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Seitas e Heresias 2014

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Academic year: 2021

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ISLAMISMO

A religião islâmica ou mulçumana é hoje a segunda maior em número de fiéis, estando à sua frente apenas o cristianismo – somando-se Catolicismo Romano, Ortodoxos, Protestantes, Evangélicos, etc. Hoje, o islamismo possui seguidores em todos os continentes do mundo.

Possui várias semelhanças com o Cristianismo, a saber:

a) São monoteístas;

b) Ambas foram fundadas por um indivíduo específico;

c) Creem na existência de anjos; d) Creem no céu e no inferno; e) Creem na ressurreição;

f) Deus se fez conhecer por meio de uma revelação.

E também diferenças:

a) no que diz respeito à pessoa de Jesus; b) no que diz respeito à salvação;

c) no que diz respeito à Bíblia.

O que nos leva a verificar que o Cristianismo Bíblico e o Islamismo não podem ser verdadeiros ao mesmo tempo.

Maomé

Nasceu em cerca de 570 d.C. na cidade de Meca, capital do comércio da Arábia com o nome de Abulgasin Mohammed Ibn Abd Al-Muttalib Ibn Hasin, ou simplesmente Maomé (que quer dizer, altamente louvado) Seu pai morreu antes que ele nascesse e sua mãe

quando ele tinha cerca de 6 anos. Com isso acabou recebendo os cuidados do seu avô e depois, com a morte deste, foi criado por seu tio.

Na juventude, se tornou guia de caravanas, de modo que veio a conhecer profundamente os princípios elementares do judaísmo e do cristianismo.

Quando Maomé tinha 25 anos de idade casou-se com uma viúva cujo nome era Khadidja – próspera comerciante sua antiga patroa. Ele era 15 anos mais novo do que ela, e seu casamento durou cerca de 25 anos. Aproximadamente 10 anos antes da morte de sua esposa, Maomé começou a ouvir vozes, ter visões e sonhos. Frequentemente, saia da cidade onde morava para ficar durante vários dias meditando em uma caverna localizada no monte Hira.

Com 40 anos de idade recebeu a primeira revelação do que se tornaria, mais tarde, o livro santo do Islã, o Alcorão. Estas revelações se repetiram durante mais ou menos 23 anos (até sua morte) e o deixavam – segundo a tradição islâmica – espumando pela boca e como se estivesse embriagado.

As mensagens diziam que há um só Deus, que é Alá, e que todos os ídolos deveriam ser destruídos. Mais tarde, vieram supostas revelações sobre o julgamento vindouro, sobre o céu e o inferno.

A maior parte do povo da Arábia era pagã e politeísta, usando um lugar chamado Kaaba como templo de adoração. Maomé começou

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a pregar e obteve “pequeno” sucesso no início. Somente sua esposa se converteu à nova religião. Ao longo dos anos cerca de mais 200 moradores de Meca o seguiram. Em 622 d.C., Maomé foi para Medina a fim de se tornar árbitro em questões entre muçulmanos, pagãos e judeus e como sua mensagem sofria grande oposição em Meca, mudou-se para lá. Essa fuga foi chamada de

Hégira e tornou-se o início do calendário

islâmico. Durante sua permanência em Medina, ele transformou-se de um simples pregador revolucionário, em poderoso homem de guerra, e tornou-se polígamo também. Alguns sugerem que em virtude da pobreza de sua família e de seus seguidores ele começou a incentivar a guerra santa cujos despojos eram amealhados para o islã.

Maomé morreu em 632 d.C. Antes de sua morte, tomou a cidade de Meca, destruindo todos os ídolos da cidade, mantendo a peregrinação a Kaaba. Nos séculos seguintes a religião se espalhou pelo Oriente Médio, Norte da África, parte da Índia, Espanha, África Oriental e Ásia Central.

Esta expansão fez com que a cultura e a língua árabe influenciassem boa parte das regiões conquistadas, inclusive a própria Europa. Algumas palavras da língua portuguesa têm raiz árabe, como, por exemplo, a palavra

banana (palavra árabe que significa

semelhante ao dedo) e algarismo (derivado

do homem árabe chamado algaritmo). Daí o nome algarismo arábico.

Após a morte de Maomé o islamismo se dividiu por causa das disputas sobre quem deveria liderar o grupo. Hoje existem dois

grupos principais: os sunitas (cerca de 90% do islã e de tendência mais tolerante para com outras religiões) e os xiitas (segundo grupo mais numeroso, porém, extremamente radical). Além dos dois grupos, existem também os sufistas, que possuem uma tendência mais mística e austera e têm livre acesso aos dois grupos majoritários.

RAZÕES DA EXPANSÃO DO ISLÃ 1) Causas Religiosas

O entusiasmo religioso que tomou conta dos muçulmanos fez com que o êxito militar fosse grande. Entende-se que, querendo cumprir a determinação de seu profeta, os árabes tenham se precipitado sobre a Ásia e sobre a África buscando a conversão à nova fé. Sem medo da morte (morrer pela “fé” era abrir as portas do paraíso) eles lutavam bravamente. Aliado a este fato, deve-se lembrar também do desejo de pilhagem e despojo vindos das vitórias e conquistas.

2) Causas Econômicas

Sob a ameaça de miséria e de fome, os árabes viram-se na necessidade de fazer um grande esforço a fim de libertar-se da ardente prisão no deserto. A notícia das riquezas dos vizinhos estimulou a disseminação da nova fé.

3) Causas Militares

As tropas árabes eram dirigidas e agiam com enorme disciplina, estavam acostumadas às dificuldades que a vida no deserto lhes impunha e eram recompensadas pelos despojos. Além disso, a cada vitória era

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necessário uma outra, a fim de poder atender às necessidades de novos combatentes famintos.

4) Afinidade Racial e Cultural

Outro fator foi que nos territórios conquistados já havia vários árabes e, portanto, eles não eram considerados bárbaros ou estrangeiros.

5) Fraqueza dos Adversários

Tanto o Império Bizantino quanto o Império Persa estavam enfraquecidos devido às batalhas que travaram um contra o outro. Além disso, devido ao mesmo motivo, estavam ambos com sérios problemas econômicos e com profundas divisões na sociedade.

6) Tolerância Muçulmana e Benefícios Econômicos

Os árabes eram extremamente tolerantes. Exigiam apenas a submissão política ao Islã que seria materializada no pagamento de impostos e a interdição do proselitismo entre os muçulmanos. Assim, muitos dentre os povos conquistados não resistiram, pelo contrário, recebeu-os de braços abertos.

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CRENÇAS DO ISLAMISMO 1) Existe Apenas um Deus

Esse Deus é chamado de Alá. Ele é Uno e não possui qualquer companheiro ou qualquer que lhe seja igual. É totalmente diferente do homem e sua essência é o poder. Ele é totalmente transcendente, portanto, inalcançável e incognoscível (não pode ser conhecido).

2) Crença nos Profetas

Maomé ou Mohammed ensina que existe um profeta para cada época, começando por Adão e terminando em Maomé. A tradição islâmica afirma que existiram 120 mil profetas. Para cada um deles foi confiado um livro sagrado que acabaram se perdendo, com exceção de três: A Lei (Tora), dado a Moisés; os Salmos, dado a Davi; e os Evangelhos, dado a Jesus. Assim, Jesus é apenas mais um profeta. Maomé recebe o Alcorão e é considerado o selo dos profetas, sendo o maior de todos eles.

3) Crença nos Livros Sagrados

Como já foi dito o Alcorão é o último e mais importante dos livros Sagrados. Foi escrito em tábuas de ouro e fica ao lado do trono de Alá, tendo sido recitado a Maomé pelo anjo Gabriel. Ele confirma os livros anteriores (Antigo e Novo Testamentos)

Há, porém, especialistas que afirmam que 225 versos foram suprimidos do Alcorão e outros mais antigos substituídos.

4) Crença nos Anjos

Deus criou todos os anjos. A maioria deles é má. Cada ser humano tem um anjo-ombro para anotar as suas boas obras e outro para anotar as más. Satanás foi desobediente, pois Alá mandou que ele adorasse Adão e ele não quis fazê-lo.

5) Crença no Juízo Final

A salvação é pelas obras que serão pesadas numa balança. Se as boas obras superarem as más, tal pessoa entrará no paraíso. Os mártires irão todos para o paraíso.

O conceito de paraíso é sensual: existem lindas virgens de olhos negros para cada homem, além de rios, árvores frutíferas e perfumes no paraíso.

O inferno é reservado para os não- muçulmanos. É um lugar de fogo e tormento indescritível. A maioria dos muçulmanos aceita a ideia da existência de um purgatório e acham que o pecado imperdoável é associar algo ou alguém a Alá.

6) Crenças nos Decretos de Deus

Alá é absolutamente soberano. Não tem qualquer obrigação moral, pois isso limitaria seu poder e soberania. Tudo o que acontece é porque Deus assim quis. Logo, o destino de cada ser humano está decretado e vai acontecer de qualquer forma (termo

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PRÁTICAS DO ISLAMISMO

O islamismo é um modo de vida que cobre os aspectos religiosos, político, social e cultural. Não existe a nossa ideia de separação entre Estado e Igreja. Existe o que eles chamam de

pilares do islamismo que são:

1) Testemunho ou Confissão (SHAHADAH)

Eu testifico que não existe outro deus além de Alá e que Mohamed é o mensageiro de Deus.

Recitar isto, crendo no que está dizendo, o faz um muçulmano. Isto é recitado no ouvido do recém-nascido. É recitado no ouvido da pessoa que está morrendo. A cada vez que se repete esta confissão há um acúmulo de méritos. Ela é repetida mais de 30 vezes nas orações diárias.

2) Orações Formais (SALAT)

As orações rituais devem ser feitas cinco vezes por dia voltando-se para Meca

a) ao amanhecer, quando você vir um fio branco;

b) Ao meio-dia; c) No meio da tarde; d) Ao por do sol;

e) À noite, em algum momento antes de deitar.

Nesses momentos o fiel deve prostrar-se tocando a testa no chão sem cometer qualquer erro a fim de se alcançar mérito.

Este ritual pode ser repetido várias vezes a fim de se conseguir mais méritos.

3) Dar Esmolas e Fazer Caridade (ZAKAT)

Existe uma escala proporcional para a caridade islâmica:

2,5 % das suas entradas financeiras; 5% dos produtos agrícolas;

10% de todos os bens importados;

Isto tudo pode ser dado aos pobres ou para causas religiosas, incluindo a guerra santa.

4) O Mês de Jejum (SAOUM)

É no mês lunar do Ramadan. O jejum tem uma duração de 29 a 30 dias. Jejua-se somente durante o dia. Não se deve comer nem beber desde o nascer até o pôr-do-sol. Durante a noite pode-se comer à vontade. O Alcorão é dividido em 30 partes a fim de ser lida uma parte diariamente e no final do período ele todo deve ter sido lido. Os viajantes, mulheres grávidas, mulheres no período menstrual, crianças e enfermos estão isentos.

5) A Peregrinação (HAJI)

É uma ideia que vem antes do islamismo. A Kaaba já havia sido mencionada por Diodorus Siculus, em 60 a.C. A peregrinação a Meca é obrigatória pelo menos uma vez na vida. Ao se chegar lá, deve-se cumprir as seguintes obrigações:

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b) Vestir roupas especiais para a ocasião; c) Apedrejar Satanás;

d) Relembrar a busca de Hagar por água; e) Viver em tendas na planície de Arafat; f) Beijar ou tocar a pedra negra na parede da Kaaba.

6) A Guerra Santa (JIHAD)

A palavra árabe jihad significa lutar por Deus. Isto pode significar guerra ou qualquer manifestação militar a favor de Alá (compare com o texto de Gn 16.12).

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O ALCORÃO

O termo corão vem de uma palavra árabe que significa leitura ou recitação. Conforme já foi visto, o Alcorão – segundo a tradição Islâmica - é um livro de ouro que está eternamente no céu. Quando o anjo Gabriel revelou-o a Maomé, este não recebeu absolutamente nada por escrito, tendo que memorizar e recitar para confirmar a memorização. À medida que isso era feito, os homens que o acompanhavam registravam tudo o que escutavam. As recitações contidas no Alcorão eram dadas de acordo com as necessidades das situações em que se encontrava Maomé. As primeiras revelações podiam ser anuladas por revelações mais recentes. Supostamente, o Alcorão confirma os outros livros sagrados (Lei, Salmos e o Evangelho), porém, por ser mais recente é a única que deve ainda ser seguida. Segundo o islamismo o Alcorão é todo-suficiente. Não haverá mais outro profeta ou outra revelação.

Quando da morte de Maomé, o Alcorão ainda não tinha sido formado. Os primeiros adeptos haviam decorado as revelações originais. Porém, muitos deles haviam morrido durante as batalhas. Uma versão oficial foi então compilada, porém, muitas outras já existiam e continham divergências quando comparadas. O califa Otmã impôs a versão que ele havia autorizado e ordenou a destruição das demais. Isso trouxe (e ainda traz) reações e divisões entre os mulçumanos.

Infelizmente, o Alcorão contém erros e contradições e sua forma final não foi aceita por muitos dos sectários dentro do próprio islamismo.

ISLAMISMO E CRISTIANISMO

Possuindo um suposto livro de revelação, obviamente os muçulmanos não aceitam a Bíblia e seus ensinos. Vejamos algumas de suas opiniões:

a) A Bíblia

Para eles a Bíblia foi corrompida e mudada. O livro da Lei, os Salmos e o Evangelho que existem hoje na Bíblia não são aqueles que realmente existiam no passado. Porém, não possuem qualquer prova disso, o que, na verdade, demonstra uma simples conjectura sem nada que possa sustentar a afirmação. b) Jesus não é Deus

Como seu ensino defende a ideia de um Deus único, não existe a possibilidade da doutrina da Trindade e de que Jesus seja Deus. Talvez esta tenha sido descartada e rejeitada por Maomé, uma vez que ele entendeu ser a Trindade formada por Alá, Maria e Jesus e que Cristo teria sido concebido através de uma relação física entre Alá e Maria (Jo 14.19; 10.30). O mais interessante de tudo isso é que o próprio Alcorão faz referência a respeito de Cristo que contrariam esses pensamentos:

Seu nascimento virginal; sua santidade e perfeição; ele é o Messias; ele é a própria Palavra de Deus; é um espírito vindo de Deus; é o criador da vida; ele curou doentes; ele ressuscitou mortos; ele veio com claros sinais; ele é um sinal para a humanidade; ele é ilustre neste mundo e no além; ele foi levado ao céu; ele voltará para o julgamento.

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c) Rejeita-se a crucificação e morte expiatória de Cristo

Para eles a morte de Cristo foi apenas imaginação. Várias são as versões dadas por eles: que Cristo foi pregado na cruz, mas foi retirado apenas desmaiado. Outros dizem que Judas foi confundido com Jesus e crucificado (1 Co 1.22-24).

Assim, se não houve morte na cruz, não houve sacrifício, remissão, expiação e perdão pelos pecados (Hb 9.22).

Referências

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