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Erros de dispensação de medicamentos em um hospital público pediátrico.

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Academic year: 2017

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ERROS DE DI SPENSAÇÃO DE MEDI CAMENTOS EM UM HOSPI TAL PÚBLI CO PEDI ÁTRI CO

Lin dem ber g Assu n ção Cost a1 Cleidenet e Valli2 An gr a Pim en t el Alv ar en ga3

Avaliar a segurança na dispensação de m edicam ent os at ravés da det erm inação da t axa de erros de dispensação const it uiu o obj et iv o dest e t r abalho. O m ét odo ut ilizado foi o est udo t r ansv er sal que av aliou 2 620 doses de m edicam en t os dispen sados en t r e agost o e set em br o de 2 0 0 6 , em u m ser v iço de f ar m ácia de u m h ospit al pediát rico do Espírit o Sant o. Os erros de dispensação foram definidos com o qualquer desvio ent re o dispensado e o pr escr it o n a r eceit a m édica. Os er r os for am cat egor izados em con t eú do, r ot u lagem e docu m en t ação. A t ax a de er r o de dispensação foi calculada div idindo o núm er o de er r os t ot al/ t ot al de doses dispensadas. Os r esult ados m ost r ar am que, dos 300 er r os ident ificados, 262 ( 87,3% ) for am de cont eúdo. Nas cat egor ias er r os de rot ulagem a t axa foi de 33 ( 11% ) e 5 ( 1,7% ) na de erros de docum ent ação. Concluiu- se que a t axa t ot al de er r os de dispensação foi elevada quando com par ada à descr it a em est udos int er nacionais. A cat egor ia de er r o m ais fr eqüent e foi a de er r o de cont eúdo.

DESCRI TORES: er r os de m edicação; far m ácia; sist em as de m edicação, assist ência far m acêut ica

MEDI CATI ON DI SPENSI NG ERRORS AT A PUBLI C PEDI ATRI C HOSPI TAL

Obj ect iv e: assess t he safet y of m edicat ion dispensing pr ocesses t hr ough t he dispensing er r or r at e. Met hod: Cr oss- sect ional st udy car r ied out at a phar m aceut ical ser v ice of a pediat r ic hospit al in Espír it o Sant o, Br azil. Dat a collect ion w as per f or m ed bet w een Au gu st an d Sept em ber 2 0 0 6 , t ot alin g 2 6 2 0 pr escr ibed m edicat ion d oses. An y d ev iat ion f r om t h e m ed ical p r escr ip t ion in d isp en sin g m ed icat ion w as con sid er ed a d isp en sin g er r or . The cat egor ies of m edicat ion er r or s w er e: cont ent , labeling, and docum ent at ion er r or s. The dispensing er r or r at e w as com put ed by dividing t he num ber of er r or s by t he t ot al of dispensed doses. Result s: Fr om t he 300 ident ified er r or s, 262 ( 87.3 % ) w er e cont ent er r or s. The r at e of er r or s in t he labeling and docum ent at ion cat egor ies w as 33 ( 11% ) and 5 ( 1. 7% ) , r espect iv ely . Conclusion: The t ot al dispensing er r or r at e w as higher t han r at es r epor t ed in int er nat ional st udies. The m ost fr equent cat egor y w as “ cont ent er r or ” .

DESCRI PTORS: m edicat ion er r or s; ph ar m acy ; m edicat ion sy st em ; ph ar m aceu t ical car e

ERRORES DE DESPACHO DE MEDI CAMENTOS EN UN HOSPI TAL PÚBLI CO PEDI ÁTRI CO

Obj et iv o: Ev aluar la segur idad en el despacho de m edicam ent os a t r av és de la det er m inación de la t asa de er r or es d e d esp ach o. Mét od os: Est u d io t r an sv er sal q u e ev alu ó 2 6 2 0 d osis d e m ed icam en t os d esp ach ad os ent re agost o y sept iem bre de 2006 en un servicio de farm acia de un hospit al pediát rico del Est ado de Espírit u Sant o, Br asil. Los er r or es de despacho fuer on definidos com o cualquier desvío ocur r ido ent r e lo despachado y lo pr escr it o en la r ecet a m édica. Los er r or es fuer on cat egor izados en cont enido, r ót ulo y docum ent ación. La t asa de er r or de despacho fue calculada div idiendo el núm er o de er r or es t ot al por el núm er o t ot al de dosis despachadas. Result ados: de los 300 errores ident ificados, 262( 87,3 % ) fueron de cont enido. En las cat egorías errores de rót ulo la t asa fue de 33 ( 11% ) y 5 ( 1.7% ) en la de errores de docum ent ación. Conclusión: la t asa t ot al de er r or es de despacho fue elev ada cuando se com par a con la descr it a en est udios int er nacionales. La cat egor ía de er r or m ás fr ecuent e fue la de “ er r or de cont enido” .

DESCRI PTORES: er r or es de m edicación; far m acia; sist em as de m edicación, at ención far m acéut ica

1 Mestre em Medicina e Saúde, Professor da Faculdade de Farm ácia da Universidade Federal da Bahia, Brasil, e- m ail: lindem b@ufba.br; 2 Farm acêut ica do

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I NTRODUÇÃO

O

erro é um assunto de difícil abordagem e g er a l m en t e a s d i scu ssõ es se d i r eci o n a m p a r a a r espon sabilização de u m cu lpado e n ão pr opiciam oport unidades que visem à m elhoria do sist em a com o o b j et i v o d e p r ev en i r f a l h a s( 1 ). Al g u n s a u t o r es sugerem que as ocorrências de erros em diferent es sist em as sociais e profissionais podem ser oriundas de falhas nos sistem as ( falhas sistêm icas) . Os m esm os são considerados erros hum anos, e, portanto, podem ser causados pelas referidas falhas( 2- 4). Represent am um pr oblem a sócio sanit ár io gr av e com im por t ant e repercussão econôm ica( 3) e são classificados em erros d e p r e scr i çã o , d i sp e n sa çã o e a d m i n i st r a çã o d e m edicam en t os. Sen do qu e os de dispen sação são aqueles ocorridos durant e o processo de dispensação dos m edicam ent os( 4- 6).

A literatura sugere que a incidência de erros de m edicação em pediat r ia é o dobr o ou t r iplo da ocor r ida em adult os e que os pacient es pediát r icos têm um m aior risco de vida quando com parados com os adult os( 7- 11). Além disso, r epr esent am um cust o eco n ô m i co i m p o r t a n t e, sen d o n ecessá r i o a d o t a r m edidas que r eduzam e pr ev inam os m esm os( 2, 10). Co n h e ce r a su a f r e q ü ê n ci a e d e f i n i r f o r m a s d e pr ev eni- los é um a est r at égia im por t ant e de r eduzir riscos, especialm ent e, em populações especiais com o a pediát r ica. Recent em ent e, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( ANVI SA) incluiu no seu program a de Far m acov igilância os er r os de m edicação com o área est rat égica para a segurança dos pacient es no processo de ut ilização de m edicam ent os( 4).

O Ser v iço de Far m ácia é r esponsáv el pelo uso segur o e eficaz dos m edicam ent os no hospit al t en d o u m p a p el f u n d a m en t a l n a i n t eg r a çã o d o s processos de prescrição, dispensação e adm inistração e deve possuir políticas e procedim entos que possam p r e v e n i - l o s( 4 - 5 , 8 ). A m e d i d a d a t a x a d e e r r o s é co n si d e r a d a u m d o s m e l h o r e s i n d i ca d o r e s d e q u a l i d a d e d e u m si st e m a d e d i st r i b u i çã o d e m edicam entos em hospitais e é utilizada para avaliar a segurança dest es sist em as( 4,6,9).

Alguns estudos publicados nos Estados Unidos e I nglat erra m ost raram um a incidência de erros de dispensação em t orno de 10% , m esm o em hospit ais co m si st e m a s d e d i st r i b u i çã o d e m e d i ca m e n t o s avançados com o são os por doses unit árias( 7,11).

Poucos foram os estudos realizados no Brasil e sp e ci f i ca m e n t e r e f e r e n t e a o p r o ce sso d e dispensação de m edicam ent os e apresent aram t axas

el ev a d a s d e er r o a ci m a d e 1 0 %( 5 , 8 ) Na á r ea d e pediatria, especialm ente no Brasil, não foi encontrado nenhum t rabalho sobre erros de dispensação e at é o present e m om ent o se desconhece a a epidem iologia e as causas dos m esm os.

Dest a form a o present e t rabalho visa avaliar o processo de dispensação de m edicam ent os em um serviço de farm ácia de um hospital público pediátrico. Para tanto utilizou- se de indicadores im portantes para m ensur ar o pr ocesso de dispensação sendo a t ax a t ot al de erros de dispensação o indicador global de sua qualidade.

MATERI AL E MÉTODOS

Desenho do est udo

Est udo t r ansv er sal, descr it iv o, r ealizado no set or de dispensação do Serviço de Farm ácia de um hospital público pediátrico do Espírito Santo no período de 25 de agost o a. 20 de set em bro de 2005.

Caract eríst icas da inst it uição part icipant e

Hosp it al p ú b lico p ed iát r ico com 9 6 leit os dist ribuídos por t rês unidades de int ernação; clínica pediát r ica, unidade de t er apia int ensiv a neonat al e pediátrica, centro cirúrgico e pronto socorro. O Serviço d e Far m ácia est á d iv id id o n os seg u in t es set or es: a l m o x a r i f a d o d e m a t e r i a i s e m e d i ca m e n t o s, dispensação, nut rição parent eral e fracionam ent o de m edicam en t os.

D e scr i çã o d o Si st e m a d e D i st r i b u i çã o d e Medicam ent os

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Os sa co s p l á st i co s sã o co l o ca d o s n o se t o r d e d isp en sação e p ost er ior m en t e en cam in h ad os aos far m acêut icos par a confer ência dos m edicam ent os.

Após a ident ificação e correção de possíveis erros na preparação das doses pelos farm acêut icos, os m edicam ent os são separados para cada unidade e os auxiliares de enferm agem vão at é a farm ácia e r e a l i za m a 2 ª . Co n f e r ê n ci a ( co n t r o l e ) e post eriorm ent e os m edicam ent os são encam inhados às unidades at é às 15h.

A partir das prescrições os m edicam entos são d isp en sad os em d if er en t es f or m as f ar m acêu t icas ( inj et áveis, sólidos orais, líquidos orais, sem i- sólidos, e t c) e a co n d i ci o n a d o s e m sa co s p l á st i co s e id en t if icad os com et iq u et as con t en d o o n om e d o f á r m a co d e a co r d o co m a D CB ( D e n o m i n a çã o Com um Brasileira) , dosagem , lote e data de validade. Esses m ed icam en t os são ad q u ir id os d a in d ú st r ia geralm ent e em blist ers, frascos de vidro ou plást ico. As soluções orais, elixires, xaropes, suspensões orais, cr em es, p o m ad as, l o çõ es, são d i sp en sad as p el o si st e m a d e d i st r i b u i çã o p o r d o se u n i t á r i a , m e d i ca m e n t o s p a r e n t e r a i s e l íq u i d o s e st é r e i s, su p osit ór ios p r ep ar ações of t álm icas, au r icu lar es, nasais e orais, aerossóis e inalant es são dispensados em suas em balagens originais e de form a colet iva.

Crit érios de inclusão

To d o s o s m e d i ca m e n t o s d i sp e n sa d o s n a form a de sólidos de uso oral, soluções orais, elixires, xaropes, suspensões orais, crem es, pom adas, loções, pr epar ações oft álm icas, aur icular es, nasais e or ais, aerossóis, soluções parent erais de pequeno volum e, inalant es e os m edicam ent os não padr onizados no hospit al, m as que a farm ácia possui est oque.

Cr it ér ios de ex clusão

- m edicam ent os prescrit os que est avam em falt a no hospit al durant e o período de colet a;

- m edicam ent os prescrit os de form a ilegível; - m e d i ca m e n t o q u e f o r a m d i sp e n sa d o s e o pesquisador não observou o preparo ou separação e dispen sação.

Am ost r a

A am ost ra foi const it uída de 239 prescrições q u e a t e n d e r a m o s cr i t é r i o s d e i n cl u sã o . Fo i acom p an h ad a a sep ar ação e d isp en sação d e 6 5 5

m edicam ent os per fazendo um t ot al de 2620 doses no per íodo de 2 5 de agost o a 2 0 de set em br o de 2006 em um hospit al infant il do Espírit o Sant o.

Est udo pilot o

Par a est im at iv a da am ost r a e v alidação do for m ulár io de colet a de dados, for am selecionadas de for m a aleat ór ia 10 pr escr ições m édicas por dia por um período de 5 dias ( a cada 30 prescrições que ch e g a r a m à f a r m á ci a , 1 0 f o r a m so r t e a d a s) , per fazendo- se o t ot al de 50 pr escr ições dur ant e o pilot o. Foi encont rada nest a am ost ra- pilot o um t axa de erro t ot al de dispensação de 10% , considerando um a precisão de + / - 5% , um int ervalo de confiança de 95% e um a prevalência de 10% . O t am anho da am ost ra foi de 139 prescrições + 10% de perdas = 153 pr escr ições.

Colet a de dados

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estudante de Farm ácia, am bos previam ente treinados para a colet a dos dados pelo invest igador principal.

Oper acionalização das v ar iáv eis

Os erros foram classificados de acordo com os crit érios ut ilizados em um est udo ant erior( 10) em :

Erros de cont eúdo

Med icam en t o in cor r et o – Medicam en t o dispen sado diferent e do prescrit o. Exclui subst it uição t erapêut ica de m edicam ent os por nor m as ou pr ocedim ent os do hospit al;

Concent r ação incor r et a – Dispensação de um a dose q u e co n t en h a a q u a n t i d a d e ( em m g o u m L) d o m ed icam en t o cor r et o, sem aj u st e ap r op r iad o d as r ecom endações posológicas;

Fo r m a f ar m acêu t i ca er r ad aDispen sação de u m m edicam ent o corret o porém em form a farm acêut ica d i f er en t e d a p r escr i t a . I st o i n cl u i f o r n ecer u m a f or m u l ação d e l i b er ação con t r ol ad a q u an d o u m a form ulação padrão foi prescrit a;

So b r ed o se - Disp en sar u m a q u an t id ad e m aior d e m edicam ent os ( em núm ero de unidades ou núm ero de vezes ao dia) que a prescrit a.

Su bdoseDispensar um a quant idade ( em núm er o de unidades ou núm ero de vezes ao dia) m enor que a prescrit a;

O m i s s ã o d o m e d i c a m e n t o n ã o d i sp e n sa r u m m edicam ent o pr escr it o;

Medicam en t o det er ior ado - Dispensar m edicam ent o vencido ou arm azenado em t em perat ura inadequada ( fora das especificações do fabricante) ou em balagem danificada;

Ou t r os er r os d e con t eú d o - Todos out r os er r os de cont eúdo não incluídos nas cat egorias ant eriores.

Erros de rot ulagem

Nom e do pacient e incor r et oOm issão do nom e do pacient e ou nom e diferent e da prescrição m édica;

N o m e d o m e d i c a m e n t o i n c o r r e t o O n o m e d o m edicam ent o no rót ulo diferent e do prescrit o, excet o quando obser v ações são necessár ias par a cum pr ir n or m as d o h osp it al. ( p . ex . p r escr ição com n om e com ercial e dispensação por nom enclat ura genérica) ;

Dosagem in cor r et a do m edicam en t o Dosagem do m edicam ento no rótulo diferente da prescrita, quando m ais de um a dosagem est á disponível no m ercado;

Quant idade incor r et a do m edicam ent o Quant idade do m edicam en t o n o r ót u lo dif er en t e da pr escr it a, excet o quando aj ust es são necessários para cum prir norm as do hospit al;

Fo r m a f a r m a c ê u t i c a i n c o r r e t aUm a f o r m a f a r m a cê u t i ca n o r ó t u l o d i f e r e n t e d a q u e l a d a p r e scr i çã o ( p . e x . p r e scr i t o d r á g e a d i sp e n sa d o cápsula) ;

Dat a incor r et a - Om issão da dat a de dispensação ou dat a errada de dispensação do m edicam ent o; I n st r u çõ e s i n co r r e t a sI n st r u ções d if er en t es d a prescrita, exceto quando aj ustes são necessários para cu m p r i r n o r m a s d o h o sp i t a l . ( p . e x . t o m a r o m edicam ent o após as r efeições) ;

Advert ência adicional Om issão ou uso incorreto das a d v e r t ê n ci a s d e a co r d o co m a s r e f e r ê n ci a s bibliogr áficas;

Ender eço da far m ácia Falha na inclusão no rót ulo do endereço corret o da farm ácia;

Ou t r o s e r r o s d e r o t u l a g e m Qu a l q u e r e r r o d e r ot u lagem n ão in clu ído n as cat egor ias acim a; por exem plo nom e ou núm ero ilegível.

Er r os de docum ent ação

Au sên cia ou d ocu m en t ação in cor r et a de con t r ole

Pa r a su b st â n ci a s co n t r o l a d a s a u sê n ci a o u docu m en t ação in cor r et a do r egist r o de dr ogas de acordo com a legislação vigent e;

Ou t r os er r os d e d ocu m en t ação – Qualquer er r o de docum ent ação não incluída na cat egoria acim a.

Análise Est at íst ica

Pa r a a co n st r u çã o d o b a n co d e d a d o s e cá l cu l o s e st a t íst i co s, f o i u t i l i za d o o p r o g r a m a est at íst ico St at ist ical Package for t he Social Sciences ( SPSS Chicago - I L, versão 9.0, 1998) .

As v ar iáv eis cat eg ór icas f or am ex p r essas com o pr opor ções ( fr eqüência r elat iva) .

Aspect os ét icos

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f a r m á ci a co m o o b j e t i v o d e e v i t a r v i e se s j á conhecidos( 6- 7). Todos os er r os ocor r idos durant e o e st u d o f o r a m co d i f i ca d o s e m a n t i d o s so b confidencialidade e sendo cor r igidos após o últ im o cont role realizado pelo farm acêut ico pesquisador( 7).

RESULTADOS

Durante o período do estudo foram avaliadas 2 3 9 pr escr ições qu e in clu ír am 6 5 5 m edicam en t os prescrit os t ot alizando 2.620 doses dispensadas.

A taxa total de erros incluindo os três critérios ( erros de cont eúdo, rot ulagem e docum ent ação) foi de 11,5% ( 300 erros / 2620 doses) . A Tabela 1 m ost ra a freqüência de erros de dispensação em cada um a das t r ês cat egor ias. A cat egor ia que apr esent ou a m aior taxa de erro foi os de conteúdo, seguido pelos erros de rot ulagem e de docum ent ação.

Tabela 1 - Distribuição de erros por categoria em um hospital infantil do Espírito Santo - 2005

a i r o g e t a

C NúmerodeErros % deerros

o d ú e t n o c e d o r r

E 262 87.3

m e g a l u t o r e d o r r

E 33 11.0

o ã ç a t n e m u c o d e d o r r

E 05 1.7

l a t o

T 300 100

A Ta b e l a 2 a p r e se n t a o s r e su l t a d o s n a cat egor ia “ er r os de con t eú do”, n est a cat egor ia os er r o s m ai s f r eq ü en t es f o r am o s d e “ so b r ed o se”, “ subdose” e erros de om issão, não sendo regist rado e r r o s d e d o sa g e m i n co r r e t a e m e d i ca m e n t o det er iorado. Por out r o lado, na Tabela 3, “ er r os de r ot ulagem ” os m ais com uns for am na subcat egor ia “ out r os er r os de r ot ulagem ” e “ dosagem incor r et a” n ã o h a v e n d o o co r r ê n ci a n o s i t e n s: n o m e d o m edicam ent o, quant idade, form a farm acêut ica, dat a, i n st r u çõ es, a d v er t ên ci a e en d er eço d a f a r m á ci a incor r et o.

Tabela 2 - Dist ribuição de erros segundo a cat egoria “ erros de conteúdo” em um hospital infantil do Espírito Santo - 2005

o r r e e d o p i

T Númerode

o r r e e d a i c n ê ü q e r F ) % ( o r r e o t e r r o c n i o t n e m a c i d e

M 01 0.38

a t e r r o c n i a c it u ê c a m r a f a m r o

F 03 1.15

e s o d e r b o

S 75 28.62

e s o d b u

S 130 49.62

o ã s s i m

O 40 15.27

o d ú e t n o c e d s o r r e s o r t u

O 13 4.96

l a t o

T 262 100

A t ax a de er r o t ot al da cat egor ia “ er r o de rotulagem foi de 1,7% . Dentro desta categoria os erros m ais freqüent es foram : “ out ros erros de rot ulagem ” com 75% do total e “ dosagem incorreta” com 21,2% . ( Tabela 3) .

Tabela 3 - Dist ribuição de erros segundo a cat egoria “ er r os d e r ot u lag em ” em u m h osp it al in f an t il d o Espírit o Sant o - 2005

o r r e e d o p i

T Númerodeerro Freqüênciadeerro(%)

e t n e i c a p o d e m o N I o t e r r o c n

i 1 3.03

a t e r r o c n i m e g a s o

D 7 21.21

e d s o r r e s o r t u O m e g a l u t o

r 25 75.76

l a t o

T 33 100

Na ca t e g o r i a “ e r r o d e d o cu m e n t a çã o ” a ocor r ên cia de er r os f oi classif icada pelos cr it ér ios incluídos na Tabela 4. Ocorreram erros de ausência ou docum ent ação incor r et a de cont r ole em 2 casos represent ando nest a cat egoria 40% dos erros.

Tabela 4 - Dist ribuição de erros segundo a cat egoria “ erros de docum ent ação” em um hospit al infant il do Espírit o Sant o - 2005

o r r e e d o p i

T Númerodeerros Freqüência(%)

o ã ç a t n e m u c o d u o a i c n ê s u A e l o r t n o c e d a t e r r o c n

i 02 40%

e d s o r r e s o r t u O o ã ç a t n e m u c o

d 03 60%

l a t o

T 5 100%

DI SCUSSÃO

A t ax a t ot al d e er r os d e d isp en sação d e acordo com o sistem a de classificação adotado ( erros d e co n t e ú d o , e r r o s d e r o t u l a g e m e e r r o s d e docum ent ação) foi de 11,5% para o t ot al de doses dispensadas no período do est udo. Est a t axa de erro r epr esen t a 1 er r o par a apr ox im adam en t e 9 doses d i sp en sa d a s. A a n á l i se d o s d a d o s m o st r o u u m a f r eq ü ên ci a m u i t o m ai o r n o cr i t ér i o d e “ er r o s d e co n t e ú d o ” 8 7 , 3 % ( 2 6 2 / 2 6 2 0 ) . Est a m a i o r pr edom inância se dev e ao fat o de que os er r os se dão m uit o m ais durant e o processo de dispensação propriam ente dito do que em relação aos critérios de rot ulagem e docum ent ação dest a at ividade( 3).

(6)

4 9 , 6 % e 2 8 , 6 % , r e sp e ct i v a m e n t e . Est e s d a d o s corroboram com out ros est udos, onde apont am que o s e r r o s d e d o se sã o o s m a i s f r e q ü e n t e s e m pediat ria( 10- 14). Considerando som ent e a cont ribuição dest a cat egoria ( erro de cont eúdo) na t axa de erro t ot al por doses dispensadas, verifica- se um a t axa de erro de 10% , ou sej a, quase a totalidade da taxa de erro encont rada na am ost ra.

As cat egor ias ‘er r os de r ot ulagem ’ e ‘er r os de docum ent ação’ represent aram 11% e 1,7% , dos e r r o s, r e sp e ct i v a m e n t e . Na ca t e g o r i a ‘ e r r o s d e docum entação’ a ausência de docum entação foi o erro m ais com um . Exist em diferent es m et odologias para avaliação de erros de dispensação, o que dificult a a co m p a r a çã o d e r e su l t a d o s e n t r e o s d i f e r e n t e s estudos( 14). Na am ostra estudada a taxa de erro total foi consider ada elev ada quando com par ada com a d e o u t r o s e st u d o s u t i l i za n d o m e t o d o l o g i a sem elhant e( 4- 5,10). As causas dos erros apresent ados nest e est udo podem ser de diversas origens, o que suscita um a avaliação m ais aprofundada com estudos do t ipo qu alit at iv o, em bor a algu n s pon t os cr ít icos possam ser lev ant ados com o possív eis causas. Um pont o im por t ant e obser v ado é que o far m acêut ico não conferia as doses de m edicam ent os preparadas pelos aux iliar es de far m ácia na m aior ia das v ezes. Nas p ou q u íssim as v ezes q u e ist o ocor r eu , f or am d et ect ad os er r os im p or t an t es n a p r ep ar ação d as doses com et idos pelo aux iliar de far m ácia. Apesar d e o h o sp i t a l t e r u m a r e l a çã o a d e q u a d a d e farm acêut ico por núm ero de leit os ( 30: 1) o que se v er ifica é que as ações do far m acêut ico não est ão f o ca d a s n a p a r t e a ssi st e n ci a l d o p r o ce sso d e dispensação, e sim na part e adm inist rat iva. Sabe- se que o tipo de sistem a de distribuição de m edicam entos ut ilizado no hospit al pode influenciar na segur ança d a d i sp e n sa çã o d o s m e d i ca m e n t o s. Há f o r t e s evidências que os sist em as de dist ribuição de doses unit árias pode reduzir a t axa de erros de m edicação e aum ent ar a segur ança no pr ocesso de ut ilização dos m edicam ent os( 4- 8).

Out ro aspect o int eressant e é que part e das doses dispensadas está em ‘doses unitárias’, ou sej a, j á prontas para uso sem necessidade de m anipulação a n t e s d a a d m i n i st r a çã o d o s m e d i ca m e n t o s, r ep r esen t an d o u m av an ço. En t r et an t o, o sist em a a d o t a d o n ã o p e r m i t e r e d u çã o d o s e r r o s d e dispensação j á que não existem controles m ais rígidos perm itindo redução nesta taxa de erro. A m aioria dos er r os p od e ser ev it ad a se h ou v er u m sist em a d e

dist r ibuição que per m it a concent r ar o pr ocesso de preparação das doses no serviço de farm ácia e um m aior pr ot agon ism o do f ar m acêu t ico con f er in do a pr escr ição ant es da sua dispensação( 4- 5). Por out r o lado é fundam ent al um a int eração efet iva do serviço de enfer m agem com o ser v iço de far m ácia, j á que m uit os dos er r os ocor r idos dur ant e o pr ocesso de d isp en sação p od em ser ev it ad os n o m om en t o d a adm inist ração pelo profissional de enferm agem . Um est u d o m u l t i cên t r i co en v o l v en d o 4 h o sp i t ai s em diferent es regiões do país ident ificou alt as t axas de e r r o s n o p r e p a r o e n a a d m i n i st r a çã o d o s m e d i ca m e n t o s. Os a u t o r e s su g e r e m q u e p a r a m elhor ar a segur ança nos sist em as de dist r ibuição de m edicam ent os é necessário adot ar um a m udança d e cu l t u r a i n st i t u ci o n a l n o se n t i d o d e a l ca n ça r m elhorias concret as( 9).

Os r esu lt ad os d e d ois est u d os b r asileir os sobre erros de dispensação em hospit ais de adult os m ost raram t axas de erros bast ant e elevada, ( 13,8% e 17% ) apesar de am bos terem a etapa de conferência p e l o f a r m a cê u t i co d a s d o se s p r e p a r a d a s p e l o s au x iliar es( 5 , 8 ). En t r et an t o , a co m p ar ação co m o s m esm os t em q u e ser cu id ad osa, p ois h ou v e u m a m odificação m et odológica im port ant e na classificação dos erros( 7, 10).

Est e est udo apresent a algum as lim it ações a p r in cip al é q u e n ão se p od e f azer in f er ên cia d os r esult ados par a out r os hospit ais do m esm o por t e e e sp e ci a l i d a d e , j á q u e e x i st e m o u t r a s v a r i á v e i s im por t ant es que podem influenciar na t axa de er r o de dispensação. Out r o pont o é que não se ut ilizou um a am ost r a r epr esent at iv a dos hospit ais públicos brasileiros considerando núm eros e t ipo de unidades clínicas, bem o nível de com plexidade( 4).

CONCLUSÃO

(7)

REFERÊNCI AS

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Referências

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