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REVISTA
PAULISTA
DE
PEDIATRIA
ARTIGO
ORIGINAL
Prática
esportiva
está
relacionada
à
atividade
parassimpática
em
adolescentes
Suziane
Ungari
Cayres
a,∗,
Luiz
Carlos
Marques
Vanderlei
b,
Aristides
Machado
Rodrigues
c,
Manuel
João
Coelho
e
Silva
c,
Jamile
Sanches
Codogno
a,
Maurício
Fregonesi
Barbosa
de
Rômulo
Araújo
Fernandes
aaUniversidadeEstadualPaulista(Unesp),RioClaro,SP,Brasil
bUniversidadeEstadualPaulista(Unesp),PresidentePrudente,SP,Brasil
cFaculdadedeCiênciasdoDesportoeEducac¸ãoFísica,UniversidadedeCoimbra,Coimbra,Portugal dUniversidadeFederaldeSãoPaulo(Unifesp),SãoPaulo,SP,Brasil
Recebidoem14demaiode2014;aceitoem30desetembrode2014 DisponívelnaInternetem28demarçode2015
PALAVRAS-CHAVE Frequênciacardíaca; Sistemanervoso autônomo; Espessura mediointimal carotídea; Adolescente; Práticaesportiva
Resumo
Objetivo: Analisararelac¸ãoentrepráticaesportiva,educac¸ãofísicaescolar,atividadefísica habitualeindicadorescardiovascularesderiscoemadolescentes.
Métodos: Estudotransversalqueselecionou120escolares(idademédia11,7±0,7anos),sem consumodemedicamentos.Práticaesportivaforadoambienteescolareeducac¸ãofísica esco-larforamavaliadasporentrevistafaceaface,enquantoaatividadefísicahabitualfoiavaliada porpedometria. Peso corporal, estatura ealtura troncocefálicaforam usadospara estimar amaturac¸ãobiológica.Foramavaliados:gorduracorporal, pressãoarterial,frequência car-díacaduranteorepouso,velocidadedofluxosanguíneo,espessuramediointimaldasartérias (carótidaefemoral),variabilidadedafrequênciacardíaca(médiaentrebatimentoscardíacos consecutivoseoíndiceestatísticonodomíniodotempoquerepresentaatividadedosistema nervosoautônomoparassimpáticopormeiodaraizquadradadamédiadasdiferenc¸assucessivas aoquadradoentreintervalosR-Rconsecutivos).Correlac¸ãodeSpearmanverificourelac¸ãoentre asvariáveis.Relacionamentossignificativosforamajustadospor:sexo,etnia,idade,gordura corporalematurac¸ãobiológica.
Resultados: Práticaesportiva,independentementedosajustes,apresentoucorrelac¸ãopositiva comatividadedosistemanervosoautônomoparassimpático(=0,039[0,01;0,76]).Poroutro lado,arelac¸ãoentretalengajamentoeamédiaentreosintervalosR-R(=0,031[---0,01;0,07]) foimediadapelamaturac¸ãobiológica.
Conclusões: Apráticaesportivafoirelacionadaaumamaiorvariabilidadedafrequência car-díacaduranteorepouso.
©2015Associac¸ão dePediatriade SãoPaulo.Publicado porElsevier EditoraLtda.Todosos direitosreservados.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:suziungari@yahoo.com.br(S.U.Cayres). http://dx.doi.org/10.1016/j.rpped.2014.09.002
KEYWORDS Heartrate; Autonomicnervous system;
Carotidintima-media thickness;
Adolescent; Sportspractice
Sportspracticeisrelatedtoparasympatheticactivityinadolescents
Abstract
Objective: Toanalyzetherelationshipamongsportspractice,physicaleducationclass,habitual physicalactivityandcardiovascularriskinadolescents.
Methods: Cross-sectionalstudywith120schoolchildren(mean:11.7±0.7yearsold),withno regularuseofmedicines.Sportspracticeandphysicaleducationclasseswereassessedthrough face-to-face interview, while habitual physical activity was assessed by pedometers. Body weight, height andheight-cephalic trunk were usedto estimate maturation.The following variableswere measured:bodyfatness,bloodpressure,restingheartrate,bloodflow velo-city, intima-mediathickness (carotidandfemoral)andheart ratevariability (meanbetween consecutive heartbeats and statistical index in the time domain that show the autonomic parasympatheticnervoussystemactivityroot-meanbythesquareofdifferencesbetween adja-centnormalR-Rintervalsinatimeinterval.StatisticaltreatmentusedSpearmancorrelation adjustedbysex,ethnicity,age,bodyfatnessandmaturation.
Results: Independentlyofpotentialconfounders,sportspracticewaspositivelyrelatedto auto-nomic parasympathetic nervous systemactivity (=0.039 [0.01; 0.76]).On the otherhand, therelationshipbetweensportpracticeandmeanbetweenconsecutiveheartbeats(=0,031 [---0.01;0.07])wassignificantlymediatedbybiologicalmaturation.
Conclusions: Sportpracticewasrelatedtohigherheartratevariabilityatrest.
© 2015Associac¸ão dePediatria deSãoPaulo. Publishedby Elsevier EditoraLtda. Allrights reserved.
Introduc
¸ão
Sabe-se que as doenc¸as cardiovascularesestão relaciona-dasa elevadas taxasdemorbimortalidadeentreadultos.1
Esse fato tem sido foco de inúmeros estudos, principal-mentedevidoàmanifestac¸ãosubclínicadeseuspotenciais indicadores de risco cardiovasculares, tais como a pres-são arterial elevada, o espessamento mediointimal e as alterac¸ões na modulac¸ão autonômica,2,3 que tendem a
manifestar-sedesdeasprimeirasdécadasdevida.4Durante
aadolescência,aagregac¸ãodealgunsdessesdesfechospode estaratreladaàdisfunc¸ãoendotelialeaoprocesso aterogê-nicoprecoce.3 Entretanto,cabesalientaradificuldade de
acompanharoiníciodessesdistúrbioscardiovascularesentre jovens,umavezqueasuamanifestac¸ãoclínicaéobservada predominantementenaidadeadulta.3
Nessecontexto,aanálisedavariabilidadedafrequência cardíaca, queconsistenas oscilac¸õesdos intervalos entre os batimentoscardíacos consecutivos,5 podeser uma
efi-cienteferramentaparaestudar arelac¸ãoentreosfatores deriscocardiovasculares3earespostaautonômica.5
Sabe--sequeaatividadeparassimpáticapodeestarsuprimidae intimamenterelacionada aoestresse oxidativodecorrente decomplicac¸õescardiometabólicas.6,7Poroutrolado,essa
mesma atividade pode ser estimulada pelo aumento da capacidadecardiorrespiratória3etreinamentofísico,tanto
emadultosquantonapopulac¸ãopediátrica.8
A prática esportiva em âmbito escolar aliada às aulas de educac¸ão física pode ser benéfica para a modulac¸ão autonômica,9porémaindanãoestãosuficientementeclaros
ospossíveisefeitosestimuladospelaatividadefísica habi-tual ou a prática esportiva fora do ambiente escolar na adolescência.Sendoassim,oobjetivodopresenteestudofoi analisararelac¸ãoentreatividadefísicahabitual,educac¸ão
físicaescolarepráticaesportivafora doambienteescolar sobrealgunsindicadorescardiovascularesderisco asaúde entreadolescentes.
Método
Estudo de caráter descritivo/analítico de delineamento transversal,desenvolvidocominformac¸õesiniciaisdeuma coorte e conduzido entre 2013 e 2014 em Presidente Prudente (SP). Para o cálculo amostral, em decorrên-cia da inexistência de estudos anteriores que indiquem escores de correlac¸ão entre pedometria e fluxo sanguí-neoentrejovensbrasileiros,adotou-searbitrariamenteum r=0,26, poderde 80% e ␣ de 5%.10 Esse cálculo indicoua
preenchidos (não houve exclusão por erros de preenchi-mento). Porém, após a conclusão de todas as avaliac¸ões envolvidasnoestudo,setejovensforamexcluídos(não com-pletaramtodasasavaliac¸õesrequeridas pelapesquisa) e, porfim,aamostrafinalfoicompostapor120adolescentes deambosossexos.
Foram incluídos no estudo os adolescentes que acei-taramparticipar dapesquisa e apresentaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelos pais ou responsáveislegais,bemcomoconcordânciacomos seguin-tes critériosde inclusão: idade entre11 e 14 anos; estar regularmentematriculadoefrequentando aunidade esco-lar de ensino básico; não apresentar distúrbio clínico ou metabólico previamenteconhecido que pudesse interferir no engajamento em alguma atividade física ou espor-tiva;não fazer consumo eventual ouregular de qualquer medicamento.Este estudo estáde acordocom asnormas estabelecidaspeloConselhoNacionaldeSaúde(Resoluc¸ão n◦ 1996/196) e foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisaenvolvendo seres humanos (n◦ 322.650/2013) da
UniversidadeEstadualPaulista,CampusdePresidente Pru-dente.
Por entrevistafaceaface foianotadaaetnia(branco, negro, oriental e outros), o sexo e a idade cronológica dos adolescentes (diferenc¸a da data de nascimento para a data de avaliac¸ão, expressa em valores centesimais). Nessaentrevista,foireportadaaparticipac¸ãoemaulasde educac¸ão física escolar (EFE) (númerode dias na semana [essa variável oscilou de 0-3 dias]) e a prática esportiva foradoambienteescolar(aqualcompreendetodo engaja-mentoemmodalidade esportivadesenvolvidasobatutela deumprofissional deeducac¸ãofísica ouinstrutor previa-mentequalificadoecomcarátercompetitivo).Dessaforma, apráticaesportivaforadoambienteescolarfoiavaliadapor meiodasseguintes perguntas:‘‘Vocêparticipade ativida-desesportivasforadaescola?’’(dicotomizadaemsim1enão
[0]).Sesim,‘‘Quaisosdiasdasemanaemquevocêpratica atividadeesportiva?’’Paraasanálisesestatísticas,a variá-vel‘‘práticaesportivaforadoambienteescolar’’foitratada comoonúmerodediasnasemanaemqueojovemreportou essaprática(emnossacasuística,essavariávelosciloude 1-5dias).Aatividadefísicahabitual(AFH)foiavaliadaporum pedômetro(marcaYamaxDigiwalker,modeloSW200),fixado navestimentanaalturadoquadril,durante setedias con-secutivos.Oaparelhocomputaoscilac¸õesnoeixovertical, asquaisreproduzemamarchahumanae,assim,aatividade físicahabitualfoiexpressapelonúmeromédiodepassospor dia(passos/dia).11
Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e frequênciacardíacaderepouso(FCrep)foramaferidaspelo métodooscilométrico,aparelhoautomático(marcaOmron Healthcare, Inc., Intellisense, modelo HEM 742 INT, Ban-nockburn, Illinois, USA), validado por Christofaro et al.12
Para essas medidas, após um período de 10minutos de repouso na posic¸ão sentada, o ponto médio doúmero do brac¸odireitodoavaliadofoienvolvidopelomanguitocom o tamanho apropriado para a circunferência do brac¸o, a saber:idadeaté13anos[tamanho infantil](6cm×12cm);
e acima de 13anos [tamanho médio] (9cm×18cm).
Adolescentesobesosusarammanguitosespecíficos,dadaa maiorcircunferênciadobrac¸o. Foramfeitas trêsmedidas obtidascom intervalode um minuto entre elas.A média
das duas últimas mensurac¸ões foi considerada a pressão arterialdoadolescente.13
A espessura mediointimal (EMI) e o fluxo sanguíneo arterial foram mensurados por um único médico especia-lista em diagnóstico por imagem por meio do exame de ultrassonografiacomDoppler(marcaPhilips,modeloPhilips HD 11 XE, Brasil) equipado com transdutor linear dealta resoluc¸ão,multifrequencial,ajustadopara12MHz,emum hospital domunicípio. Foramadotadas asrecomendac¸ões daSociedadeBrasileiradeCardiologia14eavaliadasartéria
carótida comum e femoral (lado direito). Foram estima-dasasseguintesvariáveis:EMI,quecorrespondeàdistância entreasduaslinhasecogênicasquerepresentamas interfa-ces lúmen/íntimaemédia/adventícia daparedearterial15
da artéria carótida comum (EMIC) e femoral (EMIF), e o índice de resistência ao fluxo sanguíneo, calculado pelo somatório da velocidade de fluxo sanguíneo máxima e mínimadivididapelavelocidadedefluxomáxima,da arté-ria carótida comum (IRFC) e femoral (IRFF). Durante a avaliac¸ão daartéria carótida comum, o pescoc¸o foi leve-mentehiperestendidoeinclinadoparaformarumângulode 45◦aproximadamente.Paraasmedidasnaartériafemoral,a
pernadoadolescentepermaneceuestendidasobreamaca. Amedidafoicoletadapróximaàlinhainguinal.
Para análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC),a frequênciacardíacaderepouso foi captada bati-mento abatimento pormeiodeumcardiofrequencímetro (marcaPolar®,modeloRS800,Kempele,Finlândia),validado paraospropósitosdesteestudo.16 Osadolescentes
perma-neceram em decúbito dorsal e respirac¸ão espontânea por 30minutosparaessacaptac¸ão,comfitadeeletrodos posi-cionadanaalturadoprocessoxifoidedoesterno.Orelógio paracaptac¸ãodasinformac¸õesfoifixadonopunhodo ava-liado, o qual manteve os brac¸os estendidos ao lado do corpo.Todososadolescentesforamorientadosaabster-se de cafeína e atividade física por24horas antesdo teste3
e as avaliac¸ões foram feitas no período matutino, a fim deevitarpossíveisinfluênciasdoritmocircadiano,emuma salaaclimatizadacomtemperaturaa25◦
C(±1◦
C),seguindo recomendac¸õesprévias.17
Osdadosgravadosnomodobatimentoabatimentoem milissegundos foram descarregados por transmissão infra-vermelhaemumcomputadorportátilapartirdosoftware
PolarProTrainer,versão5.41.002.Ométododefiltragemdos dadosseguiuduasetapas:filtragemdigitalpormeiodo soft-wareusadoparadescarregarosdadose filtragemmanual, afimdechecarvisualmenteasvariac¸õesentreos interva-losdos batimentoscardíacose, porconseguinte, remover intervalos anormais.5,18 Para análisedos dadosforam
usa-dos1.000intervalosR-Recalculados,pelosoftwareKubios HRV,versão2.0,amédiaentreosintervaloresR-R(M-iRR)eo índicedevariabilidadedafrequênciacardíacapelométodo linear,nodomíniodotempo:rMSSD.OíndicerMSSD corres-pondeàraizquadradadamédiadasdiferenc¸assucessivas ao quadrado, entre intervalos R-R consecutivos, no qual representa o predomínio da atividadedo sistemanervoso autônomoparassimpático.5
(marcaSanny,modeloProfessional,Brasil)comprecisãode 0,1cm.Alturatroncocefálicafoiobtidamedianteusodeum bancode madeiracom alturade 50cmfixado ao estadiô-metro.Ocomprimentodaspernasfoiobtidopelasubtrac¸ão daestaturapelaalturatroncocefálica.19 Combaseemtais
medidas,amaturac¸ão biológicafoiestimadapelopico de velocidadedecrescimento(PVC),apartirdemodelos mate-máticosbaseadosemmedidasantropométricas.20Osvalores
resultantesdessemodeloindicamoperíodo(anos)que fal-tamparaoadolescenteatingiramaturac¸ãosomática.
Otecidoadiposofoimensuradopeladensitometriaóssea (marcaGeneral Electric,modelo Lunar---DPX-NT). O apa-relho foi calibrado antes doinício das medidas, a fim de verificaragarantiadaqualidadedasvarreduras,seguindoas recomendac¸õesdofabricante.Apósesseprocedimento ini-cial,foramfeitososexamesdecorpointeirodosavaliados. Adosederadiac¸ãonãofoiprejudicialàsaúdedos adoles-centes, foimenor doque 0,05milirem. Duranteo exame, todososparticipantesusaramvestimentasleves, permane-ceram descalc¸os, sem pertence demetal junto ao corpo. Foram posicionados no equipamento em decúbito dorsal durantetodooexameesemantiveramimóveisduranteum tempoaproximadode15minutos.Agordura corporal(GC) foiexpressaemvalorespercentuaisapartirdosotfwareGE MedicalSystemLunar,versão4.7.
Na análise estatística, inicialmente, foi testada a distribuic¸ãodoconjuntodedadosdeacordocomomodelo Gaussianoe,apartirdessepressuposto,optou-sepela esta-tísticanãoparamétricaparaasanálisesdecorrelac¸ão.Para omodelomultivariado,oíndicerMSSDsofreuajuste logarít-mico(logaritmodebase10).21
Para a descric¸ão da amostra, usou-se a mediana e a diferenc¸aentrequartil.Adiferenc¸aentreosgrupos (dicoto-mizadaemsim1ounão[0])engajadosnapráticaesportiva
foiexpressapelotestedeMann-Whitney.Devidoaousode algumasvariáveisdeorigemnãoparamétrica,acorrelac¸ão deSpearman(rho)foiusadaparaverificararelac¸ãoentrea práticaesportivaeosindicadorescardiovascularesderisco asaúde.Osrelacionamentossignificativosnacorrelac¸ãode Spearmanforaminseridosnomodelo multivariado (regres-sãolinear)emdoismodelos:Modelo1---ajustadoporsexo, etnia,idadeeGCeModelo2---Modelo1ePVC.
Da mesma forma, as comparac¸ões significativas foram analisadassobo prismadaanálisedecovariância(Ancova [ajustadasporsexo,etnia,idadeeGC]),aqualgeroumédias estimadasapósoajustedavariânciaexplicadapelas variá-veisdeconfusão.OtesteposthocdeBonferronifoiusado quandonecessárioeotestedeLeveneatestoua homogenei-dadedasvariânciasnosmodeloscriados.Porfim,medidasde tamanhodeefeitoforamprovidenciadaspeloeta-squared
(ES-r)(Pequenode0,010a0,059;Moderadode0,060a0,139 eElevado≥0,140).22 Asignificânciaestatística(p-valor)foi
consideradarelevanteseobservadosvaloresinferioresa5%, aqualfoianalisadapormeiodosoftwareBioEstat(versão 5.0,Tefé,Amazonas).
Resultados
Da amostratotal dopresenteestudo,50% (95%IC: 41,1%-58,9%;n=60)dosadolescentesreportaramestarengajados em alguma prática esportiva fora do ambiente escolar
(56,5%meninose43,1%meninas;p=0,201).EFEnãose asso-ciouaqualqueroutroindicadordeatividadefísica(esporte eAFH); porém, e conformeesperado, aprática esportiva foradoambienteescolareaAFHforamrelacionadasentre si.
As variáveis dependentes (M-iRR, rMSSD, IRFC, IRFF, EMIC e EMIF) não diferiram quando a amostra foi estra-tificada segundo a AFH e o númerode aulas de EFE. Por outro lado, quando a amostra foi dicotomizada pela prá-tica esportiva fora do ambiente escolar, houve diferenc¸a significativaparaidade(p=0,042),pesocorporal(p=0,048), estatura(p=0,043),PVC(p=0,003),M-iRR(p=0,012)erMSSD (p=0,019)(tabela1).
A Ancova identificou que, mesmo após o controle da variânciaexplicadapelosfatoresdeconfusão,jovenscom práticaesportivacontinuaramaapresentarmaioresvalores paravariabilidadedafrequênciacardíacaequeamagnitude deefeitodapráticaesportivasobreasvariáveis dependen-tes foi moderada (tabela 2). A prática esportiva fora do ambienteescolarapresentourelac¸ãosignificativaepositiva comM-iRR(rho=0,23) erMSSD (rho=0,25).Por outrolado, aAFHeaEFEnãoseassociaramaqualquerdosdesfechos envolvidosnesteestudo(tabela3).
Nomodelomultivariado,apenasoíndicerMSSD manteve--se relacionado à prática esportiva, após o ajuste pelos fatoresdeconfusão (modelo1 [sexo,etnia,idade eGC]). Por fim,o índice rMSSD manteve-se relacionado à prática esportivafora do ambiente escolar, mesmo após controle estatístico(modelo2)paraamaturac¸ãobiológica(=0,039 [0,01;0,08])(tabela4).
Discussão
Osresultados da presente pesquisa apontam que adoles-centesengajadosempráticasesportivasfora doambiente escolarapresentarammaiorVFC,mesmoquandoaanálise foicontroladaporfatorescomoamaturac¸ãobiológica.Por outrolado,essarelac¸ãonãofoiobservadaparaasaulasde EFEeAFH.
No presente estudo, adolescentes engajados em ativi-dades esportivas fora do ambiente escolar apresentaram maioridade,pesocorporal,estaturaematurac¸ãobiológica. Sabe-seque,comoavanc¸ardaidade,háumatendênciaà diminuic¸ãodarespostavagaledeclíniodaVFC,23porémesse
comportamentoparecenãoser acentuadoentrejovens.17
Cabesalientarque oexercíciofísicotemumpapel modu-ladornacapacidadecardiorrespiratóriae,porconseguinte, poderetardarareduc¸ãodaatividadeparassimpática.23,24
Paralelamentea essequadro,aliteraturatem identifi-cadoqueacapacidadecardiorrespiratóriadeadolescentes obesosengajadosemexercíciosfísicostemestreitarelac¸ão comoaumentonarespostavagalduranteorepouso,3bem
como o destreino está intimamente relacionado com a reduc¸ão no índice rMSSD.25Recentemente, Fernandeset
al.24identificaramqueoefeitoredutordaatividade
Tabela1 Análisecomparativadasvariáveisdependentessegundoapráticaesportivaforadoambienteescolardeadolescentes, PresidentePrudente,SãoPaulo,Brasil,2013.Valoresexpressosemmediana(diferenc¸aentrequartil)
Práticaesportivaforadoambienteescolar pvalor Sim(n=60) Não(n=60)
Idade(anos) 12(1) 11(1) 0,042
Pesocorporal(kg) 51,2(19) 49,2(19,2) 0,048
Estatura(cm) 1,57(0,10) 153(0,10) 0,043
GC(%) 31,5(13,6) 28,9(19,4) 0,361
PVC ---2,13(0,93) ---2,54(1,10) 0,003
PASm(mmHg) 113,3(15,7) 108,8(16,1) 0,118
PADm(mmHg) 68,3(10,7) 65,0(15,7) 0,719
FCrep(bpm) 76,6(15,1) 75,6(15,5) 0,659
M-iRR(ms) 781,6(142,1) 740,1(138,1) 0,012
rMSSD(ms) 49,5(26) 43,0(29) 0,019
EMIC(mm) 0,45(0,05) 0,46(0,05) 0,228
EMIF(mm) 0,39(0,08) 0,38(0,11) 0,991
IRFC 0,75(0,1) 0,73(0,1) 0,194
IRFF 0,94(0,1) 0,98(0,1) 0,506
Passos/dia 9804,5(6545) 8139,2(3085) 0,086
GC,gorduracorporal;PVC,picodevelocidadedecrescimento;PASm,pressãoarterialsistólicamédia;PADm,pressãoarterialdiastólica
média;FCrep,frequência cardíaca derepouso; M-iRR,médiaentre osintervalosR-R;rMSSD, raizquadrada damédiado quadrado
dasdiferenc¸asentreosintervalosR-Rnormaisadjacentes;EMIC,espessuramediointimaldaartériacarótidacomum;EMIF,espessura
mediointimaldaartériafemoral;IRFC,índicederesistênciadefluxodacarótidacomum;IRFF,índicederesistênciadefluxodafemoral.
Tabela2 Médias(intervalodeconfianc¸ade95%)ajustadasporsexo,idade,gorduracorporal,etniaematurac¸ãobiológicapara osvaloresdevariabilidadedafrequênciacardíacasegundoapráticaesportivaemadolescentes,PresidentePrudente,SãoPaulo. Brasil,2013
VariabilidadedaFC EsporteNão(n=60) EsporteSim(n=60) Ancova Tamanhodeefeito
F Pvalor ES-r (Qualitativo) M-iRR(ms) 726,5(693,1-759,9) 797,7(765,1-830,5) 8,674 0,004 0,078 Moderado rMSSD(ms) 41,8(35,7-47,8) 53,1(47,1-59,1) 6,680 0,011 0,061 Moderado
FC,frequênciacardíaca;M-iRR,médiaentreosintervalosR-R;rMSSD,raizquadradadamédiadoquadradodasdiferenc¸asentreintervalos
R-Rnormaisadjacentes;95%IC,intervalodeconfianc¸ade95%;Ancova,análisedecovariância;ES-r,etasquared,oqualdenotauma
medidadetamanhodeefeito;pvalor<0,05,significânciaestatística.
Médiae95%ICestimadospelaAncova.
Tabela 3 Correlac¸ão de Spearmanentre indicadores de atividade física e parâmetros cardiovasculares em adolescentes, PresidentePrudente,SãoPaulo.Brasil,2013
Atividadefísica PASm (mmHg)
PADm (mmHg)
FCrep (bpm)
M-iRR (ms)
rMSSD (ms)
EMIC (mm)
EMIF (mm)
IRFC IRFF
rho rho rho rho rho rho rho rho rho
Práticaesportiva(dias/sem) 0,13 0,03 ---0,06 0,23a 0,22a ---0,07 0,01 0,10 ---0,05
pvalor 0,150 0,704 0,478 0,012 0,018 0,405 0,915 0,263 0,570 Ed.físicaescolar(dias/sem) 0,01 ---0,09 ---0,12 0,08 0,09 0,14 0,08 ---0,01 ---0,07
pvalor 0,888 0,318 0,187 0,395 0,116 0,116 0,364 0,941 0,438 AFhabitual(passos/dia) 0,13 0,05 ---0,10 ---0,02 0,01 0,02 0,13 0,16 0,04
pvalor 0,134 0,581 0,259 0,801 0,779 0,779 0,132 0,08 0,592
PASm,pressãoarterialsistólicamédia;PADm,pressãoarterialdiastólicamédia;FCrep,frequênciacardíacaderepouso;M-iRR,média
entreosintervalosR-R;rMSSD,raizquadradadamédiadoquadradodasdiferenc¸asentreintervalosR-Rnormaisadjacentes;EMIC,
espessuramediointimaldaartériacarótidacomum;EMIF,espessuramediointimaldaartériafemoral;IRFC,índicederesistênciadefluxo
dacarótidacomum;IRFF,índicederesistênciadefluxodafemoral;rho,coeficientedecorrelac¸ãodeSperman;95%IC,intervalode
confianc¸ade95%.
Tabela4 Relacionamentomultivariado(regressãolinear) entrepráticaesportivafora doambienteescolare indica-dores cardiovasculares de risco a saúde de adolescentes, PresidentePrudente,SãoPaulo.Brasil,2013
Variável independente
M-iRR(ms) rMSSD(ms)
(95%IC) (95%IC)
Modelo1
Práticaesportiva (dias/sem)
0,031(---0,01;0,07) 0,042(0,01;0,07)
pvalor 0,147 0,029
Modelo2
Práticaesportiva (dias/sem)
0,031(---0,01;0,07) 0,039(0,01;0,08)
pvalor 0,143 0,042
M-iRR,médiaentreosintervalosR-R;rMSSD,raizquadradada
médiadoquadradodasdiferenc¸asentreintervalosR-Rnormais
adjacentes;95%IC, intervalode confianc¸a de95%; Modelo1,
ajustado por sexo, etnia, idade e gordura corporal;
Modelo2,ajustadoporsexo, etnia,idade,gordura corporale
picodevelocidadedecrescimento.
literatura como um importante indicador de atividade parassimpática.5,25
Por outro lado, EMIC e EMIF, bem como IRFC e IRFF, não apresentaram relac¸ão significativa com qualquer dos indicadores de atividade física.A literatura tem indicado que o aumento do estresse de cisalhamento decorrente doexercíciofísico podeestimulara liberac¸ãode substân-cias‘‘cardioprotetoras’’em detrimentodaresistênciaque o fluxo sanguíneo exerce nas células endoteliais.26 Esses
mensageiros biomoleculares têm acapacidade de inibiro estresseoxidativo,aagregac¸ãoplaquetáriaeaproliferac¸ão de células musculares lisas.26 Essas respostas
cardiome-tabólicas são envolvidas em longo prazo na EMI2 e não
sãonecessariamenteobservadasempopulac¸õesjovens.Em apoioaessahipótese,resultadosemelhantefoiobservado por Loprinziet al.27 com adolescentes deambos ossexos
(idadede6-18anos),noqualapráticadeAFHfoi relacio-nadaamenoresvaloresdeproteínaCreativa(importante agente inflamatório intimamente relacionado com o pro-cessoaterogênico)emadultos,masnãoemjovens.
Umaimportantereflexãoacercadaausênciade relacio-namentosentreaAFH,aatividadefísicaforadoambiente escolareosdesfechosanalisadosprecisaserfeita.Defato,a atividadefísicatotaléumconstrutoqueenvolveatividades detodasasintensidades(nãonecessariamentedemoderada aalta intensidade)e,dessaforma,nãoforamgrande sur-presaoscoeficientesnãosignificativos.Porém,osresultados não significativos referentes à EFE refletem uma mazela presenteemnossosistemadeensino(informac¸õesprévias relatamabaixademandaenergéticaenvolvidanessetipode atividadeeumapartesubstancialdaauladeeducac¸ãofísica égastanagestãodasatividades),28poisac¸õesnomeio
esco-lartêmsidoefetivasnamelhoriadaVFC.9Porconseguinte,a
práticadesportivatemsidoclaramenteevidenciadae con-sistentemente difundida em crianc¸as e adolescentes, não só pelas suas valências formativas na personalidade dos jovens,29 maspelasua importâncianoaumentodotempo
ematividadesfísicasdeintensidademoderadaevigorosae oseuimpactonosindicadoresdesaúdesupracitados.30
Algumas limitac¸ões precisam ser mencionadas. O deli-neamento transversal não possibilita estabelecer relac¸ão de causalidade entre os desfechos apresentados. Porém, taisresultadossão provenientesde dadosiniciais de uma coorteem andamento e, assim, no futuro, esses achados poderãoserreanalisadossobumaperspectivalongitudinal. Alémdisso,aausênciadeinformac¸õesmaisacuradassobre EFEe práticaesportivaforadoambiente escolar (intensi-dadedoesforc¸o,durac¸ãodasessão,modalidadeesportiva, tempodeenvolvimentonoreferidodesporto,entreoutras) merece ser destacada como limitac¸ão. Por outro lado, dados recentes da literatura identificam que cumprir ao menos 11.500 passos/dia é similar a cumprir a dire-triz para jovens de prática mínima de atividades físicas: 60minutos/diade atividades físicasde intensidade mode-radaouvigorosa.11 Nessaamostra, houveassociac¸ãoentre
alcanc¸ar este ponto de corte de passos por dia e estar engajadoem atividades esportivas(OR=3,05;IC 95% 1,25-7,39),bemcomoonúmerodediasenvolvidocomatividades esportivasfoirelacionadocomonúmerototaldepassos acu-muladoduranteasemana(r=0,21;95%CI0,02-0,37).Assim, essesdadosidentificamque,emborarelativamentesimples, asperguntas usadas para caracterizar a prática esportiva organizada foram eficientes para discriminar jovens mais ativosfisicamente.
Dessa forma,pode-se concluir que a prática esportiva fora doambienteescolar foi relacionada comindicadores deVFCduranteorepouso.
Financiamento
Fundac¸ão de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp;Processo2013/06052-2),BrasileConselhoNacional deDesenvolvimento CientíficoeTecnológico (CNPq;Edital Universal14/2013;Processo476295/2013-0),Brasil.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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