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Aula 09 Português p/ IBAMA (Analista Ambiental) - Com videoaulas

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Português p/ IBAMA (Analista Ambiental) - Com videoaulas

Professores: Décio Terror, Equipe Décio Terror

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Aula 9.1: Emprego das classes de palavras. Emprego de tempos e modos verbais. Domínio da ortografia oficial. Colocação dos pronomes átonos. SUMÁRIO PÁGINA 1. Formas Nominais 2 2. Estrutura verbal 5 3. Modo verbal 7 4. Tempos verbais 7

5. Correlação de modos e tempos verbais 32

6. Lista de questões para revisão 37

7. Gabarito 50

Olá, pessoal!

Como o conteúdo é grande e não podemos deixar de inserir muitas questões, tomei a liberdade de dividir esta aula em duas partes.

Também extraí dos editais do CESPE aquilo que realmente cai nas provas em relação às classes de palavras!

Vale lembrar que o tema verbo não tem muita ocorrência nas provas da banca CESPE, mas eu inseri questões, mesmo antigas, para que você tenha a noção de como essa banca cobra.

Não deixe de assistir à nossa videoaula que trabalha este mesmo tema! VERBO

É a palavra que se flexiona em número (singular/plural), pessoa (primeira, segunda e terceira), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo (presente, pretérito e futuro), e voz (ativa, passiva e reflexiva). Pode indicar ação (fazer, copiar), estado (ser, permanecer, ficar), fenômeno natural (chover, anoitecer), ocorrência (acontecer, suceder), desejo (aspirar, almejar) e outros processos.

Para entendermos o emprego de tempos e modos verbais, abordaremos o assunto da seguinte forma:

I - conceitos gerais; II - estrutura do verbo;

III - reconhecimento dos tempos e modos verbais; IV - emprego desses tempos e modos verbais; V - correlação de tempos e modos verbais.

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1 O que são formas nominais?

Muita gente se pergunta por que o infinitivo, o gerúndio e o particípio são chamados de formas nominais, se eles são verbos. Bom, o motivo disso é porque muitas vezes se comportam como nomes (substantivo, advérbio e adjetivo). Veja:

Infinitivo: termina em “r” (cantar, saber, partir). Algumas vezes se comporta como substantivo em construções do tipo “Amar é viver” (Amor é vida); “Estudar é bom” (Estudo é bom).

É por isso que, quando as orações subordinadas substantivas não são desenvolvidas, normalmente são reduzidas de infinitivo.

Gerúndio: geralmente termina em “ndo” (cantando, sabendo, partindo). Algumas vezes se comporta como advérbio em construções do tipo “Amanhecendo, vou a sua casa” (valor adverbial de tempo: quando amanhecer); “Estudando, passarei no concurso” (valor adverbial de condição: se estudar).

É por isso que, quando as orações subordinadas adverbiais não são desenvolvidas, normalmente são reduzidas de gerúndio.

Particípio: geralmente termina em “do”: cantado, sabido, partido. Algumas vezes ocupa valor de adjetivo, em construções do tipo:

“Ele é abençoado”; “Aquela pessoa está morta”.

É por isso que, quando as orações subordinadas adjetivas não são desenvolvidas, normalmente são reduzidas de particípio.

Observação: Esses vocábulos em negrito são gerados a partir do verbo “abençoar abençoado”; morrer morrido morto”, mas são, nestes contextos, adjetivos, pois caracterizam o pronome “Ele” e o substantivo “pessoa”. Veja que esses adjetivos desempenham a função sintática de predicativo do sujeito.

“Ele é abençoado”; “Aquela pessoa está morta”.

suj + VL + predicativo sujeito + VL + predicativo

Porém, essas mesmas palavras podem, mudando-se o contexto, ser verbos, desde que seja expressa uma ação verbal, uma atividade:

“Ele é abençoado por Deus”; “Aquela pessoa foi morta por um bandido”.

suj + locução verbal+ agente passiva sujeito + locução verbal+ agente passiva

Nesses dois casos, veja que os agentes da passiva “por Deus” e “por um

bandido” nos indica que há locução verbal da voz passiva “é abençoado” e “foi

morta”. Por isso, as palavras em negrito não podem ser adjetivos.

Veja a aplicação disso na prova.

Questão 1: TCE PE 2004 Procurador (banca CESPE)

1 A informação está cada vez mais ao nosso alcance. Mas a sabedoria, que é o tipo mais precioso de conhecimento, essa só pode ser encontrada nos grandes autores da literatura. Esse é o primeiro motivo por que devemos ler. O segundo motivo é que todo bom pensamento,

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5 como já diziam os filósofos e os psicólogos, depende da memória. Não é possível pensar sem lembrar — e são os livros que ainda preservam a maior parte da nossa herança cultural. Finalmente, e este motivo está relacionado ao anterior, eu diria que uma democracia depende de pessoas capazes de pensar por si próprias. E ninguém faz isso sem ler. Pela construção textual, depreende-se que, apesar de serem formas verbais, os vocábulos “pensar” e “lembrar”, ambos na linha 6, estão empregados como substantivos.

Comentário: Sabemos que o verbo no infinitivo pode ser empregado como substantivo, principalmente quando vier antecedido do artigo, procedimento que chamamos de substantivação ou derivação imprópria, como nos seguintes exemplos: “Como filósofos, devemos pensar o viver das pessoas.”

Note que o infinitivo “viver” foi antecipado do artigo simplesmente para enfatizar seu uso substantivo. Assim, houve simplesmente o nome da ação: “o viver”. Poderíamos simplesmente ter substituído por substantivo. Veja:

“Como filósofos, devemos pensar a vida das pessoas.”

Agora, veja que a questão pede ao candidato para observar se a estrutura textual admite ler estes verbos como simples substantivos, isto é, nomes das ações. Isso não, pois ele nos induz a perceber a ênfase nas ações. Veja que o texto defende que “devemos ler” (o autor quer uma postura ativa do leitor), “ninguém faz isso sem ler” (sem realmente agir). Assim, segundo o texto, não é possível “pensar” (ação, atividade intelectual) sem “lembrar” (sem resgatar o que havia aprendido com o ato de ler). Esses dois verbos fazem parte de orações subordinadas reduzidas, pois podemos desenvolvê-las, preservando o sentido. Veja:

Não é possível que se pense sem que se lembre...

Assim, o texto enfatiza a ação, só por isso não podemos dizer que os dois infinitivos estejam sendo usados com valor de substantivo.

Gabarito: E

Questão 2: TRE–AP / 2007 / Analista (banca CESPE) 1

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Os montantes investidos passaram de R$ 191 milhões em 2003 para R$ 871,6 milhões, empenhados em 2006.

Também a partir do assentamento, essa família passa a participar de uma série de programas que são desenvolvidos pelo governo federal. Além de promover a geração de renda das famílias de trabalhadores rurais, os assentamentos da reforma agrária também contribuem para inibir a grilagem de terras públicas, combater a violência no campo e auxiliar na preservação do meio ambiente e da biodiversidade local, especialmente na região Norte do país. Na qualificação dos assentamentos, foram investidos R$ 2 bilhões em quatro anos. Os recursos foram aplicados na construção de estradas, na educação e na oferta de luz elétrica, entre outros benefícios. O governo também construiu ou reformou mais de 32 mil quilômetros de estradas e pontes,

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beneficiando diretamente 197 mil assentados. Além disso, o número de famílias assentadas beneficiadas com assistência técnica cresceu significativamente. Em 2006, esse número foi superior a 555 mil.

Estão empregadas em função adjetiva as seguintes palavras do texto: “investidos” (linha 1), “aplicados” (linha 11), “beneficiando” (linha 14) e “assentados” (linha 14).

Comentário: Note que esses vocábulos são gerados dos verbos “investir”, “aplicar”, “beneficiar” e “assentar”. Com a inserção da desinência de particípio “-do”, esses vocábulos podem, a depender do contexto, transformar-se em adjetivo.

Na linha 1, o vocábulo “investidos” é um adjetivo, porque está caracterizando o substantivo “montantes”. Esse adjetivo foi gerado do verbo “investir”, que se transformou em particípio “investido” e, neste contexto, é um adjetivo.

Na linha 11, o vocábulo “aplicados” é um verbo no particípio, pois, na estrutura oracional, percebemos que há a locução verbal da voz passiva. Veja que podemos subentender um agente da passiva neste contexto:

Os recursos foram aplicados (por alguém) na construção de estradas, na educação e na oferta de luz elétrica, entre outros benefícios.

Na linha 14, o vocábulo “beneficiando” é um verbo no gerúndio. Assim, não pode ser considerado adjetivo.

Também na linha 14, o vocábulo “assentados” remete a um adjetivo (“pessoas assentadas, famílias assentadas, grupos assentados”), porém, neste contexto, esse vocábulo está sendo quantificado pelo numeral “197 mil”. Assim, está sendo empregado como substantivo.

Resumindo, apenas o vocábulo “investidos” é um adjetivo; os vocábulos “aplicados” e “beneficiando” são verbos e “assentados” é um substantivo.

Dessa forma, a afirmativa está errada. Gabarito: E

Questão 3: TRE–AP / 2007 / Analista (banca CESPE)

Fragmento do texto: Somado aos nomeados desde 2003, o número de novos servidores passou para 1.800, o que representa um aumento de mais de 40% na força de trabalho do Instituto.

O vocábulo “Somado” é forma nominal no particípio e introduz oração reduzida com valor condicional.

Comentário: O vocábulo “Somado” possui o sufixo “-do” marcando o particípio. Isso quer dizer que realmente há uma oração reduzida de particípio; mas o problema é que não há valor de condição, mas tempo ou até causa. Veja:

Depois que foi somado aos nomeados desde 2003... Porque foi somado aos nomeados desde 2003...

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Questão 4: Detran - ES / 2011 / nível superior (banca CESPE)

Fragmento de texto: Essa nova forma de ver a mobilidade deve promover o reordenamento dos espaços e das atividades urbanas, de forma a reduzir as necessidades de deslocamento motorizado e seus custos e construir espaços e tempos sociais em que se preserve, defenda e promova a qualidade do ambiente natural e os patrimônios históricos, culturais e artísticos das cidades e dos bairros antigos.

A expressão “de forma a reduzir” poderia ser substituída pela forma verbal reduzindo sem prejuízo para o sentido e a correção gramatical do período sintático em que ocorre.

Comentário: Não se pode substituir a expressão “de forma a reduzir” por reduzindo, tendo em vista que esta oração é coordenada à segunda “construir espaços e tempos sociais”, a qual também, por paralelismo, encontra-se iniciada por verbo no infinitivo. O uso de gerúndio em “reduzindo” forçaria o uso de gerúndio também em “construindo”. Veja:

...de forma a reduzir as necessidades de deslocamento motorizado e seus

custos e construir espaços e tempos sociais...

... reduzindo as necessidades de deslocamento motorizado e seus custos e construindo espaços e tempos sociais...

Gabarito: E

2. É importante sabermos a estrutura do verbo?

Olha, entender a estrutura da palavra nos ajuda a saber seu sentido, sua flexão etc. No caso dos verbos, ajuda-nos a entender a conjugação, que fará diferença no sentido do verbo no texto. Então, vamos à estrutura do verbo. (NÃO DECORE, procure apenas entender)

Estrutura das formas verbais:

Há três tipos de morfemas (partes da palavra) que participam da estrutura das formas verbais: o radical, a vogal temática e as desinências. a. radical – é o morfema que concentra o significado essencial do verbo:

estud-ar vend-er permit-ir

am-ar beb-er part-ir

cant-ar escond-er proib-ir

b. Vogal temática – é o morfema que permite a ligação entre o radical e as desinências. Há três vogais temáticas:

-a- caracteriza os verbos da primeira conjugação: solt-a-r, cant-a-r -e- caracteriza os verbos da segunda conjugação: viv-e-r, esquec-e-r O verbo pôr e seus derivados (supor, depor, repor, compor, etc) pertencem à segunda conjugação, pois sua vogal temática é –e–, obtida da forma portuguesa arcaica poer, do latim poere.

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O conjunto formado pelo radical e pela vogal temática recebe o nome de tema. Assim:

cantar

vender

partir

c. Desinências – são morfemas que se acrescentam ao tema para indicar as flexões do verbo. Há desinências número-pessoais e desinências modo-temporais:

cant á sse mos

Essas desinências serão fundamentais para notarmos em que modos e tempos os verbos estão e com isso sabermos empregá-los. Mais à frente em nossa aula, faremos a conjugação do verbo e você terá discriminado cada morfema para entender melhor o processo de conjugação. Como dissemos, sem decoreba.

Questão 5: TRE - TO/ 2006 / Técnico (banca CESPE) 1

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Distraídos com a discussão sobre os índices de crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o processo contínuo pelo qual uma sociedade aprende a administrar realidades cada vez mais complexas.

Quando dizemos que os suíços ou suecos são desenvolvidos, o que temos em mente não é apenas que eles são mais ricos que nós. O que está subentendido é que também sabem gerir melhor os trens e as escolas primárias, as florestas e os hospitais, as universidades e as penitenciárias, os museus e os tribunais. Em outras palavras, ser desenvolvido é uma totalidade.

No Brasil temos ilhas de excelência: o Departamento do Tesouro, a EMBRAPA, o Itamaraty, entre outras. Mas estão afogadas em oceano de incompetência, em certos pontos com profundidades abissais. As demandas de exigência crescente de uma sociedade dinâmica são atendidas pelas ilhas de eficiência, mas logo se atolam nos gargalos da inépcia.

Rubens Ricupero. Folha de S.Paulo, 26/11/2006, p. B2 (com adaptações). O emprego da primeira pessoa do plural em “deixamos” (linha 2), “dizemos” (linha 5), “nós” (linha 6) e “temos” (linha 11) indica a inclusão do autor e do leitor na informação.

Comentário: A desinência número-pessoal “-mos” e o pronome “nós” confirmam que o autor realmente utiliza a primeira pessoa do plural. Nos textos dissertativos, é normal o autor se valer dessa pessoa do discurso para

Desinência modo-temporal

Indica o modo (indicativo e subjuntivo) e o tempo verbal (presente, passado, futuro)

Desinência número-pessoal

Indica a pessoa do discurso (1ª, 2ª, 3ª) e número (singular ou plural)

Vogal temática

Indica a conjugação (1ª, 2ª, 3ª)

Radical

É a base de sentido do verbo.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação

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se incluir e incluir também o leitor no grupo sobre o qual fala o texto. Esta é também uma forma de aproximação entre autor e leitor. Por isso, está correta a afirmativa.

Gabarito: C

3. Uma das desinências aponta o modo verbal. Mas o que é modo verbal?

Podemos entender os modos verbais como os divisores dos tempos verbais. Cada modo possui tempos verbais peculiares. Os modos verbais são: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo. Entendê-los é importante para sabermos seu emprego no texto. Veja:

Indicativo: transmite certeza, convicção:

Eu estudo todos os dias.

Subjuntivo: transmite dúvida, incerteza, possibilidade:

Talvez eu estude ainda hoje.

Imperativo: transmite ordem, pedido, solicitação, conselho:

Estude, pois esta matéria é importante para a prova.

Então vejamos a flexão dos verbos em cada tempo e em seguida o emprego do tempo verbal.

Para fins didáticos, vamos notar algumas letras com contornos diferentes para chamar sua atenção quanto à estrutura do verbo. Isso é apenas para facilitar seu entendimento da conjugação. As letras marcadas em negrito são vogais temáticas, as sublinhadas são desinências número-pessoais. O morfema entre a vogal temática e a desinência número-pessoal é a desinência modo-temporal, marcada com .

estud

a

s

radical vogal temática desinência modo-temporal desinência número-pessoal.

4. Os tempos do modo INDICATIVO

Agora, em cada modo verbal, vamos inserir os tempos. O trabalho será o seguinte: cada tempo será explorado de forma a você simplesmente reconhecê-lo e em seguida entender seu emprego.

4.a.1 Reconhecimento do tempo presente do indicativo:

eu estudo vendo permito

tu estudas vendes permites

ele estuda vende permite

nós estudamos vendemos permitimos vós estudais vendeis permitis eles estudam vendem permitem

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4.a.2 Quando empregamos este tempo verbal?

a. Geralmente se diz que o presente do indicativo é o tempo que indica processos verbais que se desenvolvem simultaneamente ao momento em que se fala ou escreve:

Estou em São Paulo. Não confio nele.

b. Na verdade, o presente do indicativo vai muito além. Pode também expressar processos habituais, regulares, ou aquilo que tem validade permanente:

Tomo banho todos os dias. Durmo pouco.

Todos os cidadãos são iguais perante a lei. A Terra gira em torno do Sol.

Algumas vezes a banca CESPE cobra a substituição deste tempo verbal simples pelas locuções verbais “vir + gerúndio” e “ter + particípio”.

Veja:

Eu estudo todos os dias.

Eu venho estudando todos os dias. Eu tenho estudado todos os dias.

Esta última forma verbal (tenho estudado) é, na realidade, o tempo pretérito perfeito composto do indicativo, o qual será visto adiante.

c. Pode também ser empregado para narrar fatos passados, conferindo-lhes atualidade. É o chamado presente histórico:

No dia 17 de dezembro de 1989, pela primeira vez em quase trinta anos, o povo brasileiro elege diretamente o presidente da República. Iludida pelos meios de comunicação, a população não percebe que está diante de um farsante. Mas a verdade não demora a chegar. O presidente-atleta logo mostra quem é. Seu braço direito, PC Farias, saqueia o país. Forma-se uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga as atividades ilícitas da dupla. Em alguns meses, os escândalos apurados são tantos, que só resta ao aventureiro renunciar.

d. O presente também pode ser usado para indicar um fato futuro próximo e de realização tida como certa:

Daqui a pouco, a gente volta. Embarco no próximo sábado.

e. Utilizado com valor imperativo, o presente constitui uma forma delicada e familiar de pedir ou ordenar alguma coisa:

Artur, agora você se comporta direitinho.

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Questão 6: DPU 2016 Nível Superior (banca CESPE)

As formas verbais empregadas na tirinha, embora flexionadas na terceira pessoa do singular, indicam ações praticadas por Mafalda e por ela relatadas no momento de sua realização, o que justifica o emprego do presente do indicativo.

Comentário: A afirmação está errada, basicamente porque se faz entender que todos os verbos estariam flexionados na terceira pessoa do singular. Porém, no quinto quadrinho, o verbo “torno” encontra-se na primeira pessoa do singular.

Quanto ao emprego do tempo verbal, realmente os verbos expressam ações no momento em que Mafalda pensa (note que ela está pensando, não está falando, relatando). Na realidade, a narrativa de Mafalda é sua fantasia sobre alguém narrando seu feito. Por isso os verbos dos quatro primeiros quadrinhos estão na terceira pessoa do singular.

Gabarito: E

TRT- RJ / 2008 / nível superior (banca CESPE) A raça humana

A raça humana é Uma semana

Do trabalho de Deus.

A raça humana é a ferida acesa Uma beleza, uma podridão O fogo eterno e a morte A morte e a ressurreição.

A raça humana é o cristal de lágrima Da lavra da solidão

Da mina, cujo mapa Traz na palma da mão.

A raça humana risca, rabisca, pinta A tinta, a lápis, carvão ou giz

O rosto da saudade Que traz do Gênesis Dessa semana santa Entre parênteses

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Desse divino oásis Da grande apoteose Da perfeição divina Na grande síntese. A raça humana é Uma semana Do trabalho de Deus. Gilberto Gil.

Questão 7: Julgue as afirmativas a seguir sobre o uso do tempo verbal no texto:

O verbo ser encontra-se no presente do indicativo porque o autor pretende marcar fatos que ocorrerão em um futuro próximo.

Comentário: O presente do indicativo pode marcar fatos que ocorrerão em um futuro próximo, no intuito de destacá-lo, como: Amanhã vou a sua casa. Porém, no contexto, o emprego não é este.

Gabarito: E

Questão 8: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para expressar ações habituais dos seres humanos que ainda não foram concluídas.

Comentário: O presente do indicativo também pode expressar ações habituais dos seres humanos que ainda não foram concluídas, por exemplo: “Alfredo come e dorme”.

Porém, não é esse o motivo de seu uso no texto. Gabarito: E

Questão 9: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para dar vida

a fatos ocorridos no passado, como se fossem atuais.

Comentário: O presente do indicativo pode marcar fatos ocorridos no passado, como se fossem atuais, no sentido de avivá-los ao leitor, é o chamado presente histórico. Mas não é esse o emprego no texto.

Gabarito: E

Questão 10: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para

apresentar uma condição ou situação como permanente.

Comentário: O autor sugere um dado conceitual, isto é, apresenta uma situação de caráter permanente, como as seguintes passagens do texto: “A

raça humana é uma semana.”; “A raça humana é a ferida acesa”; “A raça

humana é o cristal de lágrima.” Por isso, a afirmativa está correta.

Gabarito: C

Questão 11: O verbo ser encontra-se no presente do indicativo para enunciar fatos que ocorrem no momento em que o texto é escrito.

Comentário: O presente pode enunciar fatos que ocorrem no momento em que o texto é escrito, por exemplo: Estou escrevendo enquanto falo com você. Porém, no contexto, o emprego não é este.

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Questão 12: Sec Edu AM / 2011 / nível superior (banca CESPE)

Uma aula é como comida. O professor é o cozinheiro. O aluno é quem vai comer. Se a criança se recusa a comer, pode haver duas explicações. Primeira: a criança está doente. A doença lhe tira a fome. Quando se obriga a criança a comer quando ela está sem fome, há sempre o perigo de que ela vomite o que comeu e acabe por odiar o ato de comer. É assim que muitas crianças acabam por odiar as escolas. O vômito está para o ato de comer como o esquecimento está para o ato de aprender. Esquecimento é uma recusa inteligente da inteligência. Segunda: a comida não é a comida que a criança deseja comer: nabo ralado, jiló cozido, salada de espinafre... O corpo é um sábio: não come tudo o que jogam para ele, mas opera com um delicado senso de discriminação. Algumas coisas ele deseja. Prova. Se são gostosas, ele come com prazer e quer repetir. Outras não lhe agradam, e ele recusa. Aí eu pergunto: “O que se deve fazer para que as crianças tenham vontade de tomar sorvete?”. Pergunta boba. Nunca vi criança que não estivesse com vontade de tomar sorvete. Mas eu não conheço nenhuma mágica que seja capaz de fazer que uma criança seja motivada a comer salada de jiló com nabo. Nabo e jiló não provocam sua fome.

(...)

As crianças têm, naturalmente, um interesse enorme pelo mundo. Os olhinhos delas ficam deslumbrados com tudo o que veem. Devoram tudo. Lembro-me da minha neta de um ano, agachada no gramado encharcado, encantada com uma minhoca que se mexia. Que coisa fascinante é uma minhoca aos olhos de uma criança que a vê pela primeira vez! Tudo é motivo de espanto. Nunca esteve no mundo. Tudo é novidade, surpresa, provocação à curiosidade. Quando visitei uma reserva florestal no Espírito Santo, a bióloga encarregada de educação ambiental me contou que era um prazer trabalhar com as crianças. Não era necessário nenhum artifício de motivação. As crianças queriam comer tudo o que viam. Tudo provocava a fome dos seus olhos: insetos, pássaros, ninhos, cogumelos, cascas de árvores, folhas, bichos, pedras. (...) Os olhos das crianças têm fome de coisas que estão perto. (...) São brinquedos para elas. Estão naturalmente motivadas por eles. Querem comê-los. Querem conhecê-los.

Rubem Alves. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p. 82-4 (com adaptações). A predominância, no texto, das formas verbais no presente do indicativo tem o efeito de dar aos fatos apresentados o caráter de fatos reais, habituais e naturais, o que reforça os argumentos do autor com relação aos processos de aprendizagem das crianças.

Comentário: Veja que o texto é construído com base na realidade atual (“É

assim que muitas crianças acabam por odiar as escolas.”), transmitindo

processos conceituais para provar esta realidade. Vários são os exemplos que denotam fatos, como “Lembro-me da minha neta de um ano, agachada no

gramado encharcado, encantada com uma minhoca que se mexia.

Também podemos perceber ações habituais e naturais, como “Algumas

coisas ele deseja. Prova. Se são gostosas, ele come com prazer e quer repetir.

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Além disso, note principalmente o início do texto com verbos no presente, que enfatizam o processo de aprendizagem das crianças.

Resumindo, importa saber que o verbo, no presente do indicativo, é importante na argumentação conceitual, pois mostra a atualidade, dando um tom de realidade, verdade.

Assim, a questão está correta. Gabarito: C

Questão 13: INCA / 2010 / nível superior (banca CESPE)

Fragmento do texto: Um dos aspectos mais notáveis da aventura do

homem ao longo da história tem sido seu constante anseio de buscar novas perspectivas, abrir novos horizontes desconhecidos, investigar possibilidades ainda inexploradas, enfim, ampliar o conhecimento.

Seriam preservadas a correção gramatical do texto, bem como a coerência de sua argumentação, se, em lugar de “tem sido”, fosse usada a forma verbal é; no entanto, a opção empregada no texto ressalta o caráter contínuo e constante dos aspectos mencionados.

Comentário: Foi visto que o tempo pretérito perfeito composto é empregado para reforçar o caráter de prolongamento do processo verbal. Esse tempo pode ser substituído pelo presente do indicativo. Quando se prefere utilizar o tempo composto, a intenção é valorizar a continuidade, o prolongamento. Por isso, a afirmativa está correta.

Gabarito: C

Questão 14: EBC - 2011 nível médio (banca CESPE)

Fragmento de texto: Meios de comunicação de massa financiados por dinheiro público e livres do controle privado comercial têm sido um modelo de comunicação bastante explorado e consolidado na maioria das democracias modernas.

Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “têm sido” (linha 2) por são.

Comentário: A estrutura verbal “têm sido” é o pretérito perfeito composto do indicativo, mencionado anteriormente na teoria. Este tempo composto transmite uma regularidade, assim como o presente do indicativo “são”. Assim, pode-se substituir “têm sido” por “são”.

Como a questão afirmou que haveria prejuízo da correção gramatical, está errada.

Gabarito: E

Questão 15: Polícia Federal / 2004 / nível médio (banca CESPE)

Fragmento do texto: Na verdade, a integração da economia mundial

apontada pelas nações ricas e seus prepostos como alternativa única — vem

produzindo, de um lado, a globalização da pobreza e, de outro, uma acumulação de capitais jamais vista na história,

Provoca-se incoerência textual e perde-se a noção de continuidade da ação ao se substituir a expressão verbal “vem produzindo” por tem produzido.

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Comentário: Não se provoca incoerência gramatical nessa substituição, pois as duas locuções transmitem ideia de regularidade, continuidade.

Gabarito: E

Questão 16: TRT RJ 2008 nível superior (banca CESPE)

Fragmento do texto: Dados do Cadastro Geral de Empregados e

Desempregados (CAGED) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam para a criação de 554 mil postos de trabalho com carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, o que representa recorde histórico para esse período. A série de dados do CAGED tem início em 1992. Contra os três primeiros 4 meses de 2007, quando foram criadas 399 mil vagas (recorde anterior), segundo informações do MTE, o crescimento no número de empregos formais criados foi de 38,7%.

Na frase que se inicia por “A série”, a substituição da forma verbal no presente pela forma correspondente no pretérito perfeito alteraria o sentido do texto.

Comentário: Pode-se, contextualmente, trocar o presente do indicativo pelo pretérito perfeito do indicativo, pois isso não altera o sentido: “A série de

dados do CAGED tem início em 1992”. O verbo grifado encontra-se no

presente do indicativo com valor de presente histórico. Esse emprego é comum quando se quer contar um fato ocorrido no passado, mas avivando-o utilizando o presente, como “Então em 1992, Fernando Collor sucumbe à

multidão.”, “Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil em 1500.”. A troca pelo

pretérito perfeito do indicativo é natural e não causa incoerência: Então em

1992, Fernando Collor sucumbiu à multidão.”, “Pedro Álvares Cabral

descobriu o Brasil em 1500.”. O mesmo ocorre com o texto: “A série de

dados do CAGED teve início em 1992.”

Gabarito: E

Questão 17: TRE - TO / 2007 / Analista (banca CESPE)

Fragmento de texto: As penitenciárias têm de ser aprimoradas, a justiça precisa aplicar melhor as leis, e a legislação não pode deixar de ser revista para enfrentar um bandido diferente daquele da época da redação do Código Penal.

É uma substituição correta para o texto trocar “têm de ser” por devem ser. Comentário: Veja que trocamos um verbo do presente do indicativo (“têm”) por outro também no presente (“devem”). A locução verbal “têm de ser” transmite uma ideia de obrigação. Esse mesmo valor é conservado com a locução verbal “devem ser”. Por isso, a troca está de acordo com o contexto. Gabarito: C

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4.b.1. Reconhecimento do tempo pretérito imperfeito do indicativo

eu estuda vend permit

tu estuda s vend s permit s

ele estuda vend permit

nós estudá mos vend mos permit mos vós estudá is vend is permit is

eles estuda m vend m permit m

Perceba as desinências modo-temporais “-va” (primeira conjugação) e “-ia” (segunda conjugação).

4.b.2. Quando empregamos este tempo verbal?

a. Esse tempo tem várias aplicações. Pode transmitir uma ideia de continuidade, de processo que no passado era constante ou frequente:

Estavam todos muito satisfeitos com o desempenho da equipe.

Entre os índios, as mulheres plantavam e colhiam; os homens caçavam e pescavam.

Naquela época, eu almoçava lá todos os dias.

b. Ao nos transportarmos mentalmente para o passado e procurarmos falar do que então era presente, também empregamos o pretérito imperfeito do indicativo:

Eu admirava a paisagem. A vida passava devagar. Quase nada se movia.

Uma pessoa aparecia aqui, um cão latia ali, mas, no geral, tudo era muito quieto.

c. É usado para exprimir o processo que estava em desenvolvimento quando da ocorrência de outro:

O Sol já despontava quando a escola entrou na passarela.

A torcida ainda acreditava no empate quando o time levou o segundo gol.

Pode substituir o futuro do pretérito, tanto na linguagem coloquial como na literária:

Se ele pudesse, largava tudo e ficava com ela. “Se eu fosse você, eu voltava pra mim.”

d. Pode relacionar-se com verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo (o qual será visto adiante) em orações substantivas.

Esperava-se que o artista cantasse e dançasse.

e. Usado no lugar do presente do indicativo, o pretérito imperfeito denota cortesia:

(16)

Questão 18: CADE 2014 Agente Administrativo (banca CESPE)

Fragmento do texto: Tínhamos, além disso, algumas doenças comuns a todo o grupo, ou quase todo: a bibliomania mais crônica que se possa imaginar, uma paixão neurótico-deliquencial por textos antigos, que nos levava frequentemente a visitas subservientes a párocos, conventos, igrejas e colégios. Procurávamos criar relacionamentos que facilitassem o acesso a qualquer velharia escrita. Que poderia estar esperando por nós, por que não?, desde séculos, ou décadas. Conhecíamos armários, sótãos, porões e cofres de sacristias, bibliotecas, batistérios ou cenáculos, bem melhor do que seus proprietários ou curadores. Tínhamos achado preciosidades que muitos colecionadores cobiçariam.

O emprego de formas verbais no pretérito imperfeito, como, por exemplo, “Procurávamos” (linha 5) e “Conhecíamos” (linha 7), está associado à ideia de habitualidade, continuidade ou duração.

Comentário: Os verbos “Procurávamos” e “Conhecíamos” estão conjugados no pretérito imperfeito do indicativo, o qual transmite uma continuidade de ação, hábito. Assim, a afirmativa está correta.

Gabarito: C

Questão 19: Delegado da Polícia Federal 2004 (banca CESPE) 1

5

As conclusões dos estudos científicos não são levadas em conta na definição de políticas públicas. Como reflexo dessa atitude, o tratamento da violência evoluiu pouco no decorrer do século XX, ao contrário do que ocorreu com o tratamento das infecções, do câncer ou da AIDS. Nos últimos anos, entretanto, estão sendo desenvolvidos métodos analíticos mais precisos para avaliar a influência dos fatores econômicos, epidemiológicos e sociológicos associados às raízes sociais da violência urbana: pobreza, impunidade, acesso a armamento, narcotráfico, intolerância social, ruptura de laços familiares, imigração, corrupção de autoridades ou descrédito na justiça.

A substituição do termo “estão sendo desenvolvidos” (linha 5) por estavam se desenvolvendo provoca alterações estruturais sem alterar semanticamente a informação original nem transgredir as normas da escrita culta.

Comentário: Esta questão cobra o conhecimento da transposição da voz passiva analítica em voz passiva sintética. Porém, devemos observar que o verbo “estão” encontra-se no presente do indicativo (o qual transmite continuidade de ação no momento atual) e “estavam” encontra-se no pretérito imperfeito do indicativo (o qual transmite continuidade de ação no momento passado) . Veja como ficaria esta transposição preservando o tempo presente do indicativo:

....estão sendo desenvolvidos métodos analíticos... (voz passiva analítica)

locução verbal TD + sujeito paciente

....estão se desenvolvendo métodos analíticos... (voz passiva sintética)

(17)

Agora, veja com a locução verbal no pretérito imperfeito do indicativo:

....estavam sendo desenvolvidos métodos analíticos... (voz passiva analítica)

locução verbal TD + sujeito paciente

....estavam se desenvolvendo métodos analíticos... (voz passiva sintética)

locução verbal TD + Pron Ap + sujeito paciente

Assim, a substituição provoca alterações estruturais, com mudança semântica da informação original. Veja que isso não provoca erro gramatical.

Como a questão afirmou que o sentido não mudaria, está errada. Gabarito: E

Questão 20: IRBR - 2011 Diplomacia (banca CESPE) 1

5

10

A montagem do espetáculo Calabar – O Elogio da Traição estava pronta, quando, em outubro de 1974, foi censurada e a exibição do espetáculo foi proibida nos palcos brasileiros. A repressão era tamanha que nem a notícia da proibição pôde ser divulgada. Escrita por Ruy Guerra e Chico Buarque, a peça recupera a saga histórica das invasões holandesas do século XVII. Domingos Fernandes Calabar (1600-1635), o protagonista, posiciona-se a favor da Holanda, o país invasor, contra os colonizadores portugueses. Os autores, no entanto, não têm uma visão negativa do episódio. Ao contrário, veem em Calabar um libertador da opressão portuguesa. A censura da ditadura militar enxergou na montagem um alto teor subversivo, por acreditar que o texto atentava contra os bons costumes e, principalmente, promovia uma inversão dos valores da história do Brasil ao mostrar um traidor como salvador da pátria.

Caso as formas verbais “recupera” (linha 5), “posiciona-se” (linha 6), “têm” (linha 8) e “veem” (linha 9) fossem substituídas, respectivamente, pelas formas recuperava, posicionava-se, tinham e viam, não seriam necessários ajustes gramaticais no restante do texto.

Comentário: A expressão temporal “em outubro de 1974” e as estruturas verbais “foi censurada”, “foi proibida”, “era” e “pôde ser divulgada” apresentam fatos passados.

Assim, os verbos “recupera”, “posiciona-se”, “têm” e “veem” estão sendo usados no presente histórico, pois fazem relação a ações passadas, utilizando o presente como ênfase. Dessa forma, pode o autor optar em transformar o presente histórico em pretérito imperfeito do indicativo, permanecendo a coerência e a informação original do texto, sem necessidade de ajustes no restante do texto.

Note que se optou pelo pretérito imperfeito do indicativo, porque essas ações transmitem uma ideia de continuidade no passado.

(18)

4.c.1. Reconhecimento do tempo pretérito perfeito do indicativo

eu estudei vendi permiti

tu estudaste vendeste permitiste ele estudou vendeu permitiu nós estudamos vendemos permitimos vós estudastes vendestes permitistes eles estuda m vende m permiti m 4.c.2. Quando empregamos este tempo verbal?

a. O pretérito perfeito simples exprime os processos verbais concluídos e localizados num momento ou período definido do passado:

Em 1983, o campeão brasileiro da Segunda Divisão foi o Juventus.

Os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Brasil no século antepassado.

b. O pretérito perfeito composto exprime processos que se repetem ou prolongam até o presente:

Tenho visto coisas em que ninguém acredita.

Os professores não têm conseguido melhores condições de trabalho.

Note que já comentamos que este tempo verbal composto, a depender do contexto, pode substituir o presente do indicativo.

Questão 21: PGM RR 2010 – nível superior (banca CESPE)

Fragmento de texto: O mundo tem gerado excepcionais avanços tecnológicos nas últimas décadas e aumentado drasticamente sua capacidade de produzir bens e serviços.

A expressão “nas últimas décadas” permite a substituição de “tem gerado” por gerou, sem prejudicar a coerência ou a correção gramatical do texto, apesar de alterar as relações semânticas entre as ideias.

Comentário: Note que “tem gerado” está no tempo pretérito perfeito composto, visto acima. Este tempo composto indica uma ação rotineira que se prolonga do passado ao presente, transmitindo uma regularidade. Por isso normalmente pode ser substituído pelo presente do indicativo (“gera”) mantendo a correção gramatical, a coerência dos argumentos e o sentido.

Veja que a questão afirma que a mudança do pretérito perfeito composto “tem gerado” (ação regular, continuada) pelo pretérito perfeito simples “gerou” provoca mudança de sentido (ação pontual no passado), o que está correto.

Porém, o problema na questão é que há uma estrutura coordenada, com duas locuções verbais “tem gerado ... e (tem) aumentado...”. Note que a última locução verbal possui o verbo auxiliar “tem” subentendido, pois este se encontra explícito na locução anterior. Por isso, a substituição implicaria prejuízo na coerência do texto e, por consequência, prejuízo gramatical.

A afirmação estaria certa se houvesse a substituição das duas estruturas verbais:

O mundo gerou excepcionais avanços tecnológicos nas últimas décadas e aumentou drasticamente sua capacidade de produzir bens e serviços.

(19)

Gabarito: E

Questão 22: TCE ES 2004 Controlador de Rec Pub (banca CESPE) 1

5

10

15

Nossa identidade contemporânea nos remete para os centros do capitalismo, permeada que está pela globalização liberal — pelo grau maior ou menor em que conseguimos induzir os sintomas desse fenômeno, como shopping centers, televisão a cabo, celulares —, mais do que por sua inserção internacional, que nos faz ter um destino similar ao do resto do continente ao qual estamos geográfica e historicamente integrados.

(...)

Várias crises financeiras depois, e duas décadas e meia de estagnação, financeirização e precarização das relações de trabalho, tornaram os países latino-americanos mais semelhantes do que nunca. Estão igualmente em crise o Brasil e o Paraguai, a Argentina e o Haiti, o México e a Bolívia, o Peru e o Equador, a Venezuela e a Guatemala, a Colômbia e a Nicarágua.

As décadas posteriores nos colocaram, entre a ALCA e o MERCOSUL, diante de duas Américas Latinas possíveis e de duas imagens de nós mesmos, sob o pano de fundo do continente. Em suma, nossa imagem de nós mesmos, como país, dependeu sempre da forma como vimos a América Latina e nossa relação com nosso continente de origem e de inserção histórica comum.

Emir Sader. A América Latina vista do Brasil. In: Correio Braziliense, 27/6/2004 (com adaptações). Alteram-se os sentidos do texto, mas preservam-se sua coerência textual e correção gramatical, com a substituição do pretérito perfeito “vimos” (l.19) por vemos ou temos visto.

Comentário: O verbo “vimos” encontra-se no pretérito perfeito do indicativo, mostrando uma ação acabada, mas o texto permite inferir que essa visão da América perdura ainda nos dias de hoje. Por isso, a mudança para o tempo presente em “vemos” muda o sentido (de passado para presente), mas permanece a coerência textual. Além disso, perceba que o tempo pretérito perfeito composto “temos visto” prolonga a ação ao longo do tempo passado até os dias atuais, obtendo uma ideia de regularidade também percebida com o verbo no presente do indicativo.

Por isso, a afirmativa está correta. Gabarito: C

4.d.1. Reconhecimento do tempo pretérito mais-que-perfeito do indicativo

eu estuda vende permiti

tu estuda s vende s permiti s

ele estuda vende permiti

nós estudá mos vendê mos permití mos vós estudá is vendê is permití is eles estuda m vende m permiti m

(20)

Perceba a desinência modo-temporal “-ra” átona. Note que essa desinência, na segunda pessoa do plural, varia para “-re”.

4.d.2. Quando empregamos este tempo verbal?

O pretérito-mais-que-perfeito exprime um processo que ocorreu antes de outro processo passado:

Era tarde demais quando ela percebeu que ele se envenenara.

O fato de ele ter-se envenenado é anterior ao fato de ela ter percebido.

Envenenara é, por isso, mais-que-perfeito, ou seja, mais velho que o perfeito

(percebeu).

Na linguagem do dia a dia, usa-se muito pouco a forma simples do pretérito mais-que-perfeito; é comum, entretanto, na linguagem formal, bem como em algumas expressões cristalizadas (“Quem me dera!”, “Quisera eu...”).

Prefere-se na linguagem cotidiana o pretérito mais-que-perfeito do indicativo composto. Ele é constituído do verbo “ter” ou “haver” empregados no tempo pretérito imperfeito do indicativo (tinha ou havia), seguidos do particípio. Veja:

Ele disse que tinha (havia) pegado o dinheiro pela manhã. (= pegara)

Quando usado no lugar do futuro do pretérito do indicativo ou do pretérito imperfeito do subjuntivo, o mais-que-perfeito simples confere solenidade à expressão:

“E, se mais mundo houvera, lá chegara.” (Camões)

Compare com:

E, se mais mundo houvesse, lá chegaria.

Questão 23: Câmara Deputados 2014 Consultor Legislativo (banca CESPE) Fragmento de texto: Pedi ao antropólogo Eduardo Viveiros de Castro que falasse sobre a ideia que o projetou. A síntese da metafísica dos povos “exóticos” surgiu em 1996 e ganhou o nome de “perspectivismo ameríndio”. As formas verbais “surgiu” e “ganhou”, ambas na linha 3, poderiam, sem prejuízo dos sentidos do texto, ser substituídas por surgira e ganhara, respectivamente, pois indicam ações anteriores àquelas referidas no primeiro período do texto.

Comentário: Veja que o pedido ao antropólogo Eduardo Viveiros de Castro para que falasse sobre a ideia que o projetou ocorreu bem depois do surgimento da síntese da metafísica dos povos “exóticos” e da denominação de “perspectivismo ameríndio”. Assim, os verbos “surgiu” e “ganhou” transmitem ações anteriores ao verbo “Pedi”. Por isso, cabe a substituição daqueles verbos pelo pretérito mais-que-perfeito “surgira” e “ganhara”.

Gabarito: C

Questão 24: Tribunal de Contas - TO / 2009 / nível superior (banca CESPE) Fragmento do texto: Meu pai era um homem bonito com muitas

namoradas, jogava tênis, nadava, nunca pegara uma gripe — até ter um

derrame cerebral. Vivia envolvido com “sirigaitas”, como minha mãe as chamava, e com fracassos comerciais crônicos.

(21)

O sentido do texto seria mantido caso as formas verbais “jogava” e “nadava” fossem substituídas por jogara e nadara.

Comentário: Os verbos no pretérito imperfeito do indicativo “jogava” e “nadava” transmitem valor de regularidade, hábito, no tempo passado. Já o verbo “pegara”, no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, transmite valor pontual de um passado em relação a outro, que é “ter um derrame cerebral”. Ao se substituir o pretérito imperfeito pelo mais-que-perfeito jogara e nadara, esses verbos deixarão de transmitir uma regularidade no passado e transmitirão um dado pontual no passado, o que acarretaria mudança de sentido. Por isso, a afirmativa está errada.

Gabarito: E

Questão 25: TRE - TO/ 2006 / Analista (banca CESPE)

Fragmento de texto: A cidade estivera agitada por motivos de ordem técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.

A substituição de “estivera” por tinha estado prejudica a correção gramatical do período.

Comentário: O erro na questão foi o vocábulo “prejudica”, pois o tempo composto do pretérito mais-que-perfeito do indicativo tem a seguinte estrutura: verbo auxiliar no pretérito imperfeito do indicativo (tinha/havia) seguido do verbo principal no particípio. Então a substituição é possível.

Gabarito: E

4.e.1. Reconhecimento do tempo futuro do presente do indicativo

eu estuda i vende i permiti i

tu estuda s vende s permiti s

ele estuda vende permiti

nós estuda mos vende mos permiti mos vós estuda is vende is permiti is

eles estuda o vende o permiti o

Perceba a desinência modo-temporal “-ra” tônica. Note que essa desinência em algumas pessoas do discurso varia para “-re”.

4.e.2. Quando empregamos este tempo verbal?

a. O futuro do presente simples expressa basicamente processos tidos como certos ou prováveis, mas que ainda não se realizaram no momento em que se fala ou escreve:

Estarei lá no próximo ano. Jamais a terei a meu lado.

b. Pode-se usar esse tempo com valor imperativo, com tom enfático e categórico:

“Não furtarás!” Você ficará aqui a noite toda.

c. Em outros casos,essa forma imperativa parece mais branda e sugere a necessidade de que se adote certa conduta:

(22)

d. O futuro do presente simples também pode expressar dúvida ou incerteza em relação a fatos do presente:

Ela terá atualmente trinta e cinco anos. Será Cristina quem está lá fora?

e. Quando expressa circunstância de condição, o futuro do presente se relaciona com o futuro do subjuntivo para indicar processos cuja realização é tida como possível:

Se tiver dinheiro, pagarei à vista.

Se houver pressão popular, as reformas sociais virão.

f. Quando este tempo for composto, isto é, o verbo auxiliar for “ter” ou “haver” no tempo futuro, seguido de outro verbo no particípio, por exemplo (terei estudado), ele expressa um fato ainda não realizado no momento presente, mas já passado em relação a outro fato futuro. Isso acontece por influência da forma nominal particípio:

Quando estivermos lá, o dia já terá amanhecido.

Quando eu voltar ao trabalho, você já terá entrado em férias.

g. O futuro do presente simples é muito pouco usado na linguagem cotidiana. Em seu lugar, é normal o emprego de locuções verbais com o infinitivo, principalmente as formadas pelo verbo ir:

Vou chegar daqui a pouco.

Estes processos vão ser analisados pelo promotor.

4.f.1. Reconhecimento do tempo futuro do pretérito do indicativo

eu estuda vende permiti

tu estuda s vende s permiti s

ele estuda vende permiti

nós estuda mos vende mos permiti mos vós estuda is vende is permiti is

eles estuda m vende m permiti m

Perceba a desinência modo-temporal “-ria”. Note que essa desinência, na segunda pessoa do plural, varia para “-rie”.

4.f.2. Quando empregamos este tempo verbal?

a. O futuro do pretérito simples expressa processos posteriores ao momento passado a que nos estamos referindo:

Concluí que não seria feliz ao lado dela.

Muito tempo depois, chegaria a sensação de fracasso.

b. Também se emprega esse tempo para expressar dúvida, incerteza ou hipótese em relação a um fato passado:

Estariam lá mais de vinte mil pessoas.

Ela teria vinte anos quando gravou o primeiro disco. Se ela conversasse menos, teria facilidade na matéria.

c. Esse tempo também expressa dúvida sobre fatos passados: Teria sido ele o mentor da fraude?

(23)

d. Quando expressa circunstância de condição, o futuro do pretérito se relaciona com o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar processos tidos como de difícil concretização:

Se ele quisesse, tudo seria diferente.

Viveria em outro lugar se pudesse.

e. O futuro do pretérito composto expressa um processo encerrado posteriormente a uma época passada que mencionamos no presente:

Partiu-se do pressuposto de que às cinco horas da tarde o comício já teria sido encerrado.

Anunciou-se que no dia anterior o jogador já teria assinado contrato com outro clube.

f. Quando expressa circunstância de condição, o futuro do pretérito composto se relaciona com o pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo, exprimindo processos hipotéticos ou de realização desejada, mas já impossível:

Se ele me tivesse procurado antes, eu o teria ajudado.

O país teria melhorado muito se tivessem sido feitos investimentos na educação e na saúde.

Questão 26: TJSE 2014 Analista (banca CESPE)

Fragmento do texto: Com todas as letras, as Ordenações Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por meramente suspeitar de traição. Previa-se um único caso de punição: Previa-sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia ser condenado a três anos de desterro na África.

O emprego do futuro do pretérito em “poderia” (linha 5) indica que a situação apresentada na oração é não factual, ou seja, é hipotética.

Comentário: Há de se observar que o futuro do pretérito do indicativo marca uma hipótese, e não um fato. Assim, a afirmativa está correta.

Gabarito: C

Questão 27: MPE PI - 2012 Superior (banca CESPE)

Fragmento de texto: Os filósofos do Iluminismo observavam um preceito simples, mas obviamente muito poderoso. Quanto mais formos capazes de compreender racionalmente o mundo, e a nós mesmos, mais poderemos moldar a história para nossos próprios propósitos. Temos de nos libertar dos hábitos e preconceitos do passado a fim de controlar o futuro.

Segundo essa concepção, com o maior desenvolvimento da ciência e da tecnologia, o mundo iria se tornar mais estável e ordenado. O romancista George Orwell, por exemplo, anteviu uma sociedade com excessiva estabilidade e previsibilidade — em que nos tornaríamos todos minúsculos dentes de engrenagem de uma vasta máquina social e econômica.

O emprego do futuro do pretérito em “iria se tornar” (linha 7) e “nos tornaríamos” (linha 9) justifica-se por terem as previsões dos filósofos iluministas se concretizado.

(24)

pretérito perfeito do indicativo. Ex.: “O mundo tornou-se violento.”

O futuro do pretérito do indicativo em “iria se tornar” e “tornaríamos” transmite hipótese (conjectura, suposição), a qual não foi concretizada, pois o mundo ainda não se tornou estável, ordenado, também não podemos afirmar categoricamente que todos nós sejamos minúsculos dentes de uma engrenagem.

Gabarito: E

Questão 28: TRE - GO / 2008 / Analista (banca CESPE)

Um fato ou estado considerado em sua realidade está expresso pelo verbo sublinhado em

A “a verdade estaria inscrita”. B “o interesse circunscrevia-se”.

C “não haveria mais uma verdade filosófica”. D “o significado de verdade seria o de expressão”.

Comentário: Esta questão envolvia um texto com apontamentos das linhas de cada verbo. Isso faria com que o candidato verificasse cada verbo no texto, para depois interpretar se transmite a ideia de realidade. Mas não precisamos disso.

Sabemos que o futuro do pretérito do indicativo apresenta desinência modo-temporal “-ria” e transmite possibilidade, hipótese. Os verbos das alternativas (A), (C) e (D) apresentam tal desinência, por isso estão neste tempo verbal.

Assim, a alternativa correta é a (B), pois o verbo “circunscrevia” apresenta a desinência modo-temporal “-ia”. Então, este verbo está flexionado no tempo pretérito imperfeito do indicativo e pode ser interpretado como algo que ocorria em seu sentido real, concreto, no passado.

Gabarito: B

Os tempos do modo subjuntivo

4.g.1. Reconhecimento do tempo presente do subjuntivo

eu estud vend permit

tu estud s vend s permit s

ele estud vend permit

nós estud mos vend mos permit mos vós estud is vend is permit is

eles estud m vend m permit m

Dica: insira o advérbio “talvez” antes deste tempo verbal (talvez eu estude). Isso sempre ajuda.

É importante lembrar que a vogal temática “a” se transforma em desinência modo-temporal “e” no presente do subjuntivo. Se houver vogal temática “e” ou “i”, naturalmente teremos desinência modo-temporal “a” no presente do subjuntivo. Veja:

(25)

Presente do indicativo Presente do subjuntivo

Nós estud

a

mos... Talvez nós estud mos...

Nós vend

e

mos... Talvez nós vend mos...

Nós part

i

mos... Talvez nós part mos...

(vogal temática) (desinência modo-temporal)

Não importa o nome, mas sim a modificação destas vogais!!!!! 4.g.2. Quando empregamos este tempo verbal?

O presente do subjuntivo normalmente expressa processos hipotéticos, que muitas vezes estão ligados ao desejo, à suposição:

“Quero que tudo vá para o inferno!” Suponho que ela esteja em Roma.

Caso você vá, não deixem que o explorem. Talvez ela não o ame mais.

Questão 29: Detran - ES / 2011 / nível médio (banca CESPE)

Fragmento de texto: Como as opções alternativas ao transporte individual são pouco eficientes, pela falta de conforto, segurança ou rapidez, as pessoas continuam optando pelos automóveis, motocicletas ou mesmo táxis, ainda que permaneçam presas no trânsito”, afirma S. G., profissional da área de desenvolvimento sustentável.

No trecho “ainda que permaneçam”, o emprego da forma verbal no modo subjuntivo é obrigatório em razão da presença da locução conjuntiva “ainda que”.

Comentário: Quando o verbo faz parte de uma oração subordinada adverbial concessiva e essa oração encontra-se desenvolvida, isto é, iniciada por conjunção (“embora”, “conquanto”) ou locução conjuntiva (“mesmo que”, “ainda que”, “ainda quando”, “apesar de que”); o modo verbal empregado deve ser o subjuntivo. Perceba, então, que a locução conjuntiva “ainda que” inicia a oração subordinada adverbial concessiva e por isso o verbo “permaneçam” encontra-se no presente do subjuntivo.

Gabarito: C

Questão 30: FUB / 2010 / Superior (banca CESPE)

Fragmento de texto: Por ser um fenômeno novo — ainda não temos uma geração que tenha sido completamente formada na era da Internet —, existem poucos trabalhos que confirmam o impacto no nível das sinapses. Na oração “que tenha sido completamente formada na era da Internet”, a forma verbal “tenha” poderia ser substituída por haja, sem alteração do sentido ou da correção gramatical do texto.

(26)

Comentário: Os tempos compostos normalmente são formados pelos verbos auxiliares “ter” ou “haver” seguidos do particípio. Nesta questão, observamos a locução verbal da voz passiva “tenha sido formada”. O verbo “tenha” encontra-se no presente do subjuntivo e podemos substituí-lo pelo verbo “haver” em mesmo tempo verbal. Por isso a troca por “haja” está plenamente de acordo com a gramaticalidade e com o sentido.

Compare:

“...uma geração que tenha sido completamente formada na era da Internet...” “...uma geração que haja sido completamente formada na era da Internet...”

Gabarito: C

Questão 31: Detran - ES / 2011 / nível superior (banca CESPE)

Fragmento de texto: O atendimento às demandas de mobilidade evidencia a necessidade de controle do processo de expansão urbana, propugnando pelo desenvolvimento de cidades mais adensadas, em cujo território haja melhor distribuição das funções.

No trecho “haja melhor distribuição das funções”, o emprego do modo subjuntivo na forma verbal indica possibilidade, hipótese, e não a certeza de ocorrência de melhor distribuição de funções.

Comentário: O verbo no presente do subjuntivo é usado como possibilidade de execução, hipótese, e nunca como certeza de algo. Para esta se usa o presente do indicativo (há). Por isso a afirmativa está correta.

Gabarito: C

Questão 32: TSE / 2007 / Técnico (banca CESPE)

Fragmento de texto: Se uma sociedade cessa de ter uma verdadeira oposição, ela caminha para uma solução autoritária. A governabilidade só existe verdadeiramente com uma oposição atuante, que sinalize os problemas existentes e discuta os seus encaminhamentos.

O emprego do subjuntivo em “sinalize” e “discuta” justifica-se por compor um período de natureza explicativa.

Comentário: A razão do emprego do presente do subjuntivo não tem relação com o período ser explicativo ou conclusivo, mas com a ideia de possibilidade e necessidade de realização das ações posteriores.

Gabarito: E

Questão 33: TCE PE 2004 Analista de Sistema (banca CESPE)

Fragmento do texto: A pobreza é uma metáfora para o sofrimento humano trazido à arena pública e pode ser definida de maneiras distintas. Muita energia é despendida na busca de uma definição rigorosa, capaz de distinguir com clareza o sofrimento suficiente do sofrimento insuficiente para classificar alguém como pobre. Pesquisas baseadas nesse tipo de definição estimam que uma fração entre um terço e metade da população brasileira possa ser considerada pobre.

Perde-se a idéia de hipótese associada à forma verbal “possa” (linha 6) ao se substituí-la por pode, mas preservam-se a coerência e a correção textuais.

(27)

Comentário: É fácil percebermos que a troca do presente do subjuntivo (que transmite dúvida, possibilidade, incerteza) pelo presente do indicativo (que transmite certeza) muda o sentido na frase.

Agora, devemos observar se realmente esta troca mantém coerência com os argumentos, mesmo com a mudança de sentido. Para isso, troque o verbo e leia toda a frase de novo...

Pesquisas baseadas nesse tipo de definição estimam que uma fração entre um terço e metade da população brasileira possa ser considerada pobre.

Pesquisas baseadas nesse tipo de definição estimam que uma fração entre um terço e metade da população brasileira pode ser considerada pobre.

O autor preferiu no texto original manter a ideia de estimativa, como algo não provado, ainda incerto; porém veja que o texto possui verbos no presente do indicativo. Isso amplia a noção do verbo. Como há um estudo voltado para uma característica do brasileiro, pode-se perceber que a troca dos tempos verbais é possível: é um dado que traz como resultado a real possibilidade de uma fração da população brasileira ser considerada pobre. Gabarito: C

Questão 34: TCE PE 2004 Assistente Técnico Infor (banca CESPE)

Fragmento do texto: O que está em jogo é a própria idéia de Constituição, que é muito maior que seu texto, seus constituintes ou as autoridades que devem guardá-la. A democracia depende de os direitos serem levados a sério por todos os cidadãos, sejam eles autoridades ou não.

No último período, o emprego do modo subjuntivo em “sejam” reforça a idéia de hipótese, ligada ao preenchimento da condição expressa por “depende” na oração imediatamente anterior.

Comentário: O verbo “depender” mostra uma restrição, uma condição imposta à democracia: se os direitos serão levados a sério ou não por todos os cidadãos. Assim, percebemos que isso marca uma hipótese.

Além disso, perceba que essa hipótese é ampliada com o verbo “sejam”, no presente do subjuntivo, o qual inicia uma oração subordinada adverbial concessiva. Esta oração tem um emprego peculiar, ela omitiu a conjunção ou locução conjuntiva. Note que podemos inserir a locução conjuntiva “mesmo

que”, “ainda que”. Veja:

A democracia depende de os direitos serem levados a sério por todos os cidadãos, sejam eles autoridades ou não.

A democracia depende de os direitos serem levados a sério por todos os cidadãos, mesmo que eles sejam autoridades ou não.

A democracia depende de os direitos serem levados a sério por todos os cidadãos, ainda que eles sejam autoridades ou não.

Assim, realmente o verbo “depender” é empregado para transmitir uma condição e uma hipótese, e o verbo “sejam”, por estar no presente do

Referências

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