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(1)

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE E ATUÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

AVALIAÇÃO EMPÍRICA DO MODELO CAPM NO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO VIA MÉTODO DOS MOMENTOS GENERALIZADOS

Daniel Reed Bergmann Orientador: Prof. Dr. Luiz João Corrar

(2)

Prof. Dr. Adolpho José Melfi Reitor da Universidade de São Paulo

Profa. Dra. Maria Thereza de Leme Fleury

Diretora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

Prof. Dr. Reinaldo Guerreiro

Chefe do Departamento de Contabilidade e Atuária

Prof. Dr. Fábio Frezatti

(3)

DANIEL REED BERGMANN

AVALIAÇÃO EMPÍRICA DO MODELO CAPM NO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO VIA MÉTODO DOS MOMENTOS GENERALIZADOS

Dissertação apresentada ao

Departamento de Contabilidade e Atuária

da Faculdade de Economia,

Administração e Contabilidade da

Universidade de São Paulo como

requisito para a obtenção do título de

Mestre em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Dr. Luiz João Corrar

(4)

vii

Resumo

(5)
(6)

ix

Abstract

(7)

S

um

á

r

i

o

Lsta de Tabelas . . . .2

Lsta de Fguras . . . .3

1 Introdução. . . .5

1.1 Justi…cativa do tema . . . .7

1.2 Questão de pesquisa . . . .8

1.3 Objetivos . . . 9

1.4 Metodologia da pesquisa . . . 9

2 Fundamentos teór cos. . . 11

2.1 Conjunto e…ciente . . . .13

2.1.1 Propriedades matemáticas do conjunto e…ciente . . . .17 2.2 Derivação econômica do modelo CAPM não-condicional . . . .24

2.2.1 Pré-requisitos conceituais . . . .28 2.3 CAPM e Informação Contábil . . . .37 3 Métodos econométr cos. . . 41

3.1 Abordagem por máxima verossimilhança (MV) . . . .41

3.1.1 Versão Sharpe-Lintner . . . .41

3.1.2 Versão zero-beta . . . .46 3.2 Abordagem pelo método dos momentos generalizados (GMM) . . . .50

3.2.1 Versão Sharpe-Lintner . . . .53

3.2.2 Versão zero-beta . . . .56 3.3 Escolha do método econométrico . . . .57 3.4 Veri…cação da hipótese de IID . . . .58 3.5 Veri…cação da normalidade multivariada . . . .60 4 Resultados Obtdos. . . 5

(8)

2

sta

e

abe

as

Tabela 1.1 Coe…cientes de correlação entre nove indicadores do mercado de

ações (EUA) . . .

Tabela 3.2 Resultados obtidos pelo teste BDS nas respectivas dimensões . . . 0

Tabela 3.3 Teste de normalidade univariada - Bai e Ng (2005) . . . 2

Tabela 4.4 CAPM de SL (taxa SELIC) - 2/1/95 até 31/12/99 . . . Tabela 4.5 CAPM de SL (taxa SELIC) - 2/1/00 até 31/12/04 . . . Tabela 4. CAPM de SL (taxa SELIC) - 2/1/95 até 31/12/04 . . . Tabela 4. CAPM de SL (taxa CDI) - 2/1/95 até 31/12/99 . . . 9

Tabela 4. CAPM de SL (taxa CDI) - 2/1/00 até 31/12/04 . . . 9

Tabela 4.9 CAPM de SL (taxa CDI) - 2/1/95 até 31/12/04 . . . 0

Tabela 4.10 CAPM zero-beta - 2/1/95 até 31/12/99 . . . 0

Tabela 4.11 CAPM zero-beta - 2/1/00 até 31/12/04 . . . 0

Tabela 4.12 CAPM zero-beta - 2/1/95 até 31/12/04 . . . 1

Tabela 4.13 Teste GMM para o CAPM de SL (taxa SELIC) . . . 1

Tabela 4.14 Teste GMM para o CAPM de SL (taxa CDI) . . . 1

(9)

3

sta

e

uras

Figura 2.1 Curvas de Indiferença . . . 12 Figura 2.2 Fronteira e…ciente construída no MATLAB para três portfólios

hipotéticos . . . 14 Figura 2.3 Introdução deR na fronteira e…ciente . . . 1

Figura 2.4 Portfólios de fronteira sem a taxa livre de risco . . . 20 Figura 2.5 Fronteira e…ciente gerada a partir dos portfólios hipotéticos A,

(10)
(11)

5

Capítuo

tro

u

o

Segundo akamura (199, p. 1), a utilização de roxes do portfólio de mercado é uma

prática usual no campo das …nanças. Alguns estudos cientí…cos abordando os fundamentos

da teoria de mercado de capitais dependem da consideração do portfólio de mercado, que é

tratado como portfólio de referência (be chmark) para todo o mercado de capitais,

especial-mente quando se utilizam teorias emanadas da chamada teoria de portfólios, cujo precursor

foi Markowitz (1952, 1959), o qual criou as bases de quase tudo o que se estuda em

re-lação a decisões de investimento em condições de incerteza. Este autor fez uma contribuição

muito importante no campo do estudo das relações entre risco e retorno, de…nindo conceitos

fundamentais, tais como, efeito diversi…cação, conjunto e…ciente, portfólio de tangência etc.

Apesar do fato de que a teoria de mercado de capitais de…ne e utiliza o portfólio de mercado,

especialmente quando se trata do modelo de equilíbrio de preços de títulos, denominado

!a-ta"Asset #rc $ %o&e" (CAPM), é impossível observar o verdadeiro portfólio de mercado.

O que inevitavelmente acaba sendo feito é justamente criarroxes, i.e., representações

apro-ximadas do portfólio real de mercado, especialmente quando se estudam empiricamente ou

se testam na prática as teorias relativas ao mercado de capitais.

'oll (19(( au& AKAMU'A, 199, p. 3), em sua famosa crítica aos testes empíricos do

CAPM, argumenta ser impossível observar o portfólio de mercado, o que, conseqüentemente,

implica na falta de objetividade para se concluir acerca da validade do modelo citado. Os

testes empíricos do CAPM acabam sendo, segundo'oll, testes de e…ciência do portfólio de

mercado, pois o CAPM requer que o portfólio de mercado, a qual todos os títulos estão

referenciados, seja e…ciente em termos do retorno esperado e da variância.

Stambaugh (192

au& BO

OMO et

a"., 2004, p. 31) mostrou, através da utilização de

vários portfólios do mercado norte-americano que serviram comoroxy de mercado, que, de

(12)

) *. +,/0o9:;<o

=/ >?., 2004, p. 31) mostrou que, se tivermos uma correlação entre a @0oDE de mercado e o Gverdadeiro portfólio de mercadoGmaior que H JU, então a rejeição do modelo com a@0oDE de

mercado também implicará sua rejeição com o Gverdadeiro portfólio de mercadoG. Bonomo

=/ >?. (2004) e Vakamura (199W) utilizaram-se do IBOVESPA como @0oDE de mercado,

remetendo-se ao fato de que sua utilização não leva a perdas signi…cativas no teste do modelo

CAPM. A Tabela abaixo nos mostra as correlações calculadas para nove indicadores do

mercado de ações norte-americano1. Todos os valores são maiores ou bem próximos de H JU,

e portanto, qualquer um destes indicadores poderá ser utilizado como proxy do portfólio de

mercado nos EUA.

XabeYa Z[ Z\ ]^_`jo _qtes v _ corr_Y wz{^_qtreq ^|eoqvoj wv ^resvo merj wvov _ wz } _~ (EUA)

DJIA SP400 SP500 NYSE ASE OTCIND OTCCOMP CRSPEQ CRSPVW DJIA 1.0

SP400 0.96 1.0

SP500 0.96 0.99 1.0

NYSE 0.95 0.99 0.98 1.0

ASE 0.68 0.80 0.80 0.84 1.0 OTCIND 0.77 0.80 0.82 0.84 0.70 1.0

TCCOMP 0.80 0.83 0.86 0.85 0.76 0.82 1.0

CRSPEQ 0.93 0.95 0.96 0.95 0.85 0.74 0.81 1.0

CRSPVW 0.95 0.95 0.96 0.95 0.86 0.76 0.82 0.92 1.0

FONTE: FRANCIS & TAYLOR; 2000, p. 107

Há praticamente dois métodos existentes a …m de validar o modelo CAPM não-condicional2

uniperiódico3 (ou estático):

I O método por verossimilhança4 foi pioneiramente tratado no Brasil por Vakamura

(199W). Este método supõe que os retornos dos ativos (ou portfólios) sejam IID 5 e

possam ser representados por uma distribuição normal multivariada.

1Os indicadores são:

o€ o‚ƒ „ † ‚‡ ˆ „ ‰ Š ‹Œ  Ž ƒŠŒ Š ƒ (DJIA), ‘‰ Œ ‚‡Œ Š‡ & ’ooŠ ´„ “ ” ” † ‚ ‡ ˆ„ ‰Š ‹Œ  ‘‰o•–„ ŽƒŠŒ Šƒ

(SP400), ‘‰Œ ‚ ‡Œ Š‡ & ’ooŠ ´„—” ” † ‚‡ ˆ „‰ Š ‹Œ  ‘ ‰o•–„ŽƒŠŒ Šƒ (SP500), ˜ƒ € ™oŠ – ‘‰o•– š ›•œŒ ‚ ƒ ŽƒŠŒ ƒ (žSE), ŽŸƒŠ‹•Œ ‚ ‘‰o•– š ›•œŒ ‚ƒ ŽƒŠŒƒ (ASE), ƒŠ¡‰œƒ¡ ¢oˆ ‚‰ ƒŠ (OTCID)† ‚ ‡ ˆ„ ‰Š ‹Œ  ‘ ‰o•–„ŽƒŠŒ ƒ£  ¤¢¢oŸ¥o„ ‹ ‰ ƒ ‘‰o•–„ŽƒŠŒ  ƒ (TCCOMP),¢¦‘’ š§ ˆŒ ¨©ƒ ‹œ‰ ƒ‡‘‰o•– „†‚‡ ƒ› (CªSPE«),¢¦‘’¬Œ ˆ ƒ©ƒ ‹œ‰ ƒ‡‘‰o•–„ † ‚‡ ƒ›

(CªSPVW),

2A vari

­ncia e a covari­ncia do retorno dos portfólios são consideradas constantes ao longo do tempo.

3Os investidores consomem toda a sua dotação no próximo período. 4Esta abordagem está detalhada em Campbell

ƒ ‰Œ ® (199¯, p. 1° °-203)

5Considerando n variáveis aleatórias fXign

i=1 com uma f.d.p. conjunta fX(x), e com idênticas f.d.p. marginais

fX1(x1); :::; fXn(xn). Então, fXig

n

i=1 são ditas IID (independentes e identicamente distribuídas) se, e somente se,

fX(x) = n

Q

i=1

(13)

±² ± ³µ¶·¸¹º»·¸¼» ½o · ¾¿» À

I O método conhecido por GMM (método dos momentos generalizados) foi pioneiramente

tratado no Brasil por Bonomo¾·»Á. (2004) somente para a versão Sharpe-Lintner. Este

método não pressupõe que os retornos de ativos (ou portfólios) sejam IID e, além do

mais, que tenham alguma distribuição especí…ca. Esta dissertação será pioneira em

testar a validade do modelo CAPM zero-beta via GMM6.

1.1 Justi…cativa do tema

Conforme Bonomo ¾· »Á. (2004, p. 1À), um dos maiores desa…os dos pesquisadores em

…nanças é estudar o trade-o¤ entre risco e o retorno dos ativos de mercado. O bom senso

nos levaria a a…rmar que, quanto maior o risco de um ativo, maior o retorno a ele associado.

Markowitz (1959) desenvolveu a base da pesquisa que relaciona risco e retorno, culminando

com o CAPM. Seu artigo tentava relacionar a escolha ótima dos agentes aotrade-o¤ retorno

esperado-variÂncia. Os agentes estariam interessados em guardar ativos ou portfólios de

ativos que pudessem garantir-lhes, dado o retorno esperado, a menor variÂncia, ou risco,

possível.

Segundo Iudícibus ¾· »Á. (2004, p. À1), o CAPM é extremamente relevante para a Teoria

Positiva da Contabilidade por ser um modelo teórico que possibilita testes empíricos sobre

o relacionamento de preços de ativos e informações contábeis através do retorno esperado e

da variÂncia. Esse aspecto prático é o que o tornou muito difundido, pois como os preços

reagem a inúmeros fatores, um modelo de preci…cação que contivesse muitas variáveis poderia

tornar-se tão complexo que prejudicaria sua interpretação e a respectiva aplicação prática.

Segundo Bonomo ¾· »Á. (2004, p. 1À), os resultados empirícos do modelo CAPM

não-condicional com os dados da economia americana nos permitem vislumbrar um campo para

testes similares com séries de dados de ações brasileiras.

Analisando o CAPM de forma pragmática, a maioria dos artigos concorda que o modelo

não é Ãliteralmenteà verdadeiro. A especi…cação do modelo é obtida num cenário estático

(14)

Ä ÅÆ ÇÈÉÊoËÌÍÎo

e só valeria intertemporalmente admitindo-se fortes premissas. O CAPM intertemporal só

valeria intertemporalmente sob uma das três condições: a) os investidores têm funções de

utilidade logarítmicas; b) o retorno do portfólio de mercado e o retorno do ativo sem risco

são observáveis e condicionalmente e…cientes; e c) o retorno do portfólio de mercado deve ser

igual aÏ Ð(ÑÒÏ 2n

Ó);ondeÏ é a taxa marginal de substituição intertemporal, eÓ, o conjunto

de informações (BOÔOMOÕÉÖ×., 2004, p. 2Ø). Entretanto, como nenhuma teoria representa

exatamente a realidade, o CAPM não-condicional continua sendo válido comoÙÕÈÚÛÜÖÊÝ se

for validado empiricamente.

1.2 Questão de pesquisa

A questão de pesquisa a ser tratada nesta dissertação é:

Pode-se considerar que o modelo CAPM não-condicional, tanto na versão

Sharpe-Lintner quanto na versão zero-beta, é e…ciente em termos do retorno esperado e

da variância no mercado de capitais brasileiro ?

A resposta desta questão incidirá no seguinte fato econométrico:

I Como se verá em capítulo oportuno, não há evidências signi…cativas de que os retornos

de ações e a ÞÊoßà de mercado (IBOVESPA) sejam IID e distribuídos normalmente.

Portanto, é essencial a utilização do método dos momentos generalizados em relação ao

método de máxima verossimilhança a …m de avaliar a aderência estatística do modelo

CAPM.

Igualmente ao que foi feito por BonomoÕÉÖ×. (2004), os portfólios serão construídos a partir

de ações da carteira do IBOVESPA, respeitando o critério de juntar ações do mesmo setor

da economia. Os setores em questão serão: Siderurgia, Bancos, Papel e Celulose, Elétrico,

Petroquímico e Telecomunicações. Estes setores agrupam o conjunto de ações de maior

liquidez no período de janeiro de 1995 até dezembro de 20047. Utilizaremos o IBOVESPA

como ÞÊoßà do portfólio de mercado; a taxa de juros efetiva mensal do SELIC e a taxa

(15)

äåæ èëìîïðñoò 9

efetiva mensal do CDI serão utilizadas como ativos livres de risco nos testes econométricos

do CAPM.

1.3 Objetivos

O objetivo principal desta dissertação é:

I Veri…car se o modelo CAPM não-condicional, tanto na versão Sharpe-Lintner quanto na

versão zero-beta, é e…ciente em termos do retorno esperado e da variôncia no mercado

de capitais brasileiro.

Os objetivos secundários são:

I Veri…car qual é o método, por máxima verossimilhança ou por GMM, mais adequado

a …m de testar a validade do modelo CAPM não-condicional.

I Derivar economicamente o modelo CAPM não-condicional, tanto da versão

Sharpe-Lintner como da versão zero-beta, sob a hipótese de que os retornos do portfólio e do

portfólio de mercado tenham uma distribuição elíptica multivariada.

I Testar se uma amostra signi…cativa de log-retornos diários de ações com alta liquidez

são normais.

I Testar se uma amostra signi…cativa de log-retornos diários de ações com alta liquidez

são IID.

1.4 Metodologia da pesquisa

Primeiramente, em relação õs linhas de pesquisa existentes no Departamento de

Contabili-dade e Atuária da FEA-USP, este trabalho se insere na linha deMercados Financeiro, de

Crédito e de Capitaiscom foco na área de gestão de riscos.

Como a nossa questão de pesquisa está preocupada em testar a plausibilidade estatística

do modelo CAPM no Brasil, pode-se dizer que se trata de um método de procedimento

(16)

fudamenta-10 ÷ø ùûýþoÿução

se na utilização da teoria estatística das probabilidades. Suas conclusões apresentam grande

probabilidade de serem verdadeiras, embora admitam certa margem de erro. A manipulação

estatística permite comprovar as relações dos fenômenos entre si, e obter generalizações sobre

sua natureza, ocorrência ou signi…cado.

Segundo Martins (2002, p. 34-39), este trabalho poderá ser classi…cado conforme as seguintes

modalidades de pesquisa:

I Empírico-analíticas: são abordagens que apresentam em comum a utilização de técnicas

de coleta, tratamento e análise de dados marcadamente quantitativas. Priveligiam

estudos práticos. Suas propostas têm caráter técnico, restaurador e incrementalista.

Têm forte preocupação com a relação causal entre variáveis. A validação da prova

cientí…ca é buscada através de testes dos instrumentos, graus de signi…cância e

siste-matização das de…nições operacionais.

I Ex post facto: tipo de investigação empírica na qual o pesquisador não tem controle

direto sobre a(s) variável(eis) independente(s), porque suas manifestações já ocorreram,

(17)

11

Capítulo 2

Fundamentos teóricos

A teoria de investimentos teve um marco signi…cativo com o trabalho de Markowitz publicado

em 1952, que abordou, através de um modelo uniperiódico, o problema de seleção do portfólio

ótimo, visando máximo retorno esperado e mínimo risco. Markowitz (1959) deu base para

o surgimento de importantes modelos abordando o risco como o principal fator de formação

de preços de ativos …nanceiros. Merece especial menção o CAPM, desenvolvido nos anos60,

que foi construído a partir dos fundamentos da teoria de portfólios criada por Markowitz, e

que representa, até os dias de hoje, um dos principais modelos utilizados para o estudo do

comportamento de preços de ativos com risco negociados no mercado de capitais.

Consideraremos que, dentro de um contexto uniperiódico, o retorno seja calculado da seguinte

forma:

Rt =

W f

Wi Wi

(2.1)

sendo que

W f

= Riqueza no …nal do período. Wi = Riqueza de ínicio de período.

Raciocinando em termos de um investimento em um único ativo, o retorno é dado por:

Rt =

P f

Pi Pi

(2.2)

sendo que

P f

= Preço do ativo no …m do período. Pi =Preço do ativo no ínicio do período.

Dado o comportamento incerto dos preços dos ativos com risco, os retornos são tratados

como variáveis aleatórias (v: :), descritas por seus momentos. Os dois primeiros momentos

(18)

12 2. Fndamenos eóricos

…nanceiros, correspondemà expressão de seu retorno esperado e risco , respectivamente.

As preferências individuais quanto a risco e retorno são representadas gra…camente através

de curvas de indiferença, cujos pontos compreendem um mesmo nível de satisfação de um

dado indivíduo. As curvas são desenhadas em um plano ( ) de retornos de ativos com

risco.

Nível de Satisfação

σ µ

Figura 2.1 - Curvas de Indiferença

As várias curvas de indiferença de um dado indivíduo não se interceptam, cada uma delas

representando um nível de satisfação. O conjunto de curvas de indiferença de um dado

indivíduo forma o chamado mapa de indiferença, sendo que, quanto mais a noroeste estiver

a curva de indiferença, mais satisfeitos estarão os investidores.

Deve-se ter em mente as suposições de insaciedade, i.e., os indivíduos sempre desejam mais

riqueza do que menos, sem limites e de aversão ao risco na qual explica o fato das curvas

de indiferença serem convexas e positivamente inclinadas, signi…cando que os investidores

avessos ao risco aumentam a sua exigência de retorno quanto mais alto o risco envolvido em

um dado investimento.

Já os indivíduos arrojados (não-avessos) ao risco apresentam curvas de indiferença com

for-mato côncavo e com declividade negativa no plano (). Quanto aos investidores neutros

(19)

1 Coj o … 13

signi…cando que, para qualquer nível de risco, …cam satisfeitos em receber o mesmo retorno

esperado. Ou seja, não importando quanto risco esteja sendo assumido, o investidor neutro

ao risco buscará sempre as alternativas de investimento com maior retorno esperado.

2.1 Conjunto e…ciente

Há um nmero in…nito de portfólios passíveis de escolha para investimento, na medida em que

os investidores podem combinar vários títulos em quaisquer proporções num mesmo portfólio.

Diante da questão de escoha do melhor portfólio dentre as várias alternativas que podem

ser consideradas, um investidor escolherá seu portfólio ótimo no conjunto de portfólios que

oferecer:

I mínimo risco a cada nível de retorno esperado, e

I máximo retorno esperado a cada nível de risco.

Denomina-se conjunto e…ciente o conjunto de portfólios que satisfaz essas condições

simul-taneamente.

O conjunto e…ciente faz parte do chamado conjunto viável (ou conjunto de oportunidades),

que é composto por todos os portfólios que podem ser formadas a partir de um grupo deN

ativos. Posteriormente, veri…caremos que o conjunto viável sempre será uma região

hiper-bólica. Este conjunto viável também poderá ser chamado de fronteira média-varincia (ou

(20)

14 o o

0.16 0.18 0.2 0.22 0.24 0.26 0.1

0.11 0.12 0.13 0.14 0.15 0.16

Mean-Variance Efficient Frontier and Random Portfolios

Risk(Standard Deviation)

E

x

pec

ted R

etur

n

Figura 2.2 - Fronteira e…ciente construída no MATLAB para três portfólios hipotéticos

Os melhores portfólios em termos de retorno esperado e de desvio-padrão estão situados na

borda superior do conjunto viável, que corresponde aos portfólios com máximo retorno dado

um nível de risco, e os portfólios com menor risco dado um nível de retorno.

A seleção do portfólio ótimo, para um dado investidor, será dada pelo ponto de tangência

entre uma das curvas de seu mapa de indiferença com o conjunto e…ciente.

A concavidade do conjunto e…ciente é explicada pelo fato de que o desvio-padrão de um

portfólio geralmente será menor que a média ponderada dos desvios-padrão dos ativos no

portfólio, o que veio a ser chamado de efeito diversi…cação.

A …m de explicar melhor o chamado efeito diversi…cação, convém de…nir o chamado modelo

de mercado, que pressupõe a existência de uma relação linear entre o retorno de um índice

de mercadoRm (e.g. IBOVESPA) e o retorno de um dado portfólio Ri. Tal relação pode ser

expressada da seguinte forma:

Ri !im+"imRm+#im (2.3)

sendo que#im $(%;& 2 'im)

)

A inclinação do modelo de mercado mede a sensibilidade dos retornos do portfólio aos retornos

(21)

*,- /o03405o 789;7057 15

estimado por:

<im>

?o@[Ri; Rm] Var[Rm]

(2.4)

Aplicando o operador variAncia

8 nos dois membros de (2.3), obtemos a seguinte equação:

Var[Ri]>< 2

imVar[Rm]BVar[Dim] (2.5)

Ou seja, o risco total de um portfólio, medido por Var[Ri]; pode ser decomposto em duas

partes, uma que corresponde ao risco de mercado (ou sistemático9), dado por <

2

imVar[Rm];

e outra que diz respeito ao risco idiossincrático (ou não-sistemático), dado porVar[Dim]E

O risco total de um portfólioRp que contenha

G ativos

10 pode ser igualmente de…nido pelos

seus componentes de risco sistemático e de risco idiossincrático:

Rp >

PH

i=1wiRi (2.I)

Rp >

PH

i=1wi(JimB<imRmBDim) (2.K)

Rp >

PH

i=1wiJimB

PH

i=1wi(<imRm)B

PH

i=1wiDim (2.L)

Rp >J pM B< pMRm BD pM (2.9) Portanto,

Var[R p

]>< 2 pM

Var[Rm]BVar[D pM

] (2.10)

Conforme (2.10), através do processo de diversi…cação, pode-se reduzir o risco total do

port-fólioO através da redução de seu componente de risco idiossincrático Var[D pM

]E

8Conforme

Sose e Smith (2002), seX é variável aleatória de domínio igual a DX 2Re f(x) é uma f.d.p. contínua

qualquer avaliada no pontox;tal queR

Df(x)dx= 1;então os operadoresE[ ],V ar[ ]eCov[ ]são de…nidos:

E[X] = R

Dxf(x)dx

V ar[X] = R

D(x E[X])

2f(x)dx

Cov[X; Y] = E[XY] E[X]E[Y]

9Um risco sistemático é qualquer risco que afeta um grande n

Tmero de ativos, e cada um deles com maior ou menor

intensidade.

10Os ativosinão devem estar mutualmente correlacionados (LUE

(22)

1Y Z\ ^_`bghk`loq lkxyz{oq

Esta redução do risco idiossincrático de um portfólio diversi…cado pode ser facilmente obtida,

supondo que todos os ativos de um portfólio têm a mesma participação:

| } ~



P€ i=1

 ‚

|im (2.11)

Aplicando o operador ƒar„† em (2.11), temos:

ƒar„| }~

†  ‚

2 €

P

i=1

ƒar„ |im† (2.12)

Conforme (2.12), quanto maior o n‡mero de ativos, menor tende a ser o valor de ƒar„| }~

†,

o que economicamente é explicado pela compensação entre os riscos exclusivos dos ativos

sujeitos a diferentes efeitos diante da ocorrência dos mesmos eventos econômicos (LUEˆ

-BE‰GE‰, 199Š, p. 151).

A identi…cação dos portfólios ótimos, ou seja, os que fazem parte do conjunto e…ciente, pode

ser feita através da aplicação do método de programação quadrática, tal como proposto por

Markowitz (1959) no livro‹oylŒozo Žkk{lzo` em seu Capítulo VIII e Apêndice A.

A abordagem de Markowitz, de…nindo a existência do conjunto e…ciente, pode ser expandida

mediante a introdução da possibilidade de se negociar um ativo livre de risco. Segundo

ˆakamura (199Š, p. 22), entende-se por ativo livre de risco aquele cujos retornos têm

desvio-padrão igual a zero. Além disso, a covarincia entre um ativo livre de risco com qualquer

outro ativo de risco é também igual a zero.

A possibilidade de se poder investir (comprar) em um ativo livre de riscoR‘ expande as

opor-tunidades de conjunto viável, mudando a localização de uma parte substancial do conjunto

(23)

’“” •o–—˜–™o š›œš–™š 1ž

M B

A Rf

CML

σ

µ

Figura 2.3 - Introdução de Rf na fronteira e…ciente

Segundo Iudícibus š™ Ÿ . (2004, p. ¡¡), a reta exposta na Figura 2.3 representa todas as

possibilidades de um investidor formar seus portfólios com ativos de risco e ativos livres

de risco. ¢essalta-se que com a adição do ativo livre de risco os portfólios ótimos não se

situam mais na fronteira e…ciente, mas sim na reta CML (•Ÿ£™Ÿ  ¤Ÿ¥¦š™ §–š). O ponto

M, por exemplo, quando a CML é tangente ¨ fronteira e…ciente, signi…ca o retorno ótimo

do mercado, composto por ativos de risco e ativos livres de risco. À medida que a aversão

ao risco aumenta (ou diminui), os portfólios percorrem sobre a reta CML para a esquerda

(ou para a direita). Como exemplo, o ponto B não é uma carteira ótima, pois é possível se

formar um portfólio (com ativos de risco e ativos livres de risco) que possua o mesmo retorno

esperado com menor nível de risco (dado pelo desvio-padrão da carteira). O contrário ocorre

com o ponto A.

Os portfólios dos investidores são formados conforme a aversão de risco individual, i.e.,

con-forme as curvas de indiferença de cada investidor. Os portfólios a serem escolhidos pelos

investidores são aqueles em que a reta CML é tangente a curva de indiferença mais elevada

do investidor, ou seja, aquela que promove um maior nível de satisfação para o investidor.

Dessa forma, o portfólio assim composto oferecerá ao investidor o maior retorno possível

conforme seu nível de aceitação (aversão) de risco (©ª«., p. ¡¡).

2.1.1 Propriedades matemáticas do conjunto e…ciente

As propriedades matemáticas serão mostradas conforme Campbell š™ Ÿ . (199ž, p. 1¡

(24)

1­ ®¯ °±²³´µ¶²·o¸ ·¶¹º»¼o¸

matemática: Tomemos½ ativos com risco com vetor de médias (¾ 1)

e matriz de covari¿ncias

(¾ ¾)

ÁAssume-se que os retornos esperados de pelo menos dois ativos diferem e a matriz de

covari¿ncias é de posto completo

11. De…ne-se w  (¾ 1)

como um vetor de pesos para um portfólio

arbitrário a com pesos somando 1. O portfólio a tem retorno médio à Â

Ä w Å

 e vari ¿ncia Æ

2 Â

Äw Å Â

Á A covari¿ncia entre dois portfólios a e Ç é dada por w Å Â

Á Primeiramente,

não consideraremos o ativo livre de risco.

Uma condição su…ciente para a existência da fronteira e…ciente é que haja pelo menos dois

ativos cujos retornos esperados diferem e que a matriz de covari¿ncias seja de posto

com-pleto (COCHÉAÊE, 2001, p. ­4).

De…nição Portfólio Ëé de vari¿ncia mínima dentre todos com retorno médio Ã

Ì se o vetor

de pesos do portfólio wÌ é a solução para o seguinte programa matemático:

min

fwg w

Å

w (2.13)

sujeito a

= Ã

Ì (2.14)

= 1 (2.15)

sendo que Íi 0; Î= 1;2;ÁÁ ÁϽ e (1 ¾)

= [1;ÁÁ ÁÏ1]Á

Para resolver este problema, formamos o lagrangiano Ð:

Ð=w Å

w+Ñ1(Ã Ì

) +Ñ2(1 w Å

) (2.1Ò)

Calculando a derivada deÐ em relação a we igualando a zero, obtemos:

2 w Ñ1 Ñ2 = 0 (2.1Ó)

Substituindo (2.14) e (2.15) em (2.1Ó):

11Posto ou

ÔÕ Ö× de uma matriz é o nØmero de linhas ou colunas linearmente independentes (LI). Posto completo

(25)

ÙÚÛ ÜoÝÞßÝáo äåæèäÝáä 19

w

é =

g+hê

é (2.1 ë) e ì 2 é = íê 2 é 2 îê é + ï ð (2.19) sendo que g ñ 1 = 1 ð ï( 1 ) î( 1 ) (2.20) h ñ 1 = 1 ð í( 1 ) î( 1 ) (2.21)

comî =

ò 1

;ï =

ò 1

; í =

ò 1

; eð=ïí î 2

ô

Os principais resultados advindos da (2.1ë) serão mencionados a seguir:

I Como mostrado em (2.19), ì 2

é é uma função quadrática de ê

é

ô Como a raiz quadrada

de uma parábola é uma hipérbole, o espaço formado pela média e pelo desvio-padrão

dos ativos de um portfólio de fronteira será uma região hiperbólica.

I õualquer portfólio que seja uma combinação linear de pelo menos dois portfólios de

mínima variöncia (ou portfólio de fronteira) é igualmente de mínima variöncia (ou de

fronteira). Este resultado vem do fato que w

é é uma função linear de ê

é

ôDessa forma,

se ê

3 =֐

1+ (1 ÷)ê

2;então ø3 =÷ø1+ (1 ÷)ø2 (COCHùAûE, 2001, p. ë5).

I Sejamü e r dois portfólios de fronteira. A covariöncia do portfólio ücom o portfólio r

é dada por

íýþ(R

é; Rÿ) = í ð ê é î í ê ÿ î í + 1 í (2.22)

I De…nindo o portfólio g como o portfólio de fronteira global, temos

w = 1

í 1 (2.23) ê = î í (2.24) ì

(26)

20 2. Fundamentos teóricos

I Para cada portfólio de fronteira p, exceto o portfólio de fronteira global , existe um

único portfólio de fronteira que tem covariância zero com p, que é denominado de

portfólio com beta zero em relação a p. A covariância do portfólio com qualquer

outro ativo ou portfólio de ativosa é

Co(R

; R) =

1

C

(2.26)

Os portfólios de fronteira que possuem retorno esperado maior ou igual ao retorno esperado

do portfólio de fronteira global são ditos portfólios e…cientes. Estes portfólios têm o maior

retorno esperado de todos os portfólios com menor ou igual variância. Gra…camente, temos:

p

g

op

µ

σ

Figura 2.4 - Portfólios de fronteira sem a taxa livre de risco

Pela Figura 2.4, o portfólio de fronteira global é o ; o portfólio p pode ser considerado

e…ciente e o portfóliooppode ser considerado um portfólio zero-beta em relação ao p

I Considere uma regressão múltipla do retorno de qualquer portfólio R

sobre o retorno

de qualquer portfólio de fronteira R (exceto para o portfólio de fronteira global) e o

retorno de seu associado portfólio zero-betaR

R =

+

1R+

2R + "

(2.2

7)

E( "

jR; R) = 0 (2.2

8)

Os coe…cientes de regressão são:

2 =

Co(R ; R)

2 =

(27)

1 ojo … 21

1 =

(R ; R)

2

= 1

(2.30)

= 0 (2.31)

sendo que

é o beta do ativo

a em relação ao portfólio

I O retorno esperado do ativo a será

= (1

)

+

(2.32)

Exemplo Sejam três portfólios hipotéticos A B e com retornos esperados distintos

= 0

1 02 015 e matriz de covari ncias

12 =

2

4

00100 00061 00042

00061 00400 00252

00042 00252 00255

3

5

Uti-lizaremos a funçãof oo

13 do software MATLAB

!.0.4 a …m de gerar 500 portfólios

e…-cientes. Dessa forma, temos:

0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18 0.2 0.22 0.15

0.16 0.17 0.18 0.19 0.2 0.21

σ

µ

Figura 2.5 - Fronteira e…ciente gerada a partir dos portfólios hipotéticos A, B e C

A seguir, iremos considerar a possibilidade de formar portfólios compostos deN ativos com

12Esta matriz é de posto completo. 13As entradas da função

# $o%& 'o%são o vetor de médias , a matriz de covari(ncias e o n)mero de portfólios e…cientes

(28)

22 *+ ,-/0345/9o: 95;<=>o:

risco e um ativo livre de risco. Introduzindo um ativo livre de risco no modelo de construção

de portfólios, os pesos dos ativos com risco no portfólio deixam de estar restritos a totalizar

um, uma vez que (1 wT

)pode ser investido no ativo livre de risco.

Considerando um ativo livre de risco com retorno R?, o portfólio de fronteira com retorno

esperado @

D será a solução para a otimização restrita:

min

fwg w

T

w (2.33)

sujeito a wT

+ (1 wT

)R? = @

D G

Para resolver este problema, formamos o lagrangiano L, derivamos com respeito a w e

igualamos a zero. Dessa forma, obtemos:

2 w H( R

? ) =0 (2.34)

e então,

w

D =

(@ D R

?)

( R? )

T 1

( R? )

1( R

? ) (2.35)

Podemos expressar w

D como um escalar que depende da média de

I, denotada por J

D;

mul-tiplicada por um vetor de pesos do portfólio, que não depende deI

w

D = J

Dw (2.3

K)

sendo que

J D =

(@ D R

?)

( R? )

T

1( R ? )

(2.3M)

w= 1( R? ) (2.3

O)

Dessa forma, com um ativo livre de risco R?, todos os portfólios de fronteira são uma

com-binação de um dado portfólio de ativos com risco, com pesos proporcionais aw, com o ativo sem risco. Este portfólio de ativos com risco é chamado de portfólio de tangência q (é o

portfólio que pertence a fronteria e…ciente tangenciando a reta CML) com vetor de pesosw

(29)

QRS UoVWXVYo Z[\]ZVYZ 23

w

^ =

1

_ 1

( R` )

1( R

` ) (2.39)

Ébtil proceder-se aos testes do CAPM com base no retorno em excesso esperado por unidade

de risco. O índice de Sharpe oferece esta medida. Tal medida foi criada por Sharpe (19hh),

propondo o termo kZlvkxyYoyzvk]v{]|]Y}kvY]o, e desde então popularizou-se como a principal

medida de desempenho de fundos de investimento. Para qualquer ativo ou portfólio, o índice

de Sharpe é de…nido como a média do retorno em excesso dividida pelo desvio-padrão do

retorno,

~ € =

 €

R`

‚ €

(2.40)

ƒa Figura abaixo, o índice de Sharpe é a inclinação da linha que vai do ativo sem risco (R `;0)

ao portfólio ( €

;‚ €)

14

„ O portfólio † pode ser caracterizado como o portfólio com máximo

índice de Sharpe dentre todos os portfólios de ativos com risco. Fazer o teste de validade

do CAPM para um dado portfólio de mercado equivale a testar se o índice de Sharpe deste

portfólio de mercado é o maior dentre o conjunto de índices de Sharpe considerando todos

os portfólios possíveis.

Rf µ

σ

q a

Figura 2.6 - Portfólios de fronteira com ativo livre de risco

A abordagem topológica proposta por Hansen e‡ichard (19ˆ‰)

15 permite a incorporação de

informações condicionais na fronteira e…ciente. Dessa forma, estudos relacionados ao CAPM

condicional dependem deste resultado.

14Este índice será sempre positivo, pois a reta formada pelos pontos(R

f;0)e( a; a)é crescente.

15Ver detalhes em Cochrane (2001, p.

(30)

24 Œ Ž‘’“”•o– •”—˜™šo–

2.2 Derivação econômica do modelo CAPM não-condicional

Segundo Bonomo ”• ’›. (2004, p. 1œ), o modelo CAPM é obtido das condições de primeira

ordem para que um portfólio seja de fronteira e das condições de “’˜”• š›”’˜™ž. Este

resultado é obtido, conforme já foi mencionado nas propriedades matemáticas do conjunto

e…ciente, a partir do fato de que qualquer portfólio que seja uma combinação linear de

portfólios de fronteira (PF) é igualmente de fronteira, e também a partir das condições

necessárias e su…cientes para que a escolha ótima de um indivíduo seja um PF.Ÿesse caso, a

condição de“’˜”•š›”’˜™ž implica que o portfólio de mercado seja uma combinação convexa

dos portfólios ótimos escolhidos na alocação ótima dos indivíduos e que, conseqüentemente,

seja também um PF. O CAPM é obtido a partir deste resultado, uma vez que o portfólio de

mercado é identi…cado como um PF.

Para se chegar a esse resultado é preciso, em primeiro lugar, de…nir o conceito de separação em

dois fundos. Tem-se separação em dois fundos quando, dado um portfólio factível, existe um

portfólio formado por dois fundos m tuos de tal modo que um indivíduo o pre…ra fracamente

em relação ao portfólio original. Podemos identi…car estes dois fundos m tuos como PF.

O fato de esses dois portfólios serem de fronteira garante que qualquer combinação linear

deles também o seja. Como o vetor de pesos de qualquer PF é unicamente determinado e

quaisquer dois PF geram toda a fronteira, quaisquer dois PF podem ser fundos m tuos, o que

implica que cada indivíduo detém um PF. O mercado em equilíbrio implica que o portfólio

de mercado é uma combinação convexa de PF e que, portanto, também será de fronteira.

O CAPM, sendo um modelo, foi construído em cima de certas hipóteses simpli…cadoras da

realidade. Ao se proceder a essas simpli…cações, não interessa discutir a razoabilidade das

hipóteses, mas sim, testar um modelo do ponto de vista de sua capacidade para ajudar a

entender e prever o processo modelado. Segundo Ÿakamura (199œ, p. 25) e Iudícibus”• ’›.

(2004, p. œ9-90) , são elas:

I Os investidores buscam maximizar a utilidade esperada de suas riquezas através de

escolhas de carteiras de títulos com base em seus retornos e desvios-padrão, sobre

o horizonte de um período, pois no modelo CAPM não-condicional uniperiódico se

(31)

¡¢ ¡ £¤¥¦§¨ção ¤©oªô«¦©¨ ¬o «o¬¤­o ®¯°± ªão²©oª¬¦©¦oª¨­ 25

I Os investidores nunca estão satisfeitos, buscando sempre o portfólio com maior retorno

esperado, dentre os portfólios com mesmo risco;

I Os investidores são avessos ao risco, de modo que diante de dois portfólios alternativos

com igual retorno esperado, escolherão o que tiver menor desvio-padrão;

I Todos os títulos são perfeitamente divisíveis e perfeitamente líquidos, i.e., são

negocia-dos por inteiro ou por suas frações ao preço corrente;

I Há uma taxa livre de risco à qual o investidor pode emprestar ou tomar emprestado

qualquer quantia, e não há restrições para vendas a descoberto;

I Impostos ou custos de transação são irrelevantes;

I Todos os investidores têm o horizonte de um período;

I A taxa livre de risco é a mesma para todos os investidores;

I Há informação livre e instantaneamente disponível para todos os investidores;

I Os investidores têm expectativas homogêneas, ou seja, têm as mesmas percepções em

relação a retornos esperados, desvios-padrão e covari³ncias entre os retornos dos

portfó-lios;

I as operações individuais de investidores de compra e venda de títulos não afetam o

preço de mercado;

I os investidores são racionais e preferem mais consumo, em qualquer período, e são

indiferentes quantoà forma de …nanciamento desse consumo.

Como se pode observar, é feita a suposição de que os mercados são perfeitos, i.e., não existem

barreiras que impeçam o livre investimento dos indivíduos, tais como: divisibilidade …nita,

impostos, custos de transação e taxas diferentes de captação e aplicação.

Além do mais, como há completa concord³ncia entre os investidores acerca das estimativas

dos retornos esperados dos ativos, bem como das vari³ncias, covari³ncias e do nível da taxa

livre de risco, é razoável admitir que os investidores analisariam os ativos e determinariam o

mesmo portfólio de tangência, obtendo, em equilíbrio, a mesma composição de pesos ótimos.

Tendo o mesmo conjunto e…ciente, a´nica razão na qual os investidores escolheriam portfólios

diferentes seria a existência de curvas de indiferença especí…cas (µA¶AMU·A, 199¸, p. 2¹).

(32)

2º »¼ ½¾¿ÀÁÂÿÄoÅ ÄÃÆÇÈÊoÅ

que a combinação com o ativo livre de risco é que depende das curvas de indiferença.

Em equilíbrio, cada investidor desejará manter um certo montante positivo de cada ativo

com risco. Ademais, o preço corrente de mercado de cada ativo estará num nível tal que

o nËmero de ações demandadas seria igual ao nËmero de ações ofertadas. Ainda, o ativo

livre de risco estará num nível em que o total emprestado igualará o montante aplicado. Em

equilíbrio, portanto, as proporções do portfólio de tangência corresponderão Ìs proporções

do que é conhecido como portfólio de mercado (ÍÎÈÀÏ p. 2º).

O portfólio de mercado é um portfólio consistindo de todos os ativos da economia, cuja

proporção investida em cada ativo corresponda ao seu valor relativo de mercado, que é igual

ao valor de mercado agregado do ativo dividido pelo valor de mercado agregado de todos os

ativos.

Em teoria, o portfólio de mercado é formado por outros tipos de investimento além de ações,

tais como: debêntures, imóveis, obras de arte etc. Dada a impossibilidade de se adquirir o

portfólio de mercado, toma-se normalmente uma ÐÇoÑÒ, tal como o SÓP 500, nos EUA, e o

índice BOVESPA, no Brasil.

Segundo Ingersoll Jr (19ÔÕ, p. 12º), portfólios e…cientes são aqueles para os quais não existem

outros com retorno esperado igual ou superior e risco menor. Sob a hipótese de um agente

representativo em um mercado perfeito, Ingersoll Jr (19ÔÕ, p. 195) demonstra que o conjunto

de portfólios e…cientes é convexo e, em particular, o portfólio de mercado é e…ciente em um

mercado completo, o que não é necessariamente satisfeito quando o mercado é incompleto16.

Um mercado completo garante a existência de um agente representativo e, assim, a…rma-se

que um agente representativo é aquele para o qual o portfólio de mercado é o portfólio ótimo

de se possuir (ÍÎÈÀ., p. 21Õ).

A criação de valores mobiliários …nanceiros não altera o equilíbrio alcançado em um mercado

incompleto visto que estesÖnovosÖativos já podiam ser obtidos a partir dos ativos complexos

comercializados; similarmente, o equilíbrio a partir de um agente representativo também não

16Um mercado …nanceiro é incompleto quando nem todo o pagamento numa data futuraTpode ser replicado com todos

(33)

ÙÚ Ù ÛÜÝÞßáäåo ÜæoèéêÞæá ëo êoëÜìo íîïð èåoñæoèëÞæÞoèáì 2ò

é afetado. Em relação ao CAPM, por se tratar de um modelo de preci…cação de ativos

por argumentos de equilíbrio, convém tratar brevemente das conseqõências da introdução de

valores mobiliários …nanceiros a …m de completar um mercado. Em mercados incompletos

a preci…cação de ativos via CAPM torna-se inválida, sendo o modelo incorreto tanto para

os ativos originais da economia como para os que foram introduzidos. Este fato não ocorre

caso o mercado original, i.e., o mercado anterior ö inserção dos novos valores mobiliários

…nanceiros, for efetivamente completo, haja vista que não haverá incentivo por parte de

nenhum dos agentes para que sejam transacionados os novos ativos criados (÷øÞë., p. 205).

Entretanto, a não-validez do CAPM pode ser evitada até mesmo em mercados que não

se-jam efetivamente completos. Caso os ativos complexos existentes na economia representem

investimentos irreversíveis, previamente …xados ou que sejam investimentos discricionários

com retornos estocásticos constantesöescala e, além disso, os retornos dos ativos complexos

desconsiderando-se os valores mobiliários …nanceiros possuam distribuição elíptica

multivari-ada, é demonstrado que a preci…cação por equilíbrio via CAPM é válida tanto no mercado

original como no mercado efetivamente completo pela introdução de novos valores

mobi-liários …nanceiros, com a ressalva de que o portfólio de mercado pode ser diferente antes e

após o mercado se tornar efetivamente completo, assim como a estrutura de covariùncia entre

os ativos (÷øÞë., p. 20û).

As derivações de Sharpe (19û4) e Lintner (19û5) para o modelo CAPM assumem a existência

de um banco ideal constante.17 Para esta versão, o retorno esperado do ativo ý é

þ[Ri] =R ÿ +

im(þ[Rm] R

ÿ) (2.41)

com

im=

Co [Ri; Rm] Var[Rm]

(2.42)

sendo que Rm é o retorno do portfólio de mercado, Rÿ é o retorno do ativo livre de risco

e

im é uma medida do risco sistemático. A versão Sharpe-Lintner pode ser expressamente

mais compactada em termos dos retornos em excessoZi Ri R ÿ

:

17Pode-se tomar e emprestar dinheiro

(34)

28 2. Fundamentos teóricos

E[i] =

imE[m] (2.43)

com

im =

[i;m] ar[m]

(2.44)

sendo que m representa o retorno em excesso em relação ao portfólio de mercado.

Na ausência da taxa livre de risco, Black (1972) derivou uma versão do CAPM mais geral. Nesta versão, conhecida por zero-beta, o retorno em excesso esperado do ativoem relação ao

retorno zero-betaR é linearmente relacionado com o seu beta. O modelo CAPM zero-beta

terá a seguinte representação:

E[Ri] =E[R ] +im(E[Rm] E[R ]) (2.45)

sendo que Rm é o retorno do portfólio de mercado, e R é o retorno do portfólio

zero-beta associado com Rm Ele é de…nido como sendo o portfólio (não-observável) de mínima

variância de todos os portfólios não-correlacionados com o portfólio de mercado.

2.2.1 Pré-requisitos conceituais

Distribuição elíptica multivariada Segundo Bonomo et al. (2004, p. 24), ao

ado-tar o procedimento de estimação do modelo CAPM da versão Sharpe-Lintner18 assumindo

normalidade multivariada, estamos estimando uma matriz de covariâncias dos estimadores

de forma incorreta. Isso cria um viés nas estatísticas dos testes de hipóteses. Mackinlay

e Richardson (1991) quanti…cam o viés e mostram que, ao assumir a hipótese de

normali-dade multivariada, com retornos de ações IID, em detrimento da hipótese de distribuição t

de Student multivariada, com retornos de ações IID, estaremos rejeitando a hipótese nula

de validade do modelo mais freqüentemente do que deveríamos. Os autores declaram que o

viés é re‡exo do fato de que a variância condicional dos erros no modelo, que assume

nor-malidade, não é mais independente do retorno do portfólio de mercado. ellner (1971 apud

(35)

Dvção oô o oo APM ão-oo 29

MACKILAY & ICHADSO, 1991, p. 51) chega ao seguinte resultado para o caso da t multivariada:

ar( j

m) =

2

1

1 + (m m) 2

( 2)! 2 m

(2.46)

sendo que:

ar( j

m) é a vari"ncia condicional dos erros no modelo CAPM.

m representa o excesso de retorno do portfólio de mercado # no instante$% representa o número de graus de liberdade da distribuição t multivariada.

m representa a média do excesso de retorno do portfólio #%

! 2

m representa a vari"ncia não-condicionada do excesso de retorno do portfólio # %

representa a matriz de covari"ncias do termo de erro

%

Segundo Campbell ' . (199(, p. 210), a distribuição t multivariada

19 para os retornos

de ações pode ser motivada tanto empiricamente quanto teoricamente. Hamada e Valdez

(2004) derivaram o modelo CAPM, na versão Sharpe-Lintner, sob a consideração de que o

vetor (Ri; Rm) pertença ) classe das distribuições elípticas (e.g. distribuição t multivariada

e distribuição normal multivariada).

Hu¤er e Park (2005) construíram um teste a …m de avaliar a hipótese de distribuição elíptica

simétrica multivariada. Este teste não pode ser aplicado no nosso contexto de retornos de

ações, pois há a suposição de que as* observações provenientes dos vetores aleatórios * 1

sejam IID20. Portanto, admitiremos a plausibilidade dat multivariada conforme argumentos

passados.

De…nição: Um vetor aleatório X = (X1;X2;%% %+X ,)

T

tem uma distribuição elíptica com

par"metros , 1

e

, ,

se a função característica21 puder ser expressa da seguinte forma:

/

h

eitTX

i

= exp 0t T

g 1 t

T

t (2.4()

19A utilização da distribuiçãotmultivariada em retornos de ações implica consistência entre a análise retorno

esperado-vari3ncia e a maximização da utilidade esperada. Ver Ingersoll Jr (194 5, p. 104).

20

9o próximo capítulo, concluímos pela rejeição da hipótese IID em uma amostra signi…cativa de ativos com alta

liquidez.

(36)

30 ;< =>?@BGH?IoJ IHLOQSoJ

sendo queU W(

[)é uma função escalar conhecida como geradora de densidade 22,t\

= (t1; t2] [[ [ ^t

_)

e é dado por:

=AA\

(2.4`)

para alguma matriz A

_ m [

Se a variável aleatória b apresenta distribuição elíptica, então a representação poderá ser

expressa do seguinte modo:

b f

W( ; ; U

W)

Uma função de densidade de probabilidades (f.d.p.) elíptica será obtida pela seguinte

ex-pressão:

h j(

x) = k

W

(det[ ])1q2 U

W (x ) \ 1

(x ) (2.49)

sendo que k

W é a constante de normalização obtida por Landsman e Valdez (2002 Bw>@

HAMADA yVALDEz, 2004, p. {) de acordo com a expressão [Wq2] |

p=2 R1

0 x W q2 1

U W(

x)} x 1

;

~é o parmetro de locação e é a matriz de covarincias.

Para a distribuição t multivariada, a função U

W será igual a:

U W(

x) = 1 + x €

( +p) 2

(2.50)

Substituindo (2.50) em (2.49), tem-se que:

h

j(x) =

[W q2] |

p=2 R1

0 x W q2 1

1 +  ‚

( +p) 2

} x 1

det[ ]1q2

1 + (x )

\ 1

(x )

€

( +p) 2

=

W+‚ 2

‚

2 [ƒ(€)] Wq2

det[ ]1q2

1 + (x )

\ 1

(x )

€

( +p) 2

(2.51)

Podemos também expressar (2.51) da seguinte forma:

22As condições necessárias e su…cientes para que uma função escalar seja um geradora de densidade se encontram em

(37)

  ‘’“”•–—˜o ’™oš›œ”™– o œo’žo Ÿ ¡¢ š˜o£™oš”™”oš–ž 31 ¤ ¥( ¦) = (§) ¨©2

ª+¨ 2

¨ 2 «

ª©2

det[ ]1©2

(x )¬ 1

(x ) +§

( +p) 2 ;

¦2R (2.52)

Chou (2000, p. 4­0) diz que as distribuições elípticas podem servir para a validade da

estrutura de e…ciência média-vari®ncia devido as mesmas serem, parcialmente ou totalmente

(e.g. dist. normal), caracterizadas pela média e pela vari®ncia.

A classe de distribuições elípticas possui a propriedade de lineariedade que é muito ¯til na

teoria de portfólios, ou seja, se assumirmos que os retornos de ativos possuem distribuição

elíptica, então o retorno do portfólio destes ativos terá distribuição elíptica.

Matematica-mente, se° ±

²1( ±

; 2 ±

;³1) com´= 1;µµ µ ¶·;então a soma S=°1+°2+µµ µ+°

¸ terá a

seguinte distribuição:

S ²

¸( ¬

; ¬

;³1) (2.53)

Um resultado crucial a ser utilizado na derivação do modelo CAPM é o Lemma de Stein para

distribuições elípticas. Sendo assim:

Lemma de Stein Seja um vetor bivariado(°;¹) ²2( ; ;³2)com gerador de densidade

denotado por³2, = º

¥ º

»

e = ¼

2 ¥ ¼ ¥» ¼ »¥ ¼ 2 »

µ Se½ é uma função diferenciável de °,

então:

¾¿À[½(°);¹] = Á

~

Á

¾¿ À[°;¹] ²[½Â( ~°)] (2.54)

sendo que°~ ²1 º ¥

¶¼ 2 ¥

; R ³2 eÁ~é a constante de normalização de °µ~

É importante notar que não há a necessidade de que as variáveis° e¹ devam ser IID a …m

de se obter o resultado mostrado em (2.54). A classe de distribuições elípticas (e.g. t

multi-variada) proporciona uma maiorÃexibilidade para a modelagem das caudas da distribuição

com a possibilidade de que os retornos dos ativos possuam valores extremos com

probabi-lidades signi…cantes. A estrutura de dependência dos retornos será captada pela matriz de

covari®ncias e pela função geradora de densidade.

Equação básica para a preci…cação de ativos Esta revisão de conceitos se encontra

(38)

32 ÆÇ ÈÊËÌÍÎÏËÐoÑ ÐÏÒÓÔÕoÑ

função utilidadeÖ(× Ø;

×

Ø+1)na qual é de…nida sobre valores de consumo atual e futuros,

Ö(× Ø;

× Ø+1) =

Ù(× Ø) +

ÚÛ Ø[

Ù(×

Ø+1)] (2.55)

sendo que×

Ø denota o consumo na data

Ü Ý FreqÞentemente utiliza-se de uma função utilidade

potência, cuja expressão é dada por:

Ù(× Ø) =

1

1 ß

× 1 á

Ø (2.5

ä)

O limite quandoß !1 é

Ù(×) = ln(×) (2.5å)

A expressão (2.5å) é denominada de função utilidade logarítmica. æa função utilidade

log-arítmica, o consumo do investidor é proporcional a sua riqueza. A função utilidade captura

o desejo fundamental por mais consumo, ao invés do desejo por objetivos intermediários tais

como a média e a variència do portfólio. A função utilidade Ù( ) é crecente, reéetindo um

desejo por mais consumo, e côncava, reéetindo um declínio do valor marginal do consumo.

Assume-se que os investidores podem livremente comprar ou vender o êÍëo¤ ì Ø+1

23

con-forme o desejo deles ao preço í Ø

Ý

îuanto eles deveriam comprar ou venderï Para encontrar

a solução desta resposta, denota-se poreØ o nível de riqueza emt, e

ð a quantidade de ativos

que ele escolhe comprar. Então, o problema será:

max

fñg

fÙ(× Ø) +

Û Ø[

ÚÙ(×

Ø+1)]g (2.5

ò)

Ou seja, qual é a cesta de ativos que maximiza (2.5ò), considerando o desejo de consumo do

investidor em t (hoje) e o valor presente do seu desejo de consumir em×

Ø+1 descontado pela

taxa de impaciência ao consumo Ú característica do investidor.

sujeitoõs restrições

× Ø=eØ

í Ø

ð (2.59)

23

öão se deve confundir o conceito de÷øùo¤ emxt+1com o conceito de lucro ou retorno; o÷øùo¤ emxt+1equivale ao

(39)

ûý û þÿrivação ÿconômica do modÿlo CAPM não-condicional 33

t+1 =et+1+ x

t+1

(2.60)

Substituindo (2.59) e (2.60) em (2.58), obtemos:

max

fg

fu(e t

p t

) +E t[

u(e t+1+

x t+1

)]g (2.61)

Derivando (2.61) com respeito a e igualando a zero, obtemos

p t

u´( t) =

E t[

u´( t+1)

x

t+1 (2.

62) ou p t = E t u´(

t+1) u´(

t) x

t+1 (2.

63)

O investidor compra mais ou menos do ativo até que a validade da condição de primeira

ordem expressa em (2.63) seja satisfeita.

Sendo que será denominado de fator de desconto estocástico (ou taxa de substituição

marginal). Assim,

t+1 =

u´( t+1) u´(

t)

(2.64)

Se não houvesse incerteza, poderíamos expressar os preços via a equação padrão do valor

presente: p t = 1 rf x

t+1 (2.

65)

sendo querf é a taxa bruta livre de risco.

Portanto, (2.63) se tornará:

p t= E t[ t+1 x

t+1] (2.

66)

ou

(40)

34 2. Feos eó os

Para ações, o yo¤

+1 será igual ao preço

+1 mais o dividendo d+1

: Freqüentemente,

divide-se oyo¤

+1 pelo preço

a …m de obter o retorno bruto

r+1 =

+1

(2.)

Aplicandolog( ) em (2.), obtemos o retorno composto continuamente R +1;

R+1 = ln

+1

(2.9)

Supondo a existência de um retornoR como umyo¤ de preço unitário. Se você pagar um

real hoje, o retorno será a quantidade de reais ou de unidades de consumo que você obterá

amanhã. Dessa forma,

1 = [ ] (2.0)

Como o ativo livre de riscoR é independente do fator ,

R = 1

=[] (2.1)

Somente o risco sistemático gera uma correção de risco ao preço. A …m de dar signi…cado a

esta frase, podemos decompor um yo¤ em uma parte correlacionada como o fator e

uma outra parte idiossincrática não correlacionada com o fator

=proj(j) + (2.2)

Então, o preço do resíduo ou do risco idiossincrático é zero, e o preço de é o mesmo que o

preço de sua projeção em : A projeção de em é a parte de no qual é perfeitamente

correlacionada com : O componente idiossincrático de qualquer yo¤ é a parte

não-correlacionada com: Projeção signi…ca uma regressão linear sem constante,

proj(j ) =

[] [

2] (2.3)

O preço da proj(j)resultará em:

(proj(j)) =

[] [

2] =

[] [

2] 2 =

(41)

D !"#o $o%&'$! (o 'o()o *+,/ %#o0$o%($o%!) 35

Sendo assim, os ativos que se encontram na fronteira e…ciente são perfeitamente

correlaciona-dos uns com os outros e com o fator 13 Pode-se construir um fator de desconto 1 a partir

de qualquer retorno da fronteira e…ciente (excetoR4) (COCH

RANE, 2001, p. 20).

Cochrane (2001, p. 20-21), declara a seguinte propriedade para a fronteira e…ciente:

I Cada ponto da fronteira e…ciente apresenta correlação negativa perfeita com o fator de

desconto estocático1(e correlação positiva perfeita com o consumo), portanto, em um

modelo uniperiódico, pode-se escolher constantesa e b tal que:

1=a+b5

9; (2.

<5)

sendo que R9; é qualquer portfólio de fronteira. Para o caso do modelo CAPM

não-condicional uniperiódico, R9; será …xado como sendo o portfólio de mercado (ou portfólio

de riqueza) Rm (COCHRANE, 2001, p. 152)3 O fator de desconto 1 será denotado por 1 ;

1 =a+

b5m (2.<>)

Para o modelo CAPM zero-beta, o retorno do portfólio zero-beta Ro? associado com o

portfólio de mercado (ver Figura 2.4) terá a seguinte propriedade:

@B G[1 ; R

o?] = 0 (2.

<<)

Dessa forma,

H[R

o?] = 1

IH[1 ] (2.<J)

Como @BG[KLO] = H[K O] H[K]H[O]; para quaisquer G3Q3 K e O; a equação (2.<0) pode

ser escrita da seguinte forma:

1 =H[ 1 ]

H[Ri] +

@BG[1 ; Ri] (2.

<9)

Substituindo (2.<1) em (2.<9), obtemos:

H[Ri] R

4 = R4

@B G[1 ; Ri] (2.J0)

(42)

3S TU VWXYZ[\X]o^ ]\_`gho^

j[Ri] j[R kq] =

j[R km]

wz{[| ; Ri] (2.}1)

Substituindo Ri por Rm em (2.}0), obtemos:

j[Rm] R

~ = R~

wz{[| ; Rm] (2.}2)

Dividindo (2.}0) por (2.}2), teremos:

j[Ri] R ~ j[Rm] R

~

= wz{[| ; Ri] wz{[| ; Rm]

(2.}3)

earrajando (2.}3), obtemos:

j[Ri] =R ~ +

wz{[| ; Ri] wz{[| ; Rm]

(j[Rm R

~) =R~ + €

im(j[Rm R

~) (2. }4)

sendo que o componente €

im é não-observável, pois não conhecemos explicitamente o fator

| 

Para que a condição de lineariedade em (2.}4) seja satisfeita, devemos supor algum tipo de

função utilidade para| (e.g. logarítmica) e/ou alguma distribuição de probabilidades para

o par (Ri; Rm) Supondo que o par (Ri; Rm) tenha uma distribuição elíptica bivariada (e.g.

distribuição t bivariada), podemos utilizar o Lemma de Stein para distribuições elípticas

declarado em (2.54). Sendo assim, utilizando-se de (2.54), (2.‚S) e (2.S4),€im resultará em:

€ im =

wz {[| ; Ri] wz{[| ; Rm]

=

(ƒ„~ƒ) wz{[a+… †m; Ri] €j

h

‡ˆˆ(~‰t+1) ‡ˆˆ(~‰t)

i

(ƒ„ƒ~) wz{[a+… †m; Rm] €j

h

‡ˆˆ(~‰t+1) ‡ˆˆ(~‰t)

i (2.}5)

Como wz {[Š+‹;w] = wz{[ŠŒw] + wz{[‹;w] e wz{[ŠŒ‹] = wz{[Š Œ‹] (a 2 R); para

quaisquer { Š Œ ‹ e w;obtemos:

€im =

wz{[a; Ri] +… wz{[Rm; Ri] wz{[a; Rm] +… wz{[Rm; Rm]

= wz{[Rm; Ri] Žar[Rm]

=€im (2.}S)

A derivação econômica mostrada acima não supõe a condição de que os retornos de ações

(43)

‘ ’“”• – —˜™oš›œžo ’o˜Ÿá ¡¢ 3£

utilidade logarítmica24. Cochrane (2001, p. 152-1

¤0), ao contrário, derivou o CAPM de

Sharpe-Lintner via suposições de algumas funções de utilidade (e.g. exponencial, quadrática

e a logarítmica). ¥o caso da função logarítmica, Cochrane mostrou que a hipótese de

nor-malidade multivariada e a da conjectura IID podem ser relaxadas.

Analogamente ao que foi realizado em (2.¦5), pode-se derivar o modelo CAPM zero-beta,

utilizando-se de (2.¦1) ao invés de (2.¦0).

2.3 CAPM e Informação Contábil

Segundo Iudícibus–Ÿ œ¢. (2004, p. 91), o CAPM faz a conexão entre as taxas de retornos

re-queridas para uma ação (título) e as informações contábeis. A taxa de retorno requerida para

uma ação, dada pelo CAPM, é utilizada como taxa de juros para cálculo do valor presente

de um título, pois o valor corrente do título é expresso pelo valor presente dos§uxos de caixa

futuros. A ligação entre os dados contábeis e o CAPM é muito simples: a Contabilidade

fornece dados passados sobre os diversos §uxos de caixa, lucros, dividendos e outras

infor-mações, que podem ser utilizadas como parâmetros de avaliação da empresa, principalmente

aquelas informações que possibilitam a projeção de dados futuros. Ou seja, se as informações

contábeis fornecem evidências de comportamentos de §uxos de caixa futuros, estas são

uti-lizadas como determinantes do valor de uma empresa. ¥o caso de avaliação de entidades,

o lucro é uma das principais …guras contábeis utilizadas como substituto do §uxo de caixa.

Portanto, os lucros passados podem ser grandes fontes de informação sobre lucros futuros, e

indiretamente, dos §uxos de caixa futuros. Mais especi…camente, as informações contábeis

que são divulgadas possuem a característica de poder ou não alterar as expectativas do

mer-cado com relação ao valor da entidade. O CAPM, fornecendo um dos principais dados para

avaliação de ativos, adicionado às informações contábeis disponíveis para o mercado,

com-põe uma parcela das ferramentas empíricas para se testar a relevância da informação contábil

na avaliação de ativos, mais especi…camente entidades e suas ações. Em outras palavras, o

valor de uma entidade (ou de suas ações) é igual ao valor presente dos §uxos de caixa

fu-24

¨ubinstein (19© ª) mostra que o decisor logarítmico é o mais racional economicamente. Esta função é crescente e

(44)

3« ¬­ ®¯°±²³µ°¶o· ¶µ¸¹º»o·

turos, dado pelas taxas de retorno requeridas para a entidade (expressas pelo CAPM). Caso

informações contábeis alterem expectativas sobre o futuro da entidade, as taxas de retorno

requeridas também estarão sendo alteradas, implicando alterações de preços correntes.

Por-tanto, o CAPM pode ser utilizado para a veri…cação da relev¼ncia ou não das informações

contábeis para o mercado de capitais, através do estabelecimento de relações entre alterações

de informações contábeis e alterações de preços (de taxas de retorno requeridas).

Outro aspecto relevante da relação entre o CAPM e as informações contábeis são as possíveis

indicações de risco que essas informações podem possuir. Por exemplo, se as alterações (ou

novidades) de informações contábeis (e.g. lucro) estiverem relacionadas com alterações de

risco (e.g. ½utuações da vari¼ncia esperada de½uxos de caixa futuros), a informação contábil

pode estar sendo relevante na indicação do risco da entidade, o que altera a taxa de retorno

requerida (portanto, altera os níveis de preços). Caso isso não ocorra, a informação tanto

pode não ser relevante, como somente pode estar con…rmando expectativas de mercado (¾¿º±.,

p. 92).

O beta das empresas é uma medida da sensibilidade dos retornos de um título ou de um

portfólioÀvariabilidade dos retornos do portfólio de mercado e pode ser calculado mediante

regressão linear dos retornos das ações de uma determinada empresa, em oposição aos retornos

dos índices do mercado acionário, conforme equação do modelo de mercado. Entretanto,

di…culdades para utilização do beta de mercado podem surgir em ambientes nos quais o

mercado acionário não é tão representativo de sua economia ou em casos em que a entidade

não possua suas ações negociadas no mercado, por exemplo. Áesses ambientes, o beta contábil

pode ser um substituto do beta de mercado, pois medianteÂuma regressão do poder de lucro

básico (LAJIR25=Ativos T otais) de uma empresa, com o passar do tempo, em oposição ao

poder de lucro básico médio de uma grande amostragem de empresasÂ, pode-se estimar o

risco de determinada empresa comparativamente Às demais empresas daquele mercado. A

denominação beta contábil é conseqÃência dos dados inputados no modelo, pois, no lugar

de dados obtidos do mercado acionário, o investidor utiliza dados provenientes das

demons-trações contábeis, sendo utilizadas as médias e vari¼ncias de índices (de retorno contábil,

geralmente) como estimação do risco da empresa. Ou seja, pode-se realizar uma regressão

(45)

ÄÅÆ ÇÈÉÊ Ë ÌÍÎoÏÐÑÒÓo ÇoÍÔÕÖ×Ø 39

dos retornos contábeis de ativos especí…cos da entidade (ou da entidade em sua totalidade)

contra o retorno contábil médio dos ativos de uma grande amostra de empresas (ÌÖ×ÙÚ p. 93).

Ûormalmente, a literatura de análise de balanço apresenta a fórmula da rentabilidade do ativo

como o quociente entre o lucro líquido (LL) e o total de ativos. Ûo caso da formulação do beta

contábil, ajusta-se aquele índice de rentabilidade, alterando-se o numerador em função das

despesas …nanceiras e da carga tributária incidente sobre o lucro. Portanto, substitui-se o LL

pelo LAJIÜ. A substituição do LL pelo LAJIÜé necessária por motivos óbvios, a…nal, o beta

contábil trabalha com a regressão do índice de rentabilidade do ativo de uma empresa em

oposiçãoÝquele índice de diversas outras empresas, durante determinado período de tempo.

Como empresas diferentes têm estruturas de …nanciamento diferentes, incorrem em despesas

…nanceiras signi…cativamente distintas. Por outro lado, nós sabemos que a carga tributária é

alterada ao longo do tempo, o que pode causar impactos signi…cativos no lucro das empresas

ao se analisar uma série de tempo. Daí por que somar ao lucro líquido as despesas …nanceiras

e o Imposto de Üenda (ÌÖ×ÙÚ p. 93).

Segundo Watts e Þimmerman (19ßä, p. 11å-120 ÑæèÙ IUDéCIBUS ËÔ ÑØ., 2004, p. 93), se

os lucros contábeis forem aproximadores dos êuxos de caixa, um beta contábil (dado pela

covariëncia entre os lucros da entidade e os lucros do mercado, dividido pela variëncia dos

lucros do mercado) poderia ser também um aproximador do beta da entidade. E mais,

haveria a possibilidade de que os lucros contábeis fossem utilizados para obter estimativas

do beta da entidade. Ûão só os lucros podem ser utilizados como fonte de estimativa do

beta da entidade. Outras …guras contábeis também podem ser utilizadas, assim como dados

contábeis das dívidas, das despesas …nanceiras, entre outros. Dessa forma, estes modelos

construídos para se calcular o beta contábil podem ser validados estatisticamente via os

(46)

Referências

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