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RELATÓRIO. 4. Contrarrazões apresentadas. 5. É o que havia de relevante para relatar.

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RELATÓRIO

1. Trata-se de remessa oficial e apelações contra sentença que JULGOU

PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido, para declarar o direito do autor à isenção de Imposto de Renda sobre seus proventos de aposentadoria na forma do art. 6º, XIV da Lei nº. 7.713/88, bem como para condenar a União à restituição dos valores indevidamente retidos a esse título a partir de dezembro de 2014, atualizados mensalmente pela taxa SELIC.

2. Em sede de razões de apelação, a União alega que o autor não faz jus à isenção do IFPF, pois não existe manifestação administrativa na qual conste EXPRESSAMENTE que a PERÍCIA MÉDICA OFICIAL concluiu que a doença SE ENQUADRA na previsão legal de isenção, ou seja, que a doença é daquelas constantes no rol previsto na Lei 7.713/88.

3. A parte autora interpôs recurso apelatório aduzindo, em síntese, que não há base legal alguma para assegurar a isenção apenas a contar da data do laudo pericial,

mormente quando dormitam nos autos inúmeros documentos comprovando que a moléstia é bem anterior, e quando o perito apenas disse que não sabe precisar a data de início da doença.

4. Contrarrazões apresentadas.

5. É o que havia de relevante para relatar.

PROCESSO Nº: 0801054-82.2013.4.05.8100 - APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO APELANTE: LUIS DAVID DE SOUSA NETO (e outro)

ADVOGADO: PASCHOAL DE CASTRO ALVES (e outro) APELADO: FAZENDA NACIONAL (e outro)

ADVOGADO: AMAILZA SOARES PAIVA

ADVOGADO: PASCHOAL DE CASTRO ALVES

RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL CONVOCADO FLÁVIO LIMA - 1º TURMA

PROCESSO Nº: 0801054-82.2013.4.05.8100 - APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO APELANTE: LUIS DAVID DE SOUSA NETO (e outro)

ADVOGADO: PASCHOAL DE CASTRO ALVES (e outro) APELADO: FAZENDA NACIONAL (e outro)

(2)

VOTO

1. A sentença apelada JULGOU PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido,

para declarar o direito do autor à isenção de Imposto de Renda sobre seus proventos de

aposentadoria na forma do art. 6º, XIV da Lei nº. 7.713/88, bem como para condenar a União à restituição dos valores indevidamente retidos a esse título a partir de dezembro de 2014,

atualizados mensalmente pela taxa SELIC.

2. O art. 6o., inciso XIV, da Lei 7.713/88, com redação dada pela Lei 11.052/04, isenta do imposto de renda os proventos de aposentadoria percebidos pelos

portadores das moléstias indicadas no referido dispositivo, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após a aposentação.

3. Dessa forma, o art. 30 da Lei 9.250/92 e a recente redação do art. 6o., da Lei 7.713/88, conferida pela Lei 11.052/04, dispõem:

Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

§1º O serviço médico oficial fixará o prazo de validade do laudo pericial, no caso de moléstias passíveis de controle (Lei 9.250/95).

* * *

Art. 6º. Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas:

(...)

XIV - os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os ADVOGADO: PASCHOAL DE CASTRO ALVES

(3)

percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental,

esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,

hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (Lei 7.713/88 com redação dada pela Lei 11.052/04).

4. Conforme laudo da perícia realizada em Juízo, o demandante é portador de cardiopatia grave irreversível, porém, o aludido expert noticia não ser possível precisar a data em que a doença do autor se tornou grave de forma irreversível.

5. Entretanto, o compulsar dos autos revela a existência de provas de que o demandante é portador de cardiopatia grave desde, pelo menos, 18.02.2008, como se observa do relatório médico emitido por cirurgião cardíaco do Hospital Universitário Walter Cantídio - UFC (Id. 4058100.83563), de tal forma que, pelo conjunto probatório dos autos, resta provado que o

apelado é portador de paralisia irreversível e incapacitante desde 2008.

6. Nesta senda, segundo posicionamento firmado pelo egrégio STJ, o art. 30 da Lei 9.250/95, condicionando o reconhecimento da isenção do IR à apresentação de laudo pericial emitido por serviço médico oficial para comprovação das doenças previstas no art. 6o., XIV, da Lei 7.713/88, tem como destinatário a Administração Pública; eis que, judicialmente, prevalecem os princípios do contraditório e ampla defesa, podendo a parte se utilizar de todos os meios de provas admitidos para o reconhecimento de seu direito, podendo o Juiz apreciar o conjunto probatório livremente, não estando, portanto, adstrito ao laudo pericial, conforme arts. 131 e 436 do CPC, nesse sentido:

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. ISENÇÃO. NEOPLASIA MALIGNA. INÍCIO DO BENEFÍCIO. LAUDO MÉDICO OFICIAL. DESNECESSIDADE.

1. Conforme estabelecido no art. 6º , inciso XIV, da Lei n.7.713/88, são isentos do imposto de renda os benefícios de aposentaria percebidos por portadores de neoplasia maligna.

2. Nos termos do art. 30 da Lei n. 9.250/95, a isenção tributária somente poderá ser concedida mediante a comprovação da moléstia por laudo pericial emitido por serviço médico oficial. 3. A norma do art. 30 da Lei n. 9.250/95 não vincula o Juiz, que, nos termos dos arts. 131 e 436 do Código de Processo Civil, é livre na apreciação das provas acostadas aos autos pelas partes litigantes.

4. Recurso especial parcialmente provido. (REsp 673741/PB, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/02/2005, DJ 09/05/2005, p. 357)

(4)

Regional:

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. LEI Nº 7.713/88. ISENÇÃO. PORTADOR DE ALZHEIMER. TERMO A QUO. DATA DO INÍCIO DA MOLÉSTIA. COMPROVAÇÃO MEDIANTE ATESTADO MÉDICO. POSSIBILIDADE.

1. Cuida-se a espécie de ação ordinária com o desiderato precípuo de obter o reconhecimento do direito de isenção do IRPF sobre os rendimentos de aposentadoria do autor, tendo em vista ser portador, desde agosto de 2002, da doença de Alzheimer-CID: G.30.1-, reconhecida pela Lei n°7.713/88 como causa de isenção do IRPF.

2. Sobre o tema, forçoso o entendimento de que o termo inicial para o gozo do benefício é a data na qual foi constatada a moléstia que acomete o demandante, através de exame realizado por médico habilitado e não, necessariamente, a data da emissão de laudo oficial. Isso porque o art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713/88, ao estabelecer a isenção do imposto de renda sobre os

proventos percebidos pelo portador das moléstias ali elencadas, não faz qualquer menção à data de elaboração de documento oficial como marco para a fruição do referido benefício.

3. A jurisprudência do STJ tem decidido que o termo inicial da isenção da imposto de renda sobre proventos de aposentadoria prevista no art. 6º, XIV, da Lei 7.713/88 é a data de comprovação da doença mediante diagnóstico médico, e não a data de emissão do laudo oficial. Precedentes: REsp 812.799/SC, 1ª T., Min. José Delgado, DJ de 12.06.2006; REsp 677603/PB, 1ª T., Ministro Luiz Fux, DJ de 25.04.2005; REsp 675.484/SC, 2ª T., Min. João Otávio de Noronha, DJ de

01.02.2005). (REsp 780.122/PB, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 06/03/2007, DJ 29/03/2007, p. 221).

4. No caso ora analisado, a doença incapacitante que acomete o autor não surge num momento preciso, mas evolui com o passar do tempo, até atingir o nível considerado grave. Essa a razão da dificuldade em fixar-se o termo inicial para o gozo da isenção prevista na Lei 7713/88, porque imprecisa a data de sua ocorrência.

5. Para a melhor solução da questão, adequado se faz adotar como parâmetro a data na qual se tem o primeiro registro médico da existência da moléstia.

6. No caso dos autos, o atestado assinado pelo médico assistente, corroborado pelos exames laboratoriais (Tomografia Computadorizada do Crânio e Cintilografia Cerebral), pela declaração de tratamento ambulatorial passada pelo Hospital Universitário Walter Cantídio - da UFCE e pelas conclusões do laudo pericial realizado por determinação judicial, são suficientes a confirmar a conclusão firmada na sentença, no sentido de assegurar ao autor o direito à isenção do IRPF desde agosto/2002, nos termos do art. 6º da Lei 7713/88, afastando a alegação de que pertinente seria a data da emissão de laudo oficial.

Apelação desprovida. (PROCESSO: 200781000102005, APELREEX13954/CE,

DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA, Primeira Turma, JULGAMENTO: 28/02/2013, PUBLICAÇÃO: DJE 07/03/2013 - Página 94)

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. MOLÉSTIA GRAVE. LEI Nº 7.713/88. ISENÇÃO. DIREITO.

(5)

doenças relacionadas no art. 6º, XIV, da Lei nº 7.713/88 são isentos do Imposto de Renda. 2. O início da isenção há de corresponder à data em que comprovada a moléstia.

3. Hipótese em que há nos autos conclusões médicas no sentido de que a parte autora é

portadora de cardiopatia grave e neoplasia maligna, doenças referidas no citado dispositivo legal. 4. A exigência de apresentação de laudo oficial para gozo do benefício, tal como apregoa o art. 30 da Lei nº 9.250/95, é direcionada à esfera administrativa, não vinculando, obviamente, o magistrado, em face do princípio da persuasão racional do conhecimento. Precedentes do eg. STJ e deste Regional.

5. Tendo as aludidas moléstias sido diagnosticadas em jun/04 e dez/07, respectivamente,

conforme relatório médico, nada obsta a restituição dos valores recolhidos indevidamente a título de IRPF a partir do qüinqüênio que antecede a propositura da ação (maio/06), corrigidos pela SELIC, tal como determinado na sentença.

6. Apelação e remessa oficial improvidas. (PROCESSO: 00063316520114058300, APELREEX20640/PE, DESEMBARGADOR FEDERAL IVAN LIRA DE CARVALHO

(CONVOCADO), Terceira Turma, JULGAMENTO: 02/02/2012, PUBLICAÇÃO: DJE 13/02/2012 -Página 80)

8. Em vista do exposto, embora o perito judicial não tenha precisado a data de início da cardiopatia grave, o conjunto probatório dos autos revela que o demandante é portador de cardiopatia grave desde 18.02.2008, razão pela qual, preenche desde esta data os requisitos para isenção prevista no art. 6o., XIV, da Lei 7.713/88.

9. Finalmente, no que se refere à prescrição do direito do autor a pleitear o indébito tributário, é entendimento assente na jurisprudência pátria, conforme julgamento do Pleno do STF no RE 566.621/RS, submetido ao regime de repercussão geral, de que o prazo prescricional de cinco anos, definido nos termos do art. 3º da LC nº. 118/2005, deve ser aplicado nas ações de repetição de indébito ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9/6/2005. Como a presente demanda foi ajuizada em 30.4.2013, está prescrita a pretensão de restituição dos tributos pagos indevidamente antes de 30.04.2008.

10. Diante do exposto, nego provimento à remessa oficial e à apelação da Fazenda Nacional e dou parcial provimento à apelação do demandante.

11. É como voto.

(6)

EMENTA

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. ISENÇÃO. CARDIOPATIA GRAVE. ART. 6º, XIV DA LEI Nº. 7.713/88. COMPROVAÇÃO DA MOLÉSTIA. LAUDO PERICIAL. TERMO INICIAL. RELATÓRIO MÉDICO DO HOSPITAL UNIVERSIDÁRIO WALTER CANTÍDIO - UFC.

1. A sentença apelada JULGOU PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido, para declarar o direito do autor à isenção de Imposto de Renda sobre seus proventos de

aposentadoria na forma do art. 6º, XIV da Lei nº. 7.713/88, bem como para condenar a União à restituição dos valores indevidamente retidos a esse título a partir de dezembro de 2014,

atualizados mensalmente pela taxa SELIC.

2. A cardiopatia grave se enquadra, expressamente, na lista de doenças listadas no art. 6o. da Lei 7.713/88, que conferem aos seus portadores o direito à isenção do IRPF, sendo suficiente a sua comprovação por laudo médico particular. Precedentes do STJ e deste TRF.

3. Conforme laudo da perícia realizada em Juízo, o demandante é portador de cardiopatia grave irreversível, porém, o aludido expert noticia não ser possível precisar a data em que a doença do autor se tornou grave de forma irreversível.

4. Entretanto, as provas carreadas aos autos demonstram que o demandante é portador de cardiopatia grave desde, pelo menos, 18.02.2008, como se observa do relatório médico emitido por cirurgião cardíaco do Hospital Universitário Walter Cantídio - UFC (Id. 4058100.83563), de tal forma que, pelo conjunto probatório dos autos, resta provado que o apelado é portador de paralisia irreversível e incapacitante desde fevereiro de 2008.

5. Tendo em vista a prescrição quiquenal aplicável na hipótese, ajuizada a presente demanda em 30.4.2013, está prescrita a pretensão de restituição dos tributos pagos

indevidamente antes de 30.04.2008.

6. Apelação e remessa oficial improvidas; apelação do particular parcialmente APELANTE: LUIS DAVID DE SOUSA NETO (e outro)

ADVOGADO: PASCHOAL DE CASTRO ALVES (e outro) APELADO: FAZENDA NACIONAL (e outro)

ADVOGADO: AMAILZA SOARES PAIVA

ADVOGADO: PASCHOAL DE CASTRO ALVES

(7)

provida.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as acima mencionadas, ACORDAM os Desembargadores Federais da Primeira Turma do TRF da 5a. Região, por unanimidade, em negar provimento à remessa oficial e à apelação e dar parcial provimento à apelação do particular, nos termos do relatório, voto e notas taquigráficas constantes dos autos, que ficam fazendo parte do presente julgado.

Referências

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