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Contaminação de canteiros da orla marítima do Município de Praia Grande, São Paulo, por ovos de Ancylostoma e Toxocara em fezes de cães.

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1 9 9

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 3 8 ( 2 ) :1 9 9 -2 0 1 , mar-abr, 2 0 0 5

COMUNICAÇÃO/COMMUNICATION

Contaminação de canteiros da orla marítima do Município de

Praia Grande, São Paulo, por ovos de

An cylostoma

e

Toxocara

em fezes de cães

Contamination of public gardens along seafront of Praia Grande City, São Paulo,

Brazil, by eggs of Ancylo sto m a

and To xo ca ra

in dogs feces

João Manoel de Castro

1,2

, Sérgio Vieira dos Santos

1

e Nabor Alves Monteiro

2

RESUMO

Ava li o u - se a c o n ta m i n a ç ã o d o s c a n te i ro s d a o rla m a rí ti m a d e Pra i a Gra n d e , SP, Bra si l, p o r o vo s d e Ancylo sto ma e

To xo c ar a, e m a m o stra s d e f e ze s d e c ã e s. Do to ta l d a s a m o stra s a n a li sa d a s, 4 5 ,9 % e sta va m c o n ta m i n a d a s p o r o vo s d e

Anc ylo sto ma e 1 ,2 % c o m o vo s d e To xo c ar a.

Pal avr as-chave s: Anc ylo sto ma. To xo c ar a. Fe ze s. Cã e s. La rva m i gra n s.

ABSTRACT

Co n ta m i n a ti o n o f th e la w n s a n d f lo w e r b e d s a lo n g th e se a f ro n t o f Pra i a Gra n d e , SP, Bra zi l, b y e ggs o f Ancylo sto ma a n d To xo c ar a i n f e c a l sa m p le s o f d o gs w a s e va lu a te d . Of th e to ta l sa m p le s a n a lyz e d , 4 5 .9 % w e re c o n ta m i n a te d w i th

Anc ylo sto m a e ggs a n d 1 .2 % w i th To xo c ar a e ggs.

Ke y-words:Anc ylo sto ma. To xo c ar a. Fe c e s. Do gs. Mi gra n s la rva e .

1 . Unive r sidade Paulista, São Paulo , SP. 2 . Unive r sidade Guar ulho s, Guar ulho s, SP.

En de r e ço par a cor r e spon dê n ci a: Pr o f. J o ão Mano e l de Castr o . Rua do s Camar é s 2 4 , 0 2 0 6 8 - 0 3 0 São Paulo , SP, B r asil. e - mail: j mc astr o . ve t@ uo l. c o m. b r

Re c e b ido par a pub lic aç ão e m 2 1 /9 /2 0 0 4 Ac e ito e m 1 3 /1 2 /2 0 0 4

A contaminação de praças públicas por fezes de cães constitui um pr o b lema de Saúde Púb lic a, devido à po ssib ilidade de

transmissão de zoonoses, espec ialmente a larva migrans visc eral

( LMV) e a larva migrans c utânea ( LMC) , c ausadas por To xo ca ra

e Ancylo sto m a, respec tivamente2. Nos últimos anos, no Brasil,

c ontamos c om apenas alguns levantamentos isolados sobre o

grau de c ontaminaç ão c om ovos de Ancylo sto m a e To xo ca ra

em áreas públic as e alguns em áreas de rec reaç ão esc olares,

entretanto, todos demonstram um potenc ial risc o de transmissão

desses agentes a populaç ão humana2 5 1 0 1 1.

Epide m io lo gic a m e n te , é r e le va n te c o n s ide r a r q ue o

Munic ípio de Pr aia Gr ande é uma e stânc ia b alne ár ia tur ístic a

do lito r al sul do Estado de São Paulo , c uj a po pulaç ão é

bastante flutuante devido fluxo de turistas que visitam a c idade nos finais de semana ou férias esc olares. Os turistas c ostumam

viaj ar c o m se us c ãe s e le vá-lo s par a passe ar no c alç adão da

o r la mar ítima, o nde o s animais utilizam o s c ante ir o s par a

de fe c ar e ur inar, se m que o s pr o pr ie tár io s r e c o lham as fe ze s.

Adulto s e c rianç as c o stumam utilizar o s c anteiro s do c alç adão par a limpar o s pé s de ar e ia o u me smo se ntar o u de itar par a

de s c a ns a r. O o b j e tivo do pr e s e nte tr a b a lho fo i a va lia r a

o c o r r ê nc ia de age nte s de lar va migr ans e m fe ze s de c ãe s

c o le tadas de c ante ir o s da o r la mar ítima de Pr aia Gr ande

atr avé s da fr e qüê nc ia de iso lame nto de o vo s de An c ylo sto m a

e To x o c a ra.

Foram c olhidas 2 5 7 amostras de fezes de c ães, c om aspec to

de não r e sse c adas, de c ante ir o s de duas e xtr e midade s do

c alç adão da orla marítima do munic ípio de Praia Grande, Estado de São Paulo, Brasil, no período de agosto de 2 0 0 1 a julho de

2 0 0 2 . Durante os meses de primavera e verão, foram c olhidas

1 2 9 amostras, sendo, 4 9 amostras c olhidas no Canto do Forte e

8 0 amostras c olhidas entre Cidade Oc ian e Vila Mirim. Durante os meses de outono e inverno foram c olhidas 1 2 8 amostras,

sendo, 4 4 amostras c olhidas no Canto do Forte e 8 4 amostras

c olhidas entre Cidade Oc ian e Vila Mirim. O perc urso perc orrido

(2)

2 0 0

Castr o JM e t al

Figu ra 1 - Fre qü ê n cia de ovos de Ancylostoma e Toxocar a e m am ostras de fe ze s de cãe s colhidas e m can te iros da orla m arítim a do Mu n icípio de Praia Gran de – SP, n o pe ríodo de agosto/2 0 0 1 a agosto/2 0 0 2 .

ve ze s me no r q ue o pe r c ur so pe r c o r r ido pa r a c o le ta r a s

amo str as de Cidade Oc ian e Vila Mir im.

As amostras foram colhidas com auxílio de sacos plásticos

individuais, ar maze nadas e m iso po r c o m ge lo r e c ic láve l e

encaminhadas ao laboratório onde foram mantidas sob refrigeração

até o momento do processamento pelo método de Willis – Mollay8.

O pe r c e ntual to tal de fr e qüê nc ia de o vo s de An c ylo sto m a

e To x o c a ra, inde pe nde nte do lo c al de c o le ta e da e staç ão do a n o , e n c o n tr a - s e r e pr e s e n ta do n a Figur a 1 .

Ap l i c a n do - s e o te s te de

signific ânc ia da diferenç a de duas

pr o po r ç õ e s, ve r ific o u-se q ue as

diferenças encontradas nas analises das fezes c olhidas nos meses de

primavera/verão e outono/inverno

d a s d u a s l o c a l i d a d e s , n ã o s ã o

e s ta ti s ti c a m e n te s i gn i fi c a n te s

(p = 0 , 0 1 ) , c onforme demonstra

a Tabela 1 . Das amostras c olhidas

durante o s meses de primavera/

ve r ão no Canto do Fo r te , 4 6 ,9 % ( 2 3 /4 9 ) fo r a m p o s i ti va s p a r a

o vo s de An c ylo sto m a e ne nhuma

( 0 /4 9 ) fo i po sitiva par a o vo s de

To xo ca ra. Nesta mesma localidade, nos meses de outono/inverno, 5 0 %

( 2 2 /4 4 ) fo r a m p o s i ti va s p a r a

Anc ylo sto m a e nenhuma ( 0 /4 4 )

foi positiva para ovos de To xo ca ra.

Da s a m o str a s c o lhida s dur a nte o s m e s e s d e p r i m a ve r a /ve r ã o

e ntr e Cidade Oc ian e Vila Mir im,

5 1 , 2 % ( 4 1 /8 0 ) fo r am po sitivas

pa r a o vo s de An c ylo s to m a e

nenhuma ( 0 /8 0 ) foi positiva para

o vo s de To xo c a ra. Nesta mesma

loc alidade, nos meses de outono/ inve r no , 3 8 , 1 % ( 3 2 /8 4 ) fo r a m

positivas para Ancylo sto m a e 3 ,6 %

( 3 /8 4 ) foram positivas para ovos de

To xo ca ra.

Procurou-se analisar a freqüência

de ocorrência de ovos de Ancylostom a

e Toxocara em amostras de fezes de

cães e não em amostras de solo como

é fr e q üe nte me nte r e alizado po r

diversos autores 4 5 1 0 1 1. Ao proceder

a analise das fezes, indiretamente

po de-se prever a possibilidade de

c ontaminaç ão do solo, c onforme

sugerem Araújo et al2, que avaliaram

a contaminação de praç as públic as

de Campo Gr ande , Mato Gr o sso

do Sul, po r o vo s de To xo c a ra e

An c ylo sto m a em fezes de c ães.

Mu i to s a u to r e s tê m p r o c u r a do a va l i a r o gr a u de

c ontaminaç ão de solos de ambientes públic os apenas por ovos

de To xo c a ra, sendo meno r o inter esse pela c o ntaminaç ão

ambiental por ovos ou larvas de An c ylo sto m a, fic ando este

geralmente restrito a oc orrênc ia em esc olas1 5 1 0. Da mesma

maneira, se desc onhec em dados sobre a prevalênc ia de LMC

em atendimentos c línic os no Brasil, sendo somente public ados

alguns pouc os c asos de surtos em escolares1 9. A alta freqüência

de ocorrência de amostras de fezes positivas para Ancylo sto m a

neste trabalho, concorda com diversos autores que estudaram a

prevalência de parasitas em fezes de cães em diversas regiões do

país3 6 7. Esse fato somado à reconhecida alta infectividade das

larvas de Ancylo sto m a, sugere que a ocorrência de LMC em nosso

meio deve ser alta, porém negligenciada pela Saúde Pública.

A oc orrênc ia de ovos de To xo ca ra enc ontrados nas amostras

de fezes analisadas neste trabalho foi baixa, disc ordando da

prevalênc ia enc ontrada por diversos autores que analisaram

am o str as de so lo de pr aç as púb lic as no B r asil2 4 1 1. Essa

disc ordânc ia pode ser devido à elevada resistênc ia ambiental

do s o vo s de To xo c a ra, que po r po ssuír em par ede espessa

protegem a larva infec tante, permitindo seu ac úmulo no solo por longos períodos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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