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Aula 11. Direito Constitucional Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: Forças Armadas e Segurança Pública Policial Rodoviário Federal PRF

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Aula 11

Direito Constitucional – Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: Forças Armadas e Segurança Pública

Policial Rodoviário Federal – PRF

Prof. Nathalia Masson

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Sumário

SUMÁRIO ... 2

DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS: FORÇAS ARMADAS E SEGURANÇA PÚBLICA ... 3

(1)RECADO INICIAL ... 3

(2)PRIMEIRAS PALAVRAS ... 3

(3)FORÇAS ARMADAS ... 5

(3.1)INTRODUÇÃO ... 5

(3.2)MISSÕES CONSTITUCIONAIS DAS FORÇAS ARMADAS ... 6

(3.3)CARACTERÍSTICAS ... 11

(4)SEGURANÇA PÚBLICA ... 19

(4.1)ÓRGÃOS ... 21

(A)PRIMEIRAS PALAVRAS ... 21

(B)ESTRUTURAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA PÚBLICA ... 25

(B.1)ÓRGÃOS FEDERAIS A SEGURANÇA PÚBLICA REALIZADA PELOS ÓRGÃOS DA UNIÃO ... 26

(B.2)ÓRGÃOS ESTADUAIS A SEGURANÇA PÚBLICA REALIZADA PELOS ÓRGÃOS DOS ESTADOS ... 29

(B.3)A SEGURANÇA PÚBLICA NO DISTRITO FEDERAL ... 30

(B.4)A SEGURANÇA PÚBLICA NOS MUNICÍPIOS ... 31

(B.5)A SEGURANÇA PÚBLICA NOS TERRITÓRIOS FEDERAIS ... 34

(4.2)DIREITO DE GREVE E CARREIRAS DE SEGURANÇA PÚBLICA ... 34

(4.3)SEGURANÇA VIÁRIA ... 36

(5)QUESTÕES RESOLVIDAS EM AULA ... 44

(6)OUTRAS QUESTÕES: PARA TREINAR ... 53

(7)RESUMO DIRECIONADO ... 59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 67

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DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES

DEMOCRÁTICAS: FORÇAS ARMADAS E SEGURANÇA PÚBLICA

(1) Recado Inicial

Lembre-se que esta aula, datada de maio de 2021, foi produzida para o concurso de Policial Rodoviário Federal da PRF, banca CEBRASPE. Como o conteúdo de Direito Constitucional é o que mais se altera no mundo jurídico (em razão das constantes mudanças legislativas e, em especial, das incessantes novas decisões do STF), não desperdice seu tempo ou arrisque sua aprovação estudando um material desatualizado. Busque sempre a versão oficial da aula no site do nosso curso!

(2) Primeiras Palavras

Olá, futuro Policial Rodoviário Federal! Seja bem-vindo a mais uma aula de Direito Constitucional em nosso curso!

Seu edital trouxe o seguinte item, bem na parte final: “4 Defesa do Estado e das instituições democráticas. 4.1 Forças Armadas (art. 142, CF). 4.2 Segurança pública (art. 144 da CF). 4.3 Organização da segurança pública. 4.4 Atribuições constitucionais da Polícia Rodoviária Federal.”.

Repare que ele faz referência ao Título V da CF/88, que vai do art. 136 ao 144, abrangendo 3 capítulos:

- CAPÍTULO I - DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO (artigos 136 a 141);

- CAPÍTULO II - DAS FORÇAS ARMADAS (artigos 142 e 143);

- CAPÍTULO III - DA SEGURANÇA PÚBLICA (artigo 144).

No entanto, como o edital mencionou em destaque as “Forças Armadas” e a “Segurança Pública”, podemos concluir que somente estes trechos do Título V serão exigidos em nosso certame.

E o que esse Título V da CF/88 pretende?

Bom, para construirmos um Estado Democrático de Direito dependemos da existência de limitações jurídicas ao poder político (o que impede arbítrios e excessos), e de uma estabilidade dos direitos e das garantias individuais. Tudo isso deve estar devidamente consagrado em uma Constituição, norma central e superior a todas as demais no ordenamento jurídico e com a qual todos os atos e demais diplomas normativos deverão guardar total compatibilidade.

Esse documento constitucional deve estar preparado para se manter vigente tanto em períodos de normalidade e paz institucional, quanto em situações extraordinárias, de instabilidade e crise. Afinal,

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a vida de uma comunidade política não é sempre tranquila e serena! Ela passa por turbulências (financeiras, econômicas, políticas, bélicas, físicas – como epidemias, terremotos, inundações) que precisam ser vencidas para garantirmos o Estado e suas instituições! E a história mundial nos mostrou que o ideal é que essas medidas excepcionais, que farão frente à crise e permitirão o retorno do equilíbrio institucional, já estejam previstas na própria Constituição. Ou seja: é sempre melhor que os mecanismos e as soluções jurídicas para vencermos os mais diversos cenários de crise estejam na Constituição, isto é, que sejam respostas institucionais! Assim, as respostas já estão pensadas, as atitudes que poderemos tomar já estão previamente planejadas e não serão fruto do arbítrio do governante do momento.

É nesse contexto que surge a “constitucionalização das circunstâncias excepcionais”, na qual os documentos constitucionais passam a ter em seus textos a previsão de uma legalidade extraordinária, isto é, de um conjunto de regras destinadas às circunstâncias inesperadas, que só pode ser acionado de maneira transitória, e cuja utilização só se justifica diante dos riscos ao Estado de Direito e ao princípio democrático.

Foi esse, portanto, o intuito do nosso poder constituinte originário quando criou este Título V em nosso documento constitucional: o de inserir na Constituição normas que visam garantir o bom funcionamento das instituições, inclusive durante períodos extraordinários, de crise.

Para encerrarmos essa parte introdutória, quero só lhe adiantar que para promover a defesa do Estado a Constituição cuidou de institucionalizar as Forças Armadas e a Segurança Pública. Isso porque a “Defesa do Estado” é voltada para a defesa do território nacional contra as “invasões estrangeiras”1, assim como a defesa da soberania nacional2 e a defesa da Pátria3.

Por outro lado, para a defesa das instituições democráticas, a Constituição prevê medidas excepcionais que possuem a finalidade de manter ou restabelecer a ordem em momentos de anormalidades constitucionais, configurando, com isso, o denominado “sistema constitucional de crises”, composto pelo estado de defesa e pelo estado de sítio.

1. Em conformidade com o que preceituam os seguintes artigos: art. 34, II, e art. 137, II, ambos da CF/88.

2. Art. 91, caput, CF/88.

3. Art. 142, CF/88.

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Como nosso edital para PRF cobrou somente os capítulos II e III do Título V, vamos começar tratando das Forças Armadas.

(3) Forças Armadas (3.1) Introdução

Nossa Constituição Federal determina (no art. 142) que as Forças Armadas, conjunto de instituições militares constituído pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais, permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República4. Desde a Constituição imperial de 1824 às Forças Armadas tem sido destinado tratamento constitucional, justificado pela nobreza de suas tarefas, relacionadas à defesa da Pátria, à garantia dos Poderes constitucionais e da lei e da ordem.

4. Art. 84, XIII, CF/88: “Compete privativamente ao Presidente da República: exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos”.

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(3.2) Missões constitucionais das Forças Armadas

Conforme indicado pelo artigo 142, CF/88, são as seguintes as funções das Forças Armadas:

(A) a defesa da Pátria;

(B) a garantia dos poderes constitucionais e,

(C) por iniciativa de qualquer dos três poderes, a garantia da Lei e da Ordem.

Falaremos, a seguir, de cada uma delas5.

(A) Forças Armadas e a defesa da pátria (artigos 1º, I, e 4º, CF/88)

Essa missão institucional das Forças Armadas corresponde, essencialmente, à defesa da República Federativa do Brasil contra ameaças externas. Representa, pois, a tarefa de preservar a soberania nacional, em especial diante de ameaças estrangeiras contra o nosso país, o nosso povo, nossa integridade territorial e instituições.

Vale destacar que essa atribuição constitucional não se restringe à uma atuação diante da decretação de um dos “estados de legalidade extraordinária” (intervenção federal e estados de defesa e de sítio – artigos 34, 136 e 137 da CF/88). O artigo 34, II, da Constituição, ao enunciar o papel de repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra, está, tão somente, exemplificando uma das formas de atuação das Forças Armadas. Assim, restringir o alcance da expressão “defesa da Pátria”

apenas às três hipóteses de atuação excepcional (de decretação de intervenção, de estado de defesa e de estado de sítio) esvazia a previsão constitucional do artigo 142 e diminui a eficácia dos dispositivos constitucionais referentes à nossa atuação internacional. A defesa da Pátria de que trata o artigo 142

5. O texto desde item é inspirado no voto do Min. Luiz Fux, de junho de 2020, na medida cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade 6.457-DF.

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abrange, portanto, uma multiplicidade de possibilidades de atuação prévia das Forças Armadas para a proteção das faixas de fronteiras, dos espaços aéreos e marítimos, inclusive em períodos de paz – para ilustrar, pensemos nas missões de controle do fluxo migratório na fronteira do Brasil com a Venezuela.

(B) Forças Armadas e a garantia dos poderes constitucionais (artigos 2º; 60, §4º, III; 85; e 102, todos da CF/88)

A segunda missão constitucional que o art. 142 enuncia para as Forças Armadas refere-se à garantia dos poderes constitucionais. De início, é muito importante destacar que essa expressão

“garantia dos poderes constitucionais” não permite qualquer interpretação que aceite o emprego das Forças Armadas para a defesa de um Poder contra o outro. Nosso desenho constitucional prevê (art. 2º, c/c art. 60, § 4º, III) que a independência e a harmonia entre os poderes serão preservadas pelos mecanismos pacíficos e institucionais de freios e contrapesos (de controle recíproco) criados pela própria Constituição. Assim, quando o art. 142 estabelece uma atuação do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para promover a “garantia dos poderes constitucionais”, está se referindo à proteção de todos os três Poderes contra quaisquer ameaças que são alheias e externas a essa tripartição. As Forças Armadas atuarão, pois, na “defesa das instituições democráticas” contra eventuais ameaças de golpe, rebelião armada ou outros movimentos desse tipo.

Nota-se, portanto, que nada em nossa Constituição de 1988 concede às Forças Armadas uma função assemelhada a de um “Poder Moderador”, responsável pela defesa de um poder sobre os demais.

O único documento constitucional pátrio que adotou a quadripartição dos poderes, com a presença de um poder moderador, foi a Constituição Imperial outorgada em 1824. Na estruturação daquele documento constitucional imperial, esse quarto Poder colocava-se em posição privilegiada em relação aos demais, e a eles não estava submetido. Porém, nenhuma outra Constituição brasileira instituiu o Poder Moderador.

Mas afinal, por que é tão relevante frisar que a função das Forças Armadas de promover a

“garantia dos poderes constitucionais” não significa efetuar a defesa de um Poder contra o outro? Por que nos parece tão importante destacar que nossa atual Constituição não concedeu às Forças Armadas a função de Poder Moderador?

Tudo isso deve ser feito para aniquilar de vez a fantasiosa interpretação que se fortaleceu nos últimos anos no sentido de que a Constituição de 1988 permitiria uma “Intervenção militar constitucional”, fundada no art. 142, CF/88.

Para início de conversa, caro leitor, perceba que a expressão “Intervenção militar constitucional”

é uma contradição em si: se houver intervenção desse tipo, teremos um golpe, pois nossa Constituição

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não a prevê e não a permite. Até porque, constituições não trazem em seus textos as chamadas

“cláusulas de suicídio”, isto é, disposições autorizativas da sua própria derrocada, afastamento ou superação.

Então, como foi que surgiu essa interpretação de que nossa Constituição autorizaria uma

“Intervenção militar constitucional”? Ao que tudo indica, desde o ano de 2011 ela começou a ser gestada.

Naquele ano, uma manifestação do prof. Ives Gandra da Silva Martins (em artigo publicado na Revista Brasileira de Direito Constitucional), defendia ser plausível e aceitável que o Poder Legislativo – tendo por base sua competência descrita no inciso XI do art. 49 da CF6 – determinasse a suspensão da decisão do STF que autorizou a antecipação terapêutica do parto do feto anencéfalo (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF nº 54/DF). Segundo dizia o autor, se o Legislativo não determinasse tal sustação, ou, se a determinasse, mas o STF não acatasse tal a anulação “(...) caberia até mesmo a intervenção das Forças Armadas para restabelecer a lei e a ordem turbadas pela quebra de harmonia entre os poderes da República, obrigando o Supremo Tribunal Federal a cumprir a Constituição”.

E diante de algumas outras manifestações da nossa Corte Suprema que podem ser consideradas polêmicas (pois tratam de temas que ensejam desacordos morais – tais como a ADPF nº 132/DF, na qual a Corte reconheceu as uniões estáveis homoafetivas), o prof. Ives novamente defendeu a leitura de que o artigo 142 da Constituição autorizaria a convocação das Forças Armadas para solucionar disputas pontuais entre os Poderes da República, exercendo uma intervenção moderadora diante de, por exemplo, uma suposta invasão do STF na competência normativa do Poder Legislativo.

No entanto, é importante reconhecermos que entregar essa tarefa às Forças Armadas viola a cláusula pétrea da separação de poderes, pois desvirtua todo o nosso sistema constitucional. Assim, se o artigo 102 da CF/88 atribuiu ao STF o papel precípuo de guardião da Constituição, cabe-lhe, como órgão máximo do Poder Judiciário, interpretar as normas constitucionais em caráter final e vinculante para os demais Poderes. Caso o Poder Legislativo discorde, ele tem o poder de superar as decisões proferidas pelo Supremo, por meio da edição de emendas constitucionais (desde que, por óbvio, não contrarie as cláusulas pétreas inscritas no art. 60, § 4°, CF/88). Não seria nem minimamente razoável, portanto, entregarmos a tarefa de resolver conflitos interpretativos sobre normas da Constituição às Forças Armadas. Como ressaltou o Ministro Gilmar Mendes, “é uma interpretação irresponsável aquela que

6. Art. 49, XI: “É da competência exclusiva do Congresso Nacional: XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes”.

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atribui às Forças Armadas o papel de interpretar a Constituição”.

Outro detalhe digno de destaque: os defensores do papel de poder moderador para as Forças Armadas parecem pressupor uma neutralidade e um distanciamento dos três poderes que as Forças Armadas não possuem! Afinal, o Presidente da República, conforme preveem os artigos 142 e 84, XIII, CF/88, é o seu "comandante supremo”. Assim, se aceitássemos que as Forças Armadas são o "poder moderador" no conflito entre os poderes, estaríamos considerando que o Poder Executivo está acima dos demais, sendo, portanto, um superpoder. E essa conclusão não tem respaldo em nenhuma norma constitucional.

Em finalização ao tópico, é anticonstitucional a interpretação do art. 142, CF/8 que concede às Forças Armadas – e indiretamente ao Presidente da República, que é a sua autoridade suprema – o poder de descumprir ou aprovar/confirmar determinada decisão judicial, uma vez que reflete uma interpretação violadora de todos os princípios constitucionais que estruturam nossa ordem democrática.

(C) Forças Armadas e a garantia da lei e da ordem (artigos 1º, caput; 2º; 5º, XLIV; 60, §4º, III)

A terceira missão das Forças Armadas é a de estar à disposição dos Poderes constituídos para, quando convocada, agir em defesa da lei e da ordem – afinal, o artigo 142 prevê expressamente a possibilidade de mobilização das Forças Armadas para, por iniciativa de qualquer dos três Poderes, atuar na “garantia da lei e da ordem”, permitindo que possam ser usadas também na segurança pública.

Vale destacar que é atribuição do Presidente da República permitir o emprego das Forças Armadas, por iniciativa própria ou em atendimento a pedido manifestado por quaisquer dos outros poderes constitucionais – por intermédio dos Presidentes do STF, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados –, sendo este, todavia, uma competência que nunca poderá ser exercida contra os próprios Poderes ou contra as instituições em si. Tais medidas de garantia da lei e da ordem apenas se tornam possíveis no contexto de enfrentamento a situações concretas de grave violação à segurança pública, por prazo limitado. Ademais, é uma atuação que apenas pode se dar de modo subsidiário, quando já houve o esgotamento dos mecanismos ordinários e preferenciais de preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio da atuação permanente e primária das instituições que integram os órgãos de segurança pública (descritos no artigo 144, CF/88).

Para exemplificarmos a atuação das Forças Armadas em missões de altíssima relevância para o interesse nacional, relembre alguns dos seguintes decretos presidenciais que se fundamentam diretamente no artigo 15 da Lei Complementar 97/1999 (que dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas) e nos artigos 84 e 142 da Constituição Federal:

(i) Decreto de 8 de agosto de 2016, que ampliou e sistematizou as determinações presidenciais de

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emprego das Forças Armadas para Garantia da Lei e da Ordem nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016;

(ii) Decreto de 15 de agosto de 2016, que prorrogou o emprego das Forças Armadas para Garantia da Lei e da Ordem na área metropolitana do Município de Natal, Estado do Rio Grande do Norte;

(iii) Decreto de 22 de agosto de 2016, que autorizou o emprego das Forças Armadas para a garantia da ordem pública durante a votação e a apuração das eleições de 2016;

(iv) Decreto de 24 de agosto de 2016, que, alterando o Decreto de 8 de agosto de 2016, também se referiu ao emprego das Forças Armadas para Garantia da Lei e da Ordem nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016;

(v) Decreto de 31 de agosto de 2016, que autorizou o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem no revezamento da Tocha Paraolímpica dos Jogos Rio 2016;

(vi) Decreto nº 8.928, de 9 de dezembro de 2016, que autorizou o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem na Região Metropolitana do Município de Recife, Estado de Pernambuco;

(vii) Decreto de 17 de janeiro de 2017, que autorizou o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem no sistema penitenciário brasileiro;

(viii) Decreto de 19 de janeiro de 2017, que autorizou o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem na Região Metropolitana do Município de Natal, Estado do Rio Grande do Norte; 22 Supremo Tribunal Federal;

(ix) Decreto de 30 de janeiro de 2017, que, alterando o Decreto de 19 de janeiro de 2017, autorizou a prorrogação do emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem na Região Metropolitana do Município de Natal, Estado do Rio Grande do Norte;

(x) Decreto de 6 de fevereiro de 2017, que autorizou o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem no Estado do Espírito Santo;

(xi) Decreto de 13 de fevereiro de 2017, que autorizou o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem na Região Metropolitana do Rio de Janeiro;

(xii) Decretos de 16 e 22 de fevereiro de 2017, que, alterando o Decreto de 6 de fevereiro de 2017, também autorizaram o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem no Estado do Espírito Santo;

(xiii) Decreto de 24 de julho de 2017, que autorizou o emprego das Forças Armadas para a garantia da votação e da apuração das eleições suplementares no Estado do Amazonas;

(xiv) Decreto de 29 de dezembro de 2017, que autorizou o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem na Região Metropolitana do Município de Natal e no Município de Mossoró, Estado

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do Rio Grande do Norte;

(xv) Decreto de 6 de maio de 2020, que autorizou o emprego das Forças Armadas na Garantia da Lei e da Ordem e em ações subsidiárias na faixa de fronteira, nas terras indígenas, nas unidades federais de conservação ambiental e em outras áreas federais nos Estados da Amazônia Legal.

(3.3) Características

Pormenorizando as características das Forças Armadas, temos que:

(i) porque são instituições nacionais, veda-se aos Estados-membros à instituição de Exército, Marinha e Aeronáutica, sendo-lhes permitido, tão somente, a criação das polícias militares e corpos de bombeiros militares, considerados forças auxiliares e reserva do Exército (nos termos do art. 144, § 6º, CF/88);

(ii) porque são instituições regulares e permanentes, sua existência se prolonga no tempo, independentemente de contingências histórias;

(iii) sendo o Presidente da República a autoridade suprema das Forças Armadas, cabe a ele a orientação política da guerra, mas não a estratégica, que é específica dos chefes militares. O Presidente é também competente para nomear os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, assim como promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhe são privativos (art. 84, XIII, CF/88) – veja a estruturação7 organizada abaixo:

(iv) igualmente compete ao Presidente a iniciativa de lei para fixar ou modificar os efetivos das Forças Armadas (art. 61, § 1º, I, CF/88) e para dispor sobre os militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva

7. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 9ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2021.

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(art. 61, § 1º, II, “f”, CF/88);

(v) a EC nº 23/1999 extinguiu os antigos Ministérios do Exército, Marinha e Aeronáutica, transformando- os em Comandos subordinados ao Ministério da Defesa, que ela instituiu. O Ministro de Estado da Defesa é o único dos Ministros de Estado que deve ser, necessariamente, brasileiro nato (art. 12, § 3º, VII, CF/88);

(vi) a hierarquia e a disciplina, que constituem as bases da organização das Forças Armadas, são definidas no Estatuto dos Militares (Lei nº 6.880/1980), a saber:

– art. 14, § 1º: hierarquia é “a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura das Forças Armadas. A ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou graduação se faz pela antiguidade no posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à sequência de autoridade”;

– art. 14, § 2º: disciplina pode ser conceituada como “a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo”.

Os militares, membros das Forças Armadas, submetem-se às regras contidas nos incisos I a X do art. 142, § 3º, CF/88 além das normas que vierem a ser fixadas em lei. Nessa normatização, destacam-se as seguintes informações:

(i) ao militar são proibidas a sindicalização e a greve (art. 142, § 3º, IV, CF/88);

(ii) o militar, enquanto estiver em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos (art. 142, § 3º, V, CF/88);

Obs.1: Esses dois primeiros itens são os mais cobrados em provas! Atenção!

Obs.2: De fato, os militares não podem estar filiados a partidos políticos. Todavia, podem sim se candidatar a cargos eletivos. O Tribunal Superior Eleitoral, a fim de compatibilizar as variadas determinações constitucionais – (i) a que exige a filiação à partido político para concorrer aos cargos, art.

14, § 3º, CF/88; (ii) a que permite a eleição de militares, art. 14, § 8º, CF/88; e (iii) a que veda a filiação dos mesmos a partidos políticos enquanto estiverem na ativa, art. 142, § 3º, V da CF/88 – firmou entendimento de que para os militares a obrigação constitucional da filiação será suprida pelo pedido de registro de candidatura após prévia escolha em convenção partidária.

Obs.3: Lembre-se, também, da regra do art. 14, § 8°, CF/88: “O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará

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automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

(iii) as patentes militares são concedidas pelo Presidente da República, nos termos do art. 142, § 3º, I, CF/88);

(iv) o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente será transferido para a reserva (art. 142, § 3º, II, CF/88), ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c" (que indica a possibilidade de acumulação de 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde);

- Observação importante! Sobre este tema, lembremos da Emenda Constituição n° 101, de 3 de julho de 2019, que acrescentou o § 3º ao art. 42 da Constituição Federal para estender aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios (e não aos militares das Forças Armadas, que possuem regramento próprio no art. 142 da CF/88) o direito à acumulação de cargos públicos prevista no art. 37, inciso XVI, em todas as três alíneas.

- Muito cuidado com o seguinte:

(a) Aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos territórios, estão permitidas as hipóteses de acumulação de cargos previstas nas três alíneas (‘a’, ‘b’ e ‘c’) do inciso XVI do art. 37 da CF/88, em razão, da EC n° 101/2019.

(b) Por outro lado, aos militares das Forças Armadas, segue valendo a previsão do art. 142, § 3°, II (com redação dada pela EC n° 77/2014), no sentido de que apenas é permitida a acumulação de cargos descrita na alínea “c” do inciso XVI do art. 37 (“dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas”).

(v) o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de Tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de Tribunal especial, em tempo de guerra (art. 142, § 3º, VI, CF/88);

(vi) o oficial condenado na justiça comum ou militar à pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento de indignidade (art. 142, § 3º, VII, CF/88);

(vii) em exceção expressa ao previsto no art. 5º, LXVIII, CF/88, e com base no ideal de hierarquia, não cabe habeas corpus para desafiar punições disciplinares aplicadas aos militares, nos termos do art. 142, § 2º, CF/88. A vedação à utilização do remédio é constitucionalmente legítima, haja vista ter sido introduzida no texto da Lei Maior pelo poder constituinte originário que, no aspecto jurídico, já sabemos ser incondicionado e ilimitado nas suas escolhas, estando autorizado, inclusive, a formular exceções às regras gerais que ele mesmo institui. É consenso, todavia, na doutrina e na jurisprudência do STF, a

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possibilidade da impetração de referido remédio constitucional para questionar os pressupostos de legalidade da imposição da punição constritiva da liberdade. Nesse sentido, são passíveis de análise os aspectos formais da medida, como, por exemplo:

(A) a hierarquia;

(B) o poder disciplinar;

(C) relação causal entre o fato e a função; e (D) a pena a ser aplicada.

(viii) Conforme a súmula vinculante nº 6 do STF, “não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário-mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial”. A Suprema Corte definiu que o regime a que se sujeitam os militares não se confunde com aquele válido para os servidores civis, possuidores de direitos, garantias e prerrogativas próprias. Como os cidadãos que prestam o serviço militar obrigatório estão numa função pública de defesa da soberania e da pátria, a única obrigação do Estado para com eles é a de lhes fornecer as condições materiais que viabilizem a adequada prestação do serviço, sendo certo que a Carta constitucional não estendeu a eles a garantia da remuneração não inferior ao salário-mínimo, como o fez para outras categorias de trabalhadores;

(ix) o serviço militar é obrigatório, nos termos do art. 143, caput, CF/88 (regulamentado pela Lei nº 4.375/1964), a todos os brasileiros, com exceção das mulheres e eclesiásticos, em tempo de paz.

Contudo, havendo mobilização, até mesmo as mulheres e os eclesiásticos poderão ficar sujeitos a encargos correlatos à defesa nacional (art. 143, § 2º, CF/88);

(x) a escusa (ou imperativo) de consciência (prevista no art. 5º, VIII, CF/88) poderá ser invocada, no intuito de eximir o alistado das atividades de natureza militar em razão de sua crença religiosa, convicção filosófica ou política. Entretanto, por se tratar o serviço militar de obrigação imposta a todos, os que invocarem tal escusa deverão cumprir prestação alternativa, devidamente fixada em lei8. Caso o indivíduo descumpra tanto a obrigação legal quanto a prestação alternativa, fica sujeito à privação dos seus direitos políticos (conforme determina o inciso IV do art. 15, CF/88).

Em finalização ao nosso estudo do tópico referente às Forças Armadas, vejamos um interessante pronunciamento do STF acerca do assunto:

(1) Como vimos, as Forças Armadas são instituições nacionais, regulares e permanentes (art. 142, CF/88), sendo seus membros chamados de “militares”, termo que também é constitucionalmente empregado

8. No caso do serviço militar obrigatório a prestação alternativa para os que não cumprirem referido serviço está fixada no art.

4º da Lei nº 8.239/1991.

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para designar os policiais militares e os bombeiros militares (art. 42, CF/88). Não se pode, todavia, confundir os membros das Forças Armadas com os militares estaduais. A Constituição veda que os Estados-membros possuam Exército, Marinha e Aeronáutica, permitindo, contudo, que eles constituam polícias militarizadas para segurança interna e manutenção da ordem em seu território (art. 144, § 5º, CF/88). Assim, os militares estaduais são destinados à função de segurança pública, integram a estrutura do Poder Executivo estadual e não seguem o mesmo regime constitucional alusivo às Forças Armadas.

Essa distinção diz respeito, também, à forma de ingresso na carreira. Enquanto a admissão nas Forças Armadas dá-se tanto pela via compulsória do recrutamento oficial quanto pela via voluntária de ingresso nos cursos de formação, os servidores militares estaduais são submetidos, sempre voluntariamente, a concurso público.

Tal introdução nos permite concluir duas coisas: (i) a inadmissibilidade constitucional da existência de forças temporárias; (ii) a inconstitucionalidade de dispositivo legal que estabeleça o acesso aos cargos públicos militares estaduais por outro meio que não mediante prévia aprovação em concurso público, em razão da previsão do art. 37, II, CF/88 – que estabelece o concurso como forma de garantir a isonomia e a impessoalidade no acesso aos cargos públicos.

Foi neste cenário que o Plenário do STF, em março de 2015, no julgamento da ADI 5163-GO, declarou a inconstitucionalidade da Lei 17.882/2012, do Estado de Goiás, que instituiu o Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (SIMVE) na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar.

Referida lei criava uma classe de policiais temporários, cujos integrantes, após serem aprovados em seleção (menos severa que um concurso público) e em curso de formação, passavam a ocupar cargo de natureza policial militar. Os temporários eram remunerados por subsídio, estavam sujeitos à legislação militar e às normas específicas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar estaduais.

Segundo entendeu nossa Corte Suprema, o Estado de Goiás, pretendendo alcançar um corte de gastos relacionados com a segurança pública, criou policiais temporários, disfarçados sob a classificação de voluntários, para a execução de atividades militares, em detrimento da exigência constitucional de concurso público. Por isso, em razão da clara afronta ao artigo 37, II, CF/88 – vez que os cerca de 2,5 mil voluntários foram selecionados sem ter passado em concurso público – o STF considerou a lei materialmente inconstitucional.

Bom, futuro Policial Rodoviário Federal da PRF, é hora de você acertar algumas questões!

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Questões para fixar

[INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Auxiliar Perícia Médico-Legal] Considerando as disposições constitucionais a respeito das Forças Armadas, é correto afirmar que:

A) são constituídas tão somente pelo Exército e pela Aeronáutica.

B) os eclesiásticos são isentos do serviço militar obrigatório, em tempo de paz, e de qualquer outro encargo legal.

C) ao militar inativo é vedada a filiação partidária.

D) ao militar, desde que respeitadas as disposições legais, são permitidas a sindicalização e a greve.

E) o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra.

Comentário:

A letra ‘e’ é nossa alternativa correta! O art. 142, §3º, VI nos informa que o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra, exatamente o que nos traz o texto da alternativa.

A letra ‘a’ não poderá ser marcada pois, por força do art. 142 do texto constitucional, as Forças Armadas são constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica.

A letra ‘b’, por seu turno, não poderá ser marcada pois, consoante prevê o art. 143, §2º, as mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.

Quanto às letras ‘c’ e ‘d’, não poderão ser marcadas pois a filiação partidária estará vedada apenas aos militares enquanto em serviço, estando vedadas, também, a sindicalização e a greve (art. 142, §3º, IV e V da CF/88).

Gabarito: E [NUCEPE - 2012 - PMPI - Agente de Polícia-Sargento] Marque a alternativa INCORRETA, conforme a Constituição Federal do Brasil:

A) As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, Exército e Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

B) Não caberá “habeas-corpus” em relação a punições disciplinares militares.

C) O militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos.

D) As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.

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E) O militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente será agregado, nos termos da lei.

Comentário:

A alternativa incorreta, e que deverá ser marcada, é a letra ‘e’, uma vez que, de acordo com o art. 142, §3º, II da CF/88, o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente será transferido para a reserva (e não agregado), nos termos da lei.

Veja que todas as demais alternativas apresentadas encontram amparo no texto constitucional, no art. 142, caput e §§2º e 3º (letras ‘a’, ‘b’ e ‘c’, respectivamente) e no art. 143, §2º, V da CF/88 (letra ‘d’).

Gabarito: E [FUNIVERSA - 2009 - PCDF - Delegado de Polícia - Adaptada] Como meio de manutenção da ordem constitucional, a Constituição da República preservou sua integridade de momentos de exacerbada tensão social, disciplinando o que pode ser chamado de legalidade excepcional. Ademais, quando tratou da defesa do Estado e das instituições democráticas, a Constituinte também tratou das Forças Armadas e da segurança pública. A respeito do tema, julgue o item abaixo:

É garantia dos militares, incluindo as praças prestadoras do serviço militar obrigatório, a percepção de, no mínimo, um salário-mínimo mensal.

Comentário:

O item deverá ser marcado como falso. Veja o porquê, caro aluno: por força da redação da Súmula Vinculante nº 6, do STF, não viola a Constituição da República o estabelecimento de remuneração inferior ao salário-mínimo para os praças prestadores de serviço militar inicial.

Gabarito: Errado [CESPE - 2012 - TJPA - Juiz Substituto - Adaptada] Com relação ao Poder Legislativo e ao TCU, analise a assertiva:

A incorporação de Deputados e Senadores às Forças Armadas, ainda que em tempo de guerra, depende de prévia licença da Casa respectiva, salvo se os parlamentares forem militares, caso em que a licença é automática, devendo eles se apresentarem à força a que pertencem nos termos do que estabelece o regulamento militar.

Comentário:

O item poderá ser marcado como falso após a leitura do art. 53, §7º da CF/88, que enuncia que a incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa Legislativa respectiva.

Gabarito: Errado [FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2016 - Prefeitura de Cláudio - MG - Guarda Municipal] Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil, os membros das Forças Armadas são denominados militares. São disposições constitucionais aplicáveis aos membros das Forças Armadas, EXCETO:

A) Ao militar, são proibidas a sindicalização e a greve.

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B) O militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partido político.

C) Ao militar da ativa não é deferido o direito de liberdade de associação.

D) As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República.

Comentário:

O único item que apresenta uma disposição que não pode ser aplicada aos membros das Forças Armadas está na letra ‘c’! O direito à associação apresenta-se como um direito fundamental e o art. 5º, XVII não realiza nenhuma ressalva no que se refere à eventual vedação do seu exercício pelos militares.

No mais, a letra ‘a’ se justifica pelo art. 142, inciso IV do texto constitucional, enquanto a letra ‘b’ encontra respaldo no inciso V e a letra ‘d’ no inciso I do mesmo dispositivo.

Gabarito: C [FMP Concursos - 2014 - TJ-MT - Provimento] A respeito das Forças Armadas, assinale a afirmativa correta:

A) Não cabe Habeas Corpus em relação a punições disciplinares militares.

B) É vedada ao militar, em serviço ativo, a filiação partidária, salvo se esta tiver ocorrido em momento anterior ao ingresso dele nas Forças Armadas.

C) O militar em atividade que tomar posse em cargo público permanente será imediatamente exonerado.

D) Ao militar é permitida a sindicalização, sendo vedada, contudo, a greve.

E) As mulheres, a partir da CF/88, não são mais isentas do serviço militar obrigatório em tempo de paz.

Comentário:

Nossa alternativa correta é aquela trazida pela letra ‘a’: você bem sabe que, por força do art. 142, §2º, não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.

No que se refere à letra ‘b’, está errada pois o art. 142, V, não realiza nenhuma ressalva no que se refere ao militar, enquanto em serviço ativo, filiar-se a partidos políticos: é enfático ao vedar!

Quanto ao militar que toma posse em cargo público, ele será transferido para a reserva, e não exonerado, nos termos do art. 142, II do texto constitucional. A alternativa ‘c’, deste modo, é falsa!

No que se refere à sindicalização, é terminantemente proibida, conforme art. 142, IV do texto constitucional – o que torna a alternativa ‘d’ incorreta.

Por fim, a letra ‘e’ não prospera, pois o art. 143, §2º do texto constitucional garante que as mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.

Gabarito: A

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(4) Segurança Pública

A segurança pública tem por finalidade oportunizar uma convivência pacífica e harmoniosa entre os indivíduos, essencial para a construção de uma comunidade estruturada na serenidade e na paz entre seus componentes.

A exclusão da violência nas relações sociais e consequente alcance da tranquilidade cotidiana nos espaços comuns e socialmente partilhados, bem como nos lugares privados, é atribuição do Estado, que tomou para si o monopólio do uso da força tornando-se, pois, o guardião da ordem pública.

É nesse sentido que a Constituição declara, em seu art. 144, ser a segurança pública um dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, e determina que ela será exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Ademais, a segurança pública é um direito social, expressamente enunciado no art. 6º, CF/88.

Para sua melhor compreensão, veja o esquema abaixo:

Vejamos como este assunto já apareceu em prova:

Questão para fixar

[CEBRASPE - 2021 – TCE-RJ - Auditor] Com relação aos diretos fundamentais, julgue o item a seguir:

A segurança pública é um direito fundamental social.

Comentário:

De fato, a segurança é um direito fundamental social descrito no art. 6º, CF/88: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência

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social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

Item verdadeiro.

Gabarito: Certo

Referida política de segurança será implementada tanto pela polícia ostensiva, quanto pela polícia judiciária:

(i) A polícia ostensiva é preventiva e visa evitar que os fatos criminosos se efetivem. É realizada por policiais uniformizados, ou que possam ser identificados de modo imediato pela presença de equipamentos ou viaturas. Seu propósito central é, explicitando a presença dos policiais nas ruas, inibir a prática de delitos (afinal, o policiamento ostensivo e visível cria na população a percepção de que os eventuais crimes serão reprimidos de forma imediata). É também chamada de “polícia de segurança em sentido estrito”.

(ii) A polícia judiciária atua de modo repressivo, após a ocorrência do ilícito, sendo responsável pela investigação criminal. Seu objetivo é a apuração da materialidade e da autoria dos delitos, para fornecer ao titular da ação penal elementos que o permitam ingressar em juízo. Apesar do nome que recebe (“polícia judiciária”), integra o Poder Executivo.

A título de curiosidade, vale mencionar que a utilização do nome “polícia judiciária” se justifica na medida em que ela não cumpre uma atividade policial ostensiva (no intuito de garantir a segurança nas ruas), mas sim investigatória, com o objetivo de reunir provas que vão subsidiar a atuação do órgão acusatório e serão, posteriormente, levadas à avaliação do Poder Judiciário. Segundo Celso Antônio Bandeira de Melo (2004, p. 731) “o que aparta a polícia administrativa de polícia judiciária é que a primeira se predispõe unicamente a impedir ou paralisar atividades antissociais enquanto a segunda se preordena à responsabilização dos violadores da ordem jurídica”. Por seu turno, Guilherme Nucci (2005, p. 123) destaca que: “O nome ‘polícia judiciária’ tem sentido na medida em que não se cuida de uma atividade policial ostensiva (típica da Polícia Militar para a garantia da segurança nas ruas), mas investigatória, cuja função se volta a colher provas para o órgão acusatório e, na essência, para que o Judiciário avalie no futuro”.

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Avalie o esquema posto logo a seguir:

(4.1) Órgãos

(A) Primeiras Palavras

Os órgãos indicados pela Constituição como os encarregados pela segurança pública são os seguintes, nos termos do art. 144, CF/88 (com a redação dada pela EC 104 de dezembro de 2019):

(i) polícia federal;

(ii) polícia rodoviária federal;

(iii) polícia ferroviária federal;

(iv) polícias civis;

(v) polícias militares e corpos de bombeiros militares.

(vi) polícias penais federal, estaduais e distrital.

Esquematicamente9:

9. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 9ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2021.

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De acordo com a jurisprudência firmada pelo STF10, sobre o rol do art. 144 podemos dizer que:

(i) É taxativo (não é exemplificativo; por exemplo: as Guardas Municipais, que não estão ali citadas, não são órgãos de segurança pública).

(ii) É de observância compulsória, o que significa que é um dispositivo dirigido também à organização dos Estados-membros e do Distrito Federal, do que decorre não poderem estes, em suas constituições estaduais (ou, no caso do DF, na sua Lei Orgânica), alterar ou acrescer o conteúdo substancial do referido artigo da Constituição Federal. Para exemplificar, não pode a Constituição estadual criar um novo órgão ou entidade, por exemplo, um “Instituto Geral de Perícia”, e listá-lo dentre os órgãos que integram a segurança pública no Estado, pois isso afronta o artigo 144 da Constituição Federal. O instituto pode ser criado e vai desempenhar suas funções no estado, mas não pode ser inserido dentre os órgãos que integram a segurança pública naquela entidade federada.

(iii) É importante, ainda, destacar que o inciso VI do artigo 144 foi inserido pela Emenda Constitucional nº 104, de dezembro de 2019, que criou a polícia penal. Esta é um órgão de segurança pública, existente na esfera federal, estadual e distrital, responsável pela segurança dos estabelecimentos penais (art. 144,

§ 5°-A: “Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais”).

10. Por todos os precedentes, ADI 3.469/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes.

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(iv) Para encerrarmos este tópico, vejamos a decisão proferida pelo STF, em abril de 2020, na ADI 3996, pois ela resume muitas das conclusões até aqui alcançadas.

Na ocasião, o STF foi acionado para avaliar leis editadas pelo Distrito Federal que, em resumo, estabeleciam: (i) que o cargo de Agente de Trânsito seria atividade de segurança pública, para todos os efeitos; (ii) que os agentes e inspetores de trânsito do Departamento de Trânsito do Distrito Federal estariam isentos da obrigação de obter autorização para o porte de armas de fogo de uso permitido; (iii) que deveria constar no curso de formação profissional dos agentes de trânsito, dentre outras matérias, as referentes à armamento e tiro. Claro que o STF declarou todas as leis inconstitucionais. Para começar, como sabemos que o rol do art. 144 da CF/88 é taxativo e de observância obrigatória pelo legislador infraconstitucional, os Estados-membros e o DF não poderão atribuir o exercício de atividades de segurança pública a órgãos diversos daqueles que já estão enunciados em nossa Constituição Federal.

Desta forma, quando a lei distrital previu que os agentes de trânsito exerceriam atividades de segurança pública, criou uma norma com indiscutível vício de inconstitucionalidade material, pois violadora do rol taxativo do art. 144 da CF/88. Além disso, nossa Constituição atribuiu à União (art. 21, VI) a competência para autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico, o que alcança a disciplina do porte de armas de fogo; conferiu também à União (no art. 22, I) a competência privativa para legislar sobre Direito Penal, de modo que somente lei federal pode estabelecer as hipóteses em que o porte de arma de fogo não constitui ilícito penal. Destarte, é igualmente inconstitucional a lei distrital que dispõe sobre porte de arma de fogo, criando hipóteses não previstas na legislação federal de regência.

Vejamos como o caput do art. 144 já foi explorado em prova:

Questões para fixar

[IMA - 2018 - Prefeitura de Caxias - MA - Guarda Municipal] A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguinte(s) órgão(s):

A) Polícia federal.

B) Polícia rodoviária federal e polícia ferroviária federal.

C) Polícias civis e polícias militares e corpos de bombeiros militares.

D) Todas as alternativas acima estão corretas.

Comentário:

O art. 144 é enfático ao atribuir, à polícia federal, à polícia rodoviária federal, à polícia ferroviária federal, às polícias civis, às polícias militares, ao corpo de bombeiros e às polícias penais federal, estaduais e distrital a atividade de preservação da ordem e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Sendo assim, todas as

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alternativas estão corretas e a letra ‘d’ deverá ser assinalada. Repare, ainda, que a previsão das ‘polícias penais’ no art. 144 somente se deu a partir de dezembro de 2019, em razão da emenda 104 (razão pela qual a questão, que é de 2018, não as menciona).

Gabarito: D [CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia] Conforme disposições constitucionais a respeito da organização da segurança pública, julgue o item a seguir:

A segurança pública, exercida para preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, é responsabilidade de todos.

Comentário:

O item está correto! O caput do art. 144 é categórico em nos dizer que a segurança pública, ainda que seja um dever do Estado, é (direito e) responsabilidade de todos.

Gabarito: Certo [GUALIMP - 2020 - Prefeitura de Areal - RJ - Guarda Municipal] Em consonância com a Constituição Federal de 1988, a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos, EXCETO.

(A) Polícias penais estaduais e municipais.

(B) Polícia ferroviária federal.

(C) Polícias civis.

(D) Corpo de bombeiros militares.

Comentário:

Nos termos do art. 144 da CF/88, apenas as polícias penais municipais não existem enquanto órgãos integrantes da segurança pública. Por essa razão, você deve assinalar a letra ‘a’ como resposta.

- Letra b: é órgão integrante da segurança pública, nos termos do art. 144, III, CF/88.

- Letra c: é órgão integrante da segurança pública, nos termos do art. 144, IV, CF/88.

- Letra d: é órgão integrante da segurança pública, nos termos do art. 144, V, CF/88.

Gabarito: A

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(B) Estruturação dos órgãos de Segurança Pública

Nossa Constituição prevê órgãos de segurança pública na esfera federal e estadual, mas não na esfera municipal. Nos Municípios temos, tão somente, as guardas municipais, (art. 144, § 8º, CF/88), destinadas a preservar os seus bens, serviços e instalações.

Falaremos de cada um deles nos itens seguintes. Antes, todavia, é interessante avaliar o impacto de duas emendas constitucionais (a EC nº 82/2014 e a EC n° 104/2019) na listagem desses órgãos. Vejamos:

(i) Em julho de 2014 foi incluído o parágrafo 10 no art. 144, CF/8811 dispondo sobre “segurança viária” – expressão que designa o conjunto de ações planejadas para preservar a integridade física e patrimonial das pessoas nas vias públicas bem como a ordem pública, e compreende a educação, a engenharia e a fiscalização de trânsito (além de outras atividades estabelecidas em lei), que garantam ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente.

Determinou a emenda, ainda, competir, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em carreira, na forma da lei.

Sobre referida emenda, vale destacar que muito embora tenha reconhecido a importância das tarefas dos agentes de trânsito, ela não inseriu (ao menos explicitamente) os órgãos referentes à segurança viária entre aqueles que integram a Segurança Pública, afinal a redação do art. 144 foi mantida.

(ii) Em dezembro de 2019 a EC 104 alterou o inciso XIV do art. 21, bem como o § 4º do art. 32 e o art. 144 da Constituição Federal, para criar as polícias penais federal, estaduais e distrital. Referidas Polícias Penais são agora responsáveis pela segurança dos estabelecimentos prisionais, estando vinculadas ao órgão que administra o sistema penal da unidade federativa que integram. Assim, em âmbito federal, a Polícia Penal Federal está vinculada ao DEPEN (Departamento Penitenciário Nacional); em âmbito estadual, referida polícia estará vinculada à Secretaria de Administração Penitenciária, à Secretaria de Justiça ou à Secretaria de Segurança Pública (a depender do órgão que for o responsável pela administração do sistema penal naquela entidade federada). Repare, estimado aluno, que o número de órgãos componentes da segurança pública foi ampliado com a EC nº 104, pois o art. 144 ganhou mais um inciso (o VI).

11. EC nº 82/2014.

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(B.1) Órgãos federais – a segurança pública realizada pelos órgãos da União

Na esfera federal, temos as seguintes polícias:

(i) Polícia Federal (art. 144, § 1º, CF/88);

(ii) Polícia Rodoviária Federal (art. 144, § 2º, CF/88);

(iii) Polícia Ferroviária Federal (art. 144, § 3º, CF/88);

(iv) Polícia Penal Federal (art. 144, § 5º-A, CF/88).

(i) Polícia Federal: é instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União, estruturado em carreira e possuidor de funções de polícia judiciária (art. 144, § 1º, I e IV, CF/88) e de polícia ostensiva (art. 144, § 1º, II e III, CF/88). Destina-se a:

I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas12, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;

III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

Conforme se depreende da leitura do inciso I (do art. 144, § 1º, CF/88), a Polícia Federal não atua como polícia judiciária exclusivamente na apuração das infrações penais de competência da Justiça Federal, afinal, de acordo com a segunda parte do inciso em comento, sua atuação enquanto polícia judiciária se dá, também, nas esferas estadual e distrital, na aferição das infrações que tenham repercussão interestadual ou internacional e exijam repressão uniforme, em conformidade com a Lei nº 10.446/2002.

Observe, meu caro aluno, que a Polícia Federal é uma polícia de ciclo completo. Ela não se restringe às funções de polícia judiciária da União, cabendo-lhe também as funções de polícia marítima, aérea e de fronteiras. São funções que exigem necessariamente o patrulhamento ostensivo. Apenas nas rodovias federais é que a função ostensiva fica a cargo da Polícia Rodoviária Federal.

12. Cuidado, caro aluno! O dispositivo constitucional fala em “bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas”, NÃO MENCIONANDO AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA.

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Igualmente vale frisar que nas investigações conduzidas por um Ministro relator do STF e do STJ (para os crimes que sejam de competência originária de referidos Tribunais), será a Polícia Federal que instrumentalizará as diligências requisitadas.

Também é a Polícia Federal quem age como polícia judiciária da justiça eleitoral, sendo importante destacar que o TSE (pelas resoluções nº 11.494/1982 e nº 23.222/2010) determinou às polícias civis dos Estados a atuação supletiva na aferição dos crimes eleitorais realizados em locais em que não haja órgãos da polícia federal.

No mais, cumpre noticiar que a 2ª Turma do STF13 se manifestou no sentido de que a cláusula de exclusividade decorrente da formulação do art. 144, § 1º, IV, CF/88 não impede a atividade investigativa do Ministério Público, e tem por única finalidade conferir à Polícia Federal primazia investigativa na apuração dos crimes, ou seja, preferência na investigação dentre os diversos organismos policiais que compõem o aparato repressivo da União.

(ii) Polícia Rodoviária Federal: órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. Não exerce funções de polícia judiciária, por ser esta função exclusividade da polícia federal.

(iii) Polícia Ferroviária Federal: órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. Apesar da previsão constitucional, o órgão nunca foi objeto de efetiva criação, em virtude da lamentável decadência do nosso sistema ferroviário.

(iv) Polícia Penal Federal: organizada e mantida pela União, vincula-se ao órgão administrador do sistema penal federal, que é o DEPEN (Departamento Penitenciário Nacional), e destina-se à segurança dos estabelecimentos prisionais.

13. HC 89.837-DF, STF, Rel. Min. Celso de Mello, noticiado no Informativo 564, STF.

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Veja como esse tema cai em prova:

Questões para fixar

[CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal] Julgue o item:

A competência da PRF, instituição permanente, organizada e mantida pela União, inclui o patrulhamento ostensivo das rodovias e das ferrovias federais.

Comentário:

A assertiva se tornou falsa ao afirmar ser da competência da PRF realizar o patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. Conforme o art. 144, § 2º, CF/88, a polícia rodoviária federal destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais (“A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais”). O patrulhamento das ferrovias é feito pela Polícia Ferroviária Federal (art.

144, § 3°: “A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais”).

Gabarito: Errado

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[GUALIMP - 2020 - Prefeitura de Areal - RJ - Guarda Municipal] Em conformidade com a Constituição Federal de 1988, a polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, EXCETO, a:

(A) Exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras.

(B) Exercer, concorrentemente com outros órgãos, as funções de polícia judiciária da União.

(C) Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência.

(D) Apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei.

Comentário:

Consoante prevê o art. 144, § 1º, IV, CF/88, é competência da Polícia Federal exercer, com exclusividade (e não concorrentemente), as funções de polícia judiciária da União. Deste modo, vamos assinalar como resposta a letra ‘b’.

Vejamos as demais alternativas:

- Letra ‘a’: competência prevista no art. 144, § 1º, III da CF/88.

- Letra ‘c’: competência prevista no art. 144, § 1º, II da CF/88.

- Letra ‘d’: competência prevista no art. 144, § 1º, I da CF/88.

Gabarito: B

(B.2) Órgãos estaduais – a segurança pública realizada pelos órgãos dos Estados

Em âmbito estadual, a segurança pública é subordinada ao Governador do Estado-membro e é de atribuição:

(i) das polícias civis, (ii) das polícias militares, (iii) dos corpos de bombeiros e (iv) da polícia penal estadual.

O papel de polícia judiciária na esfera estadual é exercido pelas polícias civis, dirigidas pelos delegados de polícia de carreira (aproveitando que falamos sobre os delegados, vale recordar que o STF entende ser inconstitucional a previsão de Constituição estadual que confere foro por prerrogativa de função para os delegados de Polícia [ADI 2553]. Isso porque não há previsão semelhante para os Delegados Federais na Constituição Federal [ADI 2587]), as quais incumbem a investigação e a aferição de infrações penais,

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