w w w . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r
REVISTA
BRASILEIRA
DE
REUMATOLOGIA
Relato
de
caso
O
rituximabe
como
uma
opc¸ão
para
pacientes
com
vasculite
sistêmica
grave
refratária
à
terapia
convencional:
relato
de
sete
casos
e
revisão
de
literatura
Leonardo
Sales
da
Silva
a,
Karla
Valéria
Miranda
de
Campos
b,
Ana
Karla
Guedes
de
Melo
b,
Danielle
Christinne
Soares
Egypto
de
Brito
b,c,d,
Alessandra
Sousa
Braz
b,c,de
Eutilia
Andrade
Medeiros
Freire
b,c,d,∗aFaculdadedeMedicina,UniversidadeFederaldaParaíba(UFPB),JoãoPessoa,PB,Brasil
bServic¸odeReumatologia,HospitalUniversitárioLauroWanderley,UniversidadeFederaldaParaíba(UFPB),JoãoPessoa,PB,Brasil cCursodeMedicina,UniversidadeFederaldaParaíba(UFPB),JoãoPessoa,PB,Brasil
dDepartamentodeMedicinaInterna,CentrodeCiênciasMédicas,UniversidadeFederaldaParaíba(UFPB),JoãoPessoa,PB,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem14denovembro de2014
Aceitoem1dejulhode2015
On-lineem12deagostode2015
Palavras-chave:
Rituximabe
Vasculitessistêmicas
Granulomatosecompoliangeíte Poliangeítemicroscópica Poliarteritenodosa
r
e
s
u
m
o
Omaiorentendimentodasbasesfisiopatológicasedocomportamentodasvasculites sistê-micas,aliadoaodesenvolvimentoderegimesterapêuticoscomperfildeseguranc¸aeeficácia cadavezesmelhores,modificoudrasticamenteoprognósticodospacientesdiagnosticados comessasentidadesclínicas.Recentemente,oempregodorituximabenotratamentode pacientescomvasculitesANCAassociadasemensaiosclínicosrandomizadossemostrou umaopc¸ãoimportanteemcasosselecionados,especialmentepacientesrefratáriosou into-lerantesàterapia-padrãocomciclofosfamidaecorticosteroides.Opresenteartigotrazo relatodesetecasosdevasculitessistêmicascomtratamentobem-sucedidocomrituximabe. ©2015ElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.
Rituximab
as
an
alternative
for
patients
with
severe
systemic
vasculitis
refractory
to
conventional
therapy:
report
of
seven
cases
and
literature
review
Keywords:
Rituximab
Systemicvasculitides
Granulomatosiswithpolyangiitis
a
b
s
t
r
a
c
t
Thegreaterunderstandingofpathophysiologyandbehaviorofsystemicvasculitis,together with thedevelopmentoftherapeuticregimens withincreasinglybettersafety and effi-cacyprofiles,dramaticallychangedtheprognosisofpatientsdiagnosedwiththeseclinical entities.Recently,theuseofrituximabinthetreatmentofpatientswithANCA-associated
∗ Autorparacorrespondência.
E-mails:eutiliafreire@hotmail.com,leonrd0@hotmail.com(E.A.M.Freire). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2015.07.003
andcorticosteroids.Thisarticlepresentsthereportofsevencasesofsystemicvasculitis successfullytreatedwithrituximab.
©2015ElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
Aintroduc¸ãodosglicocorticoidese,posteriormente,da ciclo-fosfamida (CYC) na induc¸ão da remissão das vasculites sistêmicas(VS)modificoudramaticamenteoprognóstico des-ses pacientes e resultou em melhoria sintomática, altas taxas de remissão e aumento de sobrevida.1,2 No entanto,
umaporc¸ão significativados pacientes permanece refratá-riaouintoleranteàsterapiasconvencionais,3oquejustifica
o crescente interesse por novas opc¸ões terapêuticas mais segurase eficazes.Evidências recentes têm apontadopara umpapel crucialdos linfócitos Bno desenvolvimento das VS.4Orituximabe(RTX)éumanticorpomonoclonal
quimé-rico anti-célulasBCD20+ amplamenteusado nos linfomas de células B e, mais recentemente, tem sido empregado para diversas condic¸ões autoimunes em casos seleciona-dos.
RelatamossetecasosdepacientescomdiagnósticodeVS tratadosdeformabem-sucedidacomoRTX.
Relato
de
casos
Paciente1
Masculino,46anos,iniciouquadrodefebre,perdaponderal, vasculite pulmonar grave (fig. 1), glomerulonefrite pauci--imuneeneuropatiademembrosinferiores,comBirmingham VasculitisActivityScore(BVAS)=20eAntineutrophil Cytoplas-micAntibodies (ANCA)negativo.Conduzido sobahipótese diagnóstica de poliangeíte microscópica (PAM), submetido apulsoterapia de metilprednisolona (MP) seguida de ciclo-fosfamida,associados aprednisona40mg/dia.Evoluiucom hiperglicemiaehepatotoxicidade,foisuspensootratamento einiciadoRTX375mg/m2semanalporquatrosemanas.Após umanodotratamento,seguesemterapiademanutenc¸ãoe emremissãocompleta.
Paciente2
Feminina,31anos,apresentavaedemaecianosefixade extre-midades, poliartralgia, nódulos subcutâneos, isquemia de membrosefalênciarespiratóriaaguda(BVAS=15),com diag-nósticodepoliarteritenodosa(PAN)eHBsAgpositivohavia seisanos.Biópsiacutâneademonstravanecrosefibrinoidee infiltrac¸ãodevasosdemédiocalibre.Submetidaa pulsotera-piadeMPeCYCsemrespostasatisfatória.Inicioutratamento comduasdosesquinzenaisdeRTX1geapresentoumelhoria drástica.RecebeuinfusãoprofiláticadeRTXapósseismeses emantémremissãocompletasemusodecorticoides.
Paciente3
Masculino, 56 anos, admitido com artrite, nefrite, vascu-lite retiniana, nódulos pulmonares e neuropatia periférica (BVAS=17).Diagnósticodegranulomatosecom poliangeíte (GPA)haviatrêsanos,comcANCA1/40,refratárioasetepulsos deMPeCYC.Apósterapiaderesgatecomquatroinfusõesde semanaisRTX375mg/m2,apresentouremissãocompletada doenc¸aportrêsanoserecebeterapiademanutenc¸ãocomRTX semestral.
Paciente4
Feminina, 47 anos, com curso de febre, perda ponderal, hipoacusia,púrpurapalpável,glomerulonefriteehemoptise em três anos (BVAS de 38 à admissão), recebeu diagnós-ticodeGPA.Tomografiacomputadorizadadetóraxrevelava múltiplas cavitac¸ões pulmonares. Testes auxiliares e tera-pêutico negativos para tuberculose, com posterior infusão deRTXsemanalporquatrosemanas.Permaneceem remis-são completa do quadro há um ano, sem terapia de manutenc¸ão.
Paciente5
Masculino, 26 anos, apresentou início de perda ponderal, artrite, sinusite, conjuntivite e dor abdominal havia cinco meses(BVAS=12),pANCA1/20.Afastadosdiagnósticos dife-renciais, foi conduzido como GPA e iniciou duas infusões quinzenaisde RTX. Optou-seporesquema demanutenc¸ão cominfusõessemestraisdeRTX.
Paciente6
Masculino, 24anos,commanifestac¸õesdenefriteebiópsia querevelavaglomerulonefritepauci-imune,compatívelcom diagnósticodePAM,refratárioamúltiplospulsosdeMPeCYC aolongodecincoanos.Iniciouesquemadequatroinfusões semanaisdeRTX,comBVASinicial12,eatingiuremissão com-pleta.Foramprogramadasinfusõessemestraiscomoesquema demanutenc¸ão.
Paciente7
Figura1–Reconstruc¸ãocoronaldetomografiacomputadorizadadetóraxdopaciente1.A)Imagemantesdoiníciodo tratamentoqueevidenciamopacificac¸õesdifusascompatíveiscomcapilaritepulmonarhemorrágica.B)Imagemapóso tratamentocomrituximabequedemonstramregressãodaslesões.
Discussão
Asvasculitessistêmicas(VS)constituemumgrupo heterogê-neodecondic¸õescujomarcoprincipaléainflamac¸ãoprimária eodanoaosvasossanguíneos,comsubsequenteisquemia teciduale/ouhemorragiavascular.Diversassãoascondic¸ões queseencaixamnesseperfilclínico-patológico,acometendo comintensidadevariávelvasosdediferentescalibresem dife-rentessistemasorgânicos.5
Dentreoscasosdescritos,forampropostososdiagnósticos dePAMparaospacientes1,6e7eospacientes3,4e5 recebe-ramodiagnósticodeGPA,enquantoapaciente2foiconduzida soba hipótesede PAN. EmboraaGPA ePAMsejam classi-camentereferidascomovasculites ANCA-associadas(VAA), ospacientes1,4e6apresentavamANCAnegativo,um fenó-tipotambémreferidocomovasculitesoronegativaporalguns autoresequeenvolve10%doscasos.5
AsVSsãobemreconhecidaspeloseupotencialde gravi-dade,apresentam muitasvezes evoluc¸ão aceleradae óbito quandonãotratadas adequadamente.Antes daintroduc¸ão deterapiaseficazesparaasVS,ataxadesobrevidaemcinco anosgiravaemtornodeaté10%,emcontrastecomosmais de80% relatadosna literaturaapósa introduc¸ãodaCYC e corticosteroides.1,2
Otratamento com CYC, no entanto, não estáisento de eventos adversos graves, tais como mielossupressão (2%), infecc¸ões(46%),neoplasias(2,8%)einfertilidade(57%).6Além
disso,oriscoderecidivaemcincoanosparapacientes ade-quadamentetratadoséde38%.3Oatualcenáriomotivouum
crescenteinteresse pornovosagentes terapêuticospara as VSparausocomoagentedeescolhaouopc¸ãoemcasosbem selecionados.
Evidênciasapontamparaumpapelpatogênicobem esta-belecido das células B no desenvolvimento de doenc¸as autoimunes.Dentreos mecanismos propostosestão ofato dequeascélulasBsãoprecursorasdosplasmócitos produ-toresdeANCA,alémdaproduc¸ãodecitocinasimportantesno
desenvolvimentodahiperatividadedecélulasTeestímuloà proliferac¸ãoeativac¸ãodeneutrófilos.4Essesfatores
constituí-ramapremissaparaestudosexperimentaisqueavaliarama respostaterapêuticadepacientescomVSsubmetidosà infu-sãodoRTX.
O RTX é um anticorpo monoclonalquimérico anticélu-lasBCD20+queinduzseletivamenteàdeplec¸ãodecélulas B por meio de estímulo direto à apoptose, citotoxicidade dependente de anticorpos e citotoxicidade dependente do complemento.7 O primeiro relato sobre o uso do RTX na
induc¸ãodaremissãodeumaVSfoipublicadoem2001,por Specketal.8Desdeentãomúltiplosrelatosdecasoseensaios
clínicosforampublicados,incluindodoisgrandesensaios con-troladosquecomprovaramanãoinferioridadedaterapiade induc¸ãocomoRTXemrelac¸ãoàterapiaconvencionalcom CYC:RITUXVASeRAVE.9,10OestudoRITUXVASfoipublicado
em2010porJones etal.,incluiu44pacientescom diagnós-ticorecentedeVAAcomenvolvimentorenal,semtratamento prévio,randomizadosentreosgruposdaCYCeoRTX.9 Os
resultados doestudoRAVEforam recentementepublicados porSpecketal.eincluíram197pacientesnumensaio mul-ticêntrico, randomizado eduplo-cego de não inferioridade. ComparouoRTXcomCYCdiáriaoralnainduc¸ãodaremissão dasVAA.10Concluiu-sequeoRTXnãoéinferioràCYCpara
induc¸ãodaremissão9,10eaparentasermaiseficazemcasos
derecidiva.10Porém,aocontráriodoqueseantecipava,não
foramencontradasdiferenc¸assignificativasentreosíndices deeventosadversosgravesentreosdoisgrupos.10
tratamentoinicialcomRTX.Outrassituac¸õesemqueaCYC deveserevitadaincluemaltadoseacumulada, hipersensibili-dadeealtoriscodeneoplasias.3,11Outraindicac¸ãoconsistente
doRTX éa terapia de resgate empacientes refratários ao tratamentoconvencionalporintolerânciaouresposta insa-tisfatória,incidentesem13-30%doscasos,11aexemplodos
pacientes1,2,3e7aquidescritos,oprimeirodevidoà intole-rânciaaoesquemaeosdemaisporrespostasinsatisfatória.A paciente4recebeutratamentoinicialcompulsodecorticoide eesquemaempíricoparatuberculoseporduassemanas,com evoluc¸ãograve,efoisubmetidaàinduc¸ãocomRTX. Aparen-tementeoRTXapresentamelhoresresultadosnospacientes comdoenc¸arecidivanteepodeserrecomendadocomo pri-meiraescolhanessescasos.11
Ospacientes1,3,4,6e7foramsubmetidosaquatro infu-sõesdeRTX,375mg/m2pordose,espac¸adosporumasemana, enquantoospacientes2e5receberamoesquemadeduas infusõesde1gcom intervalode15dias. Diferentes esque-masdeinfusãopodemserusadosparainduc¸ãodaremissão empacientescomVS.Asmaioresevidênciassereferemao protocolo para linfoma, de 375mg/m2/semana por quatro semanas,usadopelamaioriadosestudos,inclusive RITUX-VAS eRAVE.9,10 Uma minoria dosautores usouoesquema
habitualmenteempregadonaartritereumatoide,queinfunde duasdosesde 1gintravenosocom intervalode15 dias.Os protocolosusadosparalinfomaeartritereumatoideparecem ser igualmente eficazes nas VAA e não inferiores à tera-pia convencional.11 Um estudo multicêntrico retrospectivo
com 65 pacientes conduzido por Jones et al. não demons-troudiferenc¸asignificativaentreastaxas deremissãopara osdoisesquemas(81%noprotocoloparalinfomacontra75% noprotocoloparaartritereumatoide).11
Apesardejáexistiremevidênciasconvincentesdequeo RTXconstituiumaopc¸ãoeficaznotratamentodeinduc¸ãoe manutenc¸ãodaremissãodeVAA,aindaéincertooseupapel empacientescomVSANCAnegativas.Ofatodemesmoos pacientes1,4,6aquidescritoserelatosanteriores,12,13todos
com ANCAnegativo, teremapresentadoresposta satisfató-riaduranteaterapiadeinduc¸ãosugerequeoRTXpodeter seupapelmesmonaausênciadessesanticorposeatuarpor meiodeoutrosmecanismospatogênicosrelacionadosa célu-lasB,aexemplodeumapossívelinfluênciasobreoprocesso deapresentac¸ãodeantígenoseacoestimulac¸ãodecélulasT dependentedecélulasB.7
Evidências menos marcantes vêm sendo apresentadas quantoaopapeldoRTXnotratamentodepacientescom diag-nósticodePAN.Estudossugeremquenamaioriadoscasosa patogênesedaPANestáassociadaàdeposic¸ãode imunocom-plexoscirculantese/ouformac¸ãovascularinsitu,compostos pelo antígeno HBe e anticorpos específicos. Esses fatores então induziriamàativac¸ão da cascatadocomplementoe recrutamentode neutrófilosemonócitos.5 Aintroduc¸ãodo
RTXcomo possível agente terapêutico para pacientes com PANsebaseia,portanto,nadeplec¸ãodecélulasB produto-rasdeanticorpos.7Aindanãoestãodisponíveisnaliteratura
informac¸õessobre ensaios randomizadosque comparem a terapiadeinduc¸ãopadrãocomoRTXempacientes portado-resdePAN,emborarelatosisoladosapontempararesultados
gravededoenc¸arefratáriaaterapiaconvencional,com neces-sidade deinternac¸ãoemunidadedeterapia intensivapara apoioventilatórioehemodinâmico.
O conhecimento atual de terapias para induc¸ão da remissão de VS aponta para a constante necessidade de desenvolvimentoderegimescadavezmaiseficazese segu-ros. Comaintroduc¸ãodoRTXcomo umaopc¸ãoàCYCem casosrefratáriosounaquelesemqueaterapiaconvencional deveserevitada,houveumaumentosignificativonastaxas deinduc¸ãoderemissãobem-sucedida.Noentanto,os even-tosadversosassociadosaosregimesdisponíveisemcurtoe longoprazocontinuamaserumapreocupac¸ãoimportante. Oscasosaquidescritoscorroboramosdadosencontradosna literatura.ORTXéumaboaopc¸ãoparainduc¸ãodaremissão empacientesrefratáriosouqueapresentemcontraindicac¸ão aoesquemacomCYC.Ensaiosrandomizadoscomamostras representativasserão necessários paraconfirmar hipóteses sobreeficáciaeseguranc¸adoRTXempacientescomPANou GPAePAMANCA-negativos.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramaausênciadeconflitosdeinteresse.
r
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
s
1.LhoteF,CohenP,GuillevinL.Polyarteritisnodosa, microscopicpolyangiitisandChurg-Strausssyndrome. Lupus.1998;7:238–58.
2.FauciAS,WolffSM.Wegener’sgranulomatosis:studiesin eighteenpatientsandareviewoftheliterature.Medicine (Baltimore).1994;73(6):315–24.
3.AlbericiF,JayneDR.Impactofrituximabtrialsonthe treatmentofANCA-associatedvasculitis.NephrolDial Transplant.2014;29(6):1151–9.
4.DornerT,JacobiAM,LipskyPE.Bcellsinautoimmunity. ArthritisResTher.2009;11(5):247–56.
5.LangfordCA,FauciAS.Thevasculitissyndromes.In:Longo DL,etal.,editors.Harrison’sPrinciplesOfInternalMedicine. 18ed.NewYork:McGraw-Hill;2012.p.2785–801.
6.HoffmanGS,KerrGS,LeavittRY,HallahanCW,LebovicsRS, TravisWD,etal.Wegenergranulomatosis:ananalysis of158patients.AnnInternMed.1992;116(6):488–98.
7.WeinerGJ.Rituximab:mechanismsofaction.SeminHematol. 2010;47:115–23.
8.SpecksU,FervenzaFC,McDonaldTJ,HoganMC.Responseof Wegener’sgranulomatosistoanti-CD20chimericmonoclonal antibodytherapy.ArthritisRheum.2001;44:2836–40.
9.JonesRB,TervaertJW,HauserT,LuqmaniR,MorganMD,Peh CA,etal.Rituximabversuscyclophosphamidefor
ANCA-associatedrenalvasculitis.NEnglJMed. 2010;363(3):211–20.
10.SpeckU,MerkelPA,SeoP,SpieraR,LangfordCA,HoffmanGS, etal.EfficacyofRemission-InductionRegimensfor
ANCA-AssociatedVasculitis.NEnglJMed.2013;369(5):417–27. 11.GuerryMC,BroganP,BruceIN,D’CruzDP,HarperL,Luqmani
12.HughesJ,BarkhoudarianG,CiarliniP,LawsER,ModyE, InzucchiSE,etal.Refractorypituitarygranulomatosiswith polyangiitis(Wegener’s)treatedwithrituximab.EndocrPract. 2013;19(1):e1–7.
13.KhanA,LawsonCA,QuinnMA,IsdaleAH,GreenM. SuccessfultreatmentofAnca-negativeWegener’s granulomatosiswithrituximab.IntJRheumatol. 2010;2010:846063.
14.SonomotoK,MiyamuraT,WatanabeH,TakahamaS, NakamuraM,AndoH,etal.Acaseofpolyarteritisnodosa successfullytreatedbyrituximab.NihonRinshoMeneki GakkaiKaishi.2008;31(2):119–23.