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Ala 01 -IPI. Legislação Tributária para Receita Federal Prof. Arthur Leone. 1 de 61 Prof. Arthur Leone Aula 01

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Ala 01 -IPI

Legislação Tributária para Receita Federal

Prof. Arthur Leone

(2)

Sumário

SUMÁRIO 2

DOS ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS E EQUIPARADOS A INDUSTRIAL 3

Estabelecimento industrial 3

EQUIPARADOAINDUSTRIAL 5

EQUIPARADOS A INDUSTRIAL POR OPÇÃO 11

FIXANDO NOVOS CONCEITOS 13

CONTRIBUINTES E RESPONSÁVEIS 14

CONTRIBUINTES 15

RESPONSÁVEIS 17

Transportador de Produtos desacompanhados de NF/documentação comprobatória 17 Possuidores de Produtos para venda/industrialização sem NF/documentação comprobatória 18 Adquirentes de produtos usados sem marcação, ou documentação de origem. 18 Qualquer detentor de cigarros (2402.20.00) ou bebidas (CAP 22) destinados à exportação, encontrados em situação

diversa. 18

Quem possuir produto sem selo, marcação e rótulo quando exigido. 19

Quem desatender requisitos p/ imunidade, isenção ou suspensão. 19

Empresa Comercial Exportadora 19

Lei nº 7.798/1989 20

PF ou PJ que se encontre com papel imune indevidamente 20

RESPONSÁVEL COMO CONTRIBUINTE SUBSTITUTO (ART. 26). 22

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA 25

FATO GERADOR-FG 26

FATO GERADOR- EXCEÇÕES.ART.38 30

Exceções no desembaraço aduaneiro 30

Exceções na saída do produto do industrial ou equiparado. 31

FG – aspectos temporais – situações especiais – art. 36 33

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 39

LISTA DE QUESTÕES 49

GABARITO 53

RESUMO DIRECIONADO 54

(3)

Dos estabelecimentos industriais e equiparados a industrial

Caminhando em nossa proposta inicial de primeiro definir as fronteiras do IPI, já verificamos que o IPI alcança os produtos nacionais e estrangeiros em conformidade com a TIPI, desde que possuam alíquota 0% ou mais.

Ficam, portanto, excluídos os produtos NT.

Mas, ainda está faltando um elemento para que o IPI esteja apto para nascer. Precisamos ter em uma das pontas da cadeia, um estabelecimento industrial ou equiparado a industrial (obrigatório ou por opção). Tais conceitos estão contidos no RIPI e em outros decretos, como é o caso dos novos regimes das bebidas frias e quentes criados em 2015. Isto é, vamos encontrar os casos em diversas normas, de modo que é preciso que você tenha capacidade de formar juízos sobre a possibilidade de equiparação a industrial para não ficar dependendo apenas de decorar cada um dos casos previstos nas normas. Veja a definição e quantidade de casos e onde encontrar no quadro abaixo.

Obs.: ( Há outros casos de equiparação “espalhados por aí”. Pela relevância, vamos tratar dos casos citados no RIPI e de produtos importantes, como as bebidas).

Nossa missão ao estudar esse tópico é fixar, de plano, a definição de industrial e equiparado por opção, pois são meras definições na legislação. O grande “problema” é o caso dos equiparados, pois estes sofrem grande variação e vez ou outra, novos equiparados são criados. Vamos lá:

Estabelecimento industrial

Para caracterizar um estabelecimento industrial, basta lembrar da definição de industrialização que já abordamos, lembram?

Industrialização é qualquer ação que modifique a natureza, funcionamento, acabamento, apresentação, finalidade ou aperfeiçoe para consumo.

Deste modo, qualquer estabelecimento que realize essas operações e delas resulte um produto tributado, será industrial. É isso que explica o art. 8º do RIPI

Industrial

1 possibilidade

(art.8°)

Equiparado a industrial

11 possibilidades

(art. 9º e 10º)

Decreto 8393/15

Novo regime de bebidas

frias lei 13097/15

Novo regime Bebidas quentes lei

13241/15 (30/12/15)

Equiparado por opção

2 possibilidades

(art. 11)

(4)

Art. 8o Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das operações referidas no art. 4o, de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento (Lei no 4.502, de 1964, art. 3o).

Para facilitar, guarde que nada mais é do que, simplesmente, o fabricante de um produto. Há apenas uma definição legal de industrial, portanto essa não é a parte mais difícil do tema.

Atenção !!

É condição que o produto resultante seja tributado, ainda que seja com alíquota 0% ou isento, para caracterizar o estabelecimento como industrial.

Assim, uma refinaria da Petrobras, por exemplo, que produza apenas gasolina (produto NT, já que é imune.) não é considerado estabelecimento industrial para o IPI, embora seja uma legítima planta industrial do ponto de vista da Engenharia de produção, da economia, da Contabilidade, da Administração etc.

Então temos o seguinte fluxo para definição do estabelecimento como industrial: Ele...

É conveniente destacarmos e repetir, para afastarmos alguns mitos, que o estabelecimento industrial aqui, não se confunde com indústria, fábricas etc. num sentido puro e geral, logístico ou sob a ótica da engenharia. Não é necessário que tenha uma “chaminé soltando fumaça” máquinas pesadas, fornos, caldeiras etc. para que possamos caracterizar como estabelecimento industrial no IPI.

Para o IPI, basta que realize uma das operações acima no diagrama e dela resulte produto tributado, apenas.

Nesse sentido pense sobre o seguinte:

EXECUTA

Transformação

(Re) acondicionamento beneficiamento

Renovação/ recondicionamento Montagem

Resulta Produto

Tributado

(5)

Além do caso da refinaria da Petrobras citado acima, uma editora de livros é estabelecimento industrial?

Poderíamos pensar: a editora utiliza papel, tinta, cola etc. e fabrica um livro. Isso seria uma legítima

“transformação”. Porém, a resposta é não. Embora seja indústria do ponto de vista da engenharia de produção, os produtos resultantes (livros) não são produtos tributados. Lembre-se que industrial, para o IPI, é aquele que produz produtos tributados, e livros são produtos imunizados.

Agora vamos afastar mais uma lenda sobre o quem vem a ser estabelecimento industrial:

Um estabelecimento industrial precisa ter máquinas, equipamentos etc.? Isto é: um trabalho feito apenas

“com as mãos” poderia ser enquadrado como industrialização?

Respondemos as duas perguntas com "Não" e "Sim" respectivamente. O fato de não possuir máquinas e equipamentos não interfere na sua classificação como estabelecimento industrial. Há processos industriais total ou parcialmente manuais e isso não é relevante para caracterizar um estabelecimento como industrial.

Obs.: para fins de IPI só há uma definição para estabelecimento industrial e está prevista no art. 8°. Essa é a única definição de estabelecimento industrial que interessa ao IPI. Esqueçamos a Engenharia, a Administração, a Contabilidade etc.

EQUIPARADO A INDUSTRIAL

O equiparado a industrial é uma ficção. É alguém que revende um produto industrializado que não foi por ele fabricado. O RIPI apresenta 16 possibilidades de equiparação a industrial. A legislação de bebidas também acrescenta mais possibilidades de equiparação. Há outros espalhados por aí (fora do RIPI)! Por trás da equiparação está o interesse em preservar a cadeia do IPI e o valor tributável.

Vamos lembrar das premissas que estudamos logo no início. Pense da mesma forma que “pensa” o RIPI. A equiparação surgirá, muitas vezes, como um instrumento para preservar a cadeia do IPI. Um comerciante, como não é contribuinte do IPI, extermina a cadeia do IPI quando o produto “passa” por ele. A equiparação transformará esse comerciante em industrial para fins de IPI. Isso significa que a cadeia do IPI segue adiante gerando créditos nos insumos e débitos pelas saídas em consonância com a não cumulatividade.

O equiparado a industrial, apesar de muitas vezes “nem de longe” parecer um industrial, será tratado como se industrial fosse. Ele promove a saída de produtos industrializados que não foram produzidas por ele.

▪ Trata-se de uma ficção para preservar a cadeia do IPI

▪ Não é necessário que haja similitude de atividades com o industrial para que tenhamos a equiparação.

É nos casos de equiparação a industrial que serão exigidos mais esforços do candidato para fixar, pois são muitos. Assim, é preciso ponderar eventuais situações descritas em prova com as premissas que já estudamos sobre preservar a cadeia do IPI, valor tributável, presença de estabelecimentos interdependentes etc. Essas condições são as preferidas para alçar um comerciante à categoria de equiparado a industrial. Ao verificarmos essas condições, muitas vezes conseguiremos concluir sobre se é um caso de equiparação mesmo sem ter memorizado o artigo que descreve cada uma das possibilidades.

(6)

Como o IPI tem dois fatos geradores “bem diferentes”, (um é o desembaraço aduaneiro e o outro a saída dos produtos) sempre teremos duas “orientações” a seguir em cada um dos institutos do IPI. Teremos uma “regra”

para aplicar no mercado interno e uma “regra” para aplicar na importação. Vejamos o primeiro caso de equiparação e um dos mais importantes, diria eu que é o caso clássico.

Art. 9o Equiparam-se a estabelecimento industrial:

I - os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira, que derem saída a esses produtos.

Há muitos detalhes interessantes aqui: Não é qualquer importador que é equiparado a industrial. O importador que “apenas” importa é contribuinte do IPI na importação, na qualidade de importador pura e simplesmente. Entretanto, se promover a saída posterior deste produto importado, será considerado contribuinte do IPI na qualidade de equiparado a industrial. Ou seja: “paga” IPI duas vezes!

Perceberam? Contribuinte “importador” é qualidade distinta da de importador “equiparado a industrial”.

Esteja apto a responder prontamente a seguinte pergunta:

O importador de produtos estrangeiros é equiparado a industrial?

Não. Apenas se promover a saída desses produtos. O IPI pago na importação não o transforma automaticamente em equiparado a industrial, mas cuida-se de imposição àqueles que importam produtos industrializados. Até mesmo nós, simples pessoas físicas somos contribuintes do IPI (contribuinte de fato e de direito) no desembaraço aduaneiro, caso importemos produtos industrializados nos termos do RIPI. A equiparação, por sua vez, surge no momento posterior: a saída do produto importado ( venda, doação etc.)

Essa equiparação do importador, consequentemente transformando em fato gerador do IPI a saída do produto importado do seu estabelecimento, é bastante combatida por doutrinadores de peso. Não vamos entrar nesta seara porque no estudo de LT valem as regras (deve ser), e vamos pensar como “pensa” o RIPI, que está em linha com a jurisprudência recente. Ao se cobrar o IPI nesta saída do importador, apenas estamos “nivelando” esse estabelecimento importador à indústria nacional, que também paga IPI nas suas saídas.

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Vamos analisar:

Observe que o importador enquanto realizar apenas as operações de cor AZUL será mero contribuinte do IPI devido no desembaraço aduaneiro da importação (não revestindo condição de industrial ou equiparado a industrial). A partir do momento que resolver promover a saída destes produtos (operação vermelha) será contribuinte “de novo”, mas na condição de equiparado a industrial.

Para quem não entendeu ainda, explico novamente em outros termos:

Se a empresa importar e consumir o produto internamente, não será equiparado a industrial. Se, por sua vez, importar e promover a saída deste produto será equiparado a industrial.

Vamos verificar mais um caso de equiparação que merece ser analisado em conjunto com o antecedente.

Assim, não há nenhum esforço de memorização adicional.

São equiparados...

II - os estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem, para comercialização, diretamente da repartição que os liberou, produtos importados por outro estabelecimento da mesma firma;

Observem que esse caso é um desdobramento do caso disposto no inciso I. A única diferença é que o produto importado, por uma questão de atalho logístico/empresarial foi “desviado” do importador, seguindo diretamente para uma filial do importador, que promoverá a saída equiparando-se a industrial.

Exterior Aduana

IPI

Importador

IPI

Adquirente final

Fato gerador: desembaraço aduaneiro

Fato gerador: saída do equiparado a industrial

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Perceba que, na essência, é a mesma operação. Apenas apareceu um “dublê”. Ao invés do ator principal ser a empresa “A”, o ator agora será a filial de “A”.

Então devemos captar a essência da operação e não a sua mera forma. Note que, desprezados os atalhos logísticos, a operação é idêntica ao artigo antecedente. Deste modo, continua sendo equiparado a industrial o

“outro” estabelecimento do importador. Ao invés da operação seguir o fluxo “normal” (seta azul), sofre um desvio (seta laranja), porém o produto continua entrando no estabelecimento do importador; embora, agora, sob a forma de filial. Na essência, a transação é a de cor AZUL. Mas assumiu a forma LARANJA.

Esclarecendo...

Vejamos uma situação real... Seria o caso de um importador situado em São Paulo, mas que tenha utilizado a alfândega do aeroporto de Salvador para fazer uma importação. Para economizar, resolveu destinar tal produto para sua Filial na Bahia, ao invés de remeter para São Paulo. Na essência, o produto continua “entrando no mesmo importador “A” ( embora filial)”.

Na sequência, o inciso III desdobra mais um pouco o inciso II.

São equiparados...

III - as filiais e demais estabelecimentos que exercerem o comércio de produtos importados, industrializados ou mandados industrializar por outro estabelecimento da mesma firma, salvo se aqueles operarem exclusivamente na venda a varejo e não estiverem enquadrados na hipótese do inciso II.

Aqui também devemos captar a essência da transação e não focalizar apenas a sua forma. Pense o seguinte:

se quem fabrica e vende é industrial; e também quem importa e vende é equiparado a industrial, haveria alguma razão para, quando a atividade de venda for executada por outra empresa do mesmo grupo (comerciante), ser excluída da cadeia do IPI pelo fato de ser um comerciante?

Quando tais estabelecimentos transferem esses produtos para suas filiais venderem ao invés de venderem diretamente, também deve incidir o IPI, já que a essência da transação da operação não é modificada, apenas sua forma. E o mecanismo para colocar o comerciante (filial) na cadeia do IPI é a equiparação a industrial.

Vejamos o inciso IV

Exterior Aduana IPI Importador

("A")

Filial do Importador (“A”)

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IV - os estabelecimentos comerciais de produtos cuja industrialização tenha sido realizada por outro estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, mediante a remessa, por eles efetuada, de matérias- primas, produtos intermediários, embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou modelos.

É o caso do estabelecimento que manda industrializar numa filial ou terceiro, e esse produto após retorno é comercializado pelo estabelecimento encomendante. Note que há uma “terceirização” da industrialização. É como se a firma “A” decidisse manter suas máquinas e equipamentos na FILIAL “A” ou então em um terceiro, ao invés de manter em seu próprio estabelecimento para assim descaracterizar-se como estabelecimento industrial e escapar do IPI.

De olho nessa situação, o RIPI trata logo de equiparar a firma “A” a industrial, já que na qualidade de comerciante apenas, não seria preservada a cadeia do IPI. Se fosse possível fazer esse arranjo tributário escapando do IPI, note que a “filial de A” não iria efetuar nenhuma venda, mas ia destinar toda sua produção para firma “A”, já que comerciante, e assim (esse comerciante) promoveria saídas sem o IPI.

Em síntese, o RIPI tratou de equiparar a Firma “A” à industrial. Assim temos contribuintes do IPI nas duas pontas da cadeia. Não tem como escapar da tributação, nem “terceirizando” a industrialização.

Acompanhe a sequência 1, 2, 3...

Vou explicar “de novo” com um exemplo para que não fique dúvida!

Suponha que eu tenha uma empresa que fabrique computadores, a INDUSTRIA ALFA. Cada computador que eu fabricar e vender sofrerá a tributação do IPI uma vez que o estabelecimento IND. ALFA é industrial. Isso já sabemos!

Aí eu tive uma ideia de gênio!

Vou constituir duas empresas. Além da INDUSTRIA ALFA (fabricante), vou criar a COMERCIAL ALFA (comerciante), que atuará na revenda dos meus computadores.

Agora veja como posso manipular o IPI utilizando duas empresas do mesmo grupo, uma Industrial e a outra comerciante:

Aí eu passaria a vender, através da IND. ALFA para COM. ALFA (pseudo “encomenda”) por um preço “camarada” e pago o IPI “direitinho”. E as vendas para o consumidor, com preço e lucro maiores, serão feitas exclusivamente pela COM. ALFA, sem IPI, já que é um comerciante varejista.

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Olha que beleza!

O produto sai da minha fábrica e já mato a cadeia do IPI fazendo o produto chegar num comerciante (que por coincidência também me pertence!) com um preço (Base de cálculo do IPI) bem “camarada”.

Aí aparece o RIPI e diz: Não! Nesse caso temos que preservar a cadeia do IPI, caso contrário há riscos de manipulação do valor tributável da operação.

Conclusão: o remédio proposto pelo RIPI é transformar esse comerciante em equiparado a industrial e assim eliminamos esse risco. Quando COM ALFA vender, terá IPI também! Aí pouco importa se os preços anteriores praticados foram “camaradas”

intragrupos, pois a última incidência do IPI “desconta” tudo.

Já caiu em prova:

São equiparados aos estabelecimentos industriais os estabelecimentos que comercializam produtos cuja industrialização tenha sido realizada por outro estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, mediante a remessa, por eles efetuada, de matérias-primas, produtos intermediários, embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou modelos. (ESAF – 2012 – ATRFB)

Vejamos outros casos de equiparação...

V - os estabelecimentos comerciais de produtos do Capítulo 22 da TIPI (bebidas, grifos nossos), cuja industrialização tenha sido encomendada a estabelecimento industrial, sob marca ou nome de fantasia de propriedade do encomendante, de terceiro ou do próprio executor da encomenda.

VI - os estabelecimentos comerciais atacadistas dos produtos classificados nas Posições 71.01 a 71.16 da TIPI (algumas joias, pedras preciosas, grifos nossos).

VII - os estabelecimentos atacadistas e cooperativas de produtores que derem saída a bebidas alcoólicas e demais produtos, de produção nacional, classificados nas Posições 22.04, 22.05, 22.06 e 22.08 da TIPI e acondicionados em recipientes de capacidade superior ao limite máximo permitido para venda a varejo, com destino aos seguintes estabelecimentos.

a) industriais que utilizarem os produtos mencionados como matéria-prima ou produto intermediário na fabricação de bebidas;

b) atacadistas e cooperativas de produtores; ou

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c) engarrafadores dos mesmos produtos;

Há ainda outros casos de equiparação, pelo que se recomenda, para aprofundamento, a leitura dos artigos 9° e 10° do RIPI. Nunca se sabe o que vem da cabeça do examinador, mas os casos abaixo são “menos cotados”, possuem, portanto, pior relação custo x benefício. Apresentarei em forma de síntese, na sequência:

(inciso VIII) Comerciantes atacadistas que adquirirem de importadores os produtos classificados nas posições de 33.03 a 33.07, isto é: perfumes, colônias, cremes de barbear, maquiagem etc.

(inciso IX) Quem importar por conta e ordem ou por encomenda, se utilizando de Cia importadora.

(inciso X) Atacadistas de automóveis de passageiros (posição 87.03).

O decreto 10668/21 revogou os incisos XI a XV deste artigo, e criou o inciso XVI. Neste, é tratado dos casos de equiparação nas bebidas. Temos tópicos específicos para cuidas das bebidas em outro

momento.

Equiparados a industrial por opção

Os casos de equiparação por opção são dois, previstos no art. 11, I e II/RIPI. São eles:

➢ os estabelecimentos comerciais que derem saída a bens de produção, para estabelecimentos industriais ou revendedores.

➢ as cooperativas, que se dedicarem à venda em comum de bens de produção, recebidos de seus associados para comercialização.

A primeira observação que devemos fazer é que é possível pleitear a equiparação desde que comercialize BENS DE PRODUÇÃO. Bens de produção são os insumos (MP, PI e ME) e os bens de capital (máquinas, equipamentos, ferramentas, exceto as manuais).

Além de fixar esses dois casos de equiparação por opção previstos no art. 11, I e II, você deve estar preparado para compreender a seguinte contradição aparente:

Qual o interesse de um estabelecimento que não é contribuinte do IPI (não é industrial) se tornar equiparado a industrial por opção, consequentemente tornando-se contribuinte do IPI?

Um comerciante de bens de produção, por não ser industrial, não é contribuinte do IPI. Assim, um industrial que desejasse adquirir bens de produção neste estabelecimento comercial, não poderia aproveitar os créditos de IPI porque, enquanto comerciante, o vendedor dos bens de produção não destaca o IPI nas suas notas fiscais. Deste modo deixa de ser atrativo para os industriais adquirir insumos nestes estabelecimentos vendedores de bens de produção se eles não são equiparados à industrial. Por outro lado, ao se tornarem contribuintes do IPI por equiparação, passam a apurar os créditos e débitos do IPI, destacando o valor do imposto em suas notas fiscais permitindo que o adquirente se credite de tal valor destacado. Evidentemente essa é uma análise superficial, mas

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pode ser que haja outras vantagens econômicas decorrentes do sistema não cumulativo, que pode variar de empresa para empresa.

Como são dois casos apenas citados pelo RIPI, vale a pena fixa-los. Iremos detalhar esse procedimento ao estudar os créditos do IPI!

Agora vamos destacar duas novidades que ocorreram após a última prova da RFB:

Novidades 2015 que ainda não constam no RIPI!!!

1) Nas bebidas frias e quentes, que veremos oportunamente, há novas circunstâncias que exigem a equiparação a industrial e ainda não constam no RIPI.

2) O decreto 8393/15 incluiu no anexo III da lei 7798/89 produtos de beleza e toucador tais como cremes de barba e cabelo, batons, cosméticos em geral, esmaltes, pós, loções etc. Deste modo, os estabelecimentos atacadistas que comercializem e distribuam esses produtos e que fizerem parte do mesmo grupo econômico do estabelecimento industrializador, será equiparado obrigatório a industrial.

Vamos recapitular até aqui:

Verificamos que o IPI alcança produtos nacionais e estrangeiros, em conformidade com a TIPI. Isso significa que o produto sob o qual incide o IPI deve ter uma alíquota definida na TIPI, que pode ser de 0% ou mais. Excluímos, portanto, os produtos que constam na TIPI com a notação NT (não tributado).

Feito isso, observamos que além de um produto com essas características contidas na TIPI (alíquota maior ou igual a 0%), precisamos ter em algum momento uma operação de industrialização, que pode assumir a forma de transformação, beneficiamento, montagem, (re)acondicionamento e renovação/ recondicionamento.

Verificamos ainda que há algumas operações que apesar de terem características de industrialização sob a ótica da engenharia de produção, são expressamente excluídas do conceito pela legislação do IPI. São elas:

Artesanato, moagem de café em supermercados, mistura de tintas em comerciantes, preparo de alimentos e refrigerantes em restaurantes, acondicionamento para transporte, encomendas de trabalho preponderante profissional realizado em oficina ou residência do encomendante como costureiras e alfaiates e outros.

Existente então uma operação de industrialização de que resulte produto tributado, surge naturalmente a figura do industrial. Por ficção, aqueles que a legislação achou por bem dar tratamento semelhante, ainda que não realizem atividade industrial, são os equiparados a industrial (por lei ou por opção). Os equiparados não fabricam, apenas revendem, mas são tratados como se industrial fossem.

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Fixando novos conceitos

Estabelecimento comercial atacadista

➢ Aquele que vende bens de produção. No caso de venda a particulares, deve ser em quantidades acima daquela normalmente destinada ao seu uso.

➢ Aquele que vende bens de consumo em quantidades acima do que normalmente de se destina a uso próprio do adquirente.

➢ Aquele que vende a revendedores Estabelecimento comercial varejista

➢ Aquele que efetua vendas diretas ao consumidor. Se realizar vendas por atacado esporadicamente em volume inferior a 20% do total das receitas do mesmo semestre civil.

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Contribuintes e responsáveis

Temos duas modalidades de sujeito passivo da obrigação tributária principal: contribuintes e responsáveis.

O sujeito passivo do IPI é aquele obrigado ao seu pagamento (imposto ou penalidade), podendo assumir a forma de contribuinte ou responsável. Para identificá-los devemos fazer a seguinte pergunta: tem relação pessoal com o FG? Vejamos:

Destaque-se que apesar de o responsável não ter relação pessoal com o FG, ele possui algum vínculo com a operação, de forma que pode interferir no reconhecimento do contribuinte ou na relação jurídica tributária.

Observe:

Um caminhoneiro está transportando um produto sem nota fiscal.

Ele é contribuinte ou responsável?

Será responsável, uma vez que o fato gerador foi praticado pela indústria ao promover a saída do produto.

A ligação do transportador é distante (indireta, não pessoal), observe os dois momentos (1) e (2) abaixo:

No momento 01 temos o FG, há a ligação direta da indústria ao fato.

No momento 02 não temos o FG. Surge então a responsabilidade.

Apesar de estar “distante” do FG, o transportador tem algum nível de ligação com o FG que foi praticado pela indústria “lá atrás”. É conhecedor da transação. Por essa razão, mesmo não tendo praticado o FG, o transportador será chamado a compor a relação tributária como devedor do tributo, mesmo sem possuir relação direta com o FG, mas em função de lei.

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Sob que qualidade? Na qualidade de responsável, já que não pratica o FG.

A responsabilidade recai sempre naquele que se encontra com o produto, já que é alguém que, embora não praticando o FG, tem ligação indireta com o FG.

Diante de assertivas de prova que lhe questionem se “fulano” é contribuinte ou responsável, basta verificar a sua ligação com o FG.

Quem pratica o FG é contribuinte, se está “distante”, depois do FG, será responsável. Note que o responsável não é um terceiro qualquer, mas alguem que tem ligação indireta com o FG.

Note também que há uma transferência da responsabilidade para um terceiro e só é possível identificar este terceiro após o FG. De forma diferente, temos a substituição tributária, que ainda veremos mais adiante, onde conhecemos de forma antecipada o responsável por substituição.

CONTRIBUINTES

Feita essa breve síntese sobre o sujeito passivo do IPI, vejamos quem são os contribuintes do IPI.

Já estudamos o trio de contribuintes do IPI. São eles: o importador , o industrial, e o equiparado a industrial.

Este trio é citado tanto no art. 51 do CTN quanto no art. 24 do RIPI. São os principais contribuintes e se relacionam com os seguintes momentos:

Importador – contribuinte no desembaraço aduaneiro.

Industrial – contribuinte na saída de seus produtos.

Equiparado a industrial – contribuinte na saída de seus produtos/mercadorias.

Além do trio acima, a lei 9532/97 incluiu mais uma espécie de contribuinte: aquele que destinar ou consumir o papel imune em outros fins.

Então temos 04 contribuintes conforme o RIPI:

(16)

Fique atento ao estudar pelo CTN, pois consta no art. 51 qualificado como contribuinte, também, o arrematante. Observe:

Art. 51. Contribuinte do imposto é:

I - o importador ou quem a lei a ele equiparar;

II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar;

III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior;

IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.

Entretanto, não há mais fundamento, em razão de alterações na legislação, para identificar o arrematante como contribuinte do IPI. A própria RFB já reconheceu essa ausência de fundamento e não constitui créditos desta natureza.

Corroborando o melhor entendimento, o RIPI não apresenta o arrematante como contribuinte.

Mas se uma questão de prova exigir a resposta nos termos do CTN?

Nesse caso devemos incluir o arrematante como contribuinte do IPI, assim como fez a questão abaixo:

(Cespe-Juiz TRF5-2009)

Sobre determinado produto industrializado arrematado em leilão incidirá o IPI se o produto:

A) for de origem nacional.

B) for de origem estrangeira e não tiver sido submetido ao devido desembaraço aduaneiro.

C) for objeto de crime tributário.

D) tiver sido apreendido ou abandonado

E) for de origem estrangeira e tiver sido submetido ao devido desembaraço aduaneiro.

Contribuinte (art. 24)

Importador no desembaraço

aduaneiro

Industrial, na saída dos seus

produtos

O equiparado industrial na saída dos seus produtos/mercad

orias

Quem destinar ou consumir o

papel imune

em outros fins

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Resolução:

Conforme o CTN, a questão considerou o gabarito D. Se fosse fundamentada no RIPI, seria nula a resposta já que o RIPI não contempla a arrematação.

Resposta: D

Para fechar o tema, fique atento que no IPI prevalece a autonomia dos estabelecimentos. Isto é, cada estabelecimento da empresa (cada filial) irá apurar o IPI de forma individualizada.

Vamos exemplificar, não pode ficar dúvida sobre isso!

Se a empresa possuir a estrutura ao lado, teremos 4 apurações de IPI separadas, sem comunicação uma com as outras. Teremos a escrituração fiscal da Matriz e das 3 filiais em “quatro livros fiscais”

(hoje, na realidade, a escrituração é em ambiente eletrônico – SPED).

Apenas por curiosidade, já que também é assunto da prova... E no IRPJ?

No IRPJ a apuração é consolidada na Matriz. Teremos apenas uma apuração do IRPJ, que deve incluir todos os valores das filiais consolidados.

RESPONSÁVEIS

O responsável é o sujeito passivo cuja obrigação decorre de lei e não reveste a condição de contribuinte.

O efeito prático e que serve de macete para a prova é que a figura do responsável surge a partir do desrespeito a uma regra, adicionado ao fato de não ter praticado o FG. A responsabilidade surge após o FG e quase sempre irá recair naquele que está com o produto ou é conhecedor da transação. Será o primeiro adquirente do produto ou os demais com alguma ligação com o negócio.

Acompanhe:

São obrigados ao pagamento do imposto como Responsáveis as seguintes pessoas:

Transportador de Produtos desacompanhados de NF/documentação comprobatória

A ausência de comprovação de procedência faz do transportador responsável pelo IPI devido.

Atenção: não se exclui a responsabilidade por infração do contribuinte quando este for identificado.

Caiu em prova:

Acompanhe uma assertiva falsa sobre o tema:

Matriz

Filial Bahia Filial SP Filial RJ

(18)

FALSO! “São responsáveis solidários pelo pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados os transportadores em relação aos produtos tributados que transportarem, acompanhados ou não de documentação comprobatória de sua procedência. (ESAF- ATRFB – 2012).”

O correto é...

“São responsáveis solidários pelo pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados os transportadores em relação aos produtos tributados que transportarem, acompanhados (desacompanhados) não de documentação comprobatória de sua procedência. (ESAF- ATRFB – 2012).”

Possuidores de Produtos para venda/industrialização sem NF/documentação comprobatória

Por razões similares à situação do transportador, teremos a responsabilidade do possuidor de produtos sem a devida documentação de origem. Seria o caso de um lojista, por exemplo, que não possui as notas fiscais de aquisição dos seus produtos expostos a venda.

Ele poderia ser contribuinte do IPI? Em princípio não, pois o FG foi praticado pela indústria no momento em que lhe remetera os produtos. A forma para trazer esse lojista para a RJT (relação jurídica tributária) é como responsável. Veja que vamos criando uns macetes: o responsável está distante (após) do fato gerador.

Atenção: não se exclui a responsabilidade por infração do contribuinte quando este for identificado

Adquirentes de produtos usados sem marcação, ou documentação de origem.

A comprovação de origem se faz com documentário fiscal. Em outros casos como na venda de produtos usados por pessoas físicas, por exemplo, o que é comum em lojas que comercializam produtos usados e aceitam outros produtos como parte do pagamento, a origem dos produtos deve ser comprovada mediante recibo com assinatura e CPF dos vendedores, RG e descrição minuciosa dos objetos e preços.

Qualquer detentor de cigarros (2402.20.00) ou bebidas (CAP 22) destinados à exportação, encontrados em situação diversa.

Isso envolve o proprietário, o possuidor, o transportador ou qualquer outro que se encontre com cigarros ou bebidas que deveriam ser exportados, mas foram indevidamente destinados ao mercado interno.

Cigarros e bebidas têm alíquotas elevadas de IPI. O cigarro, por exemplo, pode ter alíquotas que atingem 300%.

Porém, quando destinado à exportação, não há o IPI, logo o preço de exportação é muito menor que o preço do mercado nacional. Assim, o cigarro “sem IPI” e a bebida “sem IPI” destinados à exportação não podem ser vendidos no mercado nacional já que flagrante o desequilíbrio que causariam ao mercado. Saliente-se que, em verdade, nenhum produto “sem ipi” em razão de exportação poderia ser vendido no Brasil, mas destacamos os cigarros e bebidas pela carga tributária envolvida e pelo processo de selagem com características específicas quando destinados à exportação.

(19)

Se você já leu o RIPI pelo menos uma vez na sua íntegra, você já deve percebido que Bebidas e Cigarros são os produtos “queridinhos” do IPI. Sobre eles recaem medidas de controle até mesmo de ordem física como a selagem, controle de produção em tempo real e outros.

Quanto ao cigarro e bebida destinados à exportação consta explicitamente a seguinte indicação no seu selo de controle: “destinado à exportação”.

Voltando então ao ponto que caracteriza a responsabilidade nesses casos, vimos que quanto ao produto que deveria ser exportado, mas não foi, há a responsabilidade tributária porque surge o FG.

Entretanto, há algumas possibilidades de a “não exportação” não resultar em FG e responsabilidade daquele que se encontra com o produto. São aqueles casos em que o produto ainda não foi exportado, mas está “caminhando”

para ser. São os casos em que os produtos ainda estão em trânsito para:

1- uso e consumo em bordo de aeronaves, embarcações etc. de trafego internacional com pagamento em moeda conversível.

2- destinados a lojas francas, em operação de venda direta.

3-adquiridos por comercial exportadora com fins específicos de exportação remetidos diretamente pelo industrial para embarque ou recinto alfandegado.

4- recintos alfandegados ou outros locais onde se processe despacho aduaneiro.

Quem possuir produto sem selo, marcação e rótulo quando exigido.

O selo, aplicado em bebidas e cigarros principalmente, permite um controle quantitativo e indica que as operações até então, estão regulares já que o fornecimento de nova remessa de selos depende da devida utilização da remessa anterior e recolhimento dos tributos devidos. O rótulo e a marcação permitem a identificação de origem e características do produto. Observe que são elementos cuja ausência não permite identificar a origem do produto e a sua regularidade fiscal. Aqueles que se encontrem com produtos nessas condições tornam-se responsáveis.

Quem desatender requisitos p/ imunidade, isenção ou suspensão.

São responsáveis pelo pagamento do IPI aqueles que não observarem os requisitos que condicionam a imunidade, a isenção ou a suspensão do imposto.

Empresa Comercial Exportadora

A empresa comercial exportadora quanto aos produtos que deveriam ser exportados e não foram em 180 dias da emissão da NF; foram revendidos no mercado interno ou foram destruídos ou furtados. Veja: a empresa exportadora após receber os produtos para serem exportados, tem 180 dias para fazê-lo. Não o fazendo, presumiremos que os produtos deixaram de ser exportados, logo, todo IPI não pago (em razão da imunidade das exportações) deve ser pago. Observe que mesmo no caso de furto dos produtos, o IPI deve ser pago, já que não ocorreu a exportação.

(20)

Lei nº 7.798/1989

O estabelecimento comercial atacadista de produtos sujeitos ao regime de que trata a Lei nº 7.798/1989, que possuir ou mantiver produtos desacompanhados da documentação comprobatória de sua procedência, ou que deles der saída (art. 25, IX RIPI).

A referida lei trata do enquadramento em classes das bebidas. Note que apesar de especificar o alcance para as bebidas, é um tanto quanto desnecessário esse detalhamento, já que pelo simples fato de ser detentor de mercadoria desacompanhada de documentação já tornaria o comerciante responsável. Aproveitemos essas

“repetições” de temas do RIPI para “enxugar” o nosso conteúdo, afinal, conteúdo é o que não falta dentro da legislação tributária para memorização e fixação.

PF ou PJ que se encontre com papel imune indevidamente

É responsável pelo pagamento do IPI como Responsável a pessoa física ou jurídica que não seja empresa jornalística ou editora em cuja posse for encontrado o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos.

Esse é um caso bem interessante e consta no art. 25 VIII do RIPI. Elencados os contribuintes e os responsáveis, precisamos comparar este artigo do RIPI com outro, “aparentemente” antagônicos para quem fizer uma leitura apressada, observe:

Os artigos são facilmente confundidos porque remetem à questão do papel imune. Preste muita atenção para identificar quem é contribuinte e quem é responsável.

São contribuintes

(art. 24, IV)

Os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, quando alcançado pela imunidade prevista no inciso I do art. 18

São responsáveis

(art. 25, VIII)

A pessoa física ou jurídica que não seja empresa jornalística ou editora, em cuja posse for encontrado o papel, destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, a que se refere o inciso I do art. 18 (Lei nº 9.532, de 1997, art. 40, parágrafo único);

Uma empresa que produz papel para impressão de livros, ao vender para uma empresa gráfica beneficiária da imunidade, não será considerada contribuinte nesta operação. Entretanto, isso não significa que não possa vender o papel para outras empresas que não são beneficiárias da imunidade. E assim fazendo, será contribuinte na operação, devendo destacar o IPI na sua venda.

Já no artigo que prescreve a responsabilidade, nós temos a “regra macete” que estabelecemos no início do tema, que é o “desrespeito a uma norma ou regra” para surgir a responsabilidade. O caso é o seguinte: o sujeito não poderia ter em suas mãos papel imune, mas tem. Será responsabilizado, chamado para compor a relação jurídica tributária. Ele não praticou o FG, mas tem ligação com o FG anterior, é conhecedor da operação etc.

Para fechar o tema, vamos ao macete!

(21)

Temos um artigo na lei 4502/64 (art. 35, II) que consegue fazer uma boa síntese sobre quem é responsável.

Normalmente será o POSSUIDOR. Ao invés de decorar cada pessoa (transportador, lojista, o vendedor de móveis usados, o possuidor de papel imune indevidamente etc...) Guarde bem esse artigo abaixo:

Será responsável...

b) qualquer possuidor - com relação aos produtos tributados cuja posse mantiver para fins de venda ou industrialização....

Isso nos dá uma boa síntese.

Agora uma orientação importante. A lei 4502/64 chama esses contribuintes de “contribuintes substitutos”.

Esse termo é inapropriado, pois não tem relação com a substituição tributária. Eles são, na verdade, responsáveis!

Vamos dar o devido “desconto” ao legislador, pois é uma lei muito “velhinha” e desconsiderem qualquer vinculação do termo à substituição tributária.

A substituição tributária “de verdade” é o nosso próximo assunto...

(22)

Responsável como contribuinte substituto (art. 26).

Conceito de Contribuinte Substituto

O contribuinte substituto é o responsável, por substituição tributária (ST) pelo IPI. É considerado substituto, o industrial (ou equiparado), mediante requerimento, em relação às operações anteriores, concomitantes ou posteriores às saídas que promover, nas hipóteses e condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal.

Perceba um aspecto importante na ST IPI: Veja que se dá mediante requerimento. Isso significa que é uma faculdade!

Note ainda que, ao contrário da responsabilidade por transferência que estudamos acima, na substituição tributária já conhecemos o responsável antes mesmo do FG.

Conceito de Contribuinte Substituído

O contribuinte substituído é aquele que deixa de recolher o IPI, em função da existência do contribuinte substituto responsável por substituição tributária do IPI.

Esquematização da substituição tributária (ST):

Observe que na esquematização temos três operações de “saída” entre os diversos industriais (vermelho e azuis). A cada operação, teríamos normalmente uma incidência de IPI. Com a substituição, o industrial vermelho substituto passou a substituir os industriais azuis quanto às novas incidências. As “saídas” do industrial azul para o outro industrial azul (IPI ST) e para o adquirente final tem o IPI cobrado antecipadamente por substituição quando da primeira saída promovida pelo industrial vermelho.

Isso significa que quando o industrial vermelho lança o IPI, está lançando o seu IPI próprio + o IPI das operações seguintes (IPI ST).

Esse é um tipo de ST denominada “para frente” ou progressiva, pois a obrigação é antecipada.

Podemos ter ainda a ST “para trás” (diferimento) ou regressiva. Nesse caso a obrigação é adiada. O substituto, nesse caso, pagaria o seu IPI próprio e também o relativo às operações anteriores. Lança-se o IPI, portanto, na última operação do esquema. Há uma postergação!

(23)

Exemplo ST para trás: O IPI dos fornecedores de peças e componentes de automóveis, que são substituídos pelas montadoras de veículos (lei 9626/99).

Temos ainda a ST pura e simples (ou concomitante), que não é típica do IPI, mas surge quando a responsabilidade pelo tributo se transfere, de forma concomitante, para outro contribuinte que não aquele que realiza a operação ou pratica o FG. Exemplo: substituição tributária no serviço de transportes. Quando o transportador autônomo preta um serviço de transporte, quem deve pagar o ICMS é o contratante do serviço.

Conforme o ponto em que esteja o Substituto dentro dessa cadeia, podemos classificar a ST como uma das modalidades acima (p/ frente, p/ trás e pura e simples).

Atenção: O contribuinte substituído é solidariamente responsável pelo pagamento do imposto em relação ao qual estiver sendo substituído, no caso de inadimplência do contribuinte substituto.

Para atender a todos os gostos, vou colocar um exemplo numérico para facilitar a visualização e diferenciação dos tipos de ST numa linguagem mais simples possível:

Uma operação “normal” sem ST seria conforme abaixo, cada industrial “paga o seu IPI”:

Numa ST para frente seria assim: o substituto “paga” o IPI de “todos” antecipadamente.

Industrial 1

• Débito de IPI R$

10

IPI 10

industrial 2

• Débito de IPI R$

15

IPI 15

Industrial 3

• Débito de IPI R$

20

IPI 20

Substituto

•Débito de IPI R$

(10+15+20)

= 45

Substituído

•Débito de IPI 0,00

Substituído

•Débito de IPI 0,00

(24)

Numa ST “para trás” seria assim: o “último” “paga” o IPI de “todos” os anteriores.

Atenção !! - Apesar do RIPI prever a ST em todas as suas modalidades, na prática apenas temos a ST “para trás” no IPI.

- No IPI, a ST é faculdade (mediante requerimento).

Substituído

•Débito de IPI 0,00

Substituído

•Débito de IPI 0,00

Substituto

•Débito de IPI R$

(10+15+20)

= 45

(25)

Responsabilidade solidária

A responsabilidade solidária decorre de lei. É um mecanismo de garantia do credor que resulta na indicação de outras pessoas para responder pelo crédito tributário, ainda que não tenham participado diretamente da situação que fez nascer a obrigação, mas que tenham algum vínculo jurídico relacionado ao ato ilícito. No IPI temos:

 O adquirente de mercadoria importada beneficiada por isenção ou redução.

 Adquirente de produto importado por sua conta e ordem através de PJ importadora (importação por conta e ordem). Lembre-se que o adquirente também é responsável pela infração.

 Adquirente de produto Importado por encomenda de PJ importadora (importação por encomenda).

Lembre-se que o adquirente também é responsável pela infração.

Caiu em prova...

”São responsáveis solidários pelo pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados os adquirentes de mercadorias de procedência estrangeira, no caso de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora.” (ESAF- ATRFB – 2012).

 Industrial de 2402.20.00 (cigarros de tabaco) e a empresa exportadora em relação à venda destinada à exportação que não se efetivar.

 Na hipótese de industrialização por encomenda, o encomendante responde solidariamente com o estabelecimento industrial.

 Beneficiário de regime aduaneiro suspensivo, destinado à industrialização para exportação.

 Os acionistas controladores, diretores, gerentes ou representantes (em relação ao período de sua gestão) quanto aos créditos não recolhidos no prazo legal.

 Curador de deficientes beneficiados com isenção para veículos.

(26)

Fato gerador-FG

Preliminarmente, deve-se reconhecer que o fato gerador do IPI é periódico ou complexivo, isto é, ele é a

“soma” de “n” fatos ao longo de um determinado período. Essa periodicidade é, geralmente mensal, exceto quanto o IPI Importação, que deve ser tratado à parte.

Segundo o RIPI, art. 35, os FGs do IPI são:

Na realidade, o RIPI prescreve como FG uma situação que corresponde ao aspecto temporal em que ocorre o fato gerador.

Embora seja essa a prescrição do RIPI, temos situações em que há a saída de produto do estabelecimento industrial mais não há o FG; também há hipóteses em que há o desembaraço aduaneiro e não há o FG do IPI. Então, precisamos tomar conhecimento também dos aspectos material e espacial para a correta identificação da hipótese de incidência, além das exceções ao fato gerador.

Fixe o FG indicado pelo RIPI, no art. 35. Pode ser de grande valia em provas. Mas precisamos saber, além do

“quando” (aspecto temporal) mencionado no art. 35, também o “O que” (materialidade) e o “Onde” (aspecto espacial) para concluir sobre o FG do IPI.

Quanto aos produtos importados temos o FG se completos os seguintes elementos:

“O que?” Importar produtos de procedência estrangeira.

“Quando?” No desembaraço aduaneiro.

“Onde?” Na aduana.

Se um desses elementos não restar completo não teremos a incidência do IPI.

Quanto aos produtos industrializados devem restar completos os seguintes elementos:

“O que?” Industrializar produtos e promover a transferência da posse ou propriedade.

“Quando?” Na saída do estabelecimento industrial.

“Onde?” No território nacional, exceto áreas de benefícios fiscais como a ZFM...

I- o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira

1 II- a saída de produto

do estabelecimento industrial, ou

equiparado a industrial.

2

(27)

Agora vamos introduzir um pouco mais de técnica nas explicações...

O RIPI menciona apenas dois fatos geradores. Embora seja essa a literalidade do regulamento, o que o RIPI faz é indicar, na realidade, o momento em que ocorre o fato gerador. Ou seja, o RIPI nos indica a coordenada no tempo em que se considera ocorrido o fato gerador.

O conhecimento do art. 35, em sua literalidade, pode ser suficiente para responder a um questionamento simples como “Qual é o fato gerador do IPI?”, mas pode não ser suficiente para analisar situações mais complexas onde estejam presentes outros elementos, e, finalmente concluir se a situação em exame está no campo de incidência do IPI. O nosso objetivo aqui é lhe fazer conhecer esse ferramental mínimo para se sair bem em questões que sejam mais complexas além do simples questionamento “Qual o fato gerador do IPI?”.

Para que tenhamos a incidência do IPI, não basta a existência de produtos industrializados, mas uma operação que envolva produtos industrializados. A regra matriz de incidência nos auxilia a identificar a natureza jurídica de uma operação.

Vamos conhecê-la... é rapidinho.

A hipótese de incidência resulta de 3 (principais) critérios integrativos: material, espacial e temporal. Para que tenhamos o fato gerador de IPI, os três elementos devem se materializar. Ainda temos na regra matriz, o critério pessoal e o quantitativo, este último diz respeito à base de cálculo, que logo começaremos a estudar.

Iremos nos ater aos três critérios principais.

Para o IPI, nos interessam duas situações que são descritas como fatos geradores do IPI (art. 35): (1) as operações de “saída” com produtos industrializados e (2) a importação de produtos industrializados.

Acompanhe abaixo, para as situações 1 e 2 descritas acima, como resultariam os critérios integrativos.

Regra Matriz

Descrição Hipótese 1 Hipótese 2

Critério Material Situação abstrata

Industrializar um produto e transferir

sua posse ou propriedade

Importar produtos

Critério espacial Local Território nacional, exceto regiões incentivadas como a

ZFM.

Na alfândega

Critério temporal Momento Momento da saída do produto

Momento do desembaraço

aduaneiro

Restando completos os três critérios integrativos, podemos afirmar que é caso de incidência do IPI.

(28)

Voltando ao artigo 35 do RIPI/2010 que descreve o fato gerador do IPI como:

I- o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira

II- a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial.

Qual a relação que podemos fazer com a nossa regra matriz?

O RIPI descreve o fato gerador tal como o critério temporal da regra matriz. Na realidade o RIPI indica o momento em que ocorre o fato gerador. Para provas e concursos, o reducionismo do RIPI nos ajuda a responder, como já dissemos, um questionamento em seu nível mais simples “qual é o fato gerador do IPI?”, portanto, logicamente é de grande valia essa compreensão. Entretanto, em situações mais complexas, não poderíamos nos socorrer dele. Neste momento, que devemos recorrer à regra matriz.

A regra matriz desdobra-se ainda em mais dois elementos:

Critério pessoal – liga sujeito ativo e sujeito passivo da obrigação tributária.

Critério quantitativo- estabelece o quantum a pagar, a formação da base de cálculo, que será o tema que veremos na sequência.

Vejamos alguns exemplos em que podemos utilizar a Regra matriz como recurso para interpretar e verificar se há incidência de IPI.

Exemplo 1

Há IPI na venda de produtos industrializados pela indústria X ao comerciante Y?

Critério material completo? (x) Sim ( ) Não Critério espacial completo? (x) Sim ( ) Não Critério temporal completo? (x) Sim ( ) Não

Conclusão: tem IPI. Os três critérios foram respondidos com “sim”.

Exemplo 2

Há IPI na venda de insumos industrializados pelo industrial Y, situado na ZFM, para serem consumidos ou industrializados na cidade de Manaus-AM?

Critério material completo? (x) Sim ( ) Não Critério espacial completo? ( ) Sim (x) Não Critério temporal completo? (x) Sim ( ) Não

Conclusão: não há IPI. Um critério foi respondido com “não”.

(29)

Não foi completado o critério espacial, uma vez que a ZFM é “local” excluído, apesar de fazer parte do território nacional.

Conforme o art. 81, I do RIPI/10 são isentos do IPI os produtos industrializados na Zona Franca de Manaus, destinados, ao seu consumo interno, excluídos as armas e munições, fumo, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros.

Agora vamos analisar uma situação mais complexa para verificar a presença dos critérios integrativos da regra matriz:

Exemplo 3

A indústria BETA 01, estabelecida em São Paulo, produz televisores e possui dois sócios. Em razão do desentendimento entre os sócios, estes decidem separar as atividades, dividindo o capital 50/50% para que seja constituída uma nova empresa: a BETA 02. Consequentemente, cada sócio seguiria no negócio, um como dono da BETA 01 e outro como dono da BETA 02.

A BETA 01 mantém em seu estoque vários produtos acabados (televisores) que serão utilizados para integralização de capital na BETA 02.

Sabe-se que a BETA 02 irá permanecer no estabelecimento em que originariamente se localiza a BETA 01. A BETA 01, por sua vez, irá mudar seu domicílio para o Rio de janeiro.

Os produtos acabados (televisores) transferidos de BETA 01 para BETA 02 serão tributados pelo IPI?

Critério material completo? (x) Sim ( ) Não

Trata-se de produtos industrializados os quais tem sua propriedade transferida. Critério espacial completo? (x) Sim ( ) Não

Pois ocorre no território nacional em área não contemplada por exceções legais como, por exemplo, a ZFM.

Critério temporal completo? ( ) Sim (x) Não

Não há a saída do produto. BETA 02 passou a ocupar o prédio onde estava situado BETA 01. Os produtos permanecem no mesmo estabelecimento, embora o novo dono do local seja BETA 02.

Conclusão: não tem IPI. A transferência jurídica não se confunde com a saída do produto.

Nos exemplos 1 a 3, observamos a aplicação da regra de incidência quanto à hipótese 1 do fato gerador, isto é, a saída de produtos do estabelecimento industrial ou equiparado.

Agora veremos a aplicação de nossa regra matriz na hipótese 2 do fato gerador, isto é, quanto ao desembaraço aduaneiro decorrente da importação de produtos. Vejamos a pergunta que pretendemos responder:

Exemplo 4

Há fato gerador do IPI em produto importado extraviado antes do desembaraço aduaneiro?

Critério material completo? (x) Sim ( ) Não

Sim, porque houve uma importação de produto industrializado estrangeiro.

Critério espacial completo? (x) Sim ( ) Não Sim, vai se processar na alfândega, no Brasil.

Critério temporal completo? ( ) Sim (x) Não

Não. Como o extravio foi constatado antes do desembaraço aduaneiro e o desembaraço é o momento em que se considera ocorrido o FG, não restou perfeito este requisito.

(30)

Conclusão: não tem IPI sobre o produto extraviado antes do desembaraço.

Veja que apesar de perfeitos os requisitos “o que” e “onde” (aspectos material e espacial respectivamente), não se completou o “quando” (aspecto temporal). Isto é: se a falta fosse detectada por auditor fiscal no desembaraço aduaneiro teríamos o IPI, mas como foi constatado em momento distinto, ou seja, antes do desembaraço, não temos IPI incidente nessa parcela de base de cálculo, já que o fato gerador ocorre no desembraço, e não antes dele.

Para concluir...

E se o extravio fosse constatado no momento do desembaraço aduaneiro?

Nesse caso teríamos este requisito cumprido (aspecto temporal), logo incidiria IPI no produto extraviado. O aspecto temporal do FG do IPI é “ o desembaraço aduaneiro”.

Fato gerador- exceções. Art. 38

Há algumas situações em que temos saída de produto do estabelecimento industrial ou equiparado ou há o desembaraço aduaneiro, porém não ocorre o FG de IPI. Lembre os FGs que o RIPI nos indica:

 Desembaraço aduaneiro do produto de procedência estrangeira.

 A saída do produto do estabelecimento industrial ou equiparado Entretanto, para ambos os casos, haverá exceções, acompanhe:

Exceções no desembaraço aduaneiro

O art. 38 do RIPI enumera situações que não constituem FG do IPI apesar de ocorrer o desembaraço aduaneiro. Em resumo, o RIPI apresenta os casos em que há o desembaraço aduaneiro em função uma devolução de exportação, observe:

-Consignação – devolução por não venda. (art. 38, I, a) -Defeito técnico – devolução para reparo (art. 38, I, b)

-Mudança nas regras de importação no país de destino – devolução (art. 38, I, c) -Guerra ou calamidade pública (art. 38, I, d)

-Por quaisquer fatores alheios à vontade do exportador (art. 38, I, e).

Percebeu o que essas indicações têm em comum?

Note que apesar ocorrer o desembaraço aduaneiro, o que em princípio seria o FG do IPI, quando o desembaraço é decorrente de uma devolução por motivos alheios a vontade do exportador, não teremos o IPI.

Note ainda que apesar do RIPI indicar cinco situações que envolvem o desembaraço aduaneiro e que se constituem em exceções ao fato gerador, você pode fixar todos os casos resumindo-os em apenas um.

Como?

(31)

Note que há um item “coringa” no inciso I, e) que resume todos os demais anteriores. Basta que vc fixe-o,

“desprezando” os demais.

Assim, os demais itens fazem parte de um rol exemplificativo, e podemos tomar para reduzir nosso esforço de memorização apenas o seguinte: Não é FG de IPI o desembaraço aduaneiro em razão de devolução de importação por motivos alheios a vontade do exportador. Veja que, assim, vc não precisa memorizar que esta devolução pode ser em razão de uma operação anterior de consignação, de venda, impedimentos de entrada do produto no destinatário etc.

Exceções na saída do produto do industrial ou equiparado.

Sabemos que a saída de produto é fato gerador do IPI. Mas temos exceções. Não são considerados FGs do IPI as saídas de produtos subsequentes à primeira:

a) nos casos de locação ou arrendamento, salvo se o produto tiver sido submetido a nova industrialização;

ou.

b) quando se tratar de bens do ativo permanente, industrializados ou importados pelo próprio estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, destinados à execução de serviços pela própria firma remetente;

Note que a exceção se refere às saídas subsequentes. Quanto à primeira saída, temos o IPI.

Vamos tentar entender o porquê?

Observem... No início da aula chamei atenção para que vocês comecem a pensar como pensa o RIPI. O RIPI tem sempre um remédio quando surge uma situação que põe em risco a cadeia do IPI ou o valor tributável.

Os itens a) e b) acima indicam saídas a título de aluguel e para execução de serviços. De plano você poderia pensar: existe IPI no aluguel de um produto?

Em princípio, aluguel de um bem não está no campo de incidência do IPI, mas em algumas situações peculiares poderá ser alcançado pelo IPI. Nesse caso, o IPI estará incidindo não em razão do aluguel, mas em razão da saída do produto do estabelecimento que o fabricou ou o importou. A saída é o aspecto material do FG do IPI.

Exemplo:

Pense na empresa que fabricou uma máquina. Ao vender, teremos o IPI, isso é cristalino.

Para burlar a regra do jogo, ela poderia, ao invés de vender a máquina por R$ 1000, simular um aluguel pelo preço de R$ 200 anual perfazendo R$ 2000 ao final de 10 anos. Ora, após 10 anos provavelmente esgotará a vida útil da máquina, o que temos de fato é uma venda “travestida” de aluguel, já que pouco ou nenhum valor residual restará ao término de 10 anos.

Se o RIPI não previsse que a primeira saída para arrendamento do bem fosse tributada, teríamos o IPI apenas se ocorresse uma venda formal. Teríamos uma ampla brecha para o planejamento tributário abusivo, já que

(32)

haveria a possibilidade de burla quanto à forma da operação na primeira saída (venda travestida de aluguel). Então temos o remédio para essa situação no RIPI: teremos também o IPI no primeiro “aluguel”, assim ficam inibidos eventuais brechas para simulação. Lembrando que, de fato, a tributação é sobre a “saída” e não no aluguel.

Embora possa se confundir com este.

O que faz o RIPI é equiparar o primeiro aluguel do produto a uma venda efetiva, já que nós temos a saída nos exatos termos da regra matriz. A partir do segundo aluguel, não mais teríamos FG do IPI. Esse raciocínio vale tanto para os produtos fabricados como para os importados e destinados a posterior arrendamento.

Meus amigos, notem que estamos pensando de uma forma bastante “livre” sem nenhum apego ao direito.

Estamos simplesmente trabalhando o RIPI do modo que ele “pensa” e suas estratégias para preservar o valor tributável e a cadeia do IPI.

Esse tema dá uma boa pegadinha! Veja:

Há IPI na locação de máquinas fabricadas pelo locador?

Sim, na 1ª locação. Nas locações subsequentes não há, exceto se houver nova industrialização.

Outra forma de você entender o porquê de haver a incidência do IPI no primeiro aluguel é constatar a ocorrência dos três critérios ( material, espacial e temporal).

Vamos testar?

Confirmou-se o aspecto material? Sim, pela fabricação de um produto e sua posterior saída com transmissão de posse ou propriedade.

Confirmou-se o critério espacial? Sim, já que estamos no território nacional.

Confirmou-se o aspecto temporal? Sim, já que ocorrera a saída do produto do estabelecimento industrial

Logo, temos os critérios da regra de incidência perfeitos, em sendo assim, a saída do bem será considerada FG do IPI.

Raciocínio similar aplicamos quanto ao fato gerador desembaraço aduaneiro, naqueles casos em que uma empresa importa uma máquina e promove a saída em seguida para aluguel.

Vamos acompanhar a esquematização das exceções ao FG do IPI:

(33)

FG – aspectos temporais – situações especiais – art. 36

O RIPI apresenta algumas situações especiais que se constituem em momentos de ocorrência do fato gerador. São 13 possibilidades indicados no art.36 que dizem respeito a situações sui generis.

Aí vem a sua dúvida..., Mas professor, o art. 35 já fixa o FG do IPI estabelecendo que são dois:

1- a saída do produto industrializado do industrial/equiparado 2- o desembaraço aduaneiro de produto industrializado estrangeiro Ainda há mais FG do IPI para conhecer?

O artigo 36 do RIPI não vai fixar novos FGs, mas apenas detalhar os FGs já fixados no art. 35, especificando os momentos de sua ocorrência. É que na verdade, a “saída” do produto em algumas situações não será efetiva, poderá ser fictícia etc.

Há também aquelas situações em que não está claro o momento da “saída” do produto. Para evitar dúvidas, o RIPI delimita o momento da saída com precisão. Vamos ver as situações que o RIPI entendeu que devem ser detalhadas.

Art. 36. Considera-se ocorrido o fato gerador:

I - na entrega ao comprador, quanto aos produtos vendidos por intermédio de ambulantes;

Note que é uma situação bem peculiar em que seria difícil estabelecer o momento de ocorrência do FG. Aqui temos o caso da saída de mercadoria para venda sem destinatário certo. O ambulante retira o produto na indústria, sai para vender retornando ao fim do dia para prestar contas, quando serão emitidas as notas fiscais definitivas.

Não é FG

Saída do produto

Subsequente a primeira

No arrendamento mercantil

Subsequente a primeira

De bens do AP importados/

industrializados para uso na prestação de

serviços pelo remetente

Desembaraço

aduaneiro Retorno ao brasil

quaisquer fatores alheios à vontade do

exportador

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