REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologiawww.sba.com.br
ARTIGO
CIENTÍFICO
Dados
da
avaliac
¸ão
pré-anestésica
não
influenciam
o
tempo
de
intubac
¸ão
com
o
videolaringoscópio
Airtraq®
em
pacientes
obesos
夽
Dante
Ranieri
Jr
a,∗,
Fabio
Riefel
Zinelli
a,
Adecir
Geraldo
Neubauer
a,
Andre
P.
Schneider
ae
Paulo
do
Nascimento
Jr
baDepartamentodeAnestesiologia,HospitaldoCorac¸ãodeBalneárioCamboriú,BalneárioCamboriú,SC,Brasil bDepartamentodeAnestesiologia,FaculdadedeMedicinadeBotucatu(FMB-Unesp),SãoPaulo,SP,Brasil
Recebidoem27deoutubrode2012;aceitoem21denovembrode2012
DisponívelnaInternetem20demarçode2014
PALAVRAS-CHAVE
Obesidade; Intubac¸ão; Laringoscopia; Airtraq®
Resumo
Objetivo:esse estudoinvestigouainfluênciadepreditores anatômicospara laringoscopiae intubac¸ãoorotraquealdifícilempacientesobesosmedianteacomparac¸ãodoslaringoscópios MacintosheAirtraq®.
Métodos: em132pacientesdecirurgiabariátricaforamregistrados:perímetrocervical, dis-tânciaesternomentoniana,distânciainter-incisivoseescoredeMallampati.Ospacientesforam randomizadosemdoisgrupos,deacordocomolaringoscópiousadoparaaintubac¸ãotraqueal: Macintosh(n=64)ouAirtraq®(n=68).Otempoatéaintubac¸ãofoioprimeirodesfecho. Tam-bémforamregistrados:escoredeCormack-Lehane,númerodetentativasdeintubac¸ão,lamina Macintoshusada,necessidadedecompressãotraquealexterna,ouusodeumbougieelástico deborracha.Tambémforamanotadosoinsucessonaintubac¸ãoeasestratégiasadotadas.
Resultados: houveinsucessonaintubac¸ão emdoispacientesnogrupocomlaringoscópiode Macintosh; esses pacientes foram incluídos como o pior cenário de caso. Os tempos para intubac¸ãoforam36,9±22,8sege13,7±3,1segparaosgruposMacintosheAirtraq®(p<0,01), respectivamente. Os escores de Cormack-Lehane também foram mais baixospara o grupo Airtraq®.UmpacientenogrupoMacintoshcominsucessonaintubac¸ãofoirapidamenteintubado comolaringoscópioAirtraq®.Acircunferênciacervical(p<0,01)eadistânciainter-incisivos (p<0,05)influenciaramotempoatéaintubac¸ãonogrupoMacintosh,masnãonogrupoAirtraq®.
Conclusão:empacientesobesos,apesardamaiorcircunferênciacervicaledalimitada aber-turadaboca,olaringoscópioAirtraq®possibilitaumaintubac¸ãotraquealmaisrápidaversus
laringoscópioMacintosh,podendofuncionarcomoalternativa,noscasos deinsucessocoma laringoscopiaconvencional.
©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.
夽 EstudorealizadonoServic¸odeAnestesiologia,HospitaldoCorac¸ãodeBalneárioCamboriú,SC,Brasil. ∗Autorparacorrespondência.
E-mail:deranieri@terra.com.br(D.RanieriJr).
0034-7094/$–seefrontmatter©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.
Introduc
¸ão
Dificuldades no manejo das vias aéreas é um problema em pacientes obesos.1,2 Característicasanatômicas, como
acúmulodegordura empescoc¸o eregião occipital,língua grande, estreitamento das vias aéreas e extensão cervi-callimitada,sãofatoresque tornamaintubac¸ão traqueal maisdifícilem pacientesobesosdoquenapopulac¸ãocom índicedemassacorpórea(IMC)normal.3,4Essesfatoressão
consideradoscomopreditoresdelaringoscopiaeintubac¸ão difíceis.
Vários dispositivos podemser usados a fim de facilitar a intubac¸ão em situac¸ões como a dos pacientes obesos. Airtraq® (Prodol Medic, Bilbao) é um videolaringoscópio descartávelqueproporcionavisibilizac¸ãodascordasvocais sema necessidadedealinhamento doseixosbucal, farín-geoetraquealeestáemusoclínicodesde2006.5Airtraq®
demonstrousuperioridadesobreolaringoscópio convencio-nalemalgumassituac¸õesclínicas,inclusiveobesidade.6---8
Os preditoresanatômicos de via aérea difícilsãoúteis quandoo laringoscópiodeMacintosh éusado.Entretanto, quandoosvideolaringoscópios sãousadosesses preditores sãoincertos.Oobjetivodesteestudofoiinvestigara influên-ciadedadosdemográficos ecaracterísticasanatômicasde pacientesobesosnomanuseiodasviasaéreasecompararo laringoscópioMacintoshcomovideolaringoscópioAirtraq®.
Materiais
e
Métodos
Apósaprovac¸ãodaComissãodeÉticaemPesquisa Institucio-naleregistrodoprotocolodeestudonoAustralianandNew ZealandClinicalTrials(ANZCT, 12610000136000),foram convidadosaparticipardesteestudoprospectivo158 paci-entesconsecutivos de18a60anos,estado físicosegundo aAmericanSocietyofAnesthesiologists(ASA)IaIII,índice demassacorpórea(IMC)≥35kg.m-2ecandidatosacirurgia bariátrica.
Foramexcluídospacientescomhistóricoderefluxo gas-troesofágico não tratado, intolerância à succinilcolina e intubac¸ãodifícilouimpossível.
Naavaliac¸ãopré-anestésicaforamanotados:idade,sexo, IMC, estado físico ASA e índice de Mallampati.9 Foram
anotadasasseguintesmedidasanatômicas:distância inte-rincisivos(paquímetroAlcir®,Siegburg);distânciadomento àfúrculaesternalecircunferênciadopescoc¸onaalturada cartilagemtireoide.Foiapresentado otermode consenti-mentolivreeesclarecidoaospacientes.
Ospacientesreceberamranitidina,50mg,e metoclopra-mida, 10mg, intravenosas, uma hora antes da operac¸ão. Formaram-se aleatoriamente dois grupos com o uso de envelopes opacos selados, um grupo com o laringoscópio convencionalcomlâmina deMacintoshe umgrupocomo laringoscópioAirtraq®.Adistribuic¸ãoaleatóriafoifeitana saladeoperac¸ão,apósamonitorac¸ãoeantesdainduc¸ãoda anestesia.
A monitorac¸ão consistiu de eletrocardiografiacontínua (ECG), nasderivac¸õesD II e V,oximetriadepulso (SpO2), pressãoarterialnãoinvasivaecapnografia,aúltimaapósa intubac¸ãotraqueal(Dash4000GEMedicalCare,Fairfield).
Ospacientesforamposicionadoscomcoxinsdorsaisque seiniciaramnaregiãolombar,subescapularesuboccipital,
de modo progressivo, e alcanc¸aram elevac¸ão de 30 a 45 graus,afimdemanteromeatoauditivonaalturado manú-brioesternaledosombros,conformeposic¸ãodescritapor Collinsetal.10
Iniciou-se pré-oxigenac¸ão a 100% com o uso de más-carafacialportrêsminutos,seguidadainduc¸ãoanestésica comfentanil,2,0g.kg---1,epropofol,2,0mg.kg---1,e,após perdado reflexo córneo-palpebral, injec¸ão de succinilco-lina,1mg.kg---1.Asdosagensdepropofolforamajustadasde acordocomopesocorrigido(22×[altura]2).11Aintubac¸ão
foi feita após o término das fasciculac¸ões musculares e confirmada pela curva de capnografia. Injetou-se, então, vecurônio,0,1mg.kg---1,eaanestesiafoimantidacom sevo-flurano (2%-3%) em mistura de oxigênio e ar (FiO2 0,4). Estipulou-seousodecânulas7,5dediâmetroparapacientes femininase8,5paraosmasculinos.
Osquatroanestesiologistasenvolvidosnoestudotinham maisdequatroanosdeexperiênciaclínicacomlaringoscopia convencionalejáhaviamusadooAirtraq®emmanequinse emaomenos50pacientes.
Determinou-setempomáximo paraaintubac¸ão de120 segundos. Quando usado o laringoscópio de Macintosh, o anestesiologista estava livre para escolher o tamanho da lâmina(3,4,ou5)ecasohouvesseinsucesso,novatentativa paraintubarseriafeitacomlâminadetamanhodiferente.A compressãoexternadatraqueia,manobraBurp(Backward Upward Rightward Pressure),12 a critério do
anestesiolo-gista,tambémpoderiaserfeita.
Em casode insucesso,registrava-sefalha deintubac¸ão erecorria-seaooutrodispositivo.Assim,ospacientescom insucessodolaringoscópiodeMacintoshpoderiamser intu-badoscomo Airtraq®e vice-versa.Naimpossibilidadede intubac¸ão com ambos, ou nos casos de impossibilidade deventilac¸ão com máscara facial, poderiam serusados a máscaralaríngeaparaintubac¸ão(ILM-Fastrack®)eo bron-coscópioflexívelouoptar-sepelodespertardopaciente e peloreagendamentodacirurgia.
Otempo,emsegundos,entreoanestesiologistapegaro dispositivo(laringoscópiodeMacintoshouAirtraq®)e insu-flarobalonetedacânulatraquealjáposicionadafoinosso objetivoprimário.Outros objetivos foram:ograu de visi-bilidadedaglote,conformeoíndicedeCormack-Lehane,13
referidopelo anestesiologista;o númerode tentativasde intubac¸ão;onúmerodalâminaMacintoshusada;a necessi-dadedecompressãotraquealexterna pelamanobraBurp, exercidaporumauxiliar;aimpossibilidadedeintubac¸ão;e aestratégiaadotada.
Alocados para o estudo
n = 158
Excluídos: n = 26
Recusaram-se a participar: n = 19 Outras razões: n = 7
Distribuição aleatória
Alocados no grupo Airtraq® n = 68 Alocados no grupo Macintosh
n = 64 Intenção de tratar
n = 2 Incluídos na análise final
n = 62
Figura1 Fluxodepacientesalocadosparaoestudo.
regressãolinearmúltipla comvariáveldummy.Valoresde p<0,05foramdefinidos como estatisticamente significati-vos.Aanálisedosdadosedostestesfoifeitacomosoftware Statistica(versão6,StarSoftInc.,Tulsa).
Resultados
Dos 158 pacientes inicialmente selecionados, 26 foram excluídos,19por serecusara assinar otermo de consen-timentoe sete porsolicitarsedativosantesdeadentraro centro cirúrgico.O grupo Airtraq® apresentou 68 pacien-tesetodospuderamserintubadosdentrodotempomáximo determinado,120segundos.Ogrupolaringoscópiode Macin-toshteve64 participantesedoisforamclassificadoscomo intenc¸ãodetratarporfalhanaintubac¸ãotraqueal(fig.1).
Osgruposforamhomogêneosnoquedizrespeitoàs variá-veisdemográficaseanatômicasdasviasaéreas(tabela1).
O tempo necessário para a intubac¸ão com o laringos-cópio de Macintosh foi significativamente maior quando comparadoao Airtraq®,36,9+22,8 e 13,7+3,1 segundos, respectivamente(p<0,01).Ospacientesdogrupo laringos-cópiodeMacintoshsubmeteram-seàintubac¸ãocomlâminas 3,4 e5, respectivamente13, 39e 10 pacientes.Em oito pacientesfoi necessáriaatroca dalâminaporumamaior. Emquatrotrocou-sealâmina4pela5enosoutrosquatro, a 3 pela 4. Desses oitopacientes, em seis foi necessária a manobra Burp. Em dois pacientes do grupo laringoscó-pio de Macintosh não foi possível a intubac¸ão dentro de 120 segundos. O primeiro paciente necessitou de três tentativas com lâminas 3, 4 e 5. O índice de Cormack--LehanefoireferidocomoIV.Apósventilac¸ãocommáscara facial, foi intubado em 30 segundos com o Airtraq®, queproporcionouíndicedeCormack-Lehane grauI.Outro pacienteapresentoubroncoespasmo,foiventiladocom más-cara facial até que assumisse respirac¸ão espontânea e o procedimentofoicancelado.Essesdoispacientesforam con-sideradoscomointenc¸ãodetratar(intentiontotreat).Os dadosrelacionadosaomanejodasviasaéreasencontram-se natabela2.
Não influenciaram significativamente o tempo de intubac¸ão: idade (p=0,39), sexo (p=0,07), IMC (p=0,91)
Tabela 1 Dados demográficose medidasanatômicas das viasaéreas.Valoresexpressosemmédias(desvio-padrão)ou contagem(sexo,estadofísicoeíndicedeMallampati)
GrupoMacintosh n=64
GrupoAirtraq® n=68
Sexo (mascu-lino/feminino)
15/47 15/53
Idade(anos) 34,9(9,4) 35,4(8,8)
Índicedemassa corpórea(kgm---2)
42,7(4,4) 43,5(6,3)
EstadofísicoASA (I/II/III)
26/13/13 28/32/8
Distância mentoesternal (cm)
12,6(1,5) 12,5(1,5)
Distância
interincisivos(cm)
3,8(1,5) 3,7(1,5)
Circunferência cervical(cm)
44,6(4,2) 45,5(4,4)
Índicede Mallampati: 1/2/3/4
6/32/20/4 9/33/22/4
e distância do mento à fúrcula (p=0,17). Houve influên-cia significativado perímetro cervical (p<0,01) (fig. 2) e da distância interincisivos (p<0,05) (fig. 3) no tempo de intubac¸ão,alémdaforterelac¸ãoentreotempoeo dispo-sitivo empregado, laringoscópio deMacintosh ouAirtraq® (p<0,01).
Discussão
Neste estudo a circunferência cervical influenciou sig-nificativamente o tempo de intubac¸ão quando usado o laringoscópio de Macintosh, mas não para o Airtraq®. A mínima distância interincisivos recomendada para a introduc¸ãooraldoAirtraq®éde2cm.7,14 Adistância
inte-rincisivos influenciou o tempo de intubac¸ão apenas ao se usarolaringoscópiodeMacintosh.Dessemodo,oAirtraq® podeserusadoempacientescomaberturabucallimitada.
Estudos que envolvem pacientes obesos compararam videolaringoscópioelaringoscópioconvencionale restringi-ramousodalâminadeMacintoshaumtamanhoúnico.6---8,14
Nopresenteestudo,osanestesiologistasescolheramo tama-nhodalâminadeMacintoshembasadosemsuaexperiência e em seu julgamento clínico. A troca de lâminas ocorreu poismuitosobesossãoaltoselâminasmenorespodemnão alcanc¸aravalécula.Entende-sequeapossibilidadedetroca delâminaéinerenteaousodolaringoscópiodeMacintosh erestringiressapossibilidadeprejudicariaousodo disposi-tivo.
Tabela2 Tempodeintubac¸ãoemsegundos,representados pormédiaedesvio-padrão.Númerodetentativasde larin-goscopias,necessidadedemanobraBurp(BackwardUpward Righwardt Position) e índice de Cormack-Lehane relatado peloanestesiologista
GrupoMacintosh n=64
GrupoAirtraq® n=68
Tempode intubac¸ão (segundos)a
36,9(22,8)a 13,7(3,1)a
Tentativasde
laringoscopia: 1/2/3
54/6/2 68/0/0
ManobraBurp 6 0
´lndicede
Cormack-Lehane: I/II/III/IV
37/20/4/1 65/3/0/0
a p>0,05.
associa-seadificuldadesdeintubac¸ãoquandoseusao larin-goscópioMacintosh.4,15
Estudosaleatóriosqueenvolvemobesosobservaramque o tempo de intubac¸ão foi menor com Macintosh quando comparadoavideolaringoscópios.Otemponecessáriopara intubac¸ão com o laringoscópio Pentax AWS® foi significa-tivamente maior do que ao se usar o Macintosh (38 vs 26 segundos),16 bemcomo ao comparar-seo GlideScope®
ao laringoscópio Macintosh (48 vs 32 segundos).17
Entre-tanto,osíndicesdeCormack-Lehaneforammaisfavoráveis aosvideolaringoscópios.Emdoispacientesalaringoscopia direta falhoue eles foramintubadoscom o GlideScope®, semproblemas.
Nessesestudosotempodeintubac¸ãofoidefinidocomo entre a introduc¸ão do dispositivo na cavidade bucal e o registrodeCO2expirado.Nopresenteestudo,adurac¸ãodo
120
100
80
60
40
20
0
0 34 36 38 40
Macintosh Airtrack® 42 44 46 48
Perímetro cervical (cm)
T
e
mpo de intubação (segundos)
50 52 54 56
Figura2 Relac¸ãoentretempodeintubac¸ãoeperímetro cer-vical.
tempodeintubac¸ãofoidefinidaapenasatéainsuflac¸ãodo balonetedacânula traqueal.Isso podeexplicar arapidez do Airtraq®. Não existe uniformidade nos tempos de intubac¸ãoentreosváriosestudosecomparac¸õesabsolutas sãosujeitasafalhas.
Osatuaistestespreditivosparadificuldadesnomanuseio dasvias aéreas foramidealizados para olaringoscópio de Macintosh.Arelevânciadelesaousarmosoutrosdispositivos paralaringoscopiaeintubac¸ãotraquealéquestionável.18,19
Da mesma forma o índice de Cormack-Lehane, as par-ticularidades do desenho e o modo de uso de cada dispositivo ressaltam a importância de encontrar-se uma novagraduac¸ãodevisibilidadedalaringeaousarem-se os videolaringoscópios.20,21
Videolaringoscópios podem apresentarvantagens sobre o laringoscópio de Macintosh, pois podem ser usados em pacientesacordados e com anestesia tópicaou quando o pacienteélevementesedado.22OAirtraq®temmenorcusto
eémaisfácildemanuseardoqueobroncoscópio.Comosão rígidos,osvideolaringoscópios podemempurrar o excesso detecido,o queprovoca o estreitamento dasvias aéreas em pacientes obesos, assim como secrec¸ões, e facilita a visibilizac¸ãodascordasvocais.23
Este estudo apresentavárias limitac¸ões.Não foi usada aEscala deIntubac¸ão Difícil (IDS),24 muitocitada na
lite-ratura. Preferiu-se o tempo de intubac¸ão e o índice de Cormack-Lehane por causa da forte correlac¸ão clínica. Não foi usado o estimulador de nervos periféricos para a monitorac¸ão do bloqueio neuromuscular. Embora tenha havidoadistribuic¸ãoaleatóriadosgrupos,nãofoipossível fazerestudoencoberto.
Conclui-sequeempacientesobesosalgumas caracterís-ticasanatômicas,comocircunferênciacervicaledistância interincisivos,nãoinfluenciaramotempodeintubac¸ãocom oAirtraq®, queproporcionouboa visibilizac¸ão dascordas vocais, porém essas características devem ser considera-das quando se usa o laringoscópio de Macintosh. O uso
120
100
80
60
40
20
0
0,0 0,5 1,0 2,0 3,0 4,0 Distância interincisivos (cm)
T
e
mpo de intubação (segundos)
5,0 6,0
1,5 2,5 3,5 4,5 5,5 6,5
Macintosh Airtrack®
do Airtraq® deve ser considerado na impossibilidade de intubac¸ãocom olaringoscópio deMacintoshempacientes obesosposicionadosemrampa.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramquenãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
AoprofessorLeoLyncepeloauxílionaanáliseestatística.
Referências
1.JuvinP,LavautE,DupontH,etal.Difficulttrachealintubation ismorecommoninobesethaninleanpatients.AnesthAnalg. 2003;97:595---600.
2.DarginJ,MedzonR.Emergencydepartmentmanagementofthe airwayinobeseadults.AnnEmergMed.2010;56:95---104.
3.Wilson ME. Predicting difficult intubation. Br J Anaesth. 1993;71:333---4.
4.KimWH,AhnHJ,LeeCJ,etal.Neckcircumferenceto thyro-mentaldistanceratio:anewpredictorofdifficultintubationin obesepatients.BrJAnaesth.2011;106:743---8.
5.MaharajCH,O’CroininD,CurleyG,etal.Acomparisonof tra-chealintubationusingtheAirtraqortheMacintoshlaryngoscope inroutineairwaymanagement:arandomised,controlled clini-caltrial.Anaesthesia.2006;61:1093---9.
6.Ndoko SK,Amathieu R, TualL, et al. Tracheal intubationof morbidlyobesepatients:arandomizedtrialcomparing perfor-manceofMacintoshandAirtraqlaryngoscopes.BrJAnaesth. 2008;100:263---8.
7.Dhonneur G, Ndoko S, Amathieu R, et al. Tracheal intu-bation using the Airtraq in morbid obese patients under-goingemergencycesareandelivery.Anesthesiology.2007;106: 629---30.
8.RanieriJrD,FilhoSM,BatistaS,etal.Comparisonof Macin-toshandAirtraqTMlaryngoscopes inobesepatientsplacedin
therampedposition.Anaesthesia.2012;67:980---5.
9.Mallampati SR, Gatt SP, Gugino LD, et al. A clinicalsign to predictdifficulttrachealintubation:aprospectivestudy.Can AnaesthSocJ.1985;32:429---34.
10.CollinsJS,LemmensHJ,BrodskyJB,etal.Laryngoscopyand morbidobesity:acomparisonof the‘‘sniff’’ and ‘‘ramped’’ positions.ObesSurg.2004;14:1171---5.
11.LemmensHJ,BrodskyJB,BernsteinDP.Estimatingidealbody weight----anewformula.ObesSurg.2005;15:1082---3.
12.KnillRL.Difficultlaryngoscopymadeeasywitha‘‘BURP’’.Can JAnaesth.1993;40:279---82.
13.CormackRS,LehaneJ.Difficulttrachealintubationin obste-trics.Anaesthesia.1984;39:1105---11.
14.DhonneurG,AbdiW,NdokoSK,etal.Video-assistedversus con-ventionaltrachealintubationinmorbidlyobesepatients.Obes Surg.2009;19:1096---101.
15.GonzalezH,MinvilleV,DelanoueK,etal.Theimportanceof increasedneckcircumferencetointubationdifficultiesinobese patients.AnesthAnalg.2008;106:1132---6.
16.AbdallahR,GalwayU,YouJ,etal.Arandomizedcomparison between thePentax AWSvideolaryngoscope and the Macin-toshlaryngoscopeinmorbidly obese patients.Anesth Analg. 2011;113:1082---7.
17.Andersen LH, Rovsing L, Olsen KS. GlideScope video laryn-goscope vs. Macintosh direct laryngoscope for intubation of morbidlyobesepatients:arandomizedtrial.ActaAnaesthesiol Scand.2011;55:1090---7.
18.MartinF,BuggyDJ.Newairwayequipment:opportunitiesfor enhancedsafety.BrJAnaesth.2009;102:734---8.
19.AmathieuR,CombesX,AbdiW,etal.Analgorithmfordifficult airwaymanagement,modifiedformodernopticaldevices (Air-traqlaryngoscope;LMACTrach):a2-yearprospectivevalidation inpatients for elective abdominal, gynecologic,and thyroid surgery.Anesthesiology.2011;114:25---33.
20.FerckCM,LeeG.laryngoscopy:timetochangeourview. Ana-esthesia.2009;64:351---4.
21.Mines R, Ahmand I. Can you compare the views of video laryngoscopes to the Macintosh laryngoscope. Anesthesia. 2011;66:315---6.
22.UakritdathikarnT, AsampinawatT, WanasuwannakulT, et al. AwakeintubationwithAirtraqLaryngoscopeinamorbidlyobese patient.JMedAssocThai.2008;91:564---7.
23.Moore AR,Schricker T, Court O. Awakevideo laryngoscopy----assistedtrachealintubationofthemorbidlyobese.Anaesthesia. 2012;67:232---5.