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Conjuntos de continuidade sequencial fraca para polinômios em espaços de Banach

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Academic year: 2021

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(1)

Conjuntos de continuidade

sequencial fraca

para polinˆ

omios

em espa¸

cos de Banach

Pedro Levit Kaufmann

disserta¸c˜ao de mestrado

INSTITUTO DE MATEM ´ATICA E ESTAT´ISTICA DA UNIVERSIDADE DE S ˜AO PAULO

´

Area de concentra¸c˜ao: An´alise

Orientadora: Profa. Dra. Mary Lilian Louren¸co

Durante o programa de mestrado, o autor obteve apoio financeiro do CNPq e da CAPES

(2)

Resumo

Esta disserta¸c˜ao tem por objetivo a apresenta¸c˜ao de um estudo em espa¸cos de Banach sobre os conjuntos nos quais determinados polinˆomios homogˆeneos cont´ınuos s˜ao fraca-mente sequencialfraca-mente cont´ınuos. Algumas propriedades desses conjuntos s˜ao estudadas e ilustradas com exemplos, em maior parte no espa¸co lp. Obtemos um f´ormula para o

conjunto de continuidade sequencial fraca do produto de dois polinˆomios e algumas con-sequˆencias. Resultados mais fortes s˜ao obtidos quando restringimos nossos espa¸cos de Banach a espa¸cos com FDD incondicional e/ou separ´aveis. Os resultados estudados aqui foram obtidos por R. Aron e V. Dimant em [2].

Abstract

This work has the purpose of presenting a study on Banach spaces about sets in which determined homogeneous continuous polynomials are weakly sequentially continu-ous. Some properties of these sets are studied and illustrated with examples, most in the space lp. We obtain a formula for the weak sequential continuity set of the product of two

polynomials, and some consequences. Stronger results are obtained when we restrict our Banach spaces to spaces with unconditional FDD and/or separable. The results studied here were obtained by R. Aron and V. Dimant in [2].

(3)

Introdu¸

ao:

O espa¸co dos polinˆomios homogˆeneos cont´ınuos definidos em espa¸cos de Banach tem sido objeto cont´ınuo de pesquisa nos ´ultimos anos. Um dos pontos a se destacar ´e o grande interesse em estabelecer rela¸c˜oes entre um espa¸co de Banach E e o espa¸co dos polinˆomios definidos sobre E. Podemos observar tal fato em diversos trabalhos cient´ıficos que es-tudam como os polinˆomios portam-se em conex˜ao com certas propriedades geom´etricas dos espa¸cos de Banach onde est˜ao definidos e de propriedades definidas em termos de polinˆomios. Citamos aqui alguns trabalhos, [4], [5] e [11], que abordam o referido tema.

O interesse sobre conjunto de continuidade sequencial fraca de um polinˆomio P , deno-tado por CP, tem como origem o fato de que nem todo polinˆomio ´e fracamente

sequencial-mente cont´ınuo em todo dom´ınio ou em ponto algum, como se verifica logo ao in´ıcio do cap´ıtulo 3. Algumas propriedades interessantes s˜ao obtidas quando P ´e homogˆeneo. Uma f´ormula para CP.Q nos permite analisar a irredutibilidade de determinados polinˆomios,

estabelecendo assim uma interessante conex˜ao entre propriedades topol´ogicas e alg´ebricas de polinˆomios. Os resultados sobre o assunto aqui expostos se encontram em [2]

A seguir descrevemos os assuntos abordados em cada cap´ıtulo.

No cap´ıtulo 1, s˜ao apresentados primeiramente alguns resultados b´asicos de an´alise funcional usados no decorrer deste trabalho.

A seguir h´a uma introdu¸c˜ao aos espa¸cos de Banach com FDD incondicional, com algumas propriedades, inclusive a de que espa¸cos deste tipo s˜ao separ´aveis.

Tamb´em no cap´ıtulo 1 desenvolvemos a teoria b´asica de topologia fraca, estabelecendo-se o conceito de convergˆencia fraca, que ´e central neste trabalho. ´E apresentada uma caracteriza¸c˜ao de convergˆencia fraca em espa¸cos do tipo lp, ´util para o desenvolvimento

de certos exemplos.

No cap´ıtulo 2 estudamos polinˆomios cont´ınuos, enfatizando os polinˆomios homogˆeneos. Apresentamos ainda uma vers˜ao an´aloga ao Teorema de Banach-Steinhaus para polinˆomios homogˆeneos. Desenvolve-se tamb´em a t´ecnica de complexifica¸c˜ao de um polinˆomio em um espa¸co de Banach real. Algumas propriedades dos polinˆomios fracamente sequencialmente cont´ınuos tamb´em s˜ao estudadas, e ´e enunciado sem demonstra¸c˜ao o Teorema de Pitt, que ter´a grande importˆancia para compreens˜ao de certos exemplos no cap´ıtulo 3.

(4)

Na primeira se¸c˜ao do cap´ıtulo 3 definimos o conjunto CP e estudamos suas propriedades

b´asicas. Os resultados nesta se¸c˜ao foram obtidos por R. Aron e V. Dimant em [2]. Apresen-tamos uma f´ormula para CP.Q, e algumas aplica¸c˜oes desta f´ormula para irredutibilidade de

polinˆomios. Estudamos certas quest˜oes envolvendo CP que s˜ao colocadas e parcialmente

respondidas em [2], no caso em que E ´e um espa¸co de Banach qualquer.

Na segunda se¸c˜ao ´e estudado o conjunto CP para espa¸cos de Banach particulares, a

saber, espa¸cos com FDD incondicional e/ou separ´aveis. Os resultados desta se¸c˜ao se en-contram em [2] e em um trabalho de V. Dimant e R. Gonzalo [6]. Definimos os polinˆomios diagonais em espa¸cos com FDD incondicional. Para estes espa¸cos, s˜ao novamente discu-tidas as quest˜oes colocadas ao final da se¸c˜ao anterior.

(5)

Sum´

ario

1 Resultados preliminares 6

1.1 Decomposi¸c˜ao de Schauder incondicional . . . 10

1.2 Topologia fraca . . . 19

2 Polinˆomios homogˆeneos cont´ınuos 25 2.1 Aplica¸c˜oes multilineares . . . 25

2.2 Aplica¸c˜oes Multilineares Sim´etricas . . . 33

2.3 Polinˆomios . . . 35

2.4 Polinˆomios fracamente sequencialmente cont´ınuos . . . 44

2.5 Complexifica¸c˜ao de polinˆomios . . . 46

3 O conjunto CP 51 3.1 Propriedades gerais de CP . . . 53

(6)

Nota¸

oes

N0 N ∪ {0}

K corpo de escalares, reais ou complexos X, Y K-espa¸cos vetoriais ou espa¸cos normados

E, F espa¸cos de Banach

[M] espa¸co gerado pelo conjunto M

L(E; F ) transforma¸c˜oes lineares cont´ınuas de E em F X∗ funcionais lineares de X

E0 espa¸co dual de E

ek sequˆencia de escalares que vale 1 na k-´esima coordenada e zero nas demais

xn w

→ x xn converge fracamente a x

La(mX; Y ) transforma¸c˜oes m-lineares de X em Y

L(mE; F ) transforma¸c˜oes m-lineares cont´ınuas de E em F

L(mE) L(mE; K)

Las(mX; Y ) transforma¸c˜oes m-lineares sim´etricas de X em Y

Ls(mE; F ) transforma¸c˜oes m-lineares sim´etricas cont´ınuas de E em F

Ls(mE) Ls(mE; K)

Pa(mX; Y ) polinˆomios m-homogˆeneos de X em Y

P(mE; F ) polinˆomios m-homogˆeneos cont´ınuos de E em F

P(mE) P(mE; K)

Pa(X; Y ) polinˆomios de X em Y

P(E; F ) polinˆomios cont´ınuos de E em F P(E) P(E; K)

Pwsc(mE) polinˆomios m-homogˆeneos fracamente sequencialmente cont´ınuos

Pwsc0(mE) polinˆomios m-homogˆeneos fracamente sequencialmente cont´ınuos na origem

DJ(mE) polinˆomios m-homogˆeneos cont´ınuos diagonais com rela¸c˜ao a J

(7)

Cap´ıtulo 1

Resultados preliminares

Apresentamos inicialmente alguns resultados b´asicos que ser˜ao necess´arios no decor-rer deste trabalho. Muitas afirma¸c˜oes ao longo deste cap´ıtulo ser˜ao feitas sem demons-tra¸c˜ao; s˜ao consideradas pr´e-requisitos para o estudo deste trabalho. Essas afirma¸c˜oes podem ser encontradas com demonstra¸c˜ao em boa parte dos livros de an´alise matem´atica, por exemplo em [13] e [15]. Ser˜ao utilizados tamb´em nota¸c˜oes e resultados b´asicos de topologia. Lembremos que, quando X ´e espa¸co normado e F ´e espa¸co de Banach, L(X; F ) munido da norma kT k= sup{kT (x)k : kxk ≤ 1} ´. e um espa¸co de Banach.

Ao longo do estudo, os seguintes trˆes resultados fundamentais (1.1, 1.5 e 1.6) ser˜ao frequentemente referidos:

Teorema 1.1 (Teorema de Hahn-Banach). Sejam X um espa¸co normado, S um subespa¸co qualquer de X e γ ∈ S0. Ent˜ao existe γ ∈ X0 tal que para cada x ∈ S temos que γ(x) = γ(x) e kγk = kγk.

Corol´ario 1.2. Sejam X um espa¸co normado, S um subespa¸co fechado de X e x ∈ X\S. Ent˜ao existe γ ∈ X0 satisfazendo γ(S) = {0}, γ(x) = d(x, S) = inf{kx − yk : y ∈ S} e kγk = 1.

Demonstra¸c˜ao:

Vamos definir um funcional f em S + [x] por f (y + λx) = λd(x, S), para cada y ∈. S, λ ∈ K. Ent˜ao f (x) = d(x, S) e para cada y ∈ S, f (y) = 0.

Para cada y ∈ S e cada λ ∈ K n˜ao nulo temos que

(8)

de forma que f ´e cont´ınuo e kf k ≤ 1. Para cada y ∈ S, kf kkx − yk ≥ |f (x − y)| = d(x, S) e desta forma

kf kd(x, S) = kf k inf{kx − yk : y ∈ S} ≥ d(x, S).

Sendo d(x, S) > 0, temos que kf k = 1. Portanto pelo Teorema de Hahn-Banach (1.1) existe γ ∈ X0 satisfazendo γ(S) = {0}, γ(x) = d(x, S) = inf{kx − yk : y ∈ S} e kγk = 1, como quer´ıamos. ♠

Corol´ario 1.3. Sejam X um espa¸co normado e x ∈ X n˜ao nulo. Ent˜ao existe γ ∈ X0 tal que γ(x) = kxk e kγk = 1.

Demonstra¸c˜ao:

Considerando S = {0}, podemos usar o corol´ario 1.2 para afirmar que existe γ ∈ X0 satisfazendo γ(x) = kxk e kγk = 1. ♠

Corol´ario 1.4. Seja X um espa¸co normado, e sejam x, y ∈ X distintos. Ent˜ao existe γ ∈ X0 tal que γ(x) 6= γ(y).

Demonstra¸c˜ao:

x − y 6= 0. Ent˜ao considerando de novo S = {0}, pelo corol´ario 1.2 existe γ ∈ X0 satisfazendo γ(x) − γ(y) = γ(x − y) = kx − yk > 0. Assim, γ(x) 6= γ(y). ♠

Teorema 1.5 (Teorema da aplica¸c˜ao aberta). Sejam E e F espa¸cos de Banach e T ∈ L(E; F ) sobrejetora. Ent˜ao para cada subconjunto aberto U de E temos que T (U ) ´e um aberto de F .

Teorema 1.6 (Princ´ıpio da limita¸c˜ao uniforme). Sejam E um espa¸co de Banach, Y um espa¸co normado e F uma fam´ılia n˜ao vazia de elementos de L(E; Y ). Se sup{kT (x)k : T ∈ F } ´e finito para cada x ∈ E, ent˜ao sup{kT k : T ∈ F } ´e finito.

(9)

Teorema 1.7 (Teorema de Banach-Steinhaus). Sejam E um espa¸co de Banach, Y um espa¸co normado e (Tn)n uma sequˆencia em L(E; Y ).

Ent˜ao, se para cada x ∈ E existir lim

n→∞Tn(x), teremos que T (x)

. = lim

n→∞Tn(x) ´e uma

transforma¸c˜ao linear cont´ınua de E em Y . Demonstra¸c˜ao:

T ´e linear, pois para cada x, y ∈ E e cada λ ∈ K temos que T (x+λy) = lim

n→∞Tn(x+λy) = limn→∞(Tn(x)+λTn(y)) = limn→∞Tn(x)+λ limn→∞Tn(y) = T (x)+λT (y).

Como sup{kTn(x)k : n ∈ N} ´e finito para cada x ∈ E, ent˜ao pelo princ´ıpio da limita¸c˜ao

uniforme existe M > 0 tal que sup{kTnk : n ∈ N} < M. Ent˜ao para cada x ∈ E com

kxk ≤ 1 temos que kTn(x)k < M , e assim kT (x)k ≤ M . Portanto T ´e cont´ınua. ♠

Vers˜oes mais gerais desses Teoremas podem ser encontradas nas referˆencias citadas ao in´ıcio do cap´ıtulo.

Vamos precisar tamb´em dos dois pr´oximos resultados sobre funcionais lineares. Recorde-mos que um hiperplano em X por defini¸c˜ao ´e um subespa¸co pr´oprio de X maximal, isto ´e, um subespa¸co pr´oprio H de X ´e um hiperplano se para cada subespa¸co H0 distinto de H satisfazendo H ⊂ H0 ⊂ X tivermos que H0 = X.

Proposi¸c˜ao 1.8. Sejam X um K-espa¸co vetorial e H um hiperplano em X. Ent˜ao existe γ ∈ X∗ tal que γ−1(0) = H.

Reciprocamente, se γ ´e um funcional linear n˜ao nulo de X, ent˜ao H = γ. −1(0) ´e um hiperplano.

Demonstra¸c˜ao:

Sejam H hiperplano de X e v ∈ X\H. Temos que X = H ⊕ [v], isto ´e, cada x ∈ X se escreve de maneira ´unica na forma x = hx+ λxv, onde hx∈ H e λx ∈ K.

Definimos γ : X → K por γ(x)= λ. x. ´E facil ver que γ ´e linear, e vale que γ−1(0) = H

pois γ(x) = 0 ⇔ λx = 0 ⇔ x = hx+ 0v ⇔ x ∈ H.

Seja agora γ um funcional linear n˜ao nulo de X, e seja v ∈ X tal que γ(v) = 1. Cada y ∈ X se escreve como y = (y − γ(y)v

| {z }

∈γ−1(0)

) + γ(y)v. Agora γ−1(0) ´e um subespa¸co pr´oprio de X, mas cada y ∈ X se escreve como y = w + kv, com w ∈ γ−1(0), de forma

(10)

que X = γ−1(0) + [v]. Logo, γ−1(0) ´e hiperplano. ♠

Proposi¸c˜ao 1.9. Sejam X um K-espa¸co vetorial e γ, γ1, . . . , γn ∈ X∗. Ent˜ao ∩nj=1γ −1 j (0) ⊂

γ−1(0) se e somente se existem α1, . . . , αn ∈ K tais que γ = n

X

j=1

αjγj.

Demonstra¸c˜ao:

Uma das implica¸c˜oes ´e imediata. Para mostrar a outra, definamos T ∈ La(X; Kn) por

T (x)= (γ. 1(x), . . . , γn(x)), ∀x ∈ X.

Observe que para cada x ∈ T−1(0) temos que x ∈ ∩nj=1γj−1(0), e desta forma por hip´otese x ∈ γ−1(0).

Desta forma, podemos definir ψ : T (X) ⊂ Kn → K como sendo, para cada T (x) ∈ T (X),

ψ(T (x))= γ(x).. ψ est´a bem definida, pois para cada x, y ∈ X, temos que

T (x) = T (y) ⇔ T (x − y) = 0 ⇔ x − y ∈ T−1(0) ⇔ x − y ∈ γ−1(0) ⇔ γ(x) = γ(y). Sejam T (x) e T (y) ∈ T (X) e λ ∈ K. Ent˜ao

ψ(T (x) + λT (y)) = ψ(T (x + λy)) = γ(x + λy) = γ(x) + λγ(y) = ψ(T (x)) + λψ(T (y)), logo ψ ´e linear, e ´e cont´ınua por estar definida em um espa¸co de dimens˜ao finita.

Aplicando o Teorema de Hahn-Banach (1.1), sabemos que existe uma aplica¸c˜ao linear cont´ınua eψ : Kn→ K tal que, para todo x ∈ X, eψ(T (x)) = ψ(T (x)).

Seja {e1, . . . , en} a base canˆonica de Kn. Ent˜ao para cada x ∈ X

γ(x) = ψ(T (x)) = eψ(T (x)) = eψ(γ1(x), . . . , γn(x)) = eψ n X j=1 γj(x)ej ! = n X j=1 e ψ(ej)γj(x) e portanto γ = n X j=1 e

(11)

1.1

Decomposi¸

ao de Schauder incondicional

A defini¸c˜ao de decomposi¸c˜ao de Schauder incondicional em um espa¸co de Ba-nach ´e semelhante `a defini¸c˜ao de base de Schauder incondicional, como veremos a seguir. Primeiro, vamos definir base de Schauder. Para tal, precisamos estabelecer o conceito de convergˆencia incondicional de s´eries:

Defini¸c˜ao 1.10. Dizemos que uma s´erie

X

n=1

xn em E ´e incondicionalmente

conver-gente a x se para cada σ permuta¸c˜ao dos naturais tivermos que

X

n=1

xσ(n) = x.

Exemplo 1.11. A s´erie em R dada por

X

n=1

(−1)n

n ´e convergente mas n˜ao ´e incondicional-mente convergente.

Defini¸c˜ao 1.12. Uma sequˆencia (xn)n em um espa¸co de Banach E ´e dita uma base de

Schauder para E se para cada x ∈ E existe uma ´unica sequˆencia de escalares (λn)n tal

que x = ∞ X n=1 λnxn.

Se al´em disso a s´erie converge incondicionalmente para cada x ∈ E, dizemos que (xn)n ´e

uma base de Schauder incondicional para E.

Observa¸c˜ao: Decorre diretamente da defini¸c˜ao acima que, se (xn)n ´e uma base de

Schauder para um espa¸co de Banach E, ent˜ao [{xn}n∈N] = E.

Exemplo 1.13. A base cl´assica de Schauder para C[0, 1] ´e uma base de Schauder que n˜ao ´e incondicional.

A base cl´asica de Schauder ´e dada pela sequˆencia (sn)∞n=0de elementos de C[0, 1], dada

por s0(t) . = 1, s1(t) . = t e para n ≥ 2 sn(t) =        2m t − (2n−2 2m − 1)  se 2n−22m − 1 ≤ t < 2n−1 2m − 1 1 − 2m t − (2n−12m − 1)  se 2n−12m − 1 ≤ t < 2n 2m − 1

0 caso contr´ario

(12)

s0(t) -6 1 1 s1(t) -6 1 1    s2(t) -6 1 1 @ @ @ s3(t) -6 1 1   A A A s4(t) -6 1 1   A A A s5(t) -6 1 1   C C C s6(t) -6 1 1   C C C s7(t) -6 1 1   C C C s8(t) -6 1 1   C C C

Esse exemplo ´e de [21], artigo no qual foi introduzida a no¸c˜ao de base de Schauder. Exemplo 1.14. Se E = co ou lp com 1 ≤ p < ∞, a sequˆencia (en)n ´e base de Schauder

para E. Mas (en)

n n˜ao ´e base de Schauder para l∞.

Verifiquemos que (en)

n ´e base de Schauder incondicional para lp. Para cada x =

(x1, x2, . . .) ∈ lp temos que ∞

X

n=1

|xn|p converge, de forma que

x − N X i=1 xiei p = k(0, . . . , 0, xN +1, xN +2, . . .)kp = ∞ X i=N +1 |xi|p !1p N → 0 e portanto a s´erie ∞ X n=1

xnen converge a x. Assim, (en)n ´e base de Schauder para lp. Para

mostrar que essa base de Schauder ´e incondicional, consideremos σ uma permuta¸c˜ao dos naturais. Vamos definir f : N → N por

f (n)= sup{σ(j) : j ∈ N, j ≤ n}..

Observe que f (n)→ ∞. Considerando a sequˆencia de escalares (xn σ(n))n temos que

x − N X i=1 xσ(i)eσ(i) p =       X i 6= σ(j) j = 1, . . . , N |xi|p       1 p ≤   ∞ X i=f (N )+1 |xi|p   1 p N → 0.

Desta forma, a s´erie

X

i=1

xiei converge incondicionalmente para x, e podemos concluir que

(en)

(13)

Verifiquemos agora que (en)n ´e base de Schauder incondicional para co. Seja x =

(x1, x2, . . .) ∈ co. Dado  > 0, existe no ∈ N tal que |xn| < , para cada n ≥ no natural.

Ent˜ao x − n X i=1 xiei

= k(0, . . . , 0, xn+1, xn+2, . . .)k∞ ≤ , para cada n ≥ no natural,

de forma que a s´erie

X

n=1

xnen converge a x. Vamos verificar que a convergˆencia ´e

incondi-cional: seja σ uma permuta¸c˜ao dos naturais. Vamos definir g : N → N por g(n)= inf{j ∈ N : {1, . . . , n} ⊂ {σ(1), . . . , σ(j)}}..

Considerando novamente a sequˆencia de escalares (xσ(n))n, temos agora para cada n ≥

g(no) que x − n X i=1 xσ(i)eσ(i) = sup{kxjk : j 6= σ(i), i = 1, . . . , n} ≤ sup{kxjk : j > no} ≤ 

e assim a s´erie converge incondicionalmente.

Para verificar que (en)n n˜ao ´e base de Schauder para l∞, considero x= (1, 1, . . .) ∈ l. ∞.

Para cada (λn)n sequˆencia de escalares temos, para cada N natural, que

x − N X i=1 λiei = k(1 − λ1, . . . , 1 − λN, 1, 1, . . .)k∞≥ 1 de forma que ∞ X n=1

λnen n˜ao converge x. Como (λn)n ´e arbitr´aria, concluimos nossa

veri-fica¸c˜ao.

Para definirmos decomposi¸c˜ao de Schauder incondicional, se far´a necess´aria a no¸c˜ao de proje¸c˜ao, dada pela defini¸c˜ao a seguir.

Defini¸c˜ao 1.15. Sejam um K-espa¸co vetorial X e S um subespa¸co de X. Dizemos que Π : X → S ´e uma proje¸c˜ao se Π for linear e Π(Π(x)) = Π(x), para cada x ∈ X.

A defini¸c˜ao de base de Schauder incondicional pode ser reescrita da seguinte forma: ”Seja (xn)n uma sequˆencia em E e En

.

(14)

incondicional para E se para cada x ∈ E existir uma sequˆencia (yn)n em E satisfazendo

yn ∈ En, ∀n ∈ N, tal que x = ∞

X

n=1

yn e a s´erie converge incondicionalmente.”

´

E natural generalizar essa defini¸c˜ao da seguinte maneira:

Defini¸c˜ao 1.16. Dizemos que um espa¸co de Banach E tem decomposi¸c˜ao de Schauder incondicional (ou FDD incondicional), se existirem {En}n∈N subespa¸cos de E de

di-mens˜ao finita tais que cada x ∈ E se escreve de maneira ´unica como x =

X

i=1

xi,

onde xi ∈ Ei, ∀i ∈ N, a s´erie ´e incondicionalmente convergente e as n-´esimas proje¸c˜oes

associadas `a decomposi¸c˜ao definidas por Πn(x)

. =Pn

i=1xi s˜ao cont´ınuas.

Exemplo 1.17. Seja E com base de Schauder incondicional. Ent˜ao E tem FDD incondi-cional.

Neste caso uma poss´ıvel decomposi¸c˜ao ´e a formada pelos subespa¸cos gerados por cada elemento da base.

Em particular, os espa¸cos lp com 1 ≤ p < ∞ tem FDD incondicional.

Nem sempre um espa¸co com FDD incondicional tem base de Schauder, como se vˆe pelo seguinte exemplo:

Exemplo 1.18. Seja E o espa¸co de Banach formado pelos operadores compactos do l2 que

tˆem representa¸c˜ao triangular com respeito `a base canˆonica, isto ´e, que podem ser escritos matricialmente como [T ] =        a11 a12 a13 · · · a22 a23 a33 0 . ..       

Considero para cada n ∈ N o subespa¸co Bn de E formado pelos operadores que se

escrevem como [T ] =           0 · · · 0 a1n 0 · · · .. . ... ... ... 0 · · · 0 ann 0 · · · .. . ... 0 ... .. .          

(15)

N˜ao ´e dif´ıcil ver que {Bn}n∈N´e uma decomposi¸c˜ao incondicional para E, e como cada

Bntem dimens˜ao finita {Bn}n∈N´e uma FDD incondicional para E. No entanto, mostra-se

em [10] que este espa¸co n˜ao admite base de Schauder. Observe que dim Bn

n

→ ∞.

Em um espa¸co de Banach (E, k · k) com FDD incondicional {En}npodemos introduzir

uma outra norma ||| · |||, em fun¸c˜ao de k · k e de {En}n, da seguinte maneira:

||| · ||| : x ∈ E 7→ sup m∈N ( m X n=1 xn ) ∈ R onde x = ∞ X n=1 xn, xi ∈ Ei, ∀i ∈ N. ´

E evidente que para cada x ∈ E, |||x||| ≥ 0 e que |||x||| = 0 se e somente se x = 0. Para cada λ ∈ K, |||λx||| = supm∈N ( λ m X n=1 xm ) = supm∈N ( |λ| m X n=1 xm ) = |λ| supm∈N ( m X n=1 xm ) = |λ| |||x|||. Se x = ∞ X n=1 xn e y = ∞ X n=1 yn∈ E, |||x + y||| = supm∈N ( m X n=1 xm+ ym ) ≤ supm∈N ( m X n=1 xm + m X n=1 xm ) ≤ supm∈N ( m X n=1 xm ) + supm∈N ( m X n=1 xm ) = |||x||| + |||y||| .

Provamos portanto que ||| · ||| ´e de fato uma norma sobre E.

Proposi¸c˜ao 1.19. Seja (E, k · k) um espa¸co de Banach com FDD incondicional {En}n.

Ent˜ao (E, ||| · |||) ´e um espa¸co de Banach e existe uma constante K > 0 tal que para cada x ∈ E,

(16)

Para demonstrar a proposi¸c˜ao acima utilizaremos a seguinte consequˆencia do Teorema da aplica¸c˜ao aberta (1.5):

Lema 1.20. Sejam E um K-espa¸co vetorial e k · k1, k · k2 normas sobre E. Se (E, k · k1)

e (E, k · k2) forem espa¸cos de Banach e a aplica¸c˜ao identidade

id : (E, k · k1) → (E, k · k2)

for cont´ınua, ent˜ao as normas k · k1 e k · k2 s˜ao equivalentes, isto ´e, existem K1, K2 > 0

tais que

K1kxk1 ≤ kxk2 ≤ K2kxk1, ∀x ∈ E.

Demonstra¸c˜ao (do lema):

Como por hip´otese id : (E, k · k1) → (E, k · k2) ´e cont´ınua, defino K2

.

= kidk > 0 e temos que

kxk2 ≤ K2kxk1, ∀x ∈ E.

Pelo Teorema da aplica¸c˜ao aberta (1.5) temos que id−1 : (E, k·k2) → (E, k·k1) tamb´em

´e cont´ınua.

Assim, para cada x ∈ E posso escrever kxk1 ≤ kid−1kkxk2, e definindo K1

.

= kid−1k−1

temos que

kxk2 ≥ K1kxk1, ∀x ∈ E,

como quer´ıamos. ♠

Demonstra¸c˜ao (da proposi¸c˜ao):

Observa¸c˜ao: No decorrer desta demonstra¸c˜ao, as s´eries convergentes a que nos referirnos s˜ao convergentes na norma original de E, k · k.

Seja x ∈ E. Temos que kxk ≤ |||x|||, pois |||x||| = sup m∈N ( m X n=1 xn ) ≥ ∞ X n=1 xm = kxk.

Para provar que (E, ||| · |||) ´e um espa¸co de Banach, basta provar que cada sequˆencia de Cauchy em (E, ||| · |||) converge.

Seja ent˜ao (xj) j = ∞ X n=1 xjn ! j

uma sequˆencia de Cauchy com rela¸c˜ao a ||| · |||, e vamos mostrar que para cada n ∈ N, a sequˆencia (xj

(17)

cada, j1, j2, k ∈ N, k ≥ 2, kxj1 k − x j2 kk = k X n=1 (xj1 n − xjn2) − k−1 X n=1 (xj1 n − xjn2) ≤ 2 ∞ X n=1 (xj1 n − xjn2) = 2 ∞ X n=1 xj1 n − ∞ X n=1 xj2 n .

Assim, como (xj)j ´e de Cauchy com rela¸c˜ao a ||| · |||, temos que (x j

k)j ´e de Cauchy com

rela¸c˜ao a k · k. para cada natural k ≥ 2, e (xj1) tamb´em ´e de Cauchy com rela¸c˜ao a k · k pois kxj1 1 − x j2 1 k ≤ ∞ X n=1 (xj1 n − x j2 n) = ∞ X n=1 xj1 n − ∞ X n=1 xj2 n .

Sendo (E, k · k) completo, temos para cada k ∈ N que (xjk)j converge para xk em E.

Vamos mostrar que

X

n=1

xn converge e que a sequˆencia (xj)j converge a ∞ X n=1 xn na norma ||| · |||. Seja  > 0. Como (xj)

j ´e de Cauchy com rela¸c˜ao a ||| · |||, existe j ∈ N tal que, se

j1, j2 ∈ N, j1, j2 ≥ j, ent˜ao para cada m ∈ N vale

m X n=1 xj2 n − m X n=1 xj1 n ≤ m X n=1 xj2 n − m X n=1 xj1 n <  3. Ent˜ao, fazendo j2 → ∞ e j1 = j, temos para cada m ∈ N que

m X n=1 xn− m X n=1 xj n <  3 (1.1)

e assim, para m1, m2 ∈ N, m2 ≥ m1, temos

m2 X n=m1 xn− m2 X n=m1 xj n ≤ m2 X n=1 xn− m2 X n=1 xj n + m1−1 X n=1 xn− m1−1 X n=1 xj n ≤ 2 3.

Seja agora m∈ N tal que para cada m1, m2 ∈ N com m2 ≥ m1 ≥ m vale a

desigual-dade m2 X n=m1 xj n < 3. Ent˜ao m2 X n=m1 xn ≤ m2 X n=m1 xn− m2 X n=m1 xj n + m2 X n=m1 xj n < 

(18)

sempre que m1 e m2 s˜ao naturais com m2 ≥ m1 ≥ m, e portanto ∞

X

n=1

xn converge.

Observe que a inequa¸c˜ao 1.1 tamb´em ´e verdadeira para cada m ∈ N se substituirmos j por um natural j ≥ j. Isto ´e,

m X n=1 (xn− xjn) <  3, ∀m, j ∈ N, j ≥ j. Logo, tomando-se o supremo deste valor em m temos que

∞ X n=1 (xn− xjn) = ∞ X n=1 xn− ∞ X n=1 xjn ≤  3, ∀j ∈ N, j ≥ j. Ent˜ao ∞ X n=1

xn ´e o limite da sequˆencia (xj)j com rela¸c˜ao a ||| · |||, e podemos concluir que

(E, ||| · |||) ´e um espa¸co de Banach.

Para mostrar que existe K > 0 tal que para cada x ∈ E temos |||x||| ≤ Kkxk, basta verificar que as normas k · k e ||| · ||| s˜ao equivalentes. Como kxk ≤ |||x|||, para cada x ∈ E, a aplica¸c˜ao identidade id : (E, ||| · |||) → (E, k · k) ´e cont´ınua. Logo, como mostramos que (E, ||| · |||) ´e espa¸co de Banach , pelo lema 1.20 podemos concluir que as normas k · k e ||| · ||| s˜ao equivalentes. ♠

A seguir estudamos uma importante propriedade topol´ogica dos espa¸cos de Banach com FDD incondicional.

Proposi¸c˜ao 1.21. Seja E um espa¸co de Banach com FDD incondicional {En}n∈N. Ent˜ao

E ´e separ´avel.

Lema 1.22. Seja X um espa¸co normado qualquer. Se existe um conjunto enumer´avel A ⊂ X satisfazendo [A] = X, ent˜ao X ´e separ´avel.

Demonstra¸c˜ao (do lema):

X ´e um K-espa¸co normado, com K = R ou C. Se K = R, definimos Q = Q, e se. K = C , definimos Q= {a + bi : a, b ∈ Q}. Em ambos os casos, Q ´e denso e enumer´avel. em K.

Vamos escrever A = {an}n∈N, e vamos definir

Dj . = ( j X n=1 qnan: q1, . . . , qj ∈ Q ) e D = ∪. ∞j=1Dj.

(19)

Cada Dj ´e enumer´avel e portanto D ´e enumer´avel. Vamos verificar que D ´e denso em X,

concluindo assim a demonstra¸c˜ao.

Sejam x ∈ X e  > 0. Como [A] = X, existem m ∈ N e r1, . . . , rm ∈ K tais que

x − m X n=1 rnan ≤  2.

Sendo Q denso em K, existem q1, . . . , qm ∈ Q tais que, para cada n ∈ {1, . . . , m} temos

|rn− qn| ≤  2mkank se an6= 0 e |rn− qn| ≤  2m se an= 0. Ent˜ao x − m X n=1 qnan ≤ x − m X n=1 rnan + m X n=1 (rn− qn)an ≤  2+ m X n=1 |rn− qn|kank ≤  2+  2 = , como quer´ıamos. ♠

Demonstra¸c˜ao (da proposi¸c˜ao):

Para cada i ∈ N, seja {ei1, . . . , eini} uma base para Ei. O conjunto B .

= ∪∞i=1{ei1, . . . , eini} ´e enumer´avel, por ser reuni˜ao enumer´avel de conjuntos finitos; provemos que [B] = E, e poderemos concluir pelo lema 1.22 que E ´e separ´avel. Sejam ent˜ao x ∈ E e  > 0 quaisquer e mostremos que existe um elemento y ∈ [B] tal que kx − yk < .

x se escreve na forma x =

X

i=1

xi, onde para cada i ∈ N, xi = αi1ei1+ · · · + αinieini ∈ Ei

e existe N ∈ N tal que x − N X i=1 xi < . Mas y =. N X i=1 xi = N X i=1

αi1ei1+ · · · + αinieini ∈ [B], de onde segue o resultado. ♠

Observa¸c˜ao: Em [7] h´a um exemplo de espa¸co de Banach que ´e separ´avel mas n˜ao possui FDD incondicional. Esse exemplo ´e conhecido como exemplo de Enflo.

Como consequˆencia do lema, temos o seguinte:

Corol´ario 1.23. Seja E um espa¸co de Banach com base de Schauder. Ent˜ao E ´e separ´avel.

(20)

1.2

Topologia fraca

Vamos definir em um espa¸co normado a topologia fraca. Para isto necessitaremos dos conceitos que a seguir.

Defini¸c˜ao 1.24. Seja X um espa¸co normado. Sejam a ∈ X, f1, . . . , fn ∈ X0 e  > 0.

Definimos U (a; f1, . . . , fn; ) . = {x ∈ X : sup i=1...,n |fi(x − a)| < }.

Diremos que U (a; f1, . . . , fn; ) ´e uma vizinhan¸ca fraca de a.

Diremos que V ⊂ X ´e um conjunto fracamente aberto de X se para cada a ∈ V existirem f1, . . . , fn ∈ X0 e  > 0 tais que U (a; f1, . . . , fn; ) ⊂ V .

Observe que trivialmente ∅ ´e fracamente aberto. Proposi¸c˜ao 1.25. O conjunto

σ(X, X0)= {V ⊂ X : V ´. e fracamente aberto}, ´e uma topologia sobre X.

σ(X, X0) ´e chamada de topologia fraca sobre X.

Demonstra¸c˜ao:

1) Trivialmente se verifica que ∅, X ⊂ σ(X, X0).

2) Sejam I um conjunto de ´ındices n˜ao vazio e {Vi}i∈I tais que Vi ∈ σ(X, X0), ∀i ∈ I.

Vamos mostrar que ∪i∈IVi ∈ σ(X, X0).

Se Vi = ∅, ∀i ∈ I, ent˜ao ∪i∈IVi = ∅ ∈ σ(X, X0). Caso contr´ario, seja a ∈ ∪i∈IVi.

Ent˜ao existe io ∈ I, a ∈ Vio. Como Vio ∈ σ(X, X

0), existem f

1, . . . , fn ∈ X0 e  > 0 tais

que U (a; f1, . . . , fn; ) ⊂ Vio ⊂ ∪i∈IVi e portanto ∪i∈IVi ∈ σ(X, X

0

). 3) Sejam V1, V2 ∈ σ(X, X0) e vamos mostrar que V1∩ V2 ∈ σ(X, X0).

Se V1 ∩ V2 = ∅, sabemos que V1∩ V2 ∈ σ(X, X0). Suponhamos ent˜ao que V1∩ V2 6= ∅,

e seja a ∈ V1∩ V2.

Como V1, V2 ∈ σ(X, X0), existem f1, . . . , fn, g1, . . . , gm ∈ X0 e 1, 2 > 0 tais que

(21)

Vamos mostrar que U (a; f1, . . . , fn, g1, . . . , gm; ) ⊂ V1∩ V2, onde 

.

= min{1, 2}. De

fato, se x ∈ U (a; f1, . . . , fn, g1, . . . , gm; ), ent˜ao

sup{|f1(x − a)|, . . . |fn(x − a)|, |g1(x − a)|, . . . , |gm(x − a)|} <  ≤ 1.

Em particular, |fi(x − a)| < 1, ∀i ∈ {1, . . . , n} e assim temos que x ∈ V1.

De forma an´aloga provamos que x ∈ V2. Ent˜ao U (a; f1, . . . , fn, g1, . . . , gm; ) ⊂ V1∩ V2.

Proposi¸c˜ao 1.26. Seja X um espa¸co normado, e seja τ (X) a topologia induzida pela norma de X. Ent˜ao

σ(X, X0) ⊂ τ (X). Demonstra¸c˜ao:

Seja V ∈ σ(X, X0) n˜ao vazio, e vamos mostrar que V ∈ τ (X). Fixado a ∈ V , basta verificar que existe r > 0 tal que Br(a) ⊂ V .

Como V ∈ σ(X, X0), existem f1, . . . , fn ∈ X0 e  > 0 tais que U (a; f1, . . . , fn; ) ⊂ V .

Seja r = max 

i=1,...,n{kfik}+1, e vamos provar que Br(a) ⊂ U (a; f1, . . . , fn; ). Seja x ∈ Br(a). Ent˜ao kx − ak < max 

i=1,...,n{kfik}+1, e desta forma para cada i ∈ {1, . . . , n},

|fi(x − a)| ≤ kfikkx − ak < kfik



maxi=1,...,n{kfik} + 1

< 

e portanto supi=1,...,n{|fi(x−a)|} < , de forma que x ∈ U (a; f1, . . . , fn; ), como quer´ıamos.

Precisamos estabelecer a no¸c˜ao de convergˆencia fraca de sequˆencias para podermos posteriormente definir o que ´e continuidade sequencial fraca:

Defini¸c˜ao 1.27. Seja X um espa¸co normado. Uma sequˆencia (xn)n ´e dita fracamente

convergente (para x ∈ X) se ela ´e convergente (para x) com rela¸c˜ao `a topologia fraca sobre X.

Neste caso, escreveremos xn w

→ x.

A seguinte caracteriza¸c˜ao de convergˆencia fraca ser´a muito utilizada quando estivermos trabalhando com polinˆomios:

(22)

Teorema 1.28. Sejam X um espa¸co normado, x ∈ X e (xn)n uma sequˆencia em X. Ent˜ao xn w → x se e somente se f (xn) → f (x), ∀f ∈ X0. Demonstra¸c˜ao: Suponhamos que xn w

→ x e seja f ∈ X0. Dado  > 0, existe n

o ∈ N tal que para cada

n ≥ no natural, xn ∈ U (x; f ; ), pelo fato deste conjunto ser fracamente aberto.

Assim, para n ≥ no natural, |f (x) − f (xn)| < . Como  > 0 ´e arbitr´ario, temos que

f (xn) → f (x), como quer´ıamos.

Suponhamos agora que f (xn) → f (x) para cada f ∈ X0. Seja V um conjunto

fraca-mente aberto contendo x. Ent˜ao existem f1, . . . , fk ∈ X0 e  > 0 tais que

x ∈ U (x; f1, . . . , fk; ) ⊂ V.

Para cada i ∈ {1, . . . , k}, pelo fato de fi(xn) → fi(x), temos que existe ni ∈ N tal que

|fi(xn) − fi(x)| <  para cada n ≥ ni natural.

Se tomarmos no = max. i=1,...,k{ni}, teremos para cada n ≥ no natural e cada i ∈

{1, . . . , k} que |fi(xn) − fi(x)| <  e portanto xn ∈ U (x; f1, . . . , fk; ) ⊂ V . Ou seja, (xn)n

converge fracamente a x. ♠

Corol´ario 1.29. Sejam X e Y espa¸cos normados, T ∈ L(X; Y ) e (xn)n uma sequˆencia

em X convergindo fracamente a x. Ent˜ao T (xn) w

→ T (x). Demonstra¸c˜ao:

Basta verificar que, dado f ∈ Y0, f (T (xn)) → f ((T (x)). Mas, j´a que T ´e cont´ınua,

f ◦ T ∈ X0, e ent˜ao podemos usar o Teorema acima para concluir a demonstra¸c˜ao. ♠

Corol´ario 1.30. Sejam X um espa¸co normado, x ∈ X e (xn)n uma sequˆencia em X. Se

xn → x, ent˜ao xn w

→ x. Demonstra¸c˜ao:

Se xn → x, temos que f (xn) → f (x), ∀f ∈ X0, e pelo Teorema anterior podemos

concluir que xn w

→ x. ♠

Exemplo 1.31. No espa¸co lp, 1 < p < ∞, a sequˆencia (ek)k formada pelos elementos da

(23)

A sequˆencia (ek)k n˜ao converge pois para cada l, k naturais distintos temos que kel−

ekk = √p

2, e assim (ek)

k n˜ao ´e de Cauchy.

Para mostrar que ek w→ 0, pelo Teorema anterior basta que, para cada f ∈ l0

p, f (ek) →

f (0) = 0.

Fixo f ∈ l0p. Ent˜ao existe (an)n ∈ lq, onde

1 p+ 1 q = 1, tal que f (x) = ∞ X n=1 anxn, para

cada x ∈ lp. Logo, f (ek) = ak, e ak → 0 pelo fato de (an)n ∈ lq e assim concluimos nossa

verifica¸c˜ao.

A seguir temos duas importantes propriedades das sequˆencias fracamente convergentes: Teorema 1.32. Sejam X um espa¸co normado, x ∈ X e (xn)n uma sequˆencia em X

convergindo fracamente a x. Ent˜ao as seguintes afirma¸c˜oes s˜ao verdadeiras: 1) (xn)n ´e limitada;

2) O limite de (xn)n com rela¸c˜ao `a topologia fraca ´e ´unico.

Demontra¸c˜ao:

1) Definimos para cada n ∈ N Fn∈ X00 por Fn(f )

.

= f (xn), para cada f ∈ X0.

Como xn w

→ x, para cada f ∈ X0 temos que f (xn) → f (x), e assim

lim

n→∞Fn(f ) = limn→∞f (xn) = f (x)

de forma que para cada f ∈ X0 o conjunto {Fn(f ) : n ∈ N} ´e limitado. Como al´em disso

X0 ´e um espa¸co de Banach, podemos usar o princ´ıpio da limita¸c˜ao uniforme (1.6) para concluir que existe M > 0 tal que kFnk ≤ M , para cada n ∈ N. Assim,

|Fn(f )| ≤ kFnkkf k ≤ M kf k, ∀f ∈ X0, n ∈ N.

Vamos supor que kxnk > 0, para cada n ∈ N. Pelo corol´ario 1.3 (do Teorema de

Hahn-banach) podemos afirmar que para cada n ∈ N existe fn ∈ X0 tal que fn(xn) = kxnk e

kfnk = 1. Ent˜ao para cada n ∈ N,

kxnk = |fn(xn)| = |Fn(fn)| ≤ M kfnk = M,

ou seja, (xn)n ´e limitada. Observe que a desigualdade acima vale trivialmente quando

kxnk = 0.

2) Suponhamos que xn w

→ y, para algum y ∈ X distinto de x. Como j´a sabemos que xn

w

→ x, temos que para cada f ∈ X0, f (x

(24)

K ´e ´unico, concluimos que f (x) = f (y), para cada f ∈ X0. Agora, pelo corol´ario 1.4 (do Teorema de Hahn-Banach) existe f0 ∈ X0 tal que f0(x) 6= f0(y), uma contradi¸c˜ao. ♠

Proposi¸c˜ao 1.33. Sejam X um espa¸co normado, x ∈ X e (xn)n uma sequˆencia em X.

Ent˜ao xn w

→ x se e somente se as seguintes duas afirma¸c˜oes s˜ao verdadeiras: 1) A sequˆencia (kxnk)n ´e limitada em K;

2) Existe um conjunto M ⊂ X0 tal que [M ] ´e denso em X0 e ∀f ∈ M , f (xn) → f (x).

Demonstra¸c˜ao: Se xn

w

→ x, as afirma¸c˜oes (1) e (2) seguem diretamente dos Teoremas 1.32 e 1.28, respectivamente.

Suponhamos agora que (kxnk)n ´e limitada e que exista M ⊂ X0 satisfazendo as

condi¸c˜oes de (2). Vamos mostrar que, dado f ∈ X0, f (xn) → f (x).

Seja  > 0, e seja K > 0 tal que kxnk < K, ∀n ∈ N e kxk < K. Como [M] ´e denso em

X0, existe g ∈ M tal que kg − f k < 

3K. Como por hip´otese g(xn) → g(x), existe no ∈ N tal que para cada n ≥ no natural temos que |g(xn) − g(x)| <

 3. Ent˜ao, para cada natural n ≥ no

|f (xn) − f (x)| ≤ |f (xn) − g(xn)| + |g(xn) − g(x)| + |g(x) − f (x)| <  3Kkxnk +  3 +  3Kkxk ≤  3+  3+  3 =  e assim podemos concluir que f (xn) → f (x). ♠

O corol´ario 1.34 nos d´a mais explicitamente uma caracteriza¸c˜ao das sequˆencias fraca-mente convergentes nos espa¸cos lp, com 1 < p < ∞.

Corol´ario 1.34. Considero o espa¸co lp, com 1 < p < ∞, e sejam x = (x1, x2, . . .) um

elemento e (xk)k uma sequˆencia em lp, onde cada xk= (xk1, xk2, . . .).

Vale ent˜ao que xk w

→ x se e somente se as seguintes duas afirma¸c˜oes s˜ao verdadeiras: 1) A sequˆencia (kxkk) k ´e limitada em K; 2) Para cada n ∈ N, xk n k → xn.

Observe que a sequˆencia (kek)

kem lp´e um exemplo de sequˆencia que satisfaz a condi¸c˜ao

(25)

Demonstra¸c˜ao: Basta tomar M = {ej} j ⊂ lq = l0p, com 1 p + 1

q = 1, que satisfaz [{e

j}

j] = lq. Para este

M , a condi¸c˜ao (2) da proposi¸c˜ao acima ´e equivalente `a condi¸c˜ao (2) do corol´ario, pois para cada j ∈ N, ej ´e um representante do funcional fj : (xn)n 7→ xj. ♠

(26)

Cap´ıtulo 2

Polinˆ

omios homogˆ

eneos cont´ınuos

2.1

Aplica¸

oes multilineares

A defini¸c˜ao de polinˆomio homogˆeneo em um espa¸co de Banach ´e baseada na defini¸c˜ao de aplica¸c˜oes multilineares. Esses dois t´opicos s˜ao apresentados neste cap´ıtulo de forma bastante suscinta, de forma que apresentam-se apenas os resultados que ser˜ao utilizados no pr´oximo cap´ıtulo. Um estudo com mais detalhes pode ser encontrado em [16] e [19] .

Defini¸c˜ao 2.1. Sejam m ∈ N e X1, . . . , Xm, Y K-espa¸cos vetoriais. Uma aplica¸c˜ao A :

X1 × · · · × Xm → Y ´e dita uma aplica¸c˜ao m-linear se para cada i ∈ {1, . . . , m} a

aplica¸c˜ao xi 7→ A(x1, . . . , xi, . . . , xm) for linear de Xi em Y .

Definimos tamb´em La(X1, . . . , Xm; Y ) como sendo o K-espa¸co vetorial de todas

as aplica¸c˜oes m-lineares de X1× · · · × Xm em Y .

Quando X = X1 = · · · = Xm, escrevemos La(mX; Y )

.

= La(X1, . . . , Xm; Y ). Por

conveniˆencia definimos La(0X; Y )

. = Y . Quando Y = K, escrevemos La(mX)

.

= La(mX; K).

Para o estudo da continuidade das aplica¸c˜oes m-lineares, estaremos sempre considerando espa¸cos normados, e consideramos em X1× · · · × Xm a norma k · k : X1× · · · × Xm → R

definida por k(x1, . . . , xm)k

.

= sup

i∈{1,...,m}

kxik.

Uma caracteriza¸c˜ao de continuidade de transforma¸c˜oes m-lineares se d´a pelo seguinte Teorema:

(27)

Teorema 2.2. Sejam X1, . . . , Xm, Y espa¸cos normados e A ∈ La(X1, . . . , Xm; Y ). Ent˜ao

s˜ao equivalentes as seguintes afirma¸c˜oes: 1) A ´e cont´ınua;

2) A ´e cont´ınua na origem;

3) Existe M > 0 tal que kA(x1, · · · , xm)k ≤ M kx1k . . . kxmk, para cada (x1, . . . , xm) ∈

X1× · · · × Xm.

Demonstra¸c˜ao: ´

E evidente que (1)⇒(2).

Para mostrar que (2)⇒(3) temos por hip´otese A cont´ınua na origem. Logo, existe δ > 0 tal que se kxk < δ ent˜ao kA(x)k ≤ 1. Seja x = (x1, . . . , xn) com xi 6= 0 para cada i ∈

{1, . . . , m}. Temos que  δx1 2kx1k , . . . , δxn 2kxnk  < δ, assim A  δx1 2kx1k , . . . , δxn 2kxnk  ≤ 1. Desta forma, kA(x1, . . . , xn)k ≤

2m

δmkx1k . . . kxmk. Se para algum i ∈ {1, . . . , m} tivermos

que xi = 0, a desigualdade acima tamb´em ´e verdadeira, e portanto a afirma¸c˜ao (3) ´e

verdadeira.

Vamos mostrar que (3)⇒(1).

Observe que A(x) − A(y) = A(x1− y1, . . . , xm) + . . . + A(y1, . . . , ym−1, xm− ym). Desta

forma,

kA(x) − A(y)k ≤ kA(x1− y1, . . . , xm)k + . . . + kA(y1, . . . , ym−1, xm− ym)k

≤ M (kx1 − y1kkx2k . . . kxmk + · · · + ky1k . . . kym−1kkxm− ymk).

Vamos agora mostrar que, fixado r > 0 A ´e uniformemente cont´ınua em Br(0)

. = {x ∈ X1× · · · × Xm: kxk < r}.

Sejam x, y ∈ X com kxk,kyk < r, ent˜ao para cada i ∈ {1, . . . , m} temos que kxik < r

e kyik < r. Logo,

kA(x) − A(y)k ≤ M rm−1(kx

1− y1k + · · · + kxm− ymk) ≤ M rm−1mkx − yk

e isto nos permite conluir que A ´e uniformemente cont´ınua sobre Br(0). Como r ´e

ar-bitr´ario, A ´e cont´ınua. ♠

Vamos destacar o seguinte detalhe da demontra¸c˜ao de (3)⇒(1):

Corol´ario 2.3. Sejam X e Y espa¸cos normados, U um subconjunto limitado de X × · · · × X e A ∈ La(mX; Y ) cont´ınua. Ent˜ao existe uma constante M ≥ 0 tal que para cada

(28)

x, y ∈ U ,

kA(x) − A(y)k ≤ M kx − yk e por conseguinte A ´e uniformemente cont´ınua sobre U .

Observa¸c˜ao: Sabemos que as transforma¸c˜oes lineares cont´ınuas s˜ao uniformemente cont´ınuas em todo o seu dom´ınio. Este resultado n˜ao ´e verdadeiro para transforma¸c˜oes multilineares quaisquer, na realidade qualquer aplica¸c˜ao m-linear com m > 1 n˜ao nula n˜ao ´e uniformemente cont´ınua em todo o dom´ınio.

Para verificar esse fato, seja A ∈ La(X1, . . . , Xm; Y ) cont´ınua n˜ao nula. Ent˜ao existem

 > 0 e (x1, . . . , xm) ∈ X1× · · · × Xm tais que kA(x1, . . . , xm)k >  > 0. Para cada δ > 0,

podemos escolher λ ∈ K tal que kλx1k < δ. Mas ent˜ao temos que

k(x1+ λx1, x2 λ, x3, . . . , xm) − (x1, x2 λ , x3, . . . , xm)k = kλx1k < δ e

kA(x1+ λx1,xλ2, x3, . . . , xm) − A(x1,xλ2, x3, . . . , xm)k = kA(λx1,xλ2, x3, . . . , xm)k

= kA(x1, x2, . . . , xm)k > .

Logo, A n˜ao ´e uniformemente cont´ınua.

Defini¸c˜ao 2.4. Sejam X1, . . . , Xm, Y espa¸cos normados. Denotamos por L(X1, . . . , Xm; Y )

o subespa¸co formado pelas transforma¸c˜oes multilineares cont´ınuas de La(X1, . . . , Xm; Y ).

Quando X1 = · · · = Xm = X, escrevemos L(mX; Y ) = L(X, . . . , X; Y ) e quando Y = K

escrevemos L(mX)= L(. mX; K).

O espa¸co L(X1, . . . , Xm; Y ) ´e um espa¸co normado se munido da norma dada pela

seguinte proposi¸c˜ao:

Proposi¸c˜ao 2.5. k · k : L(X1, . . . , Xm; Y ) → R definida por

kAk= sup{kA(x. 1, . . . , xm)k : (x1, . . . , xm) ∈ X1× · · · × Xm, k(x1, . . . , xm)k ≤ 1}

´e uma norma em L(X1, . . . , Xm; Y ), e para cada A ∈ L(X1, . . . , Xm; Y ),

(29)

Demonstra¸c˜ao:

Observemos inicialmente que para cada A ∈ L(X1, . . . , Xm; Y ) temos que

0 ≤ sup{kA(x1, . . . , xm)k : (x1, . . . , xm) ∈ X1× · · · × Xm, k(x1, . . . , xm)k ≤ 1} < ∞,

pois como j´a vimos A leva conjuntos limitados em conjuntos limitados e portanto k · k est´a bem definida.

Vamos verificar que kAk = 0 ⇔ A = 0. A implica¸c˜ao `a esquerda ´e trivial. Para mostrarmos a outra implica¸c˜ao seja A ∈ L(X1, . . . , Xm; Y ) tal que kAk = 0 e x =

(x1, . . . , xm) ∈ X1× · · · × Xm qualquer, e verifiquemos que A(x) = 0.

Se xi = 0 para algum i ∈ {1, . . . , m}, evidentemente A(x) = 0.

Se xi 6= 0 para cada i ∈ {1, . . . , m}, temos que

 x1 kx1k , . . . , xm kxmk  = 1, e logo como kAk = 0 temos A  x1 kx1k , . . . , xm kxmk  = 0. Assim, kA(x)k = A  x1 kx1k , . . . , xm kxmk  kx1k . . . kxmk = 0

e podemos concluir que A = 0. Para cada λ ∈ K,

kλAk = sup{kλA(x)k : kxk ≤ 1} = |λ| sup{kA(x)k : kxk ≤ 1} = |λkAk.

Falta verificar a desigualdade triangular. Sejam A e B ∈ L(X1, . . . , Xm; Y ). Para cada

x = (x1, . . . , xm) ∈ X1× · · · × Xm de norma menor ou igual a 1 temos que

kA(x) + B(x)k ≤ kA(x)k + kB(x)k ≤ kAk + kBk e portanto

kA + Bk = sup{kA(x) + B(x)k : x ∈ X1× · · · × Xm, kxk ≤ 1} ≤ kAk + kBk.

Vamos verificar agora que para cada A ∈ L(X1, . . . , Xm; Y ), kAk = inf{M > 0 :

kA(x1, . . . , xm)k ≤ M kx1k . . . kxmk, ∀(x1, . . . , xm) ∈ X1 × · · · × Xm}. Seja M ≥ 0 tal

que kA(x1, . . . , xm)k ≤ M kx1k . . . kxmk, ∀(x1, . . . , xm) ∈ X1× · · · × Xm. Ent˜ao para cada

x = (x1, . . . , xm) ∈ X1×· · ·×Xmcom kxk ≤ 1 temos que kA(x)k ≤ M , e assim kAk ≤ M .

Logo,

(30)

Mostremos agora que kAk ´e a maior cota inferior para {M ≥ 0 : kA(x1, . . . , xm)k ≤

M kx1k . . . kxmk, ∀(x1, . . . , xm) ∈ X1 × · · · × Xm}. Para tal, vamos fixar  > 0

qual-quer e mostrar que kAk +  n˜ao ´e cota inferior para {M ≥ 0 : kA(x1, . . . , xm)k ≤

M kx1k . . . kxmk, ∀(x1, . . . , xm) ∈ X1 × · · · × Xm}. Basta mostrar que M

.

= kAk + 2 ´e tal que kA(x1, . . . , xm)k ≤ (kAk + 2)kx1k . . . kxmk, ∀(x1, . . . , xm) ∈ X1 × · · · × Xm. A

desigualdade vale trivialmente se kxik = 0 para algum i ∈ {1, . . . , m}. Consideremos

ent˜ao kx1k, . . . , kxmk n˜ao nulos. Ent˜ao k(kxx11k, . . . ,

xm

kxmk)k = 1, e pela defini¸c˜ao de kAk temos que kA( x1 kx1k , . . . , xm kxmk )k ≤ kAk < kAk +  2. Logo, kx1k . . . kxmkkA( x1 kx1k , . . . , xm kxmk )k = kA(x1, . . . , xm)k < (kAk +  2)kx1k . . . kxmk, como quer´ıamos. ♠

Nem toda transforma¸c˜ao m-linear cont´ınua em cada vari´avel ´e continua, de acordo com o seguinte exemplo:

Exemplo 2.6. Seja E = C. L1[0, 1]. Ent˜ao a transforma¸c˜ao 2-linear B(f, g) .

=R01f (t)g(t)dt ´e cont´ınua em cada vari´avel mas n˜ao ´e cont´ınua.

Se impusermos a condi¸c˜ao adicional de os espa¸cos de partida serem de Banach, a con-tinuidade passa a ser equivalente `a continuidade em cada vari´avel, como est´a formalizado no Teorema abaixo:

Teorema 2.7. Sejam E1, . . . , Em espa¸cos de Banach e Y um espa¸co normado. Ent˜ao

A ∈ La(E1, . . . , Em; Y ) ´e cont´ınua se e somente se o ´e em cada vari´avel.

Demonstra¸c˜ao:

Suponhamos que A ´e cont´ınua. As fun¸c˜oes xi 7→ A(x1, . . . , xi, . . . , xm) s˜ao cont´ınuas

pois s˜ao restri¸c˜oes de A a {x1} × · · · × {xi−1} × Ei× {xi+ 1} × · · · × {xm} ⊂ E1× · · · × Em.

Vamos mostrar a outra implica¸c˜ao primeiro no caso em que A ´e bilinear. Seja A : E1 × E2 → Y bilinear cont´ınua em cada vari´avel. Para cada y em E2 vamos definir

Ay(x)

.

= A(x, y), uma aplica¸c˜ao linear cont´ınua por hip´otese. Para cada x ∈ E1, Ax(y)

. =

(31)

A(x, y) tamb´em ´e linear e cont´ınua, e portanto existe Mx > 0 tal que kAx(y)k ≤ Mxkyk,

para cada y ∈ E2.

Temos que kAy(x)k = kA(x, y)k = kAx(y)k ≤ Mxkyk. Em particular, se y ∈ E2 ´e tal

que kyk ≤ 1, ent˜ao kAy(x)k ≤ Mx.

Vamos considerar a fam´ılia F = {A. y : y ∈ E2, kyk ≤ 1}. Ent˜ao kAy(x)k ≤ Mx,

para cada Ay em F . Pelo princ´ıpio da limita¸c˜ao uniforme (1.6), existe M > 0 tal que

kAyk ≤ M , para cada Ay ∈ F . Ent˜ao para cada (x, y) ∈ E1 × E2 tal que kxk ≤ 1 e

kyk ≤ 1, temos que kA(x, y)k = kAy(x)k ≤ kAyk ≤ M , e logo para cada (x, y) ∈ E1× E2

temos kA(x, y)k ≤ M kxkkyk. Ent˜ao A ´e cont´ınua.

Vamos provar a tese por indu¸c˜ao: suponhamos que todo operador (m − 1)-linear cont´ınuo em cada vari´avel ´e cont´ınuo. Ent˜ao para cada xm ∈ Em o operador Axm ∈ La(E1× · · · × Em−1; Y ) definido por Axm(x1, . . . , xm−1)

.

= A(x1, . . . , xm−1, xm) ´e cont´ınuo

em cada vari´avel, portanto cont´ınuo. Logo, existe Mxm tal que

kA(x1, . . . , xm)k = kAxm(x1, . . . , xm−1)k ≤ Mxmkx1k . . . kxm−1k.

Se adicionalmente kxik ≤ 1 para cada i ∈ {1, . . . , m−1} temos que kA(x1, . . . , xm−1, xm)k ≤

Mxm. Agora vamos definir, para cada (x1, . . . , xm−1) ∈ E1 × · · · × Em−1, o operador lin-ear Ax1,...,xm−1 ∈ L(Em; Y ) por Ax1,...,xm−1(xm)

.

= A(x1, . . . , xm−1, xm) e consideremos a

fam´ılia G = {Ax1,...,xm−1 : xi ∈ Ei e kxik ≤ 1, ∀i ∈ {1, . . . , m − 1}}. Ent˜ao, por um racioc´ınio similar ao feito anteriormente nesta demonstra¸c˜ao, para cada xm em Em com

kxmk ≤ 1 existe Mxm satisfazendo kAx1,...,xm(xm)k = kA(x1, . . . , xm)k ≤ Mxm, para cada (x1, . . . , xm−1) ∈ E1× · · · × Em−1 com kxik ≤ 1, ∀i ∈ {1, . . . , m − 1}. Assim, novamente

pelo princ´ıpio da limita¸c˜ao uniforme (1.6), kAx1,...,xmk ≤ M , para cada Ax1,...,xm em G. Isto ´e, kxik ≤ 1, ∀i ∈ {1, . . . , m} implica em kA(x1, . . . , xm)k ≤ M , e portanto A ´e cont´ınua. ♠

Corol´ario 2.8. Seja A ∈ La(X1, . . . , Xm; Y ) onde Xi ´e de dimens˜ao finita, para cada

i ∈ {1, . . . , m}. Ent˜ao A ´e cont´ınua. Demonstra¸c˜ao:

Para cada i ∈ {1, . . . , m} o espa¸co Xi ´e de Banach por ser de dimens˜ao finita, e pelo

mesmo motivo temos tamb´em que A ´e cont´ınua em cada vari´avel. Portanto, pelo Teorema anterior, A ´e cont´ınua. ♠

(32)

Teorema 2.9. Sejam X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn, Z espa¸cos normados. Ent˜ao os espa¸cos

L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn; Z) e L(X1, . . . , Xm; L(Y1, . . . , Yn; Z))

s˜ao isom´etricos. Demonstra¸c˜ao:

Vamos mostrar que a fun¸c˜ao

φ : L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn; Z) → L(X1, . . . , Xm; L(Y1, . . . , Yn; Z))

definida por φ(A)(x)(y) = A(x, y), para cada x = (x. 1, . . . , xm) ∈ X1 × · · · × Xm e cada

y = (y1, . . . , yn) ∈ Y1× · · · × Yn, ´e uma isometria.

Precisamos mostrar que a defini¸c˜ao de φ acima ´e coerente: seja A ∈ L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn; Z)

e vamos mostrar que de fato

φ(A) ∈ L(X1, . . . , Xm; L(Y1, . . . , Yn; Z)).

Fixemos x = (x1, . . . , xm) ∈ X1 × · · · × Xm. ´E evidente que a aplica¸c˜ao φ(A)(x) ´e

n-linear, e ´e cont´ınua de norma menor ou igual a kAkkx1k . . . kxmk pois para cada y =

(y1, . . . , yn) ∈ Y1×· · ·×Yn, kφ(A)(x)(y)k = kA(x, y)k ≤ kAkkx1k . . . kxmkky1k . . . kynk. ´E

facil ver que φ(A) ´e m-linear. Ent˜ao pelo fato de que para x = (x1, . . . , xm) ∈ X1×· · ·×Xm

arbitr´ario temos kφ(A)(x)k ≤ kAkkx1k . . . kxmk, segue que φ(A) ´e cont´ınua. Mostramos

portanto que φ(A) ∈ L(X1, . . . , Xm; L(Y1, . . . , Yn; Z)) e que kφ(A)k ≤ kAk, para cada

A ∈ L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn; Z).

φ ´e linear, pois se A, B ∈ L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn; Z) e λ ∈ K, ent˜ao para cada

(x, y) ∈ X1× · · · × Xm× Y1× · · · × Yn temos que

φ(A + λB)(x)(y) = A(x, y) + λB(x, y) = φ(A)(x)(y) + λφ(B)(x)(y).

Como kφ(A)k ≤ kAk para cada A ∈ L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn; Z), segue que φ ´e

cont´ınua.

Para verificar que φ ´e injetora, basta mostrar que φ−1(0) = {0}. De fato, se φ(A) = 0, temos que A(x, y) = φ(A)(x)(y) = 0, para cada x ∈ X1× . . . × Xm, y ∈ Y1× . . . × Yn, isto

(33)

Para provar que φ ´e sobrejetora fixemos B ∈ L(X1, . . . , Xm; L(Y1, . . . , Yn; Z)) e vamos

mostrar que A : X1× · · · × Xm× Y1× · · · × Yn→ Z definida por A(x, y)

.

= B(x)(y) ´e tal que A ∈ L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn; Z) e φ(A) = B. ´E f´acil ver que A ´e multilinear. Vamos

mostrar que, para cada (x, y) = (x1, . . . , xm, y1, . . . , yn) ∈ X1× · · · × Xm× Y1× · · · × Yn,

A ´e cont´ınua em (x, y). De fato,

kA(x, y)k = kB(x)(y)k ≤ kB(x)kky1k . . . kynk ≤ kBkkx1k . . . kxmkky1k . . . kynk

observando-se que a primeira desigualdade ´e devida `a continuidade de B(x), e a segunda desigualdade ´e devida `a continuidade de B. Podemos concluir ent˜ao que A ´e cont´ınua, e ev-identemente φ(A) = B, pela defini¸c˜ao de φ. Observe tamb´em que kAk ≤ kBk = kφ(A)k. Como acabamos de mostrar que φ ´e uma bije¸c˜ao entre L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn; Z) e

L(X1, . . . , Xm; L(Y1, . . . , Yn; Z)), podemos afirmar que

kAk ≤ kφ(A)k, ∀A ∈ L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn; Z).

Mostramos anteriormente que kφ(A)k ≤ kAk, ∀A ∈ L(X1, . . . , Xm, Y1, . . . , Yn; Z), e

por-tanto φ preserva norma.

Como φ ´e linear, cont´ınua, bijetora, e preserva norma, segue que φ−1 ´e cont´ınua e φ ´e uma isometria, como quer´ıamos. ♠

Uma consequˆencia not´avel deste Teorema ´e o seguinte corol´ario:

Corol´ario 2.10. Sejam X1, . . . , Xm espa¸cos normados e F um espa¸co de Banach.

Ent˜ao L(X1, . . . , Xm; F ) ´e espa¸co de Banach.

Demonstra¸c˜ao:

Vamos mostrar que L(X1, · · · , Xm; F ) ´e completo por indu¸c˜ao.

´

E sabido, para o caso m = 1, que L(X1; F ) ´e completo. Vamos supor que L(X1, . . . , Xm; F )

´e completo, e precisamos mostrar que L(X0, X1, . . . , Xm; F ) ´e completo.

L(X0; L(X1, . . . , Xm; F )) ´e completo pelo fato de L(X1, . . . , Xm; F ) ser espa¸co de

Ba-nach, e pelo Teorema anterior L(X0; L(X1, . . . , Xm; F )) ´e isom´etrico a L(X0, X1, . . . , Xm; F )).

(34)

2.2

Aplica¸

oes Multilineares Sim´

etricas

Vamos estudar agora este importante subespa¸co das aplica¸c˜oes multilineares. Mais adiante veremos que os espa¸cos de polinˆomios s˜ao isomorfos aos espa¸cos de transforma¸c˜oes multilineares sim´etricas.

Defini¸c˜ao 2.11. Sejam X, Y K-espa¸cos vetoriais. Uma aplica¸c˜ao m-linear A : Xm → Y

´e dita sim´etrica se para cada x1, . . . , xm∈ X tivermos que

A(x1, . . . , xm) = A(xσ(1), . . . , xσ(m)), ∀σ ∈ Sm,

onde Sm ´e o grupo de permuta¸c˜oes de m elementos.

Denotamos por Las(mX; Y ) o espa¸co das transforma¸c˜oes m-lineares sim´etricas

de Xm em Y , e se X e Y forem normados denotamos por L

s(mX; Y ) o espa¸co das

transforma¸c˜oes m-lineares sim´etricas cont´ınuas de Xm em Y . Quando Y = K,

escrevemos Las(mX; K)

.

= Las(mX) e Ls(mX; K)

.

= Ls(mX)

Para simplificar nota¸c˜oes, utilizamos a seguinte conven¸c˜ao, para qualquer A multilin-ear: A(x1, . . . , x1 | {z } n1vezes , x2, . . . , x2 | {z } n2vezes , . . . , xk, . . . , xk | {z } nkvezes )= Ax. n1 1 . . . x nk k

A seguir est´a enunciada a f´ormula de Leibniz, cuja demonstra¸c˜ao omitiremos pois ´e muito t´ecnica e est´a bem escrita em [19], mas que tem importantes consequˆencias para o estudo dos polinˆomios em espa¸cos de Banach:

Teorema 2.12 (F´ormula de Leibniz). Sejam X, Y K-espa¸cos vetoriais e A ∈ Las(mX; Y ),

e seja k ∈ N. Ent˜ao para cada x1, . . . , xk ∈ X vale que

A(x1+ · · · + xk)m = X n1+···+nk=m m! n1! . . . nk! Axn1 1 . . . x nk k onde cada n1, . . . , nk ∈ N0.

Usaremos com mais frequˆencia a vers˜ao da f´ormula de Leibniz para o caso k = 2: Corol´ario 2.13 (F´ormula binomial). Sejam X, Y K-espa¸cos vetoriais e A ∈ Las(mX; Y ).

Ent˜ao para cada x, y ∈ X vale que A(x + y)m = m X k=0 m k ! Axm−kyk.

(35)

Demonstra¸c˜ao:

Basta observar que X

n1+n2=m m! n1!n2! Axn1yn2 = m X n=0 m! n!(m − n)!Ax n ym−n e o resultado ´e a aplica¸c˜ao direta da f´ormula de Leibniz. ♠

Outra consequˆencia da f´ormula de Leibniz ´e a f´ormula de polariza¸c˜ao, apresentada no pr´oximo Teorema.

Teorema 2.14 (F´ormula de polariza¸c˜ao). Sejam X, Y K-espa¸cos vetoriais e A ∈ Las(mX; Y ).

Ent˜ao para cada x1, . . . , xm ∈ X vale que

A(x1, . . . , xm) = 1 m!2m X i= ±1 1 ≤ i ≤ m 1. . . mA(1x1+ · · · + mxm)m. Demonstra¸c˜ao:

Pela f´ormula de Leibiniz, temos para cada x1, . . . , xm ∈ X que

A(1x1+ · · · + mxm)m = X n1+···+nm=m m! n1! . . . nm! A(1x1)n1. . . (mxm)nm = X n1+···+nm=m m! n1! · · · nm! n1 1 . . .  nm m Ax n1 1 . . . x nm m . Ent˜ao X i= ±1 1 ≤ i ≤ m 1· · · mA(1x1+ · · · + mxm)m = X i= ±1 1 ≤ i ≤ m 1. . . m X n1+···+nm=m m! n1! . . . nm! n1 1 . . .  nm m Ax n1 1 . . . x nm m = X n1+···+nm=m m! n1! . . . nm! Axn1 1 . . . x nm m X i= ±1 1 ≤ i ≤ m n1+1 1 . . .  nm+1 m .

Quando nj ´e zero para algum j ∈ N, temos que  nj+1 j = 1j e assim X i= ±1 1 ≤ i ≤ m n1+1 1 . . . nmm+1 = X j=±1 j X i= ±1 i 6= j n1+1 1 . . .  nj−1+1 j−1  nj+1+1 j+1 . . .  nm+1 m = 0.

(36)

Desta forma, todas as parcelas da somat´oria X n1+···+nm=m m! n1! . . . nm! Axn1 1 . . . x nm m X i= ±1 1 ≤ i ≤ m n1+1 1 . . .  nm+1 m

se anulam, exceto a parcela em que n1 = · · · = nm = 1. Como

X i= ±1 1 ≤ i ≤ m 1+11 . . . 1+1m = X i= ±1 1 ≤ i ≤ m 21. . . 2m = X i= ±1 1 ≤ i ≤ m 1 = 2m,

podemos concluir que X i= ±1 1 ≤ i ≤ m 1· · · mA(1x1+ · · · + mxm)m = X n1+···+nm=m m! n1! . . . nm! Axn1 1 . . . x nm m X i= ±1 1 ≤ i ≤ m n1+1 1 . . .  nm+1 m = m!A(x1, . . . , xm)2m,

de onde podemos deduzir a f´ormula de polariza¸c˜ao. ♠

Observa¸c˜ao: Atrav´es dessa f´ormula podemos concluir que uma transforma¸c˜ao mul-tilinear sim´etrica em X ´e unicamente determinada por seus valores na diagonal de Xm,

que ´e definida como o conjunto {(x1, · · · , xm) ∈ Xm : x1 = · · · = xm}.

2.3

Polinˆ

omios

Nesta se¸c˜ao vamos, a partir das transforma¸c˜oes multilineares, definir os polinˆomios homogˆeneos e estabelecer a rela¸c˜ao biun´ıvoca entre os polinˆomios homogˆeneos e as trans-forma¸c˜oes multilineares sim´etricas.

Defini¸c˜ao 2.15. Sejam X e Y K-espa¸cos vetoriais. Dizemos que P : X → Y ´e um polinˆomio homogˆeneo de grau m (ou polinˆomio m-homogˆeneo) e escrevemos P ∈ Pa(mX; Y ) se existir A ∈ La(mX; Y ) tal que P (x) = Axm, para cada x ∈ X.

(37)

Dizemos ent˜ao que A ´e uma transforma¸c˜ao m-linear associada a P , e que P ´e o polinˆomio m-homogˆeneo associado a A, e denotamos P = ˆA.

Quando Y = K, denotamos Pa(mX)

.

= Pa(mX; K).

´

E f´acil verificar que o conjunto Pa(mX; Y ) ´e um K-espa¸co vetorial, bem como Pa(X; Y ),

definido a seguir:

Defini¸c˜ao 2.16. Sejam X e Y K-espa¸cos vetoriais. Dizemos que P : X → Y ´e um polinˆomio (de grau m) se existem m ∈ N e Pi ∈ Pa(iX; Y ), i ∈ {0, . . . , m}, Pm 6= 0

tais que

P = P0+ P1+ · · · + Pm. (2.1)

Denotamos por Pa(X; Y ) o K-espa¸co vetorial dos polinˆomios (de grau qualquer), e

quando Y = K escrevemos Pa(X)

.

= Pa(X; K).

Na pr´oxima proposi¸c˜ao, vamos verificar que s˜ao ´unicos os polinˆomios que satisfazem 2.1. Observemos que, se X e Y s˜ao K-espa¸cos vetoriais e P ∈ P(mX; Y ), ent˜ao para cada x ∈ X e cada λ ∈ K temos que P (λx) = λmP (x).

Proposi¸c˜ao 2.17. Sejam X e Y K-espa¸cos vetoriais. Ent˜ao Pa(X; Y ) ´e a soma direta

alg´ebrica dos espa¸cos Pa(mX; Y ), com m ∈ N.

Demonstra¸c˜ao:

Basta provar que, se P ∈ P(X; Y ) ´e tal que P = P0 + · · · + Pm = 0, Pi ∈ Pa(iX; Y )

para cada i ∈ {0, . . . , m}, ent˜ao P0 = · · · = Pm = 0.

Para cada x ∈ X e r > 0 temos que

P0(rx) + P1(rx) + · · · + Pm(rx) = 0 ⇒ r0P0(x) + rP1(rx) + · · · + rmPm(x) = 0

⇒ 1

rmP0(x) +

1

rm−1P1(x) + · · · + Pm(x) = 0.

Como r > 0 ´e arbitr´ario e o lado esquerdo desta ´ultima igualdade converge a Pm(x)

quando r → ∞, temos que Pm(x) = 0, para cada x ∈ X. Assim, P = P0+ · · · + Pm−1 = 0.

Repetindo este recurso, podemos concluir que P0 = · · · = Pm = 0. ♠

Proposi¸c˜ao 2.18. Seja P ∈ Pa(mX, Y ), ent˜ao existe uma ´unica A ∈ Las(mE; F ) tal que

(38)

Demonstra¸c˜ao: Seja P ∈ Pa(mE; F ). Ent˜ao existe A ∈ La(mE; F ) com P (x) =

Axm. Vamos gerar uma aplica¸c˜ao sim´etrica a partir desta A. Defino, para cada x

1, . . . , xm ∈ X, As(x1, . . . , xm) . = 1 m! X σ∈Sm A(xσ(1), . . . , xσ(m)). ´

E f´acil verificar que As ∈ Las(mX; Y ) e que Asxm = Axm = P (x) para cada x ∈ X.

Vamos verificar a unicidade desta solu¸c˜ao. Se A0s ∈ Las(mE; F ) ´e tal que P (x) = A

0

sxm

para cada x ∈ X, ent˜ao A0sxm = Asxm, para cada x ∈ X, e pela f´ormula de polariza¸c˜ao

(2.14) concluimos que A0s = As. ♠

Observa¸c˜ao: A aplica¸c˜ao As definida na demontra¸c˜ao acima ´e dita a simetriza¸c˜ao

de A.

Considerando este resultado, podemos definir:

Defini¸c˜ao 2.19. Sejam X e Y K-espa¸cos vetoriais, e seja P ∈ Pa(mX; Y ). Denotamos

por ˇP a ´unica transforma¸c˜ao m-linear sim´etrica de X em Y tal que, para cada x ∈ X, ˇ

P xm = P (x). Dizemos que ˇP ´e a tranforma¸ao m-linear sim´etrica associada a

P .

Observemos que, dado um polinˆomio homogˆeneo P , a f´ormula de polariza¸c˜ao (2.14) nos permite obter ˇP .

Proposi¸c˜ao 2.20. Sejam X e Y espa¸cos vetoriais. Ent˜ao a fun¸c˜ao ϕ : Las(mX; Y ) →

Pa(mX; Y ) definida por ϕ(A)

.

= ˆA ´e um isomorfismo sobrejetor de espa¸cos vetoriais. Demonstra¸c˜ao:

A aplica¸c˜ao ϕ ´e bijetora pela proposi¸c˜ao 2.18. Assim, basta verificar ϕ ´e linear. Sejam A1, A2 ∈ Las(mE; F ) e λ ∈ K. Ent˜ao para cada x ∈ X,

ϕ(A1+ λA2)(x) =(A1\+ λA2)(x) = (A1 + λA2)xm= A1xm+ (λA2)xm

= A1xm+ λ(A2xm) = cA1(x) + λcA2(x) = ϕ(A1)(x) + λϕ(A2)(x),

como quer´ıamos. ♠

Quando X e Y s˜ao espa¸cos normados, denotamos por P(mX; Y ) o subespa¸co

(39)

subespa¸co vetorial de Pa(X; Y ) formado pelos polinˆomios cont´ınuos. Temos a seguinte

caracteriza¸c˜ao para os polinˆomios homogˆeneos cont´ınuos, semelhante aos casos linear e multilinear:

Teorema 2.21. Sejam X, Y espa¸cos normados, A ∈ Las(mX; Y ) e P ∈ Pa(mX; Y ) com

ˆ

A = P . Ent˜ao s˜ao equivalentes as seguintes afirma¸c˜oes: 1) A ∈ Ls(mX; Y );

2) P ∈ P(mX; Y );

3) P ´e cont´ınuo na origem;

4) Existe M > 0 tal que kP (x)k ≤ M kxkm, para cada x ∈ X.

Demontra¸c˜ao:

((1) ⇒ (2)) Definindo f : x ∈ X → (x, . . . , x) ∈ Xm, temos que P = A ◦ f . Como f e

A s˜ao cont´ınuas, P tamb´em ´e. ((2) ⇒ (3)) Trivial.

((3) ⇒ (4)) P (0) = 0, e por hip´otese P ´e cont´ınuo na origem. Ent˜ao dado  = 1 existe δ > 0 tal que kxk < δ ⇒ kP (x)k ≤ 1. Para cada x ∈ X n˜ao nulo, temos que

δx 2kxk < δ e desta forma P  δ 2 x kxk  ≤ 1. Como P  δ 2 x kxk  = δ m 2m P  x kxk  = δ m 2mkxkmkP (x)k, segue que kP (x)k ≤ 2 m δmkxk m , como quer´ıamos.

(40)

x1, . . . , xm ∈ X satisfazendo kxik ≤

1

m, para cada i ∈ {1, . . . , m}. Ent˜ao kA(x1, . . . , xm)k ≤ 1 m!2m X i= ±1 1 ≤ i ≤ m |1. . . m|kA(1x1+ · · · + mxm)mk ≤ 1 m!2m X i= ±1 1 ≤ i ≤ m kP (1x1+ · · · + mxm)k ≤ 1 m!2m X i= ±1 1 ≤ i ≤ m M k(1x1+ · · · + mxm)km ≤ 1 m!2m X i= ±1 1 ≤ i ≤ m M (kx1k + · · · + kxmk)m = 1 m!2m2 mM = M m!.

Sejam agora x1, . . . , xm ∈ X n˜ao nulos. Ent˜ao para cada i ∈ {1, . . . , m},

xi mkxik ≤ 1 m. Pelo que acabamos de mostrar temos que

A  x1 mkx1k , . . . , xm mkxmk  ≤ M m!. Ent˜ao kA(x1, . . . , xm)k mmkx 1k . . . kxmk = A  x1 mkx1k , . . . , xm mkxmk  ≤ M m! e portanto kA(x1, . . . , xm)k ≤ M mm m! kx1k . . . kxmk.

Como a desigualdade acima vale tamb´em para o caso em que xi = 0 para algum

i ∈ {1, . . . , m}, podemos concluir pelo Teorema 2.2 que A ´e cont´ınua. ♠

Como consequˆencia do corol´ario 2.3, temos o seguinte resultado an´alogo ao caso mul-tilinear:

Proposi¸c˜ao 2.22. Sejam X e Y espa¸cos normados, U ⊂ X um conjunto limitado e P ∈ P(mX; Y ). Ent˜ao existe uma constante M ≥ 0 tal que para cada x, y ∈ U ,

kP (x) − P (y)k ≤ M kx − yk

(41)

Demonstra¸c˜ao:

Seja A ∈ L(mX; Y ) tal que ˆA = P . Pelo corol´ario 2.3, temos que existe M ≥ 0 tal

que para cada x1, . . . , xm, y1, . . . , ym ∈ U ,

kA(x1, . . . , xm) − A(y1, . . . , ym)k ≤ M k(x1− y1, . . . , xm− ym)k.

Em particular, para cada x, y ∈ U

kP (x) − P (y)k = kA(x, . . . , x) − A(y, . . . , y)k ≤ M k(x − y, . . . , x − y)k = M kx − yk, como quer´ıamos. ♠

Sobre o K-espa¸co vetorial P(mX; Y ) podemos definir a norma dada pela proposi¸c˜ao

seguinte.

Proposi¸c˜ao 2.23. Sejam X, Y espa¸cos normados. Ent˜ao k · k : P(mX; Y ) → R definida por

kP k= sup{kP (x)k : kxk ≤ 1}.

´e uma norma sobre P(mX; Y ), e para cada P ∈ P(mX; Y ) temos que

kP k = inf{M ≥ 0 : kP (x)k ≤ M kxkm, ∀x ∈ X}.

Demonstra¸c˜ao:

A demonstra¸c˜ao ´e an´aloga `a da proposi¸c˜ao 2.5. ♠

Estabelecida a norma no espa¸co dos polinˆomios homogˆeneos cont´ınuos, temos o seguinte aprimoramento da proposi¸c˜ao 2.20:

Proposi¸c˜ao 2.24. Sejam X e Y espa¸cos normados. Ent˜ao para cada A ∈ Ls(mX; Y )

temos que

k bAk ≤ kAk ≤ m

m

m!k bAk (2.2)

e a fun¸c˜ao φ : A ∈ Ls(mX; Y ) → ˆA ∈ P(mX; Y ) ´e um isomorfismo topol´ogico.

Demonstra¸c˜ao: Vimos na proposi¸c˜ao 2.20 que ϕ : A ∈ Las(mX; Y ) → ˆA ∈ Pa(mX; Y )

´e um isomorfismo de espa¸cos vetoriais. Como φ = ϕ |Ls(mX;Y ), φ ´e linear e injetora. Se P pertence a P(mX; Y ), pela proposi¸c˜ao 2.18 existe A ∈ L

as(mX; Y ) tal que bA = P . Pela

(42)

Fixemos A ∈ Ls(mX; Y ) e vamos verificar a desigualdade em quest˜ao. Para m = 0

ou 1, a desigualdade vale trivialmente. Consideremos ent˜ao m ≥ 2. Temos para cada x ∈ X que k bA(x)k = kAxmk ≤ kAkkxkm. Logo, k bAk ≤ kAk. Sejam x

1, . . . , xm ∈ E, com

kxik ≤ 1 para cada i ∈ {1, . . . , m}. Ent˜ao

kA(x1, . . . , xm)k ≤ 1 m!2m X i= ±1 1 ≤ i ≤ m |1. . . m|kA(1x1+ · · · + mxm)mk ≤ 1 m!2m X i= ±1 1 ≤ i ≤ m k bA(1x1+ · · · + mxm)k ≤ 1 m!2m X i= ±1 1 ≤ i ≤ m k bAkk1x1+ · · · + mxmkm ≤ 1 m!2m X i= ±1 1 ≤ i ≤ m k bAk(k1x1k + · · · + kmxmk)m ≤ 1 m!2m2 mk bAkmm = mm m! kAk e podemos concluir que kAk ≤ m

m

m!k bAk. ♠

O pr´oximo exemplo ilustra a necessidade da constante m

m

m! na inequa¸c˜ao 2.2. Exemplo 2.25. Seja A ∈ L(ml

1; K) definida para cada xj = (xjn)n ∈ l1, j ∈ {1, . . . , m}

por A(x1, . . . , xm) = 1 m! X σ∈Sm xσ(1)1 . . . xσ(m)m . Ent˜ao kAk = 1 m! e k ˆAk = 1

mm, de forma que kAk =

mm

m! k ˆAk.

Sem grande dificuldade pode ser verificado esse resultado. Os c´alculos detalhados podem ser encontrados em [19].

Corol´ario 2.26. Sejam X um espa¸co normado e F um espa¸co de Banach. Ent˜ao P(mE; F ) ´e um espa¸co de Banach. Em particular, P(mX) ´e um espa¸co de Banach.

(43)

Vimos que L(mX; F ) ´e completo. Vamos verificar que Ls(mX; F ) ⊂ L(mX; F ) ´e

fechado: seja A ∈ Ls(mX; F ), e mostremos que A ´e sim´etrica.

Seja ent˜ao (An)n uma sequˆencia em Ls(mX; F ) tal que kAn − Ak → 0. Fixemos

(x1, . . . , xm) em Xm. Para cada n ∈ N, temos

kAn(x1, . . . xm) − A(x1, . . . , xm)k ≤ kAn− Akkx1k . . . kxmk.

Como kAn − Ak → 0, temos que An(x1, . . . xm) → A(x1, . . . xm). Mas, para qualquer

σ ∈ Sm,

An(x1, . . . xm) = An(xσ(1), . . . , xσ(m)) → A(xσ(1), . . . , xσ(m)).

Ent˜ao, pela unicidade do limite, A(x1, · · · , xm) = A(xσ(1), · · · , xσ(m)). Como (x1, . . . , xm)

e σ s˜ao arbitr´arios, concluimos que A ´e sim´etrica.

Como pela proposi¸c˜ao 2.24 P(mX; Y ) ´e topologicamente isomorfo a L

s(mX; Y ), e

por-tanto ´e fechado, como quer´ıamos. ♠

Teorema 2.27 (Teorema de Banach-Steinhaus para polinˆomios homogˆeneos). Sejam E um espa¸co de Banach, Y um espa¸co normado e (Pn)n uma sequˆencia em P(mE; Y ) tal

que, para cada x ∈ X, a sequˆencia (Pn(x))n ´e convergente.

Ent˜ao, chamando P (x) = lim.

n→∞Pn(x), temos que P ∈ P(

mE; Y ).

Demonstra¸c˜ao:

Pela f´ormula de polariza¸c˜ao (2.14), para cada x1, . . . , xm ∈ E temos que

lim n→∞ ˇ Pn(x1, . . . , xm) = lim n→∞ 1 m!2m X i= ±1 1 ≤ i ≤ m 1. . . mPˇn(1x1 + · · · + mxm)m = 1 m!2m X i= ±1 1 ≤ i ≤ m 1. . . mlim n→∞Pn(1x1 + · · · + mxm) = 1 m!2m X i= ±1 1 ≤ i ≤ m 1. . . mP (1x1+ · · · + mxm)

de forma que ( ˇPn(x1, · · · , xm))n ´e convergente.

Definamos, A(x1, . . . , xm) . = lim n→∞ ˇ Pn(x1, . . . , xm), para cada x1, . . . , xm ∈ E. N˜ao ´e

dif´ıcil ver que A ∈ Las(mE; Y ), e que para cada x ∈ X temos que P (x) = lim

n→∞Pn(x) =

lim

n→∞

ˇ

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