w w w . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r
REVISTA
BRASILEIRA
DE
REUMATOLOGIA
Artigo
original
Tomografia
por
emissão
de
pósitrons
com
18F-fluordesoxiglicose
e
citocinas
séricas
e
metaloproteinases
da
matriz
na
avaliac¸ão
da
atividade
da
doenc¸a
na
arterite
de
Takayasu
Anne
E.
D.
Arraes
a,
Alexandre
W.
S.
de
Souza
a,
Henrique
A.
Mariz
a,
Neusa
P.
Silva
a,
Ivone
C.
G.
Torres
b,
Paula
N.
V.
Pinto
b,
Eduardo
N.
P.
Lima
be
Emilia
I.
Sato
a,∗aDisciplinadeReumatologia,EscolaPaulistadeMedicina,UniversidadeFederaldeSãoPaulo(Unifesp),SãoPaulo,SP,Brasil bDivisãodeRadiologia,HospitalA.C.Camargo,SãoPaulo,SP,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem7deagostode2014
Aceitoem1demarçode2015
On-lineem30dejulhode2015
Palavras-chave:
Citocinas
Metaloproteinasesdamatriz
Tomografiacomputadorizada
ArteritedeTakayasu
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Avaliaracaptac¸ãode18F-fluordesoxiglicose(FDG)natomografiaporemissãode pósitrons–tomografiacomputadorizada(PET-CT)–eosníveisséricosdediferentes
citoci-nasedametaloproteinasesdamatriz(MMP)empacientescomarteritedeTakayasu(AT)e
associac¸õescomaatividadedadoenc¸a.
Métodos:Forammensuradososníveisséricosdofatordenecrosetumoral-␣(TNF-␣),
inter-leucina(IL)-2,IL-6,IL-8,IL-12,IL-18,MMP-3eMMP-9em36pacientescomATe36controles.
Ovalorpadronizadodecaptac¸ãomáximo(SUVmax)de18F-FDGnasparedesarteriaisfoi
determinadoporexamesdePET-CT.OspacientescomATforamclassificadoscomodoenc¸a
ativa,doenc¸ainativaepossíveldoenc¸aativa.
Resultados: OsníveisséricosdeIL-6eMMP-3forammaisaltosempacientescomATdoque noscontroles(p<0,001).OsníveisséricosdeIL-6forammaiselevadosempacientescom doenc¸aativaeempacientescompossíveldoenc¸aativadoquenaquelescomdoenc¸a ina-tiva(p<0,0001).Ospacientescomdoenc¸aativaapresentaramníveisséricosmaiselevados deTNF-␣doqueospacientescomdoenc¸ainativa(p=0,049),enquantoosindivíduoscom
possível doenc¸aativaapresentarammaioresníveisséricosdeIL-18doqueospacientes
comdoenc¸ainativa(p=0,046).Aquelescomdoenc¸aativaapresentarammaioresvaloresde SUVmaxdoqueaquelescomdoenc¸ainativa(p=0,042).DeacordocomacurvaROC,oSUVmax
foicapazdepredizeradoenc¸aativanaATevalores≥1,3estavamassociadosàatividade dadoenc¸a(p=0,039).OsníveisséricosdeTNF-␣forammaioresempacientescomSUVmax
≥1,3doquenaquelescomvalor<1,3(p=0,045)econtroles(p=0,012).Osníveisséricosde IL-6forammaiselevadosempacientescomSUVmax≥1,3doquenoscontroles(p<0,001).
Nãoforamencontradasdiferenc¸asemrelac¸ãoaoutrosbiomarcadoresentrepacientescom ATecontroles.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:eisato@unifesp.br(E.I.Sato).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2015.03.009
Conclusões: NíveisséricoselevadosdeIL-6eTNF-␣,bemcomoumamaiorcaptac¸ãoarterial
de18F-FDG,estãoassociadosàATativa.
©2015ElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobalicenc¸adeCCBY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
18
F-Fluorodeoxyglucose
positron
emission
tomography
and
serum
cytokines
and
matrix
metalloproteinases
in
the
assessment
of
disease
activity
in
Takayasu’s
arteritis
Keywords:
Cytokines
Matrixmetalloproteinases
Positronemissiontomography
scan
Takayasu’sarteritis
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective: To evaluate 18F-fluorodeoxyglucose (FDG) uptake on positron emission
tomography-computedtomography(PET-CT)-andserumlevelsofdifferentcytokinesand
matrixmetalloproteinases(MMPs)inpatientswithTakayasu’sarteritis(TA)andassociations withdiseaseactivity.
Methods: Serumlevelsoftumornecrosisfactor-␣(TNF-␣),interleukin(IL)-2,IL-6,IL-8,
IL-12,IL-18,MMP-3andMMP-9weremeasuredin36TApatientsand36controls.Maximum
standarduptakevalue(SUVmax)of18F-FDGinarterialwallswasdeterminedbyPET-CT
scans.TApatientswereclassifiedasactivedisease,inactivediseaseandpossibleactive disease.
Results: SerumIL-6andMMP-3levelswerehigherinTApatientsthanincontrols(p<0.001). SerumIL-6washigherinpatientswithactivediseaseandinpatientswithpossibleactive diseasethanininactivedisease(p<0.0001).Patientswithactivediseasehadhigherserum TNF␣levelsthanpatientswithinactivedisease(p=0.049)whilepatientswithpossibleactive
diseasepresentedhigherIL-18levelsthanpatientswithinactivedisease(p=0.046).Patients withactivediseasehadhigherSUVmaxvaluesthanthosewithinactivedisease(p=0.042).
ByROCcurveSUVmaxwaspredictiveofactivediseaseinTAandvalues≥1.3wereassociated
withdiseaseactivity(p=0.039).SerumTNF-␣levelswerehigherinpatientswithSUVmax
≥1.3than<1.3(p=0.045)andcontrols(p=0.012).SerumIL-6levelswerehigherinpatients withSUVmax≥1.3thanincontrols(p<0.001).Nodifferencesregardingotherbiomarkers
werefoundbetweenTApatientsandcontrols.
Conclusions: HigherserumIL-6andTNF␣levelsaswellashigherarterial18F-FDGuptake
areassociatedwithactiveTA.
©2015ElsevierEditoraLtda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-ND license(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc¸ão
Aarterite de Takayasu(AT) éuma vasculite sistêmica
pri-máriadeetiologiadesconhecidaqueafetagrandesartérias,
principalmenteaaortaeseusprincipaisramos,emenos
fre-quentementeartériaspulmonaresecoronárias.Ainflamac¸ão
granulomatosacrônicaocorreemtodasascamadasdaparede
do vaso e pode levar à estenose, oclusão, dilatac¸ão ou
formac¸ãodeaneurisma.1,2
Aimunidadecelulardesempenhaumpapelchavena
pato-gênesedaAT.Estudosimuno-histoquímicosdascélulasquese
infiltramaparededaaortamostraramprincipalmente
linfó-citosTgama-delta,linfócitosTCD4+ eCD8+,célulasnatural
killeremacrófagos.3 Apresenc¸ade inflamac¸ão
granuloma-tosanacamadaelásticainternaéoachadopatológicomais
característicodaAT.Oprocessoinflamatóriocomec¸anosvasa
vasorumeacredita-sequesejaprovocadopelaativac¸ãodas
célulasdendríticaseinterac¸ãocomoslinfócitosTeascélulas
dendríticasnomicroambientevasculardatúnicaadventícia
dasgrandesartérias,oquelevaàinduc¸ãodeumaresposta
Th1.4
A detecc¸ão de inflamac¸ão vascular em pacientes com
AT é um grande desafio na prática clínica, uma vez que
até60%dospacientesassintomáticosdesenvolveramnovas
lesõesarteriaisnaavaliac¸ãoarteriográficasequenciale44%
dospacientesconsideradosemremissãopelaavaliac¸ão
clí-nica mostraram evidências histopatológicas de inflamac¸ão
ativa em amostras cirúrgicas.1 Em decorrência da
evidên-cia de progressão da lesão vascular em pacientes com AT
assintomáticos, énecessária avaliac¸ãoadicionalpara guiar
as decisões terapêuticas.No entanto, até o momento, não
háparâmetroconfiávelparadetectar aatividade subclínica
da doenc¸a em pacientes com AT. Diferentes estudos
ava-liaram separadamentepotenciais marcadores biológicosde
inflamac¸ão e degradac¸ão tecidual, como as citocinas e as
metaloproteinases(MMP),masalgunsresultadosnãoforam
reproduzidos.5-7Diferentestécnicasdeimagemtêmsido
usa-das para avaliar a extensão do envolvimento arterial na
AT. Entreelas, atomografiaporemissão de pósitrons com
tomografiacomputadorizada (PET-CT)com 18F
fluordesoxi-glicose (18F-FDG) pode detectar a presenc¸a de inflamac¸ão
ativadaparede arterial.Algunsestudoscom ousode
mostradoresultadospromissores,8-10enquantooutros
encon-traramresultadosconflitantes.11,12
Osobjetivosdopresenteestudoforamavaliara
intensi-dadedacaptac¸ãode18F-FDGnaPET-CTemparedesarteriais
equantificarosníveisséricosdeinterleucina-2(IL-2),IL-6,
IL-8,IL-12,IL-18,fatordenecrosetumoral␣(TNF-␣),MMP-3e
MMP-9empacientescomATecontroles,bemcomoavaliar
possíveisassociac¸õescomaatividadedadoenc¸anaAT.
Materiais
e
métodos
Pacientesecontroles
Pacientes regularmente acompanhados no Ambulatório de
VasculitedoHospitalUniversitáriodaUniversidadeFederalde
SãoPaulo(Unifesp)ounosconsultóriosparticularesde
reuma-tologistasquetrabalhamnaUnifespforamconsecutivamente
convidadosaparticipardesteestudotransversal.Elesforam
submetidosaumaavaliac¸ãoclínica,laboratorialedeimagem
comintervaloinferiora20dias.Oscritériosdeinclusãoforam
cumpriraoscritériosdeclassificac¸ãodoAmericanCollegeof
Rheumatology(ACR)paraAT,13teracimade18anoseausência
demalignidade,infecc¸ãoativaegravidez.Osgruposcontroles
incluíramcontrolesdelaboratório(labcontroles)econtrolesde
PET-CT(PET-controles).Oprimeirogrupoincluiuindivíduos
de36±5anospareadosporgênero,semdoenc¸ainflamatória
ouinfecciosacrônica;oúltimogrupoeracompostoporseis
indivíduossaudáveissubmetidosaumexamedePET-CT,com
omesmoprotocolousadoporpacientescomAT.Todosos
par-ticipantesassinaramumtermodeconsentimentoinformado
aprovadopelosComitêsdeÉticaInstitucionaisdaUnifespe
doHospitalACCamargo.
Avaliac¸ãoclínicaelaboratorial
Aavaliac¸ãoclínicadospacientescom ATfoifeita pordois
médicoscomexperiêncianomanejo daAT(AWSSeHAM),
emconsultasmédicasde rotina.Aatividade da doenc¸afoi
definida se houvesse surgimento ou agravamento de pelo
menosduasdasseguintescaracterísticas:(a)manifestac¸ões
sistêmicassemoutra causaidentificada;(b)surgimento de
características de isquemia ou inflamac¸ão vascular, como
claudicac¸ão de membros, pulsos arteriais assimétricos ou
ausentes,sopro,dor vascular (carotidínia)ou pressão
arte-rial assimétrica; (c)elevac¸ão nos reagentes de fase aguda,
incluindoavelocidadedehemossedimentac¸ão(VHS)oua
pro-teínaC-reativa (PCR);(d) desenvolvimento de novas lesões
em territórios vasculares anteriormente não afetados na
avaliac¸ãovascularporimagemsequencial.1Ospacientescom
ATqueapresentassemníveisanormaisdereagentesdefase
aguda(ouseja,VHS≥40mm/horae/ouníveisséricosdePCR
≥ 10mg/dL), sem sinais e sintomas de AT ativa ou novas
lesõesangiográficas,foram consideradosumsubgrupo
dis-tinto,denominadopossíveldoenc¸aativa.
Foramcoletadasamostrasdesanguedepacientese
labcon-trolesparamensurac¸ãodecitocinas,MMP,VHS(Westergren)
ePCR.Asamostrasséricasforamseparadasearmazenadasa
−70◦Catéafeituradostestes.Foiusadaatécnicadeensaio
deimunoadsorc¸ãoenzimática(Elisa)paraquantificaraPCR
(DiagnosticsSystemsLaboratories,EUA),IL-18(KitMed&
Bio-logicLab CO, Japan),MMP-3eMMP-9(R&D Systems, EUA).
Todosostestesforamfeitosemduplicata.Amedic¸ãodaIL-2,
IL-6,IL-8,IL-12eTNF-␣foifeitacomkitsLuminexMillipex.
Avaliac¸ãoporimagem
ForamfeitosexamesdePET-CTcomumscannerGemini
PET--CT(Philips),depoisdeumjejumdepelomenosseishoras.
Aglicemiacapilarfoiverificadaantesdoexameenenhum
dos pacientes apresentouníveis acimade 200mg/dL antes
da administrac¸ão do18F-FDG.A aquisic¸ãodasimagens foi
feita 60minutosapós ainfusãode 0,154milicurie(mCi)/kg
de 18F-FDG; os participantes foram examinados do crânio
atéaregiãoproximaldascoxas.Inicialmenteforamobtidas
imagens detomografiacomputadorizada semainfusão de
contrasteintravenoso,comosseguintesparâmetros:120kV,
120mAs,0,75segundoporrotac¸ão,passo(pitch)de1,5,
espes-suradecortede5mmeintervalodereconstruc¸ãode3mm.
Emseguida,foifeitaPETdurantedoisminutose15segundos
acadaposic¸ãodamesa,emumtotalde11posic¸ões.Os
indi-víduosPET-controletinhampassadopelomesmoprotocoloe
seusexamesforamrecuperadosdoarquivo.Todososexames
dePET-CTforamfeitasnoHospitalACCamargoeasimagens
foramavaliadasporumradiologista(PNVP)eporum
especi-alizadoemmedicinanuclear(ICGT)quenãoestavamcientes
dasavaliac¸õesclínicaselaboratoriaisdospacientescomAT.
Foifeita umaavaliac¸ãosemiquantitativadacaptac¸ão de
18F-FDG com o valor padronizado de captac¸ão (SUV,
stan-dard uptake value). O SUV foi calculado com a divisão da
concentrac¸ão tecidual máxima pela dose total injetada de
18F-FDG porpeso corporal. A região de interesse (ROI) foi
colocadamanualmentesobreasparedesarteriaisdos
seguin-tes locais:artériasvertebrais,carótidasinternas, subclávias
ecarótidascomuns,artériapulmonar,troncobraquiocefálico,
arcodaaorta,partesascendente,descendenteeabdominalda
aorta,troncocelíaco,artériasmesentéricassuperioreinferior
eartériasrenaiseilíacas.OmaiorvalordeSUVencontrado
emcadaartériafoiregistradoesomenteovalormaisaltode
todaaPET-CT(SUVmax)foiusadoparaanáliseestatística.
Análiseestatística
Foi feita com o programaStatistical Packageforthe Social
Sciences (SPSS), versão17.0 (Chicago, IL).Os dados
categó-ricosforamapresentadoscomonúmerototalepercentuale
osdadosnuméricoscomomediana(intervalo)oumédia
(des-viopadrão),conformeapropriado.OtestedeShapiro-Wilkfoi
usadoparatestaranormalidadedasvariáveiscontínuas.As
comparac¸õesdasvariáveisnuméricasforamfeitascomoteste
UdeMann-WhitneyoucomotestetdeStudentparadois
gru-posecomotestedeKruskalWallisouanálisedevariância
paratrêsoumaisgrupos. OtesteUdeMann-Whitneycom
correc¸ãodeBonferronifoiusadocomoumtesteposthoc.Os
valoresdep<0,05foramconsideradosestatisticamente
signi-ficativos,emboravaloresdepentre0,10e0,05tenhamsido
consideradosumatendênciaestatística.
OsvaloresdeSUVmax paraodiagnósticodeatividadeda
doenc¸aforamavaliadospelacurvaROC(ReceiverOperating
Tabela1–Dadosdemográficosecaracterísticasdadoenc¸adospacientescomATavaliadosnesteestudo
Variáveis Doenc¸aativa
(n=14)
Doenc¸ainativa (n=11)
Possíveldoenc¸a ativa(n=11)
p
Idade,anos 35,0(22,0-54,0) 32,0(24,0-68,0) 32,0(21,0-56,0) 0,818 Sexofeminino,n(%) 14(100,0) 9(81,8) 10(90,9) 0,262 TempodesdeosprimeirossintomasdeAT,meses 72,0(24,0-216,0) 85,0(23,0-372,0) 118,0(9,0-207,0) 0,800 Tempodediagnóstico,meses 45,5(2,0-216,0) 66,0(17,0-292,0) 58,0(1,0-240,0) 0,628 VHS,mm/hora 20,00(5,00-115,00) 11,00(1,00-26,00) 26,00(7,00-70,00) 0,059 PCR,mg/dL 18,17(0,10-99,05) 1,53(0,17-7,77) 78,13(8,16-91,89) <0,0001
PCR,proteínaC-reativa;VHS,velocidadedehemossedimentac¸ão.
Osdadossãoapresentadoscomoamédiaedesviopadrãooucomoamedianaeintervalo.
melhoresvaloresdecorte.OsresultadosdacurvaROCforam
expressos em área sob a curva, intervalo de confianc¸a de
95%(IC 95%),valorpreditivo positivo, valorpreditivo
nega-tivo,precisão,sensibilidadeeespecificidadeparaospontos
de corte de SUVmax. As correlac¸ões entre variáveis
numé-ricasforam feitaspelo testedecorrelac¸ãode Spearman. A
presenc¸adedoenc¸aativanaATdeterminadapelopontode
cortedoSUVmax foicomparadacom aatividade dadoenc¸a
determinadapelaavaliac¸ãoclínicapormeio dotesteexato
deFisher.Foiconsideradasignificânciaestatísticaemcasode
p<0,05.
Resultados
Pacientesecontroles
Foram avaliados 36 pacientes com AT; 14 (38,9%) tinham
doenc¸aativa,enquanto11(30,6%)foramconsideradoscomo
doenc¸a inativa e 11 (30,6%) tinham possível doenc¸a ativa.
Atabela1apresentaascaracterísticasdemográficas,tempo
desde o início dos sintomas atribuíveis à AT, tempo de
diagnósticoereagentesdefaseagudanossubgruposde
paci-entescomAT.Ospacientescomdoenc¸aativaapresentaram
níveis de VHS e PCR mais elevados do que os pacientes
com doenc¸a inativa. Os pacientes com AT com possível
doenc¸a ativaapresentaram níveisséricos dePCR
significa-tivamentemaiselevadosdoque ospacientesemremissão
eumatendência ater maiorVHSdoque ospacientes em
remissão(tabela1).Nomomentodaavaliac¸ão,21pacientes
estavam em uso de agentes esteroides e
imunossupresso-res, três em uso de apenas esteroides, seis eram tratados
apenas com um agente imunossupressor e seis não
rece-biam qualquer tratamento para a AT. A medianada dose
diáriadeprednisonaera de12,5mg(5,62-27,50).Os
seguin-tesagentesimunossupressoresforamusadospelospacientes:
metotrexato(50%),micofenolatodesódio(11,1%),azatioprina
(8,3%) e ciclofosfamida (5,6%). Apenas um paciente usava
etanercept.
O grupo labcontrole era composto por 29 mulheres e
três homens, com mediana de idade de 31 (20-56) anos.
Osindivíduosdogrupolabcontrolenãoapresentavam
qual-quercondic¸ãomédicanemestavamsobqualquertratamento
médico.OgrupoPET-controleconsistiudeseisindivíduos
sau-dáveis(quatromulheres,doishomens),commedianadeidade
de32,5(28-45)anos.
Doença ativa Doença inativa Possível doença ativa ,00
20,00 40,00
p = 0,001 p = 0,584
p = 0,008
pg/ml
60,00 80,00
Figura1–NíveisséricosdeIL-6empacientescomdoenc¸a ativa,doenc¸ainativaepossíveldoenc¸aativa.Osníveis séricosdeIL-6foramsignificativamentemaioresem pacientescomdoenc¸aativaeempacientescompossível doenc¸aativadoqueempacientescomdoenc¸ainativa.Não foramencontradasdiferenc¸asestatisticamente
significativasentreospacientescomATcomdoenc¸aativae pacientescompossíveldoenc¸aativa.
Citocinasemetaloproteinases
A tabela 2 mostra os níveis séricos de citocinas e MMP
empacientes com ATelabcontroles.Os pacientes comAT
apresentaramníveisséricosmaiselevadosdeIL-6eMMP-3
(p<0,001ep<0,001)eumatendência demaiores níveisde
TNF-␣(p=0,069)doqueoslabcontroles.Nãoforam
encontra-dasdiferenc¸assignificativasemrelac¸ãoaosníveisséricosde
IL-2,IL-8,IL-12,IL-18eMMP-9aocompararospacientescom
ATeoslabcontroles(tabela2).
Os níveisséricosdecitocinas eMMPempacientes com
ATcomdoenc¸aativa,doenc¸ainativaepossíveldoenc¸aativa
sãoapresentadosnatabela3.OsníveisséricosdeIL-6foram
maiores em pacientes com doenc¸a ativa e em pacientes
compossíveldoenc¸aativaemcomparac¸ãocomaquelescom
doenc¸a inativa (p<0,001)(fig.1). Apesarde tersido
encon-tradaapenasumatendênciadediferenc¸anosníveisséricos
Tabela2–NíveisséricosdecitocinasemetaloproteínasesempacientescomATecontroles
Marcadores PacientescomAT (n=36)
Labcontroles (n=36)
p
IL-2,pg/mL 0,36(0,00-23,38) 0,25(0,00-21,87) 0,710 IL-6,pg/mL 7,55(0,17-76,22) 1,74(0,17-16,21) <0,0001a
IL-8,pg/mL 4,83(1,88-17,92) 4,49(2,02-22,02) 0,327
IL-12,pg/mL 0,00(0,00-46,39) 0,00(0,00-11,97) 0,908
IL-18,pg/mL 151,71(0,00-463,26) 121,63(0,00-745,22) 0,130
TNF-␣,pg/mL 5,64(1,91-15,28) 4,26(1,41-12,89) 0,056
MMP-3,ng/mL 27,00(6,00-102,70) 12,05(4,30-75,50) <0,0001a
MMP-9,ng/mL 495,55(183,70-2,338,80) 452,15(221,20-2,044,00) 0,457
IL,interleucina;MMP,metaloproteínasedematriz;TNF,fatordenecrosetumoral.
Osdadoscontínuossãoapresentadoscomoamedianaeintervalooucomoamédiaedesviopadrão.
a Valoresestatisticamentesignificativos.
Tabela3–NíveisséricosdecitocinasemetaloproteínasesempacientescomATcomdoenc¸aativa,doenc¸ainativa epossíveldoenc¸aativa
Variáveis Doenc¸aativa (n=14)
Doenc¸ainativa (n=11)
Possíveldoenc¸aativa (n=11)
p
TNF-␣,pg/mL 5,93(3,84-10,71) 4,16(1,91-15,28) 6,76(3,69-9,23) 0,079
IL-2,pg/mL 0,19(0,00-1,57) 1,12(0,00-12,04) 0,44(0,00-23,38) 0,354 IL-6,pg/mL 9,15(0,65-76,22) 2,48(0,17-10,80) 8,48(1,25-37,56) 0,003a
IL-8,pg/mL 5,47(2,83-17,92) 4,53(1,88-10,56) 4,61(2,74-8,82) 0,368
IL-12,pg/mL 0,00(0,00-2,22) 0,00(0,00-12,56) 0,00(0,00-46,39) 0,587
IL-18,pg/mL 183,58±129,05 119,96±57,98 246,20±147,29 0,059
MMP-3,ng/mL 22,40(6,00-94,90) 26,30(9,30-102,70) 31,10(7,10-84,90) 0,682
MMP-9,ng/mL 515,10(208,40-2.338,80) 424,20(183,70-1.422,50) 491,30(274,40-1.160,40) 0,547
IL,interleucina;MMP,metaloproteínasedematriz;TNF,fatordenecrosetumoral.
Osdadoscontínuossãoapresentadoscomoamedianaeintervalooucomoamédiaedesviopadrão.
a Valoresestatisticamentesignificativos.
subgruposforamanalisadosseparadamenteospacientescom
ATcomdoenc¸aativatinhamníveisséricosdeTNF-␣
signifi-cativamentemaiselevadosdoqueospacientescomdoenc¸a
inativa(p=0,049),enquantoospacientescompossíveldoenc¸a
ativaapresentavamníveisséricosdeIL-18maiselevadosdo
queospacientescomdoenc¸ainativa(p=0,046).
Correlac¸õesentreosmarcadoresinflamatórios
empacientescomarteritedeTakayasu
Os níveisde IL-6 se correlacionaram com aVHS (=0,475;
p=0,005)ecomosníveisdePCR(=0,673;p<0,001).Osníveis
dePCReosvaloresdeVHS(=0,585;p<0,001)tambémestão
significativamente correlacionados. Os níveis de TNF-␣ se
correlacionaram com os de IL-6 (=0,365; p=0,029) e IL-8
(=0,346;p=0,039),bemcomocomosníveisdePCR(=0,370;
p=0,026).Alémdisso,osníveisséricosdeIL-2eIL-12estavam
correlacionados (=0,529, p=0,001). Não foram observadas
correlac¸õesentreoutrascitocinaseMMP.
Tratamentoclínico,citocinas,metaloproteinases
ereagentesdefaseaguda
OsníveisdeMMP-3estavammaiselevadosempacientescom
ATqueusavamcorticosteróidesdoquenaquelesquenão
usa-vam(455±26,96ng/mLvs. 13,11±6,36ng/mL;p<0,001).Foi
observadaumacorrelac¸ãopositivaentreosníveisdeMMP-3e
Prednisona em dose única diária
MMP-3, ng/ml
0 0 10 20 30 40 50 60
20 40 60 80 100 120
Figura2–Correlac¸ãoentreosníveisséricosdeMMP-3e dosediáriadeprednisona.Foiencontradaumacorrelac¸ão significativaentreosníveisséricosdeMMP-3ea
Figura3–ImagensrepresentativasdePET-CTdeumpacientecomarteritedeTakayasuedoenc¸aativa.Imagensdoexame dePET-CTdeumapacientedosexofemininode32anoscomdoenc¸aclinicamenteativa:(A)Imagemdefusãona
reconstruc¸ãocoronalcomcaptac¸ãode18F-FDGnaparteascendentedaaorta,(B)ImagensdePETscannoplanocoronal comcaptac¸ãode18F-FDGnasporc¸õesabdominaleascendentedaaorta;(C)Imagemdefusãoemcorteaxialmostrando acaptac¸ãode18F-FDGnaporc¸ãoascendentedaaortaeartériapulmonardireita,(D)Imagemdefusãoemcorteaxialcoma captac¸ãode18F-FDGnaporc¸ãoabdominaldaaorta.
adosediáriadeprednisona(=0,463;p=0,023)(fig.2).Nãofoi
encontradaassociac¸ãoentreousodecorticosteróides,adose
diáriadeprednisona,otratamentocomimunossupressores
eosníveisdeMMP-9,citocinas oureagentesdefaseaguda
(dadosnãomostrados).
Tomografiacomputadorizadaebiomarcadores
AmedianadosvaloresdeSUVmaxfoimaiornospacientescom
ATdoquenosPET-controles[1,57(0,87-34)vs.0,99(0,67-1,23);
p=0,001]eempacientescomdoenc¸aativaemcomparac¸ão
Tabela4–Comparac¸ãodeparâmetrosdeatividadedadoenc¸a,citocinasemetaloproteinasesdamatrizempacientes comATdeacordocomovalordecortedoSUVmaxde1,3
Variáveis SUVmax≥1,3 (n=23)
SUVmax<1,3
(n=13)
p
Doenc¸aativa,n(%) 12(52,2) 2(15,4) 0,039a
VHS,mm/h 19,00(5,00-115,00) 14,00(1,00-70,00) 0,139
PCR,mg/dL 24,56(0,10-99,05) 5,23(0,17-82,34) 0,096
TNF-␣,pg/mL 6,76(3,56-15,28) 4,37(1,91-9,23) 0,015a
IL-2,pg/mL 0,44(0,00-23,38) 0,05(0,00-8,50) 0,484
IL-6,pg/mL 8,48(0,43-76,22) 4,46(0,17-37,56) 0,036a
IL-8,pg/mL 5,15(1,88-17,92) 4,53(2,16-10,56) 0,553
IL-12,pg/mL 0,00(0,00-46,39) 0,00(0,00-5,06) 0,130
IL-18,pg/mL 164,60(0,00-424,01) 132,05(60,95-463,26) 0,987
MMP-3,ng/mL 26,90(6,00-94,90) 27,10(7,10-102-70) 0,542
MMP-9,ng/mL 499,80(183,70-2.338,80) 461,60(283,20-1.442,40) 0,564
PCR,proteínaC-reativa;VHS,velocidadedehemossedimentac¸ão;IL,interleucina;MMP,metaloproteínasedematriz;SUV,valorpadronizado decaptac¸ão;TNF,fatordenecrosetumoral.
comaquelesemremissão[1,97(1,19-34)vs.1,19(0,87-2,59);
p=0,015]. No entanto, não foram encontradas diferenc¸as
estatisticamentesignificativasemrelac¸ão ao SUVmax entre
pacientescomATcomdoenc¸aativaeaquelescompossível
doenc¸aativa[1,97(1,19-34)vs.1,58(1-2,72);p=0,324]ouentre
pacientescompossíveldoenc¸a ativaeaquelescomdoenc¸a
inativa[1,58(1-2,72)vs.1,19(0,87-2,59);p=0,212].Alémdisso,
ospacientescomdoenc¸ainativaapresentaramvaloresmais
elevadosdeSUVmaxdoqueosPET-controles[1,19(0,87-2,59)
vs.0,99(0,67-1,23);p=049].Afigura3ilustraaPET-CTemum
pacientecomATcomdoenc¸aativa.
OspacientescomATsobterapiaimunossupressora
apre-sentarammenores valoresmedianosde SUVmax doqueos
pacientessemessesagentes [1,41(0,87-34)vs.2,57 (0,96-3);
p=0,044].Noentanto,nãoforamencontradasdiferenc¸asnos
valoresmedianosdeSUVmaxempacientescomesem
corti-costeróides[1,48(0,87-34)vs.2,14(0,96-3);p=0,127].Também
nãofoiencontradacorrelac¸ãoentreoSUVmaxeadose
diá-riadeprednisona(=0,233;p=0,274).Alémdisso,nãoforam
encontradascorrelac¸õesentreosvaloresdeSUVmaxeníveis
deVHS(=081;p=0,647)ouPCR(=0,139;p=0,419)eentre
osvaloresdeSUVmax eníveisdecitocinaouqualquerMMP
avaliadanesteestudo(dadosnãomostrados).
AanálisedacurvaROCmostrouovalordeSUVmaxcomo
sendoumpreditordedoenc¸aativanaAT(áreasobacurva
[AUC]=0,703;IC95%=0,534-0,832;p=0,043).Osmelhores
pon-tos de corte obtidos para os valores de SUVmax (com a
respectivasensibilidadeeespecificidade)foramde1,23,(93%
e45%), 1,29 (86% e 50%) e1,83 (57% e73%). Mais
pacien-tescomATcomdoenc¸aativadeacordocomoscritériosdo
NIHtinhamSUVmax≥1,3nasparedesarteriais,quando
com-paradoscom aquelescomSUVmax<1,3(p=0,039)(tabela4).
Essevalordecorteproporcionouumvalorpreditivopositivo
de52%,umvalorpreditivonegativode78%eumaprecisãode
63,8% para doenc¸a ativa na AT. Os pacientes com valores
de SUVmax ≥ 1,3 apresentaram maiores níveis de TNF-␣
(p=0,015)eIL-6(p=0,036)emcomparac¸ãocomaquelescom
valordeSUVmax<1,3elabcontroles(figs.4AeB).Nãoforam
encontradasdiferenc¸assignificativasentreosníveisdeIL-2,
IL-8,IL-12, IL-18,MMP-3,MMP-9,VHSePCRemrelac¸ãoao
valordecortedeSUVmaxde1,3(tabela4).
Discussão
Esteéoprimeiroestudoqueavaliaamaiorpartedos
biomar-cadoresdeatividade inflamatóriajádescritosnaliteratura,
incluindoeMMP,bemcomoacaptac¸ãode18F-FDGpelas
gran-desartériasnaPET-CTempacientescomAT.Ospacientescom
ATapresentarammaioresvaloresdeSUVmaxparaacaptac¸ão
de18F-FDGnasgrandesartériasnosexamesdePET-CTe
mai-oresníveisséricosdeIL-6eMMP-3doqueoscontroles.Além
disso,o SUVmax de captac¸ãode 18F-FDGnasgrandes
arté-riaseosníveisséricosde IL-6eTNF-␣foram maioresnos
pacientes com ATque apresentavam doenc¸a ativa quando
comparadoscomaquelesconsideradoscomdoenc¸ainativa.
Ospacientescompossíveldoenc¸aativa(ouseja,apenas
rea-gentes de fase aguda elevados, sem sinais nem sintomas
deATativa) apresentaram maioresníveisséricos deIL-6 e
IL-18doqueospacientes comdoenc¸a inativa.Noentanto,
TNF-α, pg/mL
IL-6, pg/mL
SUVmax ≥ 1,3
SUVmax ≥ 1,3
SUVmax < 1,3
SUVmax < 1,3
Lab-controles
Lab-controles 15
A
B
10
p = 0,015
p < 0,0001
p = 0,036 p = 0,075
p = 0,002
p = 0,802
5
0
80
60
40
20
0
Figura4–NíveisséricosdeTNF-␣eIL-6empacientescom SUVmax≥1,3,pacientescomSUVmax<1,3econtroles.Os níveisséricosdeTNF-a(4A)eIL-6(4B)foram
significativamentemaioresempacientescomAT,que apresentavamSUVmax≥1,3emcomparac¸ãoaospacientes comSUVmax<1,3elabcontroles.Nãofoiencontrada
diferenc¸aemrelac¸ãoaosníveisséricosdeTNF-␣eIL-6 entrepacientescomSUVmax<1,3elabcontroles.
nãoforamobservadasdiferenc¸assignificativasentreos
valo-resdeSUVmax empacientes compossíveldoenc¸a ativaem
comparac¸ãoàquelescomdoenc¸aativaeàquelescomdoenc¸a
inativa.
Embora se tratando de uma doenc¸a rara, a AT muitas
vezescausamorbidadeelevadaemdecorrênciada
progres-sãodaslesõesvascularesepelafaltadeparâmetrosconfiáveis
para detectar a atividade da doenc¸a que possibilitemuma
intervenc¸ãoeficaz.Estudosqueavaliarammarcadores
substi-tutosemétodosdeimagemparaavaliaraatividadedadoenc¸a
empacientescomATtêmfornecidoresultados
inconsisten-tes.Asrazõesparaissoincluemafaltadeumpadrãoouropara
detectaraatividadedadoenc¸aeainclusãodeumpequeno
númerodepacientescomATnosdiversosestudos.
Corroborando estudos anteriores,5,6 foi encontrada
atividadedadoenc¸anaAT.Diferentementedosresultadosde Parketal.,2006,6osníveisséricosdeTNF-aforammaioresnos
pacientescomdoenc¸aativadoquenaquelescomdoenc¸aem
remissão,masadiferenc¸aapresentouapenasumatendência
estatística (p=0,056). Os níveis séricos de outras citocinas
nãoforamdiferentesentreospacientescomATecontrolese
nãoforamúteisparadiferenciarospacientescomATativae
doenc¸ainativa.Emboraumestudopréviotenhaencontrado
umaassociac¸ãoentreaatividadedadoenc¸aeosníveisséricos
de IL-18empacientes com AT,6 nãofoi possível encontrar
diferenc¸assignificativasnosníveisdeIL-18entrepacientese
controlesouentrepacientescomATativaedoenc¸ainativa.
Naverdade,foramencontradosníveisséricosdeIL-18mais
elevadosempacientescomATcompossíveldoenc¸aativaem
comparac¸ãocom os controles.Issopode indicar queesses
pacientesapresentamumainflamac¸ãosubclínica.
Semelhan-tementeaoestudodeTrypathyetal.,nãoforamencontradas
diferenc¸as nos níveis séricos de IL-2 entre pacientes com
ATecontroles.Noentanto,Trypathyetal.observaramuma
menor percentagem de linfócitos T CD3+ produtores de
IL-2 em pacientes com doenc¸a ativa emcomparac¸ão com
aquelescomdoenc¸a inativaecontroles.14 Opapelda IL-12
comoumbiomarcadordaatividadedadoenc¸anaATaindaé
controverso.Emumestudo,foramencontradosníveisséricos
semelhantesdeIL-12entrepacientesecontroles,enquanto
emoutroestudoosníveisplasmáticosdeIL-12forammais
altos empacientescom doenc¸a ativaemcomparac¸ãocom
aquelescomdoenc¸ainativaeaoscontroles.6,15Nopresente
estudo, os níveis de IL-12 foram similares empacientes e
controles enãofoi encontradaassociac¸ão com aatividade
da doenc¸a.Embora os níveisde IL-8 tenham sido maiores
nospacientescom ATdoquenos controlesetenhamsido
associadoscom aatividadeda doenc¸aemumapesquisa,16
opresenteestudonãoencontroudiferenc¸asemrelac¸ãoaos
níveisdeIL-8entrepacientesecontroles.
EmsomenteumestudoníveismaiselevadosdeMMP-3e
MMP-9estiveramassociadoscomadoenc¸aativaem
pacien-tescomAT,comumasubsequentediminuic¸ãoapósocontrole
dadoenc¸a.7Nopresenteestudo,apenasosníveisdeMMP-3
estavammaiselevadosnospacientesdoquenoscontroles,
masnãofoiencontradadiferenc¸aemrelac¸ãoàatividadeda
doenc¸a.OsníveisdeMMP-3forammaiselevadosentreos
paci-entesemusodecorticosteróides,comumacorrelac¸ãopositiva
entreosníveisde MMP-3ea dosediáriade prednisona.A
associac¸ãoentreadosediáriadecorticosteróideseosníveis
deMMP-3também foirelatada empacientes comdoenc¸as
reumáticas,17incluindoumrecenteestudofeitocom
pacien-tescomAT.18Sharifetal.encontraramumaumentode53%
nosníveisdepró-MMP-3empacientescomartritereumatoide
emusodeprednisona,mesmoentreaqueles que
apresen-tavamumareduc¸ãoemoutrosparâmetrosdeinflamac¸ão.19
Noentanto,o mecanismoenvolvidonaelevac¸ão daMMP-3
associadaaousodeesteroidesaindaéincerto.
EstudosiniciaiscomaPET-CTparaavaliaraatividadeda
doenc¸a naATmostraram resultados promissores.10,20 Mais
recentemente,Karapolatetal.avaliaramautilidadede
exa-mesdePET-CT nadetecc¸ãoda atividade da doenc¸ana AT
com os critérios do NIH, o índice de extensão da doenc¸a
naAT(DEI.TAK)eaavaliac¸ãoglobal domédicocomo
parâ-metrosclínicos.Elesobservaramqueosexames dePET-CT
tiveramsensibilidadede100%eespecificidadede88,9%,com
umvalorpreditivopositivode66%evalorpreditivonegativo
de 100%para detectaradoenc¸a ativanaAT.21 Noentanto,
outroestudoquestionouautilidadedessemétodo,umavez
quenãohávalordeSUVdefinidocomo sendonormalpara
a parededovaso.11 Umametanálise queincluiuseis
estu-dosencontrouqueaPET-CTtinhaumvalormoderadopara
determinaraatividadedadoenc¸anaAT.Asensibilidadeea
especificidadeacumuladasforamde70,1%(IC95%:58,6-80)e
77,2%(IC95%:64,2-87,3),respectivamente.Osautores
conside-raramqueaPET-CTnãoeraadequadaparaserusadacomoum
métodoúnicoparaavaliaraatividadedadoenc¸anaAT,mas
queelapodeserválidaquandosomadaàavaliac¸ãoclínica.
Aheterogeneidade entreosestudoséumalimitac¸ãodessa
metanálise.22
Vários estudostêm consideradoosvaloresdeSUVúteis
paraodiagnósticoeprognósticonocâncer.23-25Noentanto,
essatécnicadeimagemaindaémotivodedebate,jáquetem
sidoobservadaumagrandevariabilidadenosvaloresdeSUV
entreasdiferentesinstituic¸ões,oqueaumentaanecessidade
decalibrarosequipamentosepadronizarosparâmetrosde
aquisic¸ãoeprocessamentodedados,afimdeobterresultados
comparáveis.26OsvaloresdeSUV
maxtornam-semais
confiá-veisquandousadoscomoparâmetrosdentrodeumamesma
instituic¸ão,sobasmesmascondic¸õestécnicas,especialmente
nacomparac¸ãodeestudosdeimagemsequenciais.
Nesteestudo,foramfeitosexamesdePET-CTsobcondic¸ões
de jejum e a glicemia capilar foi verificada antes da
administrac¸ão de 18F-FDG,afim de excluira possibilidade
de resultadosfalso-negativos decorrentes dahiperglicemia.
Emborao18F-FDGnaATpossa sercaptadoprincipalmente
pelascélulasinflamatóriasdasparedesdosvasos,a
influên-cia dosníveisséricosde glicoseaindanão foi estabelecida
nesse contexto.27 Rabkin et al.descreveramresultados
fal-sos negativosempacientescom diferentestipos decâncer
quandoaglicemiaexcedia180mg/dL,masnãoempacientes
comdoenc¸asinfecciosasouinflamatórias.28
Henesetal.estudaramousodaPET-CTempacientescom
vasculiteemvasosdegrandeporte,incluindotrêspacientes
comAT.OsautoresencontraramvaloresdeSUVmaxentre1,6e
6,8nointeriordasparedesarteriais.Nesteestudo,osvalores
deSUVmax variaramde2,5a5,8empacientescomATcom
doenc¸aativa.Entreosoitopacientescomtumoressólidos
tra-tados cirurgicamenteusados comocontroles,os valoresde
SUVmaxvariaramde1,4a2,3.8
OutroestudoavaliouaPET-CTem20pacientescom
vas-culite de grandes vasos, incluindo três pacientes com AT.
O valorde cortede SUVmax de 1,78 teveo melhor
desem-penhoparaodiagnósticodeumavasculitedegrandevaso,
comsensibilidadeeespecificidadede,respectivamente,65%
e80% porescalavisuale90% e45% pelaSUVmax. Ogrupo
controlefoiconstituídoporpacientestratadosporcâncerde
tireoide.12
Os valores deSUVmax dosestudosmencionados
anteri-ormenteforamligeiramentemaioresdoqueosencontrados
nesteestudoparapacientescomAT.Asdiferenc¸astécnicas
nosprotocolosdefeituradaPET-CTpodemserumobstáculo
paracompararosresultadosdestetrabalhocomosdiferentes
estudos. Além disso, este estudo incluiu apenas
mencionados previamente8,12 a maior parte dos pacientes
tinhaarteritedecélulasgigantes,commédiadeidademais
elevada(62anos).Ogrupocontroledesteestudofoicomposto
porindivíduossaudáveis, emvezdepacientescom câncer.
Ainfluênciadaidade noaumentodacaptac¸ão de18F-FDG
foidemonstradaporumestudoretrospectivo29epode
ocor-rer,emparte,emdecorrênciadaaterosclerose.Na verdade,
essefatopodereduziraespecificidadeda PET-CTem
paci-entescomAT,umavezqueaprevalênciadeateroscleroseé
aumentadanessespacientes.30
Arnaud et al. encontraram uma baixa sensibilidade e
especificidade dosexames de PET-CT emdetectar a
ativi-dadedadoenc¸aempacientescomAT.Elesnãoencontraram
qualquer associac¸ão com qualquer marcador inflamatório
ounovaslesõesnasangiografiasporressonânciamagnética
sequenciais.Osautoresusaramaescalavisualeaavaliac¸ão
quantitativa para avaliara captac¸ão de 18F-FDG e
encon-traram uma forte correlac¸ão entre os dois métodos.11 Em
contraste,Leeetal.tambémavaliaramosexamesdePET-CT
empacientescomATcomaescalavisualeoSUV.Eles
encon-traramumaassociac¸ãoentreo18F-FDGnaparededovasoea
atividadedadoenc¸aemambasasavaliac¸ões.31
ComousodoSUVmáximoparamediracaptac¸ãode18F-FDG,
foramencontradosvaloresmaioresdeSUVmaxnospacientes
comATcomdoenc¸aativaemcomparac¸ãocomaquelescom
doenc¸ainativa.Assim,neste estudo,a SUVmax pareceuser
preditivadaatividadedadoenc¸anaAT.Ospacientesemuso
deagentesimunossupressorestiverammenoresvalores
arte-riaisdeSUVmaxemcomparac¸ãocomaquelesquenãousavam
essesmedicamentos.Esseachadoindicaumefeitosupressor
nainflamac¸ãovascularprovocadopelousodessesagentese
adicionamaisumargumentoafavordautilidadedosexames
dePET-CTnadetecc¸ãodeinflamac¸ãovascularnaAT.Alinhado
comesseachado,Leeetal.descreveramumadiminuic¸ãona
captac¸ãode18F-FDGduranteoseguimentodeoito
pacien-tesdepoisdecontrolaraatividadedadoenc¸acomtratamento
imunossupressor.31
OpresenteestudoencontrouvaloresdeSUVmax
semelhan-tesaosencontradosporKobayashietal.,apesardasdiferenc¸as
técnicas dosprotocolos de estudo.O valorde corte de 1,3
foi omesmo emambosos estudose foibaseado no valor
maiselevadodeSUVmaxencontradonocontroles.Noentanto,
nopresente estudo,asensibilidade eaespecificidadepara
detecc¸ãodaatividadedadoenc¸aforamde86%e50%,
respec-tivamente,quesãomenoresdoqueaquelesencontradospor
Kobayashietal.Essadiferenc¸anotávelpodeserdecorrentedos
diferentescritériosusadosparaaavaliac¸ãoclínicaemambos
osestudos.Kobayashietal.consideraramquehaviaremissão
clínicasomentequandoospacientespermaneciamporpelo
menosdoisanossemcorticosteróides.10
Opresenteestudotambémanalisouaassociac¸ãoentreum
valorde cortedeSUVmax eos níveisséricosdecitocinas e
MMP.OspacientescomSUVmax≥1,3tinhamníveismaisaltos
deTNF-␣eIL-6.Tambémfoiencontradaassociac¸ãoentreum
SUVmax≥1,3eaatividadedadoenc¸a.Aanálisede
biomar-cadorescomousodessevalordecortedeSUVmaxdestacaos
resultadosconsistentesobtidosapartirdaavaliac¸ãoclínicada atividadedadoenc¸anaAT.Acorrelac¸ãosignificativaentreos
níveisséricosdeIL-6eoutrosmarcadoresinflamatóriosindica
aconsistênciadessesachados.
Asprincipaislimitac¸õesdesteestudoincluemotamanho
da amostra,o desenhotransversal eafaltadeum
padrão--ouropara avaliaraatividade inflamatórianaAT,umavez
quemesmoosamplamenteusadoscritériosdoNIHaindanão
foramvalidados.Alémdisso,afraquezadoscritériosdoNIHé
realc¸adapelofatodequepacientescomATcomreagentesde
faseagudaelevadosquenãoatendemaoscritériosdoNIHpara
doenc¸aativanaverdadeapresentamníveisséricosdeIL-6e
IL-18maiselevadosdoquepacientescomATconsideradoscomo
tendodoenc¸ainativa.Essespacientesdevemser
acompanha-dosmaiscuidadosamente,afimdedetectarprecocementea
doenc¸aativaclinicamentesignificativa.Noentanto,abaixa
quantidadedeindivíduosnossubgruposdepacientesinativos
epacientescompossíveldoenc¸aativapodeterprejudicadoas
comparac¸õesentreosgruposeassuposic¸ões,especialmente
emrelac¸ãoaosníveisdeIL-18,demodoqueessesresultados
devemservistoscomcautela.
Osresultadosdesteestudosugeremqueaintensidadede
captac¸ãodo18F-FDGpelaparedearterialpoderefletira
inten-sidade doprocessoinflamatórioequeaPET-CTpareceser
ummétodoútilparadetectaraatividadedadoenc¸anaAT,
especialmente para excluira presenc¸adedoenc¸a ativaem
casosduvidosos.Serianecessárioumestudoprospectivocom
umseguimentoprolongadoparaobservaralterac¸õesnos
valo-resde SUVmax após otratamento oumesmopara detectar
odesenvolvimentodenovaslesõesvasculares(porexemplo,
estenoseouaneurismaarterial)emlocaisqueapresentemalta
captac¸ãode18F-FDG.AIL-6tambémpareceserumparâmetro
promissordaatividadedadoenc¸anaAT,oquetambém
pre-cisaseravaliadoemumestudolongitudinal.Aimportânciada
IL-6residenofatodequeelatambémpodeserumpotencial
alvoterapêuticonaAT.32
Financiamento
A pesquisa teve apoio financeiro da Fapesp (Fundac¸ão de
AmparoàPesquisadoEstadodeSãoPaulo),processonúmero
2008/54787-3paraSatoEI.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
OsautoresagradecemaoHospitalACCamargo.
r
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f
e
r
ê
n
c
i
a
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