• Nenhum resultado encontrado

Desafios na construção de um modelo para análise comparada da organização de serviços de saúde.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Desafios na construção de um modelo para análise comparada da organização de serviços de saúde."

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

Desafios na const rução de um modelo

para análise comparada da organização

de serviços de saúde

Challe ng e s fo r d e ve lo p ing a co mp arative

analytical mo d e l fo r he alth se rvice s

1 Departam en to de Adm in istração e Plan ejam en to em Saú d e d a Escola N acion al d e Saú d e Pú blica,

Fu n d ação Osw ald o Cru z . Ru a Leop old o Bu lh ões 1480, 7oan d ar, Rio d e Jan eiro, RJ 21041-210, Brasil. virgin ia@en sp.fiocru z .br 2 Departam en to de Saú de Pú blica d a Un iversid ad e Fed eral d e San ta Catarin a, Cen tro d e Ciên cias d a Saú d e, Un iversid ad e Fed eral d e San ta Catarin a. C. P. 476, Florian óp olis, SC 88040-900, Brasil. eleon or@rep en su l.u fsc.br 3 Departam en to de Adm in istração e Plan ejam en to em Saú d e d a Escola N acion al d e Saú d e Pú blica,

Fu n d ação Osw ald o Cru z . Ru a Leop old o Bu lh ões 1480, 7oan d ar, Rio d e Jan eiro, RJ 21041-210, Brasil.

Virgin ia Alon so Hortale 1 Eleon or M in h o Con ill 2 M an oela Ped roz a 3

Abst ract Th is p ap er p resen ts d ifferen t m od els th at d escribe h ealth d eterm in an ts, services, an d system s. It h igh ligh ts th e im p ortan t m od el d evelop ed by Con tan d riop ou los, p rop osin g a sep ara-tion betw een th e h ealth statu s an d h ealth care circu its. Th e article is in ten d ed as a con tribu ara-tion to th e field of com p arative an alysis w ith a n ew th eoretical, m eth od ological, an d evalu ative ap -p roach . Problem s w ere id en tified in th e d evelo-p m en t of a n ew m od el. Decen traliz ation an d ac-cess are in trod u ced as categories, su ggestin g th at th ey m ay tak e p art in su ch n ew m od el.

Key words Health Services; Health System ; Health Service An alysis

Resumo O artigo ap resen ta os d iferen tes m od elos p rop ostos p ara d escrever os d eterm in an tes d e saú d e, os serviços d e saú d e ou o sistem a d e saú d e em geral. Ap on ta com o p rom issor o m od elo d e-sen volv id o p or Con t a n d riop ou los, qu e p rop õe a sep a ra çã o en t re circu it o d e est a d o d e sa ú d e e circu ito d e aten ção à saú d e. Colocse n a p ersp ectiva d e con tribu ir, n o cam p o d a an álise com p a-rad a, com u m n ovo ap orte teórico, m etod ológico e avaliativo, ex p licitan d o a ex istên cia d e p roblem as e en cru z ilh ad as n a tarefa d e con stru ir e op eracion aliz ar u m n ovo m od elo. São in trod u -zid as as categorias d escen tralização e acesso, su gerin d o-se qu e p ossam com p ô-lo.

(2)

Introdução

Neste artigo, rep rod u zim os as d iscu ssões p ro-ven ien tes de estu do em desen volvim en to cu jos o b jetivo s sã o d e co n stru ir e a d eq u a r m o d elo p ara an álise com p arad a d a organ ização d e ser-viços de saú de. O estu do aten de a du as p rem is-sas b ásicas. A p rim eira d iz resp eito à in ten ção d e in clu ir exp licitam en te a an álise com p arad a n o cam p o da avaliação, n a m edida em qu e con -sideram os qu e esta su ben ten de u m ju lgam en to d e va lo r d a q u a lid a d e d o s sistem a s d e sa ú d e m ed ian te u m p rocesso d e an álise sistem ático e rela tiva m en te o b jetivo. A segu n d a refere-se à in ten çã o d e in co rp o ra r va riá veis e d im en sõ es h istóricas, p olítico-ad m in istrativas e cu ltu rais ao m od elo, p ara q u e p ossam trad u zir n ão ap e-n a s a estru tu ra , m a s ta m b ém a d ie-n â m ica d o s sistem as e d os serviços.

As três ú ltim a s d éca d a s fo ra m m a rca d a s p or u m a d iscu ssão crescen te qu an to à crise e à n ecessid ad e d e reform as n os sistem as d e saú -d e. Os asp ectos relacion a-d os aos cu stos e à cri-se fiscal d os estad os, ain d a q u e en focad os sob â n gu lo s d iverso s, fo ra m , sem d ú vid a , a q u eles a os q u a is se d eu m a ior ên fa se. Com o p a n o d e fu n d o, a glob alização d e u m a ten d ên cia n eoli-b eral n as p olíticas sociais. Nos p aíses cen trais, essa d iscu ssã o se m a n ifesta p o r a lgu n s q u es-tio n a m en to s d a rela çã o ser viço s-sa ú d e, q u e, lo n ge d e esta r eq u a cio n a d a , esfo rça -se p o r m ostrar u m q u ase colap so d e m eios e fin s, n o qu al a existên cia d e serviços n ão geraria, n u m a relação d ireta, a saú d e.

Os p rin cip ais q u estion am en tos se b aseiam e m t rê s co n st a t a çõ e s.Pr im e iro, t o r n a r-se -ia ca d a vez m a is p a ten te a im p o r tâ n cia d e fa to -re s e xte rn o s a o s se r viço s n a sa ú d e d e gr u p o s p o p u la cio n a is (re n d a fa m ilia r, e sco la r id a d e, h áb itos d e vid a, local d e trab alh o etc.). Segu n -d o, u m a a n á lise m a is r igo ro sa m o st ra ria q u e a s p rá t ica s m é d ica s n ã o e st ã o t ã o e st re it a -m e n te liga d a s a u -m co n h e ci-m e n to cie n tífico com o p od e p arecer. Em ou tras p alavras, as exp ecta tiva s so cia is (e seu s recu rso s) d eexp o sita -d a s n o s se r viço s -d e sa ú -d e e st a ria m su p e r-d i-m en sio n a d a s, leva n d o -se ei-m co n ta o reto rn o re a l q u e e la s p o d e m d a r. Po r ú ltim o, e xistiria u m a gra n d e d ist â n cia e n t re a co m p re e n sã o a tu a l d o s d eterm in a n tes d e sa ú d e e a s p r io ri-d a ri-d es ri-d efin iri-d a s p a ra o s ser viço s p ela s p o líti-ca s d e sa ú d e. Est a se p a ra çã o e n t re t e o r ia e p rá tica p o d eria ser d eco rrên cia d a p ersistên -cia n a u tiliza çã o d e q u a d ro s d e referên -cia o u m od elos in com p letos ou ob soletos d e con cei-t u a çã o d o s d e cei-t e rm in a n cei-t e s d e sa ú d e p a ra a con cep ção d essas p olíticas (Evan s & Stod d art, 1996).

Ain d a q u e im p re gn a d a s p o r u m a a b o rd a -ge m q u e te n d e a re d u zir a s a n á lise s d o se to r, d e sco n h e ce n d o, n a m a io r p a r t e d a s ve ze s, a su b o rd in a çã o d a ló gica d o s se rviço s à o rd e m e co n ô m ica m a is ge ra l, h á u m a co n co rd â n cia d e p arte d e n ossas d iscu ssões com este ú ltim o p o n to. An tes d e co m p a ra rm o s o s sistem a s d e sa ú d e, é p re ciso re d iscu tir a s b a se s e a s ca te-gorias com q u e os serviços costu m am ser ava-liad os.

O n osso ob jeto d e estu d o situ a-se n o p lan o d a o rga n iza çã o d o s serviço s. Pro p o m o s co m -p a ra r a s d iversa s rea lid a d es o rga n iza cio n a is, ten d o em vista os p rob lem as atu ais n esse con -texto: regu lação d e cu stos, m axim ização d a efi-ciên cia , a loca çã o d e recu rsos, a u to-regu la çã o d os p rofission ais, p restação d e con tas etc. Preten d em os n ão cair n a id éia d as in stitu ições en -q u a n to fa to s so cia is to ta is (Go ffm a n , 1996), d escon sid eran d o o con texto e a socied ad e em q u e se in serem , o s gru p o s d e in teresses em co n flito, a s d iferen ça s d e a cesso a o s serviço s, m otivad as tan to p or b arreiras organ izacion ais o u fin a n ceira s, q u a n to p o r ca ra cterística s d a p op u lação local.

Na p ersp ectiva d e criar as b ases m etod oló-gicas p ara tan to, vim os a n ecessid ad e d a revi-sã o d o s p rin cip a is m o d elo s p ro p o sto s p a ra d escrever os d eterm in an tes d e saú d e, os servi-ços d e saú d e ou o sistem a d e saú d e em geral. A co m p reen sã o d o co n texto em q u e su rgem e das categorias an alíticas qu e os com p õem , b u sca n d o co n trib u içõ es e reco n h ecen d o lim ita -ções, p arece-n os fu n d am en tal p ara q u e con si-gam os con trib u ir, n o cam p o d a an álise com p a-rad a, com u m n ovo ap orte teórico.

Fo ge a o esco p o d este estu d o a p ro fu n d a r u m a d iscu ssã o d e cu n h o ep istem o ló gico d o s d iferen tes referen cia is q u e in fo rm a m esses m od elos. No caso esp ecífico d as corren tes em a n á lise co m p a ra d a , lim ita m o -n o s a sin tetiza r elem en to s d e tra b a lh o a n terio r so b re o tem a , p or n ós já realizad o (Con ill et al., 1991). Fin al-m en te, teceal-m o s co n sid era çõ es exp licita n d o p rob lem as e en cru zilh ad as com os qu ais d ep a-ram os.

Considerações met odológicas para a const rução do modelo

A t rajet ória dos det erminant es de saúde nos modelos const ruídos

(3)

con form e o estágio d o con h ecim en to acerca d a d oen ça, o grau d a d ivisão d o trab alh o e d a d e-legação m aior ou m en or d essa tarefa a esp ecia-lista s, e, n o q u e d iz resp eito a o a cesso a u m con ju n to d e b en s e serviços d isp on íveis, as re-lações estab elecid as en tre as classes sociais.

A im p ortân cia q u e assu m iu a aten ção m é-d ica n o s sistem a s é-d e sa ú é-d e é-d e a lgu n s p a íses d esen volvid os é p articu larm en te b em d escrita p o r Sch ieb er & Po u llier (1989, a p u d Eva n s et al., 1996:37):

“As p essoas cu id am d e su a saú d e, e elas têm raz ão qu an d o o faz em . De várias form as elas p rocu ram m an ter, m elh orar ou ain d a ad ap ta-rem -se à su a d eterioração (...) elas p articip am d e tod o tip o d e ativid ad e qu e su p ostam en te con tribu a para su a boa saú de. Ten tam tam bém evitar atividades e situ ações qu e ju lgu em poten -cialm en te p erigosas. O qu e m otiva tod os esses esforços são teorias ou , m ais precisam en te, con -ju n tos d e h ip óteses im p lícitas, vagam en te rela-cion adas en tre si de form a pou co coeren te, sobre os determ in an tes da saú de.

Den tre as ações qu e têm p or objetivo a saú -d e, as socie-d a-d es con tem p orân eas -d estin am u m a gran d e p arte d e seu s recu rsos econ ôm icos à produ ção e distribu ição de cu idados m édicos, ou seja, u m con ju n to de ben s e serviços percebi-d os com o relacion apercebi-d os esp ecificam en te com a saú de. A atividade de cu idados (...) con stitu i u m d os m ais im p ortan tes setores d a ativid ad e econ ôm ica em tod os os Estad os Mod erecon os. A am -p litu d e d os esforços reflete bem a con vicção geral de qu e a disp on ibilidade de serviços d e saú d e e su a u tiliz ação con stitu em u m fator essen -cial p ara a saú d e d e in d ivíd u os bem com o d e popu lações.”

A co m p reen sã o d a in ter-rela çã o en tre o s serviços d e saú d e e o estad o d e saú d e d a p op u -lação p reced e a d iscu ssão d e u m a n ova m od e-la gem p a ra a a n á lise co m p a ra d a . A d escriçã o d o s p rin cip a is m o d elo s existen tes p er m itirá en ten d er m elh or tan to a evolu ção h istórica d o co n ceito d e sa ú d e e d o en ça , q u a n to a fo r m a com o os p a íses resp on d era m à s n ecessid a d es d e saú d e n o p lan o d e organ ização d e seu s ser-viços.

Nesse sen tid o, escolh em os o m od elo ecoló-gico d a d o en ça , q u e d eu o r igem a o m o d elo ep id em iológico clássico d a h istória n atu ral d a d o en ça (Lea vell & Cla rk, 1965), o m o d elo d e m u lticau salid ad e ou d e d eterm in an tes d e saú -d e (La lo n -d e, 1974), o m o -d elo -d e sistem a -d e saú d e d esen volvid o p or Roem er (1989) e o qu e vam os d en om in ar d e m od elo am p liad o e in terativo en tre circu ito d e estad os d e saú d e e su b sistem a d e a ten çã o à sa ú d e (Co n ta n d rio p o u -los, 1990).

De a co rd o co m o m o d elo eco ló gico d a d oen ça, estar d oen te ou sau d ável d ep en d e d o eq u ilíb rio en tre a lgu m a s va riá veis a gru p a d a s em três categorias fu n d am en tais: o agen te (or-gan ism os in fecciosos, agen tes físicos, agen tes q u ím icos); o h osp ed eiro (excessos e d eficiên cia s d ietética s, id a d e, sexo etc.) e o m eio a m b ien te (tem p era tu ra , u m id a d e, á gu a , a lim en -to s, in se-to s, ve-to res, co n d içõ es eco n ô m ica s e sócio-cu ltu rais). Em razão d as in terações en tre essa s n u m ero sa s va riá veis, o ro m p im en to d o eq u ilíb rio em fa vor d e u m a gen te ca u sa l leva-ria o in d ivíd u o o u a p o p u la çã o à co n d içã o d e d oen te.

Pred om in a, n essa ép oca, a ên fase n o agen te p ara exp licar a d oen ça e as d oen ças in feccio -sas ain d a são a p rin cip al p reocu p ação d os ep i-d em io lo gista s. As p ro p o sta s i-d e in ter ven çã o e organ ização d os serviços se b aseiam em cam -p an h as d e errad icação, com o, -p or exem -p lo, d a varíola.

Sa m u el Pesso a (Pesso a , 1983) ca ra cteriza u m a exceçã o. Nu m texto in titu la d o Ecologia e Ep idem ias, origin ário d e u m a con ferên cia rea-liza d a n a Fa cu ld a d e d e Med icin a d e Ala go a s em 1956 e p u b lica d o em 1983, ele a rgu m en ta q u e o d esa p a recim en to o u a d im in u içã o d e gran d es ep id em ias e d oen ças q u e assolaram a h u m a n id a d e n ã o fo ra m d eco rren tes d e in ter-ven ções m éd icas, m as d e fatores d itos in esp e-cíficos ligad os a m u d an ças n a h ab itação e alim en tação. Dealim on stra, p or alim eio d e d ad os b a -sea d o s n a h istó ria d essa s d o en ça s, o q u e McKeown (1981) viria a qu an tificar m ais tard e, a n a lisa n d o séries d e m o rta lid a d e d e m a is d e três sécu los n a In glaterra.

A a m p lia çã o d o m o d e lo clá ssico, a u m e n -ta n d o a im p o rtâ n cia d o s fa to res a m b ien -ta is e re d u zin d o a im p o r t â n cia d o s a ge n t e s in fe c-ciosos, ocorre com a m u d an ça d os p ad rões d e d oen ça n o en foq u e d os estu d os ep id em iológi-co s. Essa a m p lia çã o a lte ra m u ito le n ta m e n te a s co n ce p çõ e s d e sa ú d e / d o e n ça n o s m e io s m éd icos e n o p lan ejam en to e organ ização d os serviços, q u e p erm an ecerão q u ase até a d éca -d a -d e 70, sen ão até h oje, in flu en cia-d os p ela h i-p ó t e se d a “cau sa ú n ica/efeito ú n ico” (De ve r, 1988:2-3).

(4)

O estilo d e vid a ou , m ais exatam en te, os ris-cos criad os p elas p róp rias p essoas com p ortam as ativid ad es d e lazer, os p ad rões d e con su m o e as ativid ad es ocu p acion ais e d e p articip ação n a p rod u ção; en volvem o con ju n to d e d ecisões tom ad as p elos in d ivíd u os as q u ais afetam su a p ró p ria sa ú d e. O a m b ien te é d efin id o co m o even tos extern os ao corp o, com p reen d en d o as d im en sões física, social e p sicológica. Na b io-logia h u m an a, in flu em , além d a h eran ça gen ética, situ ações tais com o a m atu rid ad e e o en -velh ecim en to. Por ú ltim o, o sistem a d e organ i-zação d os serviços é d ivid id o em serviços p re-ven tivos, cu rativos e d e recu p eração.

Um a d as p rin cip ais fon tes con ceitu ais d es-se d o cu m en to fo i o tra b a lh o d e La fra m b o ies-se (1973), n o qu al esse au tor p rop õe u m a n ova es-tru tu ra con ceitu al p ara a an álise d o cam p o d a sa ú d e, co m gra n d es su b d ivisõ es p a ssíveis d e orien tar u m a in terven ção con creta.

Blu m (1974, ap u d Dever, 1988) d á con tin u i-d ai-d e à i-d iscu ssão com u m m oi-d elo i-d en om in ai-d o “o cam p o d e força e os p arad igm as d e bem -es-tar d a saú d e”, on d e con fere im p ortâ n cia d ife-ren ciad a a esses q u atro gru p os d e fatores. Tais fa to res se rela cio n a m en tre si, in flu en cia n d o -se m u tu a m en te n u m círcu lo a b ra n gen te q u e in clu i p op u lação, sistem as cu ltu rais e recu rsos. Por esse m od elo, os serviços d e saú d e têm u m a in flu ên cia m en or d o qu e os d em ais fatores.

Pa rtin d o d o m od elo p rop osto p or La fra m -b oise e Lalon d e, Dever p rop õe, em 1976, o ch a-m ad o “m od elo ep id em iológico p ara an álise d a política de saú de”, n o qu al os qu atro gru p os d e fatores têm o m esm o p eso, p recisan d o estar h i-p oteticam en te em equ ilíb rio, i-p ara qu e se esta-b eleça a co n d içã o d e sa ú d e. A cria çã o d esse m od elo foi in ten cion alm en te d irigid a p ara qu e ele fosse u m in stru m en to d e orien tação à for-m u la çã o d e p o lítica s e a o esta b elecifor-m en to d e p riorid ad es n as ações.

Su a a p lica çã o p rá tica su b en ten d e q u a tro etap as p rin cip ais: seleção d e d oen ças qu e con -trib u a m p a ra a m o rta lid a d e e m o rb id a d e d a p op u lação; d istrib u ição d os fatores d e risco d a d oen ça p elas qu atro d ivisões d o m od elo ep id e-m iológico; d istrib u ição p rop orcion al d os gas-tos totais com a saú d e p elas qu atro d ivisões d o m od elo d e d eterm in ação, com p osterior read q u ação d a d iferen ça p rop orcion al en tre os d eterm in an tes d a saú d e e os gastos im p lem en ta -d os (Dever, 1988).

O co n ceito d e ca m p o d e sa ú d e q u e Dever a p rim o ra é m a is o p era cio n a l e ten ta se a d e -q u a r à s p o lítica s e à visã o d e ca u sa m ú ltip la – efeito m ú ltip lo d e sa ú d e e d o en ça . Seu m a io r m arco é a in vestigação p or igu al d o estilo d e vi-d a , elem en to s a m b ien ta is e b io ló gico s, a ssim

co m o d e fa to res rela cio n a d o s à o rga n iza çã o d os serviços d e saú d e.

Fin a lm en te, con sid era m os ú til cita r o m o-d elo o-d esen vo lvio-d o p o r Ro em er (1989), q u e é u m a d a s m a is sin tética s rep resen ta çõ es exis-ten tes d e sistem a d e saú d e. De acord o com es-se m od elo, p ara resp on d er às n ecessid ad es d e sa ú d e, o sistem a se co n stitu i d e três co m p o -n e-n tes ce-n tra is: recu rsos, orga -n iza çã o e p resta çã o d e ser viço s. Esses co m p o n en tes sã o in -flu en cia d o s p o r d o is o u tro s fu n d a m en ta is: a gestão e o fin an ciam en to, su rgin d o d essa in te-ração os resu ltad os d o sistem a. O au tor situ a os ser viço s d e sa ú d e co m o sen d o u m d o s d o is gran d es d eterm in an tes d o estad o d e saú d e d a p op u lação, n o m esm o n ível d e im p ortân cia d o estatu to b iológico, este, p or su a vez, sen d o d e-term in ad o p elo am b ien te físico e social.

Em sín tese, n o ta m -se m u d a n ça s co n sid erá veis a o lo n go d a s ú ltim a s d éca d a s n o en fo q u e p ro p o sto p a ra id en tifica r o s d eterm in a n -tes d e sa ú d e. Ob ser va -se a ên fa se n o a gen te p ara exp licar a d oen ça, p assan d o p ela am p lia -ção d esse en foqu e, qu e in clu i o m eio am b ien te n u m p rim eiro m om en to e, p osteriorm en te, u m co n ju n to d e fa to res (estilo d e vid a , a m b ien te, organ ização d os cu id ad os e b iologia h u m an a). A a p lica çã o d e sse s m o d e lo s p a ra a o rga n iza -ção d os serviços d e saú d e p assa p ela d iscu ssão d os lim ites d os serviços d e saú d e n a m elh oria d a sa ú d e d e u m a p o p u la çã o, q u e ve re m o s a segu ir.

O s limit es dos serviços de saúde

Um a gran d e qu estão n a con stru ção d e u m m o-d elo p ara an álise com p arao-d a qu e se p oo-d e an te-ver p elas p osições ap aren tem en te an tagôn icas d e Blu m (Blu m , 1974, ap u d Dever, 1988), Dever (1988), La lo n d e (1974), La fra m b o ise (1973) e Roem er (1989) é exatam en te a d o p eso d os ser-viço s d e sa ú d e n a m elh o ria d a sa ú d e d e u m a p op u lação.

Em b ora segu id am en te d iscu tid a, a qu estão d a im p o rtâ n cia d o s serviço s d e sa ú d e n a p ro -d u çã o -d a sa ú -d e tem si-d o p o u co in vestiga -d a p ela su a evid en te co m p lexid a d e. Os a u to res q u e se d isp u seram a fazê-lo tratam d e selecion ar variáveis setoriais e extrasetoriais q u e iselecion -flu en ciam o estad o d e saú d e, ap lican d o en tão u m m o d elo d e regressã o lo gística , d e a n á lise m u ltivariad a, p ara id en tificar aqu elas d e m aior correlação com os m elh ores resu ltad os.

(5)

critérios d e seleção foram : p rod u to n acion al b ru to p o r p esso a su p erio r a d o is m il d ó la res; p o -p u lação su -p erior a d ois m ilh ões d e h ab itan tes; d isp on ib ilid ad e d e d ad os. An alisaram -se as re-la çõ es en tre in d ica d o res d e a ten çã o à sa ú d e (recu rsos h u m an os/ h ab itan tes, p ercen tu al d o PNB ga sto em sa ú d e, leitos/ h a b ita n tes) e d ie-tético s (co n su m o a lim en ta r, d e fu m o e d e á l-cool/ an u al/per capita), b em com o fatores eco-n ôm icos e dem ográficos (deeco-n sidade p op u lacio-n al, PNB/p er cap ita, ín d ice d e ed u cação), com as d iversas taxas d e m ortalid ad e d e 0-64 an os. As con clu sões foram p olêm icas. Os in d ica-d ores ica-d e aten ção à saú ica-d e n ão se relacion avam n ega tiva m en te co m a m o rta lid a d e, existin d o u m a associação m arcad a e p ositiva en tre a p re-valên cia d e m éd icos e a m ortalid ad e n o gru p o d e id a d es m a is joven s. Nã o se en co n tro u n e -n h u m a exp licação p ara essa “a-n om alia d e m é-d icos”. O p roé-d u to n acion al b ru to p or h ab itan te é a p rin cip al variável q u e m ostra u m a associa-çã o n ega tiva co n sta n te e fo rte co m a m o rta li-d ali-d e.

Um a con trib u ição in teressan te n esse sen ti-d o é a h ip ótese q u e Migu el (1978), u tilizan ti-d o-se d e m étod os q u an titativos, ap reo-sen ta p ara a Esp an h a n o p eríod o en tre 1960 e 1970. O au tor argu m en ta qu e, em form ações sociais com b ai-xo n ível d e d esen volvim en to, as d iferen ças n o estad o d e saú d e p od em ser m elh or exp licad as p elo grau d e m u d an ça econ ôm ica d o q u e p ela estru tu ra e o rga n iza çã o d e serviço s. Em está -gio s m a is a va n ça d o s d e d esen vo lvim en to, o s serviços p assam a con stitu ir-se n u m a variável in d ep en d en te, d e m aior im p ortân cia p ara o n í-vel d e sa ú d e a lca n ça d o d o q u e o crescim en to econ ôm ico.

A fim d e su p era r essa p ro b lem á tica , Co n ta n d rio p o u lo s (1990) p ro p õ e u m m o d elo a m -p lia d o, o n d e in tera gem d o is circu ito s: o q u e d eterm in a o estad o d e saú d e e o q u e d eterm i-n a o qu e ele ch am a d e sistem a d e cu id ad os (Fi-gu ra 1). São cin co os p rin cip ais d eterm in an tes d o esta d o d e sa ú d e d a p o p u la çã o : a b io lo gia h u m an a, os h áb itos d e vid a, o d esen volvim en -to físico e so cia l e o s ser viço s d e sa ú d e. Além d essa van tagem , o m od elo p ossib ilita estab ele-cer rela çõ es en tre o s d iverso s co m p o n en tes, p erm itin d o m ed id a s d e a va lia çã o d o sistem a d e ser viço s, ta is co m o p ro d u tivid a d e, efetivi-d aefetivi-d e e eficiên cia.

En ten d en d o a saú d e com o u m estad o d in â m ico, os serviços d evem ter com o fu n ção p rin -cip al alterar o p rocesso n atu ral d e evolu ção d a d oen ça. A m ed id a e a d efin ição exatas d o qu e é u m p rob lem a d e saú d e estão relativizad as, tan to p elo a gen te q u e a p erceb e (o u su á rio, a so -cied ad e, o Estad o, os p restad ores d o sistem a d e

saú d e), q u an to p ela p róp ria eficácia d os servi-ços. Qu an to m ais o sistem a se ap r im ora, m ais se a m p lia a d efin içã o d o q u e se co n stitu i u m p ro b lem a d e sa ú d e, ju stifica n d o seu s d esen -volvim en to e au m en to d e cu sto.

Por esse m od elo, os serviços seriam resp on sáveis p ela gerên cia eficien te d os recu rsos em -p regad os -p ela socied ad e. Isso se faria d e acor-d o co m regra s e va lo res o rga n iza cio n a is a cei-tos d e form a a aten d er às exp ectativas e con trib u ir o m áxim o p ossível p ara a m elh oria d a saú -d e -d a p op u lação.

O m od elo p rop osto in clu i u m a con cep çã o in flu en cia d a p elo m o d elo d e La lo n d e (1974), m as am p liad a, d os d eterm in an tes d a saú d e d e u m a p o p u la çã o e d o p a p el rea l d o ch a m a d o su b sistem a d e aten ção à saú d e sob re ela. As d feren tes m od a lid a d es orga n iza cion a is n os d i-feren tes p aíses (resp on sabilidade dos cidad ãos, d o Estad o, regu lam en tação p rofission al, tip os d e fin an ciam en to e p agam en to p elos serviços) p od em acarretar as p rin cip ais d iferen ças en tre seu s sistem as d e saú d e, n a m ed id a em q u e in flu en cia m o s p a p éis d o s d iferen tes a to res so -cia is e rep ercu tem n a ca p a cid a d e d e gerir o s gastos e n a eficiên cia d os serviços p ara a p op u -lação.

Aliá s, é im p o rta n te a ten ta r p a ra o fa to d e q u e a lógica q u e rege a s p a rticu la rid a d es fu n cion ais d o sistem a d e saú d e p od e n ão n ecessa -riam en te estar voltad a p ara o b em -estar d a p o-p u lação, visto qu e o com o-p ortam en to d os d iver-so s (e p o r vezes a n ta gô n ico s) a to res iver-so cia is d en tro d e tal sistem a p od e d irecion ar su a d in â-m ica p ara ou tros fin s.

Usan d o esse referen cial, Ch am p agn e et al. (1991) co m p a ra m a evo lu çã o d o s ser viço s d e sa ú d e d o Ca n a d á e d o s Est a d o s Un id o s co m a d o s o u t r o s p a íse s d a Or ga n iza ç ã o p a r a a Co o p era çã o Econ ôm ica e o Desen volvim en to (Oced ), a n a lisa n d o a p ro d u tivid a d e, a efetivd aefetivd e e a eficiên cia efetivd esses sistem as. Com o in efetivd i-cad ores d e recu rsos, u sam o p ercen tu al d o PIB em saú d e e d esp esas p er cap ita; p ara os servi-ço s, o tem p o d e p erm a n ên cia h o sp ita la r e o n ú m ero d e m éd icos p or h ab itan te e, p ara os re-su lta d o s, a esp era n ça d e vid a e a m o rta lid a d e in fan til. Dem on stram as d ificu ld ad es d o siste-m a asiste-m erican o, cosiste-m gastos siste-m ais elevados e p io-res in d icad oio-res d e saú d e, caracterizan d o-o co-m o o co-m en os eficien te d e tod os.

(6)

i-zação d os serviços in flu en ciad a p or ativid ad es extrasetoriais (ed u cação, ren d a, acessib ilid a -d e geográfica etc.).

Abordagem comparada em saúde e os cuidados na const rução do modelo

En t e n d e m o s a co m p a ra çã o co m o a b u sca d e sem elh a n ça s, d iferen ça s ou rela ções en tre fe-n ô m efe-n o s q u e p o d em ser co fe-n tem p o râ fe-n eo s o u n ã o, q u e o co rra m e m e sp a ço s d ist in t o s o u n ã o, ten d o em vista con h ecer d eterm in a ções, ca u sa lid a d e s e in t e r-re la çõ e s (Co n ill e t a l., 1991).

A ab ord agem com p arad a é u m in stru m en -to m e-to d o ló gico im p o rta n te; n o en ta n -to, tem u tiliza d o en fo q u es d e d escr içã o e a n á lise so b b a ses filo só fica s d iferen tes. Recen te revisã o d os en foq u es u tilizad os n a área d a saú d e (Co-n ill et a l., 1991) d ivid iu -o s em três co rre(Co-n tes: fu n cion alism o, m aterialism o-h istórico e “n ovas corren tes”. Na p rim eira, p red om in am a d escrição, a classificação e o estab elecim en to d e in -d ica-d ores p ara exp licar a estru tu ra e o fu n cion am ecion to dos diversos sistem as oficiais de atecion -ção à saú d e. Destacam -se os trab alh os d e Field (1973), Fren k & Don ab ed ian (1987), Klecskows-ki et al. (1984) e Roem er (1989).

Est ado de saúde dos indivíduos na população

Re curso s humano s, físico s, co nhe cime nto , finance iro s

Estilo d e vid a

Bag ag e m g e né tica

Be m e star

Utilização d e se rviço s

Efe tivid ad e

Pro sp e rid ad e e co nô mica Pro b le ma d e saúd e

Mo d ificação d o s p ro b le mas

Eficiê ncia Pro d utivid ad e

Mo d alid ad e s o rg anizacio nais: Re sp o nsab ilid ad e s d o s cid ad ão s, d o g o ve rno ;

Re g ulação e m re lação à p ro fissão ; Mo d alid ad e s d e financiame nto ; Mo d alid ad e s d e p ag ame nto Fig ura 1

Mo d e lo d e siste ma d e saúd e .

Amb ie nte cultural, so cial p o lítico , e co nô mico e te cno ló g ico

(7)

A segu n d a ca ra cteriza -se p o r u m a q u a se au sên cia d e esq u em as e tip ologias e p or estu -d os qu e b asicam en te p rocu ram ver as relações d o im p eria lism o co m a a ssistên cia à sa ú d e, a organ ização d os serviços n os p aíses em tran si-ção p ara o socialism o e as con trad ições d as re-form as cap italistas. Os trab alh os m ais d estaca-d os são os estaca-d e Navarro (1976, 1977, 1983).

A terceira, d escrita com o “n ovas corren tes” (Illich , 1975; Cap ra, 1982; Gorz, 1987), u tiliza-se d a com p aração in tern acion al p ara an alisar os efeitos d a in d u strialização sob re os sistem as d e sa ú d e, q u e ten d eria m a u m a co n vergên cia d a p ro b lem á tica , in d ep en d en tem en te d a fo r -m ação social n a qu al se situ a-m . Na ten tativa d e im p ed ir os efeitos d a iatrogên ese estru tu ral (Il-lich , 1975), qu e retira grad ativam en te d os in d i-víd u os a cap acid ad e d e criar seu s p róp rios va-lores d e u so, d eve-se d im in u ir a p rofission ali-zação, a b u rocratização e con seq ü en tem en te, frear a exp an são d esses sistem as.

Mesm o leva n d o em co n sid era çã o a va ria -ção m etod ológica en tre os en foqu es, é p ossível d izer q u e o s p la n o s em q u e esta s a n á lises fo -ra m rea liza d a s e a sistem a tiza çã o d a s ca tego-rias u tilizad as p ou co se voltaram p ara o con h e-cim en to d os resu ltad os atin gid os n a im p lan ta-ção e im p lem en tata-ção d os sistem as d e saú d e.

Acred itam os qu e as d ificu ld ad es p od em ser su p erad as com a in corp oração d os vários elem en tos d as d iversas corren tes n o p rocesso sin -tético (e d ia lético ) d e in co rp o ra çã o d e d iver-gên cias. Ao d esen volverm os u m a m etod ologia qu e su p ere a ten d ên cia fragm en tad ora d o fu n -cion alism o e a ortod oxia d o m aterialism o-h is-tórico e ao red efin irm os categorias e in d icad o-res a serem com p arad os, estarem os b u scan d o a su p eração d as d u alid ad es, p olarizações e d i-cotom ias qu e trad icion alm en te têm m arcad o a p ro d u çã o d o co n h ecim en to n a á rea (Co n ill et al., 1991).

Co n sid era n d o o s o b jetivo s d este tra b a lh o, a d o ta -se o segu in te co n ceito d e sistem a d e saú d e: “con ju n to d e relações en tre in stitu ições, gru p os sociais e in d ivíd u os, orien tad os p ara a m an u ten ção e m elh ora d o n ível d e saú d e d e u m a popu lação h u m an a determ in ada” (Migu el, 1978:142).Qu a n to a o serviço d e sa ú d e, p a rte-se d o p ressu p o sto d e q u e ele rte-seja o resu lta d o d e p ro d u çõ es a n terio res, a cu m u la çã o d e co -n h ecim e-n tos, rep rese-n tações, p roced im e-n tos, técn icas e riqu ezas, u m con ju n to sed im en tad o d e form a m ais ou m en os estável, on d e som en -te u m a m in oria é su scetível a ad ap tações a cu r-to p razo (Eraly, 1988).

Um a va n ta gem p o ten cia l d a a n á lise co m -p a ra d a é a -p o ssib ilid a d e d e in clu ir va riá veis h istóricas, p olítico-ad m in istrativas e cu ltu rais

em su a s esp ecificid a d es, o q u e p erm ite a m p liar o lequ e d e relações d e d eterm in ação e ob servar as resp ostas dadas em determ in ado con -texto. Além d isso, u m a an álise com p arad a q u e leve em con ta algu m as categorias b ásicas e u m gran d e n ú m ero d e in d icad ores tem a van tagem d e p erm itir a con stru ção d e tip ologias e m od e-los q u e serão con fron tad os, p or seu lad o, com ou tras p esq u isas em p íricas p ara con firm ação, aju stes ou até m esm o seu ab an d on o.

Mas as d esvan tagen s p recisam ser tam b ém a p o n ta d a s. Um a d ela s é a a u sên cia d e d a d o s h om ogên eos d e u m p aís a ou tro p ara an álises d e p erfil q u an titativo (sistem a d e in form ações d iferen tes). Ou tra d esvan tagem é a escolh a for-ço sa en tre u m a gra n d e q u a n tid a d e d e in d ica-d ores a serem u tilizaica-d os n u m p eq u en o recorte esp a cia l o u tem p o ra l, o q u e p o d e restrin gir a cap acid ad e d e com p aração ou , p elo con trário, o p ta r-se p ela exten sã o d o estu d o, leva n d o a p erd as n o refin am en to e ap rofu n d am en to d os resu ltad os.

Em sín tese, n o d esen volvim en to d o m od elo qu e p reten d em os, é p reciso levar em con ta p e-lo m en o s d o is p rin cíp io s: d eve ser a p lica d o a form ações sociais com in d icad ores sócio-eco-n ôm icos relativam esócio-eco-n te sem elh asócio-eco-n tes e d eve-se ter a cla reza d e q u e p erm a n ecem o s em n ível d o su b sistem a d e cu id ad os.

Um m o d elo é u m a estru tu ra a n a lítica q u e estu d a as relações en tre u m con ju n to d e variá-veis, sen d o com p osto d e u m a ou m ais h ip óte-ses com b ase n as q u ais retiram os im p licações ou p revisões. Precon iza-se q u e, p ara ser ú til, o m odelo deve ser u m a versão sim p lificada e ab s-trata d a realid ad e (Netto, 1986). Dem o (1982), n u m a an álise crítica d a con stru ção d e m od elos com o m étod o, p rop osto p or Lévi-Strau ss, afir-m a q u e o afir-m o d elo seria seafir-m p re siafir-m p lifica d o r ao ten tar “cristalizar em u m n ú cleo con caten a-do e estável a su perfície com plexa da realidade, ap oian d o-se n a cren ça d e qu e a su bjacên cia, sen do orden ada (estru tu rada) e sim ples, con tém a exp licação d o fen ôm en o” (Dem o, 1982:213). Se o m od elo for tão com p lexo qu an to a p róp ria realid ad e, ele p erd e su a força exp licativa, força esta qu e seria ob tid a n a d ecom p osição an alíti-ca d as in varian tes su b jacen tes. Neste alíti-caso, se-gu n d o Dem o, o d esa fio é d e q u e “o m ais sim -p les d eve ex -p licar m ais, d esd e qu e d ê con ta d e toda a realidade” (Dem o, 1982:213).

Ten d o d efin id o en tão o q u e é u m m od elo e sen d o o n osso ob jeto d e estu d o a organ ização d os serviços d e saú d e, p assam os a q u estão se-gu in te: com o con stru í-lo?

(8)

d a s a çõ es e in tera çõ es in ter e in tra o rga n iza -cio n a is, co n sid era m o s o m o d elo p ro cessu a l (sistêm ico ) p ro p o sto p o r Le Mo ign e (1990) o m ais ap rop riad o.

De acord o com este au tor, m od elar u m sis-tem a com p lexo é m od elar u m sissis-tem a d e ação. A m odelagem sistêm ica p arte da segu in te qu etão: O qu e é feito? Qu ais são as fu n ções e tran s-form ações ou as op erações asseguradas ou a as-segu rar? Utilizar esse referen cial im p lica en ca-rar u m a d in âm ica d e ação q u e se d esen rola n o tem p o, qu e desloca seu s p rodu tos e a si m esm a n u m esp aço e q u e afeta a form a d esses p rod u -tos. Exige tod a u m a con textu alização d en tro d e u m referen cial tem p o-esp aço-form a esp ecífico. Utiliza rem os a m od ela gem sistêm ica m a is sim p les, qu e é a qu e estab elece a relação en tre os recu rsos, os serviços p rod u zid os e os resu l-tad os (Don ab ed ian , 1972).

Nossas p ergu n tas d evem q u estion ar com o os serviços são p rod u zid os. As categorias esco-lh id a s, em vez d e d escreverem co m p o n en tes, d evem ser vista s com o ca ra cterística s d o p ro-cesso d e p rod u ção d e serviços.

Dever (1989:10) cita as segu in tes van tagen s d a u tilização d o m od elo p or ele con ceb id o, qu e d evem ser levad as em con ta n a con stru ção d e u m m od elo:

• p ossib ilid ad e d e se d ar igu al d estaqu e a ca-tegorias localizad as em d iferen tes d im en sões; • su a a b ra n gên cia , isto é, a p ossib ilid a d e d e se fazer a d escrição ou a an álise, valen d o-se d e ca d a ca tego ria d o m o d elo o u d a co m b in a çã o d elas;

• p o ssib ilid a d e d e id en tifica r p a d rõ es, exa -m in a n d o a i-m p o rtâ n cia rela tiva d e ca d a u -m a d as categorias;

• p o ssib ilid a d e d e exp lo ra r á rea s a n terio r-m en te n egligen ciad as.

O cern e d a q u estã o lo ca liza -se, en tã o, n a escolh a e n a op eracion alização d as categorias d e in teresse e n a seleção d os in d icad ores a se-rem u tilizad os.

N ot as preliminares sobre as cat egorias e indicadores para a operacionalização do modelo

Em relação à escolh a d as categorias, su rgem as segu in tes q u estõ es. Em p rim eiro lu ga r, q u e d êem con ta d e u m a ab ord agem glob al d o m o-d elo escolh io-d o e lh e con firam coerên cia, o qu e p re ssu p õ e b a se co n ce itu a l p re cisa e lim ite s a d e q u a d o s a o s â m b ito s d e ca d a q u e stã o. Em segu n d o, q u e con sid erem u m recorte esp acial e tem p o ra l p a ra a a p lica çã o d o m o d elo (u m p aís, estad os, m u n icíp ios).

Os critérios u tilizad os p ara a escolh a d e in -d ica -d o res -d e m o n ito ra m en to -d o sistem a -d e sa ú d e ca n a d en se (Ch eva lier et a l., 1995) p o -d em ser lem b ra-d os:

• d evem ser ú teis à tom ad a d e d ecisões; • d evem ser sen síveis, isto é, seu s valores d vem variar em fu n ção d o ob jeto q u e eles q u e-rem m ed ir;

• d evem p erm itir com p arações tem p orais; • d evem ap resen tar u m a certa variab ilid ad e n o tem p o e n o esp aço;

• d evem ter u m caráter d e exclu sivid ad e m ú -tu a, isto é, n ão d evem se su p erp or en tre si; • d evem ter b oa rep u tação, o qu e lh es con fe-re valid ad e a priori.

As categorias d escen tralização e acesso são categorias u n iversalm en te p resen tes n as an á-lises d e sistem a s d e sa ú d e e a p a recem co m o p rom issoras n a con stru ção d o m od elo.

A categoria d escen tralização vem a ser u m d o s p rin cip a is co m p o n en tes d a s tra n sfo rm a -ções qu e vêm ocorren d o n os p rin cíp ios con sttu cion ais e n as estru sttu ras fin an ceiras e organ iza cio n a is d e a lgu n s p a íses. Pa ra Co n ta n d rio -p o u lo s (1994), a d escen tra liza çã o é u m a d a s id éias m estras d e u m a terceira via n a saíd a d a crise p ela qu al o setor p assa.

En ten d em o s q u e a d escen tra liza çã o p o d e criar as b ases p ara u m a m aior au ton om ia local n o u so d o s recu rso s e n a im p lem en ta çã o d e p olíticas. De u m a m an eira geral, u m a m od ali-d aali-d e ali-d e organ ização ali-d e serviços q u e se carac-terize p or ser d escen tralizad a d eve com p ortar u m m a io r co n tro le d o n ível lo ca l n o p ro cesso d e d ecisão, m esm o se tratad o com o u m con ti

-n u u m ou con d icion ad o p or seu m aior ou m e-n or grau d e d escee-n tralização (Hortale, 1997).

No p la n o d a a d m in istra çã o p ú b lica , u m ser viço d escen tra liza d o p o d e se ca ra cteriza r p or tran sferir tan to p od eres d e d ecisão, qu an to d e a u torid a d e, q u a lq u er q u e seja a d im en sã o. Na d im en sã o territo ria l, p o d e ca ra cteriza r-se p ela m a ior p roxim id a d e com o n ível loca l d os serviços, on d e h aja m aior acesso e con trole p or p a rte d os setores orga n iza d os, e n a d im en sã o fu n cion al, p ela p ossib ilid ad e d e criar esp aços d e m aior au ton om ia e p articip ação.

(9)

recu rso s fin a n ceiro s e d e sa ú d e n u m a zo n a d e -term in ad a; serviços d isp on íveis n o m om en to e lu gar em q u e o p acien te n ecessita, on d e a for-m a d e en trad a n o sistefor-m a seja clara; acessib ili-d a ili-d e fin a n ceira (ca p a ciili-d a ili-d e in ili-d iviili-d u a l p a ra cu stear a aten ção m éd ica); acessib ilid ad e física (cu stos d e tran sp orte, tem p o e b u sca), grau d e a ju ste en tre a s ca ra cterística s d a p o p u la çã o e d os recu rsos d e aten ção à saú d e, d en tre ou tros (Ad ay & An d ersen , 1992).

Pa ra esses a u to res, o term o a cesso tem re-p resen ta d o m a is u m co n ceito re-p o lítico d o q u e o p era tivo (ter a cesso o u en tra r n o sistem a con stitu i, exp lícita ou im p licitam en te, u m ob -jetivo d as p olíticas d e saú d e), ten d o sid o feitos “p ou cos esforços p ara elaborar u m a d efin ição sistem ática con ceitu al ou em pírica, qu e pu desse possibilitar aos respon sáveis pela tom ada de de-cisões e aos con su m id ores avaliarem a efetivi-d aefetivi-d e efetivi-d os efetivi-d iferen tes p rogram as p ara alcan çar essa m eta” (Ad ay & An d ersen , 1992).

A categoria acesso d eve, p ortan to, ser vista n ã o so m en te co m o geo grá fica e eco n ô m ica , m a s ta m b ém o rga n iza cio n a l e só cio -cu ltu ra l. Ela p o d e d escrever a ca p a cid a d e q u e u m u m serviço tem d e d ar cob ertu ra a u m a d eterm in a-d a p op u lação, ou o ob stácu lo a su a u tilização, ca ra cteriza n d o u m a in tera çã o q u e o co rre em u m p rocesso d e p rod u ção d e serviços.

Pa ra Ad a y & An d ersen (1992), fo i Do n a b e-d ia n q u em m elh or e-d efin iu a ca tegoria a cesso: “a p rova de acesso con siste n a u tilização de u m serviço, n ão sim p lesm en te n a su a ex istên cia.

Dessa form a,o acesso pode ser m edido pelo n í-vel d e u tilização em relação à n ecessid ad e. De-vem os recon h ecer qu e a avaliação da n ecessida-de dos clien tes difere da dos p rofission ais. Além d isso, é p reciso d istin gu ir d ois com p on en tes n a u tilização do serviço: o in ício e a con tin u idade” (Don ab ed ian , ap u d Ad ay & An d ersen , 1992).

An a lisa r o a cesso em term os d e cu sto, d is-p on ib ilid ad e, econ om ia in tern a (tem is-p o d e es-p era , d em o ra e in terru es-p çõ es n a es-p resta çã o d e ser viço s etc.) e va riá veis p sico ló gica s o u co -n h ecim e-n to sob re a saú d e -n ão é su ficie-n te p a-ra in d icar se tod os aq u eles in d ivíd u os q u e d eseja m en tra r n o sistem a efetiva m en te co n se -gu em . Em b o ra seja im p o rta n te co n h ecer em q u e gra u esses fa to res d eterm in a m u m a d ife -ren ça n a ob ten ção d a aten ção, a p rin cip al d ifi-cu ld a d e a o a va lia r o a cesso é verifica r se a s p essoas q u e realm en te n ecessitam d e aten ção receberam -n a. Esse asp ecto p erm an ece, em ge-ra l, n ã o reso lvid o n a b ib lio gge-ra fia co n su lta d a (Ad ay & An d ersen , 1974; Don ab ed ian , 1972).

Considerações finais

Ao lon go d o artigo, id en tificam os algu n s en tra-ves m etod ológicos q u e d evem ser su p erad os e qu e resu m im os a segu ir.

Um d eles é a ad eq u ação d o m od elo à reali-d areali-d e socialversu sa su a sim p lificação. Um d os d esa fio s é exa ta m en te este: n em in co rrer n o ilu stracion ism o racion alizad or qu e p ercorre só o cam in h o p ositivista d e com p rovação n a p rá-tica d a s h ip ó teses teó rica s (teo ria →p rá tica ), n em a ch a rm o s q u e o s d a d o s fa la rã o p o r si (p rática →teoria). As q u estões teóricas em egem d o s d esa fio s d a rea lid a d e e a eles reto r-n a m p a ra u m a co r-n fro r-n ta çã o, rem o d ela gem , a p erfeiço a m en to e u tiliza çã o (p rá tica →teo -ria → p rática) (Freire, 1970).

O ou tro en trave refere-se à h eterogen eid a-d e n a op eracion alização a-d as p olíticas p ú b licas n a s d iferen tes fo rm a çõ es so cia is. Co m o esta b elecer co m p a ra çõ es q u e seja m su ficien te -m en te sen síveis a essas in flu ên cias, se-m d eixa-rem d e ser op erativas? Com o criar u m m od elo qu e con siga sep arar o setorial, sem restrin gi-lo em d em asia, d e form a q u e se p ossa con tin u ar ten d o a lgu n s critério s o p era tivo s ca p a zes d e co m p a ra r sistem a s d iverso s en tre si n o p la n o d as p olíticas p ú b licas? A n ossa p rop osta é a d e, n u m p rim eiro m om en to, p erm a n ecerm os em n ível d os resu lta d os d o p rocesso d e p rod u çã o d e serviço ou em n ível d a com p aração d o ch a-m ad o su b sistea-m a d e aten ção à saú d e.

Será a p artir d e u m ap rofu n d am en to teóri-co e d e u m a p rim eira sistem atização d as cate-go ria s a cesso e d escen tra liza çã o q u e p a rtire-m os p ara a op eracion alização d os seu s cortire-m p n en tes m ais p ertin en tes n a con stru ção d o n o-vo m od elo, qu e tem com o p reocu p ação tan to a d in â m ica d o s ser viço s d e sa ú d e, q u a n to a d i-m en são avaliativa.

O q u e n o s p a rece im p o rta n te ressa lta r é q u e, an tes d e efetu arm os u m a m od elagem so-m en te d a o rga n iza çã o d o s ser viço s, d eveso-m o s p en sa r d e q u e fo r m a ela se rela cio n a co m o s ou tros d eterm in an tes d e u m sistem a d e saú d e con ceb id o já d e form a am p liad a, sen ão correm o s o risco d e su b o u su p era va lia rcorrem o s a in -flu ên cia d e d eterm in ad a variável organ izacio-n al tom ad a isolad am eizacio-n te d e seu coizacio-n texto.

(10)

Referências

ADAY, L. A. & ANDERSEN, R., 1992. Ma rco te ó rico p a ra el estu d io d el a cceso a la a ten ció n m éd ica . In : In vestigacion es sobre Servicios d e Salu d : Un a

An tología(K. L., Wh ite, ed .), p p . 604613, Wa sh

-in gton : OPAS.

CAPRA, F., 1982. O Pon to de Mu tação. São Pau lo: Cu l-trix.

CH AMPAGNE, F.; CONTANDRIOPOULOS, A. P.; LEMAY, A. & PREKER, A., 1990. Th e evo lu tio n o f h ealth care p erform an ce in Can ad a, th e U.S. an d oth er OECD cou n tries: a com p arative an alysis of p rod u ctivity, effectiven ess an d efficien cy. Grou pe de Rech erch e In terdisciplin aire en San té, 18:1-17. CH EVALIER, S.; CH OINIÈRE, R.; FERLAND, M.;

PAGEAU, M. & SAUVAGEAU, Y., 1995. In dicateu rs Sociosan it aires: Défin it ion s et In t erp rét at ion s. Ot t a wa : In st it u t Ca n a d ie n d ’In fo rm a t io n su r la San té.

COCHRANE, A. L.; LÉGER, A. S. S. & MOORE, F., 1988. En tra d a s d e a ten ción d e sa lu d y sa lid a s d e m or-talid ad en los p aíses d esarrolad os. In: El Desafío d e la Ep id em iología, Problem as y Lectu ras Selec-cion adas (C. Bu ck, A. Lop es, E. Nájera & M. Terris, orgs.), p p. 1.015-1.022, Wash in gton : Organ ización Pan am erican a d e la Salu d / Organ ización Mu n d ial d e la Salu d .

CONILL, E.; MENDONÇA, M. H .; SILVA, R. R. & GAWRYSZEWSKI, V., 1991. A organ ização d os ser-viço s d e sa ú d e : a co m p a ra çã o co m o co n trib u i-ção. Cadern os de Saú de Pú blica, 7:328-346. CONTANDRIOPOULOS, A. P., 1990. Rech erch e su r les

fo n d em en ts d ’u n m o d èle th éo riq u e d u systèm e d e sa n té. Grou p e d e Rech erch e In terd iscip lin aire en San té, 13:1-11.

CONTANDRIOPOULOS, A. P., 1994. Réform er le sys-tèm e d e san té: u n e u top ie p ou r sortir d’u n statu q u o im p o ssib le. Ru p tu res, Revu e Tran sd isci-plin aire en San té,1:8-26.

DEVER, A., 1988. Ep id e m io lo gia : e n fo ca n d o a p re -ve n çã o. In : A Ep id em iologia n a Ad m in istração

dos Serviços de Saú de, p p. 1-24, São Pau lo: Proh

a-sa/ Livraria Pion eira e Ed itora.

ERALY, A., 1988. La Stru ctu ration d e l’En trep rise.

Bru xelles: Ed ition s d e l’Un iversité d e Bru xelles. EVANS, R. G. & STODDART, G. L., 1996. Prod u ire d e la

sa n té , co n so m m e r d e s so in s. In : Être ou n e p as Être en Bon n e San té: Biologie et Déterm in an ts So-ciau x d e la M alad ie, p p. 37-73, Pa ris/ Mo n tré a l: Presse d e l’Un iversité d e Mo n tréa l/ Jo h n Lib b ey Eu rotext.

FIELD, M., 1973. Th e con cep t of th e h ealth system at th e m a cro so cio lo gica l le ve l. Social Scien ce an d

Medicin e, 7:763-785.

FREIRE, P., 1970.Ped agogia d o Op rim id o.Rio d e Ja -n eiro: Paz e Terra.

FRENK, J. & DONABEDIAN, A., 1987. State in terven -tion in m ed ical care: typ es, tren d s an d variab les.

Health Policy an d Plan n in g, 2:17-31.

GOFFMAN, E., 1996. Prisões, M an icôm ios e Con ven -tos.Rio d e Jan eiro: Persp ectiva.

GORZ, A., 1987. Adeu s ao Proletariado – para Além do

Socialism o.Rio d e Jan eiro: Foren se Un iversitária.

H ORTALE, V., 1997. O co n ce ito d e d e sce n tra liza çã o a p lica d o a o s se rviço s d e sa ú d e : d im e n sõ e s, p a -d rões e regu la ri-d a -d es. Revista d e Ad m in istração

Pú blica, 31:23-35.

ILLICH, I., 1975. A Exp rop riação d a Saú d e – N êm esis

da Medicin a.Rio d e Jan eiro: Nova Fron teira.

KLECSKOWSKI, B.; ROEMER, M. & VAN DER WERFF, A., 1984. Sistem as Nacion ales de Salu d y su

Reori-en tación Hacia la Salu d p ara Tod os.Se rie Cu a

d ern os d e Salu d Pú b lica, 77. Gin eb ra: Organ iza -ción Mu n d ial d e la Salu d .

LAFRAMBOISE, H . L., 1973. Hea lth p o licy: b rea kin g th e p ro b le m d own in to m o re m a n a ge a b le se g-m e n ts. Can ad ian Med ical Association Jou rn al, 108:388-393.

LEAVELL, H. R. & CLARK, G. R., 1965. Preven tive Med-icin e for th e Doctor in h is Com m u n ity. An Ep

i-dem iologic Approach. 3rded ., New York:

McGraw-Hill.

LE MOIGNE, J. L., 1990. La Modélisation des Systèm es

Com plexes.Paris: Du n od .

McKEOWN, T., 1981. Le s d é te rm in a n ts d e l’é ta t d e sa n té d e s p o p u la tio n s d e p u is tro is siè cle s: le co m p o rte m e n t, l’e n viro n e m e n t e la m é d e cin e. In : Médecin e et Societé les An n ès 80(L. Bozzin i, M. Ren au d , D. Gau ch er, J. Llam b ias-Wolff, ed s.), p p. 143-233, Mon tréal: Coop.Sain t Martin .

MIGUEL, J. M., 1978. El sistem a sa n ita rio. In : Socio-logía d e la Med icin a ( J. M. Migu el, org.), p p. 139-177, Barcelon a: Vicen s.

NAVARRO, V., 1976.Med icin e u n d er Cap italism .New York: Prod est.

NAVARRO, V., 1977. Health an d Med ical Care in th e

U .S.: A Critical An alyisis. Ne w Yo rk: Ba ywo o d

Pu b lish in g Com p an y In c.

NAVARRO, V., 1983.Health an d Work u n d er Cap

ital-ism ; An In tern ation al Persp ective.New York:

Bay-wood Pu b lish in g Com p an y In c.

NETTO, A. G. M., 1986. Dicion ário d e Ciên cias Soci-ais. Rio d e Jan eiro: Fu n d ação Getú lio Vargas. PESSOA, S. B., 1983. Ecologia e ep id em ias. In : En saios

M éd ico-Sociais(S. Pessoa, org.), p p. 157-175, Rio

d e Jan eiro: Gu an ab ara-Koogan .

ROEMER, M., 1989. Nation al h ealth system s as m ar-ket in terven tion . Jou rn al of Pu blic Health Policy, 62-77.

SCLIAR, M., 1987. Do M ágico ao Social.Porto Alegre: LPM.

Agradeciment os

Referências

Documentos relacionados

Taking into account that the abdominal cavities of the four survival rats after 45 days of severe autogenously fecal peritonitis were almost free of any sign of infection after

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

Para este estágio delineei como principais me- tas a integração e trabalho em equipa, o desenvolvimento do raciocínio clínico e a aquisição de autonomia na abordagem das

Desse modo, a escola e a mídia são significadas como um lugar de consolidação de imagens sobre a língua, através do ensino de língua portuguesa, estabilizando-as a

Em 2008 foram iniciadas na Faculdade de Educação Física e Desportos (FAEFID) as obras para a reestruturação de seu espaço físico. Foram investidos 16 milhões

Esse princípio foi normatizado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, ao estabelecer, em seu Artigo 3º, Inciso VIII, a “ [...] gestão democrática

Não obstante a reconhecida necessidade desses serviços, tem-se observado graves falhas na gestão dos contratos de fornecimento de mão de obra terceirizada, bem

Ainda de acordo com o Capítulo II, Secção I, Anexo I do Regulamento (CE) nº 854/2004 relativamente à carne fresca, o MVO deve verificar e analisar as informações