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Prof. Arthur Leone. Sped Contábil e Fiscal. Aula SPED Contábil e Fiscal. Prof. Arthur Leone. 1 de 103

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Aula – SPED Contábil e Fiscal

Prof. Arthur Leone

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Sumário

SUMÁRIO ... 2

NOÇÕES DO PROJETO SPED ... 3

DOS DOCUMENTOS ELETRÔNICOS ... 12

NF-E ... 12

DANFE ... 18

CT-E ... 19

DACTE... 20

MDF-E ... 20

NFC-E ... 20

NFS-E ... 21

RECIBO PROVISÓRIO DE SERVIÇOS (RPS) ... 22

COMPARAÇÃO NF-E X NFS-E ... 24

CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS ... 25

ECF - ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL FISCAL ... 27

ECD - ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL ... 30

AUTENTICAÇÃO DOS LIVROS... 33

PRAZO DE ENTREGA DA ECD ... 34

NOÇÕES DA ESTRUTURA DA ECD ... 36

PLANO DE CONTAS ... 36

Subcontas - Conta pai e “filho” ... 38

NOTAS EXPLICATIVAS ... 38

EFD ICMS/IPI ... 39

AUTONOMIA DA ESCRITA ... 41

PERIODICIDADE DA ESCRITURAÇÃO: ... 42

CONTEÚDO DA EFD ... 42

LIVROS FISCAIS ... 43

BLOCOS E REGISTROS ... 45

ESTRUTURA ... 47

GUARDA DE DOCUMENTAÇÃO ... 50

ELABORAÇÃO DA EFDICMS/IPI ... 50

QUESTÕES COMENTADAS ... 53

LISTA DE QUESTÕES ... 80

GABARITO ... 96

RESUMO ... 97

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Noções do projeto SPED

A ECF/EFD e a ECD, que também são chamadas de SPED fiscal e SPED contábil, são formas digitais de cumprimento das obrigações acessórias. Trata-se de mudança de paradigma, já que tudo que se fazia na forma de papel e mediante livros físicos, agora é feito num ambiente digital e estão contidos em um projeto maior, chamado SPED (Sistema Público de escrituração digital).

Didaticamente, podemos dividir em três aspectos o estudo do ambiente SPED e, também com este paradigma, sua cobrança costuma acontecer em provas:

Iremos trabalhar os aspectos 1 e 2. Aspectos relacionados à TI não são apropriados para serem cobrados em provas de direito tributário, legislação tributária ou Auditoria fiscal, exceto em suas noções básicas. Normalmente, quando há, no concurso, uma especialização na área de TI, o aspecto 3 é abordado. Do aspecto 3, iremos trabalhar apenas uma noção de preenchimento, mas com enfoque contábil ou fiscal para que sejamos capazes de lidar com a disciplina dentro de um enfoque das três disciplinas que mencionamos (direito e legislação tributária, além de Auditoria).

Vamos esmiuçar a sistemática do SPED, mas antes de tudo, vamos assimilar a ideia contida do projeto SPED, sem compromisso com a legislação.

Com a ideia na cabeça, já daria para responder algumas questões mesmo sem estudar o SPED...

Veja... Quando uma empresa elaborava seu diário e seu razão contábil, por exemplo, era necessário autenticá-los na junta comercial. A partir daí, estavam os ditos demonstrativos registrados e cumpridas as obrigações da legislação comercial.

Atualmente, grosso modo, os demonstrativos são transmitidos via internet a uma base pública, o SPED. A partir deste envio, cumpre-se a formalidade de envio e registro do documento. Ainda detalharemos esse conceito ao longo curso; mas, por enquanto, guarde essa ideia: tudo que fazíamos no papel, agora é digital. Assim como ocorria na contabilidade, a parte fiscal também recebia tratamento similar. Notas fiscais eram emitidas com papel e caneta e; depois, todo o talonário de notas era registrado uma a uma. Então, nós tínhamos tudo (parte fiscal e

1-Aspectos subjetivos

-Melhorias -Redução da

burocracia

-Vantagens -Benefícios

2-Aspectos legais/contábeis

e fiscais

-Documentos e livros -Valor jurídico

-Obrigatoriedade -Obrigação acessória

-Aspectos contábeis -Aspectos fiscais

3-Aspectos de TI

Preenchimento e envio, webservice

Layout de arquivos, arquitetura de

comunicação

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contábil) na forma “analógica”, variando do papel e caneta a uma insipiente informatização, mas sem qualquer integração, isto é: mesmo apoiado em sistemas informatizados, tudo precisava ser impresso, encadernado, autenticado etc.

Para refinar esse conceito, veja a definição formal do ambiente SPED

DECRETO 6022/07:

Art. 1o Fica instituído o Sistema Público de Escrituração Digital - Sped.

Art. 2o O Sped é instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração contábil e fiscal dos empresários e das pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas, mediante fluxo único, computadorizado, de informações. (Redação dada pelo Decreto nº 7.979, de 2013)

Note que o decreto menciona genericamente “livros” contábeis e fiscais. Temos assim, uma “espécie” de receptor comum (unificação) para um grande conjunto de livros eletrônicos. Pense no SPED como uma grande repartição pública virtual que reúne atividades de Junta Comercial, repartição fiscal dos vários entes simultaneamente e outros órgãos de controle, tudo isso de forma virtual e eletrônica. Inclusive, há previsão explícita no decreto, quanto a essa função de registro:

Art. 7o O Sped manterá, ainda, funcionalidades de uso exclusivo dos órgãos de registro para as atividades de autenticação de livros mercantis

Percebeu? Isso significa que toda aquela papelada relativa ao registro de um livro comercial, todos os carimbos da junta comercial, lavratura de termo de abertura e encerramento dos volumes e outros, serão feitos no ambiente SPED. O envio eletrônico dos documentos para o ambiente e o consequente “recibo de entrega”

digital equivalem aos registros legais decorrentes.

Ainda nesta ideia do SPED como um “grande órgão” público de registro, fiscal e de controle...

Vamos voltar no tempo apenas 5 anos, para demonstrar. Quero que tenham essa ideia em mente, pois embora a maior parte das questões sobre o SPED/ECF/ECD/EFD versem sobre textos legais, temos algumas que avançam em questões subjetivas, como aquelas que tratam dos ganhos na implementação do SPED, quais as vantagens para o Fisco e para as empresas etc.

Até 2014, ainda tínhamos os livros em papel para algumas empresas, apesar de que, para as maiores já havia a obrigação digital desde mais cedo. Veja que não é um passado distante, foi logo ali, 5 ou 6 anos atrás que tudo mudou!

Imagine o contador que levantou o balanço no fim de ano, efetuou o registro no livro de ICMS/ISS de todas as notas fiscais constantes em diversos talonários de papel, alguns ilegíveis, alguns não encontrados etc.;

transcreveu o resultado do exercício apurado na DRE para o livro do lucro real -LALUR; enviou informações para CVM, no caso de uma S/A e por aí vai...

Veja que é um cenário “primitivo”, embora estejamos falando de poucos anos atrás.

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A partir daí... A empresa deveria providenciar o registro de sua contabilidade na Junta Comercial, com a autenticação dos livros para que passem a ser “oficiais” em cumprimento da legislação comercial. Ela precisava imprimir (literalmente) seu diário, razão etc., encaderná-los em uma gráfica fazendo constar nas páginas inicial e final do livro, um termo de abertura e de encerramento, para “garantir” que o miolo do livro não seja adulterado, com substituição de páginas etc. Além da parte “contábil”, deveria prestar contas ao Fisco relativamente a “parte fiscal” preenchendo declarações, escriturando livros diversos, em alguns casos sobrepostos.

Agora imagine que os Fiscos estadual, municipal e a Receita Federal resolveram fiscalizar esse contribuinte no mesmo mês. Os três auditores solicitaram o livro razão... a empresa teria que apresentar o livro “três vezes”, uma vez para cada auditor, afinal, o livro é físico e indivisível. Como não bastasse isso, ainda para ilustrar esse cenário primitivo, em alguns casos, alguns livros eram elaborados com papel e caneta literalmente.

O que muda?

Agora, além da ECD, que é a contabilidade, temos a ECF/EFD, que compreendem algumas das escriturações fiscais. Tudo isso digital e integrado, e disponível para a fazenda pública em tempo real. Quando nos referimos a

“escrituração fiscal”, estamos nos referindo a “toda” escrituração fiscal disponível no ambiente SPED. Esse destaque é importante, pois a primeira escrituração fiscal que surgiu foi a ECF (escrituração contábil fiscal) contemplando os dados econômico fiscais das empresas, incluindo a apuração do imposto de renda. As demais escriturações fiscais receberam “letras” diferentes. Ao invés de ECF (escrituração contábil fiscal), o nome é EFD (escrituração fiscal digital). Deste modo, quando dizemos “sped fiscal” ou “escrituração fiscal” estamos tratando de um gênero no qual estão contidas as escriturações propriamente ditas.

Retomando o raciocínio...

Antes, por exemplo, era comum, por erro ou má fé, informações divergentes nas diversas obrigações acessórias prestadas pelo contribuinte. O contribuinte declarava para a SEFAZ municipal, hipoteticamente, uma receita de R$1000; mas, na Declaração de imposto de renda para receita federal declarava R$800, enquanto que na contabilidade a conta de receita era R$ 1200,00. Isso era possível, pois fazer tais cruzamentos de dados não era apoiado por sistemas informatizados adequados em alguns casos, especialmente para aquelas SEFAZ de municípios menores. Hoje, seria muito difícil criar tal realidade, pois é tudo integrado. A Receita na contabilidade digital deve “bater” com as saídas na escrituração do ICMS, que deve “bater” com a nota fiscal eletrônica e assim sucessivamente. É uma cadeia interligada onde os “livros” e documentos serão emitidos em forma eletrônica e sempre “puxando” certos saldos já declarados pelo contribuinte em outras escriturações. Por exemplo: alguns saldos da ECF são carregados automaticamente a partir do que já fora declarado na ECD, de modo que não seria possível informar dois valores divergentes em certos casos.

Algumas questões de prova abordam os objetivos e vantagens do SPED. Embora possamos concluir razoavelmente sobre suas vantagens e, até mesmo os objetivos, é preciso ter cuidado para não confundir objetivos x vantagens, na visão “oficial” do SPED. Vamos consolidar esses dois temas. São três os objetivos do SPED:

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Com esse enfoque, vamos responder uma questão

CESGRANRIO- Transpetro - Contador Júnior-2012

No entendimento da Secretaria da Receita Federal, o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) consiste na modernização da sistemática atual do cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-se da certificação digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo, assim, a validade jurídica dos mesmos apenas na sua forma digital. Dentre outros objetivos do Sped, a Secretaria da Receita Federal cita a melhoria do controle dos processos, visando, com ela, a

A. compartilhar as informações contábeis entre os fiscos.

B. melhorar o fluxo de informações do fisco com os contribuintes.

C. promover a integração dos fiscos.

D. tornar mais célere a identificação de ilícitos tributários.

E. uniformizar as obrigações acessórias para os contribuintes.

Resolução:

Letra A – Errado. Está relacionado ao objetivo “integração dos Fiscos”

Letra B – Errado. Está relacionado ao objetivo “racionalização das obrigações”

Letra C - Errado. É um dos objetivos, a “integração dos fiscos”, mas seu alcance está relacionado ao compartilhamento de informações e padronização das obrigações.

Letra D – Certo. É um dos três objetivos do SPED.

Letra E – Errado. É um dos objetivos, mas não tem relação com os controles do processo.

Resposta: D

Bom, já podemos concluir que o SPED gera grande ganho em termos de transparência para os fiscos e também em facilitação para o empresário. Além desses aspectos, equivale ao registro da contabilidade na Junta Comercial e substitui o cumprimento de diversas obrigações acessórias de caráter fiscal. Reduz, inclusive, a visita do auditor fiscal nas dependências da empresa.

Com esse ambiente de registro virtual crescendo, evidentemente, para que essas transações virtuais tenham segurança e mereçam fé e validade jurídica, haverá uma série de requisitos de segurança para validação de

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arquivos e assinatura. Para isso, é exigido certificado digital e, claro, depois, de “enviar” os documentos, só em raríssimas exceções é possível substituir o arquivo digital (no caso da ECD).

Para fechar, podemos concluir, como o próprio portal do SPED o descreve, que o mesmo consiste na modernização da sistemática das obrigações acessórias, transmitidas por contribuintes às Administrações tributárias.

A vida “virtual” das empresas...

Dec. 6022/07

2o (...) não dispensa o empresário e as pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas, de manter sob sua guarda e responsabilidade os livros e documentos na forma e prazos previstos na legislação aplicável.

Note que o fato de transmitir as demonstrações contábeis para o ambiente SPED onde serão arquivadas como se fosse em um órgão de registro, não escusa a empresa de providenciar a guarda dos documentos que fundamentam os lançamentos contábeis e fiscais (essa guarda poderá ser, inclusive, na forma digital). A transmissão dos dados não transfere a guarda dos documentos ao ambiente SPED e a empresa deve manter tais arquivos em seu poder, por exemplo: o arquivo de notas fiscais no formato eletrônico XML deve ser mantido sob a guarda da empresa. O fato de transmitir em tempo real o arquivo XML para SEFAZ por ocasião de uma operação mercantil, não ilide essa obrigação.

Vejamos mais um aspecto... Imagine que um auditor fiscal deseja analisar a DRE do contribuinte. O próprio auditor, poderá “ir” no ambiente SPED e buscar essa demonstração. Como estamos tratando de um arquivo em

“nuvem”, o termo que normalmente se utilizar é “baixar”, uma referência ao download de arquivo. Então, o auditor

“baixa” a ECD para visualizar a DRE da empresa. O próprio auditor poderia “baixar” as notas fiscais eletrônicas emitidas para confrontar com os valores da receita. O fato de “quase” tudo está arquivado no SPED não elimina, como dissemos, a obrigação da empresa em apresentar os documentos relativos a uma transação qualquer, como por exemplo, um contrato, uma fatura, além do próprio arquivo eletrônico para eventual recomposição etc.

Já percebemos que o SPED é o receptor de grande volume de informações contábeis e fiscais. E isso não se limita aos livros fiscais e contábeis. Temos uma grande base de dados incorporadas no SPED, são os subprojetos.

Temos, portanto, um “projetão”, o SPED, e vários “projetinhos” dentro dele.

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Veja que é informação demais! Tudo isso numa única base de dados, o SPED. Tem tributo estadual, federal, tem nota fiscal, tem demonstração contábil etc.

Você já consegue perceber quem serão os usuários dessas informações?

São eles:

Decreto 6022

Art. 3o São usuários do Sped:

I - a Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda;

II - as administrações tributárias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante convênio celebrado com a Secretaria da Receita Federal; e

III - os órgãos e as entidades da administração pública federal direta e indireta que tenham atribuição legal de regulação, normatização, controle e fiscalização dos empresários e das pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas.

§ 1o Os usuários de que trata o caput, no âmbito de suas respectivas competências, deverão estabelecer a obrigatoriedade, periodicidade e prazos de apresentação dos livros e documentos, por eles exigidos, por intermédio do Sped.

§ 2o Os atos administrativos expedidos em observância ao disposto no § 1º deverão ser implementados no Sped concomitantemente com a entrada em vigor desses atos.

§ 3o O disposto no § 1o não exclui a competência dos usuários ali mencionados de exigir, a qualquer tempo, informações adicionais necessárias ao desempenho de suas atribuições.

Esquematizando:

SPED

ECD

ECF

EFD ICMS

IPI

EFD- Reinf

EFD Contribuições

NF-e NFS-e

NFC-e CT-e

MDF-e e- social

e- financeira

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Para não depender de textos legais para acertar uma questão, é possível perceber certa coerência acerca dos usuários...

Os Fiscos surgem naturalmente como usuários primários do SPED. Contudo, é preciso saber que o SPED veio para simplificar, então todos os órgãos de fiscalização e controle que possuem jurisdição sobre o fato ou a entidade, acabam também se beneficiando e compartilhando informações.

Os usuários mencionados, no âmbito de suas respectivas competências, deverão estabelecer a obrigatoriedade, periodicidade e prazos de apresentação dos livros e documentos, por eles exigidos, por intermédio do Sped ou informações adicionais. Claro, não? Não faz sentido uma exigência no âmbito do ICMS ser regulada pelo município, por exemplo; ou ainda, a RFB fixar certas obrigações relativas aos jurisdicionados pelo BACEN.

Já dá para perceber que temos um compartilhamento de informações, não é? A mesma informação que a RFB tem acesso, é compartilhada com a fiscalização do ICMS e do ISS, no limite de suas competências. É essa a ideia central do SPED. Logo, tais entidades também terão acesso às informações do contribuinte através do ambiente SPED.

Porém, não é só o Fisco que tem acesso às informações. Órgãos como BACEN, Departamento de registro Nacional e CVM também, afinal tem jurisdição sobre certos atos controlados neste ambiente empresarial.

E o próprio contribuinte?

Será que ele também tem acesso às informações do SPED?

Naturalmente, entretanto o acesso é restrito às suas próprias informações. Não poderia ser diferente, já que temos o sigilo fiscal e comercial envolvidos.

Quem administra o SPED?

Essa é uma pergunta interessante, pois, apesar de haver o compartilhamento das informações entre fazenda estadual, municipal, federal e DF, a administração do SPED cabe à RFB, que poderá solicitar a participação dos demais entes e poderá, inclusive, solicitar participação de representantes dos empresários, das PJ, inclusive imunes ou isentas, entidades da classe contábil etc.

Note que este aspecto não é desprezível...

Imagine que que você está prestando prova para um Fisco estadual ou municipal e aparece uma questão que indica que a unidade federada “x”, passou a exigir uma informação adicional na escrituração digital, modificando o leiaute do arquivo digital. Naturalmente, essa afirmação é incorreta. O SPED é padronizado, não fica ao bel prazer de cada um dos entes modificá-lo. A administração do sistema cabe à RFB.

Bem assim, apareceu:

CESPE-SEFAZ-DF/2020

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O auditor-fiscal da GDF não pode solicitar ao contribuinte a EFD ICMS-IPI, uma vez que a recepção e a validação dos dados são realizadas no ambiente do Sistema Público de Escrituração Digital, administrado pelo próprio GDF.

Resolução: Em que pese seja mais “prático” para o auditor “baixar” os dados diretamente do SPED, é possível solicitar arquivos ao contribuinte. Entretanto, a administração do SPED cabe à RFB.

Resposta: Errado

Agora você deve estar pensando...Temos uma infinidade de empresas, as grandes, as pequenas, de ramos diversos, do comércio, de serviços, indústria, tem o Fisco municipal, o federal, o estadual etc.

Uns apuram ISS, outros ICMS, todos o IRPJ! Uns movimentam R$100 mil, outros R$ 100 milhões.

Como agradar a todos?

Bom, o projeto SPED é dividido em subprojetos. Dentro dele temos a EFD ICMS/IPI, por exemplo, para atender os contribuintes do IPI e/ou ICMS; a EFD Contribuições para o PIS/COFINS e muitos outros. Temos também o SPED contábil, para apresentar a contabilidade da empresa e por aí vai.

E aí já cabe outra pergunta: como reproduzir a contabilidade, que é algo particular, através de um sistema

“padrão”, já que as empresas são diferentes? Bom, é utilizado um plano de contas padrão. Assim, as contas da empresa são “amarradas” ao seu equivalente no plano de contas padrão. Por exemplo: digamos que no plano de contas da empresa, exista uma conta chamada “venda de canetas”. Essa conta, de nome peculiar, será vinculada a uma conta padrão no SPED, digamos “Receita de venda de mercadorias”. Saímos do particular e vinculamos a uma conta que conste no padrão do SPED. Isso não modifica a contabilidade da empresa, apenas sinaliza que a conta “venda de canetas” é na sua essência, nada mais além do que “Receita de venda de mercadorias”.

Voltando aos usuários...

Vejamos como os usuários do SPED já apareceram...

EMATER-MG- Assistente Técnico I - Ciências Contábeis-2018

Dentre os objetivos do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), está a promoção da integração dos fiscos, mediante a padronização e o compartilhamento das informações contábeis e fiscais, respeitadas as restrições legais. Avalie quem são os usuários do SPED, de acordo com o Decreto 6.022, de 22 de janeiro de 2007, que o instituiu.

I. A Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.

II. As administrações tributárias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante convênio celebrado com a Secretaria da Receita Federal.

III. As entidades de classe empresariais, representativas dos setores industrial, comercial e de serviços, desde que devidamente registradas e autorizadas pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.

IV. Os órgãos e as entidades da administração pública federal direta e indireta que tenham atribuição legal de regulação, normatização, controle e fiscalização dos empresários e das pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas.

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V. Os poderes judiciários Estadual e Federal, através dos Tribunais de Justiça Estaduais e Tribunais Regionais Federais, respectivamente, exclusivamente para fins de instrução de processos de execução fiscal movidos pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados e pelos Municípios.

Está correto apenas o que se afirma em A. IV e V.

B. III e IV.

C. I, II e IV.

D. I, II, III e V.

Resolução: Questão em cima do art. 3º do Dec. 6022 reproduzido acima.

Resposta: C

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Dos documentos eletrônicos

Pela sua grande abrangência, não restrita apenas no âmbito empresarial, os documentos fiscais eletrônicos são, talvez, aqueles que apresentam o maior impacto na sociedade. Afinal, a nota fiscal eletrônica é uma realidade!

No SPED, temos diversos módulos de documentos eletrônicos. Os principais são a já tradicional nota fiscal eletrônica (NF-e), a nota fiscal ao consumidor (NFC-e) e a nota fiscal de serviço (NFS-e) dentre outros.

Nós já vimos que a RFB tem uma posição de liderança no projeto SPED, mas se tratando de notas fiscais, e conhecimento de transporte, seria impossível conduzir o projeto sem a presença dos estados, principal interessado na circulação de mercadorias. O projeto é, assim, desenvolvido pelo ENCAT – Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais além da RFB. No caso da NFS-e, teremos a participação da associação das secretarias de fazenda municipais, em razão do natural interesse do ISS. Lembrando que no caso do DF, esta PJ acumula as “funções” de estado e município. (a NFS-e ainda está evoluindo para um padrão nacional). Vejamos os documentos:

NF-e

Podemos conceituar a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) como sendo um documento de existência apenas digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar, para fins fiscais, uma operação de circulação de mercadorias ou uma prestação de serviços, ocorrida entre as partes.

Perceba o detalhe: “de existência apenas digital”. Logo, não existe nota fiscal em “papel”.

A validade jurídica da NF-e é garantida pela assinatura digital do remetente (garantia de autoria e de integridade) e a Autorização de uso fornecida pelo Fisco, antes da ocorrência do fato gerador. A assinatura digital, além de dar autenticidade ao documento, garante que quem o emitiu fora, de fato, o contribuinte. Não há espaço para o repúdio do documento com alegações do tipo: “não fui eu que emiti”.

Como nosso objetivo é sair do senso comum, vamos afastar mitos sobre a NF-e. Afinal, nosso objetivo não pode se limitar àquele conhecimento genérico sobre o que o “consumidor” “pensa” ser a NF-e. A NF-e é, na verdade, um documento apenas digital, é um arquivo “XML”. Após sua emissão eletrônica, é recepcionado e arquivado pelo Fisco, no ambiente SPED.

As vantagens são evidentes, não é mesmo? Saímos do papel, em que a fraude corria solta, para um documento digital que, uma vez arquivado, a possibilidade de manipulação se torna remota.

Pense nas fraudes grosseiras que ocorriam com a NF em papel...

Era possível preencher uma nota fiscal com um valor na 1ª via e valor diferente na 2ª via, bastava colocar um pedaço de papelão entre uma via e outra, para o papel carbono não marcar as vias abaixo da original (meninada nova nem sabe o que é papel carbono hehe). Era possível manter 2 talões de NF, um “oficial” e outro só para entregar ao adquirente etc.

Com base neste cenário e sintetizando podemos concluir pelas seguintes vantagens da NF-e:

- reduz sonegação

- documento se torna mais confiável - auxilia a fiscalização

- eficiência (menos papel) e tempestividade (rapidez na disponibilização da informação).

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- compartilhamento de informações entre os Fiscos

Embora sejam intuitivas essas vantagens, já que decorrem naturalmente de um processo de informatização e automação, algumas questões de prova resolveram questionar sobre o tema. Isso exige que conheçamos a “visão oficial” do SPED sobre a NF-e, para nos acostumarmos com as expressões e literalidades.

Por exemplo:

O SPED faz referência a redução do “custo Brasil” como um dos benefícios. Embora você já consiga perceber a redução da burocracia, das obrigações, dos custos etc., é bom se acostumar com o vocabulário utilizado. Todas essas mazelas da burocracia brasileira são referenciadas como “custo Brasil” no portal SPED. Entretanto, de um modo geral, não é preciso decorar as citações nos referenciais teóricos “oficiais” do SPED, pois as mudanças são muito semelhantes às mudanças na sua vida quando você migra suas anotações pessoais de compromissos e telefones, por exemplo, de um caderninho de papel para seu smartphone. O caderninho você pode perder, pode molhar, rasgar etc. Já os dados do seu smartphone podem ser trabalhados eletronicamente, você poderia transformar em PDF, em planilha, em arquivo “txt” para manipula-los, filtra-los etc. Além disso, pode arquiva-los em “nuvem”, de modo que se perder o celular, você ainda consegue recuperar os dados. Veja que mutatis mutanti, você já sabe tudo sobre suas vantagens, mas vejamos como “pensa” o projeto SPED:

Benefícios Esperados

O Projeto NF-e instituiu mudanças significativas no processo de emissão e gestão das informações fiscais, trazendo grandes benefícios para os contribuintes e as administrações tributárias, conforme descrito a seguir:

Benefícios para as Administrações Tributárias:

▪ Aumento na confiabilidade da Nota Fiscal;

▪ Melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando um melhor intercâmbio e compartilhamento de informações entre os fiscos;

▪ Redução de custos no processo de controle das notas fiscais capturadas pela fiscalização de mercadorias em trânsito;

▪ Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação;

▪ Suporte aos projetos SPED Benefícios para a Sociedade:

▪ Redução do consumo de papel, com impacto positivo no meio ambiente;

▪ Incentivo ao comércio eletrônico e ao uso de novas tecnologias;

▪ Padronização dos relacionamentos eletrônicos entre empresas;

▪ Surgimento de oportunidades de negócios e empregos na prestação de serviços ligados à Nota Fiscal Eletrônica.

Benefícios para o Contribuinte Comprador (Receptor da NF-e):

▪ Eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias;

▪ Planejamento de logística de entrega pela recepção antecipada da informação da NF-e;

▪ Redução de erros de escrituração devido a erros de digitação de notas fiscais;

▪ Incentivo ao uso de relacionamentos eletrônicos com fornecedores (B2B);

Benefícios para o Contribuinte Vendedor (Emissor de NF-e):

▪ Redução de custos de impressão;

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▪ Redução de custos de aquisição de papel;

▪ Redução de custos de envio do documento fiscal;

▪ Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais;

▪ Dispensa da autorização de impressão de NF (em papel).

▪ Redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de Fronteira;

▪ Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes (B2B);

Qualquer um pode emitir a NF-e?

Evidente que, para ser confiável o processo, não pode ser algo aleatório. Do mesmo modo que na “época” da nota fiscal em papel, em que eram necessárias as devidas autorização para impressão dos talonários de NF, é preciso que esteja autorizado pela SEFAZ estadual. Para emissão da NF-e, o contribuinte deverá estar previamente credenciado na unidade federada em cujo cadastro de contribuinte do ICMS estiver inscrito. O credenciamento a será:

I - voluntário, quando solicitado pelo contribuinte;

II - de ofício, quando efetuado pela Administração Tributária.

Como se pode verificar, há o credenciamento de ofício. Assim, o contribuinte não poderia alegar, por exemplo, que não dispõe de computador ou sistema para emitir a NF-e. Se esse for o caso o contribuinte poderá utilizar emissores de NF-e gratuitos disponibilizados pela Sefaz na internet e, se for omisso quanto ao credenciamento, poderá ser inscrito de ofício. A “falta de computador” ou recursos de processamento de dados não é desculpa para a ausência de emissão da NF-e. Todo contribuinte que exercer uma atividade enquadrada na obrigatoriedade de emissão de NF-e deverá substituir as notas fiscais modelo 1 e 1-A por NF-e, independentemente de antes do início da obrigatoriedade ser usuária ou não de processamento eletrônico de dados.

CESPE – SEFAZ AL/ 2020

É vedado o credenciamento, para emissão de NF-e, de contribuinte que não utilize sistema eletrônico de processamento de dados, não podendo este contribuinte ser credenciado por terceiros.

Resolução: Conforme o ajuste SINIEF 07/2005:

(...)Cláusula segunda Para emissão da NF-e, o contribuinte deverá estar previamente credenciado na unidade federada em cujo cadastro de contribuinte do ICMS estiver inscrito.

§ 1º O contribuinte credenciado para emissão de NF-e deverá observar, no que couber, as disposições relativas à emissão de documentos fiscais por sistema eletrônico de processamento de dados, constantes dos Convênios ICMS 57/95 e 58/95, ambos de 28 de junho de 1995 e legislação superveniente.

§ 2º- O credenciamento a que se refere o caput poderá ser:

I - voluntário, quando solicitado pelo contribuinte;

II - de ofício, quando efetuado pela Administração Tributária.

Atenção: A NF-e é um documento para acobertar, normalmente, as operações entre PJ. Não estamos tratando aqui, ainda, da nota fiscal ao consumidor, a que normalmente é emitida quando você adquire uma mercadoria ou produto. Vamos conhecer, em breve, esses documentos. Em casos excepcionais, a NF-e é utilizada para pessoa física, como no caso em que o contribuinte vende para outro estado.

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Vamos descrever o processo de emissão da NF-e:

O emissor gera o arquivo eletrônico da NF-e contendo as informações fiscais da operação comercial. É claro que isso não pode ser feito por qualquer um, não é? Deve ser feito mediante certificado digital (essa é uma exigência de todo dado enviado para o SPED), de maneira a garantir a integridade dos dados e a autoria do emissor. Há, inclusive, algumas questões de prova sobre esse aspecto: a assinatura digital garante a autoria, autenticidade, integridade e validade jurídica do documento digital. Assim, guarde que a assinatura digital gera um conjunto de atributos para o documento eletrônico amparado em quatro pontos:

Retomando o fluxo do documento...

Este arquivo eletrônico XML gerado (já com os atributos acima), que nada mais é do que a NF-e, é transmitido para... Sabe quem? Você já tem massa crítica para responder, não precisa decorar...

Quem é o principal interessado na NF-e?

O Estado, por conta da circulação de mercadorias. Logo, a NF-e é transmitida para a SEFAZ estadual que valida o arquivo e devolve um protocolo (Autorização de Uso), sem o qual não poderá haver o trânsito da mercadoria.

Nós já vimos que sempre tem a RFB por trás, mesmo quando se trata de NF-e (interesse primário do estado) ou NFS-e (interesse primário do município). Assim, a NF-e também será transmitida para a Receita Federal, que será repositório nacional de todas as NF-e emitidas (Ambiente Nacional) e, no caso de operação interestadual, para a Secretaria de Fazenda de destino da operação e Suframa, no caso de mercadorias destinadas às áreas incentivadas da Amazônia. Veja o fluxo básico:

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Como fica a RFB em relação a estas NF-e?

Não podemos esquecer que a RFB é repositório nacional, isto é, todas as NF-e estão no ambiente nacional.

Veja que é mais uma informação importante e que você não precisa decorar, basta botar a cabecinha para funcionar. A RFB controla os tributos sobre o lucro e o faturamento, é natural que precise dispor de todas as NF-e, independentemente do estado de origem, se é venda de mercadoria, produto ou serviço (no caso de serviços, o SPED ainda está evoluindo).

Assim, depois do fluxo demonstrado acima, as NF-e são “depositadas” em um ambiente nacional.

Quanto ao Estado, ele precisa ter acesso a todas as NF-e do Brasil?

Não. Também é uma conclusão lógica, os estados têm acesso às NF-e emitidas pelos seus jurisdicionados (claro!) e também aquelas emitidas para os seus contribuintes (em razão do desenrolar das operações interestaduais).

Uma dúvida plausível seria... Como corrigir uma nota fiscal, com cancelar etc....?

Aí surge a figura dos “eventos”. Os Eventos da NF-e permitem documentar eletronicamente e agregar à NF- e a atualização de dados quanto ao documento emitido (correção, cancelamento etc.).

EVENTOS DO EMITENTE

CANCELAMENTO (CC-E)

Possibilita cancelar a NF-e (até 24 h após a emissão e se a mercadoria não fora ainda entregue).

CARTA DE CORREÇÃO

Permite corrigir uma NF-e (erros que não exigem o cancelamento). Apena erros formais. Não corrige o valor de quantidade, preço, destinatário etc. e outros que influenciam diretamente na tributação.

É possível agregar várias cartas de correção, sendo que a última substitui as anteriores. Exemplos de correção: é possível alterar o nome do produto, se não interferir na tributação. Se a mercadoria ainda não “circulou”, deve-se priorizar o cancelamento da NF-e.

INUTILIZAÇÃO

Inutiliza a sequência numérica da NF-e. É útil quando há algum tipo de falha/omissão na numeração causado por um erro TI ou quando o Fisco não autoriza a utilização de um determinado número.

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EVENTOS DO DESTINATÁRIO

DESCONHECIMENTO DA OPERAÇÃO

Quando o destinatário declara não conhecer a operação descrita na NF-e.

CIÊNCIA DA EMISSÃO

O destinatário informa que reconhece a operação.

CONFIRMAÇÃO DA OPERAÇÃO

O destinatário confirma a operação descrita na NF-e. Isso impede o cancelamento da NF-e pelo emitente.

REGISTRO DE OPERAÇÃO NÃO REALIZADA

O destinatário indicando que a operação descrita na NF-e não foi realizada.

Vamos nos preparar para conhecer o DANFE em nosso próximo documento. Antes reflita ...

A NF-e é um arquivo XML, como o abaixo:

Como fazer a leitura de uma NF-e se está em linguagem de máquina?

Vamos destacar mais uma vez esse aspecto. A NF-e é, de fato um arquivo no formato XML (ela não existe fisicamente). Sua emissão, recepção e arquivamento é eletrônica. Logo, o “olho” humano não consegue fazer a leitura de uma NF-e. Então foi criado um documento auxiliar, o DANFE.

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DANFE

O DANFE é um documento auxiliar que acompanha a mercadoria. Ele facilita a leitura e a escrituração, pois está em “linguagem humana” e contém todos os dados da NF-e. É uma “espécie” de extração de dados do arquivo XML para que seja possível, literalmente, ler. O DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica) é uma representação gráfica simplificada da NF-e e tem como funções, dentre outras, conter a chave de acesso da NF-e (permitindo assim a consulta às suas informações na Internet) e acompanhar a mercadoria em trânsito.

Veja que o DANFE se parece com a nota fiscal, mas não é. Tampouco a substitui. Serve apenas como instrumento auxiliar para consulta da NF-e, pois contém a chave de acesso da NF-e, o que permite ao detentor desse documento confirmar a efetiva existência da NF-e através do Ambiente Nacional (RFB) ou site da SEFAZ na Internet. O DANFE pressupõe, necessariamente, a existência de uma NF-e.

CESGRANRIO-EPE-Analista de Gestão Corporativa - 2014

O Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, instituiu o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), que, de modo geral, consiste na modernização da sistemática do cumprimento das obrigações fiscais acessórias, utilizando-se da certificação digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo assim a validade jurídica dos mesmos apenas na sua forma digital.

O Sped iniciou com três grandes projetos: Escrituração Contábil Digital, Escrituração Fiscal Digital e Nota Fiscal Eletrônica: ambiente nacional.

Chave de acesso: permite consultar a NF-e na internet

Obrigatório o protocolo de uso.

Não é nota Fiscal, mas se refere à NF-e que menciona

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No que se refere ao programa da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), de acordo com as normas técnicas vigentes para ela, verifica-se que o acompanhamento e o trânsito de mercadorias é feito com a impressão da:

A. NF-e B. DANFE

C. autorização de uso da NF-e D. pré-validação do arquivo da NF-e E. chave do arquivo eletrônico da NF-e Resolução:

Como a NF-e é um documento apenas digital e em linguagem XML, não é possível ao olho humano ler o documento. Ele é transmitido diretamente para as SEFAZ. Então é necessário um documento auxiliar que possa traduzi-lo para uma linguagem humana e permanecer em poder do transportador, possuidor etc. E é esse documento que acompanha o produto, já que não existe nota fiscal “em papel”. É o documento auxiliar da nota fiscal-DANFE.

Resposta: B

CESPE – SEFAZ AL/ 2020

O documento auxiliar da nota fiscal eletrônica modelo 55 representa as operações de venda de mercadorias, em substituição aos modelos 1 e 1A em papel, sendo possível a emissão de códigos diferentes para uma mesma mercadoria, com o registro da nomenclatura no estoque.

Resolução: Dois aspectos merecem destaque. Primeiro, é que o DANFE não se confunde com a Nota fiscal (nem a 1 e 1 A, nem outra). O Danfe é auxiliar da Nota fiscal, já que está última existe apenas na forma digital. Assim, já podemos concluir que está errado. Aproveitando para explorar outros vieses mais complexos e “antigos”, podemos dizer também que que a NF 55 substitituiu as NF 1 e 1 A, de acordo com o texto do ajuste SINIEF/07/2005.

Por fim, devemos saber que cada mercadoria tem um código fiscal definido pela NCM ( Nomenclatura comum do Mercosul). Esse código individualiza um produto entre milhões de outros.

Resposta Errado.

CT-e

O conhecimento de transporte eletrônico tem participação da RFB e, claro, dos Estados, interessado natural no transporte de cargas. O CT-e (conhecido como modelo 57), substitui os seguintes documentos fiscais:

Conhecimento de transporte de cargas Rodoviário (mod. 8), Aquaviário (mod. 9), Ferroviário (mod. 11), nota fiscal de serviço de transporte ferroviário de cargas (mod. 27) e serviço de transporte (mod. 7). Jamais foi cobrado uma questão em prova que exigisse decorar esses modelos, logo, a informação segue apenas para você se situar em relação ao CT-e, não para decorar!

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Assim como a NF-e, o CT-e também é um arquivo XML que é emitido e arquivado eletronicamente, para documentar a prestação de serviços de transporte. Assim como a NF-e, temos um documento auxiliar para facilitar o acompanhamento da mercadoria. Trata-se do DACTE.

DACTE

O DACTE contém a chave numérica para consulta do CT-e. Permite a impressão do documento assim como a NF- e. Seria, na essência, o mesmo que o DANFE representa para a NF-e.

MDF-e

Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e) é o documento emitido e armazenado eletronicamente, de existência apenas digital, para vincular os documentos fiscais transportados na unidade de carga utilizada, cuja validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente e autorização de uso pelo Ambiente Autorizador.

NFC-e

A NFC-e é tema bem relevante, pois atinge o consumidor. É aquele documento que você, pessoa física, recebe (na forma de documento auxiliar, assim como o DANFE) ao comprar mercadoria. Ele substitui o velho cupom fiscal emitido por máquinas registradoras (Emissor de cupom fiscal) e a nota fiscal modelo 2 (não é relevante memorizar esses modelos).

Assim como a NF-e, é um documento de emissão e arquivamento digital. Ele é emitido nas operações de venda ao consumidor final (PF ou PJ). De acordo com o portal Sped, a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC- e) visa oferecer uma nova alternativa totalmente eletrônica para os atuais documentos fiscais em papel utilizados no varejo, reduzindo custos de obrigações acessórias aos contribuintes, ao mesmo tempo em que possibilita o aprimoramento do controle fiscal pelas Administrações Tributárias. Possibilita ao consumidor a conferência da validade e autenticidade do documento fiscal recebido, como também propõe o estabelecimento de um padrão nacional de documento fiscal eletrônico, baseado nos padrões técnicos de sucesso da Nota Fiscal Eletrônica modelo 55, todavia adequado às particularidades do varejo.

Vamos guardar:

A NFC-e substitui a NF de venda ao consumidor final e o cupom fiscal (para estados que já aderiram).

Só pode ser usada em operações comerciais de venda presencial ou venda para entrega em domicílio a consumidor final (delivery). Para as demais operações, o contribuinte deverá utilizar a nota fiscal eletrônica modelo 55 (NF-e).

Perceba que se destina a venda presencial, mas no caso de “entrega em domicilio”, também é possível, desde que não seja operação interestadual.

Perceba que nós temos dois documentos parecidos, mas não se confundem... A NF-e e a NFC-e. E logo mais, iremos conhecer mais um: a NFS-e.

Antes de dar mais um passo à frente, veja o DANFE de uma NFC-e. Observe os dados tradicionais: contém a chave de acesso, o protocolo de uso etc. E claro, parece com um cupom fiscal, mas não é. O “cupom” ou “nota” é 100% digital, logo tal documento que vemos é o seu documento auxiliar, o Danfe.

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NFS-e

A Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) é um documento de existência digital, gerado e armazenado eletronicamente em Ambiente Nacional pela RFB, pela prefeitura ou por outra entidade conveniada, para documentar as operações de prestação de serviços. Em razão disso, você já consegue perceber que temos um interesse do município, a quem compete cobrar o ISS. Assim, o desenvolvimento deste projeto, além da participação da RFB, que sempre lidera os projetos SPED, exigirá a participação dos municípios, pois são aqueles que “entendem do assunto”. Assim, a Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais (Abrasf), participará do desenvolvimento do projeto.

A questão dos serviços (ISS) sempre foi mais complicada, pela presença de centenas de padrões de NF e pela quantidade absurda de municípios, muitos sem capacidade de, inclusive, se sustentar financeiramente, com administrações tributárias precárias etc. A padronização por meio do NFS-e é importante para transparência, simplificação e controle fiscal. As administrações tributárias se beneficiam com a melhora da qualidade das informações, racionalizando os custos e gerando maior eficácia, bem como o aumento da competitividade das empresas brasileiras pela racionalização das obrigações acessórias (redução do custo-Brasil), em especial a dispensa da emissão e guarda de documentos em papel.

Perceba que, na essência, a NF-e, NFC-e e a NFS-e são a “mesma coisa”. Muda o interessado, mas os conceitos são os mesmos e os benefícios para a sociedade idem. Ao estudar para um, você já “mata” o conceito do outro, em sua maior parte.

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CESGRANRIO-Innova- Contador Júnior - 2012

Um dos projetos desenvolvidos pelo Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) é a Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e). Esse projeto da NFS-e visa ao benefício das administrações tributárias ao padronizar e melhorar a qualidade das informações, racionalizar os custos, gerar maior eficácia e

A. manter registros das movimentações que resultem em alterações de saldos que irão compor as demonstrações contábeis baseadas no plano de contas referencial.

B. integrar a cooperação entre as administrações Tributárias.

C. eliminar a redundância de informações existentes na escrituração contábil.

D. aumentar a competitividade das empresas brasileiras pela racionalização das obrigações acessórias (redução do custo-Brasil).

E. abranger a escrituração da folha de pagamento e, em uma segunda fase, o Livro Registro de Empregados.

Resolução: Redução do custo Brasil é uma das alardeadas vantagens do ambiente SPED, especialmente quanto às notas fiscais em seu modelo eletrônico. Já poderíamos responder diretamente.

Agora veja como responder usando a coerência...

Como o enunciado trata da Nota Fiscal, isto é, o documento propriamente dito e não o conceito maior (a escrituração), seria possível eliminar, de plano, as letras A, C e E. Depois eliminaríamos com facilidade a letra B, pois a integração e cooperação entre Administrações tributárias, apesar de ser um objetivo válido, ele depende do SPED (nível geral) e não de um dos seus subprojetos (NFS-e).

Resposta: D

Recibo provisório de serviços (RPS)

A NFS-e será gerada através dos serviços informatizados disponibilizados pela respectiva secretaria municipal de finanças. Agora vem a questão...

Mas, e o pequeno prestador de serviço que está “off-line” ou não dispõe de internet no local ou não tem estrutura de TI para emitir a NFS-e?

No intuito de prover uma solução de contingência para esse contribuinte, foi pensada numa solução intermediária. O contribuinte pode emitir o RPS que é um documento de posse e responsabilidade do contribuinte, que deverá ser gerado manualmente ou por alguma aplicação local, possuindo uma numeração sequencial crescente e devendo ser convertido em NFS-e no prazo estipulado pela legislação tributária municipal.

Note que esse “paliativo” atende àqueles contribuintes que, porventura, não dispõem de infraestrutura de conectividade com a Fazenda Municipal em tempo integral já que permite a emissão da Nota fiscal “depois”.

E como funciona a solução?

Os documentos (NFS-e) podem ser gerados “depois” e enviados em lote (isto é, “de uma vez só”, todos de uma vez). Agrupam-se os RPS e ao transmiti-los, são geradas uma NFS-e para cada um dos RPS.

Está percebendo essa solução intermediária?

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O RPS substitui a NFS-e temporariamente! Quando não é possível emitir a NFS-e, emite-se o RPS que depois irá se transformar em NFS-e, quando ocorrer sua transmissão ao Fisco.

Veja que isso atende aqueles contribuintes menores, mas mesmo assim, será necessário ter alguma aplicação local instalada em seus computadores, seja ela fornecida pela SEFAZ ou desenvolvida particularmente, seguindo as especificações disponibilizadas por essa.

Depois de processado o lote de RPS, será gerado um resultado que estará disponível ao contribuinte. Esse resultado poderá ser as NFS-e correspondentes ou a lista de erros encontrados no lote.

Não existe um modelo de RPS padronizado no Brasil, embora o conceito seja o mesmo. Mas, para ilustrar, vejamos um modelo. Note que parece com nota fiscal, mas não é!

Para fechar esse assunto e sintetizar: duas informações

• No caso de eventual impedimento da emissão on-line da NFS-e, o prestador de serviços emitirá o Recibo Provisório de Serviços – RPS, que deverá ser substituído por NFS-e dentro dos prazos estabelecidos.

• O RPS não se confunde com a NFS-e. É apenas uma solução de “emergência”.

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Comparação NF-e x NFS-e

NF-e NFS-e

Repositório Nacional Prefeitura ou DF (em

desenvolvimento o ambiente nacional)

Tipo de arquivo XML XML

Assinatura digital Certificado Certificado ou senha

Layout Padrão Diversos (em desenvolvimento, o

padrão nacional)

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Classificação de mercadorias

Um tema acessório às notas fiscais e aos demais documentos eletrônicos é a noção de classificação de mercadorias. Esse tema não é citado nos editais de fisco estadual/municipal literalmente, mas devemos admitir como algo inerente aos documentos eletrônicos. O concurso da SEFAZ-AL/2020, por exemplo, cobrou essa noção mesmo não citando o tema no edital, assim, vamos incluir a partir de agora esse conteúdo quando abordar documento eletrônicos para todos os certames fiscais.

Você já deve ter percebido que as notas fiscais/Danfe/outros identificam a mercadoria negociada com um código chamado NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul). A NCM é um código de oito dígitos que individualiza mercadorias comercializadas entre os países. Esse código deve estar na nota fiscal mesmo que seja uma operação feita no mercado interno e corresponde ao bem negociado.

Primeiro, vamos enxergar... Olha ele aí na seta abaixo:

Bom, observe que dei um zoom apenas na parte que interessa do documento para que você consiga enxergar. Assim, desprezei a maior parte do documento que é um DANFE (apenas para conhecimento).Observe que os produtos vendidos (dois tipos de lâmpadas) possuem cada um deles um código NCM/SH.

O objetivo desse código é individualizar o produto seguindo as regras do Sistema harmonizado (SH). Nem todas as lâmpadas possuem a mesma tributação ou mesmo tratamento. Assim, a nota fiscal deve identificar o produto pelo NCM.

Bom, isso não é novidade, pois sempre foi assim, seja na nota fiscal em papel ou na nota eletrônica.

Então vamos guardar os seguintes aspectos:

1- Toda NF-e identifica o produto pelo NCM.

Para que você tenha uma ideia do poder desse código, o Bacalhau do Atlântico e o Bacalhau do Pacífico possuem códigos diferentes. Assim, é possível dar o correto tratamento tributário.

2- Não caia em pegadinha I

Apesar de NCM fazer referência ao Mercosul, as transações internas também devem trazer o NCM.

3- Não caia em pegadinha II

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Eu demonstrei o código NCM por meio da imagem de um DANFE. Por quê?

Porque a NF-e propriamente dita existe apenas na forma eletrônica (XML), não iríamos conseguir fazer a sua leitura (está em linguagem de programação).

Mas, saiba que tudo isso (NCM e demais dados) também está refletido na NF-e, afinal o Danfe é apenas uma representação gráfica da NF-e.

Bom, por fim, gostaria de dizer que a nomenclatura é algo muito sério mesmo, pois define a tributação, a alíquota, etc. Para que você tenha a exata noção dessa problemática, um litígio brasileiríssimo recente foi o seguinte:

A Crocs é sandália ou é sapato?

Parece brincadeira, mas esse é um litígio fiscal que versa sobre a correta NCM do produto. Com isso, percebemos que cada produto deve ter a sua NCM. Não cabe aproximações, exceto se as regras assim determinarem.

Por curiosidade, ficou definido que a Crocs é sandália, hehe. E isso acabou levando a manutenção de uma tributação antidumping na ocasião.

Esse aspecto apareceu recentemente em uma questão do SEFAZ-AL/2020 que indicava de maneira incorreta que era possível emitir nota fiscal com “...a emissão de códigos diferentes para uma mesma mercadoria, com o registro da nomenclatura no estoque”.

Sabemos agora que não pode! Cada mercadoria tem um código NCM que a individualiza. Não cabe a nós designar os produtos, mas ao código.

Imagine três vendedores vendendo um notebook:

Um descreveria o produto na nota fiscal como notebook, outro como laptop, outro como computador portátil etc. Que confusão hein? Então a designação é feita pela NCM, que segue as regras de classificação internacional. É padrão. Não cabe ao vendedor utilizar a nomenclatura que mais lhe agrade, mas o NCM correto.

Não vamos entrar no escopo de como fazer classificação, pois ultrapassa o nosso objetivo nesta aula.

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ECF - Escrituração contábil fiscal

A ECF substitui a antiga DIPJ, que era conhecida como a declaração de imposto de renda da PJ (embora não fosse apenas isso) e está extinta desde 2014. Desde então, todas as PJ e equiparadas devem apresentar a ECF de forma centralizada pela matriz. No caso de SCP, para cada uma das SCP deverá haver uma ECF, além da ECF do sócio ostensivo.

Dispensa da ECF: optantes do Simples Nacional, órgãos públicos, às autarquias e às fundações públicas; PJ inativas.

Para o contribuinte que declara o IR pelo Lucro real, a ECF será o próprio livro de apuração do lucro real - LALUR, mencionado na legislação.

Esse documento é de interesse primário do imposto de renda, o sujeito passivo deverá informar todas as operações que influenciem a composição da base de cálculo e o valor devido do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Socialsobre o Lucro Líquido (CSLL).

Apesar deste interesse primário do Fisco Federal, existe interesse por parte dos demais fiscos na sua verificação por se tratar de informações econômico fiscais, que vão além da simples apuração do IR e auxiliam no cotejo da apuração quanto aos demais tributos como o ISS e ICMS.

Uma característica interessante da ECD e da ECF, é que há comunicação quanto à recuperação de saldos e plano de contas, de modo que é possível “amarrar” as informações fiscais às contábeis. Além da eficiência para o contribuinte, que reduz suas obrigações acessórias, para o Fisco representa boa vantagem no sentido de dar segurança às informações.

Baseados na ideia central do SPED de redução da burocracia, ao cumprir as obrigações digitais, estaremos cumprindo certas obrigações “físicas” como o registro de livros. Assim prevê a legislação, estabelecendo que ao apresentar a EFD ICMS/IPI, por exemplo, supre-se a elaboração, registro e autenticação de livros para registro de inventário e registro de entradas em relação ao mesmo período.

Prazo de entrega da ECF: até último dia útil do mês de julho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira. Na legislação tributária em geral, para citar apenas o Simples nacional e o próprio IR, quando ocorrem certas restruturações societárias como fusão, cisão ou mesmo extinção de sociedades, o prazo para cumprimento das obrigações é modificado por uma razão bem simples: a empresa irá desaparecer, logo o prazo é antecipado. No caso da ECF, há antecipação para o 3º mês subsequente ao do evento.

A obrigatoriedade de entrega da ECF não se aplica à incorporadora, nos casos em que as pessoas jurídicas, incorporadora e incorporada, estejam sob o mesmo controle societário desde o ano-calendário anterior ao do evento.

Um detalhe interessante para confrontar o estudo da ECD X ECF, é que na ECD, enquanto a substituição da escrita (envio de novo arquivo digital) está sujeita a rígidos controles; na ECF, o contribuinte pode retificar a informação independente de autorização do Fisco. Basta “enviar” um novo arquivo. Não poderia ser diferente, já que os tributos envolvidos são lançados por homologação, assim, o contribuinte tem o dever de fazer o autolançamento e pagar sem qualquer intervenção do Fisco. Não faria sentido criar óbices ao envio de nova ECF.

Claro que essa premissa é verdadeira, apenas se o contribuinte estiver ainda gozando da espontaneidade.

Vamos para um aspecto interessante...

Alguns saldos da ECF são recuperados da ECD, que é a contabilidade digital. Nesse caso, uma alteração na ECD poderá exigir a alteração da ECF, tendo em vista essa “amarração” de contas e saldos.

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As escriturações fiscais vão além da ECF. Temos diversas EFD’s (escrituração fiscal digital) no ambiente SPED.

A EFD pode ser definida como a " totalidade das informações, em meio digital, necessárias à apuração dos impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte, bem como outras de interesse das administrações tributárias das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB.

Vejamos uma questão recente englobando diversos aspectos da escrituração fiscal digital:

FCC - ISS Manaus – Auditor - 2019

A Escrituração Fiscal Digital, conhecida pela sigla EFD, é

(A) um arquivo digital, que se constitui de um conjunto de escriturações de documentos fiscais e de outras informações de interesse dos Fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil, bem como de registros de apuração de impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte, que deverá ser assinado digitalmente e transmitido, via Internet, ao ambiente Sped.

(B) um conjunto de escriturações de documentos fiscais e de outras informações de interesse dos Fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil, em meio físico ou digital, desde que, neste caso, seja passível de impressão em meio físico, e cuja identificação seja feita biometricamente.

(C) um processo de escrituração de documentos fiscais que, em substituição ao sistema alfanumérico, utiliza códigos hexadecimais criptografados, em programas próprios, para efetuar registros comerciais, fiscais e tributários, bem como prestar as informações de interesse dos Fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

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(D) um sistema utilizado pelo Fisco da União e pelos Fiscos dos Estados e dos Municípios, para promover a escrituração e apuração de imposto periodicamente devido, cujo lançamento seja feito por homologação, como é o caso do IPI, no âmbito federal, do ICMS, no âmbito estadual e do ISSQN, no âmbito municipal, permitindo, com isso, que o valor do imposto devido seja imediatamente passível de inscrição em Dívida Ativa, utilizando Blockchain em substituição ao lançamento de ofício e, consequentemente, em substituição ao processo administrativo fiscal.

(E) toda escrituração de documento fiscal feita em meio digital, ou com utilização de computadores, em substituição à escrituração feita em meio físico, para apuração do IR federal e do ICMS estadual.

Resolução:

A EFD são arquivos no formato “XML” que compreendem as escriturações fiscais do contribuinte, inclusive as notas fiscais e assemelhados e são transmitidas para o ambiente SPED com certificação digital.

Letra A – certa.

Letra B – Errada. A certificação é digital (não é biométrica); os arquivos são digitais, embora seja possível

“imprimir” documentos auxiliares, não há documento físico, como a nota fiscal em “papel”; e há interesse do município também.

Letra C – Errada. Blá blá blá inútil. São arquivos no formato “XML”; não se restringem às notas fiscais; e também tem o interesse municipal.

Letra D – Errada. O SPED/EFD não possui módulo específico de apuração do ISS (apenas o DF possui); não substitui o lançamento de ofício, não substitui o rito processual etc. Para inscrição em dívida ativa, o crédito precisa estar constituído.

Letra E – Errada. Embora seja possível fazer a escrituração do IRPJ e do ICMS através de módulos específicos da ECF como a ECD e a EFD ICMS/IPI respectivamente, a escrituração fiscal digital não se resume a isso.

Resposta: A

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ECD - Escrituração contábil digital

A Escrituração Contábil Digital (ECD) é parte integrante do projeto SPED e tem por objetivo a substituição da escrituração em papel pela escrituração transmitida via arquivo, ou seja, corresponde à obrigação de transmitir, em versão digital, os livros contábeis. É importante que você assimile a ideia de que a contabilidade digital quanto à classificação das contas, quanto aos débitos e créditos etc. é exatamente igual a contabilidade em papel. A ECD não teria como alterar a ciência contábil. Assim, tudo que você já sabe em contabilidade, você aplicará na ECD.

Um Ativo é um Ativo na contabilidade em papel assim como continuará sendo na contabilidade digital. O mesmo débito/crédito que se fazia lá, se faz cá!

O próprio CFC indica no CTG 2001, e nos tranquiliza quanto esse assunto, que contabilidade digital dever ser executada em...

(a) em idioma e em moeda corrente nacionais;

(b) em forma contábil;

(c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;

(d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens; e

(e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis.

Perceba que a “forma contábil” não muda! Assim, se uma questão versando sobre o Sped lhe questionar onde deve ser lançado a compra de veículo, você deve responder como se fosse uma simples prova de contabilidade, isto é, no imobilizado.

Avançando...

A IN 1774/17 (alterada pela 1894/19), da RFB, disciplina a ECD. Os livros contidos na ECD são

Tais livros são assinados por contador. Naturalmente, se estamos em uma plataforma digital, a assinatura migra para a “assinatura digital”. É o certificado digital, emitido por uma das entidades certificadoras credenciada pela infraestrutura de chaves públicas (ICO-Brasil) que garante a autenticidade das informações constantes na ECD. Essa é a mesma assinatura digital lá da NF-e, portanto é conhecimento comum!

Na ECD, cada grupo de informação é dividido em blocos (cada letra é um bloco). Não nos parece muito razoável, mas algumas questões já cobraram o conhecimento sobre cada tipo de escrituração. São previstas as seguintes formas de escrituração:

Livros na ECD

Diário Razão Balancete Balanços Fichas de

lançamento

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G - Diário Geral;

R - Diário com Escrituração Resumida (vinculado a um livro auxiliar);

A - Diário Auxiliar;

Z - Razão Auxiliar;

B - Livro de Balancetes Diários e Balanços;

Veja que é possível associar a letra ao nome: “G” de geral, “R” de resumida, “A” de auxiliar, “Z” de raZão e “B” de balancete.

Até mesmo essa sopa de letrinhas pode aparecer em prova...

CESPE-Telebrás - Especialista em Gestão de Telecomunicações – Contador -2013

Para a geração de arquivo do SPED contábil, na tela geradora de arquivo do leiaute, o campo escrituração contábil Resolução: Bastava decorar as letras. Péssima questão! Não agrega nada, mas pode cair. Não tem letra “C” na divisão.

Resposta: Errado

Nem todas as empresas estão obrigadas a apresentar a ECD:

Atenção: o limite para dispensa das imunes e isentas é R$ 4,8M. Esse valor foi atualizado em 2019. Antes era R$ 1,2M. (Em nossa videoaula mencionamos anda R$ 1,2M, pois gravamos antes de tal mudança.)

Temos ainda os seguintes casos de desobrigação:

▪ Lucro presumido (LP) que adote livro Caixa. Se adotar contabilidade, estará obrigada a ECD

▪ Se o optante do LP distribuir lucros acima da presunção, precisará ter ECD

▪ ME ou EPP que tenha recebido aporte de investidor –anjo está obrigada a ECD

▪ PJ de construção civil que esteja dispensada de apresentar ECF do ICMS e do IPI, deve apresentar a ECD do livro registro de inventário. No caso de SCP, deve apresentar como livros próprios ou na ECD do sócio ostensivo, como livro auxiliar

Dispensados da ECD

Simples nacional

órgãos públicos, autarquias,

fundações

PJ inativa

observar critérios de inatividade

Imunes/isentas com mov. até

R$4,8 M

Referências

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