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Tipos de Relacionamento (produtor-indústria) e Desempenho na Indústria de Celulose

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Insper Instituto de Ensino e Pesquisa

Programa de Mestrado Profissional em Administração

Renan Okumura Germiliano Godoy

Tipos de Relacionamento (produtor-indústria) e

Desempenho na Indústria de Celulose

São Paulo

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Renan Okumura Germiliano Godoy

Tipos de Relacionamento (produtor-indústria) e

Desempenho na Indústria de Celulose

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Administração do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Administração.

Área de concentração: Estratégia

Orientador: Prof. Dr. André Luís de Castro Moura Duarte – Insper

São Paulo

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Godoy, Renan Okumura Germiliano

Tipos de Relacionamento (produtor-indústria) e Desempenho na Indústria de Celulose / Renan Okumura Germiliano Godoy; orientador: André Luís de Castro Moura Duarte – São Paulo: Insper, 2015.

78 f.

Dissertação (Mestrado – Programa de Mestrado Profissional em Administração. Área de Concentração: Estratégia) – Insper Instituto de Ensino e Pesquisa.

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Renan Okumura Germiliano Godoy

Tipos de relacionamento (produtor-indústria) e desempenho na indústria de celulose

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Administração do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração.

Área de concentração: Estratégia

Aprovado em: 24/07/2015

Banca Examinadora

Profº. Dr. André Luís de Castro Moura Duarte Orientador

Instituição: INSPER Assinatura: _________________________

Profº. Dr. Flávio Romero Macau

Instituição: INSPER Assinatura: _________________________

Profª. Dra. Susana Pereira

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AGRADECIMENTOS

Ao professor e orientador, André Luís de Castro Moura Duarte, pela paciência, compreensão e disponibilidade na orientação dessa dissertação.

Aos meus pais - Moisés e Elizabeth – e irmãos – Gustavo e Victor - pela dedicação e amor que me inspiraram todos esses anos e me fizeram chegar até aqui.

À Aline, minha companheira, pelo apoio, compreensão e carinho durante a realização deste curso.

Aos meus amigos, Waren, Marcos e Bruno, por sempre me apoiar e incentivar em todas as áreas da minha vida.

Ao meu amigo e chefe, Flávio Pinheiro pela paciência e suporte ao longo dos últimos dois anos tornando possível a realização deste curso.

Aos colaboradores da empresa-alvo pelo tempo proporcionado e disponibilização das informações.

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RESUMO

GODOY, Renan Okumura Germiliano. Tipos de relacionamento (produtor-indústria) e desempenho na indústria de celulose, 2015. 78 f. Dissertação (Mestrado) – Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, São Paulo, 2015.

O presente trabalho analisa os tipos de relacionamento (produtor-indústria) e desempenho na indústria de celulose. Nesse segmento há desde modelos integrados verticalmente até operações praticamente baseadas no mercado, na qual, procurou-se avaliar as respectivas características, diferenças na produtividade, e, se a escolha dos modelos teve fundamentos na teoria dos custos de transação. Para o desenvolvimento do trabalho, foram utilizados dados de 2013 da empresa-alvo e realizadas análises descritivas e estatísticas através da análise multivariada da variância (MANOVA) e regressão linear múltipla via modelo de equações simultâneas. Em uma das unidades da empresa-alvo, os resultados indicam elevação do ∆ produtividade em tipos de relacionamento em direção à integração vertical na qual, pode ser explicado pelo maior grau de modernidade em equipamentos e processos em modalidades mais verticalmente integradas. Entretanto, os resultados indicaram influência parcial da teoria dos custos de transação na escolha dos tipos de relacionamentos face às características das fazendas. O trabalho procura evoluir na identificação do balanço mais efetivo entre integração vertical e terceirização para alavancar benefícios e reduzir custos, na qual, os resultados apresentam ganhos em modalidades mais integradas verticalmente, porém, tendo a ressalva em não desconsiderar potenciais benefícios em futuras negociações (acordos com valores abaixo da referência utilizada) em tipos de relacionamentos próximos da plena terceirização.

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ABSTRACT

GODOY, Renan Okumura Germiliano. Kinds of Relationships (Producer-Industry) and Performance in Pulp Industry, 2015. 78 f. Dissertation (Mastership) – Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, São Paulo, 2015.

This current paper analyzes the types of relationship (producer industry) and performance in the pulp industry. In this segment, it was considered since integrated operations models to operations models based on the market, in which, it was aimed to evaluate their characteristics, differences in productivity and the impact of transaction costs approach in the choice of models. For paper development, it was used company’s information 2013 based on the target company and it carried out descriptive, and statistical analyzes through multivariate analysis of variance (MANOVA) and multiple linear regression by simultaneous equations model. In one of the studied company's units, the results indicate elevation of ∆ productivity in types of relationship towards vertical integration, in which, the highest-level modernity in equipment and processes in modalities vertically more integrated can explain it. However, the results indicated a partial influence of transaction costs theory for choosing the type of relationships considering farms characteristics. The paper seeks to evolve in the analyze to identifying the most effective balance between vertical integration and outsourcing, in order to leverage benefits and reduce costs, in which, the results present gains in modalities vertically more integrated, nevertheless, highlighting potential benefits in future negotiations (agreements with values below the reference used) in types of relationships in direction of outsourcing.

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SUMÁRIO EXECUTIVO

Identificar alternativas para a expansão da indústria da celulose é essencial para a manutenção do protagonismo brasileiro no segmento, vide a relevância do setor ilustrada pela significativa participação no produto interno bruto, arrecadação tributária e ser fonte de divisas na balança comercial em virtude do caráter exportador dos principais players.

Dessa forma, a questão de pesquisa originou-se pelo desafio da indústria brasileira de celulose em manter-se competitiva, vis a vis a elevação no custo da terra impactar diretamente no custo de produção, devido o setor possuir grande volume de capital investido, refletido através da propriedade de fazendas para plantio de eucalipto, investimentos durante o ciclo de evolução da madeira e significativo tempo para recuperação do aporte inicial (ciclo médio de sete anos entre plantio e venda do produto final).

Em paralelo, observou-se a ampliação dos tipos de relacionamento para suprimento de madeira adotados nessa indústria e na ausência de trabalhos que esclarecessem quais aspectos influenciam na escolha das mesmas. Além disso, outro motivador para a pesquisa foi à constatação do ineditismo de estudos que abordassem a produtividade como vetor para redução da área total necessária na produção de madeira.

Assim, o objetivo do trabalho visa contribuir na tomada de decisão para a escolha dessas modalidades, mediante o estudo do tipo de relacionamento entre produtores e indústria que resultem em uma maior produtividade no campo, e, mediante análise das variáveis das fazendas como fatores explicativos na escolha de tais relacionamentos pela empresa-alvo. Os métodos estatísticos adotados foram a Análise Multivariada da Variância (MANOVA) e a Regressão Linear Múltipla via Modelo de Equações Simultâneas

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Tipos de Relacionamento e Fronteiras Verticais II ... 38

Tabela 02 – Apresentação dos Modelos dos Testes de Hipóteses ... 48

Tabela 03 – Médias, Desvios-Padrão e Análise de Correlação H1 (Jacareí) ... 52

Tabela 04 – Médias, Desvios-Padrão e Análise de Correlação H1 (Três Lagoas) ... 53

Tabela 05 – Resultados da Análise de Regressão Jacareí – Modelo H1 (Variável Dependente = Produtividade) ... 59

Tabela 06 – Resultados da Análise de Regressão Três Lagoas – Modelo H1 (Variável Dependente = Produtividade) ... 60

Tabela 07 – Resultados da Análise de Regressão Jacareí – Modelo H2 (Variável Dependente = Integração Vertical) ... 62

Tabela 08 – Resultados da Análise de Regressão Três Lagoas – Modelo H2 (Variável Dependente = Integração Vertical) ... 69

Tabela 09 - Análise da produtividade média por tipo de relacionamento (Jacareí) ... 77

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Portfólio de relações com fornecedores a partir da centralidade da

atividade e custos de transação... 22

Figura 02 – Ranking dos Países Produtores de Celulose em 2013 ... 31

Figura 03 – Destino das Exportações Brasileiras de Celulose em 2013 (%) ... 32

Figura 04 – Benchmarking - Custo de Produção de Madeira de Processo em 2012 ... 33

Figura 05 – Tipos de Relacionamento e Fronteiras Verticais I ... 35

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Preço Médio da Terra (Reais por Hectare) ... 54

Gráfico 02 – Tipo de Relacionamento Jacareí – Número e Área Média por Fazenda

(Hectare) ... 55

Gráfico 03 – Tipo de Relacionamento Três Lagoas - Número e Área Média por Fazenda (Hectare) ... 56

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 13

1.1. Objetivos do Trabalho ….………...………. 15

1.2. Estrutura do Trabalho...……...….….... 17

2. REVISÃO DE LITERATURA ... 18

2.1. Integração Vertical e Terceirização ………...……. 18

2.2. Teoria dos Custos de Transação ………...…. 23

2.3. Formas Plurais... 27

3. A INDÚSTRIA DE CELULOSE ... 30

3.1. Modelos Adotados para Suprimento de Madeira……...…...….… 35

3.2. Descrição da Empresa-Alvo ... 40

3.3. Hipóteses do Trabalho...……...…...….… 41

3.3.1. Produtividade das Fazendas ...……….;;...……… 41

3.3.2. Tipos de Relacionamentos ...……...… 42

4. METODOLOGIA ... 45

4.1. Variáveis Dependentes ... 46

4.2. Variáveis Independentes ... 46

4.3. Variáveis de Controle ... 47

4.4. Métodos de Estimação ... 49

5. RESULTADOS ... 51

5.1. Análise Descritiva ... 51

5.2. Análise Econométrica ... 58

5.2.1. Produtividade ... 58

5.2.2. Grau de Integração Vertical ... 60

6. CONCLUSÃO ... 66

7. REFERÊNCIAS ... 69

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1 INTRODUÇÃO

Este estudo procura contribuir no entendimento dos fatores que regem as escolhas do modelo de suprimento de madeira em uma empresa de celulose

partindo de modelos análogos a integração vertical (florestas próprias) até formatos próximos a terceirização (fomento). Dessa forma, o objetivo do trabalho é entender se existe um tipo de relacionamento entre produtores e indústria que resultem em uma maior produtividade no campo, e, além disso, avaliar se as variáveis das fazendas explicam a escolha de tais relacionamentos pela empresa objeto do estudo (empresa-alvo).

Em linha ao proposto, a primeira análise visa comparar os resultados das variáveis e a eficiência técnica (produtividade por hectare real vs produtividade esperada da terra) das fazendas por tipo de relacionamento adotado. Posteriormente, procura-se avaliar se houve algum tipo de estratégia fundamentada na teoria dos custos de transação para escolha do tipo de parceria/relacionamento por parte da empresa-alvo.

Essa empresa é uma das maiores organizações do setor de celulose, com fazendas produtoras de eucalipto localizadas no estado do Espírito Santo, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul – as fazendas dos dois últimos estados responsáveis por aproximadamente 70% do total de madeira utilizados pela organização em questão, e, base para esse trabalho.

A questão de pesquisa originou-se pelo desafio da indústria brasileira de

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Em consonância, foi observada ausência de trabalhos que esclarecessem quais variáveis influenciam na escolha do tipo de relacionamento para suprimento de

madeira em organizações produtoras de celulose. Outrossim, foi observado o ineditismo de estudos que abordem esse tema em tal segmento, da

representatividade da indústria de celulose no cenário econômico nacional, e, finalmente, da produtividade como um dos principais vetores para a redução da área necessária para produção de madeira.

Sob o ponto de vista teórico, esse trabalho está alicerçado na teoria dos custos de transação (Coase, 1937; Williamson 1991). Entretanto visto a empresa-alvo estar inserida no contexto de “Make or Buy Decision”, em que a mesma atividade é efetuada de forma interna e externa à firma (formas plurais), para melhor compreensão, serão descritos inicialmente os conceitos, aplicações, virtudes e fragilidades quanto à integração vertical e terceirização, com intuito em relacionar o presente trabalho às formas plurais e a relação da mesma com a teoria de custos de transação.

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1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO

Toda pesquisa se inicia com a ocorrência de algum problema ou indagação. Entretanto, para afirmar isso, torna-se necessário elucidar o significado do termo.

Dessa forma, um problema científico é qualquer situação não solvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento. Tal problema é de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser testadas, observadas, manipuladas (GIL, 1999; LAKATOS, 1987; MARCONI, 1993).

Nas pesquisas das ciências sociais aplicadas, o objetivo geral para resolução de problemas foca em questões globais e abrangentes sobre o assunto. A aplicação com funções instrumentais que permitem relacionar as informações com determinadas questões de pesquisa, e, emprega-se a situações particulares elevando o grau de especificidade, estão relacionados aos objetivos específicos do trabalho (LAKATOS, 1987).

Portanto, o presente trabalho origina-se pelo trade off nas organizações da indústria de celulose, expresso na busca pela redução de custos versus investimento em ativos florestais - compra de terras, cultivo e plantação de mudas, custos para crescimento das florestas, custos administrativos, entre outros - para garantir o suprimento de madeira (principal matéria-prima desse segmento).

Para maior entendimento, o comprometimento de recursos financeiros em ativos florestais com baixa liquidez (valor das terras e o tempo de ciclo da madeira) pressiona as companhias de celulose na busca por alternativas ao suprimento de

madeira que ofereçam benefícios ao negócio, por meio de tipos de relacionamento entre a integração vertical e o uso do mercado que possibilitem à perenidade do negócio junto aos acionistas e demais stakeholders.

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De forma específica, os objetivos do estudo consistem em:

1. Para suprimento de madeira, descrever os tipos de relacionamentos e respectivas características adotadas pelas empresas de celulose.

2. Identificar se há diferença na produtividade por tipo de relacionamento adotado. A análise ocorrerá inicialmente para a produtividade real, e, caso a mesma não seja significativa ou conclusiva, será utilizada a diferença entre a produtividade real versus esperada. É esperado ainda, avaliar se o tipo de relacionamento adotado explica tais resultados.

3. Constatar se a decisão sobre quais tipos de relacionamentos adotados pela empresa-alvo foi fundamentada na teoria dos custos de transação. Neste caso se espera que essa empresa adote relacionamentos mais próximos quanto maior o custo de transação.

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1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este estudo está estruturado em sete capítulos: introdução, revisão bibliográfica, a indústria da celulose, metodologia, resultados, conclusão e revisão

bibliográfica.

A primeira seção deste trabalho faz uma introdução geral, em que ocorre a apresentação do tema, apresenta a justificativa de pesquisa e a definição do problema, e, estabelece os objetivos gerais e específicos desta dissertação.

Em seguida, a segunda seção procede-se o relacionamento do presente estudo nos conceitos acadêmicos que permeiam o tema, especificamente: Integração Vertical, Formas Plurais e Teoria dos Custos de Transação. Nessa última, especificamente, serão aprofundados conceitos, características, aplicações, na qual, ao término serão ilustradas as aplicações ao estudo de caso analisado que podem ter norteado as decisões pela escolha de determinado tipo de relacionamento.

O terceiro capítulo descreve o contexto da indústria da celulose, listando os principais players, países produtores, destinos das exportações brasileiras, tipos de relacionamento utilizados para suprimento de madeira, breve descrição da empresa-alvo e hipóteses - em complemento, é nessa seção que consta a resposta para o objetivo 1. O quarto capítulo descreve a metodologia e técnicas estatísticas aplicada no tratamento e análise das informações.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Tendo como premissa mediar à relação entre as hipóteses e as principais teorias acadêmicas existentes, a subseções seguintes tratam da revisão da literatura

sobre os tipos de relacionamento na cadeia de suprimentos, os conceitos de custos de transação e as aplicações dessa teoria no presente trabalho. Na sequencia, através dos principais expoentes, serão apresentadas os fundamentos acadêmicos sobre integração vertical, terceirização e formas plurais, relatando a representatividade e impactos das mesmas na estratégia das empresas e a relação com objetivos e hipóteses desse estudo.

2.1 INTEGRAÇÃO VERTICAL E TERCEIRIZAÇÃO

O estudo dos limites da empresa tem ocorrido em diversas áreas do campo acadêmico ao longo das últimas décadas, em que, Coase (1937) e Williamson (1991), são os principais expoentes no conceito sobre os motivadores para as organizações optarem em modelos direcionados à integração vertical, terceirização ou formas plurais (na literatura também denominada de “híbridos”, “tapered integration”, entre outros).

Determinar os limites da firma parece ser crucial para o desempenho da empresa, na qual, a maioria das pesquisas existentes, no entanto, examina os trade-offs entre internalizar atividades versus terceirizá-las, através de operações de

mercado (Walker e Weber, 1984; Williamson, 1991) ou por meio de alianças

estratégicas (Madakok e Cook, 2009; Dyer e Singh, 1998).

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Para construir portfólios de produtos competitivos, as empresas tentam cada vez mais combinar os benefícios da redução dos custos de transação através da

integração vertical (Williamson, 1975) e a maior flexibilidade e catalisação do acesso a conhecimentos externos via terceirização estratégica (Powell, Koput e

Smith-Doerr, 1996).

As organizações integradas verticalmente procuram alavancar barreiras à entrada investindo em ativos específicos, garantindo a qualidade dos produtos e aumentando a coordenação entre as áreas (Williamson, 1975; Harrigan, 1984). A integração vertical tem o potencial de enriquecer o desenvolvimento de novos produtos em uma firma, pois oferece o ambiente para integrar conhecimentos tácitos e ativos complementares entre diferentes atividades na cadeia de valor (Teece, 1986). Besanko (2012) ressalta a menor possibilidade de vazamentos de informações privadas, em que, muitas vezes conferem-na uma vantagem competitiva no mercado (conhecimento específico de produção, design de produtos ou informações sobre consumidores) tendo como exemplo organizações do segmento farmacêutico e de tecnologia.

Entretanto, a integração vertical em excesso pode reduzir os resultados da empresa. As desvantagens decorrem do aumento do custo gerencial em coordenar a integração entre os múltiplos negócios e áreas, a possibilidade do excesso de capacidade instalada ou a subutilização de recursos por conta da dificuldade em equilibrar o balanço produtivo entre as diversas atividades da cadeia de valor. Somam-se a esses fatores, a obsolescência tecnológica, inflexibilidade estratégica, ausência de informações de mercado vide a baixa interação, entre outros (Harrigan,

1984). Dessa forma, quanto maior a extensão da integração vertical, menor o grau de liberdade estratégica para eventuais ajustes no caminho a ser trilhado em prol dos objetivos da firma.

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a conhecimento especializado externo, e desenvolver vantagens relacionais através da cooperação entre firmas (Mahnke, 2001).

O processo de globalização econômica caracterizou-se pela expansão e

transformação do comércio principalmente a partir da década de 70. Avanços no transporte e tecnologia de comunicação tornaram possível a divisão da manufatura de produtos resultando na elevação do comércio entre os países, na qual, visando maior rentabilidade, as organizações começaram a acessar mercados com menores custos da mão de obra e matéria-prima, impulsionando assim, a propagação da divisão da produção em diferentes países (Tang, 2012).

Desde então, a participação das empresas terceirizadas passou de atividades correlatas à produção e montagem para itens de maior complexidade como elaboração de design de produtos, pesquisa e desenvolvimento, serviços de pós-venda e gerenciamento da cadeia logística. Tais aspectos resultaram na forte interdependência entre empresas e países. Ademais, determinados locais adaptaram-se ao modelo de terceirização estabelecendo reformas tributárias, no ambiente regulatório e na especialização da mão de obra que permitiram a esses locais a construção de vantagens competitivas em custo e qualidade em detrimento a outras regiões.

Entretanto, a elevação na interação entre empresas resultou na maior complexidade na gestão dos parceiros e da cadeia de valor, e por consequência, na no surgimento de novos desafios organizacionais, dentre eles os custos de transação abordado no capítulo seguinte.

Assim, nas relações existentes na cadeia de suprimentos, eleva-se a necessidade em regular mais formalmente a relação entre as partes - em situações que envolvem terceiros - conforme há gradação nos custos de troca e maior ligação com atividade principal da contratante.

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incentivos ou redução de riscos para as partes. Exemplos podem ser vistos no varejo, em que, de acordo com Simchi-Levi (2010) os mais habituais são os

contratos de recompra (mercadorias não vendidas são devolvidas ao fornecedor por um preço pré-definido), contratos de abatimento nas vendas (desconto no preço do

produto a cada item vendido acima do teto acordado entre as partes) e contratos de compartilhamento de receitas (contratante divide parte da receita com fornecedor em troca de desconto no preço do produto). Entretanto essas modalidades possuem consideráveis limitações desde a necessidade de uma eficaz logística reversa (recompra) e a dificuldade do fornecedor monitorar as receitas da contratante (compartilhamento de receitas).

Dessa forma, o estabelecimento de contratos de médio e longo prazo é ainda uma das formas mais utilizadas pelas empresas, na qual, são estabelecidos preços, formas de reajuste, prazos de entrega e indicadores de desempenho. Adicionalmente, contratos com prazos longos e maiores amarrações podem ser convenientes para evitar comportamento oportunista (Correa, 2012).

Adicionalmente, a união de empresas em um empreendimento com determinado grau de compartilhamento e benefícios é uma das principais características das joint ventures. Tal modalidade é escolhida quando a atividade possui alto impacto no desempenho ou reputação das organizações (Correa, 2012), porém, a literatura adverte que experiências de relacionamento anteriores são de fundamental importância para criação de valor da nova empresa (Dyer, 1998). Em complemento, além do histórico positivo das interações, a centralidade da rede e objetivos comuns influenciam na estabilidade da aliança (Yao & Zeng, 2014).

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envolvida na parceria estratégica e um longo exercício de negociação é requerido durante o processo de estabelecimento da parceria. Entretanto os contratos tendem

a ser complexos e de difícil elaboração, podendo ser fontes de vantagem competitiva quando bem elaborados (Correa, 2012).

No caso de haver baixo custo para troca de fornecedor e a atividade ser importante para a contratante, à parceria para desenvolvimento pode ser a alternativa nessa situação. Nessa modalidade há diversos fornecedores possíveis, com baixa probabilidade da diferenciação da atividade devido à concorrência também ter acesso. Nesse caso, são válidos esforços para desenvolvimento de uma gama de fornecedores que adequem as atividades em consonância aos interesses da contratante, porém, tal alternativa exigirá esforços para intensificar o relacionamento (Correa, 2012).

Correa (2012) ainda elaborou uma interessante matriz em que considera a centralidade da atividade e o custo de transação para definir o tipo de relacionamento a ser adotado. Nesse formato, a posição na figura 01 indica se um item ou serviço deve ser integrado verticalmente ou terceirizado, mas também que tipo de relacionamento deve ser estabelecido em situações que não sejam interessantes tais formatos.

Figura 01 – Portfólio de relações com fornecedores a partir da centralidade da atividade e custos de transação.

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2.2 TEORIA DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO

Nos últimos trinta anos, a análise dos custos de transação tem recebido significativa atenção de diversas áreas (Williamson, 1985; Dyer, 2000; Mumdziev &

Windspergen, 2013). Evidencias dessa atenção tem ocorrido em diferentes formas, na qual, a mais importante foi o prêmio Nobel em economia concedido a Ronald Coase para o trabalho realizado nesse tema. Embora seja discutido principalmente por economistas, os custos de transação têm gerado considerável interesse em outras disciplinas acadêmicas incluindo: sociologia, ciência política, teoria organizacional, leis contratuais, finanças corporativas, marketing e estratégia competitiva, na qual, essa última será aprofundada a seguir.

Um dos trabalhos pioneiros tem autoria de Coase (1937), em que, desenvolve uma fértil teoria sobre a integração vertical, na qual, elucida a ocorrência de custos para utilização do mercado (custos de transação) - decorrente da concentração de atividades a ser efetuada por uma firma - para que ocorra a transação entre as partes, na qual, contradizia as eficiências do mercado competitivo enfatizado pela teoria econômica na época da publicação do artigo.

O insight de Coase foi ampliado e refinado por muitos estudiosos, mas o argumento básico é o mesmo: as transações serão regidas pelo arranjo institucional (integração vertical versus mercado) mais eficiente. Williamson (1975, 1985) tem liderado o desenvolvimento da corrente denominada posteriormente de "Teoria dos Custos de Transação" aperfeiçoando a ideia defendida por Coase.

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minimização dos riscos implica a redução dos custos de transação, representando um elemento de eficiência na concorrência entre empresas.

Para Dyer (2000), salvaguardas utilizadas para controlar os riscos no

relacionamento entre organizações têm diferentes custos de implantação e resultam em custos de transação distintos. Isso vai contra as idéias de Williamson (1991a) em que tais custos aumentam conforme se elevam os investimentos na especificidade dos ativos relacionados à transação. Entretanto, tais argumentos fundamentam-se em empresas japonesas que culturalmente utilizam o conceito de reciprocidade e apoio mútuo, reduzindo assim, a ocorrência de oportunismo.

Complementando, Hennart (2007) denota que outro princípio da Teoria dos Custos de Transação é o uso alternativo entre a integração vertical e mercado para organizar interdependências entre agentes econômicos localizados em diferentes locais. Em linha, devido à utilização de pesos distintos entre hierarquia e mercado, cada escolha possui dispares níveis de eficiência e fatores negativos a serem levados em consideração no momento da escolha do melhor formato.

Assim, a teoria informa os potenciais ganhos em organizar internamente os processos produtivos e/ou serviços - caso os custos sejam superiores em utilizar o mercado - visto a estrutura necessária para administrar o relacionamento e a necessidade em fazer valer o acordo em questão (custos de negociação, acompanhamento e aplicação de um contrato). Entretanto, o inverso também pode ocorrer caso a integração vertical comparativamente demonstre ineficiência em relação ao mercado (Jones & Hill, 1988; Williamson, 1985).

Três conceitos teóricos decorrem da economia de custos de transação: ativos específicos de relacionamento, quase-renda e o problema de apropriação.

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objetivos da parte que não efetuou tais investimentos, resultando assim, na possibilidade de atuação oportunista (Williamson, 1991).

Entretanto, a proximidade no relacionamento gera benefícios através de

menores custos e melhoria na produtividade e qualidade, além de externalidades positivas para as partes - aprendizado e aplicação de melhores práticas, redução de estoques, integração de sistemas, entre outros (Lohtia & Krapfel, 1994).

Dessa forma, ativos específicos de relacionamento são investimentos realizados para apoiar uma determinada transação, muitas vezes essenciais para a eficácia de um acordo em particular (Besanko, 2012), na qual, divide-se em quatro formas: especificidade de localização: ativos especificamente localizados para redução nos custos de transporte e estoques ou para tirar vantagem da eficiência de processamento; especificidade de ativo físico: propriedade física ou máquinas especialmente moldadas para uma transação em particular; ativos dedicados: investimento em uma fábrica ou equipamento para satisfazer demandas específicas; e, especificidade de ativo humano: conjunto de habilidades, conhecimentos e informações valiosas em um relacionamento em particular.

O termo quase-renda refere-se ao lucro extra obtido em uma negociação, comparado ao lucro da segunda melhor opção. Dessa forma, quando a quase renda for grande, uma empresa tem uma significativa perda caso tenha que optar pelo próximo colocado. Isso abre a possibilidade do parceiro de negócios apropriar-se dessa expressiva quase-renda (Besanko, 2012).

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Assim, para reduzir tal dilema ocorre aumento no custo de transações isoladas, através do tempo gasto para a negociação e renegociação de contratos,

investimentos para melhorar posições de barganha (ex. desenvolvimento de fornecedores alternativos), desconfiança via salvaguardas em contratos, redução no

compartilhamento de informações/ideias, e, investimento reduzido nos ativos específicos ao relacionamento (Besanko, 2012).

Em suma, essa teoria focaliza a atenção sobre os atributos da transação, tendo tais custos vistos como a principal finalidade das instituições econômicas. A teoria também se baseia em três pressupostos comportamentais para prever como as empresas escolhem estruturas de governança: oportunismo, racionalidade limitada e neutralidade de risco (Williamson, 1985).

Embora a relação entre confiança e risco tenha sido estabelecida (Ring & Van de Ven, 1992), a natureza complexa e interativa dessa relação dificulta a escolha da estrutura de governança. Tanto confiança e risco são conceitos subjetivos inseridos em uma intrincada teia de relações sociais. Para Chiles & Mcmackin (1996), a percepção do risco de comportamento oportunista por uma das partes em uma transação que envolve investimentos específicos de ativos, será influenciada pelas preferências de risco dos gestores de uma empresa e do nível de confiança no relacionamento.

Corroborando o item 1.2, o presente trabalho ressalta o alinhamento entre estrutura de governança (representado pelo modelo escolhido para suprimento de madeira) e atributos do recurso (características das fazendas), tendo os custos de

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2.3 FORMAS PLURAIS

Estruturas híbridas em firmas combinam parâmetros distintos na forma de organização das empresas. De modo geral, estruturas híbridas combinam uma

mistura de métodos ligados a "preço" e "hierarquia" em uma organização, e, em instituições denominadas de "mercados" e "empresas" (Ouchi, 1980). Em linha, Hennart (1993) expõe a ocorrência de formas plurais quando se observa o mix entre preço e hierarquia dentro de uma única empresa. Para Bradach & Eccles (1989), a troca de bens e serviços é melhor compreendida quando incorporada em uma matriz complexa de estruturas econômicas, sociais e políticas e que a governança das relações de troca muitas vezes dependam de combinações de mercado ou mecanismos de autoridade específicas a relação.

A caracterização das formas plurais é explicada ainda, como arranjos onde as empresas combinam unidades verticalmente integradas e operações baseadas no mercado (Meiseberg, 2013). Unidades verticalmente integradas têm como característica a propriedade e gerenciamento hierárquico das operações por uma firma. Em uma relação de mercado, unidades, fábricas ou filiais são de propriedade e operadas por agentes, e regida entre as partes principalmente por meio de disposições e incentivos através de contratos relacionais entre as partes - agentes e empresas detentora da marca ou tecnologia (Srinivasan, 2006).

As várias formas de combinações possíveis resultam em um amplo espectro de potenciais modelagens organizacionais. Casos em que dois métodos organizacionais diferentes existem em uma instituição devem ser estudados de

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As condições que motivaram o desenvolvimento das estruturas empresariais em formas plurais tiveram como ponto de partida situações de terceirização em que

um comprador (fabricante) precisasse de um dado componente e houvesse oportunismo (maiores preços ou melhores condições) por parte do fornecedor

devido ter melhores informações sobre os aspectos da troca que a outra parte (MacMillan, 1990). Esse termo denominado assimetria de informação é um exemplo de uma imperfeição de mercado, o qual permite um provedor agir de forma oportunista. A seleção adversa é uma das formas de assimetria de informação discutidas na literatura, na qual, há certos aspectos de uma empresa fornecedora - como a tecnologia e processos utilizados - com o potencial de influenciar a qualidade do produto, mas que não são totalmente observáveis para o comprador (Levinthal, 1988). A outra forma de oportunismo ocorre na vertente de risco moral através da qualidade inferior de certo bem, produto ou serviço em relação ao escopo contratado. Nessas situações, mesmo fornecedores que possuem as características "certas" ou habilidades específicas, podem não utilizá-las plenamente caso a assimetria de informação permita tais ações, motivado pela possibilidade de elevação do lucro (Mishra, Heide, e Cort 1998). Dessa forma, em situações que os indicadores de desempenho não medem o nível de qualidade exigido, o comprador corre o risco de oportunismo por parte do fornecedor.

Como alternativa para solucionar tal questão, no que diz respeito à seleção adversa, a primarização de parte da demanda faz com que o comprador tenha "conhecimento arquitetônico" (Venkatesan, 1992), permitindo a avaliação direta das características e processos de fornecedores (Ahmadjian e Lincoln, 2001). Em segundo lugar, no que diz respeito ao risco moral, a experiência interna permite ao

comprador a confecção de sistemas de monitoramento eficazes, incluindo o estabelecimento de padrões de medição relevantes com base no comportamento do fornecedor (Anderson, 1985; Oliver, 1987; Ouchi, 1980).

(30)

sobre os benefícios da forma plural em diversas atividades a montante e a jusante na cadeia, e, em menores custos fixos em comparação com a integração plena.

Para Harrigan (1984) e Mols (2000), há uma redução do risco de dependência, e, incentivo para melhorias através da competição entre cada modalidade.

O consenso em vigor é que as formas plurais mitigam problemas específicos à integração vertical e governança de mercado. O argumento principal é que ambas as modalidades provem externalidades positivas distintas que contribuem para atingir objetivos comuns na cadeia – aprendizado organizacional conjunto e inovação (Bradach, 1997; Srinivasan, 2006) advindo em sinergias. Sinergias são entendidas como o valor criado e capturado ao longo do tempo devido à integração dos negócios versus a soma separada de cada parte (Martin & Eisenhardt, 2001).

As formas plurais têm sido analisadas sob vários enfoques incluindo a teoria de sinalização (Gallini e Lutz, 1992), visão baseada em recursos da firma (Dant e Kaufmann, 2003), direito de propriedade (Windsperger, 2004) e teoria baseada em incentivos (Chaudey e Favario, 2004). No presente estudo as formas plurais foram avaliadas com foco na melhoria da eficiência através da teoria dos custos de transação (Mols, 2000; Heide, 2003).

Como objeto de estudo, o conceito de formas plurais foi exaustivamente discutido pela literatura aplicado ao modelo de franquias, mas a discussão no escopo florestal – que possui ciclos mais longos - foi pouco explorada, no qual, os trabalhos encontrados apresentam limitações de aplicação. A maioria das publicações encontradas procurou desenvolver o modelo sob o prisma do produtor

(31)

3. A INDÚSTRIA DA CELULOSE

A indústria da celulose é caracterizada pelo investimento intensivo em terras para suprimento de madeira, investimento e manutenção em unidades fabris para

produção de celulose, e, por estarem localizadas próximas ao litoral para exportação do produto final (Montebello & Bacha, 2012).

Entretanto, nas últimas décadas o crescimento populacional das cidades no sul e sudeste brasileiro, e, a expansão de outras culturas agrícolas (soja, milho, algodão, entre outros) tem elevado o preço da terra e por consequência o custo de madeira, em que, as empresas de celulose têm introduzido outros tipos de relacionamento para suprimento dessa matéria-prima como alternativa (Piotto, 2003).

A significativa representatividade econômica do segmento origina-se por prover a matéria prima necessária para a produção de diversos tipos papéis (jornal, auto copiativos, couché, cartão, outros), além de fraldas, papéis para higiene pessoal, papel de escrever e de livros. A celulose também tem uso cosmético, farmacêutico, têxtil e em alimentos.

Os EUA, China e Canadá são os maiores produtores mundiais, tendo como objetivo principal suprir a demanda doméstica (exceto Canadá que exporta maior parte da produção aos EUA). Projeções indicam continuidade no crescimento da demanda por celulose 46,7 milhões de toneladas em 2008 para 57,1 milhões em 2018 (IBA, 2014), porém, esses países possuem restrições para significativo aumento na produção devido elevado custo para produção (China), concorrência com outras culturas agrícolas (EUA) e dificuldade para expansão em novas áreas devido condições climáticas adversas (Canadá), na qual, esse acréscimo será atendido em parte através de projetos de expansão dos players nacionais (CMPC-2016, Fibria-2017 e Eldorado-2018) e novos entrantes no segmento – Klabin em 2016 (Fibria, 2015).

(32)

2013, no ranking dos países o Brasil passou da 5º posição para o 4º posto em decorrencia da indústria nacional de celulose ter crescido em média 5,7% ao ano

entre 2002-2012, reflexo da expansão da capacidade produtiva e aumento das exportações para os mercados asiático e europeu. Em 2012, além da produção de

celulose ter totalizado 15,1 milhões de toneladas, o consumo alcançou 5,8 milhões de toneladas (ABRAFLOR, 2013). Além disso, de forma direta e indireta, o setor influencia na renda de aproximadamente 1,1 milhão de pessoas (BRACELPA, 2013).

As principais empresas de celulose brasileiras são: Fibria Celulose S.A; Suzano Papel e Celulose S.A e Eldorado Brasil Celulose Ltda.

(33)

Figura 03 – Destino das Exportações Brasileiras de Celulose em 2013 (%). Fonte: Fonte: IBA, 2014

O crescimento da demanda por celulose, e, a entrada de novas fábricas em território nacional é acompanhada por maiores áreas de plantio de madeira, o que devido ao custo de produção, pressiona a busca por locais que não possuiam histórico no cultivo em escala de eucalipto ou pinus, como as regiões norte e nordeste.

Apesar da incontestável importância econômica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o Brasil, o ambiente de negócio não é dos melhores para o desenvolvimento da atividade florestal no país. O fato é que a competitividade dos produtos florestais está se deteriorando frente aos seus principais concorrentes internacionais. No início do século, o Brasil ostentava o status internacional de país com o menor custo de produção de madeira de processo. No entanto, após doze

(34)

Figura 04 – Benchmarking - Custo de Produção de Madeira de Processo em 2012 Fonte: IPEA e Pöyry (2012);

No âmbito econômico brasileiro, o setor de florestas contribui com uma parcela importante na geração de produtos, tributos e empregos diretos e indiretos. O setor é estratégico no fornecimento de matéria prima e produtos para a exportação e favorece, de maneira direta, a conservação e preservação dos recursos naturais. A produção de florestas possui a característica de ser um investimento de longo prazo que exige consciência e diligência na política e planejamento pelas empresas de celulose, mas, sobretudo, nas práticas de gestão, a fim de evitar impactos negativos (ABRAFOR, 2013).

Além de seus produtos, as florestas disponibilizam serviços sociais e ambientais, que vão desde a reabilitação de terras degradadas, o combate à desertificação do solo, sequestro e armazenamento de carbono, até a amenização

das paisagens. As florestas também contribuem para complementar e suplementar as iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa por desmatamento e a degradação florestal em países em desenvolvimento.

(35)

gestão responsável das florestas plantadas reduz as pressões sobre as florestas nativas para produtos florestais, permitindo subsequentemente que florestas naturais

sejam protegidas e conservadas. Ao oferecer uma alternativa economicamente sustentável de madeira proveniente de plantios florestais, o desmatamento de

florestas nativas para igual finalidade econômica pode ser evitado (ABRAFOR, 2013).

(36)

3.1 MODELOS ADOTADOS PARA SUPRIMENTO DE MADEIRA

Um dos principais aspectos para o desenvolvimento das indústrias produtoras de celulose está no suprimento da principal matéria-prima (madeira), tendo como

referência os significativos investimentos em expansões das empresas estabelecidas e novos entrantes.

Assim, para responder ao objetivo 1 e elevar o entendimento dos modelos de suprimento de madeira utilizado pelas organizações fabricantes de celulose, foram analisados os formatos adotados pela empresa-alvo. Para melhor compreensão, a figura 05 relaciona às fronteiras verticais aos tipos de relacionamento utilizados pela empresa-alvo, com os respectivos detalhamentos descritos na seqüência:

Figura 05 – Tipos de Relacionamento e Fronteiras Verticais I Fonte: Elaborado pelo Autor

Terra Própria: Modelo predominante, em que pertence ao principal (fabricante de celulose) a propriedade da terra e o direito a madeira produzida, no qual, insumos, processo de silvicultura (planejamento de plantio, limpeza da área, preparação do solo, plantio e manutenção), aplicação de melhores práticas, mão de obra (própria ou terceirizada) e gestão são de responsabilidade da organização que beneficiará a madeira em celulose.

(37)

conforme o tipo da terra (roxa, arenosa, mista, entre outras), classe (terra com alto ou baixo grau de mecanização - plantio e colheita) e distância da unidade fabril. Isso

pode ocorrer por diversos ciclos mediante a renovação contratual, na qual, a principal característica do modelo baseia-se no pagamento líquido e certo ao

arrendador - independente da produção - e com a cobertura de todos os riscos por parte do arrendatário.

Excetuando a propriedade da terra, todas as demais características são idênticas ao modelo de “Terra Própria”. Para o arrendador, além da redução do risco financeiro através da geração de renda fixa anual, após o término do contrato ele pode se beneficiar com o cultivo e venda da madeira de rebrota (após a colheita, a terra naturalmente tem uma nova brota de madeira).

Arrendamento – Investidores: Nesse modelo, a arrendatária (empresa de celulose) repassa o uso da terra a terceiros (normalmente grupos de investidores florestais) que assume a produção de madeira. Nesse formato, a propriedade da madeira e as demais etapas/custos (processo de silvicultura, mão de obra e recursos financeiros) são de encargo desses terceiros. O contrato entre a empresa de celulose e grupos de investidores prevê a obrigatoriedade de compra da produção a preços fixados no ato do acordo.

Parceria: A parceria rural é a modalidade contratual em que o proprietário firma acordo com a empresa de celulose por longos períodos (entre vinte e trinta anos), podendo compartilhar os benefícios (venda da madeira), porém, ficando com os principais riscos (incêndios, perda de produção em decorrência de pragas, baixa

produtividade, entre outros).

(38)

contratos definem a venda do volume remanescente ao mercado somente após anuência da empresa de celulose.

Parceria – Investidores: A partir da segunda metade da década passada, as

empresas de celulose iniciaram um movimento de venda das terras para grupos de investidores com foco em captar recursos para expansões ou para a redução de dívidas. Entretanto, para não perder acesso a principal matéria-prima, realizaram contratos de compra da madeira (média de 50% da produção) junto a esses grupos por um longo período (entre vinte a trinta anos), em que, há obrigatoriedade da venda da produção de madeira (parcial ou total) com preços previamente acordados.

As diferenças em relação ao modelo tradicional de “Parceria” residem na garantia aos investidores, na qual, há um preço mínimo por metro cúbico de madeira caso a produção seja abaixo do piso acordado. Nessa modalidade, o investidor fica livre para vender eventual volume suplementar sem a necessidade da prévia liberação pela empressa de celulose – exceto se o contrato determinar a aquisição de toda a produção.

Fomento: No fomento florestal, as características são similares à parceria, tendo como principais diferenças, um formato voltado ao pequeno produtor (fazendas com dois a cem hectares), em que, além do financiamento via fornecimento dos principais insumos e processos de silvicultura, há o aspecto social para auxiliar a fixação dos agricultores na terra através da transferência de melhores práticas de plantio e sustentabilidade, além de promover a recuperação da vegetação e o estabelecimento de outros tipos de cultivos. Os contratos

normalmente tem prazo de um ciclo (sete anos) com preço mínimo estabelecido se a produção for abaixo do acordado, na qual, há possibilidade de renovação para um novo período.

(39)

colheita e (c) má qualidade da madeira originada por problemas no plantio e manutenção da floresta durante fase de crescimento e maturação. Para melhor

entendimento, abaixo tabela 01 com características que apoiam a definição das modalidades conforme grau de integração vertical:

Tabela 01 – Tipos de Relacionamento e Fronteiras Verticais II

Fonte: Elaborado pelo autor

De acordo com Soares (2006), os tipos de relacionamento ligados à parceria e fomento são estratégias utilizadas pelas empresas de celulose e outras do segmento de produção de madeira para garantir o suprimento de matéria-prima, e, a redução da imobilização de recursos em terras e capital. Assim, tais tipos de relacionamento são importantes para o setor, além de estar contribuindo para o desenvolvimento local (VALVERDE, 2003). Ratificando parte do exposto anteriormente, nos contratos de parceria e fomento das empresas florestais, especificamente celulose e papel, são repassados aos produtores de mudas,

fertilizantes, defensivos, recursos financeiros e assistência técnica (OLIVEIRA, 2003).

(40)

decisões de investimento baseando-se no preço corrente do produto, pois o preço futuro é desconhecido (Soares et al, 2008). Silva et al (2009) destaca ainda a

discordância do preço da madeira, a insatisfação quanto ao custo de transporte da madeira a indústria e o desacordo em relação ao sistema de medição da madeira

colhida.

Adicionalmente, é possível identificar a ocorrência das formas plurais na indústria da celulose, visto abarcar estruturas híbridas para o suprimento de madeira, em formatos que pendem entre a completa integração vertical até a proximidade de operações baseadas no mercado.

Entretanto, de forma antagônica a literatura, as condições que motivaram a adoção das formas plurais não derivaram da assimetria de informação (MacMillan, 1990) ou seleção adversa (Levinthal, 1988), devido às empresas de celulose terem primeiramente estabelecido maciços florestais próprios com foco na minimização dos riscos de desabastecimento - provenientes da dependência de mercado e eventual baixa qualidade da madeira.

Sob ponto de vista dos tipos de relacionamentos em direção ao mercado, os potenciais riscos para as empresas de celulose originam-se nos danos à imagem por conta de contratações em desacordo com a lei, incêndios que reduzam o total de madeira previsto para colheita, má qualidade da madeira em decorrência de problemas no plantio e manutenção da floresta durante fase de crescimento/ maturação.

(41)

Será discutida na análise dos resultados, a avaliação das formas plurais com foco na melhoria da eficiência através dos custos de transação.

3.2 DESCRIÇÃO DA EMPRESA-ALVO

Como objeto de estudo para responder as hipóteses, foi utilizado dados de uma empresa fabricante de celulose - identificada a partir deste ponto como empresa Zeta - tendo como características a produção no modelo Make to Stock decorrente da previsibilidade da demanda da mesma, pequeno número de SKUs (Stock Keeping Unit) e alto custo na retomada de produção em eventuais paradas. Além disso, esse segmento possui grande volume de capital investido, refletido através da propriedade de fazendas para plantio de eucalipto (principal matéria prima na produção de celulose), investimentos durante o ciclo de evolução da madeira e significativo tempo para recuperação do aporte inicial (ciclo entre plantio e colheita tem período médio de sete anos).

O tipo de produto fornecido pela Zeta é utilizado como matéria prima em itens diversos como: etanol, plásticos, produção de pneus, fraldas, lenços umedecidos, papéis diversos, entre outros. A empresa em questão possui atuação internacional, e iniciou as atividades nesse segmento na década de 80, tornando-se líder em produção de celulose de fibra curta na última década.

Nesse setor a madeira é a principal fonte de suprimento, na qual, além do alto volume, faz-se necessária a primazia na qualidade da mesma para o correto

(42)

3.3 HIPÓTESES

3.3.1 PRODUTIVIDADE DAS FAZENDAS

A elevação da demanda por terras agricultáveis resultante do crescimento da economia brasileira, vide fortalecimento do mercado interno e das exportações, elevou o custo da terra em fazendas apropriadas para plantio de madeira derivado da concorrência com outras commodities. Diante desse cenário, as empresas do segmento de celulose adequaram processos, introduziram tecnologias para maior sobrevivência de mudas, elevaram a qualidade no plantio/formação das florestas, e, inseriram equipamentos de colheita, com foco em refletir a premência na elevação da produtividade das fazendas, e, assim, elevar grau de competitividade em custos.

Especificamente na produção de madeira, para Andrade (2000) a produtividade também é influenciada por outros fatores, como por exemplo, qualidade da muda, insumos, tipo de terra, forma de plantio e manutenção da floresta ao longo do crescimento da madeira. Em consequência, a produtividade real ou ∆ produtividade das florestas – metro cúbico real por hectare versus metro cúbico esperado - é geralmente crescente em organizações com maior grau de modernidade em equipamentos e processos. Assim, comparar a produtividade das florestas nos diversos tipos de modalidades para suprimento de madeira é uma medida de desempenho que pode subsidiar a escolha pelo maior ou menor nível de integração vertical. Para justificar a utilização de modelos mais próximos à verticalização, uma das questões de pesquisa concentra-se em determinar se a maior gestão do processo – caracterizado por modelos mais próximos a integração

vertical - resulta em maior produtividade que os demais modelos.

A maior parte da literatura que aborda a estratégia de decisão entre comprar e fazer (make or buy decision) dispende atenção sobre o método e os limites da

(43)

efeitos sobre a produtividade, havendo a necessidade em novos trabalhos acadêmicos que aprofundem o entendimento e impacto sobre essa variável.

Diante dos argumentos expostos, é esperado que:

H1: Tipos de relacionamentos em direção à integração vertical (mais próximos) estão

positivamente relacionados à maior (ou igual) produtividade real quando comparada à

produtividade esperada das fazendas ( Produtividade).

3.3.2 TIPOS DE RELACIONAMENTOS

Para análise das decisões de fronteira e eventual escolha pela terceirização, Dyer (2000) expõe a importância em efetuar o trade-off entre o benefício da redução de custos – derivado da maior produtividade e economia de escopo/escala - e o maior custo de transação. Em linha, Parkhe (1993) denota que especificidade de ativos e competência principal da firma estão positivamente relacionadas com integração vertical e maior produtividade nos processos.

Corroborando os autores, a especificidade dos ativos é um dos aspectos relevantes na teoria dos custos de transação e no presente estudo, devido à impossibilidade do uso da terra para outros fins até o término do ciclo (plantio e

colheita de madeira). Para Besanko (2012), um ativo específico de relacionamento é um investimento feito para apoiar uma determinada transação, dessa forma, investimentos de terceiros em grandes áreas e/ou em fazendas com preço da terra elevado, denotam em maiores custos de transação entre as partes, devido tais ativos não poderem ser reutilizados em outra atividade sem que incorra em impactos na produtividade ou no custo para adaptá-lo a nova transação.

(44)

são aquelas em que surgem oportunidades concretas de cooperação ou deserção. Dessa forma, é esperada maior produtividade em modelos para suprimento de

madeira mais próximos da integração vertical devido maior frequência na interação.

Além disso, outro objetivo das hipóteses a serem levantadas é testar se os resultados acadêmicos relacionados à teoria dos custos de transação e aos elementos que se relacionam com esse pressuposto - a especificidade de ativos e a frequência do relacionamento - têm resultados significantes quando aplicados a cada modelo adotado pela empresa alvo do estudo, e, assim, determinar se houve a aplicação de uma estratégia fundamentada. Dessa forma, é esperado que os resultados de determinadas características das fazendas expliquem, ao menos parcialmente, a escolha dos modelos em questão.

Portanto:

H2: Quanto maior o custo de transação, maior a proximidade no relacionamento entre

empresas. Neste caso se espera que a empresa adote relacionamentos mais

próximos quanto maior o custo de transação.

H2a: Fazendas mais caras (expressas em preço da terra/hectare), estão positivamente

relacionadas à escolha de tipos de relacionamentos em direção à integração

vertical (mais próximos).

H2b: Fazendas com maior área total estão positivamente relacionadas à escolha de

tipos de relacionamentos em direção à integração vertical (mais próximos).

H2c: Fazendas mais distantes em relação à fábrica, por possuírem uma menor

frequencia no relacionamento devido maiores custos na gestão e controle, estão

positivamente relacionadas à escolha de tipos de relacionamentos em direção a

(45)

H2d: Fazendas com maior irregularidade no relevo (áreas com aclives e regiões

montanhosas), por possuírem maior complexidade na gestão e controle nas

etapas que envolvem o ciclo de madeira, estão positivamente relacionadas à

escolha de tipos de relacionamentos em direção a operações baseadas no

mercado (mais distantes).

(46)

4. METODOLOGIA

Para responder ao objetivo do estudo, será utilizada como modelo estatístico, a Regressão Linear Múltipla via Modelo de Equações Simultâneas para comparação

da produtividade e ressaltar as principais diferenças em cada modelo de florestas adotado pela empresa-alvo. O Modelo de Regressões Simultâneas e a MANOVA será a técnica aplicada para responder se há maior produtividade em fazendas mais integradas verticalmente (primeira hipótese) e se as características das fazendas resultaram na escolha de determinados modelos (segunda hipótese)

No presente estudo serão consideradas florestas próprias (terra própria), aquelas em que a propriedade da terra e as ações de todas as etapas do ciclo da madeira (desenvolvimento/compra de mudas até a colheita da madeira) são efetuadas pela empresa produtora de celulose. Já os demais tipos de relacionamento, a propriedade da terra é de responsabilidade de um terceiro e as atividades que compreendem o ciclo da madeira variam a cada tipo.

Para avaliar as hipóteses, foram obtidas as produtividades (real e esperada), custos, encargos e demais características de 756 fazendas no ano de 2013, utilizadas para suprimento de madeira nas unidades fabris. A fonte de informações foi o departamento florestal da empresa Zeta.

Para melhor análise foram obtidas informações de 210 fazendas ligadas à unidade Três Lagoas-MS e 546 com a produção direcionada para a fábrica localizada no município de Jacareí-SP do ano de 2013. Dessa forma, foi efetuada

uma análise transversal dos dados visto ausência de séries temporais.

(47)

dados completos correlacionada de maneira forte – acima de 60%). Ao término, foram imputados os valores.

4.1 VARIÁVEIS DEPENDENTES

Foram estabelecidas as variáveis dependentes a seguir para responder as hipóteses do trabalho:

∆ Produtividade: representa a produção de madeira ao ano (m3) menos a produção esperada - determinado pela característica do solo e da fazenda (iFNP, 2012). Tais informações foram obtidas no banco de dados da empresa-alvo.

Integração Vertical: são os modelos adotados para suprimento de madeira, detalhados no capítulo 3.1. As modalidades foram classificadas em variáveis categóricas conforme grau de integração vertical (mais próximo de 1, maior integração vertical), na qual: (1) Terras Próprias, (2) Arredamento, (3) Arrendamento – Investidores, (4) Parceria, (5) Parceria – Investidores, e, (6) Fomento.

4.2 VARIÁVEIS INDEPENDENTES

As variáveis independentes utilizadas nas regressões foram:

Integração Vertical: já explicado acima. Esta variável é utilizada na regressão para

análise da produtividade como variável independente.

Área Total: Total em hectares de uma determinada fazenda;

(48)

Raio Asfalto: Distância de uma determinada fazenda à fábrica em estradas de asfalto.

Raio Terra: Distância de uma determinada fazenda à fábrica em estradas de terra

(normalmente há trechos de terra e asfalto entre fazendas e fábrica).

Preço da Terra: Custo por fazenda para aquisição de 1 (hum) hectare.

4.3 VARIÁVEIS DE CONTROLE

Em complemento, as variáveis de controle a seguir foram aplicadas nas regressões:

Custo de Transporte: Valor dispendido para pagamento de frete entre fazenda e fábrica (expresso em reais por tonelada).

Custo de Colheita: Montante gasto para colheita de madeira em uma fazenda (expresso em reais por m3).

Custo de Estradas: Custo para abertura e manutenção de estradas internas nas fazendas durante um ciclo (sete anos) entre plantio e colheita (somente em Jacareí devido ausência de dados em Três Lagoas).

Encargo sobre Floresta: Custo de oportunidade do capital investido em terras e inventário (total de madeira em M³) considerando o preço de mercado de ambos e custo médio ponderado de capital em 7,6% ao ano (dados utilizados pela empresa-alvo na época da coleta de dados).

(49)

se houve aplicação de uma estratégia fundamentada na teoria dos custos de transação (medido pelo grau de integração vertical). Nesse caso foram escolhidas

como variáveis independentes: preço da terra, área total, raio asfalto e custo colheita/raio terra respectivamente. A Tabela 02 resume os modelos para cada uma

das hipóteses desenvolvidas. O intuito é facilitar a leitura e compreensão do leitor.

Tabela 02 – Apresentação dos Modelos dos Testes de Hipóteses

(50)

4.4 MÉTODOS DE ESTIMAÇÃO

Para responder a hipótese 1, inicialmente objetivou-se avaliar a média da produtividade real por tipo de relacionamento através da análise multivariada da

variância (MANOVA). Devido às médias não apresentam diferenças entre os tipos de relacionamentos (análises e resultados descritos no apêndice A), foi utilizada como variável dependente ∆ Produtividade (produtividade real – produtividade esperada) para análise via regressão linear.

Dessa forma, o teste das hipóteses 1 e 2 ocorrerá através da regressão das variáveis dependentes contra as variáveis independentes de interesse, e, as variáveis de controle.

Com relação à fonte de dados, desenvolveu-se um estudo transversal com dados de 2013 extraídos da empresa-alvo. É importante ressaltar que não foi possível capturar fatores não observáveis em determinadas fazendas e/ou regiões que podem ter afetado os resultados (por exemplo: períodos de seca ou excesso de pluviosidade, ocorrência de queimadas, aparecimento de pragas, entre outros). Para análise de dados será utilizado o software EVIEWS e o método de regressão linear múltipla via mínimos quadrados ordinários (ou ponderados, no caso de existir heteroscedasticidade),

A seguir a descrição das regressões utilizadas para responder as hipóteses:

Equação Produtividade

Produtividade = α + α1*Integração Vertical + α1*área total + α3*aprov. terra +

α4*preço da terra + ε1

Equação Integração Vertical

Integração Vertical = β + β1*produtividade + β2*distância asfalto + β3*distância terra + β4*área total + β5*preço da terra + β6*custo transporte + β7*.custo de estradas +

(51)

O método de análise de regressão de modelagem escolhida foi Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), a qual se baseia na linearidade nas variáveis, onde a

expectativa de Y (variável dependente) é uma função linear de X (variáveis independentes) e há linearidade nos parâmetros (Wooldridge, 2006).

Entretanto, há endogeneidade entre as variáveis “produtividade” e “integração

vertical”, na qual, é necessário o emprego de variáveis instrumentais. Assim, a metodologia de regressão por mínimos quadrados em três estágios (3SLS) foi

adotada.

De acordo com Zellner e Theil (1962), a correlação dos distúrbios entre as

equações é o principal fator de evolução na metodologia de regressão em três estágios (3SLS), em comparação ao dois estágios (2SLS), devido considerar a correlação dos distúrbios entre as equações.

Já no 3SLS, a matriz de momentos é utilizada para calcular as equações do sistema de forma conjunta, considerando as covariâncias dos distúrbios entre as equações, enquanto a metodologia de 2SLS emprega o primeiro estágio para calcular a matriz de momentos dos distúrbios, e o segundo para estimar os coeficientes, após as variáveis dependentes de cada equação estar ajustadas pelas médias da matriz de momentos.

Imagem

Figura  01  –  Portfólio  de  relações  com  fornecedores  a  partir  da  centralidade  da  atividade e custos de transação
Figura 02 – Ranking dos Países Produtores de Celulose em 2013  Fonte: IBA, 2014
Figura 03 – Destino das Exportações Brasileiras de Celulose em 2013 (%).  Fonte: Fonte: IBA, 2014
Figura 04 – Benchmarking - Custo de Produção de Madeira de Processo em 2012  Fonte: IPEA e Pöyry (2012);
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