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Academic year: 2021

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Inês Vidó Valada | 2013425

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Relatório Final

Mestrado Integrado em Medicina – Estágio Profissionalizante

INÊS VIDÓ CANSADO MENDES VALADA

Ano Curricular: 6º Ano | Turma 6 | Número de Aluno 2013425

Regente

Professor Dr. Rui Maio

Orientador

Professor Dr. Fernando

Cirurgião

Presidente do Júri

Professor Dr. Fernando

Pimentel dos Santos

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ÍNDICE

Introdução ... Objetivos gerais ... Atividades desenvolvidas ...

Estágio de Medicina geral e Familiar ... Estágio de Pediatria ... Estágio de Ginecologia e Obstetrícia ... Estágio de Saúde Mental ... Estágio de Medicina Interna ... Estágio de Cirurgia ... Unidade Curricular opcional de Trauma ...

Reflexão crítica ... Anexos ...

Calendarização do Ano letivo ... Casuística dos doentes observados ... Trabalhos realizados no âmbito do Estágio Profissionalizante ... Elementos valorativos ... 2 2 3 3 3 4 4 5 5 6 6 10 10 10 10 11

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Agradecimentos

– Ao Dr. Hugo Moreira, pela sua exigência, pela confiança que me depositou, e pelos seus ensinamentos.

– À Dra. Cristina Pestana pelo exemplo de rigor e por ser a prova viva de como é possível conciliar dois mundos – A Família e a Profissão.

Agradeço também a todo o corpo clínico que me acompanhou ao longo do ano, e a todos os enfermeiros, auxiliares e administrativos que se cruzaram comigo neste período, pela sua disponibilidade e tolerância. A todos eles, muito obrigada.

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INTRODUÇÃO

Ao disposto no artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 74/2006 de 24 de março, republicado pelo Decreto-Lei n.º 115/2013, de 7 de agosto, o plano curricular do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina integra um estágio de natureza profissional organizado em 6 estágios parcelares – Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Saúde Mental, Medicina Interna e Cirurgia Geral. O Estágio Profissionalizante serve o propósito de preparar os futuros médicos para a prática clínica, sendo-lhes dada a oportunidade de aprender fazendo, segundo um modelo de ensino tutelado. Esta preparação baseia-se na consolidação dos conhecimentos teóricos e competências práticas, que foram sendo adquiridos ao longo da formação pré-graduada, mas também na aquisição de valores e atitudes que permitam ao futuro profissional uma conduta centrada na pessoa.

O presente relatório encontra-se dividido em 5 secções – Introdução, onde descrevo sucintamente a unidade curricular e o propósito que serve; Objetivos gerais, onde defino as metas que espero alcançar no final deste ciclo de estudos; Atividades desenvolvidas nos diferentes estágios parcelares com uma breve menção à cadeira opcional de Trauma; Reflexão crítica, onde teço uma análise sobre ganhos formativos e pessoais adquiridos ao longo deste ano letivo e o cumprimento ou não dos objetivos a que me propus; e

Anexos, onde constam a calendarização do Ano letivo, a casuística dos doentes observados, a listagem dos

trabalhos apresentados no âmbito do estágio profissionalizante e alguns elementos valorativos. OBJETIVOS GERAIS

Segundo o documento intitulado “Licenciado Médico em Portugal”, que propõe um conjunto de requisitos a serem cumpridos pelo médico recém-formado, A finalidade da educação médica pré-graduada

é ajudar o estudante médico a adquirir uma base de conhecimentos sólida e coerente, associada a um adequado conjunto de valores, atitudes e aptidões que lhe permita tornar-se um médico fortemente empenhado nas bases científicas da arte da Medicina. Com base nos objetivos mencionados neste

documento e nas fichas das unidades curriculares dos diversos estágios parcelares, estabeleci como metas pessoais: I – Estar familiarizada com as patologias médicas ou cirúrgicas mais relevantes; II – Desenvolver a capacidade de abordar os doentes de forma sistematizada, com recurso à anamnese e realização do exame objetivo, sendo capaz de colocar hipóteses diagnósticas e selecionar os meios complementares de diagnóstico de acordo com as hipóteses estabelecidas; III – Ser capaz de propor planos terapêuticos para as patologias mais relevantes, pela sua prevalência ou gravidade; IV – Promover hábitos e comportamentos que visem um estilo de vida saudável; V – Sob supervisão, adotar uma postura profissional com autonomia e responsabilidade crescentes; VI – Desenvolver a capacidade de trabalhar em equipa e de comunicar com colegas ou outros profissionais; VII – Comunicar com os doentes e os seus familiares, transmitindo-lhes os

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diagnósticos, terapêuticas e prognósticos relevantes; VIII – Desenvolver um modus operandi centrado no indivíduo com base em princípios científicos, éticos e biopsicossociais; IX – Reconhecer a importância da formação médica ao longo da vida e a obrigação de atualizar regularmente os meus conhecimentos de modo a prestar os melhores cuidados segundo os princípios da medicina baseada na evidência.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

1. Estágio de Medicina Geral e Familiar (10 de setembro – 4 de outubro de 2018)

O estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar, coordenado pela Prof. Doutora Isabel Santos, decorreu na Unidade de Saúde Familiar Alphamouro (Rio de Mouro), tutorado pela Dra. Mª João Barrau. Para este estágio, estabeleci como objetivos específicos: I – Desenvolver a capacidade de identificar e gerir riscos ou problemas de saúde comuns e efetuar as medidas preventivas ou terapêuticas indicadas; II – Aprofundar os meus conhecimentos sobre a coordenação de cuidados de saúde na promoção da mesma e na prevenção/ gestão da doença; III – Adotar um comportamento profissional na realização da entrevista clínica e do exame físico, segundo uma abordagem biopsicossocial centrada na pessoa; IV – Ser capaz de realizar registos clínicos orientados por problemas segundo modelo SOAP (Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano); V – Adotar atitudes que promovam uma boa relação médico-doente. Durante o período de estágio colaborei ativamente nas diferentes tipologias de consultas – Saúde de Adultos, Saúde Infantil/Juvenil, Saúde Materna e Planeamento Familiar – que refletem a heterogeneidade da população a que esta especialidade presta assistência. Outros ganhos formativos importantes foram o exercício do exame físico ao lactente e à grávida e a execução de técnicas com os quais ainda não estava familiarizada, tais como citologias, otoscopias, colocação e remoção de implantes contracetivos. Gostaria ainda de destacar a oportunidade de participar numa reunião de consultoria de Cardiologia, através da apresentação e discussão de casos clínicos; e de acompanhar 2 elementos da equipa de enfermagem nas visitas domiciliárias, experiência que me sensibilizou para as questões relacionadas com as condições de vida da população idosa, particularmente daquela que vive isolada, com importantes carências socioeconómicas.

2. Estágio de Pediatria (8 de outubro – 2 de novembro de 2018)

O estágio parcelar de Pediatria, pelo qual o Prof. Doutor Luís Varandas é responsável, decorreu no serviço de Pediatria Médica 5.1 do Hospital Dona Estefânia, sob a orientação da Dra. Rita Machado. Para este estágio, estabeleci como objetivos específicos: I – Consolidar os meus conhecimentos sobre as patologias pediátricas mais comuns e seus princípios de atuação; II – Desenvolver a minha capacidade de comunicar com as crianças, adolescentes e com as suas famílias; III – Exercitar o cálculo das doses adequadas a um determinado peso corporal de alguns dos fármacos mais prescritos em idade pediátrica. Acompanhei a minha tutora nas

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atividades da enfermaria, serviço de urgência (SU), consulta externa de Pediatria Médica e consulta de Medicina do Viajante. Destaco o contacto que tive com patologias genéticas raras e síndromes malformativos, proporcionado pelo seguimento de doentes internados no serviço de Pediatria Médica 5.1; as atividades decorridas no SU, que promoveram a familiarização com algumas das patologias pediátricas agudas mais comuns e a oportunidade de ter podido acompanhar profissionais de outras subespecialidades, tais como imunoalergologia, neurologia e cardiologia pediátrica.

3. Estágio de Ginecologia e Obstetrícia (5 a 30 de novembro de 2018)

O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia, coordenado pela Prof. Doutora Teresinha Simões, decorreu no Hospital CUF Descobertas, sob a orientação da Prof. Doutora Ana Patrícia Domingues. Para este estágio, estabeleci como objetivos específicos: I – Conhecer as patologias ginecológicas e obstétricas mais comuns ou que requeiram uma abordagem urgente e seus princípios de atuação; II – Consolidar os meus conhecimentos sobre planeamento familiar e medidas preventivas como o rastreio oncológico do cancro da mama ou do cancro do colo do útero; III – Estar familiarizada com a abordagem e seguimento da gravidez de baixo risco e puerpério; IV – Assimilar os princípios básicos sobre as diferentes fases do trabalho de parto e pós-parto imediato. No âmbito da Ginecologia pude participar ativamente na consulta externa, tendo realizado

procedimentos como a palpação bimanual do útero e anexos, palpação mamária, e realização de citologias; assistir à abordagem de patologias ginecológicas em contexto de urgência; participar em intervenções cirúrgicas como segunda ajudante; observar a realização de colposcopias e assistir a reuniões multidisciplinares da Unidade de Diagnóstico e Tratamento Integrado de Mama de Lisboa do Instituto CUF de Oncologia. No âmbito da Obstetrícia, participei em consultas de seguimento da gravidez, algumas delas dirigidas a gravidas com patologia autoimune ou trombofilias; observei a realização de ecografias obstétricas do 1º, 2º e 3º trimestres; e no SU pude ainda acompanhar grávidas admitidas por trabalho de parto ou ainda admitidas de forma programada para a indução do mesmo ou para a realização de cesariana eletiva, tendo tido a oportunidade de participar em algumas cesarianas como 2ª ajudante.

4. Estágio de Saúde Mental (3 de dezembro de 2018 – 11 de janeiro de 2019)

O estágio parcelar de Saúde Mental, sob regência do Prof. Doutor Miguel Talina, decorreu no serviço de Psicogeriatria do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, sob a tutoria do Dr. Luiz Cortez Pinto. Para este estágio, estabeleci como objetivos específicos: I – Estar familiarizada com as patologias psiquiátricas mais prevalentes e com a sua abordagem; II – Treinar a colheita de dados anamnésicos e o exame do estado mental; III – Desenvolver a minha capacidade de comunicar com doentes com patologia psiquiátrica. O serviço de psicogeriatria presta assistência sobretudo a doentes com idade superior a 65 anos. Na enfermaria, acompanhei maioritariamente doentes com síndromes demenciais e síndromes confusionais

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agudos, ambos associados a sintomatologia psicótica; tendo tido a oportunidade de aplicar o Mini Mental

State Examination aos doentes mais colaborantes. Ao longo do estágio pude ainda assistir à abordagem de

doentes em contexto de urgência (Hospital de São José); a consultas de Psicogeriatria; consultas de Perturbações Aditivas Comportamentais, onde são assistidos doentes com perturbação do jogo; e a consultas de Neurologia, destinadas a doentes psiquiátricos com sintomatologia do foro neurológico, nomeadamente decorrente da iatrogenia dos fármacos utilizados no tratamento da doença psiquiátrica de base.

5. Estágio de Medicina Interna (21 de janeiro – 15 de março de 2019)

O estágio parcelar de Medicina Interna, sob regência do Prof. Doutor Fernando Nolasco, decorreu na Unidade de Cuidados Intermédios (UCINT) no Hospital São Francisco Xavier, sob orientação do Dr. Hugo Moreira. Para este estágio, estabeleci como objetivos específicos: I – Aprofundar e consolidar conhecimentos teóricos e desenvolver competências práticas sobre a abordagem das patologias mais prevalentes em Medicina Interna; II – Ser capaz de referenciar doentes a outras especialidades, quando tal se justifique; III – Redigir diários clínicos, notas de entrada, alta ou transferência; IV – desenvolver a capacidade de trabalhar em equipa e de comunicar com colegas, outros profissionais de saúde, e também com os doentes e os seus familiares. A UCINT presta assistência a doentes com patologia grave que requeiram uma monitorização apertada e meios de intervenção e terapêutica complexos, mas que não se encontrem num estado de tal forma grave que exija um tipo de suporte mais avançado, como o prestado nas unidades de cuidados intensivos. Na enfermaria, foram-me incumbidas várias tarefas, como a realização da entrevista clínica e exame físico aos doentes que me foram atribuídos; a interpretação de meios complementares de diagnóstico; a redação de diários clínicos; bem como o planeamento de intervenções diagnósticas e terapêuticas com o objetivo de dar resposta aos problemas ativos de cada doente. Tive ainda a oportunidade de apresentar doentes na Visita Médica de forma autónoma. Na Consulta Externa, participei nas consultas de Medicina interna, Acidente Vascular Cerebral, Doenças Autoimunes e de Diabetes Gestacional. Destaco também as atividades no SU, que me permitiram ter contacto com múltiplas patologias agudas ou crónicas descompensadas e desenvolver a minha capacidade de raciocínio clínico sobre a sua abordagem.

6. Estágio de Cirurgia (18 de março – 17 de maio de 2019)

O estágio parcelar de Cirurgia decorreu no Hospital da Luz Lisboa, sob regência do Prof. Doutor Rui Maio, tendo sido orientado pelo Dr. Damião Ferreira. Relativamente aos objetivos específicos, propus-me a cumprir os seguintes: I – Conhecer os principais síndromes cirúrgicos, a sua etiopatogenia e semiologia, bem como os fundamentos do seu diagnóstico e tratamento; II – Integrar práticas de assepsia e técnica de desinfeção cirúrgica; III – Saber executar as técnicas de pequena cirurgia mais comuns e conhecer as técnicas de anestesia e de assépsia necessárias para o efeito; IV – Adaptar-me às normas de funcionamento e dinâmicas

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de um bloco operatório e reconhecer a importância do trabalho em equipa e de uma comunicação eficaz entre os seus membros. Durante este estágio, pude assistir a uma grande variedade de intervenções, realizadas quer pela Cirurgia Geral, quer por outras especialidades – Cirurgia Vascular, Cirurgia Cárdiotorácica, Ortopedia, Ginecologia, Urologia e Oftalmologia. Saliento o facto de ter participado em algumas destas intervenções como segunda ajudante. Na consulta externa de Cirurgia Geral, assisti a primeiras consultas e a consultas de seguimento de doentes já intervencionados. Durante duas semanas, realizei o estágio opcional de Anestesiologia, sob orientação da Dra. Cristina Pestana, tendo adquirido conhecimentos sobre avaliação pré-anestésica, indução e manutenção da anestesia, entubação, fármacos comummente utilizados e procedimentos técnicos. Pude ainda realizar algumas técnicas invasivas, como algaliação, colocação de duas linhas arteriais, entubações oro-traqueais e introdução de máscaras laríngeas. Por fim, destaco ainda a assistência a reuniões multidisciplinares de doença oncológica gastrointestinal, a participação no curso Trauma Evaluation and Management (TEAM) e num workshop sobre punções venosas periféricas e cateteres venosos centrais, organizado pela Dra. Cristina Pestana.

7. Unidade Curricular opcional de Trauma (20 de maio – 31 de maio de 2019)

A Unidade Curricular de Trauma, coordenada pelo Prof. Doutor Francisco Oliveira Martins, engloba várias atividades repartidas por seminários teórico-práticos lecionados na faculdade; rotações no serviço de Neurocirurgia, Unidade Vértebro-Medular, Unidade de Cirurgia Maxilofacial, Unidade de Queimados, Sala de Trauma, e no acompanhamento em Viatura Médica de Emergência e Ressuscitação (VMER) – Hospital de São José; e ainda assistência observacional ao curso Advanced Trauma Life Suport (ATLS) – Hospital São Francisco Xavier. Nos seminários lecionados na faculdade e no curso ATLS foram apresentados temas desde a abordagem inicial e reanimação de doentes em contexto de trauma segundo a mnemónica ABCDE (Airway,

Breathing, Circulation, Disability, Exposure), até à avaliação secundária global por sistemas e tratamento

definitivo.

REFLEXÃO CRÍTICA

A função da educação médica pré-graduada é preparar licenciados médicos com atributos profissionais adequados e com um núcleo de conhecimentos e competências que lhes permita aprender autonomamente

ao longo da carreira médica.[1]

Hoje, mais do que nunca, reconheço a multitude de valências que compõe a preparação pré-graduada dos futuros médicos. Pensar que esta se limita ao conhecimento de ciências básicas e à sua aplicação na clínica é não compreender como se exerce Medicina. Afinal de contas, não são poucas as competências

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esperadas de um médico que não se aprendem nos livros de texto. A Medicina serve pessoas, doentes ou não: é ciência e arte ao serviço não só daqueles que se encontram privados de um estado de saúde pleno mas também daqueles que o usufruem e o desejam preservar. Logo aqui se percebe o quão fruste é a assunção de que o trabalho de um médico se resume a tratar doenças. E que melhor forma de aprender a servir pessoas que lidar com elas? É em momentos como este, em que reflito sobre o assunto, que me sinto confortada pela escolha que tomei há 6 anos atrás, ao designar a Faculdade de Ciências Médicas como 1ª opção para a minha formação, por saber que esta privilegiava o contacto precoce com a prática clínica e, com ela, o contacto com as pessoas e as suas circunstâncias biológicas, psicológicas e sociais. Contudo, foi no 6º Ano, que me vi defronte a responsabilidade de “fazer”, com rigor e relativa autonomia.

O Estágio Profissionalizante é a rampa de lançamento que prepara os jovens médicos para o que o futuro lhes reserva, ao facultar-lhes a oportunidade de aprender fazendo, segundo um modelo de ensino tutelado. Findo o 5º ano, foram frequentes os momentos de angústia ao antecipar o que me seria exigido neste ano de transição; no entanto, o medo de não estar à altura do desafio foi-se dissipando com a experiência crescente e o sentimento de segurança proporcionado pela orientação dos meus tutores e pela sua disponibilidade, promovida por um rácio tutor-aluno de 1:1-2.

O presente Ano letivo arrancou em Rio de Mouro, com o estágio de Medicina Geral e Familiar. A multivalência desta especialidade permitiu-me ter contacto com uma população bastante heterogénea – desde a criança perfeitamente saudável, até ao idoso polimedicado com múltiplas comorbilidades. Assim, através de uma participação ativa nas consultas, pude desenvolver a capacidade de atender às necessidades de diferentes grupos etários, na gestão de patologias agudas ou crónicas, mas também na promoção de estilos de vida saudáveis e medidas preventivas, procurando ter sempre em conta as circunstâncias psicológicas e sociais dos utentes. Foi-me também possível aprofundar os meus conhecimentos sobre a coordenação de cuidados de saúde, através da assistência a reuniões de serviço e sessões de consultoria com profissionais de outras especialidades.

O estágio de Pediatria foi sem dúvida dos mais desafiantes, pelas particularidades inerentes à gestão da criança ou adolescente doentes, nomeadamente no que diz respeito ao leque de patologias mais comuns nesta faixa etária e ao tratamento farmacológico e pelos desafios associados à comunicação com a criança/jovem e seus cuidadores. No entanto, considero que adquiri competências exigíveis a um médico recém-formado no que toca a estas matérias. Esta é uma especialidade pela qual tenho particular admiração, pois prestar cuidados a um organismo em constante evolução exige uma atenção reforçada, dado o carácter mutável das suas necessidades ao longo do seu crescimento. Apesar de tudo, gostaria que me tivesse sido concedida a possibilidade de participar de forma mais ativa nas diversas atividades, sobretudo no Serviço de Urgência, por ser este o sítio de excelência onde os alunos têm a maior oportunidade de contactar com as patologias pediátricas mais prevalentes.

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Igualmente desafiante foi o estágio de Ginecologia e Obstetrícia. Devido ao facto do meu primeiro contacto com a especialidade ter sido em contexto de Erasmus, no 4º Ano, num estágio meramente observacional, confrontei-me este ano com várias necessidades de aprendizagem. Não me conformando com esta lacuna, empenhei-me em tirar o máximo partido deste estágio, até por esta ser uma especialidade pela qual nutro bastante interesse. Apesar deste estágio ter decorrido num hospital privado, tive a oportunidade de realizar alguns procedimentos no âmbito da ginecologia, tais como a palpação bimanual do útero e anexos, palpação mamária, e realização de citologias. No entanto, lamento não ter tido a oportunidade de realizar o exame ginecológico da grávida em trabalho de parto, nomeadamente para avaliação do Índice de Bishop. Por fim, não poderia deixar de enfatizar a excelente organização deste estágio, programado de modo a permitir a rotação pela vasta carteira de serviços desta especialidade, designadamente cirurgia uro-ginecológica, ecografia obstétrica e Exames Especiais de Ginecologia, onde assisti à realização de colposcopias.

Relativamente ao estágio de Saúde Mental, gostaria de frisar as oportunidades que tive em contactar com algumas das patologias psiquiátricas mais prevalentes, mormente perturbações neurocognitivas, do humor e ainda patologia psicótica; desenvolver competências comunicativas; e treinar a realização do exame do estado mental e a aplicação de ferramentas como o Mini International Neuropsychiatric Interview ou o

Mini Mental State Examination. Num país a envelhecer, em que se verifica um avolumar de casos de doenças

do foro neurocognitivo, é importante preparar os futuros médicos para a gestão destes doentes, razão pela qual considero um privilégio ter sido alocada ao serviço de Psicogeriatria. Destaco ainda o facto desta experiência me ter sensibilizado para a questão do estigma em saúde mental e de me ter elucidado sobre alguns aspetos relacionados com a organização dos cuidados de saúde mental em Portugal. Gostaria, no entanto, de ter tido contacto com outras patologias psiquiátricas, como aquelas que integram o espectro da esquizofrenia, perturbação obsessivo-compulsiva ou distúrbios relacionados.

O estágio de Medicina Interna foi, sem sombra de dúvida, aquele que mais superou as minhas expectativas; pela forma como fui integrada na equipa médica e pela confiança que me foi depositada na execução das tarefas diárias da enfermaria. Foi também neste estágio que verifiquei uma evolução significativa do meu raciocínio clínico e da capacidade de abordar algumas das patologias mais prevalentes em Medicina Interna. Para tal, contribuíram, em grande parte, as atividades realizadas no Serviço de Urgência. Desenvolvi ainda outras aptidões, como a referenciação de doentes a outras especialidades e a comunicação com outros profissionais, especificamente médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, auxiliares, assistentes sociais ou administrativos. Considero a Medicina Interna uma especialidade basilar, ao prestar assistência ao doente numa ótica holística, integrando e avaliando patologias dos diversos órgãos e sistemas. Por esta razão, entendo ser fundamental para o futuro médico ter um contacto precoce com a mesma, nas suas vertentes teórica e prática ao longo do ensino pré-graduado.

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O estágio de Cirurgia possibilitou-me a familiarização com algumas das patologias mais prevalentes em Cirurgia Geral e com as técnicas cirúrgicas mais utilizadas no seu tratamento. Gostaria de sublinhar a minha participação ativa no Bloco Operatório, quer através da colaboração regular em atos cirúrgicos como segunda ajudante, quer através da realização de algumas técnicas invasivas durante o estágio opcional de Anestesia, como algaliação, colocação de um cateter venoso central e de duas linhas arteriais, entubações oro-traqueais e introdução de máscaras laríngeas. Todavia, lamento o facto de não me ter sido proporcionado o contacto com doentes em contexto de urgência; a realização de técnicas de pequena cirurgia; e da minha participação nas Consultas Externas ter sido sobretudo observacional.

A Unidade Curricular opcional de Trauma permitiu-me adquirir competências sobre a abordagem inicial e reanimação de doentes em contexto de trauma segundo a mnemónica ABCDE, até à avaliação secundária global por sistemas e tratamento definitivo, complementando os conteúdos lecionados no curso

Trauma Evaluation and Management, durante o estágio de Cirurgia. Acredito que estas são aptidões que

devem integrar o “léxico” de conhecimentos básicos de qualquer clínico geral, daí ter-me inscrito nesta Unidade Curricular. Por fim, destaco ainda o facto desta opcional me ter possibilitado a permanência na sala de Pequena Cirurgia revezada com o comparecimento na sala de trauma, o que colmatou, em parte, algumas lacunas do estágio de Cirurgia.

No que concerne os elementos valorativos cujos certificados se encontram anexados no final deste documento, realço a realização de dois estágios CEMEFs (Curtos Estágios Médicos em Férias) nas especialidades de Medicina Geral e Familiar (USF de Colares) e Reumatologia (Hospital Egas Moniz); a experiência de ter sido monitora voluntária da Unidade Curricular de Fisiologia, pela aquisição de competências pedagógicas básicas; e a participação no programa de mobilidade Erasmus, pelo confronto com diferentes metodologias de ensino, contacto com outra cultura e património, e por me ter tornado mais autoeficaz na resolução dos problemas do dia-a-dia. Em virtude do desejo de cimentar a prática das técnicas de pequena cirurgia mais comuns e das técnicas de anestesia local necessárias para o efeito, adquiridas na Unidade Curricular de Cirurgia Geral do 3º ano, inscrevi-me no Workshop de Sutura, organizado pela Dra. Luísa Quaresma e pela Associação de Estudantes.

Chegado o momento de me autoavaliar, acredito ter cumprido globalmente os objetivos gerais e específicos a que me propus, descritos nas secções anteriores do presente relatório. Em jeito de conclusão, reconheço humildemente que este ciclo, que hoje se completa, constitui apenas o início de um percurso marcado por uma constante renovação de necessidades de aprendizagem e por uma exercício clinico cada vez mais exigente, que se coadune sempre com as evidências científicas mais atuais e com uma população cada vez mais informada e, portanto, mais reivindicativa.

[1] – O Licenciado Médico em Portugal – Core Graduates Learning Outcomes Project, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, 2005

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ANEXOS

1. Calendarização do Ano Letivo

2. Casuística dos doentes observados

3. Trabalhos realizados no âmbito do estágio profissionalizante

Estágio Parcelar Regente Período Local Tutor

Medicina Geral e Familiar Prof. Doutora Mª Isabel Santos 10 de setembro – 4 de outubro de 2018 Unidade de Saúde Familiar Alphamouro Dra. Mª João Barrau

Pediatria Prof. Doutor Luís

Varandas

8 de outubro – 2 de novembro de 2018

Hospital Dona Estefânia – Medicina 5.1 Dra. Rita Machado Ginecologia e Obstetrícia Prof. Doutora Teresinha Simões 5 a 30 de novembro de 2018

CUF Descobertas Prof. Doutora Ana Patrícia Domingues

Saúde Mental Prof. Doutor Miguel

Talina 3 de dezembro de 2018 – 11 de janeiro de 2019 Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa – Psicogeriatria Dr. Luiz Cortez Pinto

Medicina Interna Prof. Doutor

Fernando Nolasco

21 de janeiro – 15 de março de 2019

Hospital São Francisco Xavier – UCINT

Dr. Hugo Moreira

Cirurgia Prof. Doutor Rui

Maio

18 de março – 17 de maio de 2019

Hospital da Luz Lisboa Dr. Damião Ferreira

Estágio Parcelar Enfermaria Consulta Externa Serviço de Urgência Bloco operatório Outro Medicina Geral e Familiar –– 185 –– –– Visitas domiciliárias 5 Pediatria 19 36 21 –– –– Ginecologia e Obstetrícia –– 65 18 10 Bloco de Partos - 15 Exames Especiais - 12 Ecografias Obstétricas - 32 Saúde Mental 10 17 6 –– –– Medicina Interna 48 22 37 –– ––

Cirurgia 5 50 –– 48 Consultas de Anestesia - 4

Estágio Parcelar Tema e Autores

Pediatria Viajar com Crianças – Inês Valada e Beatriz Mendonça

Ginecologia e Obstetrícia

Differences in ultrasound features of papillations in unilocular-solid adnexal cysts – Inês Valada

Medicina Interna Arterite de Células Gigantes – Inês Valada

Cirurgia Uma queda cirúrgica (Prolapso retal) – Inês Valada, Piero Infantino, Joana Romão e Nuno

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4. Elementos valorativos

a. Curtos Estágios Médicos em Férias – Medicina Geral e Familiar (USF Colares)

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c. Declaração – Monitora de Fisiologia no ano letivo 2015 - 2016

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d. Programa de Mobilidade Erasmus – Transcript of records (Charles University, Praga)

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e. Certificado de participação – 2º Workshop de Psiquiatria e psicologia Forense (Hospital de

Luz Lisboa)

2º Workshop de Psiquiatria e Psicologia

Forense

— Certificado de Participação EMITIDO POR:

Hospital da Luz Learning Health

Rua Carlos Alberto da Mota Pinto, 17-9.º 1070-313 Lisboa NOME Inês Vidó DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO 14384964 CÓDIGO DE CERTIFICADO C-5bf96358e6517 Evento

2º Workshop de Psiquiatria e Psicologia Forense

06-12-2018 09:30 → 06-12-2018 17:00 - Duração: 5 horas

Este workshop destinado a Médicos, Enfermeiros, Psicólogos, Juristas, Assistentes Sociais e outros profissionais pretende ser um fórum de atualização de conhecimentos e partilha de experiências. TEMAS

learninghealth.up.events

Comprovativo de Emissão de Certificado Electrónico Decreto-Lei n.º 290-D/99 e 62/2003 — European Union Directive 1999/93/CE

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f. Certificado de participação – Encontro de Psiquiatria Geriátrica (Centro Hospitalar

Psiquiátrico de Lisboa)

g. Certificado de participação – IX Congresso da Fundação Portuguesa do Pulmão (Auditório

dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa)

CERTIFICADO

PARTICIPAÇÃO

Certifica-se que__________________________ participou no Encontro do Serviço de Psiquiatria Geriátrica “Pensar o Futuro” no Centro

Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, no Dia 7 de Dezembro de 2018.

Pl’a Comissão organizadora

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h. Certificado de participação – Trauma Evaluation and Management (Centro de simulação

MedSim)

i. Certificado de participação – 8ª Reunião de Imunoalergologia de Lisboa (Hotel Olissipo

Oriente) j. k. l. m. n. o. p. q. r. CERTIFICADO DE PRESENÇA Certifica-se que: Inês Valada

participou na 8ª Reunião de Imunoalergologia de Lisboa, que teve lugar no Hotel Olissippo Oriente, em Lisboa, a 12 de Abril de 2019.

Paula Leiria Pinto Comissão Organizadora

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j. Certificado de participação – Colocação de acessos Venosos Centrais e Periféricos com

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k. Certificado de participação – Workshop de Sutura (Faculdade de Ciências Médicas)

Curso Suturas

— Certificado de Participação EMITIDO POR:

AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School Campo Mártires da Pátria, 130

1169-056 Lisboa NOME Inês Vidó DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO 14384964 CÓDIGO DE CERTIFICADO C-5cddc155b89b6 Evento Curso Suturas 20-05-2019 15:30 → 20-05-2019 18:30 - Duração: 3 horas

Breve introdução teórico-prática versando nos temas: assepsia, processo de cicatrização, tipos de sutura para apresentação da atividade. Componente prática de técnicas de Pequena Cirurgia (Anestesia e Pontos). Prioridade a alunos do 6ºano da NMS|FCM.

Formadora: DrªLuisa Quaresma

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Comprovativo de Emissão de Certificado Electrónico Decreto-Lei n.º 290-D/99 e 62/2003 — European Union Directive 1999/93/CE

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Inês Vidó Valada | 2013425

19

l. Certificado de participação – Internado Médico S(c)em Questões (CEDOC)

Sessão Esclarecimento | Internato Médico

S(C)em Questões

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1169-056 Lisboa NOME Inês Vidó DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO 14384964 CÓDIGO DE CERTIFICADO C-5ce9a31645bd5 Evento

Sessão Esclarecimento | Internato Médico S(C)em Questões

30-05-2019 17:00 → 30-05-2019 18:30 - Duração: - 1:30 horas AEFCM|Internato Médico: S(C)em questões

Quais os direitos e deveres de um Médico Interno de Formação Geral? Quais as diferenças em relação ao Ano Comum?

Como se escolhe a especialidade? Podes mudar de especialidade?

Tens questões sobre o Internato Médico, a informação é difícil de obter e não encontras as respotas?

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m. Certificado de participação – Advanced Trauma Life Support (Hospital São Francisco Xavier)

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