• Nenhum resultado encontrado

A complexidade das relações entre drogas, álcool e violência.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "A complexidade das relações entre drogas, álcool e violência."

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

A complexidade das relações ent re drogas,

álcool e violência

The co mp le xity o f re latio ns b e twe e n d rug s,

alco ho l, and vio le nce

1 Vice-Presid ên cia d e Am b ien t e, Com u n ica çã o e In form a çã o, Fu n d a çã o Osw a ld o Cru z . Av. Bra sil 4.365, Rio d e Ja n eiro, RJ 21045- 900, Bra sil.

2 In stitu to Fern ad es Figu eiras, Fu n d a çã o Osw a ld o Cru z . Av. Ru i Ba rb osa 716, 5oa n d a r, Rio d e Ja n eiro, RJ 22250- 020, Bra sil. d esla n d @iff.fiocru z .b r

M a ria Cecília d e Sou z a M in a yo 1

Su ely Ferreira Desla n d es 2

Abst ract T h is a rt icle d iscu ss t h e com p lex rela t ion s b et w een d ru gs a n d v iolen ce. Dra w in g on em p i ri ca l st u d i es a n d cu rren t form s of d i scou rse, i t a n a lyz es con cep t u a l a n d m et h od ologi ca l p rob lem s rela t ed t o t h e est a b lish m en t of ca u sa l n ex u ses, risk s, a n d a ssocia t ion s. By d em on st ra t -in g t h e t h eoret ica l a n d p ra ct ica l d ifficu lt ies -in su ch a ssocia t ion s, it a lso p o-in t s t o t h e n eed for a d eb a t e in t h e field of p u b lic h ea lt h a n d socia l p olicies. T h e a rt icle ex p resses con cern t h a t p rogram s an d p reven t ion n ot be con t am in at ed by fallacies, con t ribu t in g n ot h in g t o an u n d erst an d -in g of (or act ion relat ed t o) t h e social issu e of d ru gs.

Key words St reet Dru gs; Alcoh ol Drin k in g; Violen ce; Pu blic Healt h ; Sociology

Resumo Est e a rt igo d iscu t e a s com p lex a s rela ções ex ist en t es en t re d roga s e v iolên cia . Va len d o-se d e a lgu n s est u d os com b a o-se em p írica e d os d iscu rsos corren t es, a n a lisa os p rob lem a s con cei-t u a is e m ecei-t od ológicos rela cion a d os a o escei-t a b elecim en cei-t o d e n ex os ca u sa is, riscos e a ssocia ções. Ao d em on st ra r a s d ificu ld a d es t eórica s e p rá t ica s d est a s d elim it a ções, a p on t a t a m bém p a ra u m d e-bat e n ecessário n o cam p o d a saú d e p ú blica e d as p olít icas sociais. Preocu p a-se com qu e as in t er-v en ções e a p reer-v en çã o n ã o se con t a m in em p or fa lá cia s, q u e em n a d a a ju d a m a com p reen sã o e a ação relat iv as à p roblem át ica social d as d rogas.

(2)

Introdução

Neste a rtigo, b u sca rem o s leva n ta r q u estõ es m eto d o ló gica s p a ra a in vestiga çã o, a p reven ção e a in terven ção d a saú d e p ú b lica n a articu -lação en tre d rogas e violên cia. Trata-se d e u m a a rticu la çã o com p lexa , p ou co a n a lisa d a , cu jos ú n icos p arâm etros p ara afirm ações, n a atu ali-d aali-d e, são ap en as os ali-d e associação em p írica. E é com b ase em algu n s d ad os em p íricos qu e levan tarem os os p rob lem as in terp retativos d ian te d esse tem a d esa fia d o r p a ra cien tista s so -cia is, p o liticó lo go s, crim in ó lo go s e cid a d ã o s m ilitan tes.

Com o a m aioria d os estu d iosos, con sid era-m o s q u e h á era-m u ita era-m istifica çã o eera-m to r n o d a qu estão d as d rogas, exercen d o ao m esm o tem -p o fa scín io e -p rovo ca n d o m ed o. Isso fica evi-d en te em vá rios tra b a lh os, com o os evi-d e Ba stos (1995); Garcia (1996); Mu sa (1996) e ou tros qu e m ostram os efeitos p arad oxais d as d rogas, ca-p azes d e ca-p roca-p orcion ar d esd e êxtases ca-p razeroso s a esta d o s d e d ep ressã o, d e via b iliza r a in serção em gru p os sociais e d e con d u zir a situ a -ções d e exclu são social.

Neste trab alh o, p artim os d e algu n s p ressu -p o sto s q u e co n sid era m o s im -p o rta n tes -p a ra d iscu tirm os a q u estão. Assim , in iciam os n ossa reflexã o a lerta n d o p a ra a n ecessid a d e d e se co n sid era r: a ) a d iferen ça en tre d ep en d ên cia e u so recrea cio n a l e o ca sio n a l; (b ) o erro d e a p o n ta r o u su á rio co m o u m d ep en d en te p o -ten cia l; (c) a s d iferen ça s en tre o s vá rio s tip o s d e d rogas e os d an os q u e p rovocam , com o é o ca so d a m a co n h a , co ca ín a , co ca ín a in jetá vel, h eroín a, cracke ou tras; (d ) o en ten d im en to d o

u so d e d ro ga s co m o u m fen ô m en o h istó r ico -cu ltu ral com im p licações m édicas, p olíticas, re-ligiosas e econ ôm icas; (e) a distin ção en tre dro-ga s ledro-ga is e iledro-ga is e o a p a recim en to d e su b s-tân cias sin téticas.

Da m esm a form a, n o con texto d a saú d e, sa-b e-se qu e a violên cia social, em virtu d e d e su as con seqü ên cias, en qu ad rase n a categoria Cau -sas Extern as (cód igos: E-800 a E-999 n a 9a

Re-visão e V01 a Y98 n a 10aRevisão), n o sistem a d e Classificação In tern acion al d as Doen ças (CID); tal categoria ab ran ge u m a lon ga lista d e even -to s q u e p o d em ser resu m id o s co m o h o m icíd io s, su icíicíd io s e a ciicíd en tes em gera l. Co m p reen d ese q u e essa classificação n em d e lon -ge con segu e d ar con ta d a d im en são e com p le-xid a d e d a violên cia , u m fen ôm en o p olissêm i-co, d e exp lica çã o co n tra d itó ria , m a s p erm ite t ra b a lh a r co m in d ica d o re s ca p a ze s d e in fo r-m ar e su b sid iar ações p olíticas e sociais.

Em rela çã o a o tem a d a s in tera çõ es en tre vio lên cia e d ro ga s, n este tra b a lh o a p resen ta

-m os: (a) algu n s d ad os e-m p íricos; (b ) d iscu ssão atu al sob re m u d an ças resu ltan tes d o u so d sas su b stân cias n as fu n ções cogn itivas, n os es-tad os em ocion ais, n as alterações h orm on ais e fisiológicas qu e p od em m otivar a violên cia; (c) d iscu ssão d o m ercad o d e d rogas ilegais e o au -m en to d a violên cia; (d ) p rob le-m as in terp retati-vos e d e m étod o d e in vestigação.

Alguns dados empíricos

Os p rim eiros d ad os ap resen tad os foram retira-d os retira-d e u m a p esqu isa ain retira-d a in éretira-d ita (Deslan retira-d es, 1997) d o Cen tro Latin o-Am erican o d e Estu d os sob re Violên cia e Saú d e – Jorge Careli (Claves/ -En sp / Fiocru z), realizad a n os Hosp itais Migu el Cou to (HMMC) e Salgad o Filh o (HMSF), a qu al teve com o u m d os ob jetivos caracterizar o p e-so d a violên cia n o aten d im en to d a em ergên cia h o sp ita la r. Em vista d a p ergu n ta feita a o p a -cien te ou socorrista: “O even to (violen to) en vol-veu o u so d e d rogas?”, os d ad os p erm itiram

vislu m b ra r q u e: d o s 2.736 a ten d im en to s p o r to -d a s a s ca u sa s extern a s rea liza -d o s em m a io -d e 1996 n o Migu el Cou to, 343 (13%) en volveram o u so d e d rogas. No Salgad o Filh o, d e 2.192 aten -d im en to s o co rri-d o s em ju n h o -d e 1996, 295 (12,6%) tivera m a lgu m a d ro ga rela cio n a d a à su a ocorrên cia.

Nos casos em q u e foi id en tificad o o con su m o d e a lgu m tip o d e d ro ga , o á lco o l co n figu -rou -se com o o m ais freqü en tem en te con su m i-d o: 88% (HMSF) e 90,7% (HMMC). O con su m o d e álcool associad o com ou tras d rogas (cocaí-n a , m a co (cocaí-n h a e o u tro s) fo i d ecla ra d o em 3,2% d o s ca so s n o Migu el Co u to e em 0,7% d o s ca -sos n o Salgad o Filh o.

Da s 176 a gressõ es a ten d id a s n o H MMC, 33% e n vo lve ra m o u so d e d ro ga s; n o H MSF, d a s 188 a gressõ es, 37% tivera m essa rela çã o. Ta is d a d o s a p o n t a m p a ra o fa t o d e q u e u m a e m ca d a t rê s a gre ssõ e s e n vo lve u o co n su m o d e d rogas.

Nos casos d e acid en tes d e trân sito (colisões e ou tros aciden tes en tre veícu los au tom otores), situ ações em qu e são p recárias as in form ações so b re a q u estã o, 149 (H MMC) e 143 (H MSF), 40,5% e 33% resp ectiva m en te, en vo lvera m o u so d e d rogas. Qu an to aos atrop elam en tos, d os 158 aten d id os n o Migu el Cou to, em 22,8% h ou -ve a p resen ça d o con su m o d e algu m a d roga, o m esm o ocorren d o com os 143 (16,4%) socorri-d os n o Salgasocorri-d o Filh o.

(3)

Ch erp itel (1993, 1994), em revisã o b ib lio -gráfica, cita d iferen tes estu d os em em ergên cias h osp italares am erican as os q u ais com p rovam q u e, d as vítim as d e agressão, 43% a 51% d elas tin h am o teste d eBlood Alcoh ol Con cen tration (BAC) p o sitivo. O a u to r ta m b ém elen ca 11 es-tu d o s q u e co m p a ra ra m gru p o s d e p a cien tes a ten d id o s p o r even to vio len to co m gru p o s a ten d id o s p o r o u tro s m o tivo s. Os resu lta d o s in d icam q u e as vítim as d e violên cias têm p ro-b a ro-b ilid a d e d e d u a s a cin co vezes m a io r d e te-rem o teste d e BAC p o sitivo d o q u e a s vítim a s d e ou tras cau sas.

McGin n is & Foege (1993) citam estu d os on -d e se co m p rova q u e 40% a 50% -d a s m o rtes ocorrid as p or acid en tes d e trân sito n os EEUU em 1990 tiveram o álcool com o fator associado. Am p lia n d o o esp ectro m icro rregio n a l, es-tu d os d e Yu n es & Rajs (1994) m ostram q u e, n a Am érica La tin a , a p reva lên cia d o con su m o d e coca ín a va ria d e 1,4% a 6,7% n a p op u la çã o d e 12 a 45 a n o s. Além d isso, en tre gru p o s so cia l-m en te l-m argin alizados, o con su l-m o de in alan tes é d e 3% a 4%. An d rad e (1995) cita p esqu isa fei-ta em 1993 com estu d an tes d e d ez cap ifei-tais b ra-sileiras, a q u al ap on ta q u e 17,8% d estes joven s recon h ecia m ter con su m id o d roga s ilega is ou p sicotróp icos ao m en os u m a vez n a vid a. Con -tu d o, u m a ú n ica exp eriên cia n ã o co n d u z a o ab u so, o u so d e d rogas é socialm en te ap ren d i-d o e gru p alm en te m ei-d iai-d o (Becker, 1990). Tod o s esses Tod a Tod o s, p o rém , exigem a p ro fu n Tod a -m en to esp ecífico e d iferen cia d o p a ra se re -m m ais b em com p reen d id os.

Drogas e mudanças bio-psico-sociais que possibilitam a violência: por um enfoque mais amplo das condutas individuais

As ob servações teóricas qu e segu em têm com o referen cial os trab alh os d e Fagan (1990, 1993) e d e Gold stein (1985, 1989), am b os p reocu p ad os com o fen ôm en o em p au ta, su a con ceitu aliza-ção e p reven aliza-ção.

En q u a n to os esp ecia lista s con cord a m q u e d rogas e álcool freq ü en tem en te têm p ap el im -p ortan te n as ativid ad es violen tas (OPAS, 1993, 1994; Yu n es & Rajs, 1994), seu p ap el esp ecífico n ã o está cla ro, ou seja , é d ifícil d e se d eterm i-n ar com p recisão: (a) o i-n exo cau sal ei-n tre essas su b stâ n cia s e a to s vio len to s; (b ) o st a t u slega l d as d rogas e as com p licações en volven d o tráfi-co e leis q u e o rep rim em ; (c) as in flu ên cias d o m eio e as características in d ivid u ais d os u su á -rio s d e d ro ga s e á lco o l; (d ) a p reva lên cia e a s correlações p recisas en tre violên cia e u so d es-sas su b stân cias. Este estu d os m ostram com o é

b a sta n te co m p lexa a co n str u çã o d e p a ra d ig-m as p ara in vestigação n essa área.

Em relação ao p rim eiro p on to d e d iscu ssão, vários estu d iosos têm con clu íd o qu e o álcool é a su b stân cia m ais ligad a às m u d an ças d e com-p o rta m en to com-p rovo ca d a s com-p o r efeito s com-p sico fa rm acológicos qu e têrm corm o resu ltan te a violên -cia. E isso, p elo m en os p rovisoriam en te, p od e ser d ep reen d id o d o s d a d o s a p resen ta d o s a ci-m a. Estu d os exp erici-m en tais (Fagan , 1990, 1993) m o stra m q u e o a b u so d e á lco o l p o d e ser res-p on sável res-p elo au m en to d a agressivid ad e en tre o s u su á rio s. H á evid ên cia s ta m b ém d e q u e a co ca ín a , o s b a rb itú rico s, a s a n feta m in a s e o s esteróid es têm p rop ried ad es qu e p od em m otivar atitu d es, com p ortam en tos e ações violen -ta s. Po r exem p lo, o s u su á rio s d e co ca ín a têm p ro b lem a s d e su p ressã o d e a tivid a d es n eu ro -tran sm issoras, p od en d o ser vítim as d e d ep res-são, p aran óia e irritab ilid ad e (Gold stein , 1989; Mu sa, 1996). Fatores com o p eso corp oral, tip o d e m etab olism o, p rocessos n eu roen d ócrin os e n eu roan atôm icos p rod u zem d iferen ças in d ivi-d u ais n o u so ivi-d e ivi-d rogas e m u ivi-d an ça ivi-d e com p or-tam en to.

No en ta n to, a p esa r d e evid ên cia s em p íri-ca s, h á m u ita in certeza q u a n to à s exp liíri-ca ções cau sais. Um a q u estão q u e n ão está su ficien te-m en te exp lica d a é se a p resen ça d e á lco o l o u d ro ga s n o s even to s vio len to s p erm ite in ferir qu e elas ten h am afetad o o com p ortam en to d as p esso a s en vo lvid a s. No u tra s p a la vra s, n ã o é p o ssível sa b er se essa s p esso a s em esta d o d e a b stin ên cia n ã o teria m co m etid o a s m esm a s tran sgressões. Ou tra q u estão é o n ão-d iscern i-m en to en tre o u so d e d ro ga s co i-m o u i-m fa to r q u e, associad o a ou tros, d esen cad eia com p or-tam en tos violen tos e o u so d e d rogas com o fa-tor cau sad or, p orqu e, n a verd ad e ap en as o qu e n os é p ossível in ferir é a alta p rop orção d e atos vio len to s q u a n d o o á lco o l o u a s d ro ga s estã o p resen tes en tre os agressores e vítim as, ou em am b as as p artes.

(4)

-n h ou u m a exp ressão “vítim a p recip ita-n te” p ara caracterizar a situ ação em q u e a vítim a p rovo-cou p rim eiro o agressor; o au tor n otou qu e, em tais casos, en con trou -se gran d e qu an tid ad e d e álcool n o san gu e d elas. Ou tros p esq u isad ores, com o Coid (1986), m ostram qu e o álcool altera a p ercep ção d as in terações sociais, au m en tan -d o os riscos -d e -d esen ten -d im en tos p ara os p ar-ticip an tes n essa situ ação.

A q u estão cau sal torn ase ain d a m ais com -p lexa q u a n d o se tra ta d e rela çõ es d e gên ero. Por exem p lo, Collin s & Messersch im d t (1993), n u m a p esq u isa so b re o a ssu n to, co n clu íra m qu e as m u lh eres vítim as d e h om icíd ios u savam m en o s d ro ga s e á lco o l d o q u e o s h o m en s. O u so d e álcool p elo h om em (e n ão d e d rogas em geral) ap resen tou -se com o u m sign ificativo fator d e risco p ara a violên cia en tre m arid o e m u lh er, co n tu d o o u so p o r m u lh eres n ã o fo i d e -tectad o com o u m fator d e risco n as relações d e violên cia en tre p arceiros. Por ou tro lad o, o u so d e d ro ga s o u á lco o l p ela vítim a n ã o a p a receu com o u m fator d e risco p ara a violên cia sexu al, n em d o s h o m en s em rela çã o à s m u lh eres, o u vice-versa. Da m esm a form a, as b aixas taxas d e p a rticip a çã o d a s m u lh eres em ro u b o e o u tro s com p ortam en tos violen tos n ão p od em ser ex-p lica d a s a ex-p en a s ex-p o r d iferen ça s d e gên ero o u m en or in gesta d e álcool e d rogas.

Ou tro p on to a con sid erar é q u e a variab ili-d a ili-d e ili-d o s efeito s p rovo ca ili-d o s p o r ca ili-d a tip o ili-d e su b stâ n cia su gerem a co n trib u içã o d e fa to res sócio-cu ltu rais e d e p erson alid ad e. A violên cia tem m ais ch an ces d e ser exercid a em d eterm i-n a d o s segm ei-n to s, lo ca is e situ a çõ es esp ecífi-co s, so b ecífi-co n d içõ es esp ecífica s. Algu n s b a res têm m ais b rigas q u e ou tros, algu m as com u n i-d a i-d es e a té a lgu n s ca sa is co m m esm o p a i-d rã o d e u so d e á lco o l o u d ro ga s sã o m a is vio len to s q u e o u tro s, a ssim co m o a s p esso a s co m u m m esm o grau de in toxicação têm resp ostas em o-cion ais d iferen tes. Essas com p lexid ad es su ge-rem qu e a violên cia in terp essoal qu e ocorre sob o efeito d e su b stâ n cia s é co n textu a liza d a , o u seja , a co n tece em lo ca is esp ecífico s, so b n o rm as e regras esp ecíficas d e d eterrm in ad os gru -p o s e d ia n te d e ex-p ecta tiva s q u e a lim en ta m e são alim en tadas den tro desses gru p os. Para en -con trar n exo cau sal en tre d eterm in ad as su b s-tân cias e violên cia seria n ecessário sab er se os co m p o rta m en to s e a titu d es vio len ta s o co rre-riam ou n ão n o in terior d esses segm en tos, ca-so a d roga e o álcool n ão estivessem p resen tes. As evid ên cia s em p írica s su gerem q u e d ro ga s ilícitas e álcool d esem p en h am im p ortan te p a-p el n os con textos on d e são u sad os, a-p orém su a im p ortân cia fica em gran d e m ed id a d ep en d en -te d e fatores in d ivid u ais, sociais e cu ltu rais.

Drogas ilegais, mercado e violência

Em b ora tod as as evid ên cias em p íricas revelem q u e é o á lco o l a su b stâ n cia m a is sign ifica tiva n a articu lação com várias form as d e violên cia, seu st a t u sd e lega lid a d e to rn a -o so cia lm en te a ceito e la rga m en te co n su m id o, a in d a q u e se ten te regu la r seu u so. Ta l q u estã o revela a in -con sistên cia d a d efin ição d e ‘d roga’ e com o tal, o con ceito é h istoricam en te d atad o e ap oiad o em valores d iscu tíveis (McRae, 1994). Vale lem -b rar qu e, n as situ ações h istóricas em qu e o u so d o álcool foi p roib id o, a m aioria d as con d ições d e estigm a tiza çã o e violên cia ta m b ém estive-ra m p re se n t e s n a s re la çõ e s d e se u m e rca d o ilegal.

Um a d as m ais costu m eiras associações en -tre d rogas e violên cia n u m con texto d e m erca-d o ilega l é a ch a m a erca-d a ‘m o tiva çã o eco n ô m ica’ d e u su á rios d ep en d en tes. Nesses ca sos, o cri-m e é visto cocri-m o u cri-m a fon te d e recu rsos p ara a com p ra d e d rogas, geralm en te cocaín a, cracke h ero ín a . Co n tu d o, estu d o a m erica n o (Boyu m & Kleim a n , 1995) d em o n stra q u e, d e to d o s o s p resid iá rio s u su á rio s freq ü en tes d e co ca ín a e cra ck, so m en te 39% d ecla ra ra m ter co m etid o crim e p a ra a com p ra d e d roga , o q u e ta m b ém p o d e ser u m a esp écie d e d efesa p a ra m in im i-za r a resp o n sa b ilid a d e d o s a to s co m etid o s. Perceb e-se q u e a m otivação econ ôm ica é u m a exp licação ap en as p arcial d o com p lexo u n iver-so qu e con stitu i o m ercad o d e d rogas.

O m ais con sisten te e p red izível vín cu lo en -tre violên cia e d rogas se en con tra n o fen ôm e-n o d o trá fico d e d ro ga s ilega is. Este tip o d e m erca d o gera a çõ es vio len ta s en tre ven d ed o-res e com p ra d oo-res sob u m a q u a n tid a d e en or-m e d e p retextos e circu n stân cias: rou b o d o d i-n h eiro ou d a p róp ria d roga , d isp u ta s em rela-ção a su a q u alid ad e ou q u an tid ad e, d esacord o d e p reço, d isp u ta d e territó rio s, d e ta l fo rm a q u e a vio lên cia se to rn a u m a estra tégia p a ra d iscip lin ar o m ercad o e os su b ord in ad os.

O n a rco trá fico p o ten cia liza e to r n a m a is co m p lexo o rep ertó rio d a s a çõ es vio len ta s: a d elin qü ên cia organ izad a; aqu ela agen ciad a p e-la p olícia e p ee-las in stitu ições d e segu ran ça d o estad o; a violên cia social d isp ersa; a p rom ovi-d a p o r gru p o s ovi-d e exterm ín io e ta m b ém a ovi-d a s gan gsju ven is.

(5)

res-p osta social, com o m ercad o d e trab alh o, sob re-tu d o p ara os joven s p ob res d as p eriferias e fa-velas, sem exp ectativas d e con segu ir em p rego fo rm a l, e q u e, en tã o, n a ilega lid a d e, b u sca m saciar seu s son h os d e con su m o, st at u se reco-n h ecim ereco-n to so cia l. To m a reco-n d o -se u m exem p lo d os EEUU d os an os 20 e 30, sab e-se q u e a Má-fia recru tava seu s ad ep tos en tre os joven s (h o-m en s) d e 18 a 25 a n o s, cria n ça s e io-m igra n tes q u e vivia m n o s b a irro s p o b res. Esse gru p o d e risco con tin u ou a ser o p referid o p elos n arco-tra fica n te s n a s d u a s ú ltim a s d é ca d a s. Jove n s, p o b res d e fa vela s e p eriferia s u rb a n a s, to rn a -ra m -se fo rça d e t-ra b a lh o p referen cia l p a -ra o trá fico e, u m a vez in tegra d o s n este m erca d o, p a rticip a m d e u m a série d e rela çõ es d e reci-p ro cid a d e so cia l o n d e fa vo res receb id o s e re-trib u íd o s sã o re gid o s p o r rígid o co n tro le d o gru p o, a p on to d e torn ar-se qu ase im p ossível a sa íd a esp o n tâ n ea d e u m m em b ro (Za lu a r, 1993). Este gru p o é selecion a d o d en tro d e u m con texto em si violen to, com p rom essas d e ga-n h os fáceis e im ed iatos, ga-n u m a situ ação d e es-cassez d e op ções d o m ercad o form al.

Desta form a, ao m esm o tem p o em qu e a si-tu a çã o d e vio lên cia e d ro ga s reflete a q u estã o d o statu slegal d as su b stân cias, reflete tam b ém a s ch a n ces e o p o rtu n id a d es q u e a eco n o m ia fo rm a l d eixa d e o ferecer, circu n stâ n cia so b a q u al o m ercad o d as d rogas floresce. Por ou tro lad o, o m ercad o form al ap en as ap aren tem en te n ão com p artilh a d o com ércio ilegal d e d rogas, p ois é d e d om ín io p ú b lico o en volvim en to, em red es n a cio n a is e in ter n a cio n a is, d e in stitu i-ções p olíticas, fin an ceiras e em p resariais com o ca p ita l gera d o e em circu la çã o p roven ien te d essa p ecu lia r fo n te d e riq u eza . O co m ércio ilegal tam b ém está m u itas vezes ligad o ao trá-fico d e arm as, m istu ran d o-se con stan tem en te a n egócios oficiais d e im p ortação e exp ortação (Velh o, 1994).

O sim p les fa to d e ser lega l o a cesso a o á l-cool e ilegal em relação a ou tras d rogas, torn a d ifícil estab elecer os tip os d e con d ições n ecessárias p ara isolar os efeitos d as su b stân cias es -p ecíficas ou d e in d ivíd u os e gru -p os es-p ecíficos. Por ou tro lad o, com o Sá (1994) revela, o Brasil ad ota u m a p olítica d e crim in alização d e certas d rogas, associan d o-se a visão ju ríd ica (‘caso d e p olícia’) a u m a p ersp ectiva m éd ico-p siq u iátri-ca (‘d o en ça m en ta l’). Esta p o lítiiátri-ca se a u to -re-p rod u z id eologicam en te (a im agem d o u so d e d rogas com o crim e cria socialm en te a figu ra d o crim in oso) e m aterialm en te (o sistem a p rod u z u m a rea lid a d e co n fo rm e a im a gem d a q u a l su rge e a legitim a).

O estu d o d e Ba sto s (1995) m a p eia m u ito b em as d ificu ld ad es q u e a socied ad e tem p ara

refletir sem p recon ceitos a qu estão d as d rogas, p a ra a ceita r a ló gica d a s co m u n id a d es d o s u su á rio s e en ten d er seu sign ifica d o n a so cie-d acie-d e. Velh o (1994) ressalta a im p ortân cia cie-d e se estu d a rem os va lores p resen tes n a s su b cu ltu -ra s liga d a s a o u so d e d ro ga s ilícita s e en fa tiza qu e estes laços e com p ortam en tos u n icam en te se torn am an ti-sociais e violen tos n u m con tex-to d e severa m a rgin a liza çã o. Za lu a r (1993, 1994) ressalta o p ercu rso d os joven s d ep en d en -tes (so b retu d o o s m a is p o b res) q u e so frem m ú ltip la s exclu sõ es: n a fa m ília , esco la , vizi-n h avizi-n ça, até fivizi-n alm evizi-n te serem p ersegu id os p ela p olícia com o crim in osos. A au tora alerta q u e a crim in alização, en q u an to ten tativa d e con tro-lar o m ercad o p ela lei, além d e n ão ser m ed id a eficaz, torn ou este m ercad o im u n e a q u alq u er fo rm a d e co n tro le exterio r. Neste p ro cesso, a p rá tica d e vio lên cia s a trozes e in co n tro lá veis m ed eia m e exp ressa m esta s rela çõ es, fa vo re-cen d o u m im agin ário social d o ‘m al ab solu to’, fora d a m ed id a h u m an a e d e seu con trole.

O bst áculos para a int erpret ação

Mu itos even tos d e b eb ed eira ou d e u so d e d ro-ga s n ã o sã o su ficien tes p a ra se co n clu ir p ela su a articu lação d ireta com a violên cia. No en -tan to, o álcool está associad o à p erp etração d e 50% d e to d o s o s h o m icíd io s, m a is d e 30% d o s su icíd io s e ten ta tiva s d e su icíd io, e à gra n d e m a io ria d o s a cid en tes d e trâ n sito, co n fo rm e d ad os d a OPAS (1993). En q u an to, p orém , m u i-t o s p o d e ria m a p re ssa d a m e n i-t e co n clu ir p e la rela çã o ca u sa l en tre d ro ga s e vio lên cia , a s ta -xas d e h om icíd ios são b em b ai-xas se com p ara-d as com as ara-d e p revalên cia ara-d e u so ara-d e álcool ou d rogas.

(6)

s-tru íd as e d os fatores d e p erson alid ad e e in d ivi-d u aliivi-d aivi-d e.

No en ta n to, n ega r a lin ea rid a d e d a s in -flu ên cias ecológicas n ão sign ifica cair n o ou tro extrem o, q u e reco n h ece a p en a s a s d iferen ça s in d ivid u a is co m o exp lica tiva s p elo a b u so d e su b stâ n cia s e p ela su a a rticu la çã o co m a vio -lên cia . A fa lá cia in d ivid u a lista su gere q u e h á con exão en tre in toxicação p or d rogas e agres-sã o física co m o resu lta d o d e p erso n a lid a d e, resp ostas en d ócrin as, n eu roan atôm icas ou ou-tro s fa to re s in d ivid u a is. Essa a rgu m e n ta çã o d esp reza o con texto estru tu ral, cu ltu ral e situ acion a l. Por exem p lo, a litera tu ra sob re violên -cia d o m éstica , vio lên -cia d a s ga n gsd e joven s, m ostra situ ações cu ltu rais p rob lem áticas qu e o u so d e d rogas p od e acirrar ou n ão, m as n ão as con segu e exp licar.

Há vá ria s d ificu ld a d es em se m ed ir a rela çã o en tre violên cia e d roga s. A correla çã o en -tre u so d e su b stâ n cia e vio lê n cia va ria se n ó s b u sca m os m ed ir com p orta m en tos ou efeitos. A correlação d e freq ü ên cia en tre d rogas e vio-lê n cia d o m é st ica va r ia se m e d ir m o s e ve n t o s graves ou freq ü ên cia d e agravos. Do p on to d e vist a m e t o d o ló gico, a s d e fin içõ e s o p e ra cio -n ais i-n flu e-n ciam -n os resu ltad os d as p esqu isas. Em algu n s estu d os, gan h a-se n a com p reen são d a m a gn it u d e d o p ro b le m a ; e m o u t ro s, b u s-ca -se a su a esp ecificid a d e, p erd en d o -se a ex-ten são.

Drogas e álcool tan to p od em ser u sad os an -tes com o d ep ois d os even tos violen tos. Mu itas vezes a s su b stâ n cia s sã o u tiliza d a s com o d escu lp as p ara violên cia, p ara d im in u ir a resp on sa b ilid a d e p esso a l. Ou tro s a s u sa m p a ra sim -p lesm en te atin girem u m estad o em ocion al qu e lh es fa cilite co m eter crim es. H á a q u eles q u e co n sid era m o co m p o rta m en to d e b eb er o u u sa r d ro ga s co m o p a rte d a in tera çã o gru p a l. Mu itos, ain d a, corrob oran d o a an álise d e Freu d em O M a l- Est a r d a Civ iliz a çã o, u sa m d ro ga s p a ra su p o rta r a s a gru ra s d a vid a , co m o m o s-tra m ta m b ém o s estu d o s d e Ba sto s (1995) e Garcia (1996). Ou seja, am b os, álcool e d rogas em si, d izem p o u co en q u a n to fa to res d e risco p ara a violên cia, e essa articu lação m erece ser m a is in vestiga d a , m elh o r d elin ea d a , b u sca n -d o -se exa ta m en te co n h ecim en to s e p rá tica s qu e con trib u am p ara a saú d e d a p op u lação.

Po r fim , a s fo n tes d e d a d o s têm in teresses in trín seco s. A fid ed ign id a d e d a s in fo rm a çõ es d os u su ários d ep en d e d a p reocu p ação qu e têm com a u tilização q u e se fará d e seu s relatos. As in fo rm a çõ es o ficia is estã o in flu en cia d a s p o r variáveis organ izacion ais. As in form ações d os estu d io so s leva m a d iferen tes resu lta d o s d e a co rd o co m a s referên cia s co n ceitu a is, b a ses

d e d ad os e com os agregad os p op u lacion ais. As in form ações d as vítim as são d iferen tes d aqu e-las recolh id as com os agressores.

Hoje, o cam in h o q u e p arece m ais correto é a n a lisa r o q u e rea lm en te a con tece q u a n d o h á u m even to vio len to e sã o u sa d a s d ro ga s. Isso in clu iria o esclarecim en to d os m otivos e in ten -ções, con h ecer as seq ü ên cias e in terações q u e red u n d a ra m em vio lên cia , b em co m o d a d o s d os acon tecim en tos qu e p reced eram e su ced e-ram o fato em qu estão.

Propost as de parâmet ros para int ervenção e prevenção

Com o se p od e con clu ir, é m u ito com p lexo o fe-n ôm efe-n o d a violêfe-n cia e su a articu lação com as d ro ga s, exigin d o q u e seja tra ta d o co m in stru -m en tos, con h eci-m en tos e ações q u e u ltrap as-sem a m era rep resen ta çã o o u o m o ra lism o sim p lista.

A atu ação d os gru p os com u n itários em re-lação ao u so d e su b stân cias e violên cia su gere q u e o con texto cu ltu ra l m od era e regu la in to -xica çõ es e a çõ es vio len ta s. Os segm en to s e o con texto in flu en ciam a escolh a d e su b stân cias, co m p o rta m en to s e n o rm a s, in terp reta çã o d a situ a çã o e a p ro b a b ilid a d e d e a co n tecerem agressões. É p reciso tom ar o con texto em con -sid eração, sob retu d o q u an d o se trata d e situ a-ções d e alto risco. A an álise d e even tos d eve fo-calizar con seq ü ên cias d as in terações com p or-ta m en or-ta is, in tera çõ es en tre su b stâ n cia e p es-so a , in tera çõ es en tre p eses-so a s e p eses-so a s, a lém d a qu an tid ad e d e d rogas ou álcool con su m id os e o tem p o d e u so.

(7)

con d ições d e vid a, n a oferta d e em p rego sob re-tu d o p ara joven s d e com u n id ad es m ais p ob res, n o refo rço cu ltu ra l d e va lo res q u e d esfa vo re-çam a d rogad ição ab u siva e n a valorização d o d iálogo e ap oio fam iliar.

A p ersp ectiva d e a tu a çã o, seja a p o ia d a n a visão d e red u ção d e d an os, seja n a ab ord agem d a p reven ção p rim ária (MS, 1997), p recisa ser resp ald ad a p elo d eb ate en tre cien tistas sociais e cien tista s n a tu ra is, en tre o rga n iza çõ es n ã o govern am en tais e rep resen tan tes d as secreta-ria s e co o rd en a çõ es d e p ro gra m a s d e sa ú d e e d e ou tros setores d a ação p ú b lica, u ltrap assan d o p receitos n orm ativistas d a con d u ta d os in -d iví-d u os e p recon ceitos sociais.

Por ou tro lad o, p rogram as d e ap oio e tratam en to à q u eles já d ep en d en tes d evetratam ser in -cen tiva d os, d issem in a d os, d es-cen tra liza d os e tecn ica m en te a p o ia d o s p ela Sa ú d e Pú b lica e ou tras áreas com p eten tes. Tais p rojetos p reci-sa m esta r a p o ia d o s n u m a p ersp ectiva d e res-p eito à id en tid a d e e cid a d a n ia d o res-p a cien te. O

aten d im en to a estes u su ários d ep en d en tes n ão p od e d eixar d e lad o seu s d ireitos com o p essoa e su jeito. En ten d e-se q u e p rogram as d e ap oio seriam m ais eficazes se acom p an h ad os d e trab a lh o visa n d o m u d a r a s rela çõ es en tre u su á -rio s d ep en d en tes, su a fa m ília e co m u n id a d e. Sá (1994) alerta p ara o fato d e qu e os p rin cip ais p rob lem as en fren tad os p elos u su ários n ão são d ecorren tes d o u so d a su b stân cia, m as aqu eles fru tos d a m argin alização.

É p reciso, p rin cip alm en te, p en sar e rep en -sar social e p oliticam en te tod a a red e d e n egó-cios q u e faz d as d rogas u m assu n to crim in oso co m o u m d o s m a io res fa to res, h o je, d e in cre-m en to d a violên cia social.

O d esafio p ara a saú d e p ú b lica, qu e h oje se p reo cu p a ta n to co m o u so a b u sivo d e d ro ga s, q u an to com a violên cia, com o fatores d e risco p ara a q u alid ad e d e vid a, é con segu ir u m q u a-d ro referen cia l p a ra a reflexã o e p a ra a a çã o qu e in clu a ao m esm o tem p o o in d ivid u al, o so -cial e o ecológico.

Referências

ANDRADE, A. G., 1995. As d rogas m ais u sad as n o Bra-sil e su as con seqü ên cias. In : Drogas, Aid s e

Socie-d aSocie-d e(Program a Nacion al d e DST/ AIDS, ed .), p p.

53-59, Bra sília : Min isté rio d a Sa ú d e / Pro gra m a Nacion al d e DST/ AIDS.

BASTOS, F. J., 1995. Ru ín a e Recon stru ção, AIDS e Dro-gas In jetáveis n a Cen a Con tem p orân ea. Rio d e

Ja-n eiro: Relu m e-Du m ará.

BECKER, H., 1990. How to b ecom e a m ariju an a u ser. In : Sim b olic In t era ct ion ( J. Ma n is & B. Meltzer,

ed s.), p p. 411-422, Boston : Allyn & Bacon . BOYUM, D. & KLEIMAN, M. A. R., 1995. Alcoh ol a n d

o th e r d ru gs. In : Crim e (D. Boyu m & M. A. R.

Kleim an , ed s.), p p. 295-326, Californ ia: In stitu te for Con tem p orary Stu d ies Press.

CHERPITEL, C. J., 1993. Alcoh ol an d violen ce-related in ju ries: an em ergen cy room stu d ies.Ad d ict ion,

88:79-88.

CHERPITEL, C. J., 1994. Alco h o l a n d in ju ries resu lt-in g fro m vio le n ce : a re vie w o f e m e rge n cy ro o m stu d ies.Ad d iction ,89:157-165.

COID, J., 1986. Alco h o l, ra p e a n d sexu a l a ssa u lt. In :

Alcoh ol an d Aggression(P. F. Brain , org.), p p.

161-183, Lon d on : Croom Helm .

COLLINS, J. & MESSERSCHIMDT, P., 1993. Ep id em i-ology of alcoh ol-related violen ce. Alcoh ol, Health

an d Research World ,17:93-100

DESLANDES, S. F., 1997. O Im p a ct o d a Violên cia n os Serviços d e Em ergên cia: Estu d o em Hosp itais Mu -n icip ais d o Rio d e Ja-n eiro (HM M C e HM SF, 1995-1996). Rio d e Ja n eiro : Cen tro La tin o -Am erica n o

d e Estu d os sob re Violên cia e Saú d e – Jorge Careli, Dep artam en to d e Ciên cias Sociais, Escola Nacio-n a l d e Sa ú d e Pú b lica , Fu Nacio-n d a çã o Oswa ld o Cru z. (m im eo.)

FAGAN, J., 1990. In toxication an d aggression . In : Dru gs an d Crim e(M. Ton ry & J. Q. Wilson , eds.), p p. 8-43,

Chicago: Chicago Un iversity Press.

FAGAN, J., 1993. Dru gs, alcoh ol an d violen ce. Health Affairs, 12:66-79.

GARCIA, S. J., 1996. Im p licações Psicossociais d o Uso

d e Drogas.Dissertação d e Mestrad o, Rio d e Jan

ei-ro: Escola Nacion al d e Saú d e Pú b lica, Fu n d ação Oswald o Cru z.

GOLDSTEIN, P., 1989. Cra ck a n d h o m icid e in Ne w York City, 1988. A con cep tu ally-based even t an aly-sis. Con tem p orary Dru gs Problem s, 16: 651-687.

GOLDSTEIN, P., 1985. Th e d ru gs-vio le n ce n e xu s: a tri-p artite con cep tual fram ework. Jou rn al of Dru gs Issu es, 15:493-506.

MS (Min istério d a Saú d e), 1997. Diretrizes p ara Proje-tos d e Red u ção d e Dan os. Docu m en to Prelim in ar.

(8)

McGINNIS, J. M. & FOEGE, W. H., 1993. Actu al cau ses of d eath in th e Un ited States. Jou rn al of Am erican

Med ical Association, 270:2.207-2.212.

McRAE, E., 1994. A im p ortân cia d os fatores sociocu l-tu ra is n a co m p re e n sã o d a s d ro ga s. In : Droga s e

Cid ad an ia(A. Zalu ar, org.), p p. 31-46, São Pau lo:

Brasilien se.

MUSA, G., 1996. Alcoolism o e Droga d içã o n a Ad

o-lescên cia.Tese d e Dou torad o, Rib eirão Preto:

Fa-cu ld ad e d e Med icin a, Un iversid ad e d e São Pau lo. OPAS (Orga n iza çã o Pa n a m erica n a d e Sa ú d e), 1993.

Resolu ción XIX: Violên cia y Sa lu d. Wa sh in gto n : OPAS. (m im eo.)

OPAS (Orga n iza çã o Pa n a m erica n a d e Sa ú d e), 1994.

Salu d y Violen cia:Plan d e Acción Region al. Wash

-in gton : OPAS. (m im eo.)

OSAP (Office for Su b stan ce Ab u se Preven tion ), 1991.

Preven tion Plu ss III – Assessin g Alcoh ol an d Oth er Dru gs Prev en t ion Progra m s a t Sch ool a n d Com -m u n it y Level. Atla n ta : US Dep a rtm en t of Hea lth an d Hu m an Services.

SÁ, D. B. S., 1994. Pro jeto p a ra u m a n ova p o lítica d e d rogas n o País. In : Drogas e Cid ad an ia(A. Zalu ar, org.), p p. 147-171, São Pau lo: Brasilien se. VELHO, G., 1994. A d im en sã o cu ltu ra l e p olítica d os

m u n d o s d a s d ro ga s. In : Droga s e Cid a d a n ia(A. Zalu ar, org.), p p. 23-29, São Pau lo: Brasilien se. WOLFGANG, M., 1958. Pa t t ern s of Crim in a l Hom

i-cid e. Ph ila d e lp h ia : Un ive rsity o f Pe n n sylva n ia Press.

YUNES, J. & RAJS, D., 1994. Mo rta lid a d p o r ca u sa s vio le n ta s. Ca d ern os d e Sa ú d e Pú b lica, 10 (su p l. 1):88-125.

ZALUAR, A., 1993. A crim in a liza çã o d e d ro ga s e o reen can tam en to d o m al. Revista d o Rio d e Jan ei-ro, 1:8-15.

ZALUAR, A., 1994. In trod u ção. In : Drogas e Cid ad an ia

Referências

Documentos relacionados

Tren d s in ca ries p reva len ce in No rth Am erican ch ild ren.. Statistical Meth - od s in Ep id

An dré an d Ricardo’s article focu ses p rim arily on clash es between Cobbe an d Ch arles Darwin over th e u se of an im als in scien tific exp erim en ts... Benchim

Violen ce Again st Wom en In tern ation al.. Sea t- tle: Un iversity of Wa sh

An tib od ies to Helicobacter p ylori an d p ep sin ogen levels in ch ild ren from Costa Rica: com p arison of two areas with d ifferen t risks for stom ach can cer.

STATISTICS AND EPIDEMIOLOGY RESEARCH COR- PORATION/ CYTEL SOFTWARE CORPORATION, 1994. An ep id em io - logical stu d y of lep rosy in fection by serology an d p olym erase ch ain

Water con tact p attern s an d socio-econ om ic variab les in th e ep id em iology of sch istosom iasis m an son i in en d em ic area in

Th e existin g in equ ality in each of th e geop olitical es- tablish ed areas w as clearly id en tified... On th e ep istem ology of risk: lan - gu age, logic an d social

O olhar sobre a violência de gênero ainda está pautado na vitimização das mulheres, dificultando assim a ampliação do entendimento das relações violen- tas em todo o seu

JFET μεταβολή ΠΦΧ – διατομής του αγώγιμου καναλιού με την τάση V DS Συμπεριφορά του JFET υπό την επιβολή τάσης στους ακροδέκτες D και S.. Πηγή:Διαφάνεια 90 - Descargar "Materiales

Ευστάθεια στο συνδυασμό ΣΓ- Άπειρου Ζυγού 1/2 • Σε έναν εναλλακτικό τρόπο θεώρησης, τα δεδομένα ενός ΣΗΕ μπορεί να συμπεριλαμβάνουν: – Μια Σύγχρονη Γεννήτρια με αμελητέες απώλειες,

£Θ¢Δ∆ 49 : °ΑîνöωµáαìλÝίåε÷ς áαîνôτáαîνáαëκìλáαóσôτéιëκïοàύ ▪ ÍΆµåεóσèη áαäδéιáαæφïοòρÝίáα ôτöωîν ëκïοòρñώîν óσôτïο æφöωôτéιóσµÞό ôτèη÷ς µéιáα÷ς, óσèηµáαÝίîνåεéι Þόôτéι ïο

група РЕЙТИНГ | Ставлення українців до продажу землі | жовтень 2019 11 22% 58% 20% Землі с/г призначення повинні бути у державній власності, як у Канаді чи Ізраїлі Землі с/г

΢ηελ πεξίπησζε πνπ ν παξαγσγφο δελ κπνξεί απφ νηθνλνκηθήο πιεπξάο λα εγθαηαζηήζεη νινθιεξσκέλα ζπζηήκαηα δηαρείξηζεο ζεξκνθεπίνπ, έρεη ηελ δπλαηφηεηα λα πξνκεζεπζεί αλαινγηθνχο

Par un médecin qualifié ayant de l’expérience avec le traitement des patients dépendants à l’alcool et seulement en association avec un soutien psychosocial de façon continue ayant pour