1199800112zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
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RISCO DE CRÉDITO AO
CONSUMIDOR
U
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAma
realidade do mercado brasileiro
Banca examinadora
Prof Orientador: João Carlos Douat
Prof.Antônio Luiz de Campos Gurgel
Orientador' João Carlos Douat
Fundação Getúlio Vargas
Escola de Administração de Empresas de São Paulo
CARLOS MOCHE DA Y AN
RISCO DE CRÉDITO AO CONSUMIDOR
Uma realidade do mercado brasileiro
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
- OpçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAr-ABA da FGV IEAESP' Área de Concentração' Finanças
sÁO PAULO , 1997
DAY A1\", Carlos Meche. Risco de CLédito ao Consumidor e Pessoal: uma realidade do mercado no país. São Paulo. EAESPIFGV, 1997 70p (Dissertação de MBA apresentada ao curso de Pós Graduação da EA.ESP! FGV ,Área de concentração' Finanças)
Resumo: ·Trata da apresentação e critica do sistema de crédito direto ao consumidor e credito pessoal no Brasil e suas mudanças a partir do Plano . Real 'Apresentação de teorias complementares ao sistema, tendências,
sugestões e observações,
Aos meus queridos pais, dedico este trabalho pelo eterno incentivo aos estudos,
AGRADECIMENTOS
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAAgradeço a todos aqueles que participaram ou ajudaram,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA de alguma forma, na realização deste trabalho.
Aos professoresLKJIHGFEDCBAr profiss ionais da àrea e diretores de
banco que em muito elucidaram dúvidas e ajudaram a entender
os mecanismos do crédito ao consumidor.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
'-Ao professor João Carlos Douat pelos esclarecimentos,
sugestões e orientação, CU]as linhas de atuações traçadas
foram essenciais para a realização do mesmo.
RESUMO
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAEsta dissertaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAprocura, em duas partesMLKJIHGFEDCBAI retratar de forma crítica o mercado de crédito ao consumidor e pessoal
no Brasil.
Primeiramente, é descrjta a forma operacional do sistema , através de dados e descrições p~ática5 do mercado
na
atualidade.UIDa
especialatenção
é dada à inadímplência, cuja estimativa é vital para a operação no mercado decréd~to de varejo.
Em
uma
segunda
concessão de c~édito
parte, aspectoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
s
ao
abordado5,teóricos acerca
da
com o ~espaldo de conceitos internaciona~s sobre O assunto~
Tenta-se afinal tazer algumas recomendações ao mercado no
pais,
através das observações práticas r e aLi, zadas,1 -LKJIHGFEDCBA
Introdução
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAEste trabalho pretende expor, de f.orma prática, a
situaçao
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA do mercado de emp~éstimQS aoconsumidor,
seJa v~a Crédito D~~etoao Consumidor
(CDC) ,ou
via Crédito Pessoal.PrimeiramenteMLKJIHGFEDCBAf um breve histórico do mercado no país ~ a partir do Plano Real, que é seu verdadeiro impulso. Segue-se a si
tuação
atual, através de exemplos de vá r.ia5 institui çõesLKJIHGFEDCBAr egrá ficos que ilustram os dados mais recentes do mercado, até ~ulho de 1997. Mestra-se de forma clara e objetiva as
diferentes
formas de Qperacionalização de contratos e repasses no mercadode crédito ao consumidor.
A partir de todos os dados e desc~~ções, tenta-se
desc~ever as tendências que se delineam para um futuro próximo
neste
mercado.A seguir argumenta-se a falta de experiência nas
institui
çõe
s finance iras a pa rt ir de dados teó t:"ico s acer ca dacorioe ss âo de crédito. Mu.l-tas das teorias versam sobre cr
éd.í't.o
para pessoa jurídicaT mas pode ser facilmente adaptado ao
crédito ao consumido I"f corno foi feito mais
adiante.'
Pouco destes conceitos são usados atualmente por bancos e financeiras~ queagem mai s por in t.u i.ção e credi t sco reF atr ás do aumento de
ativos çomo objetivo final.
Algumas recomendações açeLca destes problemas são feitas no
final do trabalho r a pa rtí r dos dados obti.dos e da argumenta"ção
1
t
eó
ri ca .Mui
to pode ser melhorado e desenvolvido no mercado,visando uma mel nc.r a de qual idade r.a corrce s s ão de crédito ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA tomadas de rlSCO.
2 -
LKJIHGFEDCBAA Evoluyão
do
DCBAMercado
de CDC
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAA hLstór~a recente dos bancos no Brasil poderla ser dividída claramente entre antes e depois do Plano Real, logicamente por se tratar de um marco diferencial nas taxas histórIcas de inflação do pais.
Pode-se dlzer. que o processo inflacionárioF p~lnc~palmente na década de 80 até 1994zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAr fo~ um grande sócio dos bancos enquanto
esteve pr.esente. A grosso modo, o dinhe.l ro parado nas contas
correntes eram remunerados a taxas de até 2% ao dia (para se teL uma idéla, o spread médio das operaç6es do Barclays no Brasil em 1996 foi de 2% ao ano}. A altissima inflação no Brasil, que no mês antecedente ao Plano Real estava em
5.569~
ao anoproporcionava l..llIl a Itissimo ganho ao aiatema bancário, fazendo
com que e stas instituaçõ es oSe aco s tumassem a e sta real idade de
ganhos, onde o crédito tinha deixado de ser o principal gerador
de luc~os.
A históriça atividade bancária de tomar recursos a um preço e prazo determinado através de investidores, e :t:epa.ssá-los a
corid i çõe s diferentes a clientes, obtendo assim o seuMLKJIHGFEDCBAs p r e a d ,
tinha perdido a importâncía. InúmerQS serviços onde a
finalidade, além de conquista~ novos clientes, parecia ser a do
ganho através do f l o a t i n g - o ganho referente à apl icação de
juros nominais a05 recursos deixados no banco pelos clientes
tinha importância e lucros maiores.
Os bancos se aprimoraram, portantol naquilo que lhes dava
maior retorno. Dizer que as instituições bancárlas no Brasil se acomodaram no período de alta inflação pode vír a se~ um afirmação errônea: eles apenas buscaram aperfeiçoar-se nas àreas
que lhes dava mais retorno. Para que preocupar-se comXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAspreads de empréstimos de no máximo 2 a 3% mensaisT se poderia-se ganhar o
equivalente ou quase sem ~nCQrrer em r~SCO de crédito? Os mecanismos de clearing aprimoraram-se de forma tal a se tornar o mais rápido do mundo na compensação de cheques, para que nào se percam dias, ou floating, a esmo. Os investimentos do 5eto~ em informátlca e tecnologia da lnfo~mação foram acima da média dos países de primeiro mundo.
A
queda nos níveis inflacionários a partir de julho de 1994, com o advento do Plano Real, trouxe uma nova realidade ao sistema. Uma inflaçao abaixo de 10% ao ano em 1996, e uma perspectiva deeszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAtabzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAiLi,zaçã.o para os próximos anos levaram os bancos a uma reavaliação de seu negóc~o. Uma nova necessidade de ganhos, que
oSubsti tu i s sem aquel es doMLKJIHGFEDCBAf 1LKJIHGFEDCBAo a t i n g er a ne ce s sá ria, par a cobrir os
altos ÇUSt05 fixos. Dois caminhos, a grosso modo, foram traçados pelos bancos comerciais:
2.1 -Cobrança de tarifas para :servlços arrtes realizados
gratui tamente ou a custos negligenciáveis p-elo cliente,
como:A
1 - Tarifa de extrato bancário
2 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBATarifazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAde
extrato
via fax3-'I'arifa de talão de cheques
4- TarifazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAde
Doe
5 - Tarifa de
cobrança
deduplicatas
6 - etc.LKJIHGFEDCBA
2.2 - Aumento substancial nos empréstimos bancários.
Par~ a grande maioria dos bancos no pais, este foi um grande desafio, que nem todos conseguiu vencer. O aumento nos
atl.vQs
em forma de cl:édito resu ltou em um risco maiorMLKJIHGFEDCBAf trazendo grandesperdas para aqueles que não estavam prepe rado s , O f.a to de as
ta~as de jUl:OS reais estarem em niveis elevadissimos levou a um
grande aumento na Lnad.í.mp.íênc.í.a , piorando ai nda os result.ados
das áreas de crédito desacostumadas aoLKJIHGFEDCBAm é t i e r da avaliação de
risco.
Neste cenário,
começa
então a haver uma maior conscientização naava Li.aç ão do çrédi to, levando em conta vários fat oz e s como o
"Cisco de crédito na carteira total de ativos, ou Q RISCO DE
PORTFÓLIO. Assim, grande ênfase é dado à divers~ficaçao da carteira de empréstimos.
Este fato, somado ao aumento de renda das camadas mais baíxas d~
população
proporcJ.onado
através da queda nos níveisinflacionários, levou os banços a con~iderar melhor o setor deXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA empréstimos pessoais e crédito ao consumidor.
A pequena melhora na distr~buiçàQ de renda foi suficiente parazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA aLa vancar os negóc Los na área de vazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1"e J o CQn.s ide r ave lmente. Po_
estabilizaçao da moeda foi vital para o inicio da concessão de prazos para pagamentosF que foi alongando-se de 2 a 36 mese~. O
aumento nos p razos e o consequerite a umento no crédi to dado ao
consumidor, praticado através de taxas altissimas - spreads que poderiam ( e podem) chegar a 5% ao mês - levaram grandes lojas de departamentos e grandes bancos, de varejo e atacadoF a fazer negócios nesta àrea.
O aumento das vendas a prazo pode ser medido de vár.ias fo~as.
É extremamente dificil medír em números absolutos as vendas
realizadas desta forma, mas pode-se ter um ter~6metro a partir
das consu Ltas reali zadas por loj .istas , bancos e financei r-as a
centrais de proteção, como o Telecheque ou o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC}+ Um aumento das consultas a estes órgãos significa em um primeiro momento, um aumento nas vendas em geral no ccmé rcí o varej ista. Mas vendas
a
vista ou com oartão decz édí to não sâo consultadas, J á que O lojista entende corno não
haver ~lSÇO de calote. O problema aparece quando vende-se
através de alguma modalidade de crédito, sendo a mais simples e
comum O cheque pré-datado. A partir de então o componente risco
passa a fazer parte da venda, e o loj ista irá consultar, em
alguma central, o histórico do cliente através de seu CPFMLKJIHGFEDCBAT ou sej a , irá ve ri fiocar se este tem a "flcha Li.mpa?". Desta forma,
as centrais constituem-se em bons term6metros refer-entes às venda~ a prazo. Em São Paulo, as centrais mais importantes são o
Telecheque e o SPC.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
'.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAeF
7
Númoro de camAs contratadO$
(em mllhares)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1500~---~---~--~--~---'
,
.
I
• I
1200 """-...:.---,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
800
400
200
o
./
Fonte: Telecheque
Os dados expostos a través deste pr.imei:r.ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
gráf.l-cQ
mostram ocresc~mento
das operações de CDC no país nos últimos três anos.MLKJIHGFEDCBA( N e szyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAze g r á f ic o r e noLKJIHGFEDCBAd e c o r r e r do t . r a b a lh o , os d a d o s r e f e r e n t e s
a o a n o 1997 i r a o a p e n a s até o mes de J u lh o ) O número de
carnês contratados refere-se ao número de vendas, e nao ao valor
das mesmas, feitas em um dado periodo na cidade de São Paulo.
Estas s ão em sua totalidade vendas reali zada s a prazo, cuj o
pagamento é feito através de boletos a serem pagos em bancos. No
a to da compra emitem-se boletos
com
os valores das prestações,j á embutidos as taxas de Juros. Os números absolutos dados no
gráfico rrào podem ser levados corno o total de vendas a prazo
realizadas em São Paulo, já que existem lojas não associadas, e
a inda, mui ta s vendas a pr azo s âo real i zada s em outr as
moda 1J.dades , como po r exemp lo O cheque pré~da tado. Mesmo as sim,
estes númez o s são uma boa base de comparação ano a ano entre
épocas iguais.
Par a ter-se uma idéia de inadimplência, deve- se conhecer os
dados de :
• R e gistz-o.s r e c e b i d o s pagamentos não realizados até a da ta
contratada. A financeíra ou a loja registra
este
não pagamento,pa ssando
o
inadirnplen te a te r seu nome incl us o como tal naSer asa e outras centrais
• R e qi e t . x o s : c a n c e la d o s - pagamentos realizados após o registr::-o
negativo1
tendo
o
comprador novamente seu nome limpo. Éum
pagamento
realizadocom
at~aso de até 180 diasO gráfico abaixo mostra os totais, para o mesmo per iodo , de
carnê s não pagos e registrados, de regi.s tro s cancelados. Para ter-sezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAuma ldéia
de
inadimplênciaFdeve-se
apenaslevar
affi
contacarnê contratado e não pago,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAa s sam como de
:r:-egistrc:: não
cancelado.350,000 300,000 250,000zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 200.000 150.000 100.000 50.000
-~LKJIHGFEDCBA_ V ,
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R e g is tr o s d e a tr a s o r e c e b id o s e c a n c e la d o s
• Novos carnês inadimplentes • Camês rsneqcciados
o
Fonte: Assocíação comercial de Sâo Paulo
Percebe-se neste gráfico que o número de renegociações no
úlzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAtimo anoLKJIHGFEDCBAt ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAi cons tan te ~ sendo que houve um .3errsive 1 aumeri to
nos carne s não' pagos . Os ca rnês renegoci ado s são tomados corno
pagos. Conclue-se daí um aumento da inadimplência total nas vendas a prazo na região. Sendo que a ca dade de São Paulo vem tendQ historicamente nívels de inadimplência abaixo da média do
país, principalmente do Norte e Nordeste, pode-se concluir em um
aumento da inadimplência em todo o país no úl~imo ano.
É difícil, senão impossível, medir com çerto grau àe exatidão
as flutuações da pontualidade de pagamentos no pais. O que está sendo experimentado é ter uma base para definir se há ou nào um aumento na .indi.mpLênc í.a através de uma compilação de dados de
diferentes fontes.
O
g~áficona
página seguinte mostraa
inadimplênciaem
percen taqem, par a uma melho r v ~sna 1iz ação. Seria um reSumo do s
gráficos anteriores~A
In a dzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
írnplência
(índ ice Se rv loj-6 ras i l)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
35 -:
20 ~
1
I 15
+-1-
10~.-~~-:ç:-
--_:
;;
-I
5t~----;~
-1
O
-}-._~--....,---,:---~~----...----Junl95 Jun/96 Jul Ago Set Out Nov Dez Jan197 Fev Mar Abr Mal Jun
f-
% Pagamento' ~ a ntecíp ad o-Atraso$ de pagã mentos(
% 1 a30 dias)
-Atrasos de pagamentos
Esta é mais uma série de dados resultantes de v~ndas a prazozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
com pagamentos em car-nês. É importante ressaltar que nesta
modalidaaezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAo .ind.íce de inadimplência é coris Lder ave Irnent e
superior aos cheques pré-datados, principalmente no tocante a
vencomentos de 1 a 30 dias de atraso. Sendo que o nome do
comprador será colocado nas ~listas negras" apena5 após 180 dias
de não paqamerrto , é po.ssivel que haja um certo r-elaxamento por
parte ao mesmo. O cheque pré datado tem a característica de
lnçl~ir o nome na Ser asa aSSlm que não for compensado, tirando o
crédi to do consumidor imedia tarnente junto a insti tuí çõe s
financeiras. Pode-se dizer que Q cheque é mais respeitado que o
carnê. Desta forma, ao compa r az as duas modalidades cheques
devol vidos X carnês não pagosMLKJIHGFEDCBAF deve- se u til iz ar o5 dados de
carnês vencidos até a pa rtí.r de :i 8O dias, onde as chances de
receber o crédito pa5sam a ser mínimas.
NQ gráfico acima, pagamentos em atraso até 30 dias variam em
números consideravelmente altos ~ errt r e 22% e 32%. Mas créditos
que ~ealmente não serâo recebidos chegam ao plCO em Junho de 97,
e vêm crescendo, atingindo 8, S~. Aqui, como será descri to mais
adiante, cada ponto percentual é importante para a financeira ou
banco que tive r rea 1izado o negóc io . Boa pa.rte de seu lucro depende destes números de inadimplência.
É interessante ainda lemb~ar que o sistema de carnês é utilizado principalmente por grandes redes de lojas e magazines,
devido a praticidade de acompanhamento eletr6nico e emissão de
boletos e informações. Já o cheque pré-datado é preferido porA
reàes menores e pequenos comer.ciantes devido às razoes acimazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
expostas ~ além de ser um sistema com custozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAmenor- de
implementação
{çnsto operacional
negliqenciâvel) .Os dados referentes a cheaues sâo ilustrados a
seguir:
A.PCzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
--zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-LLiiiiiiiIIII ••••••MLKJIHGFEDCBA,,- y l'W " " _ _ _-a.QiWiW •• biiIM!L iQ •••• ::111 eqzzzzz &. ':t,
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zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAgráfiço acima é um extrato da quantidade de vezes em que oserviço Telecheque foi aczyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAionado na cidade de São Paulono periodo. Da mesma forma que o SPC, não é uma quantídade total de
vendas. É apenas O número de vezes em que um cheque pré-datado foi consultado por um lojista ou po~ uma financeíra. O aumento no número de consultasT ainda, nao demonstra por si só um
aumento nas vendas a prazo. Isto po~ que a prática de consultar o histórico do emitente do cheque é recente. Demonstra portanto também um provável aumento nas consultas
realizadas.
Isto principalmen te ao comparar-se os anos 1995 e 1996. Oano
1996embute
nUmeros ma10res emmuito
devidoa
um
aumento da conscLent~zação de lojistas quanto à inadimplência. Dados comparativos entre 1996e
1997 já ilustram melhor osmov~rnentos
de vendas a prazo na regíão. Observa-se ainda um cr-oscí.ment o substancial nas vendas com cheques pré-datados neste ano.
O que resta a saber é o quanto de cheques aceitos voltaram sem fundos ou sustadosT ou por alguma outra alinea. Qual foi a
real inadimplência, e se esta cresceu ou permaneceu relativamente nos mesmos niveis do inicio do PlanQ Real. O gráfico a seguir ilustra o çrescimento do numero de cheques pré-datados no últimos meses. Tendo uma idéia do aumento de vendas a prazo nesta modalidade pode-se chegar a um certo coeficiente de
Lnadãmp.í ênc í.a , Pode-se então comparar este coeficiente com o
obtidQ através das vendas a prazo com carnês e concluir o quanto são lucrativos os financiamentos feitos para este mercado.
1800-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 1&00 1400 1200 1000 800 200
-Número de cheques sem fundo lncluldcs no cadastro do Tetecheque
(em mUhares)",..
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Mar ~I
Jun
Jul ~oÉzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAclaro o mOVimento de crescimento, no ano de 1997, do volume
de cheques riào compens ados . MezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBASIDO não t.endo oco rrido um salto
nas vendas no comércio nos d01S primeiros bimestres de 1997 em relação ao ano anterior,
qua se 5 O~ chegando em
houve
abril
1-::'0 mês de março um aumento de
a 75%. Estes dados refe rem-vs e
certamente a compras realizadas no fim de 1996, em sua maiorla no Natal, com cheques pré-datados para os meses seguintes.
Estes dados não nos
revelam
um índice exato, empor;centagem,
do quanto voltam
de
cheques ao ser ~fetuadauma
venda. Mas com certeza houve um aumento substancial, se comparado ao ano anterior. As financeiras que rea lI zaram estes créditos estão a merce destes indices de inadlmplência.Po~ outro
lado,os
indicesde
carnêSnao pagos
podem informarcom
mais
ex atidao o .i.ndace de inadimplência. Tomemos os meses' dema rço e abril 1997: respecti vamerrt e , o gráfico "inadimplênciaT1
informa 6,73% e 7,02% como
carnes
não pagos vencidos há mais de180 dias, ou .sejaT sem esperança de recebimento. Estes dados
refletem pouca margem de lucro para financiamentos deste
tipo.
Um exemplo dado abaixo reallzado com o Banco Daycoval ilustrará melhor estas margens. A seguir,como são reali zadas as operaçoes de Consumidor.
detalharemos melhor
Cr;édi to Di reto ao
3 -LKJIHGFEDCBA
For.mas
de
DCBAgperacionali%ação
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAo
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBACDC pode ser realizadoT basicamente, de duasformas:
• Diretamente
através àas lojas dedepartaJilentos,
ouconcessionár:-ias
de va.i cu í o s , ou qualquer lOJa que vendadiretamente algum produto ao consumidor final. Dependendo do
prazo dado para pagamento, o credor assume o empréstimo e
aguarda o pagamento da di vi da . Percebe~se que quanto maí o r o
prazo dado pela Loja, maior será a di ficuldade do credor em manter este empréstimo em carteira. Afinal, uma, compra de
mer cado ria s no comé.rc í o tem p r a zo entre 30 e 90 dias em geral, e
o CDC vem aumentando seus prazos, como já descri toLKJIHGFEDCBAr de forma
cons~deravelmente malS alongada. Desta forma, Q credor terá
necessidade de capital de gi r o para
repor
ou par a pagar s eusestoques. Para tantoT ele utiliza os bancos:
_ Par
a repa Ss a r os contr
ato 5 'de CDC , adqui r indo recurs os . ata~as
inferiores àsemprestadas,
obtendo assim um spreadfinancei~o, que por mu~tas vezes pode vir a se~ supe~~or a sua
margem de ganho nas mercadorias vendidas. De:5ta forrna , é o
banco que irá administrar a carteIra de recebiveis dos
consum~dores finais;
Par-a simplesmente fazer empréstimos de capital de
giro,
gerenciando as s im sua ca rteí r a de recebí veis, e seu.
fluxo de
•••
caixa entre os valores a recebe~ e a pagar aos bancos.
se mais uma vez que as taxas de capzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAi,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAtal de g~ ro são inferiores
às cobradas aos consumidores finais, raa Ld zando+s e as sim
~ovamente umXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA5pread, que pode vir a ser superior a sua margem de ganho nas mercadorias vendida.s.
•
Uma
outra
forma
de
realizar-seo
CDC
é convidando(ou
aceitando uma proposta de) um banço para instalar-se na(s} loja(s} e fazer díretamente o acordo junto ao consumidor final.Assim, este ao realizar a compra celebra um contrato com o
banco,LKJIHGFEDCBAq u e irá pagar a Loj a à vista, e receber diretamente do cliente, no prazo e na taxa combinados. Uma observação
inte~essante é que neste casoF a loja nao consegue obter nenhumMLKJIHGFEDCBA
s p r e a d financeiro. O p a y - o f f é que rião existe aqui risco de
~nad~mplência para a
lOJa.
Os croqui5 abaixo ilustram as duas situaçôes~
l)Risco de lnadlmplênc~a:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAê da loja
CQmp~a a prazo
Toma
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBACliente
I~~
recursos
I
Banco
I
Com interveniêncía
2)Risco de inadimplência: é do banco
Compra a Jrr aLKJIHGFEDCBAZ o a
I
A C H e n teB a n c o o u
I
f in a n c e ir a
Paga a loja à vista
L o ja
Não há inte~veniência da loja
Percebe-se nestas duas situações que duas variáveis de extrema" .•
.import ârrc.í.a passam a coex istir e a fa zer par te das tomada s de dec isõ e s : o spread e o rlSÇO de inadimpl anei a, ou risco da
operação.
3.1 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAO Spread
O spread da operação refere-sezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAà diferença
entre
o preço do recurso tomaào -e emprestado.ComozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAJá descrito, esta d~ferençaentLa no lucro
do
intermediário, podendo em muitos casos, superar o lucro obtido com a venda do produto.Es ta poss ib i1idade fez com que v ár í.a s lo jas de departamento s
espandi ssem
sua s
venda s
a
prazo,bus cando
um
incremento nasvendas
XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAFassim com
este lucrofinanceiro.
Dentre elas, destacamosas mai cre s , como: Ponto Frio, Casas Bahia, Arapuã, Lojas Cem,
Brasimac,
etc.
Cada
uma
utilizouuma
das
formasdescritas
ante~Jormente para o finançiamento de seus cllentes.Sendo que uma taxa de financiamento média para o ano de 1995 poderia ser
estimada
em 10% aomes.
e o çusto médio do recursopara estas empresas em 4% ao mês, tem-se que o lucro bruto da
operação, chegaria a 6% ao mês. Esta margem dlf1c~lmente poderia ser
atingida
através de urna simples venda àvista
da mercadoria.O problema aparGce quando associa-se ao spread o risco da operação financeira.
3.2 -
Risco da operaçãoO t"isco da operação, ou
"Loan Risk
Hé a incerteza quanto ao
pagamento dos
cré.ditos
efetuados. A taxa de .í.nadâmpLêric.i a éimportantíssima no computo da operação, por interferir di~etamente no luçro~
Através de uma simples operaçãol temos; tt = taxa do recurso tomado
te = taxa do recurso emprestado szyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
=
spreaà da operação d ~nadimplênciaentão: {te - tt) s
e: {s - d) lucro final bruto
A inadimplência pode ser estimada
at~avés
de vârias formasou
metodologias, como vimos anteriormente. Emboraimpossível prevê-la com exatidào, semprezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA ,
se rá de gr ande utilidado oLKJIHGFEDCBAr i s kXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAmanaging de uma carteira
de
ativos, principalmente de va.rejo , onde a diversificação pareçe, em umprimeiro momento F ser
imune
a grandes aumentos na inadlmplénciahistórlca. O coeficiente d é um número que não depende apenas do mercado. A atuação dos credores nas tomadas de risco e os sistemas de crédito adotados interfe~em diretamente neste
coef.içiente.
Adiante veremos o que pode ser feitopaT.a
diminuira inadimplência nas operações.
4 - Interesse
dos bancos
4.1 - Os bancos e o crédito pessoal/consumer Bank1ng
Esta possibilidade de grandes spreads financeiros at~airam os bancos de uma forma geral ao mercado de Consumer Banking. Váríos bancos entraram neste mercado a partir deXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1995LKJIHGFEDCBA1 juntando-se
àquelaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAjá existentesF principalmentezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAàs financeiras e aos g~ande bancos va~ejistas e .
Os bancos passaram a praticar, neste segmento, a venda de
pLincipalmente
três
produtos~• Conta
Garantida• C~édito pessoal
• CDe -
Crédito Diretoao
ConsumidorA conta garantida é uma símples conta co~rente onde existe a possibilidade de mant.e r+s e devedora, a taxas que variam, até o
primeiro semestre de 1997, de 6% ao mês a 14% ao mês {observa-se
que desde o
~niçiodo Plano
Realas taxas apenas decairam). A
contagarant~da tem um limite
pré-estabelecido pelo banco. Este tem a vantagem de já conhecer previamente o clientef assim comoseu histórico em
termos
financeiros. Esta é a p~~nçipal arma ao conceder o limite, o que evita um inadimplência ma~or.O crédito pessoal difere no sentido que é um simples empréstimo para uma pessoa fisj ca. Este é pré~determinado, tem pLazos para pagamentos parcelados com datas definidas, e taxas em média lnferiores às cobradas pelas contas garantidas. Neste
caso, a financeira ou o banco não possue O perfíl financeiro do
tomador do empréstimo~ baseando-se apenas nas ínformaçõeszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
obtidas no mercado para a concessão do crédito. Mais adiante,
veremos quais os instrumentos utilizados na concessão do crédito pessoal.
O CDC é o produto já descrito neste trabalho, util~zado por
bancos ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAfinance ir as, colocando- se como in 5trumen to de créd.ito
entre o consumidor, que ~eçebe a mercadoria com maio~es prazos
para pagamentos, e Q vendedo~r que recebe à vista diretamente do banco ou da fLnance i r.a . Ne ste cesoMLKJIHGFEDCBAILKJIHGFEDCBAo conta to do tomador do empréstimo é a~nda menor, ou seja, não há bases históricas para a definição do crédito. Este baseia-se apenas nas informações das serviços de segurança ao crédito, através da análise da
fícha do CGC do tomador do empréstimo.LKJIHGFEDCBA
4.2 - A explosão do mercado
O mercado de empréstimos a pessoas físicas teve como já àescri to, um grande crescimento após o início do Plano Real. Grandes bancos de atacado voltaram-se pa~a este mercadof
constituindo ou adquirindo financeiras para ~ealizar a operação em grande escala, ou adquiríndo outros bancos para melhor explorar o mercado de varejo.
Dentre as proncipals operaçõesdestacam-se:
Loatu compra Fininvest em Janeiro de 199;6, especializado em empréstimos a pessoas físicas - crédito pessoal.
Em março do mesmo ano, o Pontual compra o tradicional Banco
Martinel1i, especializado em financiamentos e
CDe.
Em
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAJulho, Banco BBA compra banco Mapplm, mudando seu foco deatacadista para O varejo.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Ainda, o :t:xce 1 compI:"a o Banco EconômzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAicoMLKJIHGFEDCBAf
70 0.000 contas de pessoa fi.sí ca , e saí
agressivos na área de c~édito a pessoa fisica.
Dentre
os
estrangeiros, destaca-seo
HSBC,
adquirindoo
Barner~ndusl com a premissa maior de explorar o mercado brasileiro de varejo bancárlO.Vários grandes bancos focam-se nos empréstímos a pessoa física, criando novos p~OdUt05 destinados aQ cheque especial ou crédito pessoal. Dentre eles destacam-se o BCN e o Real.
adquirindo novas
lançandQ produtos
A tabela abaixo é um histórico das principais operações de
fusões ou aquisíções no mercado financeiro após o Plano Real:
c
omp radorLKJIHGFEDCBAI P ~reei ro Ven dOOOfIPa rceiroGrupo lceru Banco Finmvest
Banco Pontual Contmenta 1 Banco
Unibanco Banco Fininvest
Recriparque COFIPSA Portugal
Antomo de Queiroz; Banco United
Banco Diben s Banco Batistella
Excel Banoo Ecenonuco
RMC DTVM TennoDTVM
Banco Rural Bco MercPemambuoo
BBA Creditanstalt Capital asset Mangt
Go1dman S achs Multishopping
Banco Pontuai Banco Martmelh
BBA Credrt.anstalt Fmanciadora Mappin B B A C reditanstalt Mappin Adrn Crédito
BCN Banco ltamarati
Banco Fonte Banco Cindam
CS First Boston Invest Corp
GahciazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBABCN Barcíays
Lloyds Multtplic
Wachovia BPA
HSBC Bameriadus
Santander Gera 1 do Comércio
ltau BaneIj
BCN Credireal
Santander Noroeste
lnteratlantlco Boa Vista
Amencan Exp ress SRL
UmzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAgrande número de financei~as é c~iado ou alavancado,
algumas trabalhandO em parceria com outros bancos, da seguinte forma~
- A financeir a t em seus C1ientes T invariave lmen te loj as d~
varejo. Ao financiar oS clientes da loja, esta deve pagar a lOj~
~
à vista e receber a prazo (de 6 a 24 mes e s , dependendo do
mercado). Para isto, é necessário oMLKJIHGFEDCBAf u n d in g da operação,
t;f
cecurso a longo prazozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBApara ser repassado ao cliente. A parceria
é estabelecida através de contrato onde o banco entra com o
r.ecuMLKJIHGFEDCBATSO (zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAfundi n g), r epa oSs ando-o ao c I Leri te (lo j a) Lnd.i cada pe 1a
fínance ira, e recebe di r etamen te os pag amentos a longo, prazo,
proveni en te s do tornado r , que é o consumi dor fina 1. O lucro I (ou
spread - lnadimplência} é dividido com a financeira ao final da operação, ou a cada fim de semestre ou ano.
vendaA
C o n s u m id o r f in a l
L o ja d e v a r e jo
B a n c o
( lib e r a d o r d o s r e c u r s o s )
F in a n c e ir a
vista
à prazo~~~XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAi- ~~
Divisão do lucro
o
autor detsetra.balho
participou ativamente em umaexperiênc~a realizada em 1996 e 1997 I entre Q Banco Daycoval e a promotora de financeira Credl, nos moldes da operação descrita
acima. Percebe-se que quem tem o contato com o cliente, a s ai.m
como com o consumidor finall é a promotora. A ela cabe a anál{se
~
do crédito, e a ordem para 1ibe ra ção do recurso. O banco· éf\:.
apenas um ~'sócio cap í ta.Lí sta" T entrando com O funding, O risco
será àividldo.DCBA
4.3 Tendências nOLKJIHGFEDCBAmercadozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Este c r e s c i.merrt o nas operações em CDC e crédi to pessoal vem
trazendo uma nova realidade ao setor. A concorrência de grandes
grupos ao compe ti r po r ope r aç6es de ba ixo rlSCOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAfa z com que as
taxas
e
consequentemente
os
spreads
caiam significantemente.Nesta área de CDC, encontram-se alguns setores "nobresu
, que são
aqueles que
ofe~eçem alguma
garantiaalém de um cheque
pré-datado ou Dota pr omí.s só r.i a assinados pelo comprador da mercadoria.Zstes representam uma promessa de pagamento futuro. Dentre os
setores que
ofer-ecem
mais garantia destaca-se o de automóveiszero
quilômetros.
Ao
~ealizar
o
financiamento,o
automóvel fica em nome do banco que o f~nançiou, passando em nome do consumidor final apenasquando
este te~mlnar de pagar as devldas prestações.O financiamento de automóvel zero quilômetro é então UIIl mercado
privilegiado
por
oferecer uma garantia real eliquida
ao banco,aSSlm como por se tratar de financiament.o a uma camada da
população de maíor ni vel de r'ecu r so s . Vale res sal tar que esta
garantia já foi, no passado, de maior valia, por
tl:"atar-se
de umbem cujo valor de mercado atualizava-se com os índices
inflacionáriosMLKJIHGFEDCBAI fazendo
com que a
depreciaçãoem valor
absolutonão fosse aplicada da mesma fonna que hoj el em torno de 10% ao
ano.
Mesmo
assim, const~tue-se em garantia líquida devido a seupotencial de venda com extrema rapidez a preços de tabela de
mercado.
Sendo uma ope~ação de crédlto mais seguraF a inadimplênc~a e menor,
e
quando
Dcor~e,
o principal pode ser facilmenteresgatadozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAatravés do resgate do veículo e venda do mesmo. DestazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
L
forma, existe hoje g~ande conco~~ência entre bancos pa~a
conseguir tais fínanciamentos junto às concessionátias do país.
As taxas caem conseqüentemente, reduzindo o spread a niveis menores. Hoje em dia, os
sp~eads
estabilizaram-se a um nível de CDI + 1% ao mêST oque signifaca~ia um spread bruto de 1% ao mês.05 custos
da
operação,
em
termosde
manutençãodo
cliente(concessionária}, análise de CLédito indivídua~s para cada
vendaMLKJIHGFEDCBAI e strutura de suporte pa ra a rea 1ização e cont1:01e das operações e inadimplência final, são altos. Como em mercados desenvolvidos onde a competição é altaF e existem poucas possibilidades de diferenciação do produto, poríe rão ficar no mercado .aqueles que
tivel"em
os meno~es custos.Ter os menores custos significa nestes casos conseguir urna
estrutura enxuta em um mercado onde muitas vezes faz-se necessária a presença de analistas de crédito dent~o dos es
1:
abel ecimen
tos come rei ai s . É: uma mas sa de mão -de-obr a a que bancos de atacado não têm costume. Em termos de menores custos a competição a longo prazo definir-se-á a partir daqueles quet i verem os melhores e mais eficientes sistemas e métodos de
análise de crédito. Quanto menor a inadimplência, maior será o lucro e a possibilidade de manter-se competitivo no mercado.
Esta é hoje uma realidade no mercado de automóveis novos, mas ainda está mui to distante da maior parte do mercado total de
financiamentos. Em geral, as taxas tendem a cair. a medida em
que a liquidez dos créditos for melhorandozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAr e novos concorrentes entrarem no mercado.
A partir destas observações, pede-se tendências
pr~ncipais
nomercado
de
consumldor:encont~ar algumas financiamentos ao
• Spreads em baixa
• Participantes fortesMLKJIHGFEDCBAI com vantagens competizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAtivas a ni vel de custos
• Participantes com vantagen~ competitivas a nível de relação loja/consumidor finalLKJIHGFEDCBA
4.3.1 - Spreads em baixa
A queda dos spreads, como já foi discutido, é consequência da melhora nos nivei~ de lnadimplêncla e do aumento da competição. Em mui tos mercados esta tendência rrão é verl ficadaT como em materiais de construção, onde a líquidez ainda é abaixo dos 90%. Pode-se dizer que, em média, a queda nos juros reais (que é o custo financeiro do dinheiroT e portanto, da operação)a partir
de 1996, a auto - disc~plina do público consumidor, diminuindo a incidência média de falta de pagamento, e o crescente ~nteresse dos bancos por este mercado cria uma tendência de queda nas taxas de financiamento e consequente queda do spread.
4.3.2 -LKJIHGFEDCBAParticipantes forteszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Já a tendênçia da ccncent~ação de partícipantes fortes,
tirando a longo prazo as pequenas rinanceiras do mercado é
lógica a partir das observações feitas ante~io~ente. A queda de rentabilidade fará com que o lucro final permíta apenas aqueles capazes de operar a baixos custos e otimizando o crédito, reduzindo a um minimo o nível de iliquidez.
4.3.3 Participantes com relação loja/consumidor
A concentração
no
mercado de pa rtí.c.i.pant.e s com relaçõ esloja/consumidor fínal é intere5sante. A venda, por exemplo, de eletro-eletr6nicos teve um crescimento considerável a partir da instauração das vendas a prazo. Pode-se comprar hoje televísores
ou
liquidificadoresem
até 36 meses. As grandes redes de varejo perceberam o filào dos financiamentos e criaram (oupa5saram
a usar melhor} financeiras ou até bancos próprios, paI"aa
realizaçào do fínanciamento sem intermediáríos, ficando com todo o risco e o lucro. O Ponto-FrioT por exemplo, segunda maior rede
de eletro-eletronicos tem hoj e seu bancoLKJIHGFEDCBArzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAO investçred, que
realiza estes financiamentos. Da mesma forma, a Arapuã, terceira maior em vendas do setor, tem seu Banco Fenic~a. O Mappiml hoje
incluindo a Mesbla, tem por trás o Banco Crefisul. Todos estes são parte de grupos q u e possuem também bancos especíali zadok.
Existem vários exemplos rio setor, que tem como caracterí:stica
ausência de bancos independentes nas grandes lojas e magazines. É interessante notar que o lucro da Arapuã cresceu1 de 1995 para
1996Fem 250%, ficando em 114 milhões de dólares. Nesta empresal
75% das vendaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé reali zada a prazo. Captando recursos a 2% e
finanClando seus produtoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAao mês, somente em
.1996
a empresafinanciou 1,5 bllhão de realSI divididos em até 36 me5es.
Per:cebe-se que Q lucro
deve~se
conside~avelmente aos financiamentos.A possibi 1idade de conhecer melhor seu cliente, o perfil de
seu consumidor e seu mercadoXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAF levam estas empresas a realizarem
por Sl só os financiamentos, realizando bons lucros e passando
para trás bancos e financeiras.
Outros mercados já dão os mesmos sinaí5~ as vendas de
automóveis passam ~ecessarlamente pelas concessionárias, quando
se trata de venda a varej o, que é o obj eto deste estudo. A
relação com as concessionárias, que são em real~dade as lOJas de varejo de veiculos novos, é de suma importância para bancos que
desejam financiar compras de veículos. Desta forma, levam vantagem as montadoras, que se utilizam de seus próprios bancos
e de seu rel ac.i.orramento p riv i1egiado çom seU5 conces sionár io s+ Banco Fiat, Banco volkswagen, Banco GM e Banco Ford são exemplos desta tendência. Os p~6prios consumidores finaís acabam por
esco lhe 1:" e ste s bancos par a fa ze r o financi amento . A pr ameira
vista, é mais l6gico aos olhos do comprador do veículo utilizar
o banco da montadoraF mesmo que isto não tenha embasamento real.
Em 1996 e primeiro semestre de 1997, os financiamentos para
novos veiculos foram dominados por estes bancos.
A princípio, esta tendência deve permanecer. O contato com as
concessionáriaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé a principal arma para que sejam ofereçidos os
financlarnentos de algum banco ao comprador. Em geral, a
concessionária oferece duas ou trés escolhas ao comp~ador. Hoje
emzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAdi a , pa r a estar entre estas opções, bancos chegam a pagar
luvas às loj asMLKJIHGFEDCBAf as sLm como um certo ~\retornou. Este retorno
refere-se a uma participação no lucro bruto da operaçào, ou
sej a, ao financiar 10,000 r eaá s a 3'% ao mês, o banco pagaria
algo como 0,2% ao mês à loja, ou 20 reais. No computo final do
banco, é mai suma caus a de queda de spread. Já o banco de
montadc ra, que tem uma r e 1ação espe ciaL com o conces sionárioLKJIHGFEDCBAr
por ser seu único e exclusivo fornecedor r tem uma facilidade
considerável para estar entre a5 opções oferecidas ao çon~umidor final.
Ofe~ecendo assim qualquer tipo de vantagens ao
conce 5sionár í.of o banco de montadora cans egue ganhar uma fa tia
consideLável
do
mercadode
CDC.
Para
que
um
banco
entreoferecendo seus serviços ao concessíoná~io, deve passar po~ uma
sé rie de fases, típicas de um vendedor comum, até que consi'ga
fazer par.te daqueles que são oferecido5 ao consumidor final:
- P~ospecçao do cliente
- Tentativa de agendar uma reunião com o responsável
- Oferecimento de uma taxa. agressiva (baixa, menor
concorrentes) pa ra financiamento do cliente dos
que a
do
concessionário
O ferecimen to de um \~retorno" ao conce ssionár io
- Alto poder de convicção e melhores condições em geral dos
servíços prestados atualmenteXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
por
outros bancos utilizados - Âs vezes, pagamento de "luvas"Acertos finaiszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBApara inicio do relacionamento (documentaçao necessária, contratos, etc)
Neste caso, utiliza-se a palavra ~retorno" para refer1r-se a uma possivel remune~ação ao concessionário, específica em cont rat o , referente a uma parte dos juros cobrados do cliente
(especi ficado acima) . As luvas referem-se a pagamentosLKJIHGFEDCBAc e s t i à
loja de veículos, uma soma paga pelo banco para poder entrar com seus serviços de financiamento junto aos clientes da loja. Esta soma pode variar altamente, mas na prática pode ser estimada
pelozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAfatur amento da 10j a, e pe la parce 1a destas vendas que é realizada através de CDC.
Estes dado s , de "z et o rno" e "Luva a" é utilizado com certas
reservas, dependendo do conse~vadorismo ou aqressividade de cada banco. Estes dados foram revelados através de entrevistas com profissionais da àrea, que mesmo informando serem estas práticas
legals, preferiram nao informar muitos detalhes sobre tais negoc~ações.
O roere ado de Crédito Direto ao Consumi do r abrange todos
os setores que façam alguma venda para consumidor final. Sendo
que na maioria dos casos estas vendas referem-se a pequenas
compras, principalmente de uso pessoal, existe uma enorme varíedade de estabelecimentos fo~adores do mercado de CDC. Mas po~ tratarem-se dos produtos de uso pessoal mais caros existentes, deve-se dar a devida importância aos produtos
automóvel:A 8 - eletro-eletrônicos.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Sste.s, em
somas
monetárias
Tformam
umapaI"Ce.la
considerável do mercado deCDe
no Br-asil.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA5 -
LKJIHGFEDCBAAspectos
teóricos
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAMostramos até agora um resumo histórico de çomo se formou o
mercado de CDC e quai5 5ua s tendênci as. E ste mezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAt"cado tornou-se
importante nos úlimos anos devido ao crescente mercado de varejo bancárioT no qual os maio~es bancos comerciais atualmente estão
concentrando suas forças, devido a dois principais motivos:
• Spreads relativamente maiores na concessao de empréstimos
à pessoa física do que à juridica;
eTentativa de diversificaçao maior na carteira
de
empréstimos
do
banco.Z
esta tentativa de diversificaçao que discutiremos adiante. Existem muitas formas de praticarLKJIHGFEDCBAa di vers ificação de risco.BasicamenteF esta poderia se~ exemplificadaF no mais simples dos casos, na divisão de um crédito X a Y clientesF a n X créditos
dados a nY c Lierrte s , sendo n o fator pelo qual se desej araa diluir a carteira. Obviamente, não é desta simples form~ que é p~aticada hoje a diversificação.
Bancos Centrais têm grande íníluência em como executar a
administraçàO de carteiras. No Brasil, após a crise bancária
pó s - Real , que re sultou na quebra de mai s de 2 O bancosMLKJIHGFEDCBAF dentre
eles três dos maiores do pais (Econômico, Nacional e Bamerindusl
o Banco Central vem tomendo medídas cada vez mais rígidas no
tocante ao controle das carteiras de empréstimos dos bancos. A regulamentação atual inclue visitas sistemáticas aos bancos~
inspeção nazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAcarteira de cllentes e envio, pelos bancos comerciais, de .inf orrnaçõ es referentes aos clientes onde existe
uma maior concentraçao da cartüíra. O Banco Central vem pondo em prática um planozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAde relacionamento das maiores empresas
devedoras dQ pais, através de informações prestadas po~ todos 05
bancosMLKJIHGFEDCBAT pa1:"a que sej a montado um banco de dado s que pe rmi ta
avaliar,
a
partirdestas
informaçõesla
qualidade das carteiras dos bancos comnerciais. Esta é uma novidade em termQS mundiais,que demonstra a p r eocupação do Banco Central qu
a-r:-t
o àconcent~açãQ dos bancos de crédito no país. Segundo
Wvrnan
11 o aumento da
competição
no me~cado financeiro conjugado com maiores pressões regulamentadoras levará osbancos
a pro ou rar novos clientes, na maioria das vezes representando maiores riscos de çrédi t O E provocando desta forma um movimento no sentido de assumir
maio~es
riscos,
e provavelmente aumentandoo nível de perdas em empré st ~lI\05 bem como a vola til idade dos
lucros dosbancos. O autor sustenta que não mais será o Retorno sobre os At~vos o orientador do valor de mercado da instituição.
O autor acredita que a única forma de resolver o problema da volatilidade das perdas é através da diversificação de ativos de risco. Sustenta
que
os reguladores devem encoraJa:t: adiversificação de ativos.
Após citar algumas formas de monitoramento do cr'edito pelos regulado re s , Wyman cone 1ui que em termos da ad.lninistração do
risco da carteira de empréstimos I as análises tradicionais que~'
LWyman, William W. <.<. How to improve credit risk management", September 91, pp_20-31
os bancos fazem em termos de concentraçãodú carteira não
proporcionam uma adequada di ve r szyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAí.fzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAí cação de stas ca rtei ras . Os
bancos dever~am começar a identificar choques externQs relevantes, e fazer a análise sensitividade para grupos de clientes, para cenários especificosf medindo a extensão da
vulnerabílidade de cada cliente para com os cenários.
A diversificação de portf6lioF ou de carteiras comerCials vem como
urna
alternativaaparentemente
fácil e segura para opz obLerna do crédito. Realmente, é bastante .1ógico acreditar que
quanto menor a soma do crédito total dado a um único c.lienteF comparado ao total da c.arteira , e quanto maior o número de clientesT menor o rísco da caI"te~ra como um todo.
Muitos bancos têm melhorado suas estratéías de administração
de carteiras de empréstimos, formulando novas estratégias de
diversificação, e focalizando na composição geral do po~tfólio. Aqueles bancos voltados para crédito pessoal ou ao consum~dor
têm
5e
beneficiado desta estratégia. Naturalmente, este beneficio é possivel somenteao
bancoque
tem
selecionadocuidadosamente os clientes aos quais ele oferece o crédito e os serviços afins. Além de um ma~or
número
de clientes poder oferecer uma diversificação, um oferecimento de grande di ver s idade de produ to s contr.ibue para a diminui ção do r iscorelatiVQMLKJIHGFEDCBAf com diferentes produtos refletindo necessidades variadas.
5.1 -DCBAErros na diversificação doXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
portfóL~o
Há alguns anos a di versi Lt.cação do portf61io vem sendo quase
uma obcessão na adminlst~açao dos bancos çomerciaís. Esta medidazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA é trazida como a SOlUÇa0 flnal para os problemas de crédito mal
concedidos. A dive~sificação, através
de
urna
ampliaçãoda
carteira de clientes, seguida da diminuiçao dos limltes de empréstimos por çlience, a princípio parece ser totalmenteeficaz contra surpt:esas
corno
falênclas, corico rdazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAtas,inadimplênClaf prorrogações de
pagarnento
l etc. A máxima "quanto malor a carteira de clientes, e menores os limites conc~didDSrmenor será o rlSCO de perda" vem se tornando u.ma real idadeMLKJIHGFEDCBAF
principalmente desde o início da estabilização da rnoedaf como já
e~pecificado neste trabalhol quando os banco~ tiveram de ampliar suas carteiras de empréstimos para manter seu nível de receitas.
Para seguir esta máxima, nada melhor do que partir
para
clientes de pessoa fisica, onde os limites são pequenos
(dificilmente passam de R$lO.OOO,OO, sendo a média em torno de R$2.000100) e a possibilidade de aumento na carteira, em número
de clientes, é maior e mais fácil. Explorando este me rcado , Q
portfólio estaráLKJIHGFEDCBAe m mui to di versi ficado, mas isto não é tudo,
como veremQ.'5 adiante. O interessante é que a part~r das entrevistas nas quais baseiam-se este trabalho, raríssimos são os casos que analisam a questão da forma como veremos.
Segundo Doua
e
a diveI"sificação geogr áfi ca pode ser us ada com sucessopelos
bancos. Na medida em que se passa a atuar em1Douat, João Carlos, «De~~nvolyimcnto de um modelo para administração de carteiras de crédito a
pessoas jurídicas em um banco comercial com base na teoria da diversificação de riscos" ~tese de doutorado, 1994, pp.78-80
numero mazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAi.or de regi6esLKJIHGFEDCBAr a sua carteira de emp részyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAtimo s pode
apresentar-se mais di versi ficada do que a dos bancos que atuam
em
àreas
restritas."Muitos
bancostém
usado
com
~uçesso
a
dlversif~cação
geog~áfica tanto no crédito aQ consumido~ como no crédito ã pessoa juridica "Percebe- se a partir dai já um item que se soma à simpl es diversificaçao: a local~dade geográfica. Distribuindo a carteira de clientes por várias cidades, estados ou regiões, inclusive ent~e bairros de uma mesma cidade, ganha-se em diversificação e
àíminuição de t"lSCO. O fechamento de vár-ias fábricas em uma
cidade como Americana, ínbte~ior de São Paulo, levou a um aumento da inadimplência em clientes pessoa fí.s i.ce , devido ao aumento concent~ado do desemprego. Surtos de desenvolvimento em outras cidadesXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
têm
o efeito ~nverSOf çorno vem ocorrendo emlocalidades do Nordeste. É uma orirneira observação que mostra a complexidade da diversificaçao.
Outros aspectos somam-Se
a
localidadG geográfica, corno • tipo de oroduto• faixa etária
• nivel social • estado civil
• setor de atividade • garantias
• prazo
• taxa de juroLKJIHGFEDCBA
• tamanho da familia • profissão
• tempo na mesma profíssão ou empI"ego
• época do ano em que foi contratado o emp~éstimo
além de muitos outros aspectos que devem ser analisados na
concessão de çrédito, para pessoazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAfísica ou juridica. O estudo de todos
estes
dadosde cada
cliente,e a
montagemde
gráficosque separem e m05trem as concentrações em cada aspecto é
essencial para uma
real
diversificação da carteira.Segundo Lula", o estabelecimento das con:sequencias de um
aumento no risco de perda é essencial para o sucesso dos bancos
atualmente. Através de pesquisas no
setor
bancá rzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAic , O auto rconclue que consolídaçoes atr:avés de fusões e aquisições tiveram como resultado bancos com diferenças em relação aos ativosf além da s dife~enças e spe radas de cul tur a ent re instLKJIHGFEDCBAitui ções . Este s
bancos vêm exper ímentando grandes perda 5 em crédito devido a
con t inuarem a u tilizar método s inadequado s de admini 5tr ação de risco. O sistema bançirio deve desenvolver sistemas que rennam todas informações necessárlas para uma efací.errt e administração do r isCO de crádi to. Segundo Lul a, mui to s bancos operam ainda
com
sístema5da
~idade da pedra". Os bancos, aonao
entenderem as caracteristicas do risco de crédito de seus ativos, não podem entender as características de pe~da5 de suascarte.l-ras
de3Lula, George, "Loan POrtfolio Management - Post FDICLA" pp. 15-21
crédito. Da mesma forma, ao nào medir o efelto que cada concessãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAde crédito traz ao total do portfoiioMLKJIHGFEDCBAf nunca entender30 a questão da diversificaçao das cartelras.
Lula cita que "a pr~ncipal defesa contra a volatilidade é a
di versizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAf í cacão ". Ao di versi ficar, o acm.í.n.íst.r ado r de portfolio
cria uma çartelra com ~isco menor do que o risco de um simples
crédito. Diversificação de portfolio endereça-se ao risco
sistemático, ou sejaLKJIHGFEDCBAr ~ , O r . i s c o v i n d o de p a r t e s i n t e r -XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
dependentes
que criamconcen~açoes
ínvísíveís"
.
A maioria dos banqueiros internacionais corico rdam que concentraçõeselemento na
escondidas, ou nao percebidas são o principal falência de bancos.
Já que as perdas aumentaram em praticamente ~nstituições, pode-se concluir que nenhum
adequadamente di ver-sificado. Carteiras de crédito são díficeis
todas as banco foi
de d~versificar dev~do a:
• Existência de uma maior probabilidade de falta de pagamento por cliente: parte-se do princípio de que quanto mais clientes
houver menor será a chance de conhecê-lo profundamente, devido a
pe rda de contato, aumentando o rí sco de perda inerente a cada
crédito •
• Existe uma perda de liquidez~ já que uma carteira diversificada
oSuben tende um ma10 r número de clierrte s , to rnando - s e di flei 1 a
chamada de crédito de volta do ponto de vista do total da
carteira. Por axemp Lo, 10 0.000 emprestados a uma empresa podem
ser rapidamente recebidos, (partindo do principio que a empresa
44
temzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1iquidez}, mas o mesmo montante àiluídos em vá ri as empresaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
torna-se mais dlfíCll .
• Créditos não sao papéis que possam ter seu valor aumentador mas em contrapartida têm um risco de perda de valor.
A di ve r sificação de c ar teiras depende da5 probab i1idade s de
não pagamento de todos os tomadores de crédito combinadas. Devido à qualidade de crédito ser cada vez piorf e trazer pcrtan to maJ.Or e s fI"equênc ia s de \~d e f a u lMLKJIHGFEDCBAtf fLKJIHGFEDCBAr uma di,ver si ficação
crescente é necessária.
Segundo Lula ainda, a estrat.é qa a de di versi,ficação de
cartei r as de crédito deve co.ns tantemente tenta r .iderit aficar os
riscos macroeconômicos
que
inf.Luencia.m
as concentraçõeschave ~
Um estudo que antecipe os prováveJ.s acontecimencos macro para um
po~tfólio 5erá ~ determinante
chave
naadministração
da
estratég~a de diversificaçào.
Empréstimos comerciais requerem um estudo ativo do
gerenciamento do
portfolio
com atenção substancíal feita a cada crédi to após ser r e a l i zado , Uma estratégia de d i vexsá fi caçãodeve incluir ainda, a ~igor, a compra e venda de ativos para uma
melhor
diversificação
da carteira, jâ que faz-semU.l.to
dificilpara os bancos conseguirem por
si
só construi~ um portfolio decréditos eficientemente diversificado, a custos também eficientes.
5.2 - Utilização de modelos mais complexos
UtilizandozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAa definição de adm.i.nizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAstr ação de portfolio como a
criação e manutenção do melhor mix pos sível de atiVOS, modelos
sào
a
melhor forma de consegui~este
mixoUm
modelo muito utilizado para admí.n í.stração de portfolios pode ser enCQn trado nos modelos derivados da Moderna Teoria de Portfolios (MPT}, queé utilizada extensamente na administração de ações.
Segundo
Larr e
Stampleman~MLKJIHGFEDCBAfent~e os
ingredientes que a MPTexamina
para
cada
ativo
Fos
três
seguintes são os maisimportantes~
• Taxa de retorno, medida em termos de dí videndos ouLKJIHGFEDCBAi n t e r e s tXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA yield mais o percentual de ganhos ou perdas de mercado.
• Risco, medido pela volatilidade do retorno. • Covaríâncía dos retornos.
No
mercadode ações~
dados históricossão
extremamente fáceis ae se conseguír,e
aval~ações são fe~ta5 rapidamente.ProfLs5ionai s conseguem rapidamente utilizar matemática e
estatist~ca e, através dos dados f otimizam o seu mix de ativos. Mas mesmo desta fo~a, nao há urna sistematização de modelos e
resultados, mui to menos de ações no me.rcado , sendo que é esta diferença entre investidores que trazem a volatilidade no mercado. As sírn, o histórico é simplesmente um '~starting poi.nt;" ,
.sendo que os investidores têm valores subjetivos que
.•Larr, Peter e Stamplcrnan, Arthur, •• Concepts of Portfolio Management Pari 2: Understanding and using the model" , The Journal of commercial Lending, August 1993, pp 26-31.
dete~minar sua5 ações nO mercado.
Modelos baseados no
MPT
Têm sldo um ponto inic~al para muítos banqueiros no desenvolvimento de ferramentas de administração decarteiras. Logicamente,
que
com
o
me~çado de d~ficuldades!• Não há dados histórlCO$ ricos como no mercado de ações
trabalhar com empréstimoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé diferente do
ações. ExistemzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAl segundo Larrr muitas
• A liquictez dos empréstimos é
ffiGiromais
limitadaF diminuindo a fle~ibilidade do banque~ro• Avaliaçao {valuation) de empréstimos é mais dificil
• Hã
apenas
r~sco
de perda de valor, mas o valormáximo
já estádefinido
• Técnicas de médias de variâncias são dificilmente adaptáveis
• As relações dos gerentes com seus clientes di ferem totalmente
das relações do trader quando negocia papéis
Não há, segundo o autorMLKJIHGFEDCBAI um modelo standard pa ra administração de ca~teira em bancosT mas existe muitos conceitos
utilizados em comum.
Como
na
MPT,
0$do~s
primeiros conceitos saotaxa
de
retorno e risco~ mas as definiç6es destas medidas diferem. Ainda, a utilização de tentativa e erro é grande por parte dos bancos, assim como de ranking de riscos.
A taxa de retorno é geralmente calculada a partir do
spread. Tendo como numerador a receita menos o custo deLKJIHGFEDCBAi u t i d i n ç ,
o denominador tende a ser o capital económico, ou contábil.
Já O