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Prevalência de alérgenos nos produtos dermatológicos brasileiros

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Academic year: 2017

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(1)

Vanessa Barreto Rocha

PREVALÊNCIA DE ALÉRGENOS NOS PRODUTOS

DERMATOLÓGICOS BRASILEIROS

Universidade Federal de Minas Gerais

(2)

I

Vanessa Barreto Rocha

PREVALÊNCIA DE ALÉRGENOS NOS PRODUTOS

DERMATOLÓGICOS BRASILEIROS

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-graduação em Ciências Aplicadas à Saúde do

Adulto da Faculdade de Medicina da

Universidade Federal de Minas Gerais, como

requisito parcial para obtenção do título de

Mestre em Ciências Aplicadas à Saúde do

Adulto (área de concentação: Ciências

Clínicas)

Orientadora: Prof

a

. Flávia Vasques Bittencourt

Coorientadora: Prof

a

. Carla Jorge Machado

Belo Horizonte

(3)

II

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Reitor

Prof. Jaime Arturo Ramírez

Vice-Reitora

Prof

a

. Sandra Regina Goulart Almeida

Pró-Reitor de Pós-Graduação

Prof. Rodrigo Antônio de Paiva Duarte

Pró-Reitora de Pesquisa

Prof

a

. Adelina Martha dos Reis

FACULDADE DE MEDICINA

Diretor

Prof. Tarcizo Afonso Nunes

Coordenadora do Centro de Pós-Graduação

Prof

a

. Sandhi Maria Barreto

Chefe do Departamento de Clínica Médica

Prof. Unaí Tupinambás

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS APLICADAS À SAÚDE DO

ADULTO

Coordenadora

Prof

a

. Teresa Cristina de Abreu Ferrari

Subcoordenador

Prof. Paulo Caramelli

Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Saúde do Adulto

Prof

a

. Teresa Cristina de Abreu Ferrari

Prof

a

. Valéria Maria Azeredo Passos

Prof

a

. Gilda Aparecida Ferreira

Prof. Paulo Caramelli

Prof

a

. Rosângela Teixeira

(4)

III

AGRADECIMENTOS

À Professora Flávia Vasques Bittencourt, minha orientadora, que aceitou

o desafio de pesquisar por caminhos que não faziam parte de sua linha de pesquisa

principal, que provocou o sonho e o tornou realidade, com paciência indiscutível. O

PPAC não existiria sem você.

À Professora Carla Jorge Machado, minha coorientadora, que me acolheu

com disponibilidade ímpar, atenção, confiança e afeto, e à sua família, seu esposo

Eduardo, seus filhos Marcelo e Teresa, sempre me ajudando com os números e as

tabelas.

Aos Professores Bernardo Gontijo e Geraldo Magela Magalhães, pela

solícita participação na banca de qualificação, suas excelentes considerações e

grande incentivo ao PPAC.

À Dra. Maria Antonieta Rios Scherrer, pela minha iniciação nos estudos

de dermatite de contato e pelo incentivo constante, ininterrupto, desde a minha

época de residência.

À Dra. Rosana Lazzarini, pelo estímulo, disponibilidade e carinho desde o

dia em que a conheci no estágio de aperfeiçoamento na Santa Casa de São Paulo,

e pela divulgação incessante do PPAC.

Ao Professor Denny Fabrício Magalhães Veloso, sempre disponível, pela

contribuição na elaboração do projeto, e à sua esposa Denise Sena Veloso, exemplo

de paciência, prima e amiga de toda a vida.

À farmacêutica Karina de Sá Pedras, pela estimável consultoria

relacionada às referências bibliográficas farmacêuticas e às substâncias químicas.

(5)

IV

À Professora Emília Sakurai, exemplo de força vital inesgotável, que me

iniciou nos trabalhos científicos e sempre me incentivou.

Ao meu noivo, Leandro, sempre companheiro, que, com amor,

compreendeu o estresse, o nervosismo, a dedicação aos estudos.

A minha mãe, Maria Helena, amor incondicional, SEMPRE ao meu lado,

mesmo quando eu estou distante, minha base, meu porto seguro.

A São Judas Tadeu, meu protetor.

(6)

V

Senhor, eu sei que Tu me sondas

Sei também que me Conheces

Se me assento ou me levanto

Conheces meus pensamentos

Quer deitado ou quer andando

Segues todos os meus passos

E antes que haja em mim palavras

Conheces meus pensamentos”

(autores diversos)

“Tudo é do Pai

Toda honra e toda glória

É Dele a vitória

Alcançada em minha vida”

(7)

VI

RESUMO

INTRODUÇÃO: Muitos dos conservantes e fragrâncias com potencial de

sensibilização bem conhecido são comumente encontrados nos veículos

dermatológicos. Inexiste no Brasil um banco de dados que classifique os produtos

de prescrição dermatológica conforme a presença deste tipo de alérgeno.

OBJETIVOS: Verificar a presença e a prevalência de alérgenos selecionados nos

veículos dos produtos dermatológicos brasileiros e criar um banco de dados

brasileiro que permita a classificação dos produtos dermatológicos de acordo com a

ausência dos alérgenos selecionados, visando a disponibilização para consulta da

classe médica. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi analisada, a partir do conteúdo de

seus rótulos e/ou bulas, a composição de 921 produtos dermatológicos presentes no

mercado brasileiro, divididos em cosmecêuticos, hidratantes, sabonetes e loções de

limpeza, xampus, medicamentos tópicos

“de marca” e genéricos, medicamentos

injetáveis e protetores solares. Para tal análise, foram selecionados 21 alérgenos.

Não foi feita análise química dos produtos. RESULTADOS: Foram criadas listas de

produtos sem os alérgenos. Destes, o mais prevalente foi a fragrância (61,5%), e o

conservante mais frequente foi o propilenoglicol (37,6%), seguido pelo fenoxietanol

(33%) e pelos parabenos (32,2%). Oitenta e oito por cento dos produtos

apresentaram algum dos alérgenos. A média de alérgenos por produto foi de 2,89,

com desvio-padrão de 1,95 e a mediana igual a três. A classe com maior número de

alérgenos foi a de protetores solares. CONCLUSÃO: Todos os 21 alérgenos

pesquisados foram identificados nos produtos dermatológicos. Foi criado o banco de

dados chamado Programa para Pesquisa de Alérgenos de Contato (PPAC),

disponível no

site

www.ppac.com.br, em que são fornecidas listas de produtos

dermatológicos sem a presença de determinados alérgenos. A disponibilização dos

dados obtidos para consulta da classe dermatológica permitirá a pronta identificação

dos produtos onde tais alérgenos estão presentes, otimizando a prescrição médica e

evitando potenciais iatrogenias aos alérgicos aos veículos dermatológicos.

(8)

VII

ABSTRACT

INTRODUCTION: Many preservatives and fragrances with well known sensitization

potential are commonly found in vehicles of dermatological products. In Brazil a

database that classifies Brazilian dermatological products through the presence of

this kind of allergen does not exist. OBJECTIVES: To assess the presence and

prevalence of selected vehicles in Brazilian dermatological products and to create

Brazilian database that allows the classification of dermatological products in relation

to the absence of these allergens, in order to make it available for physicians’

consultation. MATERIALS AND METHODS: From the contents of the labels and

bulls, the composition of 921 Brazilian dermatological products were analized,

divided into cosmeceuticals, moisturizers, soaps and cleansing lotions, shampoos,

"brand" topical drugs and generic topical drugs, injectable drugs and sunscreens. For

this analysis, twenty-one allergens were selected. No chemical analysis was made.

RESULTS: Lists of products without the allergens were created. The most prevalent

one was fragrance (61.5%), and the most common preservative was propylene glycol

(37.6%), followed by phenoxyethanol (33%) and parabens (32.2%). Eighty-eight

percent of products had at least one of the allergens. The average number of

allergens per product was 2.89, with a standard deviation of 1.95 and a median of

three. The class of products with the highest number of allergens was sunscreens.

CONCLUSION: All 21 allergens were identified in dermatological products. A

database has been created, called Programa para Pesquisa de Alérgenos de

Contato (PPAC), available at

www.ppac.com.br

, where lists of dermatological

products without the presence of certain allergens can be consulted. The availability

of data to query the class dermatological will permit ready identification of products

which these allergens are present, optimizing prescription and avoiding potential

damage to patients that are allergic to dermatological vehicles.

(9)

VIII

LISTA DE FIGURAS

(10)

IX

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Representatividade dos laboratórios pesquisados ... 65

Tabela 2 - Produtos descontinuados, por laboratório farmacêutico... 67

Tabela 3 - Produtos de prescrição dermatológica por classe ... 67

Tabela 4 - Alérgenos selecionados presentes nos produtos pesquisados,

por categoria ... 68

Tabela 5 - Média, mediana, desvio-padrão e coeficiente de variação dos

alérgenos por classe de produtos ... 69

(11)

X

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Bateria padrão brasileira de teste de contato ... 20

Quadro 2 - Bateria brasileira de teste de contato para cosméticos ... 21

Quadro 3 - Lista de possíveis ingredientes ocultos de fragrância ... 50

Quadro 4 - Lista dos 26 ingredientes de fragrâncias e um emulsificante

obrigatoriamente listados nos rótulos dos cosméticos na Europa ... 51

(12)

XI

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT

Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACDS

American Contact Dermatitis Society

ANVISA

Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CAAP

C

ontact Allergen Avoidance Program

CAPES

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CARD

Contact Allergen Replacement Database

CAMP

Contact Allergen Management Program

CAS

Chemical Abstract Service

CTFA

Cosmetic Toiletry and Fragrance Association

Da

Dalton

DCA

dermatite de contato alérgica

DCB

Denominação Comum Brasileira

DCI

dermatite de contato irritativa

DEF

Dicionário de Especialidades Farmacêuticas

DOU

Diário Oficial da União

EUA

Estados Unidos da América

FDA

Food and Drug Administration

FMI

Fragrance mix

I

INCI

International Nomenclature of Cosmetic Ingredient

MHC

Major Histocompatibility Complex

MCI/MI

metilcloroisotiazolinona/metilisotiazolinona

NACDG

North American Contact Dermatitis Group

PPAC

Programa para Pesquisa de Alérgenos de Contato

ppm

partes por milhão

RDC

Resolução da Diretoria Colegiada

THPE

tetrahidroxipropil etilenodiamina

(13)

XII

ÍNDICE

1

INTRODUÇÃO ... 16

2

REVISÃO DA LITERATURA ... 17

2.1

A DERMATITE DE CONTATO ... 17

2.1.1

REAÇÕES CRUZADAS ... 21

2.2

A DERMATITE DE CONTATO ALÉRGICA A PRODUTOS

DERMATOLÓGICOS ... 22

2.3

OS ALÉRGENOS ... 27

2.3.1

OS CONSERVANTES ... 27

2.3.1.1

ÁCIDO SÓRBICO ... 30

2.3.1.2

BUTILIDROXITOLUENO ... 31

2.3.1.3

CLOREXIDINA ... 31

2.3.1.4

TRICLOSAN ... 32

2.3.1.5

ETILENODIAMINA ... 33

2.3.1.6

FENOXIETANOL ... 34

2.3.1.7

METILDIBROMO GLUTARONITRILO ... 34

2.3.1.8

METILCLOROISOTIAZOLINONA/

METILISOTIAZOLINONA ... 35

2.3.1.9

PARABENOS ... 36

2.3.1.10

FORMALDEÍDO E SEUS LIBERADORES ... 38

2.3.1.11

BRONOPOL ... 39

(14)

XIII

2.3.1.13

DIAZOLIDINIL UREIA... 41

2.3.1.14

QUATERNIUM 15 ... 41

2.3.2

O PROPILENOGLICOL ... 42

2.3.3

OS EMULSIFICANTES ... 43

2.3.3.1

TRIETANOLAMINA ... 43

2.3.4

OS EMOLIENTES ... 43

2.3.4.1

LANOLINA E DERIVADOS ... 43

2.3.5

AS FRAGRÂNCIAS ... 46

2.3.5.1

ALGUNS DOS ALÉRGENOS DAS FRAGRÂNCIAS ... 53

3

OBJETIVOS ... 56

3.1

OBJETIVO PRINCIPAL ... 56

3.2

OBJETIVO SECUNDÁRIO ... 56

4

MATERIAIS E MÉTODOS ... 57

4.1

DESENHO DO ESTUDO ... 57

4.2

SELEÇÃO DOS ALÉRGENOS ... 57

4.3

SELEÇÃO DOS PRODUTOS E OBTENÇÃO DOS RÓTULOS E

BULAS

... 59

4.4

ANÁLISE DOS DADOS ... 62

4.5

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ... 63

4.6

CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ... 63

5

RESULTADOS ... 64

5.1

ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS ... 64

(15)

XIV

6

DISCUSSÃO ... 73

6.1

LIMITAÇÕES DO ESTUDO ... 80

7

CONCLUSÃO ... 82

8

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 83

9

ANEXOS ... 97

9.1

ANEXO A

FOLHA DE APROVAÇÃO DO PROJETO PELO

DEPARTAMENTO DE CLÍNICA MÉDICA DA FACULDADE DE MEDICINA UFMG

... 97

9.2

ANEXO B

PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA

UFMG

... 98

9.3

FOLHA DE APROVAÇÃO ... 100

9.4

ANEXO C

ATA DA DEFESA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

... 101

10

APÊNDICES ... 102

10.1

APÊNDICE A

DECLARAÇÃO DE NÃO VIOLAÇÃO DE DIREITOS

AUTORAIS DE TERCEIROS ... 102

10.2

APÊNDICE B

TERMO DE AUTORIZAÇÃO GRATUITA ... 103

10.3

APÊNDICE C

PRODUTOS PESQUISADOS ... 104

10.4

APÊNDICE D

PRODUTOS SEM ÁCIDO SÓRBICO ... 113

10.5

APÊNDICE E

PRODUTOS SEM ÁLCOOL CETÍLICO ... 122

10.6

APÊNDICE F

PRODUTOS SEM ÁLCOOL CETOESTEARÍLICO ..

... 130

(16)

XV

10.8

APÊNDICE H

PRODUTOS SEM BHT ... 146

10.9

APÊNDICE I

PRODUTOS SEM BRONOPOL ... 154

10.10

APÊNDICE J

PRODUTOS SEM CLOREXIDINA ... 163

10.11

APÊNDICE L

PRODUTOS SEM DIAZOLIDINIL UREIA ... 172

10.12

APÊNDICE M

PRODUTOS SEM ETILENODIAMINA ... 181

10.13

APÊNDICE N

PRODUTOS SEM FENOXIETANOL ... 190

10.14

APÊNDICE O

PRODUTOS SEM FORMALDEÍDO ... 197

10.15

APÊNDICE P

PRODUTOS SEM FRAGRÂNCIAS ... 206

10.16

APÊNDICE Q

PRODUTOS SEM IMIDAZOLIDINILUREIA .. 211

10.17

APÊNDICE R

PRODUTOS SEM LANOLINA ... 220

10.18

APÊNDICE

S

PRODUTOS

SEM

METILDIBROMO

GLUTARONITRILO ... 229

10.19

APÊNDICE

T

PRODUTOS

SEM

METILCLOROISOTIAZOLINONA/ METILISOTIAZOLINONA ... 238

10.20

APÊNDICE U

PRODUTOS SEM PARABENOS... 247

10.21

APÊNDICE V

PRODUTOS SEM PROPILENOGLICOL ... 254

10.22

APÊNDICE X

PRODUTOS SEM TRICLOSAN ... 261

(17)

16

1 INTRODUÇÃO

Os produtos dermatológicos são compostos não apenas por princípios

ativos, mas também pelos seus veículos, os excipientes. Entre estes há

conservantes, surfactantes, emolientes, emulsificantes, fragrâncias, entre outros.

Muitos dos conservantes e fragrâncias com potencial de sensibilização

bem conhecido são comumente encontrados nos veículos dos produtos

dermatológicos e sua importância não é amplamente divulgada aos dermatologistas.

No meio dermatológico, os conservantes e as fragrâncias estão entre os

sensibilizantes mais frequentes.

1,2,3,4,5

Além disso, alguns conservantes podem ter

ação irritativa em pacientes mais sensíveis, principalmente se utilizados em pele já

lesada por doenças cutâneas.

Em outros países já existem bases de dados para consulta por médicos

para prescrição para estes pacientes. Entretanto, ainda não é disponível em nosso

país um banco de dados que classifique os produtos dermatológicos brasileiros

conforme a presença deste tipo de alérgeno.

(18)

17

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 A DERMATITE DE CONTATO

A dermatite de contato é uma reação eczematosa causada geralmente

por agentes exógenos que atuam por dois mecanismos etiopatogênicos: irritação

primária e sensibilização. A dermatite de contato irritativa (DCI) ou por irritação

primária decorre da exposição, geralmente repetida, a agentes com propriedade de

causar um dano ao tecido, como, por exemplo, ácidos e bases fortes, sabões,

solventes e água. Por outro lado, a dermatite de contato por sensibilização ou DCA

ocorre por reação imunológica do tipo IV de Gel e Coombs, mediada por células, a

determinado contactante, ao qual o indivíduo já foi previamente sensibilizado.

1,6

Lopes

et al.

relataram que os eczemas em geral foram responsáveis por

14,6% das consultas dermatológicas em clínica pública brasileira.

7

Duarte

et al.

relataram uma frequência de 5,1% de DCA entre os pacientes atendidos em clínica

privada no Brasil em 10 anos.

8

Em 2006, foi realizado inquérito pela Sociedade Brasileira de

Dermatologia, com 932 dermatologistas e em 49 serviços que oferecem residência

médica, que contou com 57 mil consultas realizadas em uma semana. Neste estudo,

houve a presença de 3,9% consultas por dermatite de contato.

9

Apesar de dados

concretos e sistematizados ainda não existirem no Brasil, tanto a DCI quanto a DCA

constituem importante causa de consultas dermatológicas e mesmo de afastamento

dos pacientes de suas atividades, com grande repercussão na qualidade de vida e

impacto ocupacional.

8,10

(19)

18

em lípides, os chamados haptenos. Estas características lhes permitem atravessar a

barreira cutânea e estimular o sistema imunológico de indivíduos susceptíveis,

sensibilizando-os.

1,11,12

O hapteno forma ligações covalentes com as proteínas da

pele, formando o antígeno, e este conjugado se liga a glicoproteínas da membrana

plasmática de células apresentadoras de antígeno, como as células de Langerhans

ou as células dendríticas.

11

Estas

atuam internalizando, processando e

transportando os antígenos ligados ao complexo principal de histocompatibilidade

(

Major Histocompatibility Complex

MHC) até os linfócitos T dos linfonodos

regionais, através dos vasos linfáticos aferentes. É desta forma que se dá o

processo de sensibilização,

13

e

a falta de integridade da barreira epidérmica parece

ser o primeiro passo para o seu desencadeamento.

6,13

Frequências de sensibilização maiores ou iguais a um por cento

qualificam o alérgeno para ser incluído em séries-padrão.

14

O padrão-ouro no diagnóstico da DCA é o teste de contato, também

chamado

patch test

ou teste epicutâneo.

13,15,16

Supondo-se que o paciente tenha tido

contato prévio com a substância, a colocação do alérgeno suspeito em uma parte do

corpo, geralmente o dorso, induz a formação de lesão eczematosa no local de

aplicação após período padronizado. A elucidação da fonte de exposição ao

alérgeno é o processo central para se estabelecer a relevância clínica do teste de

contato e o diagnóstico de DCA.

3,4

No Brasil, utilizam-se as baterias brasileiras de

(20)

19

(21)

20

Quadro 1 - Bateria padrão brasileira de teste de contato

Substância

Concentração

Veículo

1

Antraquinona

2%

vaselina sólida

2

Bálsamo do Peru

25%

vaselina sólida

3

PPD (MIX)

N-isopropil, N-fenil, parafenilenodiamina

N-N difenil parafenilenodiamina

0,4%

vaselina sólida

4

Hidroquinona

1%

vaselina sólida

5

Bicromato de potássio

0,5%

vaselina sólida

6

Propilenoglicol

10%

vaselina sólida

7

Butil-fenol para-terciário

1%

vaselina sólida

8

Neomicina

20%

vaselina sólida

9

Irgasan

1%

vaselina sólida

10 Kathon CG

0,5%

vaselina sólida

11 Cloreto de cobalto

1%

vaselina sólida

12 Lanolina

30%

vaselina sólida

13 Tiuram (MIX)

Tetrametiltiuramdissulfito (TMTD)

Tetrametiltiuranmonossulfito (TMTM)

1%

vaselina sólida

14 Etilenodiamina

1%

vaselina sólida

15 Perfume (MIX)

Álcool cinâmico

Aldeído alfa-amil cinâmico

Aldeído cinâmico

Eugenol

Isoeugenol

Geraniol

Hidroxicitronelal

Oak Moss

absoluto

Sesquioleato de sorbitana

7%

vaselina sólida

16 Mercapto (MIX)

Mercaptobenzotiazol

Dibenzotiazol dissulfeto

Morfolinilmercaptobenzotiazol

N-ciclo-hexil 2 benzotiazol sulfonamida

2%

vaselina sólida

17 Benzocaína

5%

vaselina sólida

18 Quaternium 15

0,5%

vaselina sólida

19 Quinolina (MIX)

Clorquinaldol

Clioquinol

6%

vaselina sólida

20 Nitrofurazona

1%

vaselina sólida

21 Parabeno (MIX)

Metilparabeno

Etilparabeno

Propilparabeno

Butilparabeno

Benzilparabeno

15%

vaselina sólida

22 Resina - epóxi

1%

vaselina sólida

23 Timerosal (tiomersal)

0,05%

vaselina sólida

24 Terebintina

10%

vaselina sólida

25 Carba (MIX)

Difenilguanidina

Dimetilditiocarbamato de zinco

Dietilditiocarbamato de zinco

3%

vaselina sólida

26 Prometazina

1%

vaselina sólida

27 Sulfato de níquel

5%

vaselina sólida

28 Colofônio

20%

vaselina sólida

29 Parafenilenodiamina

1,0%

vaselina sólida

30 Formaldeído

1%

água

(22)

21

Quadro 2 - Bateria brasileira de teste de contato para cosméticos

Substância

Concentração

Veículo

C1

Germall 115 ( Imidazolidinilureia )

2%

vaselina sólida

C2

BHT

2%

vaselina sólida

C3

Tonsilamida

10%

vaselina sólida

C4

Trietanolamina

2,5%

vaselina sólida

C5

Bronopol

(bromo-2-nitropropano-1,3-diol 2)

0,5%

vaselina sólida

C6

Cloracetamida

0,2%

vaselina sólida

C7

Ácido sórbico

2%

vaselina sólida

C8

Tioglicolato de amônio

2,5%

vaselina sólida

C9

Amerchol L - 101

100%

-

C10 Clorexidina

0,5%

água

Nota: em negrito as substâncias que podem estar presentes nos produtos dermatológicos agindo

como conservantes, fragrâncias, emulsificantes e emolientes.

2.1.1 REAÇÕES CRUZADAS

É comum os alérgenos apresentarem reações cruzadas entre si, que

trazem importantes implicações clínicas.

Estritamente falando, a reação cruzada ocorre quando um indivíduo

inicialmente sensibilizado a uma substância reage a um segundo alérgeno, com o

qual ele nunca teve contato.

20

Entretanto, o termo reação cruzada é amplamente

utilizado por dermatologistas para relatar reações simultâneas a duas ou mais

substâncias, de modo indiscriminado.

(23)

22

se saber qual o sensibilizante primário, pela multiplicidade de substâncias com que o

ser humano tem contato.

6

2.2 A DERMATITE DE CONTATO ALÉRGICA A PRODUTOS

DERMATOLÓGICOS

Os sensibilizantes nos produtos tópicos incluem não somente os

princípios ativos, mas também outros constituintes do veículo, como estabilizantes,

antioxidantes, conservantes, corantes e perfumes.

21,22,23

Por definição, o veículo é o

ingrediente adicionado ao produto com o objetivo de carrear outras substâncias,

promovendo uma consistência própria através de sua ação como dispersante.

1,24

Muitos dos veículos atuais são formulações complexas, compostos não

infrequentemente por 10 ou mais substâncias. No meio dermatológico, os

conservantes e as fragrâncias estão entre os sensibilizantes mais frequentes.

1,2,3,4,5

Embora rotineiramente presentes em cosméticos, produtos de limpeza

para casa e industriais,

14,25

e um dos mais frequentes causadores de DCA,

desconhece-se a quantidade de conservantes que entra em contato com a pele.

Além disso, alguns conservantes

como o propilenoglicol

podem ter ação irritativa

em pacientes mais sensíveis. A informação das fontes de contato aos conservantes

é essencial para a prevenção da DCA, já que seu uso é a regra nos produtos que

contêm água. Ademais, em alguns pacientes com eczemas crônicos e extensos

(24)

23

As fragrâncias também são, em todo o mundo, um dos principais

desencadeadores de DCA.

28

Mesmo os produtos ro

tulados como “sem fragrância”

podem ser responsáveis por quadros de alergia cutânea,

29,30

por possuírem

substâncias mascaradoras ou outras que são consideradas alérgenos para os

pacientes, mas que a indústria não declara como fragrâncias.

Na Europa, estima-se que 10% das DCAs sejam causadas por

ingredientes dos cosméticos.

1,6,31,32

Sabe-se, ainda, que conservantes e fragrâncias

são as causas principais de DCA por corticoides tópicos.

1

No Brasil, em 2011,

Duarte

et al.

relataram a frequência de 15,7% de sensibilização por perfumes e

20,9% por parabenos, em estudo realizado em clínica dermatológica privada por 10

anos na cidade de São Paulo.

8

Estudo multicêntrico do Grupo Brasileiro de

Dermatite de Contato, realizado com a bateria padrão brasileira para teste de

contato, mostrou os seguintes percentuais de pacientes sensibilizados para os

conservantes, fragrâncias e demais excipientes: quaternium 15 11,2%,

fragrance mix

8,4%, formaldeído 3,8%, bálsamo do Peru 3,2%, etilenodiamina 3,1%, parabenos

2,7%, metilcloroisotiazolinona/ metilisotiasolinona (MCI/MI) 2,2%, lanolina 1,1%,

propilenoglicol 0,8% e Irgasan 0,7%.

17

Em outro estudo, Duarte

et al.

estudaram, em

clínica privada, pacientes com diversos tipos de lesões cutâneas causadas por

cosméticos, e entre estes, encontraram 28% de prevalência de reações do tipo

dermatite de contato, a maioria não especificada.

33

(25)

24

rompimento da barreira cutânea por uma doença prévia, o que pode potencializar a

sensibilização do paciente.

Diante disso, ao prescrever para um paciente sabidamente alérgico, o

médico deve estar ciente de todos os componentes do produto, informação esta

disponível atualmente apenas por meio da consulta de cada rótulo/bula, quando

possível. Nos livros ou

sites

de especialidades farmacêuticas e bulários,

encontram-se bulas dos medicamentos dermatológicos. Entretanto, não é raro na descrição dos

componentes do produto encontrar-

se a expressão “excipientes”, sem a lista

completa das substâncias que compõem o seu veículo. No caso dos outros produtos

prescritos por dermatologistas, que não medicamentos, a situação é crítica, visto

que não se encontra esta descrição. Ao se consultar o

site

do fabricante ou do

produto, geralmente não há relato dos seus componentes, ou no máximo são

descritos os princípios ativos.

As informações da ocorrência de conservantes em produtos

dermatológicos, como relatado, podem ser usadas para revelar importantes fontes

de exposição em pacientes com eczema e testes de contato positivos aos

conservantes ou fragrâncias estudados.

A comunicação dos ingredientes dos produtos é a base para a prevenção

da DCA a estas substâncias.

4,34,35,36

Em 1971, Meneguini

et al.

ressaltaram que os

sensibilizantes dos medicamentos tópicos não são somente os seus princípios ativos

e que o uso de substâncias com incidência de alergia superior a 1% deveria ser

restrito, no caso de cosméticos e medicamentos.

21

No mesmo ano, Fisher

et al.

esboçaram um painel de substâncias que deveriam ser testadas em pacientes com

alergia aos veículos dermatológicos.

23

(26)

25

mantido pela

American Contact Dermatitis Society

(ACDS), e o CARD (

Contact

Allergen Replacement Database

) da Mayo Clinic,

32,37,38,39,40

que não se adequam às

necessidades brasileiras, por não incluírem a maioria dos produtos disponíveis em

nosso país. No Brasil inexiste tal banco de dados.

O CARD (anteriormente chamado

C

ontact Allergen Avoidance Program

CAAP)

38,39

ou o CAMP são ferramentas digitais desenhadas para ajudar o paciente

alérgico, onde listas de produtos livres de determinadas substâncias são geradas e,

apesar de não serem exaustivas, são excelentes pontos de partida para iniciar a

educação e/ou prescrição destes pacientes.

32

Estes programas fornecem listas de

produtos de uso pessoal, mas também de medicamentos.

Além dos artigos que divulgaram o CARD ou o CAMP, não foram

encontrados, na literatura pesquisada, outros trabalhos que se dedicaram a uma

pesquisa abrangente da frequência de alérgenos nos produtos dermatológicos,

somente estudos pontuais, com a pesquisa de alérgenos específicos, ou de

produtos industriais, citando cosméticos em geral.

4,39

Dos trabalhos encontrados,

dentre os quais não há brasileiros, pode-se destacar

:

Flyvholm identificou como conservantes mais frequentemente

registrados nos cosméticos na Dinamarca: parabenos, MCI/MI,

BHT e imidazolidinilureia. Não foram estudadas as fragrâncias.

4

Coloe e Zirwas estudaram propilenoglicol, formaldeído e

sesquioleato de sorbitana em 46 corticosteroides tópicos “de

marca” e em 120 genéricos. Encontraram ao menos um dos

alérgenos em 77% dos produtos. O alérgeno mais frequente foi o

propilenoglicol, seguido pelo sesquioleato de sorbitana. Estudaram

cada tipo de veículo (pomadas, cremes, soluções) e concluíram

(27)

26

pomadas, encontraram maior prevalência de ao menos um dos

alérgenos nos medicamentos

de marca

(87%) sobre os genéricos

(60%). O sistema MCI/MI foi encontrado apenas em

corticosteroides que continham o halobetasol como substância

ativa. Não estudaram as fragrâncias.

18

Catanzaro

et al. revisaram a dermatite de contato por

propilenoglicol e forneceram listas de medicamentos sem esta

substância, sendo 25 corticoides tópicos, 13 antimicóticos, cinco

géis de peróxido de benzoíla e 11 antimicrobianos, além de 19

hidratantes.

41

Fowler encontrou propilenoglicol em 48 (59%) de 82 corticoides

tópicos em diferentes veículos e forneceu lista desses

medicamentos sem tal alérgeno.

31

Em dois trabalhos, Scheinman forneceu listas de 16 produtos sem

fragrância e de 12 produtos com a inscrição

fragrance free e suas

respectivas fragrâncias.

30,42

Em outro trabalho, mostrou que um

dos produtos teve a sua fórmula mudada, com a inclusão de álcool

benzílico, passando a possuir fragrância e divergindo do rótulo.

43

Jacob e Barron forneceram lista de oito medicamentos tópicos com

álcool benzílico e de nove outros produtos dermatológicos com a

inscrição

“sem fragrância”

, mas contenedores deste álcool.

44

Travassos

et al., estudaram os alérgenos que estavam presentes

em produtos cosméticos aos quais os pacientes apresentaram

alergia e identificaram que os conservantes foram os mais

importantes alérgenos (presentes em 58% dos cosméticos). Dentre

(28)

27

encontrados principalmente em loções de limpeza, seguidos pelo

MCI/MI (15%), em produtos de higiene íntima, facial e de cuidados

com os cabelos. Dos componentes dos veículos, os alcoóis de

lanolina

foram descritos como os mais frequentes, contudo, as

porcentagens e quantidades não foram relatadas.

45

Por fim, Yazar et al

. analisaram os rótulos de 204 cosméticos e 97

detergentes comercializados na Suécia e encontraram fragrâncias

em 88% dos produtos. Dos conservantes, dentre os cosméticos e

detergentes, os parabenos estavam presentes em 44% e 9%

respectivamente, formaldeído e liberadores em 25% e 8%, MCI/MI

em 22% e 9%, e o metildibromo glutaronitrilo em dois xampus e um

sabonete líquido.

2

Finalmente, é importante salientar que os medicamentos tópicos, em

termos de alérgenos, comportam-se como os cosméticos, tendo em vista que

também possuem excipientes, conservantes e fragrâncias, com o agravante de

serem aplicados em sua maioria em pele com a barreira cutânea rompida.

19

2.3 OS ALÉRGENOS

2.3.1 OS CONSERVANTES

(29)

28

Conservantes e fragrâncias são importantes e frequentes sensibilizantes

e são encontrados em uma grande variedade de produtos de uso pessoal ou

ocupacional e ainda em medicamentos.

3,19,21,46,47,48

Em crianças, conservantes e

fragrâncias estão entre os 10 alérgenos mais comuns.

49

Idealmente, tais substâncias

não deveriam ser sensibilizantes.

47

No ambiente ocupacional, fontes de conservantes que podem causar

alergia incluem, por exemplo, óleos de corte, colas e adesivos, tintas à base de

água, esmaltes, detergentes, pesticidas, cosméticos. Sendo assim, muitos dos

conservantes a que os pacientes são expostos estão presentes tanto nos produtos

de uso pessoal como profissional, dificultando a sua proteção.

2

Informação sobre o uso de conservantes e fragrâncias nos produtos

dermatológicos brasileiros é escassa.

A sensibilidade aos conservantes varia a cada década, havendo,

frequentemente, “epidemias” de alergia a determinadas substâncias, o que

geralmente leva à revisão da legislação europeia

na qual a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA) se baseia

que permite o seu emprego em produtos

de uso pessoal.

4,14,25,47,50,51,52,53

O risco de sensibilização não deve ser considerado somente sobre a

frequência de sensibilização dos alérgenos, mas também à exposição, o que geraria

um “risco relativo” em relação

àquele alérgeno.

25

As taxas de sensibilização refletem

o uso de conservantes em termos de concentrações e de tipos de produtos

usados.

47,50,54, 55

Sabe-se que o potencial de sensibilização difere entre os alérgenos,

fato ainda não categorizado

in vivo

.

56

(30)

29

As inscrições nos rótulos dos cosméticos são requeridas pela legislação

europeia desde 1997, nos EUA desde 1976

32,59,60,61

e no Brasil desde 1990. Isto veio

a facilitar a prevenção e tratamento de pacientes com DCA a cosméticos, mas ainda

é muito difícil para estes pacientes lerem os rótulos

35,62

e identificarem as

substâncias, que muitas vezes têm mais de um nome.

24

No que diz respeito às substâncias químicas, torna-se importante definir a

terminologia empregada.

A Denominação Comum Brasileira (DCB) é a denominação oficial em

língua portuguesa de substâncias aprovadas pela ANVISA e que são utilizadas no

Brasil, onde consta o número DCB e o número relativo ao

Chemical Abstracts

Service

(CAS) de cada uma.

Registro CAS ou número CAS é um número de registro único no banco

de dados do

CAS

, uma divisão da

Chemical American Society,

de maneira

sequencial, de forma que cada registro seja um identificador numérico. Os números

de registro do CAS podem conter mais de nove dígitos, divididos por hífens em três

partes, sendo o último dígito o verificador.

O objetivo é facilitar as pesquisas no

banco de dados, visto que, muitas vezes, os produtos químicos têm uma variedade

de nomes.

63

INCI é a

International Nomenclature of Cosmetic Ingredient,

um sistema

de nomenclatura de ingredientes cosméticos, reconhecido e adotado mundialmente,

criado com a finalidade de padronizar os ingredientes na rotulagem dos produtos

cosméticos, de modo a simplificar e unificar os rótulos dos cosméticos.

64

A nomenclatura utilizada na União Europeia é a INCI, o que não implica

em endosso ou certificação da substância por órgão governamental.

32

A INCI se

baseia na

Personal Care Products Council Nomenclature

(anteriormente chamada

(31)

30

Cosmetic Ingredient Dictionary

), que lista os ingredientes pelos nomes “comuns ou

usuais”

.

32,65

No Brasil, a ANVISA adota as nomenclaturas e leis referentes a

cosméticos utilizadas na União Europeia.

O impacto da sensibilização aos conservantes foi substanciado por

análise

de

populações

submetidas

a

testes

de

contato

1,3,4,8,14,18,25,32,46,47,50,51,54,55,66,67,68

e assim foram selecionados os alérgenos

descritos a seguir.

2.3.1.1 ÁCIDO SÓRBICO

DCB: ácido sórbico

69

INCI:

sorbic acid

CAS: 110-44-1

Fórmula molecular: C

6

H

8

O

2

Sinonímia: ácido 2,4-hexanodioico ou ácido 2-propenil-acrílico, Panosorb,

Sorbistat, Preservastat etc.

24

Em associações: Acnibio CFS, Optiphen Plus

24

É utilizado como conservante, com excelente ação fungistática, mas

reduzida atividade antibacteriana. É considerado, em concentrações de 0,2%,

agente antimicrobiano importante para veículos tópicos. Do ponto de vista de

sensibilização, compara-se aos parabenos com frequência entre 0,9 e 1%.

1,70

Pode

provocar eczemas, urticárias de contato, dermatite de contato sistêmica (ingestão de

alimentos, principalmente queijos

71

com o conservante).

1

(32)

31

dos produtos que contém sorbato de potássio, apresenta alguma quantidade de

ácido sórbico.

1

2.3.1.2 BUTILIDROXITOLUENO

DCB: butilidroxitolueno

69

INCI: BHT

CAS: 128-37-0

Fórmula molecular: C

15

H

24

O

71

Sinonímia: hidroxitolueno butilado, dibutilparacresol,

1

2,6

di-tert-butil-p-cresol, 2,6-bis-1,1-dimetil-4-metilfenol, 2,6 di-tert-butil-4-metilfenol, entre outros

nomes

24,71

É um antioxidante e conservante utilizado em alimentos e preparações

tópicas, com efeitos antibacterianos, principalmente contra o

Corynebacterium

sp. É

considerado um alérgeno relativamente raro, havendo relatos de DCA na face e em

úlceras de membros inferiores.

1,72

No Brasil, Silva

et al.

encontraram 19,2% de positividade para o BHT em

147 pacientes com suspeita de DCA a cosméticos estudados, mas não foi possível

avaliar a relevância dos testes de contato.

73

2.3.1.3 CLOREXIDINA

DCB: clorexidina

69

INCI:

chlorhexidine

CAS: 55-56-1

Fórmula molecular:

(33)

32

cloridrato de clorexidina: C

22

H

32

Cl

4

N

10

(CAS 3697-42-5)

24

É mais utilizada na forma de gluconato (ou digluconato, sinônimo), mas

existem as formas de cloridrato e de diacetato.

1,74

Pode ser utilizada em veículos

aquosos ou alcoólicos, mas não em vaselina.

1

É um antisséptico tópico com ampla eficácia contra bactérias, leveduras e

alguns vírus,

74

sendo como tal, utilizado como substância ativa,

1

além de ser um

conservante.

24

É amplamente utilizada para lavagem das mãos (para fins hospitalares ou

mesmo domésticos), banhos de pacientes em unidades de terapia intensiva, banhos

pré-operatórios, antissepsia de sítio cirúrgico. É utilizada, também, impregnada em

alguns materiais médicos como cânulas vasculares e curativos para cateteres

vasculares e epidurais.

74

É causa de DCA,

1,6,74

com frequências que variam de 0,5 a 13,1%,

dependendo da população estudada, sendo que os índices mais altos são

encontrados em pacientes atópicos e portadores de úlceras de membros inferiores.

74

Há, também, relatos de erupção fixa a drogas, urticária de contato e anafilaxia com

esta substância, principalmente se aplicada às mucosas.

1,6,74,75

Ao contrário de outros conservantes com potencial alergênico, a

clorexidina vem sendo cada vez mais utilizada em xampus, condicionadores,

protetores solares, soluções para lentes de contato, cremes para área dos olhos,

hidratantes, pastas dentais e em antissépticos bucais.

74

2.3.1.4 TRICLOSAN

DCB: triclosana

69

INCI:

triclosan

(34)

33

Fórmula molecular: C

12

H

7

Cl

3

O

2

Sinonímia: 5-cloro-2-(2,4-diclorofenoxi)fenol, Irgasan ou Irgasan DP

3000

24,71

É antisséptico, desodorante e conservante.

24

Possui atividade contra

fungos e bactérias, mas não age contra

Pseudomonas.

1

É utilizado em xampus, sabões, desodorantes, pastas dentais

76

e

cosméticos, e é causa de DCA nas axilas, face, pés e até de dermatite de contato

por aerossóis,

77

com prevalência média global de menos de 0,5%.

1,78,79

2.3.1.5 ETILENODIAMINA

DCB: etilenodiamina

69

INCI:

ethylenediamine

CAS: 107-15-3

Fórmula molecular: C

2

H

8

N

271,80

É mais utilizada na forma de cloridrato,

1

e possui múltiplas aplicações na

indústria, como solvente, lubrificante a estabilizante,

80

esta última função utilizada

principalmente em medicamentos.

81

A etilenodiamina é um irritante da pele, mas seu principal efeito adverso é

a DCA, sendo considerada um potente sensibilizante, que pode causar reações

eczematosas do tipo linfomatoides, numulares, fotoalérgicas, e eritema

multiforme-símile.

82

De grande importância são as reações sistêmicas em indivíduos

sensibilizados à etilenodiamina, relacionadas à ingestão de anti-histamínicos como

hidroxizina (cloridrato de dietilenodiamina),

1

cetirizina, levocetirizina

83,84

e de

(35)

34

A tetrahidroxipropil etilenodiamina (THPE), CAS 102-60-3, é derivada da

etilenodiamina pela ação do óxido de propileno e é usada como humectante,

plastificante e emulsificante em inúmeros processos industriais.

80,86

Há apenas dois

relatos da mesma indústria farmacêutica sobre seu uso, sem citação de reações

cruzadas.

87,88

Como relata Kirkup

et al.,

é esperado que ocorram reações cruzadas

entre as etilenodiaminas.

86

Sabe-se que isto não acontece com a EDTA

(etilenodiamina tetra-acetato ou ácido edético na DCB).

1,89,90

e há poucos relatos de

caso de DCA a THPE. Foram encontrados somente dois trabalhos, totalizando seis

pacientes,

86,91

todos com testes de contato negativo para etilenodiamina e positivos

para THPE.

2.3.1.6 FENOXIETANOL

DCB: fenoxietanol

69

INCI:

phenoxyethanol

CAS: 122-99-6

24

Fórmula molecular: C

8

H

10

O

271

Sinonímia: etilenoglicol monometil éter

É um conservante de espectro antimicromiano extenso, particulamente

efetivo contra

Pseudomonas aeruginosa.

Considerado um sensibilizante muito raro,

pode causar DCA e urticária de contato.

1,14,92

É muito utilizado em associação ao

metildibromo glutaronitrilo, em uma composição chamada Euxyl K 400.

1

2.3.1.7 METILDIBROMO GLUTARONITRILO

DCB: não está listado na DCB

69

(36)

35

CAS: 35691-65-7

Fórmula molecular: C

6

H

6

Br

2

N

2

Sinonímia: 1,2-dibromo-2,4dicianobutano

94

É um conservante utilizado em sabonetes líquidos, xampus,

95

hidratantes,

géis vaginais, lenços para remover maquilagem,

96

colas, adesivos e absorventes

higiênicos,

97

fluidos metalúrgicos e em medicamentos tópicos.

98

Metildibromo glutaronitrilo é utilizado em associação ao fenoxietanol, em

proporção 1:4, com o nome de Euxyl K400.

1

Significante causa de DCA, com relatos de eczema principalmente nas

mãos,

94,95

mas também na face, pescoço,

96

vulva e até disseminado.

94

Na Europa, excedeu o limite de sensibilização de todos os outros

conservantes, com frequência de 3,5% em 2000,

47

o que suscitou o banimento de

seu uso em produtos cosméticos, a princípio sem enxágue e, a seguir, nos produtos

com enxágue.

1,94,96,97,98

2.3.1.8 METILCLOROISOTIAZOLINONA/ METILISOTIAZOLINONA

DCB: não está listado na DCB

69

INCI:

methylchoroisothiazolinone/methylisothiazolinone

CAS: 26172-55-4 / 2682-20-4

Fórmula molecular: C

8

H

9

ClN

2

O

2

S

2

Sinonímia: Kathon CG

1

e 5-cloro-isotiazol-3-ona /

2-metil-1,2-isotiazol-3-ona

71,93

Sistema conservante composto de três partes de metilcloroisotiazolinona

e uma parte de metilisotiazolinona,

93

com extensa atividade contra fungos,

Gram-positivos e Gram-negativos em um amplo pH,

99

tem vasta utilização, que vai desde

(37)

36

desengordurantes, sabões em pó, amaciantes, desinfetantes, lustra-móveis, lenços

umedecidos infantis ou adultos a cosméticos em geral como hidratantes, xampus,

condicionadores, desodorantes, protetores solares e até alguns medicamentos.

No Brasil, seu uso é permitido em 15ppm para produtos cosméticos,

sendo que em vários países da Europa e nos EUA a concentração permitida é

7,5ppm para produtos sem enxágue e 15ppm para produtos com enxágue.

1

diversos relatos de aumento recente da incidência de alergia a este sistema

conservante,

100,101,102,103,104,105,106,107,108

sendo que o principal suspeito é o uso

isolado crescente de metilisotiazolinona em vários cosméticos, principalmente a

partir de 2005,

52,53,104,109

em altas concentrações, como 100 ppm.

99,108

Há a suspeita,

também, de que tenha havido aumento de seu uso pela proibição da utilização do

metildibromo glutaronitrilo na Europa em 2008.

99

No Brasil, relatou-se incidência de

11% de alergia ao MCI/MI entre 2009 e 2012 no ambulatório de Dermatite de

Contato do anexo de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal

de Minas Gerais (UFMG).

107

2.3.1.9 PARABENOS

DCB: parabeno

69

INCI:

4-hydroxybenzoic acid

CAS: 99-96-7

Fórmula molecular: C

7

H

6

O

3

Sinonímia: ácido p-salicílico

24,71

(38)

37

padrão brasileira, são testados com mix, em vaselina sólida, com 3% de cada éster.

É relatada reação cruzada entre eles.

1,110

São amplamente utilizados como conservantes, pelo baixo custo e

diminuta toxicidade.

110

São utilizados principalmente em medicamentos tópicos e

considerados a segunda substância mais presente nos cosméticos, só perdendo

para a água.

1

Yazar

et al.

relataram a presença de parabenos em 44% dos

cosméticos analisados.

2

São mais efetivos contra fungos que bactérias, e nestas, a efetividade é

maior contra Gram-positivas, e têm pobre atividade contra

Pseudomonas

aeruginosa

, provavelmente por sua relativa insolubilidade em água. Geralmente são

utilizados em associação a outros conservantes que potencializam sua ação,

principalmente o propilenoglicol.

Considerando o seu volume de utilização, os parabenos possuem injusta

reputação de sensibilizantes, visto que raramente

cerca de 1% em média

é

descrita DCA por estas substâncias,

1,110,111,112,113,114

a qual geralmente ocorre

quando utilizado em medicamentos aplicados em úlceras de membros inferiores ou

em eczema de estase.

1,110

Não se comprovou seu potencial carcinogênico, nem seu efeito na

qualidade dos espermatozoides humanos

110,112,115,116

e somente se observou que

exibem atividade estrogênica muito fraca

in vitro

e

in vivo.

108,116

Os parabenos têm

sido usados por mais de 80 anos e provado ser dos mais seguros e bem tolerados

conservantes utilizados até o presente.

115,117

(39)

38

área ou à maior penetração da substância em pele lesada previamente.

1,110

A outra

é representada pelas reações falso-negativas aos parabenos nos testes de contato

realizados com produtos que contém este alérgeno. Isto pode se dever ao fato de o

teste ser realizado em pele normal ou o produto conter concentração de parabenos

insuficiente para provocar alergia em pele normal.

1

A maioria dos alérgicos aos parabenos pode utilizá-los em preparações

sistêmicas como orais, endovenosas ou intramusculares, sem qualquer reação

indesejável.

1,110

2.3.1.10 FORMALDEÍDO E SEUS LIBERADORES

DCB: formaldeído

69

INCI:

formaldehyde

CAS: 50-00-0

Fórmula molecular: CH

2

O

Sinonímia: formol, formalina, aldeído fórmico,

methanal, Methylene oxide,

Oxomethane, Paraform, Oxymethylene

e

Paraformaldehyde

71

O formaldeído é um conservante bactericida e fungicida, e um alérgeno

comum, talvez pelo fato de sua estrutura química tão pequena permitir sua

penetração no estrato córneo.

1

Além da DCA,

118

o formaldeído é irritante para a pele

e mucosas, pode causar urticária de contato e é potencialmente carcinogênico para

as vias respiratórias.

108,119

De modo geral, o eczema causado por formaldeído é

crônico, pela dificuldade em se evitar um produto tão ubíquo.

119

A frequência de

sensibilização ao formaldeído tem se mantido estável na Europa, em níveis de 2-3%

e nos EUA em torno de 8-9%.

108,119

(40)

39

médica, fluidos de embalsamar, fungicidas, inseticidas, processamento de couros,

químicos fotográficos, resinas, tintas, óleos de corte e vacinas.

Uma pequena quantidade de formaldeído pode ser encontrada na

tonsilamida, alérgeno frequente dos esmaltes de unha. Entretanto, a maioria dos

pacientes que reagem a esta substância, não são alérgicos ao formaldeído.

1

Nos produtos de uso pessoal, é raramente listado como ingrediente,

podendo ser utilizado em xampus, antiperspirantes, endurecedores de unhas, loções

de permanentes em concentrações de até 0,2%,

120

mas vários conservantes se

decompõem gradualmente de modo a liberar formaldeído: bronopol,

imidazolidinilureia, quatérnio 15, diazolinil ureia e DMDM hidantoína (as duas últimas

não testadas nas baterias brasileiras).

1

São os chamados liberadores ou doadores

de formaldeído.

19,119,121

2.3.1.11 BRONOPOL

DCB: bronopol

69

INCI:

2-bromo-2-nitropropane-1,3-diol

CAS: 52-51-7

24,122

Fórmula molecular: C

3

H

6

BrNO

4

Sinonímia: Bronocot, Onyxide 500, Bronopolum, Bronidiol, Bronopolu,

Bronotak, entre outros nomes

71

É um conservante inodoro, incolor, utilizado em cosméticos e menos

comumente em medicamentos,

24

com atividade microbicida excelente. Inibe o

crescimento de fungos, bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, particularmente

(41)

40

os parabenos. É um liberador de formaldeído, ou seja, sua decomposição gera a

presença de formaldeído, mas não tem reação cruzada com esta substância.

27

Pode causar DCA,

1,27,123

com relatos de 2,8% de prevalência nos

EUA

1,6,121

e de 0,4 a 1,2% na Europa.

1,6

É um agente irritante em concentrações de

0,5 a 1%, e esta é uma das razões pelas quais seu uso como conservante está

diminuindo ao longo dos anos. Além disso, pode interagir com aminas e amidas,

resultando na formação de nitrosaminas e nitrosamidas, suspeitas de serem

carcinogênicas.

6

2.3.1.12 IMIDAZOLIDINILUREIA

DCB: imidazolidinilureia

69

INCI:

imidazolinidyl urea

CAS:

39236-46-9

Fórmula molecular: C

11

H

16

N

8

O

8

Sinonímia: imidazolidinil ureia ou imidurea, Germall 115,

1,1'-Methylenebis(3-(3-(hydroxymethyl)-2,5-dioxoimidazolidin-4-yl)urea)

71,121

É um liberador de formaldeído e um conservante compatível com muitos

ingredientes cosméticos, com alta hidrossolubilidade e baixa solubilidade em óleo.

Mais efetivo contra bactérias, tanto Gram-positivas quanto Gram-negativas, tem

habilidade de agir sinergicamente com outros conservantes, particularmente metil e

propilparabenos, compondo um ótimo sistema conservante.

1,121

Não é irritante, mas pode causar DCA, com relatos de taxas de 1,3 a

3,3% nos EUA e 0,7% na Europa. Possui reações cruzadas com diazolidinil ureia e

(42)

41

2.3.1.13 DIAZOLIDINIL UREIA

DCB: não está listado na DCB

69

INCI:

diazolidinyl urea

CAS: 78491-02-8

Fórmula molecular: C

8

H

14

N

4

O

7

Sinonímia: Germall II, Germall 11, ureia diazolidinílica,

Imidazolidinyl urea

11, N,N'-Bis(hydroxymethyl)urea,

1-(1,3-Bis(hydroxymethyl)-2,5-dioxoimidazolidin-4-yl)-1,3-bis(hydroxymethyl) urea

24,71

Conservante liberador de formaldeído, é utilizado geralmente combinado

com metil e propilparabenos para melhorar sua atividade antifúngica. A média de

sensibilização nos EUA é de 3,1% e na Europa de 1%.

121

Possui maior potencial

sensibilizante que a imidazolidinilureia

1

e não apresenta reação cruzada com ela.

1,121

2.3.1.14 QUATERNIUM 15

DCB: Não está listado na DCB

69

INCI:

quaternium

15

CAS: 4080-31-3

Fórmula molecular: C

9

H

16

Cl

2

N

4

Sinonímia:

N-(3-Chloroallyl)hexaminium

chloride

,

Dowicide

Q,

Methenamine 3-chloroallylochloride

, Cosept 200, Dowicil 75, Dowicil 200, Dowicil

100, cloreto de 1-(3-cloroalil)-3,5,7-triazo-1-azoniadamantano

1,24,71,124

(43)

42

Pode correagir com imidazolidinilureia e diazolidinil ureia

125

e muitos

pacientes sensibilizados a

quaternium

15, mas não todos, são também alérgicos a

formaldeído. Há que se notar que há outros quatérnios, como o

quaternium

18, que

não são liberadores de formaldeído e não têm reações cruzadas com o

quaternium

15.

1

2.3.2 O PROPILENOGLICOL

DCB: propilenoglicol

69

INCI:

propylene glicol

CAS: 57-55-6

Fórmula molecular: C

3

H

8

O

271

Sinonímia: 1,2 propanodiol, 1,2 dihidroxipropano, 2 hidroxipropanol,

metiletil glicol, propano-1,2-diol

24

É um alérgeno ubíquo, utilizado como veículo e solvente, principalmente

para drogas insolúveis ou instáveis em água, bem como emulsificante e umectante.

Facilmente miscível em água, acetona, clorofórmio e óleos essenciais, aumenta a

penetração de agentes tópicos e possui baixo custo. Em concentrações acima de

25%, apresenta atividades antimicrobianas, especialmente contra

Escherichia coli,

Pseudomonas, Candida albicans

e dermatófitos. É, ainda, utilizado na indústria, em

fluidos de corte, lubrificantes, tintas, esmaltes e produtos de limpeza.

1

Embora muito adequado a todos estes usos, esta substância tem o

potencial de causar tanto reações irritativas como alérgicas, além de urticária de

contato não-imunológica, e irritação subjetiva ou sensorial.

31,126

Esta última é

definida como ardor ou queimação quando o propilenoglicol é aplicado à pele

sensível ou irritada, sem lesões.

31,41

Parece que o grau de hidratação da pele afeta a

(44)

43

inverno. Isto também tem implicação para os atópicos, mais sensíveis a esta

substância.

1,41

numerosos

relatos

de

alergia

a

propilenoglicol

na

literatura.

126,127,128,129,130,131,132,133

Relatos recentes demonstraram prevalência de

3,5% de reações alérgicas a propilenoglicol,

129

a maioria em produtos de uso

pessoal e medicamentos tópicos, principalmente corticoides tópicos.

31

Em 1996,

Siqueira relatou que, no Brasil, o propilenoglicol foi o alérgeno dos excipientes mais

comumente utilizado nos corticosteroides tópicos, seguido pelos parabenos.

48

Em

1993, Fowler, nos EUA, relatou sua presença em 48 de 82 corticoides tópicos.

31

2.3.3 OS EMULSIFICANTES

2.3.3.1 TRIETANOLAMINA

DCB: trolamina

INCI:

triethanolamine

CAS: 102-71-6

24

Sinonímia: TEA

É uma mistura de três alcanolaminas, usada como emulsificante em

vários cosméticos e em alguns medicamentos.

Há relatos de DCA a trietanolamina na indústria, em óleos de corte

134

ou

em protetores solares, onde são muito utilizados.

135

É relatada reação cruzada com outras aminas terciárias, como a

prometazina.

1

2.3.4 OS EMOLIENTES

2.3.4.1 LANOLINA E DERIVADOS

(45)

44

INCI:

lanolin

CAS: 8006-54-0

24,71

É uma substância derivada de secreções das glândulas sebáceas das

ovelhas e funciona como revestimento protetor da lã, composta com uma complexa

mistura de ésteres de alcoóis de lanolina e de ácidos de lanolina, ambos de alto

peso molecular.

1,136

A lanolina tem propriedades emulsificantes e absorventes importantes e,

por isso, combina-se muito bem com várias substâncias, e é extensivamente

utilizada em cosméticos,

137

o que inclui hidratantes, maquilagens, batons, xampus,

condicionadores, sabões e loções de limpeza, emolientes no tratamento de lesões

mamárias em lactantes.

138

É também utilizada com propósitos industriais, para

prevenir a corrosão em superfícies metálicas, em hidratantes para couro e em tintas

para impedir a cristalização.

136

A sensibilidade à lanolina tem sido relacionada principalmente ao seu uso

em úlceras de estase.

1,136

Há controvérsias se a DCA a lanolina é mais frequente em

pacientes atópicos.

1,136,138

Comparável ao “paradoxo dos parabenos”, Wolf descreveu o paradoxo da

Imagem

Tabela 3 - Produtos de prescrição dermatológica por classe
Tabela 4 - Alérgenos selecionados presentes nos produtos pesquisados, por categoria
Tabela  5  -  Média,  mediana,  desvio-padrão  e  coeficiente  de  variação dos alérgenos por classe de produtos
Tabela  6  -  Quantidade  de  alérgenos  por  categoria  de  produto  pesquisado e porcentagem de cada categoria sem alérgenos
+3

Referências

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