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Atenção à saúde em grupos sob a perspectiva dos idosos.

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Academic year: 2017

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ATENÇÃO À SAÚDE EM GRUPOS SOB A PERSPECTI VA DOS I DOSOS

Maria Alice Am orim Garcia1 Gilson Hiroshi Yagi2 Caio Silvério de Souza2 Ana Paula de Carvalho Odoni3 Rafaela Marega Frigério3 Silvia Stahl Merlin3

Gar cia MAA, Yagi GH, Sou za CS, Odon i APC, Fr igér io RM, Mer lin SS. At en ção à saú de em gr u pos sob a perspect iva dos idosos. Rev Lat ino- am Enferm agem 2006 m arço- abril; 14( 2) : 175- 82.

Est e est udo obj et ivou descrever e analisar as at ividades em grupos de idosos em unidades básicas de saúde. Por t ador de m últ iplos t r anst or nos, o idoso r equer cuidados cont ínuos e fr eqüent es dos ser v iços de saúde, o que pode ser facilit ado pelas ações em grupos, privilegiando a ação educat iva. Observou- se grande diversidade de m ét odos, equipes responsáveis e com posição dos grupos. Em relação aos idosos const at ou- se que essa at ividade perm it e a sua m elhor com preensão e aceit ação do adoecim ent o, bem com o a ret om ada de papéis sociais e a ocupação do t em po livre. Para os serviços, os grupos possibilit am a am pliação do vínculo, requerendo, ent ret ant o, a capacit ação e educação perm anent e dos profissionais no sent ido de possibilit ar um diálogo significat ivo. A t endência de aum ent o dessas ações em Cam pinas- SP vem acom panhando as diret rizes do proj et o PAI DÉI A de Saúde da Fam ília, sendo o grupo um espaço possível e privilegiado de aplicação do “ m ét odo da roda” .

DESCRI TORES: grupos de aut o- aj uda; educação em saúde; saúde do idoso

HEALTH CARE I N GROUPS FROM THE PERSPECTI VE OF THE ELDERLY

This st udy aim ed t o describe and analyze t he act ivit ies in elderly groups at basic healt h care unit s. Suffering from chronic- degenerat ive diseases, t he elderly need cont inuous and m ore frequent healt h care. This can be facilit at ed by gr oup act ions, pr ivileging educat ional act ivit ies. We found gr eat diver sit y in m et hods, responsible team s and group com position. As to the patients, this activity allows for a better understanding and accept ance of t he illness, as well as for t he recovery of social roles and t he occupat ion of leisure t im e. For services, t he groups perm it increased bonding. However, t his requires t raining and perm anent educat ion for professionals, with a view to a significant dialogue. The increasing tendency of these actions in Cam pinas/ SP is accom pany ing t he guidelines of t he Fam ily Healt h PAI DÉI A pr oj ect . The gr oup is a possible and pr iv ileged space t o apply t he PAI DÉI A m et hod.

DESCRI PTORS: self- help groups; healt h educat ion; aging healt h

LA ATENCI ÓN A LA SALUD EN GRUPOS BAJO LA PERSPECTI VA DEL ADULTO MAYOR

La finalidad fue analizar las actividades en los grupos de ancianos en las unidades de la salud. Portador de enferm edades degenerat ivas, el adult o m ayor pide cuidados cont inuos y m ás frecuent es de los servicios de salud, lo que puede facilitarse a través de las acciones en grupos, privilegiando la acción educativa. Se observó gran diversidad de los m ét odos usados, equipos responsables y com posición de los grupos. En cuant o a las personas, se verificó que est a act ividad perm it e una m ej or com prensión y acept ación del proceso de salud-enfer m edad, así com o la t om a de papeles sociales y la ocupación del t iem po libr e. Par a los ser v icios, los grupos posibilit an la expansión del vínculo, pidiendo, sin em bargo, la capacit ación y la educación perm anent e de los pr ofesionales en el sent ido de per m it ir un diálogo significant e. La t endencia de aum ent o de est as acciones en Cam pinas/ SP est á acom pañando las dir ect iv as del pr oy ect o PAI DÉI A de Salud del la Fam ilia, siendo un posible y privilegiado espacio de aplicación del «m ét odo de la rueda».

DESCRI PTORES: grupos de aut oayuda; educación en salud; salud del anciano

(2)

I NTRODUÇÃO

A

co m p l e x i d a d e d o p e r f i l d e m or bim or t alidade do idoso r equer at enção especial dos serviços de saúde. Encontra- se, hoj e, a população em f r a n co p r o cesso d e en v el h eci m en t o e a i n d a p r e sci n d i - se d e co n h e ci m e n t o s e e st r u t u r a necessários ao cuidado desse envelhecer. Mesm o com a extensão da atenção à saúde, ocorrida a partir dos anos 80, abor da- se o idoso, na m aior ia das v ezes, de m odo lim it ado às en f er m idades cr ôn icas e em consult as individuais esporádicas, sem cont inuidade, e d e sco n si d e r a n d o o i m p a ct o d e sse q u a d r o n a qualidade de vida( 1).

A p r ecár ia assist ên cia ao id oso p od e ser con st at ad a p ela elev ad a p r op or ção d e ób it os p or ca u sa s m a l d e f i n i d a s ( q u e ch e g a a 6 5 % ) e à subnot ificação de problem as considerados esperados o u n o r m a i s p a r a a i d a d e e n ã o p a ssív e i s d e int er v enção( 1).

As enferm idades crônicas apresent am - se de m odo sim ultâneo e m últiplo e seu caráter insidioso e, m uit as vezes, subclínico, dificult a o diagnóst ico e a a d e r ê n ci a a o t r a t a m e n t o . Po r t a i s r a zõ e s, o a co m p a n h a m e n t o d o i d o so r e q u e r o aut oconhecim ent o das enfer m idades, com plicações e indicações t erapêut icas, bem com o a m ot ivação e educação cont ínua e de m odo com part ilhado( 2- 4).

A at en ção em g r u p os p od e con t r ib u ir n a p r om oção, p r ot eção e con t r ole d essas sit u ações. Co n st a t a - se q u e , e m co n su l t a s i n d i v i d u a i s, o oferecim ent o de orient ações e o desenvolvim ent o do processo de educação em saúde são insat isfat órios, sendo as reuniões um espaço com plem entar de troca de inform ações e est ím ulo social( 2- 3,5).

Os g r u p o s f a ci l i t a m o e x e r cíci o d a aut odet er m inação e da independência, pois podem funcionar com o rede de apoio que m obiliza as pessoas na busca de autonom ia e sentido para a vida, na auto-estim a e, até m esm o, na m elhora do senso de hum or, asp ect o s essen ci ai s p ar a am p l i ar a r esi l i ên ci a e dim inuir a vulnerabilidade. No convívio entre pessoas, criam - se vínculos que possibilit arão o surgim ent o de o r g a n i za çõ e s o u , n o m ín i m o , o se u i n ce n t i v o , prom ovendo a inclusão social( 4- 6).

Grupos de convivência que utilizam atividades lúdicas, laborais, cult urais e/ ou religiosas são m uit o proveitosas, em especial entre idosos. O uso da arte-t erapia e de aarte-t ividades físicas propicia ao indivíduo a ex plor ação de suas pot encialidades, pr om ov endo a

p r ev en ção e m esm o o con t r ol e e t r at am en t o d e t ranst ornos psicossociais, com o a depressão( 7).

Revisões sobre as experiências de aplicação de grupos no cont role de agravos à saúde cit am J. Pr at t com o o pr im eir o a ut ilizar essa at ividade, em 1905, para fins t erapêut icos e de reeducação m oral. Su a m e t o d o l o g i a co n si st i a e m a u l a se g u i d a d e discussões entre o m édico e os pacientes, experiência a i n d a r e p r o d u zi d a n o s g r u p o s d e a l co ó l i co s anônim os( 8- 9).

Dest acam - se t am bém com o an t ecessor es: Mor eno, na aplicação do psicodr am a de gr upo com funções de r ecuper ação e r eint egr ação social; Kur t Lew in, na elabor ação de dinâm icas em gr upo e na p e sq u i sa - a çã o ; W i l l i a m C. Sch u t z, n o desen v olv im en t o das difer en t es fases do pr ocesso de gr upalização ( inclusão, dom ínio e afeição) ; Car l Ro g e r s, n a d e m o n st r a çã o d a s co n d i çõ e s d e funcionam ent o dos grupos enquant o escut a de cada u m ( co m t r a n sp a r ê n ci a , se n d o si m e sm o e m ost rando- se) e a aceit ação do out ro( 8- 9).

O adoecim ent o com cronicidade im plica num pr ocesso de aceit ação de car át er subj et iv o em que o co r r e m m o m e n t o s d e n e g a çã o , d e r a i v a , d e agressividade, host ilidade e t rist eza( 4,10). Trat a- se de experiência de significação de um a nova situação em que se passa de um “ sent ir- se m al” ( com o algo que não vai bem , de m odo genérico) , para “ estar- doente” enquant o possibilidade e “ ser- doent e” com o cert eza ( sou hipertenso, sou diabética) . Apresenta- se tam bém com o pr ocesso m ais pr ofundo de subj et iv ação em que se pode ult r apassar a sit uação de suj eit o- de-doen ça, su bj ugado a ela e ent r egu e aos m édicos, para a sit uação de suj eit o- da- doença que perm it e ao indiv íduo r et om ar sua alt er idade, seu sent ido par a além da doença e dos cuidados m édicos ( sou a Maria e tenho diabetes)( 11- 12).

Ta l q u a l n a cr o n i ci d a d e , t e m - se g r a n d e dificuldade em aceit ar o pr ópr io envelhecer. Apesar de r epr esen t ar u m a das pr in cipais con qu ist as das ú l t i m a s d é ca d a s, e m t e r m o s p o p u l a ci o n a i s, o envelhecim ent o é desvalor izado e r epr esent ado por per das, incapacidades e doenças. A aposent ador ia funciona com o “ selo de inut ilidade”, am pliando ainda m ais o carát er de declínio, de disfunção social e de referências negat ivas( 4,10,13).

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do “ vest ir o pij am a” par a um viver com sabedor ia, prazer e dignidade( 4- 5,13).

Est a pesquisa t eve por obj et ivos: levant ar e d e scr e v e r a s a t i v i d a d e s e m g r u p o s d e i d o so s realizadas nas sete Unidades Básicas ( UBS) do Distrito Noroest e de Saúde de Cam pinas- SP e avaliar alguns d e se u s r e su l t a d o s so b a p e r sp e ct i v a d o s par t icipant es.

MÉTODOS, POPULAÇÃO E AMOSTRA

Por m eio de ent revist as com responsáveis e observação participante de cinco sessões de diferentes gr upos, r ealizou- se o lev ant am ent o e m apeam ent o d escr ev en d o o s t i p o s, a p o p u l ação al v o , eq u i p e p r o f i ssi o n al , d i n âm i cas e m at er i ai s em p r eg ad os, n ú m e r o d e p a ci e n t e s, l o ca l , h o r á r i o e periodicidade( 4,14).

Nu m a seg u n d a f ase, p ar a t r açar o p er f il socioeconôm ico e de m or bidade dos par t icipant es, aplicou- se quest ionário, nos dom icílios, a 68 idosos selecionados aleat or iam ent e, buscando r epr esent ar as set e UBS. Dent r e esses, fez- se nov a seleção de dez indivíduos para o est udo qualit at ivo, dessa vez escolhidos de m odo sist em át ico, buscando com por um a am ost ra het erogênea quant o ao gênero, quadro de m orbidade, local de residência, serviço ut ilizado e grau de sat isfação quant o à part icipação nos grupos. Se g u i r a m - se n o v a s e n t r e v i st a s n o s d o m i cíl i o s, q u est ion an d o- os acer ca d a su a com p r een são d as d o e n ça s, d a s d i f i cu l d a d e s d e e n t e n d i m e n t o e se g u i m e n t o d a s o r i e n t a çõ e s e d a a v a l i a çã o d a din âm ica dos gr u pos ( r elacion am en t o, lin gu agem , acessib ilid ad e) . Par a a an álise d esse m at er ial d e cunho qualit at iv o ( gr av ado e t r anscr it o) , pr ocedeu-se inicialm ente à leitura com pleta de cada obocedeu-servação e ent revist a e, a seguir, a const rução das cat egorias e a leit u r a h or izon t al p ar a o d est aq u e d as f alas relacionadas a cada cat egoria( 14).

Est a pesquisa foi subm et ida ao Com it ê de Ét i ca d a PUC- Ca m p i n a s, co n t a n d o co m o co n se n t i m e n t o i n d i v i d u a l e a ssi n a d o p e l o s ent r ev ist ados.

O cenár io

O Dist rit o Noroest e de Cam pinas apresent a população est im ada em 151.595 habit ant es, sendo 10.104 pessoas com idade m aior ou igual a 60 anos

( 6, 6% ) . Regist r am - se indicador es socioeconôm icos e d e sa ú d e p r e cá r i o s, t a i s co m o : 1 4 % d e su b -habitações, taxa de analfabetism o de 18,6% em geral e m aior que 30% entre os idosos; a m ais alta taxa de cr escim en t o an u al ( 2 , 1 8 % ) do m u n icípio e, com o causas ger ais de m or t alidade, as enfer m idades do aparelho circulat ório em 29% dos óbit os e as causas ext ernas em 25% ( 15,6% em Cam pinas) . Quant o à est r u t u r a d e ser v i ço s d e saú d e, h á u m Ho sp i t al Universitário, um Centro de Apoio Psicossocial ( CAPS) e set e UBS que se incluem no Proj et o de Saúde da Fam ília( 15).

Todas as unidades pesquisadas m ost rar am estar incentivando a form ação de grupos, sendo esse m apeam ent o m uit o diversificado na dependência do se r v i ço e d o m o m e n t o d o l e v a n t a m e n t o . Há o of er ecim en t o de at iv idades gr u pais par a t odas as f a i x a s e t á r i a s e p a r a p o r t a d o r e s d e p r o b l e m a s d iv er sos: r ecém - n ascid os, cr ian ças, d esn u t r id os, a d o l escen t es e esco l a r es, m u l h er es ( cl i m a t ér i o , pr ev enção de câncer fem inino) , gest ant es, casais, port adores de doenças ocupacionais com o LER/ DORT, por t ador es de t r anst or nos psicossociais ( alcoolism o e ou t r as dr ogas) , por t ador es de doen ças cr ôn icas ( h iper t en são, diabet es, ost eoar t r ose) e idosos em geral(15-16).

Observou- se grande diversidade de dinâm icas d e a co r d o co m o s p r o b l e m a s d o s i n d i v íd u o s, pr of ission ais en v olv idos e f in alidades dos gr u pos. Tipificados, segundo as at iv idades dom inant es, há g r u p o s d e a co m p a n h a m e n t o t e r a p ê u t i co ; d e at iv idades sociocu lt u r ais e de at iv idades f ísicas e t er apêut icas( 9).

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

(4)

a hipertensão arterial e suas com plicações, as artroses e algias, o diabetes, as doenças do trato digestório e as car diopat ias.

Quant o à am ost ra para o est udo qualit at ivo, part iciparam , enquant o inform ant es, 5 m ulheres e 5 hom ens com os seguint es quadr os de m or bidade -a s m u l h e r e s: I PB, 6 0 -a n o s, co m o st e o p o r o se , escoliose, depr essão e é t abagist a; VBS, 62 anos, com h i p er t en são ar t er i al , ost eoar t r ose, g ast r i t e, sin u sit e, depr essão e v ar izes; JPA, 6 9 an os, com h i p e r t e n sã o a r t e r i a l , d i a b e t e s t i p o I I , co l o p a t i a funcional; TFB, 74 anos, com diabetes tipo I I , gastrite, insuficiência venosa; MAA, 75 anos, com diabetes tipo I I , hiper t ensão ar t er ial. Os hom ens: JPS, 65 anos, com hipertensão arterial, osteoartrose e déficit visual; JRP, 6 5 an os, com cir r ose h ep át ica, h ip er t en são ar t er ial; JAE, 6 9 an os, com h ip er t en são ar t er ial, hiperplasia prost át ica, seqüela de AVE e é t abagist a; AC, 7 5 a n o s, co m a r r i t m i a ca r d ía ca , e n f i ze m a p u l m o n a r, o st e o a r t r o se , d e f i ci ê n ci a v i su a l e é t abagist a; MSM, 75 anos, com diabet es, hipert ensão art erial, gast rit e, cat arat a e bronquit e crônica.

As falas presentes nas entrevistas individuais ( r eg ist r ad as com in iciais f ict ícias d os n om es d os indiv íduos) e as obser v ações dos gr upos ( com um regist ro genérico G) foram cat egorizadas quant o a: - quest ões r elat iv as ao env elhecim ent o e pr esença de incapacidade;

- dinâm ica e organização dos grupos; - conhecim ent o acerca das doenças; - dificuldades inerent es aos grupos;

- funções na interatividade e na constituição de redes de apoio.

Quest ões relat ivas ao envelhecim ent o e presença de in capacidade

É im portante na atenção à saúde do idoso e, principalm ente, nos grupos considerar- se a concepção acer ca do env elhecim ent o e das conseqüências da m u lt ip licid ad e d e p r ob lem as ( m ór b id os, sociais e cult ur ais) .

Há no idoso um processo ainda m ais profundo do que na população geral de subj ugação à doença, o d e “ ser - p acien t e” e en t r eg ar - se n as m ãos d os m édicos e/ ou de fam iliares( 11- 12).

Olha, m inha filha pode aj udar a explicar ( ...) . Eu tenho

cirrose, m as m eu problem a m aior é que tenho só um rim ( ...) .

Tenho m uita canseira. Eu era atleta na época, eu não sentia nada (...). Agora veio o problem a da hérnia. Passei no m édico e ele falou

que vai deixar do j eito que está por causa do fígado ( JRP) .

A d e p r e ssã o , d e a l t a p r e v a l ê n ci a e n t r e idosos, m ost r a- se com o u m dos t r an st or n os m ais incapacit ant es( 1,10).

A depressão m e dá m uita insegurança, de sair, ir num

banco... Quando vou no grupo eu tenho receio, acho que vou falar

coisa errada, acho que aquela pessoa sabe m ais do que eu (VBS).

D e m a n e i r a g e r a l , n ã o h á o n e ce ssá r i o respeit o ao processo de aceit ação do envelhecim ent o e das diferent es opções relat ivas ao m odo de andar a vida, por part e dos profissionais, da população em geral e m esm o ent re os idosos( 4,10,13).

Com um a pressão destas de 22 o senhor pode cair e m orrer! - referiu a auxiliar.

Se cai e m orre ainda é bom !? O pior é se ficar penando

na cam a dando trabalho para os outros...(MSM).

Tais processos envolvem não só os indivíduos, m as suas fam ílias, as quais t am bém dem andam o t rabalho em grupos( 6).

O m édico fazia eletro do coração e não dava nada. Era depressão, m as m eu m arido falava que era frescura. Quando eu

ficava na cam a falava que era preguiça. A fam ília precisa tam bém

entender (VBS).

Par a al ém d o s co n t eú d o s esp ecíf i co s em grupos de idosos, deve- se levar em cont a aspect os f or m ais n o p lan ej am en t o d as ações, t ais com o a presença de lim it ações físicas.

Agora eu não posso andar fora da vila. Tenho m edo, por

causa da vista que está ruim e a cabeça que não está boa...

Preciso de alguém para atravessar a rua ( MSM) .

Esta dor nas pernas m e im pede de andar, m e dá tontura

na rua. Vem aqueles vaga- lum es na vista e eu preciso sentar e

abaixar a cabeça (I PB).

Tais lim it ações acent uam - se em decorrência das condições socioeconôm icas adver sas, com o é o caso dos ent revist ados.

Eu não sei porque eu perdi m inha vista m uito cedo, foi com cinqüenta e cinco anos. Eu preciso dessa vista para aj udar

m eu pai. Ele é doente (JPS).

Buscando super ar as lim it ações r elat iv as à locom oção, d ev e- se f acilit ar o acesso of er ecen d o at ividades descent ralizadas ( ext ram uros) , em locais próxim os às m oradias, com o escolas, com unidades, associações, além do apoio com t ransport e.

Dinâm ica e organização dos grupos

(5)

Na 3a e 5a feira tem tai chi chuan e eu vou lá fazer com

o Dr... e as enferm eiras. Agora vou entrar no grupo Reviver para fazer exercícios com eles e a acupuntura com o Dr...( I PB) .

Lá no grupo tinha um papel grudado na parede que explicava a diabetes, para que serve o açúcar, o que acontece

quando o pâncreas não funciona ( MAA) .

Em a l g u n s g r u p o s co n t a - se co m a part icipação de equipes m ult iprofissionais.

Depois que a enferm eira fala dos rem édios que a gente

tem que tom ar e explica direitinho vêm outras da nutrição. Falam que a diabete não precisa fazer um a dieta dura. Pode com er de

tudo, m as tem que saber se alim entar. O doce e a m assa é o pior

(MAA).

Nas reuniões, a t roca de inform ações ent re os idosos é const ant e, com o nest e exem plo.

E refrigerante? Você tom a? – Sr. F questionando a Srª L.

Ah... Isso pra mim não serve não, quando bebo passo mal. E tá tom ando o quê agora? - questiona a auxiliar.

Agora só tomo coisa com adoçante.- responde a Srª L (G).

Essa co m u n i ca çã o o co r r e d e f o r m a espontânea, surgindo questionam entos às orientações r ecebidas.

Com o com o sem estar com fom e? (quanto à orientação

de fracionam ento em seis episódios por dia) ( G) .

Ev i d e n ci o u - se si t u a çõ e s p e cu l i a r e s, r elacion ad as à p ost u r a d os p r of ission ais, com o a infant ilização da linguagem direcionada ao idoso( 4,10). Agora vam os furar o dedinho para ver a glicem ia! ( ...) . Dona M. a senhora está tom ando o rem edinho? (...). Todo m undo

trouxe o cartãozinho? (...). Então vam os dar um a pesadinha? (G).

Nessa m esm a p er sp e ct i v a , co n st a t o u - se r e l a ci o n a m e n t o d e cu n h o a u t o r i t á r i o , co m o dem onstrado na fala de um a auxiliar de enferm agem ao iniciar as aferições da pressão arterial e da glicem ia capilar.

Agora vam os ver a hora da verdade... (G).

Tam bém a int im idação para a obt enção da adesão ao t r at am ent o e conhecim ent o das doenças e suas com plicações.

Um a m édica da nefrologia, um dia m e disse: - vem dar

um passeio. E ela foi m ostrando: pés, dedos, rim , coração, tudo em form ol, e disse: - Olha só o que acontece se não controlar!

Esses aqui eram todos m eus pacientes! E aí ela perguntava pros

pacientes da diálise com o tinha acontecido tudo ( G) .

É int eressant e observar que a com unicação pode ser facilit ada pelo uso de figuras de linguagem ( m etáforas) que possibilitam m elhor entendim ento das enfer m idades( 12).

A osteoporose é um a dim inuição da m assa óssea, com o

se o nosso osso virasse um a esponj a, vai perdendo o cálcio que

tem no osso e fica com o um a esponj a” ( G) .

As f igu r as de lin gu agem r epr odu zem u m a i m a g e m m e n t a l q u e p e r m i t e o e n t e n d i m e n t o com part ilhado, pois com ovem , persuadem e am pliam a significação( 12).

Eu parei de beber, graças a Deus. O m édico falou para

m im : oh seu J, se o senhor bebe, o senhor está no bico do corvo!

(JRP).

Conhecim ent o acer ca das doenças

Os idosos dur ant e os gr upos e ent r ev ist as d e m o n st r a r a m co n h e ce r si n t o m a s cl á ssi co s d e algum as doenças, com o a hiperfagia e polidipsia do diabet es.

Antes de virá diabética eu com ia um prato cheio de

com ida assim , ó ( gesticula com a m ão um form ato de m onte) e

bebia tanta água que num sei com o a barriga não estourava!

(JPA).

Ou o s si n ai s cl ássi co s d e d i ag n ó st i co d e ed em a.

Para ver se estou inchada eu aperto aqui na perna (aponta

a região tibial) e vej o se form a aquele buraquinho. Na palestra do

postinho a gente foi orientada com o deitar para desinchar os pés,

dorm indo com as pernas m ais para cim a ( TFB) .

Essas ex plicações de sinais e sint om as são apreendidas nos grupos e em out ros espaços.

Puseram o RX no visor e falaram : aonde a senhora vê

este escuro é onde tem osteoporose. Onde o osso fica m ais fino,

com buraco (I PB).

Eles explicaram que era um problem a no pâncreas, que

o açúcar passava o nível no sangue daquela taxa certa. Se abaixar

m uito tam bém dá problem a (MAA).

E são explicit adas nos grupos, cont ribuindo para a inform ação dos dem ais.

Com ecei assim , eu ia ao sítio e gostava de andar pra lá

e pra cá e até aj udava m eus filhos, aí com ecei a fica ” j ururu” e

m inha nora m e levou no m édico. Fiz os exam es e estava com 375

de diabetes ( TFB) .

Chegou um cam inhão com uns 600 sacos de cim ento e

eu carregando direto... Assim que apartei vi uns vaga- lum es na

m inha frente. Era a pressão. Fui ao posto e estava 22 ( MSM) .

Ao descrever seu processo de adoecim ent o, u m i n d i v íd u o p e r m i t e a o co m p a n h e i r o e a o s profissionais ident ificar seus problem as.

Tive um a tontura, sentei no banheiro e quando levantei

senti tontura. Minha irm ã m e socorreu e m e levou para o Hospital.

Os m édicos m e atenderam e eu fui ficando dura, com a boca torta.

Era am eaça de derram e (VBS).

Tenho problem a nas j untas. Não sei se foi devido o

(6)

soltando carga para aj udantes. Tenho m uitas dores. Forcei m uito

quando era m ais m oço (JPS).

Tr o ca m - se i n f o r m a çõ e s q u e p o ssi b i l i t a m t am bém reconhecer as com plicações( 2,5).

Eu sei que se a gente não tom ar rem édio pode entrar em

com a (TFB).

Eu estava ficando cego. Foi a catarata que atacou por

causa da diabetes ( MSM) .

Eu sentia desânim o, em agreci m uito! Até as colegas

falavam : que regim e a senhora está fazendo? Que regim e o quê!?

Era a diabetes! Depois com ecei o tratam ento ( TFB) .

E saber e reforçar as ações preventivas e de cont role indicadas a cada um .

Falei para a I... (auxiliar de enfermagem) para me ensinar

a aplicar a insulina... Na prim eira vez fiquei com m edo... O senhor

faz assim ... Eu fui pegando o j eito... Agora j á faz cinco anos que

eu m esm o m e aplico ( MSM) .

Depois que tive diabetes a m édica disse que precisa

cam inhar e aí eu fui, cam inho cedo e à tarde. O pessoal do grupo

estão pegando no pé tam bém (...). Explicam para não com er m uito

pão , frituras, m assa ( TFB) .

Tem muita coisinha que eu não sabia agora eu mesmo faço

(...). Eles explicam no grupo que nem quando a pressão está alta a

gente já percebe, né? No grupo a gente fica sabendo mais (JPS).

Quem está cam inhando? Estam os fazendo um passeio

com todos. A gente vai até a rua nove, desce a cinco, aí sobe o

asfalto ( orientação feita por auxiliar em um a reunião) ( G) .

Pode- se tam bém discutir processos subj etivos de rej eição e/ ou de aceitação destes transtornos( 11,13). Quando era recém - descobert o o diabet es eu ficava

revoltado e qualquer dinheiro que pegasse eu com prava doce para

passar m al m esm o e ir pro hospital. Em um ano e m eio se eu

fiquei um m ês em casa foi m uito! ( G) .

Tr azen d o p ar a a d iscu ssão as ex p licações m ais am plas do processo de adoecim ento e a questão da int egralidade, enquant o desafio para que o grupo am plie suas ações no sentido da prom oção da saúde, t em se:

A pressão atrapalha m uito! Mudou a m inha vida. Um a

hora ela está norm al e daqui a pouco está alta. Eu gostaria de não

ter ( ...) . Acho que a pressão tem a ver com a vida. Você não tem

aum ento, toda a vez que vai no m ercado o preço é diferente. Quem

agüenta? É o dia-a-dia que faz a pressão subir! Por exem plo, este

negócio da m atança aí. Eu nem gosto de assistir TV porque só

tem besteira, não dá m ais para sair no portão ( JPS) .

Dificuldades inerent es aos grupos

A p r i n ci p a l d i f i cu l d a d e r e f e r e - se a o distanciam ento entre os profissionais e usuários, entre

os que det êm os conhecim ent os e t erm os t écnicos e as dem ais pessoas.

Só o médico podia falar. Ele tem um modo, uma linguagem

dele. Ele explicou que o fígado estava m urchando por causa da bebida (JRP).

Esse dist anciam ent o se r epr oduz dur ant e a pesquisa, sendo que em quase t odas as ent revist as ao se perguntar se a pessoa sabia o que levava a ter a sua doença a resposta obtida inicialm ente foi “ não”.

O Sr sabe o que leva a ter pressão alta? - Eu não sei não ( AE) .

No grupo eles explicam , m as a gente não consegue

entender direito. Falam do coração que pode ficar ruim com a pressão, e pode dar um m onte de problem as ( JPA) .

Foi observado o m edo de falar “ errado”, de não corresponder àquilo que seria esperado no grupo e na entrevista, m as que pode ser suplantado quando est abelecida um a relação de confiança e respeit o ao conhecim ent o de cada um .

Não explicaram o que era a osteoporose. O m édico m e

disse: I h, a senhora só vai curar dest a coluna se voltar para a barriga da sua m ãe (...). Aqui no postinho não tem rem édio e não

tem um m édico que tenha a capacidade de m e explicar o porquê.

Mas eu fiquei sabendo com outras pessoas do grupo que seria com o um a cárie nos ossos. O osso fica fraco ( I PB) .

Co n f i r m o u - se a ca r ê n ci a d e e x p l i ca çõ e s d u r a n t e a s co n su l t a s i n d i v i d u a i s q u e a ca b a m m ant endo a sit uação de “ suj eit os- de- doença” ( 11- 12).

O m édico não m e explicou o que era este enfisem a. Só

depois que eu tive tuberculose é que m e disseram que eu teria que tom ar rem édio a vida toda ( ...) . Eu tom o porque se não eu

morro (AC).

Ou t r a d i f i cu l d a d e e x p r e ssa p e l o s entrevistados refere- se à m udança de hábitos, m esm o quando se obt ém inform ações adequadas.

Estou fum ando m enos, m as é difícil parar. Já tentei,

m as continuo com a m esm a falta de ar. Tenho que correr para a inalação (AC).

Ah... o m édico falou que tem que com er cinco vezes... Meu estôm ago não aceita isso não, e não dá pra com er sem fom e

não... (G).

Os m édicos dizem para com er folhas. A gente não é

m andruvá! ( MSM) .

É patente a dificuldade de explicar transtornos cr ô n i co s m u l t i f a t o r i a i s co m o a d i a b e t e s e a hipert ensão( 3,12).

Acho que a diabetes vem de fam ília. Mas os m ais velhos foram m orrendo não se sabia porquê. Não faziam exam es com o

hoj e. Meu pai com ia com m uito tem pero e ainda punha m ais sal,

bebia água o dia inteiro na roça e quando tinha um m achucadinho

(7)

Acresce- se o fat o da cronicidade apresent ar-se freqüent em ent e ar-sem sint om as( 3).

Quando estou com a pressão descontrolada eu não sinto

nada ( ...) . Só soube que tinha pressão alta por que tive seqüela,

um a espécie de derram e. A m ão ficou virada e depois que fiz

fisioterapia m elhorei ( JAE) .

Ou t r a d i f i cu l d a d e o b se r v a d a f o i a q u e l a relat iva à prescrição de m edicam ent os que necessit a a d e q u a r - se à s ca r a ct e r íst i ca s d a cl i e n t e l a ( p o r ex em plo, com post a em 3 9 , 6 % por an alf abet os) e m udanças freqüent es dos padrões dos produt os.

É um a luta quando a prefeitura m uda o laboratório,

m uda a cor do com prim ido e os pacientes param de tom ar ou

trocam os rem édios ( G) .

So m a - se a n e ce ssi d a d e d e m ú l t i p l o s m edicam ent os, as deficiências na aquisição pela rede p ú b l i ca e a i m p o ssi b i l i d a d e d e a q u i si çã o n o com ér cio( 15).

Funções na int erat ividade e const it uição de redes de ap oio

A a t i v i d a d e e m g r u p o s m o st r o u - se em pr eendedor a de r elacionam ent os( 5- 6).

A gente conhece pessoas, fala m ais, conversa m ais,

faz am izades ( ...) . Pode trocar idéias e, às vezes, fazer algum

trabalho. Gosto de sair, a gente vai andar e conversa. A palestra

da m édica tam bém é boa (TFB).

Sen d o n ecessár ia a su a ar t icu lação d est a a t i v i d a d e à d e o u t r a s i n st i t u i çõ e s co m e r ci a i s, religiosas, cult urais ou sociais( 5- 6,8), t em - se:

Quem explicou para m im o que era a diabetes foi um

farm acêutico. Eu acho que confio m ais nele do que no m édico... Há

uns anos eu voltei lá. Eu trabalhava a noite inteira e ficava direto

no bebedouro e depois no banheiro. Ele olhou para m im e disse:

você vai fazer um exam e... E deu açúcar no sangue. Ele explicou

que era diabetes, um problem a que vem de fam ília e que não pode

com er doce (MSM).

Eu est ou aj udando a fazer um a cam panha na I grej a

para aj udar as pessoas a parar de beber. ( I PB)

Com o dem on st r ado n as f alas, con st it u i- se um a rede de apoio na qual tem papel fundam ental a fam ília e a vizinhança( 6).

Eu não posso deixar de falar da dona F. m inha am iga.

Ela m e aj uda a sair da cam a, m e dá um om bro am igo ( ...) . Meu

m arido quando vê que eu estou deprim ida vai para o fogão (VBS).

Minha irm ã m e dá apoio: m ora na casa da frente, faz a

com ida, m e aj uda, eu sou sozinho ( JAE) .

Um dos desafios para os grupos seria o de conhecer e ot im izar esses recursos, possibilit ando a

a m p l i a çã o d a r e si l i ê n ci a a t r a v é s d e u m a r e d e const it uída socialm ent e( 6).

Durant e as sessões observou- se o est ím ulo à or g an ização local, in cen t iv an d o- se r eu n iões d e associações ou m obilizan do- se as pessoas par a a busca de m elhorias.

Pessoal, am anhã tem a reunião na associação para

discutirm os a pavim entação. Vem o vereador ( G) . ( fala ocorrida durante um grupo com a entrada do m arido de um a participante).

CONCLUSÕES

Os grupos represent am t ant o um espaço de educação em saúde com o um a font e de est ím ulo à o r g a n i za çã o l o ca l , p o i s f a ci l i t a m o e x e r cíci o d a ci d a d a n i a , a t r a v é s d e p r o j e t o s co m u n i t á r i o s. Const it uem - se em alt er nat iv a par a que as pessoas r et om em papéis sociais e/ ou ou t r as at iv idades de ocupação do t em po livre ( físicas, de lazer, cult urais o u d e cu i d a d o co m o co r p o e a m e n t e ) e o r e l a ci o n a m e n t o i n t e r p e sso a l e so ci a l . Ag r e g a m pessoas com dificuldades sem elhant es e possibilit am o conv ív io, fat o de gr ande im por t ância v ist o que a solidão é um a queixa freqüent e ent re idosos.

Tr a t a - se d e e st r a t é g i a d e f a ci l i t a çã o d o vínculo ent re os profissionais de saúde e usuários e q u e p o d e i n t er f er i r p o si t i v am en t e n a ad esão ao t rat am ent o e m edidas de prevenção.

Ob se r v a - se , e n t r e t a n t o , i m p o r t a n t e s desen con t r os en t r e os discu r sos dos idosos e dos p r o f i ssi o n a i s. Fa z- se n e ce ssá r i a a e d u ca çã o per m anent e par a que se pr ocesse a busca de um a com preensão m út ua ent re os part icipant es que leve à ident ificação e expressão de const ruções cult urais de significados.

Em su a d im en são con t in g en cial, o g r u p o per m it e o pr ocesso de significação do envelhecer e do adoecer, na dependência da oport unidade de fala e de com par t ilh am en t o de ex per iên cias, bu scan do ult r apassar o discur so t écnico, consider ando- se os asp ect os sit u acion ais, em ot iv os e su b j et iv os q u e const it uem um a realidade sui generis( 12).

(8)

As atividades em grupos diversificam - se num m esm o cent ro de saúde e ent re esses. Adapt am - se à client ela, seus int eresses, caract eríst icas sociais e epidem iológicas e à disponibilidade e for m ação dos profissionais. Variam os m ét odos e os cont eúdos.

A d iv er sif icação d as at iv id ad es in clu in d o, co m o o b ser v ad o , a d an ça, o can t o e at i v i d ad es corporais perm it e a redescobert a de pot encialidades e, conseqüentem ente, o aum ento da auto- estim a, fato im p or t an t e, p ois n essa f aix a et ár ia, a d ep r essão apresent a- se com alt a prevalência( 1).

Out ra caract eríst ica dos grupos pesquisados refere- se à oport unidade da prát ica m ult iprofissional e i n t er d i sci p l i n ar, essen ci al à at en ção i n t eg r al e pr om oção da saúde.

Nesse con t ex t o, é im por t an t e est im u lar a form ação de grupos, bem com o sua est rut uração de form a adequada à especificidade da população idosa. A tendência de aum ento da população usuária d o s g r u p o s v em aco m p an h an d o as d i r et r i zes d o pr oj et o PAI DÉI A da Secr et ar ia Municipal de Saúde de Cam pinas, que tem com o um de seus fundam entos aplicar o “ m ét odo da Roda”, de gest ão colegiada e d em ocr át ica d os ser v iços, on d e t od os ( g est or es, p r o f i ssi o n a i s e u su á r i o s) d e v e m se r o u v i d o s e est im ulados a par t icipar. Pode- se ent ender que os grupos podem const it uir- se em m ais um espaço de aplicação desse m ét odo( 16).

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

1 . Min ist ér io da Saú de ( BR) . Polít ica de saú de do idoso. Port aria n. 1.395/ GM, 10/ 12/ 1999. Brasília ( DF) : Minist ério da Saúde; 2000.

2. Navarret e MFJ, Pérez LR. Perfil educativo en los pacientes cr ónicos. Rev Med de Cost a Rica y Cent r o Am er ica 1998; 5 4 3 : 8 9 - 9 3 .

3. Oliveira TC, Araúj o TL, Melo EM, Alm eida DT. Avaliação do processo adaptativo de um idoso portador de hipertensão ar t er ial. Rev Lat in o- am En f er m ag em 2 0 0 2 j u lh o/ ag ost o; 1 0 ( 4 ) : 5 3 0 - 6 .

4. Tubero AL. A linguagem do envelhecer: saúde e doença. Dist úr bio de Com unicação 1 9 9 9 ; 1 0 : 1 6 7 - 7 6 .

5 . Z im er m an GI . Gr u pos com idosos. I n : Z im er m an DE, or ganizador. Com o t rabalham os com gr upos. Por t o Alegr e ( RS) : Edit or a Ar t es Médicas; 1997.

6. Chacr a FC. Em pat ia e com unicação na r elação m édico-pacient e: um a sem iologia aut opoiét ica do v ínculo. [ t ese] . Cam pin as ( SP) : Facu ldade de Ciên cia Médicas/ UNI CAMP; 2 0 0 2 .

7. Moreira MMS. Trabalho, qualidade de vida e envelhecim ent o. [ dissert ação] . Rio de Janeiro ( RJ) : Escola Nacional de Saúde Pú blica; 2 0 0 0 .

8. Russo LS. Sobre grupos. Rev Bras Psicodram a 1996; 4: 61-7 4 .

9. Zim erm an DE Classificação geral dos grupos. I n: Zim erm an DE, organizador. Com o t rabalham os com grupos. Port o Alegre ( RS) : Edit ora Art es Médicas; 1997. p. 23- 33.

10. Mercadante E. Aspectos antropológicos do envelhecim ento. In: Papaléo M Netto, organizador. Gerontologia. São Paulo (SP); Editora Atheneu; 1996. p.73-6.

11. Her zog R. A per cepção de si com o suj eit o- da- doença. Phisys - Rev de Saúde Colet iva 1991; 2: 23- 36.

12. Alves PC; Rabelo MC. Significação e m et áforas: aspect os si t u aci o n ai s n o d i scu r so d a en f er m i d ad e. I n : Pi t t a AR, organizadora. Saúde & com unicação: visibilidades e silêncio. São Paulo ( SP) : Hucit ec/ Abr asco; 1995. p. 217- 36. 1 3 . Ve l o z MCT, Na sci m e n t o - Sch u l ze CM, Ca m a r g o BV. Represent ações sociais do envelhecim ent o. Psicol Reflexiva Cr it ica 1 9 9 9 ; 1 2 : 4 7 9 - 5 0 1 .

1 4 . Mi n a y o MC. O d e sa f i o d o co n h e ci m e n t o : p e sq u i sa qualit at iva em saúde. 2a ed. São Paulo ( SP) / Rio de Janeiro( RJ) :

Edit or a Hu cit ec/ Abr asco; 1 9 9 3

15. Secret aria Municipal de Saúde [ hom epage na I nt ernet ] . Cam pinas: Prefeit ura Municipal; [ cit ado em 27 de agost o de 2 0 0 3 ] . Un i d a d e s d e sa ú d e D i sp o n ív e l e m : h t t p / / w w w.cam pinas.sp.gov.br/ saude/ unidades.ht m .

16. Secret aria Municipal de Saúde de Cam pinas ( SP) . Proj et o Paidéia de Saúde da Fam ília, SUS – Cam pinas: Pr efeit ur a Municipal de Cam pinas; 2001.

Referências

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