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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA PAULA MENDES MARINHO

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA

PAULA MENDES MARINHO

CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE NO CENÁRIO MATERNO-INFANTIL:

em busca de evidências.

NITERÓI 2020

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PAULA MENDES MARINHO

CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE NO CENÁRIO MATERNO-INFANTIL:

em busca de evidências.

ORIENTADORA: Prof.ª Dr.ª CLÁUDIA MARIA MESSIAS.

Niterói, RJ 2020

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial de conclusão de curso para obtenção do Grau de Bacharelado e Licenciado em enfermagem da Universidade Federal Fluminense.

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PAULA MENDES MARINHO

CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE NO CENÁRIO MATERNO-INFANTIL:

em busca de evidências.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para aprovação no curso.

Aprovado em 10 de Dezembro de 2020.

BANCA EXAMINADORA

Profª Drª Cláudia Maria Messias - EEAAC Presidente

Enfº Me André Guayanaz Lauriano - HUAP 1° Examinador

Profª Drª Karinne Cristinne da Silva Cunha - EEAAC 2° Examinador

Niterói, RJ 2020

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Á Simone da Silva Mendes, minha mãe, exemplo de força e perseverança, minha inspiração e motivação para seguir em frente.

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Agradecimentos

Todos os dias, ao abrir os olhos, me sinto grata por poder apreciar a natureza exuberante do meu Brasil, sinto-me grata ainda, por Deus se fazer presente em minha vida e ser a minha força para finalizar esse primeiro passo. Entendo que sem ELE, essa história não seria contada.

Agradeço a minha Família: a minha mãe Simone, ao meu irmão Henrique, a minha avó Teresinha, a minha Tia Elaine, ao meu Pai João, ao meu avô Gildo. Vocês são luz na minha vida e esse longo caminhar não seria possível sem o apoio e amparo de vocês.

Obrigada pelos abraços, carinhos, puxões de orelha, mimos, paciência e acima de tudo, obrigada pelo amor.

Agradeço aos meus bichinhos (Pitanga, Amora, Espeto) pelo amor incondicional e sem medidas. Agradeço aos amores que passaram pela minha vida e foram meu suporte.

Agradeço as minhas primas Carolina, Camila, juliana, que desde a minha infância são figuras inspiradoras, exemplo de perseverança e dedicação. Obrigada por fazerem parte!

Agradeço aos minhas amigas: a Juliana, agradeço as inúmeras horas de ouvido amigo e colo; A July, agradeço eternamente as maravilhosas palavras, a sinceridade e o seu jeitinho incomum de ser tão minha; A Gabriela, a Kamyla, a Mariany, meus achados finais, obrigada por tamanha parceria, por todas noites sem dormir em conjunto, por todas as incontáveis horas de ensino remoto. Sem vocês não teria sido tão lindo esse final.

Agradeço ao meu grupinho: Gabrielle, Mariana, Alessandra, que foram minhas companheiras, e compartilharam diversos momentos, sempre com apoio mútuo.

Agradeço as minhas companheiras de caminhada: a Camilly e Nathália, meus anjos da guarda, não existem palavras que traduzam a paz que vocês me transmitem, sou muito feliz por vê-las brilhar na nossa profissão; A Eduarda, minha duplinha, agradeço por ter aceitado que eu fizesse parte do seu grupo, agradeço por dividir comigo seus sorrisos e choros, agradeço por ser tão especial e me permitir fazer parte da sua vida.

Desejo que nossa amizade se fortaleça e dê belos frutos.

Agradeço a minha orientadora, Cláudia, por toda paciência, calma e pela confiança em desenvolver esse tema tão importante.

Por fim, gratidão a todo que fizeram parte dessa trajetória, que me apoiaram e foram meu alicerce nesse caminho, sem todos vocês não seria possível.

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Não são as nossas habilidades que mostram o que realmente somos… são nossas escolhas”

– Dumbledore.

(8)

Resumo

Internacionalmente, é definida como segurança do paciente a redução ao mínimo aceitável, o risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde, esse e outros conceitos que envolvem a segurança do paciente estão em pauta e são o arcabouço de uma prática assistencial de qualidade. Objetivos: Identificar baseado na literatura a representação da cultura de segurança do paciente na maternidade pela equipe multiprofissional, Descrever como a cultura de segurança do paciente revela-se dentre os profissionais de saúde atuantes em maternidades e apresentar o conjunto de evidencias elegidas a partir da busca na literatura. Metodologia: Trata- se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, do tipo revisão integrativa da literatura. As buscas foram realizadas nas bases SCOPUS, WEB OF SCIENCE, CINAHL, SCIELO, PUBMED, LILLACS e MEDLINE essa procura foi realizada entre agosto e outubro de 2020. Os critérios de inclusão foram: artigos que estivessem em português, inglês e espanhol, estando na integra e disponíveis gratuitamente, publicados no período entre 2010 e 2020 e que tratassem do tema proposto no setor materno-infantil. Foram excluídos artigos que estavam incompletos e duplicados.

Resultando no total de 13 artigos. Resultados: Apontam para pontos positivos e negativos resultantes da investigação de percepções sobre cultura de segurança no cenário materno, com fragilidades importantes e aspectos que merecem manutenção de serviços nacionais e internacionais de assistência materna. O conteúdo da pesquisa revela que fragilidades importantes se apresentam ao redor do mundo quando se fala de investigação voltada para saúde materna, proporcionando um lugar de vulnerabilidade ao público específico, ressalta-se ainda a relevância da investigação desses cenários como ponta pé inicial a qualificação da assistência prestada. Demonstra-se que os questionários investigativos são eficientes no que tange a descoberta da cultura corrente na instituição. Conclusão: entende-se que os achados desse estudo trazem à tona os aspectos positivos e negativos da cultura de segurança do paciente em vigor em maternidades nacionais e internacionais, como também os principais pontos recomendados para melhoria e seu impacto no cenário materno. Observa-se uma escassez dos estudos relacionados ao tema, o que instiga maiores investigações, além de pesquisa mais robustas. Conclui-se também que a inserção do tema de forma universal e crescente tanto na formação profissional, como na qualificação são um passo importante para melhorias consideráveis.

Descritores: segurança do paciente; cultura; maternidades; clima.

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Abstract

Internationally, patient safety is defined as the reduction to the minimum acceptable, the risk of unnecessary harm associated with health care, this and other concepts that involve patient safety are on the agenda and are the framework of a quality care practice. Objectives: To identify, based on the literature, the representation of the culture of patient safety in the maternity ward by the multiprofessional team, to describe how the culture of patient safety is revealed among the health professionals working in maternity hospitals and to present the set of evidence chosen from the search in the literature. Methodology: This is a descriptive study with a qualitative approach, of the integrative literature review type. The searches were carried out at SCOPUS, WEB OF SCIENCE, CINAHL, SCIELO, PUBMED, LILLACS and MEDLINE. This search was made between August and October 2020. The inclusion criteria were: articles that were in Portuguese, English and Spanish, being in full, published between 2010 and 2020 and dealing with the topic proposed in the maternal-infant sector. Articles that were incomplete and duplicated were excluded. This resulted in a total of 13 articles.

Results: They point to positive and negative points resulting from the investigation of perceptions about safety culture in the maternal scenario, with important weaknesses and aspects that deserve the maintenance of national and international services of maternal assistance. The content of the research reveals that important weaknesses present themselves around the world when talking about research focused on maternal health, providing a place of vulnerability to the specific public, it is also emphasized the relevance of the investigation of these scenarios as a starting point the qualification of the assistance provided. It is demonstrated that the investigative questionnaires are efficient in terms of discovering the current culture in the institution. Conclusion: it is understood that the findings of this study bring out the positive and negative aspects of the patient safety culture in force in national and international maternity hospitals, as well as the main points recommended for improvement and its impact on the maternal scenario. There is a scarcity of studies related to the subject, which instigates greater research, as well as more robust research. It is also concluded that the insertion of the topic in a universal and growing way in both professional training and qualification is an important step towards considerable improvements.

Descriptors: patient safety; culture; maternity hospitals; climate.

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Lista de Quadros

Quadro 1- Descritores Mesh e Decs utilizados na pesquisa.

Quadro 2- Total da estratégia de busca nas bases de dados.

Quadro 3- Fluxograma adaptado do Fluxograma Prisma.

Quadro 4- Artigos selecionados para a categoria: fragilidades na cultura de segurança do paciente nos cenários de assistência materno-infantil nacional e internacionalmente.

Quadro 5- Artigos selecionados para a categoria: aspectos positivos e fortalecedores da cultura de segurança do paciente nos ambientes de cuidado materno-infantil nacional e internacionalmente.

Quadro 6- Artigos selecionados para a categoria: recomendações atribuídas ao cenário da maternidade e como estas impactam na assistência materna.

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Lista de Abreviaturas

RDC - Resolução de Diretoria Colegiada.

PNSP – Programa Nacional de Segurança do Paciente.

OMS – Organização Mundial da Saúde.

NOTIVISA - Notificações para a Vigilância Sanitária.

NSP – Núcleo de Segurança do Paciente.

ANVISA- Agencia de Nacional de Vigilância Sanitária.

MS – Ministério da Saúde.

HSC- Health and Safety Comission.

RIL – Revisão Integrativa da Literatura.

IOM

-

Institute of Medicine

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO, P. 13 1.1 OBJETIVOS, P. 15

1.1.1 OBJETIVO GERAL, P. 15 1.1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO, P. 15 1.2 JUSTIFICATIVA, P.15

2 REFERENCIAL TEMÁTICO, P. 17

2.1 O PROCESSO DE PARIR E SUAS IMPLICAÇÕES, P. 17 2.2 SEGURANÇA, CULTURA E MATERNIDADE, P.18

3 CAMINHO METODOLOGICO, P. 23 3.1 TIPO DE ESTUDO, P. 23

3.2 IDENTIFICANDO O TEMA E A QUESTÃO DE PESQUISA PARA ELABORAÇÃO DA REVISÃO INTEGRATIVA, P.24

3.3 ESTABELECIMENTO DE CRITÉRIO DE INCLUSAO E EXCLUSÃO DE BUSCA NA LITERATURA, P.24

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO, P. 27

4.1 FRAGILIDADES NA CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE NOS CENÁRIOS DE ASSISTÊNCIA MATERNO-INFANTIL NACIONAL E INTERNACIONALMENTE, P. 27

4.2 ASPECTOS POSITIVOS E FORTALECEDORES DA CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE NOS AMBIENTES DE CUIDADO MATERNO- INFANTIL NACIONAL E INTERNACIONALMENTE, P. 32

4.3 RECOMENDAÇÕES ATRIBUÍDAS AO CENÁRIO DA MATERNIDADE E COMO ESTAS IMPACTAM NA ASSISTÊNCIA MATERNA, P. 35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS, P. 41 6 OBRAS CITADAS, P. 42

7 GLOSSSÁRIO, P. 57

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1. INTRODUÇÃO

Internacionalmente, é definida como segurança do paciente a redução ao mínimo aceitável, o risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde (WHO 2009). No Brasil, esse e outros conceitos são reiterados e utilizados como premissas a partir da publicação da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) número 36 de 25 de julho de 2013. Essa resolução traz ainda como objetivo a instituição de ações para a promoção da segurança do paciente e a melhoria da qualidade nos serviços de saúde (BRASIL, 2013b).

A discussão sobre o assunto já percorreu um grande caminho, ganhou notoriedade com a publicação do relatório Errar é humano: construindo um sistema de saúde mais seguro (To Err Is Human: Building a Safer Health System), pelo Institute of Medicine (IOM) em 1999, que discute a ocorrência de eventos adversos graves e evitáveis no sistema de saúde dosEstados Unidos. A partir de então, a taxa de publicações de segurança do paciente aumentou de 59 para 164 artigos por 100.000 publicações em bases de dados virtuais (STELFOX et al, 2006).

O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), instituído pela Portaria 529, de 1° de abril de 2013, diz que

Incidente é o evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano desnecessário ao paciente, evento adverso é o incidente que resulta em dano ao paciente e dano é o comprometimento da estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo-se doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou disfunção, podendo, assim, ser físico, social ou psicológico (BRASIL, 2013).

A notificação de eventos adversos relacionado a assistência é realizada via Sistema de Notificação de Vigilância sanitária (NOTIVISA) onde os Núcleos de Segurança do Paciente (NSP) locais são cadastrados e emitem as notificações, também possível realizar a notificação na modalidade cidadão. No ano de 2016, divulgado pelo Boletim Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde nº 15: Incidentes Relacionados à Assistência à Saúde, o número de NSP cadastrados era de 2.286, onde a Unidade Federativa de Minas Gerais com 293 núcleos e o Rio de Janeiro com 203 no mesmo período. (BRASIL, 2016).

Os Óbitos ou lesões graves maternas associadas ao trabalho de parto ou parto em gestação de baixo risco, classificada como never event, que caracteriza eventos que nunca devem ocorrer nos serviços de assistência (BRASÍLIA, 2019), revelaram- se no período com apenas um caso, o que dá margem para apuração dos riscos

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inerentes a mulheres no cenário de parto e trabalho de partos coadunados com outros tipos de eventos.

No ano de 2004 a Organização Mundial da Saúde (OMS) idealiza a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente que objetiva adotar medidas de melhoria no atendimento ao paciente e aumentar a qualidade dos serviços de saúde, a qual o Brasil faz parte. Essa aliança lançou as Metas Internacionais de Segurança do Paciente, que configuram as áreas de atuação para a melhoria na atenção aos mesmos (AGUIAR et al, 2017).

Posto que a construção de uma cultura de segurança em que os profissionais e serviços compartilhem práticas, valores, atitudes e comportamentos de redução do dano e promoção do cuidado seguro, o aperfeiçoamento das práticas de cuidado passa a estar a nos holofotes. É preciso que medidas de segurança sejam sistematicamente inseridas em todos os processos de cuidado (REBRAENSP,2013).

No contexto hospitalar, pressupõe-se que a segurança nos procedimentos maternos e neonatais é de uma importância ainda maior, tendo em vista as diversas possibilidades de eventos adversos neste processo assistencial (ANVISA, 2014). Uma vez que no Brasil a média de nascimentos é de 2 milhões de Brasileiros, o número de procedimentos obstétricos é relevante e em casos de procedimentos imprudentes, o sofrimento de afecções no período perinatal poderá resultar em novas internações hospitalares e/ou mortes (DATASUS, 2019).

Visto que a cultura de segurança influência nos resultados assistências e na qualidade do processo, entende-se como questão relevante o conhecimento dos profissionais da ponta sobre o assunto, tendo em vista que um déficit nesse momento possivelmente acarretará uma assistência menos segura, assim o objeto dessa pesquisa é a cultura de segurança do paciente dentro da organização materno-infantil.

Logo, entende-se como problema de pesquisa a ausência de um processo de identificação do pensamento dos profissionais da assistência materno-infantil sobre a cultura de segurança do paciente. Dado que o tema se caracteriza como um evento de relevância social e profissional ampla, estabelece-se como questão de pesquisa:

Como a cultura de segurança do paciente é representada pela equipe multiprofissional das maternidades?

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1.1 OBJETIVO

1.1.1 Objetivo Geral

Identificar na literatura científica a representação da cultura de segurança do paciente na maternidade pela equipe multiprofissional.

1.1.2 Objetivo Específico

Descrever como a cultura de segurança do paciente revela-se dentre os profissionais de saúde atuantes em maternidades.

Apresentar o conjunto de evidencias elegidas a partir da busca na literatura.

1.2 JUSTIFICATIVA

As últimas estimativas da taxa de mortalidade materna colocam o Brasil no grupo de países que tiveram alguma melhora nos últimos 15 anos (ANTÚNEZ et al, 2016). Apesar disso é importante levantar que o Brasil, na transição obstétrica, está classificado como Estágio II, onde o acesso ainda é uma questão e quando as mulheres chegam aos serviços de saúde, a qualidade do atendimento é o principal determinante da saúde (SOUZA, 2013). Outro ponto relevante é a sobrecarga dos serviços de saúde, também apontado como determinante essencial para a saúde materna, ponto que é extremante estudado pela segurança do paciente, uma vez que sobrecargas dos ambientes de serviço e dos profissionais atuantes impactam diretamente na assistência prestada (SIMAN et al, 2019).

Os estudos sobre segurança no cuidado materno, até recentemente, eram limitados a explicar da mortalidade materna, que ainda é um problema comum em muitos contextos. Mais recentemente, os casos de morbidade grave e quase evento com razão entraram na agenda da pesquisa (SANTOS et al, 2019). No entanto, a grande variação geográfica dos resultados negativos, como por exemplo, lacerações graves, hemorragias, internação em Unidade de Terapia Intensiva, e a interpretação oscilante do conceito de dano mostra que alguns modelos de assistência materna estão mais associados com danos que outros, como o pensar em que todas as gestantes atendidas obrigatoriamente saíram do serviço com uma cicatriz cirúrgica, seja de sutura de períneo ou cesariana (GIFFIN, 2002).

A média de 6 milhões de paciente ao ano, considerando gestantes e seus filhos e filhas, reveste de destaque a investigação da percepção de segurança dos

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profissionais que estão em contato direto com esse público. Importante também é o fato de que 98% dos partos e procedimentos obstétricos acontecem em instituições hospitalares, particulares ou públicas, sendo o maior motivo de internação de mulheres em idade fértil (GOMES et al, 2017), segundo o DATASUS no Brasil, em dezembro de 2019 existiam 51,897 leitos obstétricos disponíveis1 e 48.544 leitos pediátricos 2 no mesmo período, o que caracteriza a grandeza de atendimentos e a relevância das investigações cientificas nessa população.

Além do grande percentual de assistência hospitalar, a saúde da mulher está para além dos hospitais, uma vez que o atendimento em unidades primárias, com pré- natal, apoio ao aleitamento maternos, cuidado a puérperas e recém-nascidos, está nesse âmbito, engrandecendo a valia da elucidação das percepções profissionais da ponta. Promover o cuidado à maternidade do ponto de vista da prevenção quaternária, em outras palavras, evitar o cuidado iatrogênico (aquele que produz danos), em direção a um cuidado sem danos, é uma abordagem inovadora e ainda um grande desafio e pode ser um caminho bem-sucedido para obter assistência que não apenas evite mortes e conte o número de complicações, mas que também assista e se preocupe efetivamente com todos e cada um de seus pacientes, mães e bebês.

(TESSER; NORMAN, 2009)

1 Disponível em http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?cnes/cnv/leiintbr

2 Disponível em http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?cnes/cnv/leiintbr.def

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2. REFERENCIAL TEMÁTICO

2.1 O PROCESSO DE PARIR E SUAS IMPLICAÇÕES

Em pouco tempo, parto deixou de ser uma experiência da esfera familiar e íntima, compartilhada entre mulheres, para se tornar uma prática dominada pela medicina, institucionalizada nos hospitais (TEODORO et al, 2018). No Brasil, o processo de institucionalização do parto, ao longo da década de 40, foi provavelmente a primeira ação de saúde pública dirigida à mulher com o objetivo de diminuir a taxa de mortalidade materna e infantil, que agregou costumes como frequentar os consultórios de obstetras e pediatras, o uso de medicamentos e o consumo de produtos da indústria de higiene e alimentação infantil as (BRASIL, 2001).

Os primeiros partos hospitalares eram realizados nas enfermarias de mulheres dos hospitais gerais. A criação de hospitais específicos para a realização dos partos – as maternidades – foi um evento do fim do século XIX, estes foram criados na Inglaterra, nos Estados Unidos na França e na Alemanha com o intuído de estar atraindo um número maior de mulheres à medida que o atendimento melhorava em qualidade e segurança devido à assepsia, ao uso de anestesia durante o parto e às operações obstétricas (MAIA, 2010).

Com o passar dos anos e o aumento dos números de partos, o processo e a natureza do trabalho na assistência materna evidenciam outras peculiaridades, tais como o grande uso de força de trabalho humano que exige intensiva vigilância para a não ocorrência de erros, além de efetiva comunicação entre diversas áreas, com toda essa diversidade de locais de assistência e profissionais recrutados a atenção materna se torna uma das áreas prioritárias a ações voltadas a segurança do paciente (BRASIL, 2001).

Embora o curso da maioria das gestações é para parto e nascimento sem complicações, entende-se que por diferentes razões, algumas gestações cursam com complicações perinatais importantes. Em situações, entretanto, elas podem surgir em decorrência da própria assistência oferecida, seja em relação à estrutura dos locais de nascimento, assim como em consequência de erros no processo de trabalho (BRASIL, 2013).

Apresentando-se também em decorrência da concepção do parto como um evento de risco e distante da fisiologia constituindo a base do modelo de assistência obstétrica tradicionalmente ensinado e praticado no Brasil. Uma característica deste

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modelo é o uso abusivo ou inapropriado de tecnologia, com consequências desfavoráveis para o bem-estar da mulher e do recém-nascido, custo elevado e baixo impacto na melhora dos indicadores de morbimortalidade materna e perinatal (SCHNECK; RIESCO, 2003).

Práticas como a episiotomia, o uso de ocitocina e a cesariana, além de outras, são associadas a risco de complicações, dolorosas e seu uso é considerado desnecessário para partos fisiológicos e devem ser usadas parcimoniosamente pelos profissionais da assistência (ZANARDO et al., 2017).

A assistência obstétrica tem características que vão além do processo de nascer, adoecer e morrer. A geração de uma vida, a formação de uma família, os laços físicos, sociais e emocionais permeiam a preocupação com a saúde da mulher.

Quando uma mulher engravida e procura assistência, de uma forma geral, ela está à procura de um entendimento mais abrangente da sua situação atual (CARMO, 2018).

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aponta que a preocupação com a segurança deve incluir também os aspectos emocionais, humanos, culturais e sociais envolvidos nesse momento tão ímpar para as mulheres e suas famílias, ressaltando que nessa fase, a experiência vivida pode deixar marcas perduráveis, positivas ou negativas (BRASIL, 2014).

Na atenção materna e neonatal deve prevalecer a concepção multidimensional onde, tanto os eventos adversos que comprometem a estrutura ou função do corpo, como lesões, incapacidade ou disfunção ou mesmo a morte, quanto o sofrimento social, psicológico, moral e cultural deve ser enquadrado na categoria de danos ao paciente (BRASIL, 2014).

2.2. SEGURANÇA, CULTURA E MATERNIDADE.

A preocupação com qualidade em segurança do paciente aparece timidamente no século XIX, quando Florence Nightingale, enfermeira inglesa, foi trabalhar na Guerra da Criméia (1853 a 1856) e, observando as condições precárias em que os soldados se encontravam, priorizou a segurança dos soldados como fator fundamental para uma boa qualidade nos cuidados prestados (WHO, 2008), mas é no ano de 1999 que a questão segurança do paciente ganhou notoriedade global. O relatório apontava que cerca de 100 mil pessoas morriam em hospitais a cada ano vítimas de Eventos Adversos nos Estados Unidos da América (WHO, 2005).

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No mesmo ano começa a surgir no Brasil iniciativas em prol de melhorias da qualidade em segurança do paciente. Inicia-se um movimento das instituições públicas e privadas vislumbrando a criação de estratégias no sentido de adotarem programas de garantia da qualidade que garantissem aos usuários dos serviços de saúde uma assistência isenta de danos (WHO, 2017).

Em maio de 2002, a 55ª Assembleia Mundial da Saúde adotou a resolução WHA 55.18, “Qualidade da atenção: segurança do paciente” que solicitava:

- prestar a maior atenção possível ao problema da segurança do paciente;

- estabelecer e fortalecer sistemas baseados em ciência, necessários para melhorar os segurança e qualidade dos cuidados de saúde, incluindo o controlo de medicamentos, equipamento médico e tecnologia.

Como continuidade, em 2004, a 57ª Assembleia Mundial da Saúde apoiou a criação da Aliança Mundial para a Segurança do Paciente para liderar no âmbito internacional os programas de segurança do paciente (BRASIL, 2017). Onde 12 áreas de atuação foram estabelecidas, todas versando sobre os pontos mais críticos evidenciado pelas pesquisas de eventos adverso, ficou ainda responsável pelo lançamento dos Desafios Globais para a Segurança do Paciente e também as Metas de atuação dos programas (WHO, 2008).

Até o ano de 2010, foram lançados três Desafio Globais para a segurança do paciente. O terceiro desafio foi lançado em 2017 com o tema Medicação sem danos, que baseado na experiência acumulada dos desafios anteriores, pretende conduzir o processo de mudança de cenário e reduzir danos aos pacientes gerados por medicação e práticas medicamentosas não seguras (WHO, 2017).

A partir do cenário fora do âmbito nacional foram publicas portarias que tratariam de gerenciar o processo de implementação da segurança do paciente no país. Em 2011, o MS publica a RDC número 36, em 25 de novembro de 2011, que dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Saúde, e tem o objetivo de estabelecer os requisitos de Boas Práticas para o funcionamento de serviços de saúde (BRASIL, 2013b).

Em 2013, a portaria número 529 de abril de 2013 institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) que tem como objetivo estabelecer os preceitos para a implementação da segurança do paciente no país, bem como os conceitos e formas de realização (BRASIL, 2013). Outras duas portarias são lançadas no mesmo

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ano, a de1.3277 de 9 de julho de 2013 e a de número 2.095 de 24 de setembro de 2013, que trazem protocolos a serem adotados pelos serviços. (BRASIL, 2013c).

No mesmo ano a RDC número 36 de julho de 2013, instituí as ações necessárias para a realização do PNSP, uma dessas ações é a criação do Núcleos de Segurança do Paciente em unidades de Saúde e o reporte por meio deles os eventos relacionados a assistência (BRASIL, 2013b).

Considerando que os serviços de saúde são prestados em ambientes complexos, onde vários fatores podem contribuir para a ocorrência dos incidentes relacionados à assistência, faz-se necessária a identificação e tratamento dos riscos aos quais os pacientes estão submetidos, com isso o PNSP define

1 - Segurança do Paciente: redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde;

2 - Evento adverso: incidente que resulta em dano ao paciente;

3 - Cultura de Segurança: configura-se a partir de cinco características operacionalizadas pela gestão de segurança da organização.

O PNSP (2013) argumentando que a gestão de riscos voltada para a qualidade e segurança do paciente englobam princípios e diretrizes, tais como a criação de cultura de segurança; a execução sistemática e estruturada dos processos de gerenciamento de risco, entre outros processos, dedicou-se a transcrever os conceitos de cultura de segurança do paciente da OMS que diz

Cultura de Segurança: configura-se a partir de cinco características operacionalizadas pela gestão de segurança da organização:

a) cultura na qual todos os trabalhadores, incluindo profissionais envolvidos no cuidado e gestores, assumem responsabilidade pela sua própria segurança, pela segurança de seus colegas, pacientes e familiares;

b) cultura que prioriza a segurança acima de metas financeiras e operacionais;

c) cultura que encoraja e recompensa a identificação, a notificação e a resolução dos problemas relacionados à segurança;

d) cultura que, a partir da ocorrência de incidentes, promove o aprendizado organizacional; e

e) cultura que proporciona recursos, estrutura e responsabilização para a manutenção efetiva da segurança;

Um aspecto importante para o monitoramento e a investigação de eventos adversos consiste no estabelecimento da cultura de segurança nos serviços de saúde.

Partindo desse preceito, as instituições de saúde munem-se de argumentos para a criação de ambientes favoráveis a notificação de eventos, que estimula os

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profissionais a relatarem retirando o caráter punitivo e favorecendo o aprendizado a partir das falhas (BRASIL, 2017b).

O monitoramento dos incidentes relacionados à assistência detectados nos serviços de saúde pelos Núcleos de Segurança do Paciente permite a visualização destes, de modo a identificar os eventos considerados como prioritários e que demandam o processo de investigação. Para isto, os incidentes relacionados à assistência devem ser notificados com informações mínimas suficientes para prosseguir com sua classificação, priorização e consequente investigação (BRASIL, 2017b).

Quando uma determinada direção assume um serviço de saúde disposta a transformá-lo numa organização de alta confiabilidade e desenvolver uma abordagem sistêmica para lidar com erro, geralmente encontra uma cultura de medo enraizada nos profissionais de saúde. Por isso é importante conhecer e medir a cultura de segurança do serviço e passar a lidar com os erros da forma não punitiva, aproximando os profissionais da cultura de segurança (DUARTE et al, 2015).

As elevadas taxas de cesariana, o alto índice de prematuridade, e os indicadores de morbimortalidade materna e neonatal no Brasil são parâmetros que sinalizam para a necessária revisão das práticas obstétricas em que o respeito à fisiologia deste momento (CARMO, 2018).

A avaliação integral da qualidade da assistência prestada na área perinatal, que inclua indicadores de resultado, estrutura e processo, é uma abordagem de fundamental importância para a organização de um sistema de monitoramento da qualidade da rotina destes serviços, uma vez que o respeito a fisiologia seja o centro da atenção dos profissionais e induzam a comportamentos, ações e saberes mais adequados, o resultado será uma assistência mais segura e qualificada. (LANSKY;

FRANÇA; LEAL, 2002)

A cultura de segurança do paciente é conceituada pela Health and Safety Comission (HSC) como um conjunto de comportamentos, atitudes, percepções, crenças, valores de profissionais de uma organização de saúde, que possibilita também a identificação e o aprendizado a partir dos erros, determinando o empenho, o compromisso, o estilo e a competência da administração dessa organização.

(COSTA et al, 2018)

Entende-se cultura de segurança como um dos valores da cultura organizacional cujo objetivo é favorecer ações coerentes e comportamentos mais

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adequados, tendo atitudes e normas como fundamentais para um ambiente seguro, baseado em métodos que reconheçam os poderes, saberes e afetos que estão em jogo nas relações de trabalho de modo a alcançar a valorização da singularidade e da autonomia (LEMOS et al, 2018).

O primeiro passo para se estabelecer uma cultura de segurança efetiva em uma organização de saúde é avaliar a cultura corrente (PRONOVOST et al, 2004). A partir dessa avaliação, tem-se acesso às informações dos funcionários a respeito de suas percepções e comportamentos relacionados à segurança, permitindo identificar as áreas mais problemáticas para que se possa planejar e implementar intervenções (SORRA; NIEVA, 2004). Ao compreender a cultura de segurança do paciente como um fator indutor do cuidado de saúde mais seguro, obtém-se ações estimuladas no modelo humanizado de assistência ao parto e nascimento (BRASIL, 2010).

Durante a gravidez, parto ou puerpério muitas vezes apresentam-se graves complicações que não, necessariamente, evoluem para óbito. A morbidade materna grave ou mais comumente chamada de “near miss” ou “quase evento” está intimamente relacionado à mortalidade materna. Esse termo tem sido utilizado para descrever situações em que mulheres apresentam complicações potencialmente letais durante a gravidez, o parto ou puerpério, e só sobrevivem em razão do acaso ou ao cuidado de saúde prestado. A investigação de casos de near miss representa importante ferramenta de avaliação da qualidade na assistência à maternidade, permitindo a identificação de falhas no sistema assistencial, contribuindo dessa forma para a implantação de medidas corretivas (FONSECA et al, 2005).

A prestação de uma assistência materno-infantil de qualidade se apresenta como componente principal na modificação do cenário vigente. Nesse passo, a cultura de segurança do paciente deve privilegiar ações nos processos de serviços de atenção ao público materno infantil, que favorecem vivências positivas de parto e nascimento que atendam às necessidades das mulheres e suas famílias (DIAS;

DOMINGUES, 2014).

O incentivo a pratica com responsabilidade sobre seus atos e a desenvolverem um novo olhar sobre os eventos adversos, assegurando a imparcialidade e o abandono de práticas punitivas e de culpabilização dos profissionais que cometem algum evento adverso não intencional, são ainda parte extremamente importante do caminho para uma assistência de qualidade. (BRASIL, 2013).

(23)

3.CAMINHO METODOLÓGICO

3.1. TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo do tipo Revisão Integrativa da Literatura (RIL). Para Gil (2008) descrever as características de determinadas populações ou fenômenos a partir da utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, são os pilares de pesquisas descritivas.

A RIL surge como uma metodologia que reúne achados de pesquisas de diferentes características, com o intuito de analisar o que se tem produzido sobre o tema em questão (SOARES et al., 2014), além disso, esse tipo de revisão serve como um atualizador da assistência em saúde. Tendo em vista que, o pesquisador busca encontrar diversos outros pesquisadores atuais que tratam sobre sua mesma linha de pesquisa. Servindo assim, como um marcador para o desenvolvimento de ações que visem melhorias na prática da saúde (GALVÃO, PENSANI e HARRAD, 2015).

Soares et al. (2014) referem que a utilização da RIL no âmbito da enfermagem faz-se valioso, tendo em vista que, permite a análise crítica dos estudos. Resultando assim, em um método que permite condensação dos estudos e elaboração de conclusões gerais de uma área de estudo.

3.2. IDENTIFICANDO O TEMA E A QUESTÃO DE PESQUISA PARA ELABORAÇÃO DA REVISÃO INTEGRATIVA

Sabe-se que embora os profissionais de saúde possuam a premissa de proporcionar a assistência livre de danos aos seus pacientes, a ocorrência de erro é inerente ao serviço e ao ser humano, e quando ocorrem, uma das principais consequências é o agravamento imediato ou tardio da condição clinica atual (FERMO et al., 2015).

No contexto hospitalar, pressupõe-se que a segurança nos procedimentos maternos e neonatais é de uma importância ainda maior, tendo em vista as diversas possibilidades de eventos adversos neste processo assistencial (BRASIL, 2014).

Diante da proporção de nascimentos no Brasil e a exposição a procedimentos obstétricos imprudentes, o sofrimento de afecções no período perinatal poderá resultar em novas internações hospitalares e/ou mortes (DATASUS, 2019). Nesse sentido, as pesquisas acerca do estudo da cultura de segurança no cenário materno-

(24)

infantil tornam-se relevantes e favorecem a qualidade da assistência a essa população.

Como estratégia para construção da questão norteadora da pesquisa utilizou- se a técnica PICo, onde o P representa a população do estudo, o I o interesse nessa estudo e Co o contexto da pesquisa quando se fala de revisões (USP, 2014).

Considerando a pergunta de pesquisa, encontra-se como orientador de busca a População representa Profissionais de saúde; o Interesse, reconhecimento da cultura de segurança; o contexto, pelas maternidades e instituições com atendimento materno-infantil.

Obedecendo aos parâmetros metodológicos, seguiu-se como pergunta de pesquisa: Como a cultura de segurança do paciente é representada pela equipe multiprofissional das maternidades?

3.3. ESTABELECIMENTO DE CRITÉRIO DE INCLUSAO E EXCLUSÃO DE BUSCA NA LITERATURA

A fim de aperfeiçoar a busca nas bases de dados, realizou-se uma pesquisa nos tesauros DeCS (Descritores em Ciência da Saúde) recurso criado pela BIREME e MeSH (Medical Subject Headings) recurso criado e mantido pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos. Estes recursos tem como função padronizar a linguagem a serem indexados em artigos, livros, anais de congressos, entre outros, sendo usado na pesquisa e requisição de assuntos da literatura científica nas bases de dados.

Após a realização da consulta no DeCS/MeSH, encontraram-se como descritores para esta pesquisa:

Quadro 1- Descritores Mesh e Decs utilizados na pesquisa.

Descritores Mesh Descritores Decs

Culture Cultura / Cultura organizacional

Climate Não se aplica

Behavior Comportamento

Patient Safety Segurança do paciente

Safety Segurança

(25)

Maternity hospital Maternidades

Matern Não se aplica

Maternity Não se aplica

Fonte: pelas autoras (2020).

Os descritores foram utilizados de forma truncada com os operadores bolenanos “AND” e “OR”.

Em seguida foram estabelecidos os critérios de inclusão e exclusão para subsidiar a seleção dos estudos encontrados, sendo adotados como critérios de inclusão: artigos com textos completos; idioma: português, inglês e espanhol;

referências dos últimos dez anos; trabalhos sobre cultura de segurança do paciente no ambiente hospitalar que abrangessem o setor materno do mesmo hospital ou exclusivamente voltado para maternidades. E como critérios de exclusão: artigos nota prévia, editoriais ou anais de eventos; estudos que não tratavam sobre o tema. Foram excluídos os artigos duplicados ou incompletos.

As bases de dados consultadas foram: SCOPUS, WEB OF SCIENCE, CINAHL, SCIELO, PUBMED, LILLACS e MEDLINE, no período agosto a outubro de 2020 a sendo levantado o que havia de publicação com a combinação dos descritores.

Quadro 2- Total da estratégia de busca nas bases de dados.

Estratégias de busca de todas as bases Nº artigos encontrados Culture or climate or behavior and patient safety or safety and

maternity hospital or maternity or matern

390.928

Culture or climate and maternity hospital or maternity and safety ou patient safety

553.341

Total: 944.269

Fonte: pelas autoras (2020).

Na garantia de inclusão, inicialmente foram lidos os títulos e resumos dos artigos e analisados. Durante a pré-seleção, de acordo com a leitura dos resumos,

(26)

buscou-se a relação entre o conteúdo, título, resumo e se atendiam ao objeto do presente estudo, com o intuito de caracterizá-los com elegibilidade para a pesquisa.

A distribuição das obras obtidas na busca a base foi exposta na forma do fluxograma de Prisma. De acordo com Galvão, Pensani e Harrad (2015) objetiva-se a auxiliar os autores a melhorarem o seu relato e a análise da mesma.

Quadro 3- Fluxograma adaptado do Fluxograma Prisma.

Fonte: pelas autoras (2020)

(27)

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tendo em vista os estudos dos artigos selecionados nesta revisão integrativa, obtiveram-se algumas informações para melhor sintetizar a temática, salienta-se ainda que todos os artigos selecionados tratam da temática de cultura de segurança do paciente dentro dos cenários de assistência materna.

Onde delimitou-se três unidades temáticas, são elas:

fragilidades na cultura de segurança do paciente nos cenários de assistência materno- infantil nacional e internacionalmente, aspectos positivos e fortalecedores da cultura de segurança do paciente nos ambientes de cuidado materno-infantil no Brasil e internacionalmente e recomendações atribuídas ao cenário da maternidade e como estas impactam na assistência materna.

Para a apresentação e organização dos artigos, foi elaborado um quadro sinóptico com as informações: identificação, título, objetivo, metodologia, localização e síntese. Os artigos selecionados foram identificados pela letra E, seguidos de numeração arábica dos artigos mais atuais para os mais antigos de forma a estabelecer uma organização.

O quadro sinóptico foi exposto em cada unidade temática, de forma a auxiliar na correlação dos mesmos com os resultados obtidos.

4.1 FRAGILIDADES NA CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE NOS CENÁRIOS DE ASSISTÊNCIA MATERNO-INFANTIL NACIONAL E INTERNACIONALMENTE.

Nesta unidade temática serão descritas as evidencias dos seguintes artigos E1, E5, E7, E8, E9, E10 e E11 que são respectivamente representados por:

Quadro 4- artigos selecionados para a categoria: fragilidades na cultura de segurança do paciente nos cenários de assistência materno-infantil nacional e internacionalmente.

(28)

Identificaçã

o Título Objetivos Metodologi a

Localizaç

ão Síntese

E1 (Elaine CSF;

Natália SM.

2019)

Diagnóstico de cultura

de segurança do paciente

Realizar um levantament

o do diagnóstico

de cultura de segurança do paciente.

Trata-se de estudo quantitativo,

descritivo, transversal.

Brasil - Belo Horizonte.

Entende-se que a instituição

estudada possui uma

cultura de segurança

frágil e encontra-se

em estágio patológico em relação ao modelo de

maturidade de cultura de segurança do

paciente.

E5 (Camargo Silva, Ana Elisa Bauer et al, 2019)

Avaliação do clima de

segurança do paciente

em unidades

de internação hospitalar:

um estudo transversal

Avaliar o clima de segurança do paciente,

vigente em diferentes unidades de

internação de um hospital de

ensino.

Estudo transversal

Brasil - Goiás.

Entende-se que a instituição analisada

possui pontos negativos, como a carga

horaria expressiva

da equipe multiprofissio

nal atuante.

E7 ( Schuh,

Laísa Xavier Krug, Suzane

Beatriz Frantz Possuelo, Lia, 2020)

Cultura de segurança do paciente

em unidades hospitalare

s de ginecologia

e obstetrícia:

estudo transversal

Avaliar a cultura de segurança do paciente

da equipe de saúde que atua em

três maternidade

s.

Estudo observacion

al, transversal, comparativo

.

Brasil - Minas Gerais,

Belo Horizonte.

Não foram observados

pontos de fortaleciment

o nas unidades.

(29)

E8 (Fassarella,

Cintia Silva et al, 2019)

Cultura de segurança

dos enfermeiros

entre os serviços de um hospital universitári

o.

Avaliar a cultura de segurança

dos enfermeiros

de um hospital de

ensino.

Estudo transversal

e quantitativo.

Brasil - Rio de Janeiro.

Este estudo revelou uma percepção negativa em

todas as unidades investigadas,

sendo apontada como uma

cultura punitiva.

E9 (Kolankiewic

z, Adriane Cristina Bernat et al,

2017)

Clima de segurança do paciente

entre trabalhador

es de enfermage m: Fatores contribuinte

s.

Mensurar o clima de segurança e

os fatores contribuinte

s na perspectiva

de trabalhador

es de enfermage

m.

Estudo transversal.

Brasil - Rio Grande do

Sul.

A respeito da percepção do

clima de segurança,

apresenta achados voltados negativament

e para a percepção do

estresse, carga horaria

e demanda de trabalho.

E10 (Listyowardo

jo, Tita Alissa et al,

2017).

A safety culture assessment

by mixed methods at

a public maternity and infant hospital in

China.

Avaliar a cultura de segurança

em uma maternidade

pública em Xangai,

China.

Estudo de métodos

mistos.

China - Xangai

Os resultados do

estudo mostram que

as altas cargas de trabalho e divergência entre equipes

são os problemas mais comuns que afetam a

cultura de segurança na

maternidade pública chinesa.

(30)

E11 (Ramos,

Silvina et al, 2015)

Safe and family- centered maternity hospitals:

organizatio nal culture of maternity

hospitals in the province of

Buenos Aires.

Oferecer uma caracterizaç

ão central da cultura organizacio nal das maternidade

s selecionada

s.

Método misto, recorte de quantitativo.

Buenos Aires.

Ponto de conflito estão centrados na sobrecarga de trabalho e comunicação efetiva, ainda

que a avaliação da

liderança seja positiva.

Os estudos agrupados na unidade temática fragilidades na cultura de segurança do paciente nos cenários de assistência materno-infantil nacional e internacionalmente trazem os pontos desafiadores identificados nos cenários maternos. Apontamentos sobre dimensionamento de pessoal, notificação de eventos adversos e cultura punitiva são abordados.

A identificação da cultura de segurança do paciente apresenta-se como um achado frágil nos estudos analisados diante do cenário de assistência materna.

Ramos et al. (2015) e Camargo et al. (2019) trazem que as percepções negativas nos cenários maternos, são evidentes e necessitam de intervenções abrangentes a partir de revisões do modelo de cultura organizacional corrente.

Torna-se necessário mudar a atual concepção de falhas inerentes ao processo de cuidar e inserir esse pensamento na lista de temas em debate do cotidiano dos serviços de cuidado materno e também na formação de profissionais que assistem essas mulheres (WEGNER et al., 2016). A cultura de segurança deve ser incorporada e estimulada nas organizações como base para o cuidado em saúde seguro e o desenvolvimento de práticas melhores na atenção à saúde materna (HARADA et al., 2012).

Os estudos dessa categoria levam em conta a singularidade do processo de parir e apresentam que compreensões negativas acerca da cultura são fatores inibitórios pra a notificação de eventos adversos. Sustentando tal afirmativa, Bião e Silva (2016) trazem que uma organização de cuidado cuja cultura de segurança do paciente, não apresenta pontos positivos, encaminha-se para vedação da: notificação

(31)

dos erros, oportunidade de aprimoramento da equipe multiprofissional, e da promoção de uma assistência à saúde segura quando se trata de saúde materna.

Com relação a notificação de eventos adversos, Siman, Cunha e Brito (2017) afirmam que o mesmo reduz ou elimina ocorrências de eventos semelhantes no futuro, promovem o aprendizado, e por meio da investigação e análise dos incidentes, geram informações úteis para corrigir falhas, sendo imprescindível uma cultura baseada em atitudes permanentes de notificação sem culpa, com foco no processo de aprendizado organizacional, com objetivo de redesenho e geração de conhecimento aplicável aos eventos, e por consequência, melhoria na assistência prestada.

Os estudos arrazoados nesta unidade temática capturam a defasagem na estrutura de cargas horárias dos profissionais de saúde que estão no cuidado direto as mulheres. A amostra de tal asserção encontra-se em um estudo realizado por Listyowardojo et al. (2017) que entrevistaram 1482 profissionais de saúde de uma maternidade chinesa, apontando que 91,45% dos entrevistados relataram que a alta carga horária e o quantitativo reduzido de pessoal afetavam significativamente o seu assistir a essas mulheres.

Em consonância com o argumento precedente, Kolankiewicz et al. (2017) enfatiza que as condições de trabalho são influenciadas negativamente, por fatores como longas jornadas, falta de profissionais, relações conflituosas, dentre outros pontos, que contribuem para o desgaste profissional e indicam maior propensão ao erro durante assistência.

Reafirmando tal condição, os autores Rodrigues, Santos e Sousa (2017), explanam que os trabalhadores da enfermagem, dos cenários maternos de assistência, que se encontram imersos em um cotidiano de trabalho estressante, passam a vivenciar situações que exigem deles maior capacidade de adaptação às demandas psicológicas e emocionais, carretando consequências assistenciais importantes e se expondo a síndrome do esgotamento profissional.

Em apoio a tal assertiva, Jones e Johnston (2012), dizem que a fadiga e o estresse desses profissionais produzem o aumento da frequência de incidentes com dano ou sem danos, interferindo assim na cultura de segurança do paciente. Uma pesquisa realizada em um hospital do Nordeste do Brasil apontou que 68,3% dos profissionais de enfermagem estudados apresentaram pelo menos uma das três dimensões da Síndrome de Burnout, destacando-se a despersonalização e a

(32)

exaustão emocional, consideradas as etapas iniciais da síndrome (GALINDO et al., 2012).

Análogo aos aspectos fragilizadores da cultura de segurança mostra que a identificação da gestão setorial e geral se configura com uma interpretação negativa de acordo com os estudos analisados. A estrutura atual da cultura de segurança nas maternidades demonstra uma gestão distante das equipes e da hierarquia, considerando o erro como uma falha pessoal e não sistemática, culminando em uma cultura punitiva dos profissionais, anulando assim, a possibilidade de aprender com os erros, aspecto cultivado em uma cultura de segurança do paciente forte (FERREIRA, 2019 e RAMOS, 2015).

Assim como o PNSP retrata que a cultura de segurança esperada das organizações, é aquela que a partir da ocorrência de incidentes, promove o aprendizado organizacional (BRASIL, 2013). Este achado ainda é reiterado por Calori, Gutierrez e Guidi (2015) que exprime que a existência de uma cultura punitiva em uma organização, indica necessidade de mudança e envolvimento de todo o corpo, mas principalmente dos gestores, no papel de incentivar e fortalecer a cultura da não punição, valorizando a segurança do paciente e promovendo melhorias no cuidado.

O retrato da ação punitiva reflete nos profissionais envolvidos no cuidado materno, Souza et al. (2019) demostra isso por meio de uma pesquisa realizada com 31 profissionais que consideraram a cultura punitiva e individual como uma ação incorreta e denotam a importância da promoção da cultura de segurança não punitiva, por meio do aprendizado ao longo do tempo.

4.2 ASPECTOS POSITIVOS E FORTALECEDORES DA CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE NOS AMBIENTES DE CUIDADO MATERNO- INFANTIL NACIONAL E INTERNACIONALMENTE.

Nesta unidade temática serão descritas as evidencias dos seguintes os artigos E2, E3, E4, E6, E12 e E13 que são respectivamente representados por:

Quadro 5- Artigos selecionados para a categoria: aspectos positivos e fortalecedores da cultura de segurança do paciente nos ambientes de cuidado materno-infantil nacional e internacionalmente.

(33)

Identificaçã

o Título Objetivos Metodolog ia

Localizaç

ão Síntese

E2 (Pedroni VS,

et al. 2019)

Cultura de segurança do paciente

na área materno- infantil de

hospital universitário

.

Avaliar a cultura de segurança do paciente

na perspectiva

de enfermeiros

e médicos atuantes na

área materno-

infantil.

Estudo transversal

.

Brasil, região sul.

Identificou-se como fortalezas o trabalho em equipe e destacou-se

que a abordagem não punitiva é

essencial.

E3 (Akbari,

Nahid et al, 2017)

Safety culture in

the maternity

unit of hospitals in

Ilam Province,

Iran: A census survey using

HSOPSC tool

Avaliar a cultura de segurança

em maternidade s de hospital governamen

tal em Ilam, Irã.

Estudo

transversal Irã- Ilham.

Os achados positivos Implicam que

os profissionais de saúde dos

hospitais do Ilam aceitam

a cultura de segurança do

paciente nas maternidades e reconhecem

o trabalho em equipe como

potência.

(34)

E4 (Tobias,

Gabriela Camargo et

al, 2016)

Conhecimen to dos Enfermeiros

sobre a cultura de segurança do paciente em hospital universitário

.

Analisar as dimensões da cultura de

segurança do paciente

no âmbito organizacion

al.

Estudo descritivo- exploratóri o, com abordagem

qualitativa.

Brasil - Goiânia.

Os desfechos positivos

estão associados ao

entendimento de qualidade da assistência

e segurança da assistência

por enfermeiros.

E6 (Gasparino,

Renata Cristina et

al, 2017)

Percepção da enfermagem

frente ao clima de segurança do paciente

em instituições

públicas e privadas

Avaliar a percepção da equipe de

enfermagem frente ao

clima de segurança que permeia

a assistência.

Estudo quantitativ

o, transversal

Brasil - São Paulo.

Identoficou-se como chado positivo o

“Trabalho em equipe”,

“Satisfação no trabalho”,

“Condições de tra- balho” e

“Comportame nto seguro”.

E12 (Vasilios

Raftopoulos, Nicos Savva

, Maria Papadopoul

ou, 2011)

Safety Culture in

the Maternity

Units: a census survey using

the Safety Attitudes Questionnai

re.

Explorar os fatores que afetam a atitude de segurança e

o clima de trabalho em

equipe de maternidade

s cipriotas

Estudo

transversal Chipre

Representa- se uma avaliação

inicial do clima de segurança e

trabalho em equipe nas maternidades

públicas.

(35)

E13 (Suzanne V

Sinni ,Euan M Wallace, Wendy M Cross, 2014)

Perinatal staff perceptions

of safety and quality

in their service.

Avaliar como a força de

trabalho percebeu o

nível de segurança

de seu serviço.

Estudo quantitativ

o, transversal

Austrália

Foram levantadas

respostas positivas acerca do trabalho em equipe e do reconhecimen

to efetivo de cultura de segurança.

Os estudos dispostos na unidade temática aspectos positivos e fortalecedores da cultura de segurança do paciente nos ambientes de cuidado materno-infantil nacional e internacionalmente trazem os pontos fortalecedores identificados nos cenários maternos e também os aspectos que devem ser investidos para a manutenção positiva da cultura. Apontamentos sobre trabalho em equipe, reconhecimento da cultura de segurança.

Considerando as especificidades do ambiente de assistência materna, o reconhecimento da cultura de segurança se apresenta como fator primordial no aprendizado organizacional. Heindmann et al. (2019) e Batalha et al. (2016) entendem que avaliar a cultura de segurança é importante para medir as condições organizacionais que levam a eventos adversos em saúde, assim como para subsidiar as tomadas de decisão.

Reafirmando tal condição, ANVISA (2016), no caderno de implantação do núcleo de segurança do paciente, traz que realizar uma avaliação da cultura de segurança de forma periódica, afim de avaliar seu desenho na organização de saúde, verificar se existe uma cultura justa e franca é o fator contribuinte para o desenvolvimento dos aprendizados necessários. Afirma ainda que a mensuração da cultura de segurança é uma avaliação que permite diagnosticar a cultura de segurança da organização e conscientizar os funcionários acerca do tema.

Assim, a dimensão da cultura de segurança, no ambiente materno, que foi identificada de forma mais positiva está na categoria do trabalho em equipe. Segundo

(36)

Akbari, Nahid et al. (2017) em um estudo que avalia as maternidades do Irã, apresenta que o trabalho em equipe é um achado fortalecedor da cultura de segurança nesse ambiente.

Em apoio, Disse Bodur e Emel Filiz (2010) diz que o trabalho em equipe é parte fundamental para o desenvolvimento da segurança do paciente nos ambientes de saúde, deve ainda ser encorajado e apoiado pelos superiores, no sentido de manter bons relacionamentos entre equipes.

Condizendo com o argumento anterior, Manser (2009) diz que as percepções da equipe sobre o trabalho que desenvolvem em conjunto e o comportamento de tal equipe, refletem na qualidade e segurança do atendimento prestado as mulheres.

Apoiando tal assertiva, Fadi El-Jardali et al. (2014) diz que 80,7% dos entrevistados responderam que o respeito entre a equipe atuante, é um ponto fortalecedor dentro da unidade materna, proporcionando um ambiente de trabalho menos estressante, aspecto que protege a cultura de segurança do paciente local.

Segundo Raftopoulos et al. (2011) o trabalho em equipe eficaz é fundamental em ambientes de unidades maternas, sendo necessário o compromisso com a cultura de segurança do paciente, centrado no compartilhamento das responsabilidades, comunicação, colaboração e lideranças fortes, fatores que reduzem os erros em saúde.

4.3 RECOMENDAÇÕES ATRIBUÍDAS AO CENÁRIO DA MATERNIDADE E COMO ESTAS IMPACTAM NA ASSISTÊNCIA MATERNA.

Nesta unidade temática serão descritas as evidencias dos seguintes os artigos E1, E2, E4, E5, E6, E7, E8 e E12 que são respectivamente representados por:

Quadro 6- Artigos selecionados para a categoria: recomendações atribuídas ao cenário da maternidade e como estas impactam na assistência materna.

Identificaçã

o Título Objetivos Metodolog ia

Localizaç

ão Síntese

(37)

E1 (Elaine

CSF;

Natália SM.

2019)

Diagnóstico de cultura

de segurança do paciente

Realizar um levantament

o do diagnóstico

de cultura de segurança do paciente.

Trata-se de estudo quantitativo , descritivo, transversal.

Brasil - Belo Horizonte.

Sugere-se a implantação de

um Núcleo de Segurança do

Paciente proposto pela

Organização Mundial da

Saúde e fomentado pela

ANVISA.

E2 (Pedroni

VS, et al.

2019)

Cultura de segurança do paciente

na área materno- infantil de

hospital universitário

.

Avaliar a cultura de segurança do paciente

na perspectiva

de enfermeiros

e médicos atuantes na

área materno-

infantil.

Estudo transversal.

Brasil, região sul.

Recomenda-se a realização de novos estudos

voltados para área, além de adequação do

processo formativo.

E4 (Tobias,

Gabriela Camargo et

al, 2016)

Conhecime nto dos Enfermeiros

sobre a cultura de segurança do paciente em hospital universitário

.

Analisar as dimensões da cultura

de segurança do paciente

no âmbito organizacion

al.

Estudo descritivo- exploratório

, com abordagem

qualitativa.

Brasil - Goiânia.

Identificar a cultura de segurança da instituição e a percepção dos

profissionais sobre esse mesmo tema

permite a implementação

de melhorias, assim recomenda-se

avaliações recorrentes da

cultura de segurança.

(38)

E5 (Camargo Silva, Ana Elisa Bauer et al, 2019)

Avaliação do clima de

segurança do paciente

em unidades de

internação hospitalar:

um estudo transversal

Avaliar o clima de segurança do paciente,

vigente em diferentes unidades de

internação de um hospital de

ensino.

Estudo transversal

Brasil - Goiás.

Recomenda-se a realização de mais estudos

acerca do assunto para a

identificação exata de fatores de

estresse estresse, relatos e anotações de incidentes de segurança.

E6 (Gasparino,

Renata Cristina et

al, 2017)

Percepção da enfermage m frente ao

clima de segurança do paciente

em instituições

públicas e privadas

Avaliar a percepção

da equipe de enfermagem

frente ao clima de segurança que permeia

a assistência.

Estudo quantitativo

, transversal.

Brasil - São Paulo.

Recomenda-se que a inclusão

de disciplinas e/ou conteúdos

voltados à segurança do

paciente seja priorizada na formação dos profissionais de

enfermagem, com o intuito de

aprimorar a qualidade da

assistência.

E7 ( Schuh,

Laísa Xavier Krug, Suzane

Beatriz Frantz Possuelo, Lia, 2020)

Cultura de segurança do paciente

em unidades hospitalares

de ginecologia

e obstetrícia:

estudo transversal

Avaliar a cultura de segurança do paciente

da equipe de saúde que atua em

três maternidade

s.

Estudo observacio

nal, transversal,

comparativ o.

Brasil - Minas Gerais,

Belo Horizonte.

Acredita-se que o estudo possa

fornecer elementos para

a reflexão dos profissionais da saúde e auxiliá-

los na elaboração de

políticas que promovam na

cultura institucional, assim entede-

se que avaliações ciclicas a cerca

da cultura favoreçam as

melhorias.

(39)

E8 (Fassarella,

Cintia Silva et al, 2019)

Cultura de segurança

dos enfermeiros

entre os serviços de um hospital universitário

.

Avaliar a cultura de segurança

dos enfermeiros

de um hospital de

ensino.

Estudo transversal

e quantitativo

.

Brasil - Rio de Janeiro.

Este estudo revelou diferença significativa de

percepção de cultura de segurança do paciente pelos enfermeiros de

quatro unidades do

hospital investigado, revelando-se o

que melhor concebe a cultura nesse

cenário.

E12 (Vasilios

Raftopoulos , Nicos Savva , Maria Papadopoul

ou, 2011)

Safety Culture in

the Maternity

Units: a census survey using the

Safety Attitudes Questionnai

re.

Explorar os fatores que afetam a atitude de segurança e

o clima de trabalho em

equipe de maternidade

s cipriotas

Estudo

transversal. Chipre

Representa-se uma avaliação inicial do clima de segurança e

trabalho em equipe nas maternidades

públicas.

Os estudos dispostos na unidade temática recomendações atribuídas ao cenário da maternidade e como estas impactam na assistência materna trazem as estratégias recomendadas para o fortalecimento dos pontos positivos e promoção do aprendizado. Sugestões para o ensino da segurança do paciente no cenário materno na formação de enfermeiros e atividades de aprimoramento profissional por meio da educação continuada, implantação do núcleo de segurança do paciente nas maternidades e novos estudos para trazer à tona as evidencias científicas relacionadas a situação da assistência materna.

Diante da consolidação das especificidades maternas no cuidado em saúde e a importância da temática de segurança do paciente nesse cenário, entende-se que o ensino profissional deve ser constituído desses saberes. Gasparino et al (2017) a

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