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67408853 Guia Do Estudante Editora Abril Atualidades

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Atualidades

Atualidades

2011

vestibular

+

enem

Glauco e a história

35 anos de Brasil nas

tiras do cartunista

Crise na Grécia

O país ameaça a

economia europeia

Petróleo no mar

Um desastre ambiental sem precedentes

nas profundezas do Golfo do México

e mais:

k

Usina Belo Monte

k

Obama e a saúde

k

Evolução humana

k

Negócios da China

k

Educação no Brasil

k

Discriminação

k

Censo de 2010

nuclear

Energia

dossiê

Com o Irã no centro do debate, o mundo discute

as usinas atômicas e os riscos dos arsenais nucleares

118

temas

que caem na prova

explosão atômica no atol de Bikini, no oceano Pacífico, feita pelos eUA, em 1946

(2)

2011

Atualidades

Atualidades

(3)

4 atualidades vestibular + enem 2011 2011 atualidades vestibular + enem 5

robert gauthier/l

os angeles times magazine/wpp2010/divul

gação

Todo

mundo

de olho

N

o período em que a gente se prepara para o vestibular e o Enem, às vezes se sente como a bolinha da foto: todos estão de olho em cima. São os pais, os amigos, os professores. Acontece que a cobrança, às vezes, pode prejudicar. Na imagem acima, premiada no World Press Photo 2010, o que ocorre realmente é que a torcida do time de beisebol New York Yankees berra e atrapalha o jogador adversário, do Los Angeles Angels (do qual aparece apenas a mão), para que deixe a bola escapulir. Se ele pegá-la no ar, elimina um rebatedor da equipe da casa. Contra essa tremenda pressão humana, o jogador só tem uma arma: manter a calma, o foco e a determinação.

Mas, no seu caso, como conseguir isso? Não adianta se angustiar: a tranquilidade para os exames vem do estudo metódico, da compreensão dos temas escolares, da ampliação gradativa do conhecimento. Nada acontece por acaso, nem do dia para a noite.

Nesta edição, nós nos sentimos como treinadores de um time. Pesquisamos os vestibulares para levantar os temas mais pedidos e os trazemos explicados em

TENSÃO MÁXIMA Jogo de beisebol entre Yankees e Angels (imagem premiada no World Press Photo 2010)

detalhes, num rico panorama do mundo atual. Além disso, para que, na hora certa, você tenha um bom desempenho, é importante:

× desenvolver a capacidade de apreender informações, que chegam de diversas formas. Por

isso, nossa revista traz fotos, gráficos e mapas, sempre vinculados a um contexto;

× ampliar o conhecimento geral dos temas. Uma boa dica é ver filmes, ler quadrinhos

ou visitar museus nas horas de folga, pois reforça um repertório que faz diferença;

× melhorar a capacidade de expressão por escrito. Nessa área, chamamos um professor

para analisar bons textos e explicar como se responde a questões dissertativas.

Estamos entregando a você nosso trabalho – e esperamos que seja bem útil para ajudar em seus desafios. Boa sorte e um abraço.

(4)

Divirta-se

8 Hora do lazer Indicamos bons filmes, documentários, programas de TV e histórias em quadrinhos que divertem e ensinam 14 World Press Photo Veja imagens premiadas em 2010 16 Grafite e pichação A arte das ruas chega aos museus

Ponto de Vista

18 Sanções da ONU A visão de quatro revistas sobre as sanções ao Irã 20 Guerra no Afeganistão Documentos secretos vazam para a imprensa

Destrinchando

22 Educação no Brasil Veja um amplo painel dos avanços e das deficiências no Ensino Fundamental, Médio e Superior

Dossiê Nuclear

28 Pressão sobre o Irã Programa de enriquecimento de urânio no país dos aiatolás leva a ONU a aplicar sanções pela quarta vez 35 O que é o TNP Como funciona o Tratado de Não Proliferação Nuclear 36 Desarmamento Ainda está longe um mundo sem bombas atômicas 38 Desastres As lições dos acidentes em Chernobyl e Three Mile Island 41 Energia Países reavaliam alternativa nuclear para gerar eletricidade

46 Brasil O país investe na ampliação do número de usinas atômicas

e no domínio da tecnologia de produção do combustível nuclear

Internacional

50 Conflitos Um painel dos principais confrontos armados no mundo atual, duas décadas depois de terminada a Guerra Fria

58 ONU Os emergentes querem mudar o Conselho de Segurança 62 Israel O ataque a navios de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza

causa desgaste internacional e provoca uma crise com a Turquia 68 Estados Unidos O presidente Barack Obama aprova seu plano para

reformar e ampliar o atendimento à saúde dos norte-americanos 72 China O gigante da Ásia resiste à crise econômica global e

prossegue com sua produção crescendo num ritmo notável 78 Rússia Redução do arsenal nuclear reaproxima o país dos EUA 84 América Latina A ditadura militar no banco dos réus

88 União Europeia A crise da Grécia põe o bloco europeu em xeque

Descubra

92 Grécia Grave crise econômica atinge o país no qual nasceram a filosofia ocidental e os conceitos de república e democracia 94 Portugal Potência marítima no passado, hoje é um dos países mais

pobres da Europa e sente o impacto das turbulências no mercado mundial 96 Espanha Uma das nações mais visitadas da Europa enfrenta as

dificuldades da recessão global e alto índice de desemprego 98 Irlanda Último país a aprovar o Tratado de Lisboa da União Europeia,

enfrenta forte recessão desde 2008 e alta taxa de desemprego

Brasil

100 Glauco A história recente do Brasil nos cartuns e desenhos do artista 108 Era Vargas Há 80 anos, Getúlio Vargas chegou ao poder 112 Índios Crescem o número de reservas e a população indígena 116 Amazônia O polêmico projeto da hidrelétrica de Belo Monte 120 Concentração de renda A desigualdade diminui no Brasil

122 A Revolta da Chibata 100 anos do motim contra o chicote na Marinha

Economia

124 O Brasil e o Bric Cresce o poder das economias emergentes 130 Globalização A economia global enfrenta forte recessão em 2009 134 Energia Aumentar a produção é o grande desafio do século XXI 140 Trabalho A crise global provoca a perda de 34 milhões de empregos 144 Produto Interno Bruto A economia diminui 0,2%, mas podia ser pior 146 Balança comercial Apesar das dificuldades, o saldo externo volta a subir 148 Indústrias Elas se recuperam, depois de um 2009 muito ruim

152 Transportes Uma matriz equilibrada é essencial ao desenvolvimento

Questões Sociais

156 Migrações Diferenças econômicas explicam o vaivém pelo Brasil 164 Urbanização As cidades enfrentam desafios para encarar o futuro 172 Censo de 2010 Saiba qual é a importância do recensamento deste ano 180 Desigualdade racial O país adota um estatuto para a igualdade

Ciências e Meio Ambiente

186 Biodiversidade O vazamento de petróleo no Golfo do México é um trágico exemplo do impacto humano sobre a vida das espécies 192 Água Um recurso sob ameaça de escassez por causa de sua má utilização 198 Transgênicos O Brasil já é o segundo produtor mundial de culturas

agrícolas com base em organismos geneticamente modificados 202 Origem do homem Novas descobertas sobre os nossos antepassados 206 Galileu Há 400 anos, ele começou a observar o universo pelo telescópio

Redação

210 Fuvest Professor analisa redações do vestibular de 2010 e orienta como redigir as respostas para questões dissertativas

Fichas-resumo

220 Para relembrar 20 fichas de temas de nossas edições anteriores

Simuladão

224 Teste seus conhecimentos 47 questões sobre atualidades escolhidas em vestibulares de todo o país, com respostas e comentários

De Olho na História

242 Vinicius de Moraes 30 anos da morte de um dos grandes poetas do modernismo – e também compositor e letrista da bossa nova

k

ATUALIDADES

VESTIBULAR + ENEM

2011

sol inclemente

Girafa morta no leito seco de um rio no nordeste do Quênia, na África, vítima da prolongada falta de chuvas (premiada no World Press Photo)

stef

ano de l

uigi/vii network for le monde magazine/wpp2010/divul

(5)

8 atualidades vestibular + enem 2011

Divirta-se

Filmes e quadrinhos que divertem e ensinam. são obras que Falam do mundo atual e nos levam a vivenciar os dramas contemporâneos

k

F i l m e s

9

2011 atualidades vestibular + enem

O Grande Desafio

Direção | Denzel Washington ANo | 2007 Aprender a pesquisar um tema, desen-volver sua capacidade de analisar uma questão, argumentar e expressar-se ver-balmente para debates em equipe entre faculdades. A cada competição, um júri escolherá a equipe vencedora. Puxa, um desafio e tanto! Principalmente porque a faculdade é exclusivamente para estu-dantes negros e nunca havia formado uma equipe de debates para competir, de igual para igual, com universitários brancos de universidades consagradas dos Estados Unidos como Yale ou Harvard.

E é isso que o novo professor Melvin Tolson propõe aos alunos da Faculdade Wiley, numa cidade rural do Texas, em 1935. Nessa época, os debates universi-tários são institucionalizados e bastante concorridos. Tolson é voluntarioso,

al-tivo e progressista, características que o levam a confrontar-se com pessoas de referência na comunidade.

O professor educa alunos receosos e inseguros e procura reavivar neles o ânimo, o brio e a coragem. Para isso, en-sina-lhes o sentido racista de palavras como “denegrir” e “linchamento” e, ao mesmo tempo, é rígido em disciplina. A equipe de Wiley se sai bem e passa a receber sucessivos convites para debates sobre temas controversos. Por exemplo: o seguro-desemprego é uma política de assistência social válida?; ou é apenas uma esmola de governo, um tapa-buraco eleitoreiro custeado com os impostos do cidadão, uma medida que pretende ocul-tar o desemprego? É justo e moralmente aceitável que as pessoas deflagrem um movimento pacífico de desobediência ci-vil a uma lei que elas considerem injusta, mesmo que essa lei tenha sido aprovada

por uma câmara de vereadores ou pelo Congresso nacional?

É interessante relembrar que as polí-ticas racistas nos Estados Unidos eram adotadas pelos governos dos estados, que têm maior autonomia em relação ao governo federal do que no Brasil. Elas vigoraram até décadas atrás, e o mo-vimento político que definitivamente iria derrotá-las foi liderado pelo pastor Martin Luther King Júnior, na década de 1960. Assim, é relevante notar a impor-tância de que existisse uma faculdade só para negros já em 1935. O filme também ajuda a entender outro aspecto. Na clan-destinidade, Tolson está organizando os agricultores meeiros, brancos e negros, em um sindicato, para que se defendam da superexploração dos proprietários.

Além de dirigir o filme, Denzel Wa-shington atua como o professor Tolson e contracena com o ator Forest Whitaker.

Fotos: divul

gação

O Solista

Direção | Joe Wright ANo | 2009

O cotidiano e a situação dos moradores de rua da cidade de Los Angeles, no litoral oeste dos Estados Unidos, é o cenário deste drama, no qual um repórter descobre um morador de rua que é um talentoso músico. Comovido com a situa ção, o jornalista, interpretado pelo ator Robert Downey Jr. (o mesmo dos recentes O Homem de

Ferro e Sherlock Holmes – O Filme), passa

a publicar em um jornal da cidade crônicas regulares sobre sua relação com o músico de rua, textos que depois serão reunidos e publicados em um livro. Infelizmente, o músico Nathaniel Ayers sofre de esquizo-frenia, e o filme mostra também esta e ou-tras doenças mentais comuns aos sem-teto, que moram nas ruas ou em abrigos.

Bem-Vindo

Direção | Philippe Lioret ANo | 2009

Bilal é um jovem iraquiano que quer ir à Inglaterra para reencontrar a sua namo-rada. O garoto tenta entrar no país ilegal-mente – dentro de um caminhão de carga –, mas acaba sendo pego na França, onde consegue exílio político. No país, Bilal faz aulas de natação, na esperança de conseguir entrar na Inglaterra pelo mar, atravessando a nado o canal da Mancha. A partir da his-tória do jovem iraniano, Bem-Vindo mostra a realidade de milhões de imigrantes ilegais que saem do país à procura de melhores condições de vida.

Flor do Deserto

Direção | Sherry Hormamm ANo | 2010

Flor do Deserto conta a história real da

modelo somali Waris Dirie. Com apenas 13 anos, Waris foge de um casamento arranja-do e vai para Londres tentar uma nova vida. Consegue um emprego em uma lanchone-te, até ser descoberta por um fotógrafo e virar modelo. Em uma entrevista, ela conta ter sofrido, ao 3 anos, uma mutilação geni-tal, com a extirpação do clitóris. O mundo fica sabendo de sua história, e Waris passa a ser uma das principais defensoras da erradicação dessa prática, que continua a existir em muitos países africanos.

Território Restrito

Direção| Wayne Kramer ANo | 2009

Perigos, chantagens e mentiras são fatores que passam a fazer parte da vida das pessoas que imigram ilegalmente para os Estados Unidos. Este filme é um painel dramático desses e de outros aspectos humanos, mo-rais e éticos, tanto dos imigrantes pobres ou com renda baixa quanto de diferentes profissionais que se relacionam com eles, como os policiais de fronteira, advogados e assistentes sociais. O filme denuncia o com-portamento xenófobo e preconceituoso que eclodiu após os atentados de 11 de setembro de 2001, exemplificado no longa pela reação de uma classe do Ensino Médio contra uma colega islâmica. O filme é protagoni-zado por Harrison Ford, com Ray Liotta, Ashley Judd e a brasileira Alice Braga.

O Grupo Baader Meinhof

Direção | Uli Edel ANo | 2008

Baseado no livro homônimo da jornalista alemã Stefan Aust, o longa relata a origem e as ações do grupo guerrilheiro de esquerda Facção Armada Vermelha (RAF), que lutou contra o Estado alemão durante a década de 1970. O filme, assim como o livro, começa em 1967. Em uma manifestação estudantil contra a guerra do Vietnã, há um confronto com a polícia, e um estudante acaba sendo baleado. A partir daí, desenrolam-se muitas manifestações. Unem-se à causa a jorna-lista Ulrike Meinhof e o casal extremista Andreas Baader, que fundam o RAF. O longa mostra uma sequência de eventos que culmina no sequestro de um avião com turistas alemães, que leva à morte dos principais líderes do grupo guerrilheiro.

m a i s d i c a s

As Melhores Coisas do Mundo

Direção | Laís Bodanzky ANo | 2010

O filme conta a história de Mano, um estudante de 15 anos que enfrenta proble-mas próprios da idade: as dificuldades da escola e do relacionamento com amigos, os conflitos com os pais e a convivência com o irmão. Trata-se da entrada aos poucos no mundo adulto, da difícil construção de uma identidade. Mano estuda em uma escola privada de São Paulo. Mas os pro-blemas que aflingem ele e seus colegas são universais. As Melhores Coisas do Mundo é um longa instigante e verdadeiro sobre as “questões” dos adolescentes.

(6)

k

d o c u m e n t á r i o s

Restrepo

Direção | Sebastian Junger e Tim Hetherington Ano | 2010

Restrepo é um documentário que mostra

a guerra no Afeganistão pelo ponto de vista dos soldados norte-americanos. O filme aborda um ano (entre 2007 e 2008) na vida de um pelotão de soldados no vale do Korengal, um local com combates bastante violentos no período. Diferentemente de outros filmes do gênero, que costumam se basear em depoimentos, os diretores da película decidiram ligar as câmeras e regis-trar as coisas que estavam acontecendo no local. Assim, o público pode ver os soldados enfrentando diferenças culturais, tédio e cansaço, antes de entrar de fato em ação, lutando contra o ataque inimigo.

Cidadão Boilesen

Direção | Chaim Litewski Ano | 2009

Diversos membros das Forças Armadas brasileiras são acusados de torturar pre-sos políticos na época da ditadura militar, que se estendeu no Brasil de 1964 a 1985. Há também evidências do envolvimento de civis na prática desse crime. Isso é o que nos mostra o documentário do dire-tor brasileiro Chaim Litewski. Resultado de 15 anos de pesquisa, o filme, por meio de depoimentos de ex-militantes políti-cos e de militares, afirma que a tortura no Brasil foi financiada por empresários e banqueiros. O caso mais emblemático foi o do dinamarquês naturalizado brasileiro Henning Boilesen, assassinado em 1971 por militantes políticos. Ex-presidente da Ultragaz, Boilesen – que gostava de assistir a sessões de torturas – partici-pou da criação da Operação Bandeirante (Oban) – um esquema de organização de informações, investigações e tortura montado pelo Exército brasileiro no fim dos anos 1960.

Enron – Os Mais Espertos da Sala

Direção | Alex Gibney Ano | 2005

Em 2001, a multinacional Enron, um gigante norte-americano do setor de ener-gia, pediu concordata. Mais de 20 mil pes-soas ficaram sem emprego e acionistas perderam dinheiro, numa manobra que favoreceu os executivos da companhia. O documentário Enron – Os Mais

Esper-tos da Sala faz uma análise detalhada de

um dos maiores escândalos empresariais da história norte-americana. Por meio de gravações e depoimentos de analistas econômicos e ex-empregados da empre-sa, o filme, baseado no livro homônimo dos jornalistas Bethany McLean e Peter Elkind, mostra como funcionava a Eron e como foi possível levar as fraudes adiante, a ponto de enganar o mercado de ações, os funcionários e o governo.

A Corporação

Direção | Mark Achbar e Jennifer Abbott Ano | 2002 Baseado no livro A Corporação: a Busca

Patológica por Lucro e Poder, do escritor

canadense Joel Bakan, o documentário fala sobre as grandes empresas norte-americanas. O filme traça um histórico dessas companhias e mostra que, de acor-do com a lei, as firmas têm as mesmas prerrogativas legais que os indivíduos, mas conseguem usá-las melhor, em razão dos recursos financeiros. Por meio de de-poimentos de 40 empresários, jornalistas e cineastas, entre outros, A Corporação mostra que, em busca do lucro, há em-presas que adotam posturas eticamente questionáveis. Um dos pontos marcantes da fita é o depoimento do negociador em bolsa de commodities (matérias-primas) Carlton Brown. Ele declara que, ao saber dos ataques às torres gêmeas, nos Estados Unidos, que matou milhares de pesso-as, o mundo empresarial só pensava em quanto dinheiro se havia perdido com o ataque terrorista.

i

t e l e v i s ã o

Almanaque Brasil

TV Cultura e TV Brasil

Você sabe quem foi Carmem Miranda? Ou o que o cartunista Henfil escrevia no exílio? As respostas para essas e muitas outras perguntas curiosas estão no pro-grama Almanaque Brasil, uma versão eletrônica da revista impressa produzida pelo artista gráfico Elifas Andreatto. O programa é apresentado pela cantora Luciana Mello e pelo ator Robson Nunes, intérprete do personagem Almanaquias, que faz testes, brincadeiras e conta curio-sidades. As informações, adaptadas de mais de 6 mil verbetes, são típicas de almanaques populares, caracterizados por grande diversidade de textos e re-pertórios num estilo bem-humorado. Os assuntos do Almanaque Brasil são essen-cialmente referentes à cultura brasileira, com variedades, curiosidades e eventos históricos, tratados num tom educativo e descontraído. A valorização da cultura nacional, que pauta todo o programa, pode ser percebido nos vários quadros que o compõem, como Ilustres

Brasilei-ros, Cantos do Brasil e Brasiliômetro, que

contam com a participação de nomes de destaque, como a atriz Fernanda Monte-negro e o músico Paulinho da Viola.

TV CulTurA Horário| domingo, 19h30

TV BrAsil Horário| sábado, 19h

reprise| segunda, 20h

A’Uwe

TV Cultura, Rede Minas e TV Brasil

Em língua xavante, A’Uwe quer dizer “povo indígena”. O programa é dedicado à divulgação da cultura, do modo de vida e dos problemas das nações indígenas brasileiras, com apresentação do ator Marcos Palmeira. A’Uwe traz ao especta-dor vídeos realizados por documentaris-tas e também pelos próprios índios, que nos aproximam das tradições, rituais, conflitos e histórias dos diferentes povos nativos do território brasileiro, visando a ampliar o conhecimento e suscitar o debate sobre esses povos.

Nos documentários internacionais, o programa dá um giro por diversas partes do globo para mostrar os povos nativos de outras regiões, reportando sua cultura, tradições, mostrando como são tratados pelo governo do país onde fica seu ter-ritório e como ocorre a convivência do moderno com o ancestral. Já foram exi-bidos documentários como Nas Trilhas

de Makunaima, sobre o mitológico herói

indígena, e Katxá Nawá, dirigido por Zezinho Yube, da nação Hunikuin, que lhe valeu o Prêmio Culturas Indígenas Ângelo Kretã.

TV CulTurA Horário| domingo, 18h

reprise| quarta, 20h reDe MinAs Horário| domingo, 18h30

TV BrAsil Horário| domingo, 16h

Sem Fronteiras

Globo News

No programa Sem Fronteiras, os jor-nalistas Sílio Boccanera, Jorge Pontual e Tonico Ferreira fazem reportagens sobre assuntos que foram destaque durante a semana no Brasil e no mundo. As matérias dão um novo enfoque a temas variados. Alguns exemplos:

k a crise econômica na Espanha e o mo-vimento separatista da região da Cata-lunha, que tomou as ruas de Barcelona após a vitória da seleção da Espanha na Copa do Mundo;

k as medidas que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) planeja tomar para evi-tar vazamentos em poços no pré-sal, como ocorreu no Golfo do México; k a discussão sobre o que é a

liberda-de liberda-de expressão na atual era digital, sobretudo depois de a China impor censura ao Google.

Para atualizar e dar mais profundidade às reportagens, os jornalistas contam com análises de entrevistados e a par-ticipação de especialistas nos assuntos abordados, tanto do Brasil quanto de outros países.

Horário| quinta, 23h30

reprises| sexta, 6h30; sábado, 4h05 e 14h05; domingo, 23h30; segunda, 12h30

(7)

12atualidades vestibular + enem 2011 2011 atualidades vestibular + enem 13

T

q u a d r i n h o s

Uma incrível

viagem ao

Afeganistão

O fotógrafo francês Didier

Lefèbre mistura fotos com

quadrinhos para narrar sua

ida ao território em guerra

O

Afeganistão, país escondido em

remotas montanhas da Ásia Cen-tral, chama a atenção do mundo nos últimos anos. Em 2001, os Estados Unidos entraram em guerra contra o seu governo, do grupo fundamentalista islâmico Taliban, por dar abrigo aos ter-roristas responsáveis pelos atentados de 11 de setembro de 2001 contra Nova York e Washington. Tropas norte-americanas e de outros países da Otan (aliança militar ocidental) derrubaram o Taliban e hoje tentam estabilizar a situação, em apoio ao atual presidente, Hamid Karzai. Diante das dificuldades, o atual presidente dos EUA, Barack Obama, decidiu ampliar ain-da mais o número de solain-dados. Até agora, nada indica que estão tendo sucesso.

Mas que país é este? Como vive seu povo? Como é o cotidiano de sua po-pulação?

Nada como saber de alguém que já esteve lá. O Fotógrafo, obra em três

vo-lumes do francês Didier Lefèvre, é um espetacular relato de viagem. Ele mes-mo é o fotógrafo e acompanhou uma expedição humanitária da organização Médicos sem Fronteiras que viajou pelo território afegão por quatro meses em 1986. Apesar de os fatos terem ocorrido há mais de vinte anos, quase nada mudou por lá, desde então.

Na verdade, o Afeganistão é um ter-ritório em guerra há 31 anos, quando as tropas da União Soviética invadiram o país. Naquele momento, as potências ocidentais ajudaram a armar os grupos islâmicos, que enfrentavam o exérci-to comunista. Os soviéticos saíram em 1989, e diversos clãs, facções e grupos de diversas etnias entraram em confli-to, com o Taliban subindo ao governo em 1995. Os conflitos jamais cessaram completamente.

Não dá para dizer simplesmente que O

Fotógrafo é uma história em quadrinhos,

pois a espinha dorsal do relato é baseada nas fotos de Lefèvre. Os quadrinhos en-tram preenchendo a parte da ação para a qual não há imagens fotográficas. Temos então um livro híbrido, que funciona muito bem: as fotos dão o realismo e a veracidade a tudo o que é relatado, os quadrinhos dinamizam a história. Nela, vemos os dramas da população em guer-ra, o trabalho dos médicos com os feridos, a miséria e a falta de quase tudo nos lo-cais visitados, a religiosidade severa dos afegãos, as diferenças culturais com os franceses. Auxiliado na montagem do álbum por Emmanuel Guibert e Frédéric Lemercier, Lefèvre faz uma narrativa ao mesmo tempo verdadeira, despojada e muito bem-humorada. Com a publicação do terceiro e último volume, que acaba de sair, a editora Conrad completa esta excelente obra. É uma leitura muito útil para quem quer conhecer melhor o mun-do em que vivemos.

O Fotógrafo

AUTORES | Didier Lefèvre, Emmanuel Guibert e Frédéric Lemercier

EdiTORA | CONRAD EDITORA – 3 volumes (288 páginas no total) – 69,00 reais o conjunto

AUTORES | Hemetério e Olinto Gadelha Neto

Um marcante episódio da história brasileira, embora pouco conhecido, é retratado nesta belíssima história em quadrinhos. Trata-se da Revolta da Chibata, motim de 2,3 mil marujos dos principais navios de guerra da Marinha brasileira, em novembro de 1910, pelo fim dos castigos físicos à tripulação (veja na pág.

122). Duas décadas após a Lei Áurea (1888), o uso da chibata

para punir marinheiros, negros em sua grande maioria, era ainda uma expressão da mentalidade escravocrata existente no país. Nos seis dias da revolta, os amotinados apontaram os canhões para o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, a sede da Presidência da República na época. O recém-empossado presidente, marechal Hermes da Fonseca, aceitou a demanda, prometeu anistia aos rebeldes e a revolta foi encerrada.

A obra dos cearenses Hemetério e Olinto Gadelha Neto, porém, vai além, e acompanha a vida de João Cândido Felisberto, o notá-vel líder do motim, chamado de Almirante Negro, que sobrevive à perseguição brutal que se abate sobre os ex-revoltosos. Preso em condições desumanas, internado em um hospício, e depois relegado à miséria, João Cândido ainda vive por décadas no Rio de Janeiro, ganhando a vida na estiva e na pesca.

História humana, de grande apelo so-cial, colocada em quadrinhos de maneira magnífica, Chibata! é uma excelente lei-tura para quem se interessa pelas “lutas inglórias” de nosso país, como diz a mú-sica a respeito dela, de João Bosco e Aldir Blanc (O Mestre-Sala dos Mares).

EdiTORA | CONRAD EDITORA – 224 páginas – 41 reais

Mafalda

AUTOR | Joaquim Salvador Lavado Quino

Criada pelo argentino Quino, Mafalda é uma campeã de vestibulares, pois seus quadrinhos aparecem com frequência em questões nas provas. O motivo para isso é sua ironia, com frases e situações cheias de duplo sentido. Criada na dé-cada de 1960, Mafalda é uma menina contestadora, que questiona o mundo à sua volta, os pais, as guerras e as desi-gualdades sociais.

EdiTORA | MARTINS FONTES EDITORA – 420 páginas – 83,60 reais

Persépolis

AUTORA | MARJANE SATRAPI

Marjane Satrapi é uma iraniana que, quando tinha cerca de 10 anos, viveu a Revolução Islâmica de 1979 em seu país, que derrubou uma ditadura. O novo re-gime, porém, passou a impor a todos os cidadãos os preceitos do Islã, criando uma sociedade sufocante e repressiva. A história, embora contada sob uma forma pessoal, tem um apelo universal. A HQ fez tanto sucesso que virou filme e DVD.

EdiTORA | COMPANHIA DAS LETRAS – 352 páginas – 43,50 reais

Maus

AUTOR | ART SPIEGELMAN

Maus é uma obra-prima. É a

primei-ra história em quadrinhos a ganhar o Prêmio Pulitzer, o mais importante do jornalismo mundial. Em Maus, Art Spie-gelman narra a II Guerra Mundial, vis-ta pela história particular de seus pais. No livro, como forma de amenizar os horrores da narrativa e dar um certo tom alegórico, os personagens assumem formas de animais.

EdiTORA | COMPANHIA DAS LETRAS – 296 páginas – 45,50 reais

(8)

A

foto destas páginas parece comum. Mas foi a grande ven-cedora do World Press Photo 2010, o principal concurso internacional de fotojornalismo, pois mostra um momento extraordinário do ano passado: os protestos realizados pelo povo iraniano contra o resultado oficial da eleição presidencial, na qual foi reeleito o atual governante do país, o conservador Mahmoud Ahmadinejad, contra o candidato de oposição Hossein Mousavi. Multidões saíram às ruas para contestar a apuração, denunciada como fraudulenta, e pedir a anulação do resultado. As manifesta-ções duraram semanas, mas foram particularmente intensas nos dias imediatamente após a votação, em 12 de junho de 2009.

A imagem ao lado foi capturada em 24 de junho. Para entender sua importância, é preciso saber que, nesse período, multidões desciam às ruas para protestar, à luz do dia, enfrentando uma dura repressão. À noite, os protestos continuavam... de outra forma.

Note os detalhes da fotografia: o primeiro é que ela é escura. O local no qual se passa a ação não é diretamente iluminado. As luzes vêm das janelas dos apartamentos e de uma certa luminosidade indireta existente nos céus de Teerã. O segundo detalhe é que há diversos imovéis no campo de visão, o que indica uma zona urbana densa. O terceiro é que a ação ocorre no topo de um prédio, em primeiro plano. Mas o que se passa exatamente? Podemos dis-tinguir, com certo esforço, três figuras humanas. Na verdade, três mulheres com lenço na cabeça. A escuridão as protege, pois, se forem pegas, vão para a prisão. Podemos imaginar que suas vozes ecoam nas paredes dos prédios próximos, tornando sua localização difícil. Além disso, não é uma ação solitária. Ao mesmo tempo, muitas outras vozes se fazem ouvir de locais próximos, ou mais distantes, dando a todos a confiança de que, por maior que seja a repressão, ela não conseguirá calar todos os descontentes.

Esta foto integra um conjunto de autoria do italiano Pietro Masturzo, que passou noites registrando a resistência anônima da população iraniana aos abusos do regime.

Para quem está estudando atualidades, vale a pena olhar as fotos premiadas no site www.worldpressphoto.org. Terá um panorama do mundo contemporâneo. Na edição 2010, foram inscritas 101.960 fotografias, enviadas por 5.847 profissionais de 128 países. Nas imagens, estão a guerra no Afeganistão, a disputa entre Israel e os palestinos, conflitos no continente africano, a violência na Colômbia, a posse de Barack Obama... Mas a galeria vai além de temas políticos: há lindas fotos de assuntos como es-portes, meio ambiente, moda, retratos e questões cotidianas.

Veja as vencedoras do World Press Photo 2010 publicadas nesta edição

Jogo de beisebol, págs. 4-5; Girafa morta em seca no Quênia, págs. 6-7; Protesto no irã, págs. 14-15; Guerra no afeganistão, págs. 50-51; atentado no afeganistão, págs. 52-53; Golpe de estado em madagáscar,

págs. 55; Faixa de Gaza após bombardeio, págs. 62-63.

T

F O T O G R A F I A

GRITOS NA NOITE No teto de um edifício residencial, em Teerã, a capital do Irã, três mulheres protestam contra o resultado eleitoral, em 24/6/2009 (foto vencedora do World Press Photo)

pietro masturzo/wpp2010/divul

gação

Um protesto

nos telhados

(9)

16atualidades vestibular + enem 2011

A R T E S

17

2011 atualidades vestibular + enem

V

ocê sabia que tanto os grafites quanto as pichações estão che-gando aos museus? Como não podia deixar de acontecer, tudo está cer-cado de muita polêmica.

A presença do grafite em espaços no-bres de galerias e museus já ocorre há alguns anos. As críticas a esse movimento têm por base o apego a padrões estéticos estabelecidos. Coloca-se em discussão o valor artístico do grafite. Há também

uma preocupação contrária: a de que o aparato institucional possa retirar do grafite sua vitalidade como forma de intervenção urbana transgressora.

Mas o debate fica mais acirrado quan-do o assunto é a pichação. O anúncio da participação de pichadores na 29ª Bienal Internacional de São Paulo, que ocorrerá em outubro e novembro de 2010, provoca acaloradas discussões.

Muitos devem se lembrar de que, em 2008, pichadores invadiram a 28ª Bienal para protestar e picharam espaços da exposição, chegando a ser presos. Agora, algumas pessoas desse mesmo grupo foram convidadas a integrar o trabalho

Pixação SP (assim mesmo, com “x”, em

grafia consagrada entre os pichadores), com um conjunto de fotografias, vídeos e debates. Para a curadoria do evento, a decisão está em sintonia com o tema desta Bienal, que se propõe a abordar a relação entre arte e política.

Diferenças

Mas pichação e grafite não são a mesma coisa? Não há consenso entre as fronteiras dessas

duas formas de intervenção urbana. Do ponto de vista estético, algumas diferen-ças podem ser destacadas. Enquanto a pichação é uma escrita ou um rabisco monocromático, o grafite aproxima-se da pintura, da gravura, dos quadrinhos e é, em geral, colorido e bem elaborado. Espalhados em vias movimentadas das grandes cidades, ambos podem ser vistos por amplas camadas da população.

Mas, como seu status de arte vem sendo legitimado por instituições políticas e culturais, como universidades, museus e galerias, o mais interessante agora é discutir como essas manifestações se relacionam com cidadania e inclusão social, marginalidade e vandalismo.

A arte das

ruas chega

aos museus

Grafites e pichações

ganham valorização e são

reconhecidos como expressão

estética contemporânea

divul gação/masp ENTRE 4 PAREDES Exposição no Masp, em 2009: os grafites saem dos muros e ganham status de arte

iNuSiTADo

O grafiteiro Titi Freak prepara seu trabalho em painel para a exposição do Masp

AgoRA é oficiAl Grafite de Osgemeos em muro da av. 23 de Maio, em São Paulo: trabalho feito a convite

Origens

As pichações surgiram no fim dos anos 1960, nos Estados Unidos, com a propaga-ção de mensagens de rebeldia e protesto escritas em spray em paredes, muros e trens de metrô. No Brasil, essas manifes-tações ganharam força nas décadas de 1970 e 1980, como um canal de expres-são para questões políticas e sociais da juventude nos grandes centros urbanos. Formou-se uma geração de artistas de rua, da qual faziam parte Alex Vallauri, Matuk e Zaidler, convidados a expor seus trabalhos já em 1985, na Bienal Interna-cional de Arte de

São Paulo. Embora grande parte dos grafi-teiros permaneça anônima, muitos tiveram o nome re-conhecido e ingres-saram em

ambien-tes institucionais. A mostra Street Art: do

Graffiti à Pintura, feita pelo Museu de Arte

Contemporânea (MAC) da USP, em 2008, reuniu grafiteiros brasileiros e italianos, que transpuseram para painéis de madeira cenas que haviam sido pintadas em mu-ros urbanos. Na exposição De Dentro para

Fora/De Fora para Dentro (2009/2010), no

Museu de Arte de São Paulo Assis Chate-aubriand (Masp) – retratada na foto acima –, os artistas Carlos Dias, Daniel Melim, Ramon Martins, Stephan Doitschinoff,

Titi Freak e Zezão foram chamados a criar enormes murais de madeira – num total de 1.500 metros quadrados de área pintada –, que ao final foram apagados, caracteri-zando a ideia própria dos grafites, de que são efêmeros.

Parte do impulso para que o grafite alcançasse esse patamar veio do desta-que alcançado por grafiteiros brasileiros no exterior, como a dupla Osgemeos, formada pelos irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo, que já fizeram mostras indivi-duais no Brasil, em países da Europa e nos Estados Unidos.

De volta à rua

Osgemeos protagonizaram, em 2008, movimento inverso ao que caracteriza o grafite: foram convidados, com os artistas de rua Nunca, Nina, Finók e Zéfix, a pintar um imenso painel na movimentada avenida 23 de Maio, em São Paulo, mostrado ao lado. Demostrando que esse reconheci-mento não ocorre sem tensão, o painel foi, tempos depois, pichado por grupos que condenam arte de rua feita sob enco-menda.

Em boa parte alheios à discus-são sobre o valor artístico de suas criações, picha-dores e grafiteiros disputam os espaços livres das ruas. Foi por força de seu caráter clandestino e transgressor que essa produção sobrevi-veu a diversas legislações municipais que buscavam proibi-la no espaço público.

Nos últimos anos, metrópoles como São Paulo e Rio têm adotado políticas para regulamentar essas intervenções, fazendo surgir o grafite autorizado. Governo e se-tores da sociedade civil defendem a ideia de que o grafite possa, sobretudo em áreas urbanas degradadas, cumprir uma função revitalizadora, conferindo dignidade e identidade à sua vizinhança.

fernando moraes

(10)

Ponto de vista

um mesmo fato pode ser noticiado de maneiras variadas por diferentes veículos de comunicação. uma leitura crítica é fundamental

Diferentes

abordagens

para as

sanções da

ONU ao Irã

Quatro revistas semanais

noticiam com enfoque bem

diferente a aprovação de

sanções ao Irã pela ONU

O FATO

E

m junho de 2010, o Conselho de Se-gurança da ONU aprovou sanções contra o Irã, para pressioná-lo a parar seu programa de enriquecimento de urânio (veja na pág. 28). Elas foram apro-vadas por 12 votos a favor e 1 abstenção, do Líbano. Brasil e Turquia, que haviam conseguido um acordo com o Irã (rejei-tado pelas potências), votaram contra a resolução. As revistas semanais VEjA,

IstoÉ, Época e Carta Capital noticiaram o

fato, mas deram enfoque bem distinto.

m

Veja

em uma reportagem de duas páginas, a revista avalia de forma negativa a posição do brasil em votar contra as sanções ao irã no Conselho de segurança da Onu. O título da matéria, “Quem é contra o irã atômico levante a mão”, está totalmente integrado à foto utilizada, que mostra o voto a favor das sanções de três embai-xadores, sendo a embaixadora do brasil a única a não levantar a mão.

O subtítulo da reportagem afirma que a diplomacia brasileira agiu “irresponsavel-mente”. a matéria sustenta que o brasil não tinha “nenhum interesse direto em

q

IstoÉ

a revista aborda a aprovação das sanções interna-cionais contra o irã

em seu editorial – um espaço nobre den-tro da publicação, em que os editores ex-pressam de forma explícita suas opiniões sobre fatos do brasil e do mundo. além disso, deu uma nota noticiosa no corpo de uma matéria sobre as usinas nucleares de angra dos reis (rJ). no editorial, IstoÉ utilizou a mesma foto da revista veJa para ilustrar o fato, dando porém um enfoque oposto, expresso pelo título: “O mundo não quer acordo”.

a revista analisa as sanções impostas pelo Conselho de segurança das nações unidas de forma negativa. afirma que a medida é conservadora e serviu, basica-mente, para dar uma imagem de firmeza ao presidente norte-americano barack Obama. Para a revista, a resolução aprova-da pode trazer consequências ruins, como a radicalização de lado a lado. IstoÉ apoia a posição do brasil de tentar chegar a um acordo com o irã na questão do enrique-cimento de urânio e afirma que esta é a melhor alternativa, pois o diálogo entre as nações seria a forma adequada para chegar a um acordo.

erro brasileiro Veja avaliou como irresponsável a posição do Brasil de votar contra as sanções ao Irã sim ao diálogo IstoÉ defende a posição brasileira em editorial e dá um boxe em matéria interna

q

Época

Época publica uma reportagem de duas

páginas em que o título, “sem a mãozi-nha brasileira”, faz uma brincadeira com a foto, em que se vê o trecho da bancada do Conselho de segurança da Onu no qual a representante do brasil se destaca por não votar a favor das sanções ao irã. no subtítulo da matéria, a revista expressa sua posição crítica à diplomacia brasileira, dizendo que “o voto contrário às sanções ao irã na Onu isola ainda mais o brasil, causa novo atrito com os estados unidos e cria um ambiente bom... para ahmadi-nejad [presidente iraniano]”.

a revista narra as negociações anteriores à decisão do Conselho de segurança: Obama ligou para o primeiro-ministro turco para tentar convencê-lo a, pelo menos, abster-se da proposta, como uma forma mais amena de explicitar as divergências. no fim, com o voto contrário de brasil e turquia, a ma-téria avalia que houve um “estrago” nas relações entre brasília e Washington, o que não seria bom para nenhum dos dois países. Para Época, a explicação para o voto é que “o brasil se sentiu desprestigiado pelo fato de o acordo com teerã ter sido ignorado”. Para a revista, “o irã busca a capacidade de produzir bombas nucleares” e “considera o brasil seu aliado”.

m

Carta Capital

Para abordar a votação na Onu, a revista

Carta Capital optou por publicar um

arti-go analítico, de quatro páginas, feito por um cientista político. O título em latim “si vis pacem...” é o início da expressão clássica “se queres paz, prepara-te para a guerra”. O autor faz uma avaliação po-sitiva do comportamento da diplomacia brasileira, afirmando que o acordo obtido por brasil e turquia com o irã foi um “sig-nificativo êxito diplomático” e alçou o país à condição de “potência política global”. a foto que abre a matéria faz uma referência a esse argumento. a imagem mostra os presidentes dos países emergentes, entre eles lula, com uma legenda que termina dizendo: “O quarteto ganha poder”.

Para contextualizar a análise, o autor recupera a história do Programa nuclear brasileiro desde o início, no governo var-gas, afirmando que o programa sempre foi combatido pelos estados unidos. Com base na ideia de que os países se armam para garantir a paz e a soberania, o texto detalha o histórico de resistência do bra-sil a abdicar de ter um programa nuclear próprio. Para o autor, ao se contrapor às sanções do Conselho de segurança da Onu ao irã, o brasil “está a defender seus pró-prios interesses nacionais”.

fiasco diplomático Para a revista Época, o voto brasileiro causou um novo atrito com o governo dos eUa

acordo positivo Para Carta Capital, a posição da diplomacia brasileira fez do Brasil uma potência política

defender o irã” e que a posição bra-sileira acabou por consolidar “a con-vicção do governo americano de que,

por enquanto, o brasil não é um parceiro confiável”. esse último argumento se re-laciona à outra foto da reportagem, que mostra uma conversa entra a secretária de estado dos eua, Hillary Clinton, e o pre-sidente do equador, rafael Correa, com a legenda terminando assim: “Quem precisa do brasil?”. na américa do sul, o governo do equador é um dos mais próximos ao do brasil, mas não acompanhou seu voto.

(11)

20atualidades vestibular + enem 2011 2011 atualidades vestibular + enem 21

20atualidades vestibular + enem 2011

Site divulga papéis

secretos sobre guerra

no Afeganistão

E

m 25 de julho, um domingo, o site Wikileaks divulgou cerca de 92 mil documentos secretos do governo dos Estados Unidos a respeito da guerra em curso no Afeganistão. O fato teve grande repercussão, pois tor-nou públicos vários fatos que se busca-va esconder, como a morte de civis em diversas operações militares, as dificul-dades das tropas ocidentais no país e a

desconfiança dos norte-americanos sobre a lealdade das tropas tanto do governo afegão quanto do aliado Paquistão.

A guerra no Afeganistão começou em 2001, quando tropas dos Estados Uni-dos (EUA) e Uni-dos países da Otan (aliança militar ocidental) entraram no país para derrubar o governo do Taleban, acusado de dar guarida ao grupo terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden (após os

Mais de 90 mil documentos do governo dos

EUA sobre o conflito vêm a público: órgãos de

impresa dão enfoques diferentes para a notícia

Folha de S.Paulo

traz uma chamada na parte de baixo da primeira página, com o título: “eua veem ameaça em vazamento sobre afe-ganistão”. Publica duas páginas internas para o assunto, mostrando o governo dos estados unidos na defensiva, explicando-se sobre as denúncias de assassinatos de civis e a manipulação dos dados sobre a guerra, e afirmando que o vazamento ameaça as tropas e os colaboradores norte-americanos no país. numa análise com menos destaque, afirma-se que o site Wikileads, que divulgou os documentos, pode ser processado.

O jornal foi o único que havia publica-do as primeiras notícias já na véspera (o vazamento tornou-se público na noite de domingo), com um tom factual: “Papéis secretos indicam ações ilegais dos eua no afeganistão”.

O Estado de S. Paulo

na parte de baixo da primeira página, o jornal dá a chamada: “Papéis secretos vazam e Casa branca se irrita”. O foco da notícia está na acusação do governo norte-americano de que o site Wikileaks foi “irresponsável” ao divulgar os docu-mentos sigilosos, entregues a ele por uma fonte anônima.

nas duas páginas internas que dedica ao tema, a abertura segue na mesma linha: “eua tratam como ‘ato criminoso’ o vaza-mento de docuvaza-mentos secretos”. O texto detalha as principais revelações. só que, no ato da segunda página, dá destaque para a posição do responsável pelo site, o australiano Julian assange: “ativista vê ‘crimes de guerra’ em ações”. uma análise ao lado enfraquece esse ponto de vista, ao afirmar que os documentos não trouxeram grandes novidades.

O Globo

Com chamada no alto da primeira pá-gina, foi o jornal que deu mais destaque ao fato. seu título “documentos põem Obama sob pressão”, destaca o fato de que, às vésperas da votação no Congresso das propostas do presidente para a guerra, a divulgação dos documentos tornou-se um grande problema, pois trouxe vários questionamentos à eficácia do governo na condução do conflito.

suas duas páginas internas começam com “estratégia de Obama em xeque”, o que mantém a ideia da primeira página. O noticiário dá um tom de impasse na situação. “não há solução militar para o conflito”, diz um entrevistado. na página seguinte, o significado do vazamento das informações pelo site Wikileaks é analisa-do de maneira ampla, com a reportagem “escândalos online atacam governos”.

Istoé

a revista opta, em reportagem de duas páginas, por enfocar exclusivamente as denúncias contidas nos documentos em relação à ação militar dos eua no afega-nistão. sob o título “Crimes secretos”, vem o texto: “documentos mostram que os eua cometeram atrocidades no afe-ganistão e esconderam estas ações de todo o mundo. mataram civis, crianças e exterminaram vilas inteiras”.

O gráfico “Os números da guerra” mostra que o número de mortes de soldados da Otan no país vem crescendo de maneira constante desde 2001, e, de janeiro a ju-nho de 2010, já chegou a 402. a matéria detalha as principais revelações contidas nos documentos – como a morte de cente-nas de civis sem o conhecimento público e as manipulações dos dados oficiais – e traz duas fotos dos combates no país.

Carta Capital

a revista traz uma pequena chamada na capa: “afeganistão – 90 mil documentos provam o vexame da guerra”. em sua ma-téria de quatro páginas sobre o assunto, sob o título “vexame completo”, o eixo é mostrar que os documentos vazados indi-cam “fragilidade, falhas e ineficácia” das forças militares dos estados unidos e da Otan em território afegão.

no início, a reportagem traz fotos de Obama com as tropas e de Julian assange, responsável pelo site Wikileaks. a matéria explica as principais revelações contidas nos documentos, analisa as dificuldades de Obama para aprovar seus planos de ação militar, explica o que é o Wikileaks e diz que cresce a oposição à participação na guerra entre a população norte-americana e que o vazamento dos documentos deve reforçar essa tendência.

Época

também coloca o assunto em chamada de capa: “Wikileaks – O poder do site que vazou segredos militares americanos”. neste caso, o foco é a discussão das novas formas de mídia, pois o Wikileaks não é um órgão noticioso tradicional, mas um site para postagem de documentos sigilosos vazados por anônimos.

a reportagem de quatro páginas, com o título “as bombas e o jornalismo”, traz uma grande foto de Julian assange. um destaque de texto explica que “o gover-no americagover-no tentou, em vão, diminuir a importância do vazamento”. a matéria relata os principais fatos revelados pelos documentos, mostra a ofensiva da Casa branca contra o site e destaca a investiga-ção interna para descobrir quem passou os documentos ao Wikileaks – o principal suspeito será julgado.

atentados terroristas de 11 de setembro de 2001). Desde então, deu-se posse ao atual presidente afegão, Hamid Karzai, que governa com o apoio dos EUA. O presidente norte-americano, Barack Oba-ma, anunciou no fim do ano passado que iria dar prioridade militar para o conflito no Afeganistão e ampliar o contingente militar no país, para tentar acelerar o desfecho do conflito.

O vazamento dos documentos secretos foi noticiado, em 27 de julho, pelos jornais

Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo, bem como por três revistas de

in-formação naquela semana. Note que cada veículo de comunicação deu um enfoque diferente para a mesma notícia: desde o simples relato das informações vazadas até a análise das mudanças na mídia, to-mando por base o site Wikileaks.

(12)

Isso corresponde a apenas 18% das crianças dessa faixa etária. Em todo o país, faltam cerca de 8 milhões de vagas em creches.

Nessa idade, em que todos já deveriam ter trocado o Ensino Fundamental pelo Médio, mais de 1,5 milhão de estudantes no Brasil ainda estavam no Fundamental. Um terço dos estudantes não consegue terminar o Fundamental aos 14 anos.

Só 47% dos estudantes acabam o Ensino Médio até os 18 anos, e a maioria destes encerra a vida escolar nesse momento.

O Brasil que estuda

Estudantes no ensino formal (em milhões de pessoas)

0 2 milhões 4 milhões 6 milhões 8 milhões 10 milhões 30 anos ou mais 25 a 29 anos 20 a 24 anos 18 a 19 anos 16 a 17 anos 14 a 15 anos 12 a 13 anos 10 a 11 anos 7 a 9 anos 5 a 6 anos 4 anos 0 a 3 anos

57 milhões de brasileiros de todas as idades,

cerca de 30% da população, estudavam em 2008.

Quase tanta gente quanto a população da Itália

Avanços e deficiências

da educação brasileira

O Brasil chega perto de universalizar a educação

fundamental, mas ainda vai mal em qualidade

educacional e no acesso às outras etapas do ensino

Por William taciro e mKanno/multisP

Q

uase todas as crianças a partir

dos 7 anos estão matriculadas na escola, e, pela primeira vez na história nacional, a taxa de alfabe-tização passa dos 90%. No entanto, para que a educação brasileira alcan-ce grau pleno de desenvolvimento, o Ensino Infantil, Médio e Superior também precisa ser universalizado, e a qualidade tem de melhorar muito em todos os níveis.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em relatório de 2010, elogia ações do Brasil para universalizar a

educação básica e programas como o acompanhamento escolar das crian-ças do Bolsa Família. Mas aponta que as taxas de repetência e de atraso escolar estão bem acima da média mundial, e o desempenho dos bra-sileiros nas provas internacionais é baixíssimo.

Por isso, a Unesco classifica o Bra-sil como um país com Índice de De-senvolvimento Educacional (IDE) médio, que caminha na direção cer-ta, mas ainda precisa andar muito para alcançar o primeiro grupo dos países com bom nível de educação.

Fontes: IBGE e ONU

Ensino Infantil

Essa oscilação no fim da linha está relacionada à adoção gradual da atual escolaridade obrigatória dos 6 aos 14 anos de idade no Ensino Fundamental.

Melhora acentuada

Como explicar que, no Ensino

Fundamental, a taxa é tão alta, e cai para 50% no Ensino Médio? Não se trata só de evasão (alunos que saem da escola), mas também de atraso. Um aluno de 14 anos na 5ª série, neste gráfico, é considerado na idade adequada (para o Ensino Fundamental). No ano seguinte, porém, ele não vai aparecer mais, porque com 15 anos já deveria estar no Ensino Médio.

Alfabetização de jovens e adultos Creche Maternal Alfabetização pré-escolar Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior Em 2008, a idade de matrícula obrigatória ainda era de 7 anos.

Aprovação

Taxa de aprovação, reprovação e abandono, em 2008

Reprovação Abandono 83,1 74,1 12,1 12,7 4,8 13,2 Ensino Fundamental Ensino Médio 1940 2008

O ensinO prOgride de fOrma desigual

A escolarização avançou em todos os níveis, mas grande parte dos alunos ainda

não consegue estudar na série correta para a sua idade

O avançO em três gerações

Quando se consideram os estudantes independentemente de sua

série, 97,9% da população de 7 a 14 anos estava matriculada em 2008

prOgressO difícil

Garantir escola para todos é

uma questão; outra é manter os

alunos estudando nas etapas

adequadas à sua idade

Taxa de frequência líquida (% de estudantes da faixa etária esperada em cada etapa de escolarização)

Fontes: IBGE e Unicef, com dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio (Pnad). A pesquisa não foi realizada em 1994 e 2000

* Até 2008, a 1ª série do Ensino Fundamental começava aos 7 anos de idade Fonte: Ipea

Educação Infantil (até 6 anos) Ensino Fundamental (7 a 14 anos) Ensino Médio (15 a 17 anos) Ensino Superior (18 a 24 anos) 1992 1995 1997 1999 2002 2004 2006 2008 100 80 60 40 20 0 98,2 41,2 Sul 97,8 20,5 C.-Oeste 97,0 35,9 Norte 97,6 18,8 Nordeste Taxa de escolarização das pessoas de 7 a 14 anos de idade (%) Quase lá? Se colocamos os dados por região e os confrontamos, parece que as desigualdades acabaram; mas compare este gráfico com os da próxima página.

Desestímulo

O impacto das taxas de reprovação é cumulativo, pois cresce a inadequação da idade do estudante, e o desestímulo pode levá-lo a abandonar a escola. 50,4 13,8 94,9 81,3 45,8 4,6 13,9 18,2

Destrinchando

98,4 36,6 Sudeste

(13)

Fonte: Ipea

indígena é O mais desassistidO

População de 7 a 14 anos fora da escola e sua participação no total do segmento (por cor/raça, em 2007)

NO ENSINO SUPERIOR Quase todas as mulheres brancas que concluíram o Ensino Médio sem nenhuma repetência estavam em um curso superior dois anos depois, mas pouco menos da metade das estudantes negras pôde realizar essa passagem.

BRANCOS

NEGROS

24 atualidades vestibular + enem 2011 2011 atualidades vestibular + enem 25

NO ENSINO FUNDAMENTAL Aos 10 ou 11 anos, apenas um terço dessa geração estava na 4ª série. 12% das crianças negras ainda estavam na 1ª série, assim como 4% das brancas.

NO ENSINO MÉDIO

Além dos repetentes e dos que abandonaram a escola regular, há os estudantes que, aos 17/18 anos, estão no Ensino Superior – cerca de 7% dos brancos e 1,7% dos negros.

Crianças pardas e pretas

Dois terços das crianças que ficaram sem escola são negras (soma de pretas e pardas). No Nordeste A porcentagem dos sem-escola nos estados do semiárido é de cerca de 3,4%. No Norte Acre e Rondônia têm a maior porcentagem de crianças fora da escola. O Ministério da Educação calcula que 12,4% dos que entraram na escola em 2005 repetiram de ano ou abandonaram os estudos antes da 4ª série, e que cerca de 46% não devem terminar a 8ª série. Em 2007, 2,4% da população de 7 a 14 anos ficou fora da escola. Pode parecer pouco, mas isso representa cerca de 680 mil crianças e adolescentes em todo o país.

desigualdades regiOnais

Taxa esperada de conclusão da 4ª e da 8ª série do Ensino Fundamental (em % dos que ingressaram na escola, em 2005/2006)

Os sem-esCOla

Porcentagem da população de 7 a 14 anos fora da escola

desigualdade de renda

Porcentagem da população de 15 a 17 anos no Ensino Médio

(por quintos do rendimento mensal familiar per capita, em 2008)

Fonte: IBGE e Unicef Fonte: Unicef Fonte: IBGE

Fonte: Cedes/Unicamp, com dados do MEC, Inep e DTDIE

Diferença evidente

Ao dividir os adolescentes em cinco grupos iguais, conforme a renda, a pesquisa do IBGE mostra que a baixa renda é um fator de exclusão educacional. Entre a parcela mais pobre (1º quinto), os que estão no Ensino Médio na idade adequada são apenas 30%, contra quase 80% entre a parcela mais rica da sociedade (5º quinto).

De cada dez, uma fora

Quase 10% das crianças indígenas não chegam ao banco escolar. 8ª série Fundamental (2002) 3ª série Médio (2005) Ensino Superior (2007) 4ª série Fundamental (1998)

Desigualdades

educacionais

persistem no país

N

a fórmula para calcular o

Índi-ce de Desenvolvimento Humano (IDH), a educação é um ingrediente tão importante quanto a esperança de vida e a renda. Impulsionada pelas ma-trículas no Ensino Fundamental e pela alfabetização, a educação é o item que mais contribuiu para o avanço do Brasil no IDH nos últimos anos. No entanto, ainda há milhões de brasileiros com pouca ou nenhuma formação escolar, concentrados na parcela mais pobre da sociedade. Esse contingente reúne os analfabetos e os menos escolarizados, bem como aqueles com menor acesso ao Ensino Infantil e com maior proba-bilidade de repetência na escola.

Os adolescentes pobres são os que mais têm de ajudar no sustento da casa.

Ainda que sua família seja a que mais pode se beneficiar do sucesso educacio-nal dos filhos, esses são os jovens com a menor chance de concluir o Ensino Médio e entrar em uma universidade.

É possível traçar um perfil dessa ca-mada sem acesso à educação: crianças e jovens do Norte e Nordeste, princi-palmente homens, os pobres de todo o país, negros e índios. Não por acaso, quando encontramos a população sem acesso à educação, achamos as pesso-as que também se veem privadpesso-as de outros direitos básicos, como acesso à assistência de saúde, ao trabalho, à renda e à moradia. Isso é o que torna a exclusão educacional mais cruel: ela atinge aqueles que mais teriam a ganhar com uma boa formação escolar.

Os buracos da educação revelam a face dos que têm sido

deixados para trás no processo de desenvolvimento social

errOs que se repetem

Porcentagem da geração nascida em 1987-1988 que frequentava determinada série/nível de ensino nos anos assinalados

Para os nascidos em 1987 e 1988, o ideal é terem feito a 4ª série em 1998, a 8ª série em 2002, e assim por diante. Acompanhando a trajetória dessa geração de estudantes em uma década, o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) mostrou como as desigualdades entre brancos e negros se acumulam durante o processo educacional. Homens Mulheres

8,43

17,34

12,74

23,44

18,26

28,09

23,93

5,7

36,85

30,24

35,37

22,63

26,7

18,37

26,32

38,02

Até 1,9% 2% a 3% 3,1% a 4% Mais de 4,1% 1º quinto 2º quinto 3º quinto 4º quinto 5º quinto

Mais pobres

Mais ricos

30,5% 100% 0% 42,7% 54,7% 68,0% 78,4% Números absolutos

Branca Indígena Amarela Preta Parda 1,8% 219.060 6.119 2.545 58.682 395.509 9,8% 2,1% 3,3% 2,8% 4ª série Em % 8ª série

Norte Nordeste Sudeste Sul C.-Oeste

81 79,4 94,5 95 88,9 40,5 38,7 66,6 69,1 54,2

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