
conolar a demanda espontânea, que é sempe
maior que a possível de ser atendida. A pré
consulta tem a inalidade de pesar e medir os
clientes pra possibilitar ao médico fazer as
presciçes
medicamentosas; '
A
ós.consulta
tem a Imlidade de oientr os
clienes sobe
aminisração das medicações.
Identiicou-se que este bloco de ações (re
cepção da clientela, pré-consulta, consula mé
dica e ós-consulta) é o rabalho das UBS. Este
é realizado de foma rápida, conusa, com diá
logos monossilábicos e uncados e tem um
í
vel de tensão e insatisfação considerável, pelo
lado dos trabalhadores. Estes setoes se icu
lam no limite exato das necessidades do pon
to-atendimento. este bloco de açes se desdo
bram ouras atividades auxiliaes, ou seja, cole
ta de exames laboratoriis, curativos, aplicação
de ratmento como injeçes, aeos6is, testes
alérgicos, orientações sobre as prescições e en
cnihamentos a serviço de nível secundrio.
Potanto o coo anátom-patol6gico na sua
expessão (aparência) de "queixas e proble
s"
é o objeto de trabalho médico e de todos
os outros trabalhos da
UBS.As ouras ações que serim insruentos de
rabalho pra alcançr a saúde coletiva, como
visitas domicilies, rabalhos educativos, ativi
dades extenas com gupos populacionais ou em
instituiçes, vigilância saitária e epidemiol6gi
ca, não são ealizadas elas BS, com poucas
exceçes.
A suplementação alimentr não tem ticu
lação com a ediaria, é um rabalho que se ca
racteriza mais coo disribuição de l�ite sem o
acompanhamento do crescimento e desenvolvi
ento infantil e sem ações educativas.
A vacinação infantil, que é uma ação que
visa o conrole de doenças transmissíveis da
população de crianças, é ealizada visando a
prevenção individual e de ceta foma como
medida de. conole social dos clientes.
'u seja, 'bjet', instrument's e produt's sã'
guiad's pela intenci'nalidade, que é a atividade
'rientada pra um im. E esta inalidade que
está guiand' este pr'cess' de trabalh', é a c'n
sulta médica na m'dalidade de Pr'nt'-Atendi
ment', que se c'ns'me n' lmite d' c'p'
bi'l6gic' e mais, na "queixa" que é identiica
da.
A c'ncepçã' d's rabalhad'es s'be ' seu
rabalh' tem uma representaçã' d' imediatism'
da sua prática.
O
rabalh' é t'mad' c'm' uma
açã' técnico-cientica que deixa de ter alt's
índices de res'lutividade porque a clientela é
c'nsiderada c'm' "pobre, ign'rante, sem ele
ment's paa abs'rver, aproveitr e c'nsumir
c'm res'lutividade 'S serviç's prestad's". Nes
ta mesma dieçã' as p'líticas de saúde sã' vis
tas c'm> extenas a' rabalh' e a' trabalhad'r,
c'm' instância que s6 "maculam" as b'as in
tenções d's técnic's.
O
pojet' de Saúde C'letiva ica mais dis
tante ainda d's rabalhad'res da saúde, c'm' se
nã' f'sse tarefa também d's mesm's pra ser
reletidO' e realizad', também n' c'tidian' ra
balh' da saúde.
O
Pr'nt'-Atendiment' que vem oc'rend'
n' process' de municipalizaçã' da saúde nã' é
' resultad' exclusiv' da decisã' d's
rabalha-d'es da saúde, tem que ser entendid' nas c'n
radit6ias relações S'CIaIS, da ) c'njunta
ec'nômica-olíica e social d' país. Assim, n's
primer's an's da década de
80 tem's a p'pu
laçã' (principalene nã' pevidenciia) ne
cessitand' de assistência médica e einvidican
d' este atendiment'. P'r 'ur' lad' a Previdên
cia Scial passand' por sua mi'r cise inn
cera e pr'pond' as AIS, pra a interaçã' ins
tiuci'nal d's serviç's e ' repasse de verbas d'
atendiment' ambulat'ial da rede pivada c'n
veniada pra ' estad' e municípi'. Acresce-se a
f'rça hegemônica d' model' clínic' e ' f'ale
cient' da política ne'-ieral n' ceni'
ec'nômico-s'cial brasleir'. Esta c'njuntura
encaminha ' set'r saúde, pincipalente ' nível
de atençã' primáia pra a es'lutividade da
p'ta de enrada d' sisema. Ist' c'mand'u a
ampliaçã' e diversiicaçã' da assistência médi
ca individual, 'U seja, as p'tas f'm abetas
pa "t'da a p'pulaçã''' e as Unidades passa
ram a ser equipadas c'm medicament's e ins
umental antes 'inexistentes c'mo ulra-s'no
graia, Ral'
X,exames laorat'iais e 'utr's
seiç's esecializad's. A assistência médica
individual que era um d's insument's para al
cançr a saúde c'leiva, pass'u a ser a inalida
de cenral da rede básica d's seviç's de saúde.
REFE R ÊNCIAS BIB LIOG RÁFICAS
ASSCIAÇÃO PAULIS fA DE SAÚDE PÚBLICA. 12 Enconro Esadual sobre Plaejamento e Ação Pro gramática em Sadde - Relatório Final. São Paulo, 6-8
jan, 1990.
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Aas. Asociação Brasileira de Enfermagem, 1 989, p.
147- 1 69.
3 MENDES-GONÇALVES, R.B. fcnologia e organiação scial s práicas de adde: car!l<ctenstías tecnológicas do processo de tabalho a rede estadual de centros de sadde de São Paulo. São Paulo, 1986. 4 1 6 p. fese (Doutorado). Faculdade de Medicina da Uiversidade de São Paulo. Departamento de Medicina Preventiva.
4 --O proceso de rabalho em sadde. São Paulo, Depar
amento de Medicina Peventiva da Faculade de Mdi cina da USP, 1988 (mieor.) 31 p.
5 NEMES, M.I.B. Ação prormáica em sadde: rcuperaço histórica de uma olica de progamação. In SCHRAI BER, L.B. (org.) Progamação em Sadde hoje. São Paulo: Hucitc, 1 990, p. 65- 1 1 6.
6 SCHRAIBER, L.B. Programação em sadde hoje. São Paulo:
Hucitec, 1990. 226 p.
7 SECRE fARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE RIBEIRÃO PRE fO. Plano Diretor de Sadde do Município de Ri beirão Preto. Comisão Interinstitucional Municipal de Saide. 1 5/05/1 990.