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O Programa Bandeira Azul: desenvolvimento e validação das recomendações do processo de avaliação no Município de Vagos

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Universidade de Aveiro 2019

Departamento de Ambiente e Ordenamento

Rita Luciano Bastos

de Carvalho e Rocha

O Programa Bandeira Azul

– Desenvolvimento e

Validação das Recomendações do Processo de

Avaliação no Município de Vagos

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Universidade de Aveiro 2019

Departamento de Ambiente e Ordenamento

Rita Luciano Bastos

de Carvalho e Rocha

O Programa Bandeira Azul

– Desenvolvimento e

Validação das Recomendações do Processo de

Avaliação no Município de Vagos

Relatório de Estágio apresentado à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Engenharia do Ambiente, realizada sob a orientação científica da Doutora Filomena Maria Cardoso Pedrosa Ferreira Martins, Professora Associada do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro

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Para a minha filha, que transformou esta difícil etapa numa aventura cheia de alegria e amor. Obrigada por me fazeres ver o caminho.

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o júri

presidente Prof.ª Dr.ª Ana Paula Duarte Gomes

Professora Auxiliar do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro

Prof.ª Dr.ª Filomena Maria Cardoso Pedrosa Ferreira Martins

Professora Associada do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro

Prof.ª Dr.ª Cristina Maria de Almeida Bernardes

Professora Associada do Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro

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agradecimentos Quero agradecer à minha família, principalmente aos meus pais, Anabela, Carlos e João, o apoio e a compreensão demonstrados ao longo destes anos. Mantiveram-se comigo nesta caminhada sempre que foi necessário, respeitando sempre as minhas decisões, sei que pedi muito e exigi ainda mais, obrigada.

Agradeço também ao meu marido, Bruno, o seu incondicional apoio, sempre que me fui abaixo arranjou forças para me puxar para cima, e sempre acreditou em mim mesmo quando nem eu acreditava, obrigada.

Quero também deixar um agradecimento especial para a madrinha da minha filha, Vanessa, e para a minha prima Ana, que estiveram presentes e sempre ao meu lado nesta caminha para o futuro, sempre me ajudaram sem nunca me julgar ou esperar nada em troca, obrigada.

Por fim, quero agradecer à Câmara Municipal de Vagos pela oportunidade de estagiar numa entidade com tanta importância; à Engenheira Isabel Rosado pela sua compreensão, disponibilidade e profissionalismo para comigo nesta etapa tão decisiva, e à Professora Filomena Martins pela excelente orientação, apoio e críticas na realização deste relatório. Obrigada por me deixarem crescer ao vosso lado.

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palavras-chave Programa Bandeira Azul, Gestão de Praias, Certificado Ambiental, Atividades de Educação Ambiental.

resumo O Programa Bandeira Azul, promovido a nível nacional pela Associação Bandeira Azul da Europa, é um certificado de qualidade ambiental atribuído a praias costeiras e fluviais, portos, marinas e embarcações ecoturísticas que cumpram os 33 critérios exigidos pelo programa.

Este certificado, implementado atualmente a nível mundial, tem demonstrado ser um método simples e eficaz de gestão ambiental das praias na ausência de outros tipos de ferramentas de gestão.

A Educação e Informação Ambiental, um dos critérios deste programa com grande importância, promove a sensibilização e informação ambiental das populações locais, levando a uma mudança nos comportamentos e atitudes para com as zonas costeiras e o meio ambiente.

Este relatório de estágio curricular, realizado na Câmara Municipal de Vagos, teve como objetivo geral o desenvolvimento e validação das recomendações de melhoria propostas e identificadas na avaliação da implementação do Programa Bandeira Azul no Município de Vagos, realizada no ano de 2018, com principal foco nas atividades de educação realizadas no âmbito do programa.

De modo a ir de encontro ao objetivo geral, foram definidos quatro objetivos específicos, que foram trabalhados em estágio: Monitorização e gestão de ações/atividades de educação ambiental, tendo em conta o publico alvo; Melhoria da rede de parcerias de colaboração com o Programa Bandeira Azul; Melhoria da comunicação, informação e disseminação de atividades e resultados; Proposta de criação de grupo de trabalho para gestão das partes integrantes do Programa Bandeira Azul, a ser implementado no futuro.

Durante a realização do estágio na entidade, participamos também na preparação, organização e realização de várias atividades de educação ambiental dentro e fora do âmbito do Programa Bandeira Azul, assim como outras tarefas afetas ao Serviço de Ambiente da Câmara Municipal de Vagos. Após a realização deste estágio concluiu-se que um dos maiores impedimentos na melhoria da aplicação deste programa e das suas atividades de educação ambiental no Município de Vagos é a falta de recursos humanos na entidade e a falta de sensibilização dentro da mesma para esta matéria.

Confirmou-se também a existência da possibilidade de concretização de novas parceiras para estas atividades (com a realização de um evento em conjunto com sete novas entidades), que a disseminação das atividades de educação ambiental promovidas pela Câmara Municipal de Vagos não é eficaz (com a realização de um inquérito online à população), e que a criação do grupo de trabalho para gestão das partes integrantes do Programa Bandeira Azul, e até das praias do município, apresenta ter carácter urgente de modo a garantir os critérios de obtenção deste galardão nos anos vindouros.

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keywords Blue Flag Program, Beach Management, Environmental Certificate, Environmental Education Activities.

abstract The Blue Flag Program, promoted nationally by the European Blue Flag Association, it’s an environmental quality certificate attributed to coastal and fluvial beaches, ports, marines and ecotourism vessels who meet the 33 criteria required by the program.

This certificate, implemented currently worldwide, has demonstrated to be a simple and effective method of environmental management of beaches in absence of other type of management tools.

The Environmental Education and Information criteria, one of this program criteria with major importance, promotes the environmental awareness and information of the local populations, leads to a change in behaviors and attitudes towards coastal zonas and the environment.

This curriculum internship report, held at Vagos Council, had as a general objective the development and validation of the improvement recommendations proposed and identified in the evaluation of the Blue Flag Program implementation at municipality of Vagos, held in the year 2018, with principal focus in the environmental activities carried out under the program.

In order to meet the general objective, four specific objectives have been defined, to be worked during the internship: Monitorization and management of environmental education actions/activities; Improvement of the Blue Flag Program partnership network; Improvement in communication, information and dissemination of activities and results; Proposal to create a working group to manage the Blue Flag Program, to be implemented in the future.

During the internship, we also participated in the preparation, organization and implementation of various environmental education activities within and outside the framework of the Blue Flag Program, as well as other tasks related to the Environmental Services of Vagos Council.

After completing this internship, it was concluded that one of the major obstacles in improving the implementation of this program and it’s environmental education activities in the Municipality of Vagos is the lack of human resources in the organization and awareness within it for this matter.

It was also confirmed the existence of the possibility of new partnerships for these activities (with the realization of an event together with seven new entities), that the dissemination of environmental education activities promoted by the Vagos Council is not effective (with an online survey for the population), and that the creation of the work group for the management of the Blue Flag Program, and even the beaches of the municipality, is of an urgent nature in order to guarantee the criteria for obtaining this award in the future years.

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Índice

1. Introdução ... 1 1.1. Contextualização ... 1 1.2. Objetivos ... 1 1.3. Metodologia geral ... 2 1.4. Estrutura do relatório ... 3 2. Enquadramento Geral ... 5 2.1. Estado da arte ... 5

2.2. Programa Bandeira Azul ... 11

2.3. Área de estudo ... 15

3. Estágio ... 19

3.1. Entidade de Acolhimento ... 19

3.2. Implementação do PBA na Entidade de Acolhimento ... 20

3.3. Plano de estágio ... 22

3.4. Metodologia específica de estágio ... 24

3.5. Apresentação e discussão dos resultados ... 26

3.6. Tarefas realizadas em estágio na entidade de acolhimento ... 40

4. Conclusão ... 65

5. Considerações finais ... 67

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Índice de Figuras

Figura 1 - Metodologia geral de estágio. ... 2 Figura 2 - Esquema do processo de candidatura ao PBA. ... 12 Figura 3 - Mapa com delimitação de freguesias do município de Vagos. Imagem adaptada do Google Earth, 4 de julho de 2019. ... 15 Figura 4 - Localização das praias pertencentes ao município de Vagos. Imagem adaptada do Google Earth, 4 de julho de 2019. ... 16 Figura 5 - Edifício da CMV, à esquerda, edifício da Biblioteca Municipal de Vagos, à direita. ... 20 Figura 6 - Centro Azul da Bandeira Azul. ... 28 Figura 7 - Análise SWOT ao modo como o PBA é implementado no Município de Vagos. ... 37 Figura 8 - Organização de grupo de trabalho proposta para gestão do PBA no municipio de Vagos. ... 38 Figura 9 - Discriminação das tarefas ao longo dos meses de duração do estágio. ... 41 Figura 10 - À esquerda, escadas de acesso à praia do Areão cobertas de areia após a 1ª fase de limpeza, à direita após a 2ª fase de limpeza. ... 43 Figura 11 - Painéis informativos Bandeira Azul 2019, à esquerda Praia do Areão e à direita Praia da Vagueira. ... 44 Figura 12 - Estado das cadeiras anfíbias para PMC das Praias da Vagueira e do Areão. ... 45 Figura 13 - Evento Hastear das Bandeiras. ... 46 Figura 14 - Exemplos de peixes realizados pelas crianças para o evento hastear das bandeiras. ... 47 Figura 15 - Crianças na atividade Praia Limpa! na Praia do Areão, à esquerda, sacos do lixo recolhido durante a atividade, à direita ... 49 Figura 16 - Atividade Suspeitos do Costume, Praia do Labrego, dia 27 de Abril... 50 Figura 17 - Alguma da vegetação existente nas praias do Município de Vagos, Cardo-marítimo à esquerda, Estorno à direita. ... 53 Figura 18 - Estacionamento para PMC na Praia da Vagueira, à esquerda antes da intervenção, à direita após a intervenção. ... 58 Figura 19 - À esquerda casa de banho para PMC da Praia da Vagueira com necessidade de alterar abertura da porta para fora e colocação de sinalética. À direita casa de banho para PMC da Praia do Areão com apoios de braços descentrados. ... 59

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Figura 20 - Sinalética colocada para obtenção do galardão Praia Acessível, Praia do

Areão. ... 60

Figura 21 - Atividade CoastWatch. ... 61

Figura 22 - Estorno replantado no início do ano 2019, foto tirada no dia 13 de Maio. ... 62

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Índice de Tabelas

Tabela 1 - Certificados ambientais implementados nas costas portuguesas. ... 10

Tabela 2 - Distribuição das atividades de educação ambiental exigidas pelo PBA pelos vários tipos. ... 13

Tabela 3 - Temas do ano do PBA desde 1999. ... 14

Tabela 4 - Certificados atribuídos a cada praia do município de Vagos. ... 17

Tabela 5 - Intervenções realizadas nas praias do Município de Vagos, a partir do primeiro ano de implementação do PBA, mas não integradas no programa. ... 18

Tabela 6 - Autarcas eleitos que compõem o órgão executivo da CMV atualmente. ... 19

Tabela 7 - Tipos de atividades de educação ambiental realizadas no Município de Vagos, em todos os anos de implementação do PBA. ... 21

Tabela 8 - Calendário Plano de Estágio, PBA e Atividades de Educação Ambiental promovidas pela CMV. ... 23

Tabela 9 - Tabela resumo dos objetivos de estágio e suas metodologias associadas. ... 25

Tabela 10 - Listagem das atividades de educação ambiental realizadas no ano 2019 no âmbito do PBA, onde são identificados os tipos de atividade, os métodos de avaliação propostos na candidatura e o número de recursos humanos utilizados na sua preparação e realização. ... 27

Tabela 11 - Atividades candidatas ao PBA no ano 2019, e as suas parcerias. ... 29

Tabela 12 - Entidades parceiras à CMV em atividades de educação ambiental ao longo dos anos de implementação do PBA no Município. ... 30

Tabela 13 - IPSS do concelho, número de crianças e adultos acompanhantes, que aceitaram participar no evento hastear das bandeiras... 32

Tabela 14 - Listagem de meios técnicos e humanos utilizados pela CMV na disseminação de informação de atividades de educação ambiental. ... 33

Tabela 15 - Duração de inquéritos teste e alterações efetuadas. ... 34

Tabela 16 - Número de ocorrência de cada tarefa durante o período de estágio. ... 41

Tabela 17 - Planeamento das idas às IPSS. ... 48

Tabela 18 - Resultados obtidos na atividade Suspeitos do Costume, dia 27 de Abril. ... 51

Tabela 19 - Nome Comum e Científico da vegetação dunar encontrada no Município de Vagos. ... 54

Tabela 20 - Planeamento dos turnos para a atividade PNVBA. ... 55

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Índice de Anexos

ANEXO I - Preparação de estágio………72

ANEXO I.1 - Atas das reuniões preparatórias para o estágio na entidade de acolhimento………73

ANEXO II - Programa Bandeira Azul………..….76

ANEXO II.1 - Critérios de atribuição da Bandeira Azul 2019………...77

ANEXO II.2 - Estrutura de funcionamento e júris do Programa Bandeira Azul…….81

ANEXO III - Entidade de Acolhimento ……….83

ANEXO III.1 - Estrutura Orgânica da Câmara Municipal de Vagos………84

ANEXO III.2 - Fichas Resumo das Atividades de Educação Ambiental promovidas pela CMV no ano de 2019 no âmbito do PBA………86

ANEXO III.3 - Planos de Intervenção de Praia das praias do Município de Vagos..93

ANEXO IV - Resultados Estágio na Entidade de Acolhimento……….99

ANEXO IV.1 - Listagem de possíveis parcerias e seus contactos………100

ANEXO IV.2 - Inquérito online ………..104

ANEXO IV.3 - Resultados do inquérito online……….116

ANEXO IV.4 - Publicitação do inquérito online………139

ANEXO V - Atividades realizadas em estágio dentro do âmbito do Programa Bandeira Azul……….141

ANEXO V.1 - Noticias não publicadas………..142

ANEXO V.2 - Noticias publicadas……….145

ANEXO V.3 - Painéis Informativos Bandeira Azul realizados para a Época Balnear de 2019……….152

ANEXO V.4 - Power Point utilizado para apresentar a atividade Praia Limpa! Do Rio ao Mar sem Lixo………...155

ANEXO V.5 - Noticias referentes à atividade Praia Limpa!, página de rede social do Município de Vagos, Jornal ECO de VAGOS e página Web da Rádio Local - Vagos FM……….159

ANEXO V.6 - Fotos dos resíduos recolhidos na atividade Suspeitos do Costume do dia 27 de Abril………...164

ANEXO V.7 - Ficha de registo da atividade Suspeitos do Costume……….166

ANEXO V.8 - Cartaz Informativo Bandeira Azul colocado junto da respetiva bandeira………169

ANEXO V.9 - Convites enviados para o evento hastear das bandeiras…………..171

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ANEXO VI - Atividades realizadas em estágio fora do âmbito do Programa Bandeira Azul……….177 ANEXO VI.1 - Checklist para candidatura a Praia Acessível………178 ANEXO VI.2 - Cartazes Informativos Praia Qualidade de Ouro e Praia Acessível realizados para colocação junto das bandeiras de certificação………193 ANEXO VI.3 - Power Point utilizado para apresentar a atividade CoastWatch…..196 ANEXO VI.4 - Formulário de preenchimento durante a atividade CoastWatch…..199 ANEXO VI.5 - Cartaz realizado para apresentação em seminário Clair City……..205 ANEXO VI.6 - Certificado de participação em ação de formação sobre o projeto RED URBANSOL………207

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Índice de Siglas e Acrónimos

ABAE - Associação Bandeira Azul da Europa APA - Agência Portuguesa do Ambiente

AREANATejo - Agência Regional de Energia e Ambiente do Norte Alentejano e Tejo BA - Bandeira Azul

BQO - Bandeira Qualidade de Ouro BPA - Bandeira Praia Acessível

CAT - Centro de Acolhimento Temporário CATL - Centro de Atividades de Tempos Livres

CIRA - Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro CMV - Câmara Municipal de Vagos

CNUAD - Conferência das Nações Unidas para o Ambiente e Desenvolvimento CZMA - Coastal Zone Management Act

DAO - Departamento de Ambiente e Ordenamento DGP - Direção Geral de Portos

EPADRV - Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos EUA - Estados Unidos da América

FEE - Foundation for Environmental Education

FEEE - Foundation for Environmental Education in Europe FISUA - Associação de Física da Universidade de Aveiro

GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente ICNB - Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade

INAG - Instituto Nacional da Água

IPSS - Instituição Particular de Solidariedade Social JRA - Jovens Repórteres para o Ambiente

NEVA - Núcleo Empresarial de Vagos

ODS - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ONGA - Organização não-governamental de Ambiente PA - Praia Acessível

PBA - Programa Bandeira Azul

PMC - Pessoas com Mobilidade Condicionada

PNVBA - Programa Nacional de Vigilância Bandeira Azul POC - Programas da Orla Costeira

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RH - Recursos Humanos

SILIAmb - Sistema Integrado de Licenciamento do Ambiente. ZIV - Zona Industrial de Vagos

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Introdução ______________________________________________________________________________

1. Introdução

1.1. Contextualização

O presente relatório de estágio enquadra-se no âmbito da unidade curricular Dissertação/Projeto/Estágio, pertencente ao último ano do curso de Mestrado Integrado em Engenharia do Ambiente, do Departamento de Ambiente e Ordenamento (DAO), da Universidade de Aveiro. O estágio decorreu na Câmara Municipal de Vagos (CMV), no Serviço de Ambiente, sob a orientação da Engenheira Isabel Rosado, na entidade de acolhimento, e orientação científica da Professora Doutora Filomena Martins na Universidade de Aveiro, e teve a duração aproximada de 4 meses.

Este relatório de estágio aborda a implementação do Programa Bandeira Azul (PBA) nas praias do Município de Vagos, onde se pretendeu otimizar a sua eficácia, com principal foco na Educação e Informação Ambiental, surgindo na sequência do trabalho realizado em estágio curricular no ano 2018, intitulado “Programa Bandeira Azul - Avaliação do potencial na gestão e consciência do risco costeiro em Vagos”, onde foram identificadas e propostas algumas recomendações de melhoria na implementação do programa, no Município.

A crescente concentração de população no litoral português, a abundância de recursos naturais nestas zonas e a falta de consciencialização da população face ao ambiente altamente frágil em que estão inseridos, aliados a fatores naturais difíceis de controlar, promove cada vez mais a degradação destes ecossistemas, pondo em risco a sua sustentabilidade (Diogo, 2004). A interferência do Homem na dinâmica destas zonas leva, muitas vezes, à perda irrecuperável de ambientes únicos no mundo (Diogo, 2004). Neste contexto é cada vez mais importante o envolvimento da comunidade local em atividades que promovam a consciencialização, a sensibilização e a informação para esta problemática.

1.2. Objetivos

O objetivo geral deste estágio curricular é “desenvolver e validar as recomendações de melhoria propostas e identificadas na avaliação da implementação do Programa Bandeira Azul no Município de Vagos”.

Do conjunto de recomendações assinaladas na avaliação referida na contextualização deste relatório, foram analisadas e selecionadas quatro para implementação, constituindo-se assim os objetivos específicos deste estágio:

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Introdução ______________________________________________________________________________

• Monitorização e gestão de ações/atividades de educação ambiental, tendo em conta o publico alvo;

• Melhoria da rede de parcerias de colaboração com o PBA;

• Melhoria da comunicação, informação e disseminação de atividades e resultados; • Proposta de criação de grupo de trabalho para gestão das partes integrantes do

PBA, a ser implementado no futuro.

1.3. Metodologia geral

De forma a atingir os objetivos propostos, o estágio teve a seguinte metodologia geral (figura 1).

Figura 1 - Metodologia geral de estágio.

A metodologia foi dividida em quatro etapas, de modo a facilitar o planeamento e organização do trabalho que veio a ser realizado durante todo o período de estágio. Muito sucintamente, a Etapa 1 teve como objetivo aprofundar o conhecimento sobre a temática do estágio, assim como a definição do seu objetivo e plano temporal.

Etapa 1

• Análise documental para consolidação de conceitos • Definição de objetivos

• Definição de plano de estágio

Etapa 2

• Preparação para estágio na entidade de acolhimento (reuniões e realização de acordo de estágio)

• Início de relatório escrito

Etapa 3

• Consolidação de metodologia especifica de estágio • Estágio na entidade de acolhimento

• Análise e criação de condições para a implementação das recomendações

Etapa 4

• Análise de resultados e conclusões • Conclusão de relatório escrito

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Introdução ______________________________________________________________________________

Na Etapa 2, após consolidação dos conhecimentos necessários, procedeu-se ao início do relatório escrito e à preparação do estágio na entidade de acolhimento. No âmbito desta preparação foram realizadas duas reuniões, sendo que a primeira consistiu na apresentação de ambas as partes, e da apresentação do plano de estágio que havia sido definido, apresentado no Capítulo 3, na segunda reunião foi apresentada a metodologia especifica para realização do trabalho, durante o período de estágio, apresentada no Capítulo 3, (atas no Anexo I.1).

Depois de reunidas as condições necessárias deu-se início à Etapa 3, o estágio na entidade de acolhimento. Ao longo da sua duração, procedeu-se ao enriquecimento de conhecimentos e conceitos na temática em trabalho, à criação de condições para a implementação das recomendações propostas, assim como ao tratamento de outros assuntos que não estavam enquadrados no tema deste relatório de estágio.

A última Etapa, consistiu na conclusão do estágio onde foi efetuada a análise dos resultados e tiradas conclusões, a finalização deste relatório e a apresentação final do trabalho efetuado.

1.4. Estrutura do relatório

O presente relatório de estágio encontra-se dividido em 5 capítulos, seguidos pelas Referências Bibliográficas e Anexos. O Capítulo 1 é composto pela contextualização ao tema, a apresentação dos objetivos gerais e específicos, a metodologia geral para realização do estágio na entidade de acolhimento, assim como a estrutura deste relatório. No Capítulo 2 é apresentada a revisão do estado da arte efetuada e são apresentados o PBA e a área de estudo.

No Capítulo 3 é apresentada a entidade de acolhimento, a CMV, o plano de estágio e a metodologia especifica, as tarefas realizadas na entidade e por fim a apresentação e discussão dos resultados obtidos.

No Capítulo 4 é feita uma reflexão sobre o trabalho realizado e apresentadas as conclusões, por fim no Capítulo 5 são apresentadas as considerações finais, relativamente à aplicação do PBA no Município e do próprio programa.

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Enquadramento Geral ______________________________________________________________________________

2. Enquadramento Geral

2.1. Estado da arte

Segundo Lucrezi et al (2015), as zonas cozteiras são ambientes únicos que abrangem uma variedade de serviços de ecossistemas, como a proteção costeira, filtração de água, solo, alimentação, turismo e lazer. Segundo os mesmos autores a procura desenfreada por estes serviços específicos colocou uma enorme pressão nas autoridades de gestão para conseguir acomodar essa procura, através do desenvolvimento e de alterações profundas no litoral. Além disso, defendem que atividades como turismo e lazer cresceram sem o controle apropriado e sem medidas para proteger os ativos da praia. Como resultado, as zonas costeiras, em todo o mundo, têm sofrido uma degradação substancial e muitas vezes irreversível, como por exemplo a acumulação de resíduos sólidos, poluição sonora e atmosférica, paisagens pouco atraentes e erosão.

Simm et al (1995, citados por Micallef & Williams, 2002), definiu a gestão de praias como «aquele processo de gestão de uma praia, seja por monitorização, intervenção simples, reciclagem, recarga, construção e manutenção de estruturas de controle de praia, ou por alguma combinação dessas técnicas, de modo a refletir um compromisso aceitável na praia à luz do financiamento disponível, entre as várias medidas de defesa costeira, conservação da natureza, utilidade pública e objetivos industriais». Esta definição parece considerar todo o espectro do conflito costeiro, pois trata dos aspetos sociais, económicos e ambientais do uso da praia.

Bird (1996, citado por Micallef & Williams, 2002) referiu que a gestão das praias também pode ser considerado como “a busca por manter ou melhorar uma praia como um recurso de lazer e um meio de proteção costeira, ao mesmo tempo que fornece instalações que atendem às necessidades e aspirações daqueles que usam a praia. Inclui o enquadramento e o policiamento de quaisquer regulamentações e decisões necessárias sobre o projeto e a localização de quaisquer estruturas necessárias para facilitar o uso e aproveitamento do ambiente de praia”, uma definição que enfatiza muito mais as necessidades dos utilizadores de praias.

Segundo Micallef & Williams (2002) a gestão eficaz de praias pode, portanto, ser considerada como resultando de:

1. Um maior retorno financeiro representado por:

a) Maior uso de praia, um “layout” de praia bem planeado pode resultar numa oportunidade maior de uso de praia para fins recreativos e educacionais.

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Enquadramento Geral ______________________________________________________________________________

b) Custos reduzidos de manutenção / restauração resultantes da prática de gestão de praias, isto é principalmente orientado para a prevenção da degradação ambiental como uma resposta a uma atividade de desenvolvimento que se prevê que influencie a estabilidade da praia. c) Melhor defesa costeira, os planos de gestão de praias incluem

estratégias de gestão que mitigam a erosão e melhoram a defesa costeira.

2. Maior valor de conservação, a gestão de praias pode ser vista para melhorar os atributos da praia representados pela cobertura vegetal, diversidade de espécies (especialmente nas áreas costeiras) e qualidade estética como resultado da adição de novos e/ou de melhores sedimentos, disposição e acesso.

3. Alto efeito multiplicador sobre a estrutura socioeconômica da localidade costeira, como, por exemplo, através da melhoria da qualidade da água, associada a praias melhor monitorizadas. Embora os potenciais benefícios para os padrões de saúde e segurança dos banhistas sejam óbvios, Nelson & Williams (1997, citados por Micallef & Williams, 2002) alertaram para o risco de "arrogância intelectual" no campo da definição de critérios de qualidade da água.

Desta forma, e segundo Williams & Micallef (2002, citados por Klein & Dodds, 2018) não existe uma forma universalmente aceite de gestão de praias e a pesquisa sobre a gestão eficaz de praias é uma disciplina relativamente nova. Segundo os mesmos, a gestão de praias tem três aspetos principais:

1. aspetos físicos (geologia, geomorfologia, ondas, correntes);

2. aspetos socioeconômicos (recreação, acesso, segurança, paisagem, saúde, questões ambientais) e

3. aspetos biológicos (flora, fauna).

Um sistema de gestão deve abordar vários elementos multidisciplinares para alcançar a proteção ambiental e segundo Lucrezi et al. (2016, citado por Klein & Dodds, 2018) "praticamente não existe nenhum aspecto do ambiente de praia que não exija atenção da autoridade gestora".

Segundo Estrela (2007), a gestão costeira como tema surge, pela primeira vez, em 1972, nos Estados Unidos da América (EUA), na sequência da aprovação do Coastal Zone

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Enquadramento Geral ______________________________________________________________________________

Management Act (CZMA). Esta Lei veio promover o desenvolvimento de programas estatais de resposta à degradação crescente das zonas costeiras, reconhecendo a importância e a necessidade de uma correta gestão destas áreas, sublinhando não só a ideia do grande valor que estas possuem, como também a urgência de uma gestão integrada, conciliando todos os usos que aí têm lugar de maneira a evitar a sua degradação e destruição.

Segundo a mesma autora, Estrela (2007), nos anos 90, a nível mundial, começou-se a avançar neste tema, devido em grande parte, à consciencialização global dos problemas ambientais exposta por conferências sobre ambiente e gestão de recursos naturais. Exemplo disso foi a Conferência das Nações Unidas para o Ambiente e Desenvolvimento (CNUAD) em 1992, onde no capítulo 17 da Agenda 21 (Proteção dos Oceanos e dos Mares e das Zonas costeiras e Proteção, Utilização Racional e valorização dos seus Recursos Biológicos) se sublinha que um dos principais objetivos é a incorporação do desenvolvimento sustentável, reduzindo a vulnerabilidade das áreas costeiras tanto às catástrofes naturais como à exploração antrópica dos seus recursos, através de uma harmonização dos usos que têm lugar nos sectores marinho e terrestre.

Em Portugal, no período anterior a 1988, segundo Martins (1997, citada por Alves, 2006), não existia uma politica geral de intervenção nas zonas costeiras, sendo precisamente neste ano que surgem os Planos da Orla Costeira e os Planos de Arranjo da Orla Costeira, iniciados pela Direção Geral de Portos (DGP), de modo a responder a questões relacionadas com a erosão costeira, o uso e a instalação de atividades na orla costeira, embora estes tenham surgido a título experimental sem figura de suporte no regime geral de ordenamento do território. Em 1990, é publicada a legislação sobre a Gestão Urbanística do Litoral que estabelece os princípios a que deve obedecer a ocupação, uso e transformação da faixa costeira, na ausência de planos legalmente eficazes, como os Planos Diretores Municipais (Alves, 2006).

Segundo Estrela (2007), em 1993, é apresentado um primeiro Plano Estratégico de Gestão da Zona Costeira, que exprime a necessidade de criar instrumentos próprios para o ordenamento da zona costeira bem como os meios institucionais necessários para a sua implementação, sendo neste mesmo ano que é publicado o Decreto-Lei n.º 309/93, de 2 de Setembro, alterado em 1994 pelo Decreto-lei n.º 218/94, de 20 de Agosto, que regulamenta a elaboração e aprovação dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC).

Os POOC contemplavam o planeamento/ordenamento de zonas balneares em Portugal, tinham natureza de regulamento administrativo e definiam os condicionamentos,

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Enquadramento Geral ______________________________________________________________________________

usos e localização de infraestruturas numa faixa costeira (zona terrestre e marinha de proteção) definida entre a batimétrica dos 30 e os 500 metros da margem continental (contados a partir do limite da margem das águas do mar) (Estrela, 2007).

Os POOC eram os instrumentos de ordenamento que se tinham ocupado de forma mais exclusiva dos territórios costeiros. Estes planos preocupavam-se essencialmente com a proteção e integridade biofísica do espaço, a valorização dos recursos existentes na orla costeira e a conservação dos valores ambientais e paisagísticos (Estrela, 2007).

Segundo o Decreto-Lei n.º 309/93, de 2 de Setembro, os POOC tinham por objetivos fundamentais:

• O ordenamento dos diferentes usos e atividades específicas da orla costeira; • A classificação das praias e a regulamentação do uso balnear;

• A valorização e qualificação das praias consideradas estratégicas por motivos ambientais ou turísticos;

• A orientação do desenvolvimento de atividades especificas da orla costeira; • A defesa e conservação da natureza (Estrela, 2007).

A elaboração dos POOC constituiu um marco importante para o planeamento e ordenamento detalhado da zona costeira nacional tendo sido elaborados pelo Instituto Nacional da Água (INAG) e pelo Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), nas zonas onde existam áreas protegidas.

Em 2014, com a publicação da Lei de Bases Geral de Política Pública de Solos de Ordenamento do Território e de Urbanismo (LBPSOTU) - Lei n.º 31/2014, de 30 de maio - foi alterado o sistema de gestão territorial. De acordo com esta nova lei de bases, os planos especiais, mantendo o seu âmbito nacional, assumiram um nível mais programático, estabelecendo exclusivamente regimes de salvaguarda de recursos e valores naturais, através de princípios e normas orientadores e de gestão, os POOC sendo planos deste tipo passaram a ser designados Programas da Orla Costeira (POC), (“APA - Programa para a Orla Costeira Ovar-Marinha Grande (POC-OMG),” 2019).

Um rótulo ecológico é um “selo” ou rótulo que ajuda o mercado a identificar produtos ou serviços como sendo menos prejudiciais ao meio ambiente do que produtos ou serviços similares com a mesma função (UNEP, 1998).

Segundo Sardá et al. (2015), os rótulos ecológicos, ou certificações ambientais, para as praias, surgiram em meados da década de 1980, quando se entrou na crise do turismo em massa e a consequente pressão exercida sobre certos recursos frágeis como as praias. Como consequência de todas essas mudanças, conceitos como

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Enquadramento Geral ______________________________________________________________________________

sustentabilidade, melhorias contínuas de qualidade e avaliação de impacto foram introduzidos como referência para as políticas de gestão de praias e diferentes padrões de desempenho como a Bandeira Azul (prémio encontrado em 49 países do mundo) e Sistemas de Gestão Ambiental / Qualidade como o EMAS europeu ou o Global ISO 14001. As certificações ambientais, quando implementadas juntamente com iniciativas espontâneas voltadas para a gestão ambiental, podem representar formas eficazes de melhorar a qualidade ambiental, a competitividade dos destinos turísticos e o aprimoramento da marca turística do território (Pencarelli et al, 2016).

Estas certificações ambientais e galardões de praia são um tipo de certificação que se tornou predominante na literatura atual como uma abordagem de gestão de praia. Estas foram introduzidas para tentar diminuir quaisquer impactos sociais e ambientais negativos, e para confirmar um alto nível de desempenho e responsabilidade ambiental (Berghoef & Dodds, 2013; Buckley, 2002; Kozak & Nield, 2004; Zielinkski & Botero, 2015, citados por Klein & Dodds, 2018). Segundo os mesmos autores, Klein & Dodds, os rótulos ecológicos também podem ser usados como uma ferramenta de marketing e promoção para comunicar aos consumidores e influenciar as suas escolhas.

De acordo com Klein & Dodds (2018), o primeiro marco na certificação ambiental das praias foi quando pela primeira vez um prémio Bandeira Azul foi entregue a uma praia. Desde então, o uso de galardões de praia tornou-se popular e os vários galardões e sistemas de garantia de qualidade nas praias são difundidos para promover o turismo balnear. Alguns destes tem vindo a ser implementados nas costas portuguesas (tabela 1).

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Enquadramento Geral ______________________________________________________________________________

Tabela 1 - Certificados ambientais implementados nas costas portuguesas.

Logótipo Nome do Galardão Descrição

Bandeira Azul (BA)

Promovido a nível nacional pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) desde 1987, premia praias que obedeçam aos critérios estipulados pelo programa nas áreas da educação e informação ambiental, qualidade da água balnear, segurança e serviços e gestão ambiental e equipamentos

Praia Acessível (PA)

Promovido pelo Instituto Nacional de Reabilitação (INR), pela Agência Portuguesa de Ambiente (APA) e pelo Turismo de Portugal desde 2005, premeia praias que apresentem equidade de acesso e utilização das praias através da disponibilidade de condições de acessibilidade, segurança e apoios adequados às necessidades especificas de cada indivíduo, sem pôr em causa a idade e/ou dificuldades de mobilidade (Maurício, 2018)

Bandeira Qualidade de Ouro (BQO)

Promovido pela Organização não-governamental de Ambiente (ONGA) Quercus desde 2011, premeia praias que apresentem classificação “Excelente” nas análises à qualidade da água balnear nos últimos cinco anos

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Enquadramento Geral ______________________________________________________________________________

2.2. Programa Bandeira Azul

Em 1985 um grupo de estudantes francês foi desafiado a lançar garrafas ao mar, com o objetivo de saber onde e quantas seriam encontradas e dessa forma tentar perceber as rotas de poluição (ABAE, 2017). As garrafas tinham mensagens sobre o lixo marinho e o seu impacto, bem como um pedido para que quem as encontrasse o reportasse (ABAE, 2017).

Desta iniciativa surgiu a ideia de desenvolver um prémio de reconhecimento ecológico para as praias, portos de recreio e marinas a que chamaram Bandeira Azul. Assim, em 1987, no âmbito do ano Europeu do Ambiente, apoiados pela União Europeia, os 10 países fundadores (França, Irlanda, Grécia, Itália, Portugal, Espanha, Dinamarca, Alemanha, Holanda e Reino Unido) atribuíram as primeiras Bandeiras Azuis (ABAE, 2017). O programa passou a ser desenvolvido pela “Foudation for Environmental Education in Europe” (FEEE), criada em 1981, numa altura em que as questões relacionadas com a educação ambiental eram uma sombra daquilo em que se vieram a tornar. Em 2001, com a entrada da África do Sul no Programa Bandeira Azul, a FEEE deixou cair o E de Europa e desde aí países de todos os continentes desenvolvem os programas que se juntaram à Bandeira Azul, nomeadamente o Eco-Escolas (1994), os Jovens Repórteres para o Ambiente (JRA) (1994), o Aprender sobre as Florestas (1999) e a Green Key (2003) (ABAE, 2017).

O PBA é então um certificado de qualidade ambiental que distingue o esforço de diversas entidades, no sentido da melhoria do ambiente marinho, costeiro, fluvial e lacustre e implica o cumprimento de diversos critérios (FEE, 2019). As entidades que podem promover e candidatar a este programa, designadas como promotores, são os municípios, os portos de recreio, as embarcações ecoturísticas ou as marinas.

Os critérios de atribuição da bandeira, atualmente 33, têm sido revistos e atualizados ao longo dos 32 anos de existência do programa. Alguns destes critérios são de cariz imperativo e outros apenas guias, possibilitando atingir melhores resultados e agrupando-se em 4 categorias (Anexo II.1):

• Educação e Informação Ambiental, • Qualidade da Água Balnear, • Segurança e Serviços e

• Gestão Ambiental e equipamentos.

Com estes critérios pretende-se promover a participação dos utilizadores de praias, marinas e embarcações em atividades de educação ambiental, implementar medidas de

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Enquadramento Geral ______________________________________________________________________________

segurança e sistemas de gestão ambiental, monitorizar as condições ambientais visando reduzir o impacto da atividade humana nas praias, promover parcerias e compromissos no sentido do desenvolvimento do turismo sustentável. “Em suma, informar, sensibilizar, envolver e agir em prol dos oceanos e das praias é a missão dos 49 países que desenvolvem o Programa Bandeira Azul” (ABAE, 2017).

Os critérios da Bandeira Azul destinam-se a trabalhar em consonância com a legislação ambiental nacional, regional e local de cada país, assegurando assim, que a legislação é sendo seguida, podendo também ser usada para estabelecer um padrão de referência superior ao que já existe (Van Dijk, 2009).

Em Portugal o PBA é desenvolvido pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), uma ONGA, sem fins lucrativos, dedicada à Educação para o Desenvolvimento Sustentável e à gestão e reconhecimento de boas práticas ambientais (ABAE, 2017).

A candidatura é realizada pelos promotores em plataforma online com o envio de toda a documentação exigida, incluindo toda a informação sobre as atividades de educação ambiental, ou seja, quando é realizada a candidatura ao programa (figura 2) todas as atividades têm de estar previamente definidas (Anexo II.2). No ano de 2019 o prazo para apresentação de candidatura foi 15 de Janeiro e a avaliação nacional decorreu até 28 de Janeiro. A avaliação internacional decorreu entre 5 de Fevereiro e 9 de Abril e a decisão foi comunicada aos países uma semana depois. O PBA permitiu o hastear da bandeira a partir do dia 1 de Maio.

Das quatro categorias de critérios do PBA apresentadas anteriormente aquela que tem maior importância e significado é sem dúvida a Educação e Informação Ambiental, isto porque é através da educação e da disseminação de informação ambiental nas comunidades locais que se consegue mudar a consciência ambiental da população e assim mudar atos inconscientes que prejudiquem o ambiente. O próprio programa tem, ao longo destes anos, vindo a aumentar o grau de exigência desta categoria para com os promotores

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Enquadramento Geral ______________________________________________________________________________

do programa. Exemplo disso é a obrigatoriedade de um mínimo de atividades de educação ambiental a realizar, a submissão de um relatório para cada atividade após a época balnear com registo fotográfico e publicitário, com o intuito de provar a realização das atividades e a sua promoção (em 2019, o envio decorre até 31 de Outubro). Em 2019, pela primeira vez, foi necessário, aquando da submissão da candidatura, a colocação de informação sobre a duração (em horas) de cada ação, a verba prevista (em euros) e o número de recursos humanos e de participantes previstos.

Atualmente o programa exige aos promotores do PBA a realização e promoção de, pelo menos, 6 atividades de educação ambiental, distribuídas por quatro grupos/tipos (tabela 2). Destas, duas devem obrigatoriamente trabalhar o tema do ano, anunciado pela ABAE antes da abertura do período de candidaturas.

Tabela 2 - Distribuição das atividades de educação ambiental exigidas pelo PBA pelos vários tipos.

Tipo Designação Nº de

atividades

A Atividades de Sensibilização e Publicação de Informação 1

B Atividades de Participação Passiva 2

C Atividades de Participação Ativa 2

D Atividades de Efeito Multiplicador 1

Todos os anos o PBA tem lançado um tema para desenvolvimento por parte dos promotores do programa em atividades de educação ambiental (tabela 3). Em 2019, o tema do ano é “Do Rio ao Mar sem Lixo”, com o objetivo de sensibilizar para o facto do lixo marinho ter origem em atividades terrestres (cerca de 80%) para as consequências dos comportamentos humanos e para o papel dos rios enquanto ponte de ligação entre terra e mar.

A Diretiva Quadro da Estratégia Marinha da União Europeia, a declaração da Nações Unidas “Nosso Oceano, Nosso Futuro: Convite para Ação” e muitas outras iniciativas internacionais têm vindo a reconhecer o lixo marinho como uma matéria que requer ação urgente, (APA, 2019).

Assente na capacitação cívica e de participação ativa na prevenção e na solução dos problemas ambientais, o PBA 2019 visa a prossecução de todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos na Agenda 2030 nas suas atividades de educação ambiental, nomeadamente no que respeita os objetivos 4 (Educação de Qualidade), 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima), 14 (Vida na Água) e 15 (Vida Terrestre) e também os eixos identificados recentemente na Estratégia Nacional de

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Enquadramento Geral ______________________________________________________________________________

Educação Ambiental 2020, Descarbonizar a Sociedade, Valorizar o Território e Tornar a Economia Circular.

Tabela 3 - Temas do ano do PBA desde 1999.

Ano Tema

1999 Recolha seletiva de resíduos

2000 Preservação das Ribeiras como áreas naturais

2001 Limpeza das Areias

2002 15 Anos da Bandeira Azul

2003 Biodiversidade

2004 “Segurança”

2005 Educação para o Desenvolvimento Sustentável

2006 20 Anos Bandeira Azul

2007 Alterações Climáticas

2008 Alterações Climáticas II

2009 Energias Renováveis

2010 Biodiversidade em Sistemas Aquáticos

2011 Mar, Tradição e Recursos

2012 Turismo Sustentável

2013 Património Natural e Cultural

2014 Poluição dos Oceanos

2015 Faz da MUDANÇA a tua Praia!

2016 30 Anos, 30 Critérios, um objetivo

2017 O teu Planeta é a tua Terra

2018 O Mar que respiramos

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Enquadramento Geral ______________________________________________________________________________

2.3. Área de estudo

O Município de Vagos localiza-se na região centro do país, no litoral do distrito de Aveiro, na sub-região do Baixo Vouga. Possui uma área de cerca de 165,29 km2,

distribuídos por oito freguesias, Gafanha da Boa Hora, Vagos e Santo António, Soza, Santo André, Ouca, Calvão, Ponte de Vagos e Santa Catarina, Fonte de Angeão e Covão do Lobo (figura 3), e faz parte da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) constituída em 2008.

Este Município é limitado territorialmente a Norte pelos Concelhos de ílhavo e Aveiro, a Este por Oliveira do Bairro e Cantanhede, a Sul por Mira e a Oeste pelo Oceano Atlântico. É composto por uma população de aproximadamente 22 108 habitantes, segundo os Censos de 2011, traduzindo-se numa densidade populacional de 138,6 habitantes por km2, situando-se acima do valor médio nacional (114,5 hab/km2) e com uma

idade média de 41,63 anos.

Figura 3 - Mapa com delimitação de freguesias do município de Vagos. Imagem adaptada do Google Earth, 4 de julho de 2019.

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Enquadramento Geral ______________________________________________________________________________

A faixa costeira arenosa é de aproximadamente 7 km, onde se localizam três praias (figura 4): A Praia da Vagueira, uma praia urbana que em POC se encontra subdividida em três áreas, Vagueira Norte, Centro e Sul; e duas praias seminaturais, a Praia do Labrego e a Praia do Areão (Anexo III.3).

Esta linha de costa tem vindo a ser estudada intensivamente nos últimos anos, a nível académico, devido às suas características geomorfológicas e à tendência acentuada para fenómenos de erosão costeira, com o recuo da linha de costa e erosão do cordão dunar característico da costa desta região.

Das praias apresentadas anteriormente, duas são possuidoras do galardão Praia Bandeira Azul, no entanto, as três são premiadas com outros certificados ambientais (tabela 4). A Praia do Labrego é premiada apenas com o galardão BQO porque até ao

Figura 4 - Localização das praias pertencentes ao município de Vagos. Imagem adaptada do Google Earth, 4 de julho de 2019.

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Enquadramento Geral ______________________________________________________________________________

momento e devido ao facto de os terrenos adjacentes serem privados, não possuir as condições necessárias à atribuição dos outros galardões, nomeadamente no que diz respeito aos critérios das categorias Segurança e Serviços, e Gestão Ambiental e Equipamentos.

Praia da Vagueira Praia do Labrego Praia do Areão

Praia Bandeira Azul

(31 anos) -

Praia Bandeira Azul (12 anos)

Praia Acessível (11 anos) - Praia Acessível (11 anos)

Bandeira Qualidade de Ouro (5 anos) Bandeira Qualidade de Ouro (5 anos) Bandeira Qualidade de Ouro (5 anos)

A atribuição dos certificados é realizada pouco antes do início da época balnear. No Município de Vagos tem sido prática anual, a realização do evento do Hastear das Bandeiras com o envolvimento de algumas entidades, como escolas, CATL (Centro de Atividades e Tempos Livres) e o público em geral. Este ano, 2019, este evento ocorreu no dia 28 de Junho.

Estas praias são também “palco” para a maioria das atividades de educação ambiental que a CMV promove ao abrigo do PBA. No ano de 2019, esta entidade candidatou ao PBA a realização de 6 atividades de educação ambiental.

Desde 1989, o primeiro ano de implementação do PBA no Município de Vagos, que têm vindo a ser realizadas algumas intervenções nas praias com este galardão, de modo a cumprir os critérios exigidos, como seja a melhoria de condições para os utentes e a recuperação do ambiente natural (tabela 5), intervenções estas não integradas no âmbito do PBA.

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Enquadramento Geral ______________________________________________________________________________

Tabela 5 - Intervenções realizadas nas praias do Município de Vagos, a partir do primeiro ano de implementação do PBA, mas não integradas no programa.

Ano Intervenções Entidade

1989

Plano de Pormenor da Praia da Vagueira - Disposições sobre o uso, transformação e ocupação do solo nas áreas habitacionais, nas destinadas a equipamentos, reservadas a zonas

verdes públicas e de proteção e à rede viária

CMV

1995 Obras de defesa costeira Praia da Vagueira

Instituto Nacional da Água, Ministério do

Ambiente Obras de criação de acessos à Praia da Vagueira CMV

2001

Plano de Emergência Marítimo - Pretende organizar a intervenção das entidades e recursos

disponíveis, com responsabilidade na área de Proteção Civil, na iminência ou ocorrência de situações de acidente grave ou catástrofe, (CMV,

2015)

Capitania do Porto de Aveiro

2002

Escoamento das águas residuais das instalações sanitárias públicas da Praia da Vagueira deixaram

de ser encaminhadas para sistema de fossa séptica e passaram a ir para ETAR da Vagueira

2006

Alterações regulamentares à Praia da Vagueira, de modo a se poder obter o galardão Praia

Acessível

CMV

2008

Obras de criação de acessos à Praia do Areão, tendo em conta as exigências do galardão Praia

Acessível CMV 2015 Empreitada de Proteção e Recuperação do sistema dunar, Reforço do cordão dunar entre Costa

Nova e Mira

1ª Fase

Polis Litoral - Ria de Aveiro

2016 2ª Fase

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Estágio ______________________________________________________________________________

3. Estágio

3.1. Entidade de Acolhimento

A entidade de acolhimento do estágio curricular foi a Câmara Municipal de Vagos (CMV). A CMV é composta por um órgão executivo a quem compete planear e gerir todos os recursos do município, definindo e criando políticas, com a missão de promover e desenvolver o Município de Vagos nas diferentes áreas de interesse.

Atualmente a CMV é composta por sete autarcas eleitos, Sr. Presidente e seis vereadores (tabela 6).

Tabela 6 - Autarcas eleitos que compõem o órgão executivo da CMV atualmente.

Nome Posto Pelouros atribuídos

Silvério Rodrigues

Regalado Presidente

Proteção Civil e Segurança, Gestão Financeira, Planeamento, Obras

Públicas, Saúde, Transporte e Mobilidade, Fundos Comunitários

João Paulo de Sousa Gonçalves

Vice-Presidente e Vereador

Recursos Humanos, Serviços Operacionais, Desenvolvimento Económico, Energia, Sustentabilidade

e Manutenção de Infraestruturas

Maria Dulcínia Martins

Sereno Vereadora

Cultura, Ambiente, Serviços Urbanos, Sinalização e Trânsito, Mercado, Feiras

e Vendas Ambulantes, Fiscalização Sanitária

Sara Raquel Rodrigues

Caladé Vereadora

Urbanismo, Modernização Administrativa e proximidade com o

cidadão, Turismo, Comunicação, Fiscalização Municipal, Sistemas de

Informação Pedro Miguel

Carvalhais Bento Vereador

Educação, Desporto, Juventude, Tempos Livres, Ação Social Susana Maria Ferreira

Gravato Vereadora Administrativa e Jurídica

João Manuel

(42)

Estágio ______________________________________________________________________________

A organização interna dos serviços municipais adota o modelo de estrutura hierarquizada, constituída por: unidade orgânica nuclear (departamento municipal), unidades orgânicas flexíveis (divisões e núcleos municipais), subunidades orgânicas e gabinetes (Anexo III.1). Esta organização sofreu alterações no ano de 2018 após terem sido aprovadas e publicadas em Diário da República, 2.ª série-N.º244-21 de Dezembro de 2017.

Os serviços municipais encontram-se divididos em dois edifícios, no edifício principal da CMV e no edifício da Biblioteca Municipal de Vagos (figura 5).

A autora deste relatório integrou o Serviço de Ambiente da CMV, no Núcleo de Ambiente e Serviços Urbanos, inserido na Divisão de Cultura, Administrativa e Jurídica, sob a orientação da Eng.ª Isabel Rosado, estando também afeta à Equipa de Projeto Fundos Comunitários e Sustentabilidade e à Comissão de Salubridade, instalada no edifício da Biblioteca Municipal.

Nesta entidade a responsável pela candidatura, organização, implementação e monitorização do PBA e dos outros certificados anteriormente mencionados e atribuídos às praias do município é a Eng.ª Isabel Rosado.

3.2. Implementação do PBA na Entidade de Acolhimento

Na tabela 7 listam-se os tipos de atividades de educação ambiental promovidas pela entidade, ao abrigo do PBA, desde o ano 1989, ano de início de implementação do programa no Município. Destacados a amarelo, estão os anos para a qual não foi possível encontrar a informação total das atividades desenvolvidas.

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Estágio ______________________________________________________________________________

Tabela 7 - Tipos de atividades de educação ambiental realizadas no Município de Vagos, em todos os anos de implementação do PBA.

Ano Atividades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 1989 1990 X X X X X 1992 X X X X 1993 X X X X 1994 X X X 1995 X X X X X 1996 X X X X 1997 X X X X X X 1998 X X X X X X X 1999 X X X X X X 2000 X X X X 2001 X X X 2002 X X X X 2003 X X X X 2004 X X X 2005 X X X X X 2006 X 2007 X 2008 X X X X 2009 X X 2010 X X X 2011 X X X X 2012 X X X 2013 X X X X X X X 2014 X X X 2015 X X X X X X X 2016 X X X X 2017 X X X X X X X 2018 X X X X X X X X 2019 X X X X X X

Legenda: 1 - “Eu sou vigilante da floresta”, 2 - Limpezas de praia, 3 - Criação de desdobráveis ou painéis informativos (temas variados), 4 - Programas de rádio (temas variados), 5 - Ações de formação (temas variados), 6 - Jogos de simulação, educação ambiental ou Peddy Papers (temas variados), 7 - Exposições (temas variados), 8 - Palestras (temas variados), 9 - Concursos (temas variados), 10 - Visitas

a sistemas dunares (atividades, replantações,…), 11 - Atividades de limpeza ou reflorestação de

florestas, 12 - Peças de teatro (temas variados), 13 - “Olhar o Rio”, 14 - “Coastwatch”, 15 - PNVBA, 16 - Suspeitos do Costume.

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Estágio ______________________________________________________________________________

3.3. Plano de estágio

A realização do estágio na entidade de acolhimento propriamente dita foi iniciada após o período de candidatura ao PBA e antes do início da época balnear e da realização de grande parte das atividades de educação ambiental, dificultando assim o planeamento e organização das recomendações pretendidas, e por sua vez, a implementação das mesmas.

Devido à existência desta discrepância temporal os resultados pretendidos com a realização deste estágio não tiveram carácter imediato, obtendo-se então uma base de apoio mais eficaz para a implementação do PBA nos anos vindouros, assim como a criação e desenvolvimento de novos métodos de monitorização das atividades de educação ambiental.

O plano de estágio elaborado e seguido ao longo da sua duração encontra-se esquematizado em pormenor na tabela 8, onde é possível visualizar, em calendário, a periocidade de cada Etapa, apresentadas no Capítulo 1, assim como toda a linha cronológica do PBA e as datas de realização das atividades de educação ambiental promovidas pela CMV ao abrigo deste programa.

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23

Tabela 8 - Calendário Plano de Estágio, PBA e Atividades de Educação Ambiental promovidas pela CMV.

E s tág io __ __ __ _ __ _ __ __ _ __ _ __ _ _ __ __ __ _ __ _ __ __ _ __ _ __ _ _ __ __ __ _ __ _ __ __ _ __ _ __ _ _ __ __ __ _ __ _ __

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Estágio ______________________________________________________________________________

3.4. Metodologia específica de estágio

De forma a atingir os objetivos específicos propostos, o estágio teve a seguinte metodologia específica associada a cada objetivo e aprofundada na tabela 9. Nesta tabela encontra-se um resumo de todos os objetivos, geral e específicos, metodologias associadas e ações realizadas durante o estágio na entidade de acolhimento.

(47)

25

Tabela 9 - Tabela resumo dos objetivos de estágio e suas metodologias associadas. Objetivo

geral

Objetivos

específicos Metodologia especifica Ações

Des e nv o lv e r e v a li da r a s re c om e nd a ç õe s d e m e lh ori a p rop os ta s e i d e nti fi c a da s n a v a li a ç ã o da im pl e m e nta ç ã o do Prog ram a Ba nd e ira Az u l (PBA ) n o M u ni c íp io d e Va g os M o n ito ri z a ç ã o e g e s tã o d e a ç õ e s /a ti v id a d e s d e e d u c a ç ã o a m b ie n ta l t e n d o e m c o n ta o p ú b lic o a lv o

Identificação das ações/atividades a realizar este ano Listagem das atividades propostas na candidatura Análise de metodologias e métodos de avaliação das

ações/atividades a realizar Avaliação de métodos usadas anteriormente

Possibilidades de melhoria

Análise da eficácia dos métodos utilizados Proposta de ajustamento

Proposta de novos métodos

M e lh o ra ri a d a re d e d e p a rc e ri a s e m c o la b o ra ç ã o c o m o PBA

Análise das parcerias existentes Levantamento das parcerias existentes

Identificação e análise de possíveis parcerias Identificação de entidades dos setores educativos, sociais e ambientais.

Identificação de parcerias prioritárias Seleção das entidades com perfil mais adequado para o desenvolvimento de atividades BA

Contacto com a entidade para proposta de parceria Identificação do contacto preferencial Marcação de entrevista

Realização da parceria Formalização da parceria de acordo com as práticas

municipais M e lh o ri a n a c o m u n ic a ç ã o , in fo rm a ç ã o e d is s e m in a ç ã o d e a ti v id a d e s e re s u lta d o

s Análise de meios de disseminação de informação utilizados Identificação dos meios usados

Inquérito à população com o intuito de perceber o alcance e eficácia destes meios de disseminação de informação

Utilização das redes sociais para divulgação Entrevistas e inquéritos presenciais

Avaliação de resultados Análise estatística e análise de conteúdos das respostas

dadas Possibilidade de melhoria

Análise da eficácia dos métodos utilizados Proposta de ajustamento

Proposta de novos métodos

p o s ta d e a ç ã o d e ru p o d e b a lh o ra g e s tã o s p a rte s te g ra n te s d o PBA

Perceção do mecanismo de funcionamento da entidade de acolhimento durante estágio na mesma Análise de literatura pesquisada sobre a temática e de casos de aplicação semelhantes

E s tág io __ __ __ _ __ _ __ __ _ __ _ __ _ _ __ __ __ _ __ _ __ __ _ __ _ __ _ _ __ __ __ _ __ _ __ __ _ __ _ __ _ _ __ __ __ _ __ _ __

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Estágio ______________________________________________________________________________

3.5. Apresentação e discussão dos resultados

De maneira a ir ao encontro da implementação dos objetivos e recomendações propostos para o estágio realizado, começou-se por analisar a candidatura ao PBA, efetuada em Janeiro pela entidade de acolhimento, e fazer uma análise de todas as atividades de educação ambiental propostas a este galardão. Como foi referido anteriormente neste relatório, foram candidatadas 6 atividades, de acordo com os critérios exigidos pelo programa. Após análise destas foram redigidas seis fichas resumo, uma para cada atividade com toda a informação pertinente à realização deste relatório de estágio (Anexo III.2).

Neste subcapítulo foi efetuada uma análise à implementação de cada um dos objetivos específicos propostos para este trabalho, são apresentados os resultados obtidos parar cada objetivo durante o período de estágio (quando foram possíveis obter) e foram realizadas algumas propostas de melhoria para a implementação do PBA no Município que se encontram evidenciadas do restante texto.

Objetivo - Monitorização e gestão de ações/atividades de educação ambiental tendo em conta o público alvo

De maneira a analisar a monitorização e gestão das atividades de educação ambiental planeadas para o ano de 2019, realizou-se a listagem das mesmas com a identificação dos métodos de avaliação propostos em candidatura e o número de recursos humanos (RH) utilizados (pertencentes à CMV) para a preparação e realização de cada atividade (tabela 10), foi também efetuada uma análise informal da metodologia usada para a realização das atividades à medida que iam sendo desenvolvidas.

Como foi possível verificar, em média é utilizado pela CMV um recurso humano na preparação e realização de cada atividade de educação ambiental promovida, este facto leva à sobrecarga do recurso nas tarefas que são necessárias realizar e compromete a monitorização e gestão das mesmas.

(49)

Estágio ______________________________________________________________________________

Tabela 10 - Listagem das atividades de educação ambiental realizadas no ano 2019 no âmbito do PBA, onde são identificados os tipos de atividade, os métodos de avaliação propostos na candidatura e o

número de recursos humanos utilizados na sua preparação e realização.

De maneira a otimizar a eficácia destas atividades propôs-se as seguintes medidas de melhoria:

• A criação de um grupo de trabalho do PBA, na CMV, levaria à melhoria da realização, monitorização e gestão das atividades de educação ambiental - Através da implementação do último objetivo específico deste estágio, “Proposta de criação de grupo de trabalho para gestão das partes integrantes do PBA, a ser implementado no futuro”;

Tipo de atividade

Nome da

atividade Método de Avaliação

Nº de RH

A Já me viu hoje? Inquérito presencial aos utentes da praia 1

B

Da Terra à Lua

Participação do público (número) Fotografias

Noticias de jornais locais

1

Há chatos no passadiço

Inquérito presencial aos utentes da praia Fotografias

Noticias de jornais locais

2

C

Praia Limpa - do rio ao mar sem lixo

Trabalhos realizados pelos alunos Fotografias

Noticias de jornais locais

1

Os Suspeitos do Costume

Comparação entre as duas ações, antes e durante época balnear (quantidades e origem dos resíduos)

Fotografias

Noticias de jornais locais

Ficha de “Identificação de praia” Ficha dos “Suspeitos do Costume”

1

D PVNBA

Inquéritos dos jovens vigilantes Fotografias

Noticias de jornais locais

Referências

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