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Desigualdade de renda e situação de saúde: o caso do Rio de Janeiro.

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Academic year: 2017

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Desigualdade de renda e sit uação de saúde:

o caso do Rio de Janeiro

Inco me ine q uality and he alth:

the case o f Rio d e Jane iro

1 Dep artam en to d e In form a ções em Sa ú d e, Cen t ro d e In form a çã o Cien t ífica e Tecn ológica , Fu n d a çã o Osw a ld o Cru z . Av. Bra sil 4365, Rio d e Ja n eiro, RJ 21045- 900, Bra sil.

celia@m alaria.p rocc.fiocru z .br

Célia La n d m a n n Sz w a rcw a ld 1 Fra n cisco In á cio Ba st os 1 M a ria An gela Pires Est ev es 1

Ca rla Lou ren ço Ta v a res d e An d ra d e 1 M a rin a Silv a Pa ez 1

Erik a Via n n a M ed ici 1 M ôn ica Derrico 1

Abst ract T h i s eco lo gi ca l a n a lysi s a d d resses t h e a sso ci a t i o n b et w een i n co m e i n eq u a li t y a n d h ealt h st at u s in t h e m u n icip alit y of Rio d e Jan eiro. Dat a w ere an alyz ed u sin g geo-p rocessin g an d m u lt ip le regression t ech n iqu es. Th e follow in g h ea lt h in d ica t ors w ere u sed : in fa n t m ort a lit y ra t e; st a n d a rd iz ed m ort a lit y ra t e; life ex p ect a n cy a t b irt h ; a n d h om icid e ra t e a m on g 15- 29- yea r- old m a les. Pa t t ern s of in com e in equ a lit y w ere a ssessed t h rou gh in com e d ist ribu t ion in d ica t ors: Gin i in d ex , Rob in Hood in d ex , a n d t op 10%/b ot t om 40% a v era ge in com e ra t io. T h e resu lt s in d ica t e sign ifican t correlat ion s bet w een in com e d ist ribu t ion in d icat ors an d h ealt h in d icat ors, p rov id in g a d d it ion a l em p irica l ev id en ce of t h e a ssocia t ion b et w een h ea lt h st a t u s a n d in com e in eq u a lit y. For t h e h om icid e ra t e, t h e effect of t h e in d ica t or “d en sit y of slu m resid en t s” w a s a lso relev a n t , su ggest in g t h a t fu rt h er d et eriora t ion in h ea lt h st a n d a rd s m a y b e d u e t o socia l d isru p t ion of d e-p ri v ed com m u n i t i es a n d t h e resu lt a n t i n crea se i n cri m i n a l a ct i v i t y. T h e geo- ee-p i d em i ologi ca l an alysis p resen t ed h ere h igh ligh t s t h e associat ion bet w een ad v erse h ealt h ou t com es an d resid en -t ia l con cen -t ra -t ion of p ov er-t y. Socia l p olicies focu sed on slu m resid en -t s a re n eed ed -t o red u ce -t h e h arm fu l effect s of relat iv e d ep riv at ion .

Key words Hea lt h In d ica t ors;p er cap itaIn com e; Geop rocessin g; Ep id em iology

Resumo Est e est u d o ecológico t est a a a ssocia çã o en t re d esigu a ld a d e d e ren d a e con d ições d e saú d e n o M u n icíp io d o Rio d e Jan eiro. Ut iliz aram -se t écn icas d e geop rocessam en t o e d e regressão m ú lt ip la , a lém d o coeficien t e d e m ort a lid a d e in fa n t il, d a t a x a d e m ort a lid a d e p a d ron iz a d a p or id a d e, d a esp era n ça d e v id a a o n a scer e d a t a x a d e h om icíd ios. Os p a d rões d e d esigu a ld a d e d e ren d a fora m a va lia d os p or m eio d o ín d ice d e Gin i, d o ín d ice d e Robin Hood e d a ra z ã o d a ren d a m éd ia en t re os 10% m ais ricos e os 40% m ais p obres. Os resu lt ad os ev id en ciam correlações sign ifica t iv a s d os in d ica d ores d e d esigu a ld a d e d e ren d a com t od os os in d ica d ores d e sa ú d e, d em on -st ra n d o q u e a s p iores con d ições d e sa ú d e n ã o p od em ser d issocia d a s d a s d isp a rid a d es d e ren d a . Pa ra os h om icíd ios, a con cen t ra çã o d e in d iv íd u os resid en t es em fa v ela s se m ost rou relev a n t e, su gerin d o u m a p iora a d icion a l d a s con d ições d e sa ú d e a t ra v és d a d et eriora çã o d a s in t era ções com u n it á ria s e d o a u m en t o d a crim in a lid a d e. A a n á lise geoep id em iológica a p on t a p a ra o v ín -cu lo en t re a s p iores con d ições d e sa ú d e e a con cen t ra çã o resid en cia l d e p ob rez a . Con clu i- se q u e h á n ecessid a d e u rgen t e d e se im p lem en t a rem p olít ica s com p en sa t ória s p a ra a m en iz a r os efeit os d an osos d a d esigu ald ad e social.

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Introdução

Classicam en te, os estu dos ep idem iológicos têm p rocu rad o exp licar as d esigu ald ad es n a saú d e d a p op u lação segu n d o fatores sociais e econ ô-m ico s ta is co ô-m o ren d a , o cu p a çã o, ed u ca çã o, h a b ita çã o, a m b ien te o u , d e m a n eira gera l, a s a ssim d en o m in a d a s co n d içõ es d e vid a . Co n -se n su a lm e n te, e ste s e stu d o s m o stra m q u e a saú d e d a p op u lação ap resen ta forte grad ien te social qu e se rep rod u z n os m ais d iferen tes p aíses, in d ep en d en tem en te d a n a tu reza , a b ra n -gên cia, eficácia e eficiên cia d os resp ectivos sis-tem as d e saú d e. In variavelm en te d esfavorável aos gru p os socialm en te m en os p rivilegiad os, a fa lta d e eq ü id a d e so cia l n o â m b ito d a sa ú d e m an ifestase tan to n os d iferen ciais en con tra -d o s n a s ta xa s -d e m o rb i-m o rta li-d a -d e co m o n o a d o ecim en to m a is p reco ce d a s ca m a d a s m e -n os favorecid as (Marm ot et al., 1987).

É va sta a litera tu ra q u e a b o rd a o s d iferen -ciais n a saú d e com o reflexo d as d esigu ald ad es d e u m a so cied a d e. Um estu d o in tern a cio n a l-m en te con h ecid o, rea liza d o n a Grã -Breta n h a , “Th e Bla ck Rep o rt” ( Town sen d & Da vid so n , 1990), revelo u gra n d es d isp a rid a d es n a situ a -çã o d e sa ú d e, d em o n stra n d o q u e a q u eles si-tu a d o s n o lim ite in ferio r d a esca la so cia l têm con d ições b em p iores d e saú d e d o qu e aqu eles p erten cen tes aos estratos m ais favorecid os.

Porém , se n os estu d os ep id em iológicos n o n ível in d ivid u al as correlações en con trad as p a-ra ga-ran d e p arte d os aga-ravos d e saú d e e con d i-ções d e vid a são b astan te claras e con sisten tes, n ão se p od e d izer o m esm o a resp eito d os estu -d o s eco ló gico s. Neste co n texto, sã o ca -d a vez m a is freq ü en tes a s evid ên cia s n o sen tid o d e qu e a associação en tre ren da e saú de n ão é u m a relação d ireta. Em estu d o en volven d o u m gru -p o d e -p a íses eu ro -p eu s, Wilkin so n (1992a ) d e-m on strou a n ão-lin earid ad e d a relação ecoló-gica d e d ep en d ên cia en tre as d u as variáveis, já q u e à s d iferen ça s n o n ível d e ren d a en tre o s p aíses n ão corresp on deram , p rop orcion alm en -te, d iferen ças sem elh an tes n os in d icad ores d e saú d e p or ele u tilizad os.

O relatório “Th e Health Divise”, atu alização d os d ad os d o “Th e Black Rep ort” p ara a d écad a d e 80, co m p rovo u igu a lm en te a a u sên cia d e u m a relação d ireta en tre ren d a e d esigu ald ad e n a saú d e n o n ível coletivo. Ap esar d a d im in u ição da p obreza absolu ta, as diferen ças n as con -d ições -d e saú -d e en tre os -d iferen tes estratos so-ciais n ão só p ersistiram com o até se agravaram (Town sen d & David son , 1990).

Na m esm a lin h a d e p esq u isa , Eva n s et a l. (1994) d escrevem vários exem p los en con trad os n a literatu ra tan to d e “saú d e sem riq u eza”

co-m o d e “riq u eza seco-m sa ú d e”, isto é, socied a d es qu e d esfru tam d e con d ições d e saú d e b em m e-lh ores d o qu e as esp erad as p elos seu s n íveis d e ren d a e vice-versa, e su gere q u e ou tros fatores relacion ad os à com p lexid ad e d a estru tu ra so-cial p od em in flu en ciar m ais p rofu n d am en te a situação de saúde do que os ín dices de p obreza. No Brasil, Leal & Szwarcwald (1997) d etec-taram u m a au sên cia d e correlação en tre a m or-talid ad e in fan til, calcu lad a p ara os m u n icíp ios d o Esta d o d o Rio d e Ja n eiro n o a n o d e 1991, e u m ín d ice d e con d ições sócio-econ ôm icas, es-tim a d o co m b a se em in fo rm a çõ es cen sitá ria s sob re ed u cação, ren d a e ab astecim en to d’águ a. Ap esar d e in qu estion ável n o n ível in d ivid u al, a a u sên cia d e a sso cia çã o sign ifica tiva n o n ível ecológico ap on tou p ara ou tros m ecan ism os d e exp licação d o p ad rão d e d istrib u ição esp acial d a m ortalid ad e in fan til en con trad o.

Ach a d o s recen tes m o stra m q u e p o d e ser b astan te im p ortan te a in clu são d e in d icad ores q u e co n sid erem a d istrib u içã o d a riq u eza co -m o característica d e u -m a socied ad e ou d e u -m gru p o. Este s e stu d o s tê m o p ta d o p o r e n fo ca r in d icad ores d e ren d a relativa ao in vés d os tra-d icion a is in tra-d ica tra-d ores tra-d e ren tra-d a a b solu ta (Wil-kin son , 1992a; Wil(Wil-kin son , 1992b ; Kap lan et al., 1996; Ken n ed y et al., 1996), en fatizan d o a rele-vâ n cia d a p o b reza rela tiva e a m a n eira co m o ela exclu i p essoas, social e m aterialm en te, d as op ortu n id ad es p rop orcion ad as p ela socied ad e. A a sso cia çã o eco ló gica en tre a co n cen tra -ção d e ren d a e a situ a-ção d e saú d e foi d em on s-trad a em p iricam en te em u m a série d e in vesti-gações in tern acion ais, in clu in d o com p arações en tre p a íses in d u stria liza d o s eu ro p eu s ( Wil-kin son , 1992b ) e en tre estad os d en tro d os Esta-d os Un iEsta-d os (Kap lan et al., 1996; Ken n eEsta-d y et al., 1996; Ka wa ch i & Ken n ed y, 1997a ). Estes estu -d os relacion aram -d iferen tes in -d ica-d ores -d e -d e-sigu a ld a d e d e ren d a a vá rio s in d ica d o res d e saú d e com o a esp eran ça d e vid a, a m ortalid a -d e in fan til, as taxas -d e m or tali-d a-d e geral e es-p ecífica es-p or cau sas selecion ad as, a freq ü ên cia d e b aixo p eso ao n ascer, as taxas d e crim in ali-dade, en tre m uitos outros. Os resultados in dica-ram , d e form a con sisten te, m elh ores con d ições d e saú d e em socied ad es com d istrib u ição m ais eq u ilib ra d a d e ren d a . No Bra sil, vá rio s tra b a lh os têm su gerid o qu e o crescim en to d a violên -cia é trib u tá rio, em gra n d e p a rte, d o a u m en to d a con cen tração d e ren d a q u e ocorreu n as ú l-tim a s d éca d a s (Min a yo, 1994; Szwa rcwa ld & Castilh o, 1998). En tretan to, até o p resen te, n ão se d isp õe d e com p rovações d e n atu reza em p í-rica d esta h ip ótese n o n osso m eio.

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-cen tração d e ren d a. Ad otan d o-se com o m ed i-d a i-d e i-d esigu a li-d a i-d e a ra zã o en tre a ren i-d a m é-d ia é-d o s 10% m a is rico s em rela çã o à é-d o s 40% m ais p ob res, p ara gran d e p arte d os p aíses este in d icad or tem valores in feriores a 10, en q u an -to, n o Bra sil, este p a râ m etro situ a -se n o p a ta-m ar d e 30 (Barros et al., 1995). Tota-m an d o-se co-m o referen cial a razão en tre a ren d a co-m éd ia fa-m iliar p er cap itaen tre os d ois ú ltim os d ecis d a d istrib u ição d e ren d a, este ín d ice é m en or q u e 1,5 n os Estad os Un id os, Jap ão e Hu n gria, situ a-se em to rn o d e 2,3 n o México e n a Argen tin a en q u a n to n o Bra sil u ltra p a ssa o va lo r d e 3,0 (PNUD/ Ip ea, 1996). Segu n d o os d ad os d o Ban -co Mu n d ia l (1994), o Bra sil exib e a p io r situ a-ção d o seu gru p o (p aíses d e ren d a m éd ia alta), com p articip ações corresp on d en tes ao p rim ei-ro e a o ú ltim o q u in til, resp ectiva m en te, m a is b aixa e m ais alta d o q u e q u aisq u er ou tros p aí-ses em situ ação com p arável.

Motivad o p elo qu ad ro d e grave d esigu ald a-d e a-d a a-d istrib u içã o a-d e ren a-d a a p resen ta a-d o p elo Brasil, este estu d o tem com o p rin cip al ob jetivo an alisar q u an titativam en te a associação en tre in d ica d ores d e d istrib u içã o d e ren d a e a lgu n s a gra vo s d e sa ú d e. To m o u -se o Mu n icíp io d o Rio d e Ja n eiro co m o ca so p a rticu la r d esta in -vestiga çã o, p o r ser este m u n icíp io cen á r io d e elevad as taxas d e crim in alid ad e e extrem as d is-p arid ad es sociais.

M at erial e mét odos

Para este estu d o, foram con sid erad os d ois con -ju n to s d e in d ica d o res, estim a d o s p a ra a s re-giõ es a d m in istra tiva s d o Mu n icíp io d o Rio d e Jan eiro, ten d o com o an o-b ase d e cálcu lo o an o cen sitá rio d e 1991. O p rim eiro foi con stitu íd o p or in d icad ores d e saú d e e o segu n d o p or in d cad ores d e d istrib u ição d e ren d a e ou tros in d i-cad ores sócio-d em ográficos.

Para a con stru ção d os in d icad ores d e saú d e fo ra m u tiliza d a s a s in fo rm a çõ es referen tes a ó b ito s d o Su b -Sistem a d e In fo rm a çõ es so b re Mortalid ad e (MS, 1997) e as in form ações cen -sitárias relativas à p op ulação da Fun dação In sti-tu to de Geografia e Estatística (FIBGE, 1994). Os in d icad ores sócio-econ ôm icos foram elab ora-d os valen ora-d o-se ora-d as in form ações relativas às ca-racterísticas dos ch efes de dom icílio, forn ecidas p or setor cen sitário d o Mu n icíp io d o Rio d e Ja-n eiro p ela FIBGE (1994), e agregadas p or Região Ad m in istrativa (RA), m en or u n id ad e geográfica d isp on ível p ara os d ad os d e m ortalid ad e.

Em b ora o Mu n icíp io d o Rio d e Jan eiro fos-se con stitu íd o em 1991 p or 26 RAs, as in form a-ções d e ób itos eram classificad as, até 1992, d e

acord o com o en d ereço n otificad o d o falecid o, em a p en a s 24 RAs, o q u e fez co m q u e tivésse-m os qu e p roced er a u tivésse-m a red istrib u ição d os d ad o s cen sitá rio s, ad escrita a segu ir. As in fo rm a ções cen sitárias corresp on d en tes à Região Ad -m in istrativa da Pavu n a (RA XXV) fora-m agrega-d a s à agrega-d e An ch ieta (RA XXII), e a s agrega-d e Gu a ra tib a (RA XXVI) à d e Cam p o Gran d e (RA XVIII), con sid eran d ose com o ob jeto d e an álise o con ju n -to de 24 regiões adm in istrativas assim form ado. A segu ir, são ap resen tad os tod os os in d ica-d ores con siica-d eraica-d os n o estu ica-d o.

Indicadores de saúde

1) Coeficien te d e m ortalid ad e in fan til – calcu -lad o com o u m a taxa m éd ia trien al, a p artir d os ób itos em m en ores d e u m an o registrad os n os an os d e 1990, 1991 e 1992.

A estim a çã o d o s n a scid o s vivo s p o r RA fo i rea liza d a em eta p a s. Estim ou -se o n ú m ero d e n ascid os vivos, corrigid o p elo m étod o d e Brass (1975), p ara a totalidade do m un icíp io, p or m eio d a s in fo rm a çõ es so b re fecu n d id a d e rela tiva s a o a n o d e 1991 (FIBGE, 1994). A segu ir, fo ra m estim ad as as freq ü ên cias relativas d e n ascid os vivos p or RA, b asean d o-se n as in form ações d o Sistem a d e Na scim en to s (Sin a sc) fo rn ecid a s p ela Secretaria Mu n icip al d e Saú d e, referen tes ao an o d e 1994 (p rim eiro an o com d ad os fid ed ign o s). As estim a tiva s p o r RA fo ra m ca lcu la -d a s p ela m u ltip lica çã o -d e ca -d a u m a -d a s fre-q ü ên cias p ercen tu ais p elo n ú m ero total corri-gid o d e n ascid os vivos n o Rio d e Jan eiro;

2) Ta xa d e m o rta lid a d e p a d ro n iza d a p o r id a d e – ca lcu la d a com b a se n a s ta xa s d e m or-talid ad e esp ecíficas p or faixas q ü in q ü en ais d e id ad e, estim ad as com o m éd ias trien ais n o p e-río d o 1990-92. A p o p u la çã o p a d rã o fo i a d o Mu n icíp io d o Rio d e Jan eiro;

3) Esp eran ça d e vid a ao n ascer – calcu lad a p o r m eio d a co n stru çã o d a tá b u a d e vid a p o r RA, co n fo rm e a fo rm u la çã o d e Fria s & Ro d ri-gu es (1981), va len d o -se d a s ta xa s cen tra is d e m ortalidade, idade e sexo, estim adas com o m é-d ias trien ais n o p eríoé-d o 1990-92. Foi calcu laé-d a p ara cad a sexo em sep arad o com o tam b ém p a-ra am b os os sexos;

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Em b o ra se sa ib a q u e h á gra n d e su b n o tifi-cação d os h om icíd ios n o Mu n icíp io d o Rio d e Jan eiro (Szwarcwald & Castilh o, 1986), e a d es-p eito d o fato d e ou tros au tores terem es-p roes-p osto a u tiliza çã o d e in d ica d o res d istin to s (So u za , 1994), u tilizou -se n este trab alh o o con ju n to d e ób itos classificad os exclu sivam en te com o h om icíd ios (CID E960969). Partiu se d o p ressu -p o sto d e q u e a su b en u m era çã o é h o m o gên ea n as d iferen tes RAs, o q u e n ão afeta a h ip ótese d e in teresse. Os ób itos classificad os com o “le-sõ es p o r a rm a d e fo go, co m in ten cio n a lid a d e ign ora d a” (CID E985E986) a ca rreta ria m a in -clu são d e ób itos qu e p od em ser au to-in fligid os (su icíd ios) ou acid en talm en te in fligid os, q u e a litera tu ra esp ecia liza d a n ã o a sso cia a in d ica -d ores -d e -d esigu al-d a-d e -d e ren -d a.

Indicadores de dist ribuição de renda

Os in d icad ores q u e se segu em foram con stru í-d os com os í-d aí-d os cen sitários con ten í-d o in for-m ações sob re a ren d a d os ch efes d e d ofor-m icílio, cla ssifica d a s em 16 cla sses d e ren d a b a sea d a s n o valor d o salário m ín im o p ara 1991. Para ca-d a u m a ca-d a s 16 cla sses, o n ú m ero ca-d e ch efes ca-d e d o m icílio e a ren d a m éd ia fo ra m u sa d o s p a ra ca lcu la r o s d ecis d a d istrib u içã o d e ren d a p o r RA.

1) Ín d ice d e Gin i – u m a d a s m ed id a s m a is con h ecid as d o grau d e con cen tração d e ren d a, va ria d e zero a u m , este ú ltim o va lo r co rresp o n d e n d o à d e sigu a ld a d e m á xim a . É d e riva -d o p o r m e io -d a cu r va -d e Lo re n z, grá fico q u e rep resen ta os p ercen tu ais acu m u lad os d e ren d a p or d ecis d a p op u lação. O ín d ice é estim a -d o co n so a n te a s -d iferen ça s en tre a s á rea s -d e-lim it a d a s p e la cu r va d e Lo re n z, o e ixo h o r i-zon tal e a reta d e 45o(Ham m on d & McCu llagh ,

1978);

2) Ín d ice d e Ro b in -Ho o d – esta m ed id a d e co n cen tra çã o d e ren d a é a ssim d en o m in a d a p orq u e in d ica a p rop orção d e ren d a q u e d eve-ria ser retira d a d o s rico s e tra n sferid a p a ra o s p ob res p ara qu e fosse alcan çad a u m a d istrib u içã o eq ü ita tiva d e ren d a . Pa ra o cá lcu lo m a te m ático, d evese, p rim eiram en te, ob ter as ren -d as p ercen tu ais relativas -d e ca-d a -d ecil em rela-ção à ren d a total. O ín d ice corresp on d e, en tão, à so m a d o s excesso s em rela çã o a o va lo r d e 10%, em tod os os d ecis d e ren d a cu ja ren d a re-lativa p ercen tu al u ltrap assar 10% (Ken n ed y et al., 1996);

3) Razão d a ren d a m éd ia en tre os 10% m ais rico s e o s 40% m a is p o b res – este ín d ice é freq ü en tem en te u tilizad o p ara a com p aração in -tern acion al de n íveis de desigu aldade de ren da, u m a vez qu e esta m ed id a é sen sível às d iferen

-ças en tre os extrem os d a d istrib u ição (PNUD/ Ip ea , 1996). É ca lcu la d o d ivid in d o -se a ren d a to ta l d o ú ltim o d ecil p ela ren d a to ta l d o s 40% m ais p ob res.

O ut ros indicadores sócio-demográficos

1) Ta xa d e a n a lfa b etism o – ca lcu la d a co m o a p rop orção d e ch efes d e d om icílios sem in stru -ção;

2) Ín d ice d e p o b reza – ca lcu la d o co m o a p ro p o rçã o d e ch efes d e d o m icílio co m ren d m en to m en sal m en or d o q u e u m salário m ín i-m o;

3) Ren d a m éd ia – m éd ia d e ren d a d os ch e-fes d e d om icílios, forn ecid a p or RA p ela FIBGE (1994);

4) Den sid ad e d em ográfica – calcu lad a p elo n ú m ero d e h ab itan tes p or h a. A tran sform ação lo ga rítm ica fo i u sa d a co m o esta b iliza d o ra d a variân cia;

5) Den sid a d e d e p op u la çã o fa vela d a – ca l-cu la d a a tra vés d o n ú m ero d e h a b ita n tes resi-d en tes em setores cen sitários classificaresi-d os co-m o “a glo co-m era d o s su b n o rco-m a is” (FIBGE, 1994) p or h a. A tran sform ação logarítm ica foi u sad a com o estab ilizad ora d a variân cia.

Pa ra a a n á lise esta tística , fo ra m u tiliza d a s técn ica s d e regressã o m ú ltip la , p o r m eio d o soft w a re SPSS (1993). Os m elh o res p red ito res d e ca d a in d ica d o r d e sa ú d e fo ra m esco lh id o s p or m eio d e p roced im en tos “stepwise”, sen d o 5% o n ível d e sign ificân cia p ara in clu são d e va-riáveis e 10% p ara a su a exclu são.

Para an alisar a con figu ração geográfica d os in d icad ores n o Mu n icíp io d o Rio d e Jan eiro, fo-ra m co n stru íd o s m a p a s tem á tico s, u sa n d o o softw areMap In fo (1994). Com relação aos p on -tos d e corte d os m ap as p rocu rou -se ob ed ecer à divisão dos 33 cen tis e 67 cen tis, corresp on d en d o a ap roxim ad am en te u m terço d as RAs reu n idas em u m a m esm a faixa do m ap a, p rocu ran -d o en fatizar os resu ltd os p elo recu rso -d e m a-p a s d e visu a liza çã o. In icia lm en te, a s 24 RAs e seu s resp ectivos n ú m eros são ap resen tad os n a Figu ra 1.

(5)

Resultados

Na Tab ela 1, estão ap resen tad os tod os os in d i-cad ores d e d istrib u ição d e ren d a e in d ii-cad ores sócio-d em ográficos u tilizad os n este estu d o se-gu n d o as regiões ad m in istrativas d o Mu n icíp io d o Rio d e Jan eiro. Em relação à taxa d e an alfa-b etism o, d estacam -se os elevad os p ercen tu ais en con trad os n as regiões d e Ram os, San ta Cru z, Portu ária, São Cristóvão e In h aú m a, u ltrap as-sa n d o o va lo r d e 10%. Igu a lm en te, sã o m u ito gran d es os ín d ices d e p ob reza. Em on ze d as 24 RAs, m ais d e 20% d os ch efes d e d om icílio têm ren d a m en sa l m en o r d o q u e u m sa lá rio m ín i-m o. Qu a n to à re n d a i-m é d ia , p e rce b e -se u i-m a en orm e am p litu d e d e variação, d e 2,4 salários m ín im os em Sa n ta Cru z a 18,1 n a Ba rra d a Ti-ju ca.

Pela o b ser va çã o d o s três in d ica d o res d e con cen tração d e ren d a, verifica-se q u e as d istrib u içõ e s m a is e q ü ita tiva s d e re n d a sã o e n -con trad as p ara Cop acab an a, Barra d a Tiju ca e Botafogo. Estas regiões ad m in istrativas corres-p on d em às áreas m ais ricas d a cid ad e, on d e h á

m en or con cen tração d e p ob reza. Em con tras-te, n a região Portu ária e ad jacên cias ao n oroes-te, sã o en co n tra d a s a s m a io res d esigu a ld a d es d e ren d a (Figu ra 2).

Os in d ica d o res d e sa ú d e p o r RA estã o ex-p ostos n a Tab ela 2. O coeficien te d e m ortalid a-d e in fa n til va ria a-d e 8 p o r 1.000 n a scia-d o s vivo s (NV), n o Méier, a q u a se 40 p o r 1.000 NV em In h aú m a, o d ob ro d a taxa estim ad a p ara o Mu -n icíp io d o Rio d e Ja-n eiro com o u m tod o. Valo-res m u ito eleva d o s, p ró xim o s d e 30 p o r 1.000 NV, corresp on d em às regiões Portu ária, Cen tro e Irajá.

Exp ressã o d a vio lên cia n a cid a d e, a s ta xa s d e h om icíd ios são extrem am en te altas em d e-t e rm in a d a s re giõ e s a d m in ise-t ra e-t iva s. As e-t a xa s su p e rio re s a 200 p o r 100.000 h a b ita n te s co n -cen tram -se n a região Portu ária e n as áreas vi-zin h as ao n oroeste, com o p od e ser visu alizad o n a Figu ra 3. Valores in term ed iários são en con -tra d o s p a ra a s re giõ e s a d m in is-tra tiva s d a d e-n om ie-n ad a Zoe-n a Oeste, froe-n teiriça aos m u e-n icí-p ios d a região m etroicí-p olitan a d o Estad o d o Rio d e Ja n e iro. As m e n o re s ta xa s o co rre m n a s

re-Fig ura 1

Lo calização d as re g iõ e s ad ministrativas d o Municíp io d o Rio d e Jane iro .

(6)

giõ es a d m in istra tiva s situ a d a s n o lito ra l, q u e p ossu em as m elh ores con d ições sócio-econ ô-m icas.

Refletin d o ta m b ém os efeitos d a a lta m or-talid ad e en tre os ad olescen tes e ad u ltos joven s, os ou tros d ois in d icad ores u tilizad os, a taxa d e m o rta lid a d e p a d ro n iza d a p o r id a d e e a esp e ran ça d e vid a ao n ascer exib em o m esm o com p ortam en to esp acial. As regiões Portu ária, Cen tro, São Cristóvão, Rio Com p rid o, Irajá e In h aú -m a ap resen tm as -m aiores taxas d e -m ortalid a-d e p aa-d ron izaa-d as p or ia-d aa-d e, su p eriores a 10 p or 1.000 h a b ita n tes. Disp a rid a d es a in d a m a iores sã o en co n tra d o s p a ra a esp era n ça d e vid a a o n a scer, so b retu d o p a ra o sexo m a scu lin o, n a s d iferen tes regiões. Para regiões com o In h aú m a, Cen tro, Portu ária e São Cristóvão, a esp eran ça d e vid a ao n ascer en tre os h om en s é in ferior a 58 a n os. Em In h a ú m a , a d iferen ça ch ega a ser su p erior a 9 an os fren te à estim ad a p ara a tota-lid ad e d o Mu n icíp io d o Rio d e Jan eiro.

A m atriz d e correlações en tre os in d icad o-res d e saú d e e os in d icad oo-res d e d esigu ald ad e d e ren d a está ap resen tad a n a Tab ela 3. Con sta-ta-se, p rim eiram en te, qu e tod os os in d icad ores d e con cen tração d e ren d a são forte e sign ifica-tivam en te correlacion ad os en tre si. Ad icion al-m en te, a h ip ótese d e associação en tre a situ a-çã o d e sa ú d e e a d esigu a ld a d e d e ren d a é p le-n am ele-n te cole-n firm ad a. Tod os os ile-n d icad ores d e saú d e se m ostram sign ificativam en te correlcion ad os a tod os os in d icad ores d e d esigu ald a-d e a-d e ren a-d a. Os sin ais a-d as correlações (n egati-vo ap en as p ara a esp eran ça d e vid a ao n ascer) m ostram q u e q u an to m aior a d esigu ald ad e d e ren d a , p io r é a situ a çã o d e sa ú d e. Ob ser va -se a in d a q u e o in d ica d o r d e sa ú d e m a is co rrela cion ado às disp aridades n a distribu ição de ren -d a é a taxa -d e h om icí-d ios segu i-d a -d a esp eran ça d e vid a ao n ascer.

A a n á lise d o s resu lta d o s d o s p ro ced im en -tos stepw ised e regressão m ú ltip la, con sid eran

-Tab e la 1

Ind icad o re s só cio -e co nô mico s e d e mo g ráfico s se g und o as re g iõ e s ad ministrativas d o Municíp io d o Rio d e Jane iro , 1991.

RA Indicadores sócio-econômicos e demográficos

Taxa d e Índ ice d e Re nd a mé d ia De nsid ad e De nsid ad e Índ ice Índ ice d e Razão d e re nd a analfab e tismo p o b re za (e m salário s d e mo g ráfica d e p o p ulação d e Gini Ro b in-Ho o d 10% mais rico s/ (%) (%) mínimo s) (hab / ha) fave lad a 40% mais po b re s

(hab / ha)

I - Po rtuária 12,9 24,1 2,7 52,2 20,1 0,61 0,48 26,4

II - Ce ntro 4,1 12,6 4,6 76,7 0,0 0,56 0,42 20,5

III - Rio Co mp rid o 8,0 22,5 4,4 134,7 38,0 0,60 0,47 29,1

IV - Bo tafo g o 2,4 5,1 12,2 161,5 8,6 0,43 0,32 10,3

V - Co p acab ana 2,6 2,6 12,3 310,5 15,8 0,43 0,32 10,0

VI - Lag o a 7,0 9,7 16,3 98,6 25,6 0,46 0,35 16,2

VII - São Cristó vão 10,3 26,0 3,1 107,7 46,6 0,61 0,48 28,6

VIII - Tijuca 3,6 5,8 10,1 45,7 6,2 0,47 0,35 12,7

IX - Vila Isab e l 3,9 7,8 8,8 152,6 16,6 0,49 0,36 14,2

X - Ramo s 13,6 23,8 2,9 157,5 70,9 0,62 0,49 28,8

XI - Pe nha 8,5 21,2 3,2 122,1 24,5 0,60 0,46 26,0

XII - Inhaúma 10,0 21,7 3,1 143,8 52,2 0,60 0,47 26,2

XIII - Mé ie r 4,1 13,2 5,5 141,2 12,0 0,54 0,41 19,3

XIV - Irajá 5,1 15,2 4,2 135,4 16,2 0,57 0,43 21,7

XV - Mad ure ira 6,6 19,8 3,5 121,4 12,5 0,58 0,44 23,9

XVI - Jacare p ag uá 7,8 16,4 5,2 33,5 4,6 0,59 0,45 25,3

XVII - Bang u 9,0 22,1 3,0 48,7 6,1 0,61 0,48 27,4

XVIII - Camp o Grand e 10,0 23,7 3,1 13,7 0,8 0,62 0,47 29,8

XIX - Santa Cruz 11,1 27,1 2,4 15,5 1,0 0,63 0,51 32,3

XX - I. d o Go ve rnad o r 6,8 12,2 6,2 46,7 11,5 0,55 0,42 21,2

XXI - I. d e Paq ue tá 9,7 21,0 4,4 22,1 0,0 0,58 0,44 24,4

XXII - Anchie ta 9,1 22,9 2,8 102,0 21,7 0,65 0,53 34,9

XXIII - Santa Te re sa 7,2 12,1 5,1 78,2 15,6 0,60 0,46 26,1

XXIV - Barra d a Tijuca 6,8 6,8 18,1 5,6 0,8 0,41 0,32 11,7

(7)

d o co m o va riá vel resp o sta ca d a in d ica d o r d e sa ú d e e com o va riá veis in d ep en d en tes o con -ju n to d e in d icad ores d e d istrib u ição d e ren d a e o s in d ica d o res só cio -d em o grá fico s, p o d e ser realizad a com b ase n os d ad os d isp ostos n a Tb ela 4. Exceção feita à m ortalid ad e in fan til, p a-ra to d o s o s in d ica d o res d e sa ú d e, a va riá vel m ais fortem en te correlacion ad a à variável res-p osta é o in d icad or d e con cen tração d e ren d a “Ín d ice d e Rob in -Hood”. Estes ach ad os corro-b oram os an teriores n o sen tid o d e q u e q u an to m aior a con cen tração d e ren d a m ais ad versa é a situ ação d e saú d e.

Com relação à esp eran ça d e vid a ao n ascer e à taxa d e m ortalid ad e p ad ron izad a, ap ós a in -clu sã o d o Ín d ice d e Rob in -Hood n os m od elos d e regressã o, n en h u m a d a s d em a is va riá veis in d ep en d en tes con sid erad as m ostrou correla-ção p arcial estatisticam en te d iferen te d e zero. Já p a ra a ta xa d e h o m icíd io s, a d en sid a d e d e p op u lação favelad a d em on strou efeito p arcial sign ificativo. Ou seja, p ara os h om icíd ios, além d a d esigu a ld a d e d e ren d a , a co n cen tra çã o d e in d ivíd u os resid en tes em favelas é tam b ém

fa-to r p rep o n d era n te. Já co m rela çã o a o co eficien te d e m ortalid ad e in fan til, som en te a ren -d a m é-d ia se m ostrou im p ortan te.

A Figu ra 3 m o stra q u e a s á rea s co m m a io r d en sid ad e d e m orad ores em aglom erad os su b -n o rm a is se situ a m exa ta m e-n te -n o m esm o se-to r d a cid a d e q u e a p resen ta a s p io res co n d i-ções d e saú d e. Estes resu ltad os in d icam q u e a co rrela çã o esta b elecid a en tre a situ a çã o d e sa ú d e e d esigu a ld a d e d e ren d a n o Mu n icíp io d o Rio d e Jan eiro é d ecorren te d a alta con cen -tra çã o resid en cia l d e p o b reza em certa s á rea s d a cid a d e, o q u e p rovo ca d eseq u ilíb rio s n a s corresp on d en tes d istrib u ições d e ren d a.

Com p aran dse as con dições de vida da p o-p u lação favelad a com a n ão favelad a, gran d es co n tra stes p o d em ser p erceb id o s ( Ta b ela 5). Qu alq u er q u e seja a região ad m in istrativa sob an álise, as p iores con d ições sócio-econ ôm icas são en con tradas p ara a p op u lação residen te em favelas. Merecem aten ção esp ecial as d iferen -ças em relação aos in dicadores de p obreza, p ar-ticu larm en te n as 6 regiões ad m in istrativas qu e detêm as p iores con dições de saú de. Por exem

-Fig ura 2

Distrib uição d o ind icad o r d e Ro b in-Ho o d se g und o as re g iõ e s ad ministrativas d o Municíp io d o Rio d e Jane iro , 1991.

(8)

p lo, n o s seto res fa vela d o s situ a d o s n a regiã o adm in istrativa Rio Com p rid o, 46,5% dos ch efes de dom icílio têm ren dim en to m en sal m en or do qu e u m salário m ín im o. Em con traste, en tre os resid en tes d e setores n ão favelad os d a m esm a RA, ap en as 15,0% dos ch efes de dom icílio estão situ ad os ab aixo d o ín d ice d e p ob reza.

Discussão

Ao co m p rova r em p irica m en te a h ip ó tese d e q u e a situ ação d e saú d e está associad a à d esi-gu ald ad e d e ren d a n o Mu n icíp io d o Rio d e Ja-n eiro, este tra b a lh o tra z vá rio s a sp ecto s p a ra d iscu ssão. Há q u e ressaltar a lim itação d o p re-sen te tra b a lh o a o to m a r a s RAs co m o esca la geográfica d e an álise. Levan d o em con ta a n a-tu reza p o lítico -a d m in istra tiva d a d ivisã o p o r RAs, n ovas an álises d everão reavaliar a qu estão u tilizan d o d iferen tes n íveis d e agregação geo-gráfica, sob retu d o p elas recon h ecid as d isp

ari-Tab e la 2

Ind icad o re s d e saúd e se g und o as re g iõ e s ad ministrativas d o Municíp io d o Rio d e Jane iro , 1991.

RA Indicadores de saúde

Taxa d e ho micíd io s Taxa p ad ro nizad a Co e ficie nte d e Esp e rança d e vid a d e mo rtalid ad e mo rtalid ad e infantil

To tal Se xo masculino Se xo fe minino

I - Po rtuária 288,3 11,3 29,4 63,0 56,9 70,1

II - Ce ntro 155,9 11,1 30,3 62,0 55,2 70,3

III - Rio Co mp rid o 273,8 11,3 24,0 63,2 57,6 69,6

IV - Bo tafo g o 50,0 5,6 15,4 73,5 69,0 77,3

V - Co p acab ana 48,2 6,4 18,2 71,4 65,5 76,5

VI - Lag o a 76,6 6,0 16,0 72,9 68,3 77,4

VII - São Cristó vão 170,9 10,7 22,1 64,0 58,6 69,8

VIII - Tijuca 113,8 7,4 19,1 70,2 65,1 74,8

IX - Vila Isab e l 93,4 6,3 22,0 71,6 66,8 75,9

X - Ramo s 194,9 9,9 22,0 65,8 60,5 71,4

XI - Pe nha 212,7 8,5 22,3 67,4 62,2 72,8

XII - Inhaúma 261,2 17,8 38,9 58,3 52,8 64,4

XIII - Mé ie r 57,5 3,2 8,3 79,0 75,6 81,9

XIV - Irajá 227,6 11,3 28,7 63,5 58,3 68,8

XV - Mad ure ira 124,2 7,5 21,6 69,4 64,4 74,3

XVI - Jacare p ag uá 126,7 8,9 18,0 67,9 63,5 72,4

XVII - Bang u 174,4 9,1 23,3 66,6 62,1 71,4

XVIII - Camp o Grand e 123,1 8,8 21,1 67,3 62,8 72,2

XIX - Santa Cruz 155,6 9,3 25,8 66,1 61,6 71,0

XX - I. d o Go ve rnad o r 105,6 7,4 17,7 69,9 65,5 74,6

XXI - I. d e Paq ue tá 0,0 6,4 8,8 72,2 68,3 76,1

XXII - Anchie ta 387,0 9,3 23,4 66,4 61,7 71,3

XXIII - Santa Te re sa 107,0 8,7 18,7 68,1 63,6 72,6

XXIV - Barra d a Tijuca 37,8 6,7 14,4 72,2 68,1 76,9

Rio de Janeiro 163,1 8,6 21,7 68,1 63,0 73,2

d a d es d e ren d a q u e o co rrem n o Bra sil a tu a l-m en te (PNUD/ Ip ea, 1996).

A a sso cia çã o en tre co n d içõ es d e sa ú d e e a d esigu a ld a d e d e ren d a a q u i en co n tra d a evi-d en cia a im p o rtâ n cia evi-d a p o b reza rela tiva e o s efeitos d a p rivação social e m aterial d e gran d e p arte d a n ossa p op u lação.

(9)

Fig ura 3

Distrib uição d a taxa d e ho micíd io s e ntre ind ivíd uo s d o se xo masculino d e 15-29 ano s se g und o as re g iõ e s ad ministrativas d o Municíp io d o Rio d e Jane iro , 1991.

Fo nte : d ad o s p rimário s d o SIM/ MS, 1997 e FIBGE, 1994.

A m o rta lid a d e in fa n til fo i o in d ica d o r m e -n os correlacio-n ad o aos -n íveis d e d esigu ald ad e d e ren d a. Tal ach ad o, ab ord ad o com m aior d e-ta lh e em tra b a lh o s a n terio res (Lea l & Szwa rc-wa ld , 1996), p a rece secu n d á rio a o fa to d e q u e o co m p o n en te d o m in a n te d a m o r ta lid a d e in -fa n til n o m u n icíp io é a m orta lid a d e n eon a ta l, associad a p rin cip alm en te à aten ção ao p arto e à assistên cia ao recém -n ato d o qu e à d esigu al-d aal-d e al-d e ren al-d a stricto sen su.

En tre os fatores exp licativos d a associação en tre con cen tração d e ren d a e situ ação d e saú -d e, sob ressai a falta -d e in vestim en to em p olíti-cas sociais (Kap lan et al., 1996; Sm ith , 1996; Ka-wa ch i & Ken n ed y, 1997a ). Acred ita -se q u e so-cied ad es com gran d e n ível d e con cen tração d e ren d a sã o a s q u e m en o s in vestem em p ro gra -m as sociais, resu ltan d o e-m ed u cação p ú b lica e assistên cia m édica in su ficien tes, h abitação in a-d eq u aa-d a e cap acitação p rofission al a-d eficien te. Neste con texto, as con dições de saú de estariam refletin d o as d esigu ald ad es d e acesso aos ser -viços coletivos n ecessários ao b em -estar social.

Um a verten te exp lica tiva co m p lem en ta r en ten d e qu e a d esigu ald ad e d e ren d a tem efei-to s so b re a q u a lid a d e d e vid a , a u m en ta n d o a fru stra çã o, o st ress, fo m en ta n d o ru p tu ra s so -cia is e fa m ilia res, o q u e im p lica d eter io ra çã o a d icio n a l d a s co n d içõ es d e sa ú d e, a tra vés d a d in âm ica au to e h etero-d estru tiva d e fen ôm en o s so cia is co m p lexo s, em ien tera çã o p erm a -n e-n te com o qu ad ro esp ecífico d a saú d e, com o o crescim en to d as taxas d e crim in alid ad e e d o abu so do álcool e de drogas ilícitas, e a dissem i-n ação d o HIV e ou tras d oei-n ças d e trai-n sm issão sexu al (Wallace et al., 1996).

(10)

eterio-ra à m ed id a q u e a u m en ta o n ível d e p riva çã o rela tiva , m ed id o n ã o em rela çã o à p róp ria co-m u n id ad e co-m as coco-m p arativaco-m en te aos p ad rões d a socied ad e com o u m tod o (Wilkin son , 1997). A an álise geográfica e ecológica d o p resen -t e -t ra b a lh o m o t ra , d e m a n e ira n í-t id a , o e s-treito vín cu lo en tre p iores con d ições d e saú d e e co n cen tra çã o resid en cia l d e p o b reza . É n a s áreas com m aior con cen tração de com un idad es caren tes, q u e ocorrem os m aiores coeficien tes d e m orta lid a d e in fa n til e gera l, os n íveis m a is b a ixo s d e exp ecta tiva d e vid a e a s m a is eleva -d as taxas -d e violên cia.

Co n fo rm e d iscu tid o p o r Ka wa ch i & Ken -n ed y (1997a), a ace-n tu ação d a d esigu ald ad e -n a distribu ição de ren da de vários p aíses foi acom -p a n h a d a -p o r u m im -p o rta n te crescim en to n a con cen tração resid en cial d a p ob reza. No caso

Tab e la 3

Co e ficie nte s d e co rre lação e ntre o s ind icad o re s. Re g iõ e s ad ministrativas d o Municíp io d o Rio d e Jane iro , 1991.

Indicado re s Co e f. de Espe rança Taxa de Taxa pa- Co e f. R. 10% Índice de De ns. de De ns. Taxa de Índice de Re nda mo rtali- de vida ho micí- dro nizada de Gini mais rico s/ Ro b in- po pulação de mo - analfa- po b re za mé dia dade dio s de mo rta- 40% mais Ho o d fave lada g ráfica b e tismo

infantil lidade po b re s

Co e f. d e 1,00 -0,91** 0,77** 0,90** 0,43* 0,39 0,44* 0,26 0,20 0,31 0,40 -0,46* mo rtalid ad e

infantil

Esp e rança -0,91** 1,00 -0,74** -0,96** -0,60** -0,58** -0,61** -0,22 -0,07 -0,51* -0,57** 0,57* d e vid a

Taxa d e 0,77** -0,74** 1,00 0,68** 0,60** 0,60** 0,64** 0,49* 0,27 0,40* 0,53** -0,55* ho micíd io s

Taxa 0,90** -0,96** 0,68** 1,00 0,54** 0,52** 0,55** 0,27 0,09 0,49* 0,53** -0,51* p ad ro nizad a

d e mo rtalid ad e

Co e ficie nte 0,43* -0,60** 0,61** 0,54** 1,00 0,97** 0,99** 0,15 -0,03 0,73** 0,91** -0,94** d e Gini

R.10% mais 0,39 -0,58** 0,60** 0,52** 0,97** 1,00 0,99** 0,12 -0,13 0,79** 0,93** -0,84** rico s/ 40%

mais p o b re s

Índ ice d e 0,44* -0,61** 0,64** 0,55** 0,99** 0,99** 1,00 0,15 -0,08 0,78** 0,93** -0,90** Ro b in-Ho o d

De nsid ad e d e 0,26 -0,22 0,49* 0,28 0,15 0,12 0,15 1,00 0,79** 0,12 0,11 -0,15 p o p ulação

fave lad a

De nsid ad e 0,20 -0,07 0,27 0,09 -0,03 -0,13 -0,08 0,79** 1,00 -0,31* -0,15 -0,11 d e mo g ráfica

Taxa d e 0,31 -0,51* 0,40* 0,49* 0,73** 0,79** 0,78** 0,12 -0,31 1,00 0,86** -0,56** analfab e tismo

Índ ice d e 0,40 -0,57** 0,53** 0,53** 0,91** 0,93** 0,93** 0,11 -0,15 0,86** 1,00 -0,82 p o b re za

Re nd a mé d ia -0,46* 0,57** -0,55** -0,51* -0,94** -0,84** -0,89** -0,15 -0,11 -0,56** -0,82** 1,000

* Sig nificativo no níve l d e 1% ** Sig nificativo no níve l d e 5%

p articu lar b rasileiro, n as ú ltim as d u as d écad as, h ou ve u m a exp a n sã o releva n te d e com u n id a -d es fa vela -d a s n a s gra n -d es m etróp oles (Ro-d ri-gu es, 1994). No Rio d e Jan eiro, a p op u lação resid en te em favelas exp an d iu se acelerad am en -te, con cen tran d o-se em área vizin h as à região Portu ária (Corrêa, 1996).

(11)

Tab e la 4

Re sultad o s d as re g re ssõ e s múltip las p ara o s ind icad o re s d e saúd e .

Taxa de homicídios Variáve is incluíd as Co e ficie nte s Sig nificância

Co nstante -7,99 0,072

Índ ice d e Ro b in-Ho o d 38,83 0,001 De ns. d e p o p . fave lad a 1,23 0,011

Variáve is não incluíd as Co rre lação p arcial Sig nificância

De ns. d e mo g ráfica -0,01 0,972

Taxa d e analfab e tismo -0,23 0,324 Índ ice d e p o b re za -0,34 0,393

Re nd a mé d ia 0,15 0,647

Esperança de vida Variáve is incluíd as Co e ficie nte Sig nificância

Co nstante 86,89 0,000

Índ ice d e Ro b in-Ho o d -43,97 0,002

Variáve is não incluíd as Co rre lação p arcial Sig nificância

De ns. d e p o p . fave lad a -0,127 0,470

De ns. d e mo g ráfica -0,114 0,515

Taxa d e analfab e tismo -0,085 0,759 Índ ice d e p o b re za -0,086 0,853

Re nd a mé d ia 0,158 0,686

Taxa padronizada de mort alidade Variáve is incluíd as Co e ficie nte Sig nificância

Co nstante -2,00 0,577

Índ ice d e Ro b in-Ho o d 24,85 0,006

Variáve is não incluíd as Co rre lação p arcial Sig nificância

De ns. d e p o p . fave lad a 0,197 0,977

De ns. d e mo g ráfica 0,132 0,994

Taxa d e analfab e tismo 0,166 0,396 Índ ice d e p o b re za 0,147 0,142

Re nd a mé d ia -0,119 0,200

Coeficient e de mort alidade infant il Variáve is incluíd as Co e ficie nte Sig nificância

Co nstante 25,45 0,000

Re nd a mé d ia -0,69 0,024

Variáve is não incluíd as Co rre lação p arcial Sig nificância

Índ ice d e Ro b in-Ho o d 0,064 0,200 De ns. d e p o p . fave lad a 0,222 0,976

De ns. d e mo g ráfica 0,172 0,989

Taxa d e analfab e tismo 0,735 0,688 Índ ice d e p o b re za 0,840 0,331

d e com u n id ad es caren tes têm d e se h aver com as con seqü ên cias sociais d e m orar em u m am -b ien te o n d e a m a io ria d o s seu s vizin h o s sã o igu a lm en te p o b res, p a d ecem d e m a les sem e-lh an tes e têm as m esm as d em an d as p or serviços d e n atu reza d iversa, o qu e gera efeitos am p liad os sob re a com u n id ad e en qu an to con ju n -to d e red es d e in teração social (Wallace, 1993). Para o Mu n icíp io d o Rio d e Jan eiro, con sta-to u -se, a tra vés d e a n á lise m u ltiva ria d a p a ra a ta xa d e h om icíd ios, u m efeito sign ifica tivo d o in d ica d o r “d en sid a d e d e p o p u la çã o resid en te em favelas” sobre o excesso de h om icídios. Este ach ad o in d ica a in flu ên cia d o am b ien te (d a fa-vela n este caso) em qu e os joven s se socializam so b re a su a exp o siçã o à vio lên cia e su a even -tu al in serção n os circu itos d e crim in alid ad e.

Recon h ecid am en te, o crescim en to d os h o-m icíd ios n as favelas d o Rio d e Jan eiro está relacion ad o ao au m en to d a crim in alid ad e secu n -d ária à exp an são -d o n arcotráfico. Sob u m p ris-m a coris-m p leris-m en tar, o au ris-m en to d as ris-m ortes p or violên cia p od e ser exam in ad o com o u m reflexo d a vu ln erab ilid ad e d os joven s caren tes ao en -ga ja m en to n a a tivid a d e cr im in a l. Em d eco r-rên cia d a falta d e in tegração social, d a h ostili-d a ostili-d e crescen te em rela çã o a o s m a is rico s (e a d iscrim in a çã o em sen tid o op osto, corresp on -d en te) e -d a in cap aci-d a-d e -d e in serção n o m er-cad o d e trab alh o, os ad olescen tes e ad u ltos jo-ven s são facilm en te sed u zid os p elas ofertas d e d in h eiro fácil e p osições d e lid eran ça trazid as p elo crim e organ izad o (Min ayo, 1994). Acab am p or se en volver em d isp u tas p elo con trole d os p on tos d e trá fico, em a ssa ltos e seq ü estro s, e, n a su a m a io ria , m orrem m u ito joven s (Za lu a r et al., 1994).

A m o rta lid a d e p reco ce en tre o s joven s ca -ren tes já p rod u z seqü elas relevan tes n as táb u as d e vid a d o Mu n icíp io d o Rio d e Jan eiro. A m ag-n itu d e d o p ro b lem a é m elh o r d im eag-n sio ag-n a d a q u an d o se con stata q u e em certas áreas d a cid acid e a esp eran ça cid e vicid a ao n ascer en tre os in -d iví-d u o s -d o sexo m a scu lin o é -d e 8 a 10 a n o s m en o r d o q u e a estim a d a p a ra o Bra sil co m o u m tod o.

As relações aqu i estab elecid as en tre as con -d içõ es -d e sa ú -d e e a s -d ivisõ es resi-d en cia is -d o m u n icíp io d a ca p ita l co n stitu em u m cla ro exem p lo d a in tera çã o en tre o s p ro cesso s so -cia is q u e se d esen vo lvem n a cid a d e e a fo rm a p ela qu al o esp aço se estru tu ra (Ab reu , 1988).

(12)

ro-Tab e la 5

Ind icad o re s se le cio nad o s se g und o tip o d e se to r (fave lad o o u não ) p o r re g ião ad ministrativa d o Municíp io d o Rio d e Jane iro , 1991.

RA Aglomeração domiciliar Taxa de analfabet ismo Índice de pobreza Percent ual (%) de domicílios com abast eciment o d’água da rede geral

Não -fave lad o Fave lad o Não -fave lad o Fave lad o Não -fave lad o Fave lad o Não -fave lad o Fave lad o

I - Po rtuária 3,11 3,89 7,24 23,21 20,24 31,33 83,19 91,93

II - Ce ntro 2,36 – 4,12 – 12,58 – 85,30 –

III - Rio Co mp rid o 2,79 3,94 5,16 16,52 14,96 46,50 75,74 90,27

IV - Bo tafo g o 2,70 3,81 1,59 22,94 3,90 35,53 95,22 93,38

V - Co p acab ana 2,53 3,71 1,69 29,93 2,33 10,50 98,18 87,25

VI - Lag o a 2,86 3,65 2,03 24,57 2,80 34,07 95,60 87,48

VII - São Cristó vão 3,06 3,84 6,04 16,46 16,63 39,69 84,63 90,21

VIII - Tijuca 2,97 3,94 1,76 18,76 4,06 21,05 92,95 55,68

IX - Vila Isab e l 3,09 3,92 2,02 23,76 5,65 32,13 96,75 66,52

X - Ramo s 3,47 3,76 6,63 22,80 16,79 33,63 96,87 89,45

XI - Pe nha 3,47 3,96 5,80 20,37 18,12 35,51 97,24 84,54

XII - Inhaúma 3,44 3,86 5,19 19,58 15,26 34,80 98,16 92,42

XIII - Mé ie r 3,25 4,04 3,00 18,90 11,21 41,26 95,71 69,11

XIV - Irajá 3,50 4,13 3,98 14,92 13,81 27,90 98,50 83,09

XV - Mad ure ira 3,48 3,99 5,90 18,53 17,45 44,13 97,43 70,75

XVI - Jacare p ag uá 3,48 3,81 5,71 22,02 13,48 35,19 91,96 56,22

XVII - Bang u 3,73 3,96 7,86 17,02 20,10 36,95 95,92 85,00

XVIII - Camp o Grand e 3,85 3,90 9,47 18,11 22,46 43,17 91,21 73,85

XIX - Santa Cruz 3,95 4,08 10,43 21,33 26,43 37,28 93,03 85,18

XX - I. d o Go ve rnad o r 3,51 3,99 3,28 19,10 7,29 29,78 95,97 87,49

XXI - I. Paq ue tá 2,97 – 9,70 – 21,04 – 79,76 –

XXII - Anchie ta 3,72 3,95 6,38 19,87 19,96 34,90 97,11 89,94

XXIII - Santa Te re za 2,83 3,93 5,42 16,26 12,83 8,14 92,18 94,45 XXIV - Barra d a Tijuca 3,19 3,98 4,64 23,07 4,23 26,21 83,21 78,45 XXV - Rio d e Jane iro 3,34 3,90 5,14 20,30 13,14 32,15 94,52 82,69

vid a s d e to d a in fra -estru tu ra . O en ga ja m en to d o jovem caren te n a ativid ad e crim in al vin cu -lad a ao tráfico d e d rogas p od e ser en carad o d a m esm a fo rm a , n ã o co m o u m a o p çã o d e vid a , m as com o u m a estratégia de sobrevivên cia. En -tretan to, con form e ap on tad o p or Sou za (1996), a m íd ia se con cen tra em focalizar as ações d os tra fica n tes d e fa vela , d esvia n d o a a ten çã o d a op in ião p ú b lica d as op erações d e im p ortação, exp ortação e lavagem d e d in h eiro p elo m erca-d o form al erca-d os gran erca-d es trafican tes. São, p orém , os trafican tes de favela qu e se exp õem à violên -cia arm ad a, m orrem p recocem en te ou são p rsos, en qu an to os gran d es trafican tes p erm an e-cem in cólu m es.

O d om ín io d as favelas p elo crim e organ iza-d o, q u e cre sce u n o vá cu o iza-d a s p o lítica s p ú b li-ca s, tro u xe, p o r se u tu rn o, d ificu ld a d e s li-ca d a vez m a io res à s a çõ es govern a m en ta is, seja n a m elh oria d a in fraestru tu ra u rb an a, seja n a in -tegra çã o so cia l d a s co m u n id a d es à so cied a d e

co m o u m to d o, p rovo ca n d o, ca d a vez m a is, a fragm en tação sócio-esp acial d a cid ad e (Sou za, 1996).

Os ach ad os d este trab alh o ap on tam p ara a n ecessid ad e u rgen te d e en fren tar os d esafios e im p lem en tar m ed id as e p olíticas com p en sató-rias p ara am en izar os efeitos d an osos d a d esi-gu ald ad e social. É p reciso u m esforço coletivo p ara m od ificar esta situ ação d esastrosa qu e es-tá sen d o exp erim en tad a p or gran d e p arcela d e joven s caren tes e afetan d o gravem en te as su as p róp rias ch an ces d e sob revivên cia.

(13)

Agradecimentos

Agrad ecem os ao Dr. Cláu d io Noron h a, geren te d a Ge-rên cia d e In fo rm a çã o Ep id em io ló gica d a Secreta ria Mu n icip al d e Saú d e d o Rio d e Jan eiro, p or ter n os ce-d ice-d o os ce-d ace-d os n ecessários à realização ce-d esta p esq u i-sa . Este tra b a lh o te ve o s se gu in te s a p o io s: CNPq (n .350025/ 97-5); Pa p e s/ Fio cru z (n .0250.250.369); Med ical Research Cou n cil, Can ad a.

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Imagem

Fig ura 1
Fig ura 2
Fig ura 3

Referências

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