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MODELO DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO DE ATIVOS DE ENERGIA ELÉTRICA – ESTUDO DE CASO DO IFMG CAMPUS DE OURO PRETO

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NAGEM NICOLAU SABBAGH

MODELO DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO DE ATIVOS DE

ENERGIA ELÉTRICA

ESTUDO DE CASO DO IFMG CAMPUS DE

OURO PRETO

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MODELO DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO DE ATIVOS DE

ENERGIA ELÉTRICA

ESTUDO DE CASO DO IFMG CAMPUS DE

OURO PRETO

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em Administração, da UNIVERSIDADE FUMEC, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Administração.

Área de Concentração: Gestão estratégica de organizações.

Linha de pesquisa: Estratégia e tecnologias em Marketing

Professor Orientador: Dr. Jersone Tasso Moreira Silva

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Sabbagh, Nagem Nicolau

S114m Modelo de gestão da manutenção de ativos de energia elétrica: estudo de caso do IFMG Campus Ouro Preto. / Nagem Nicolau Sabbagh. - 2016.

113 f.: il.

Orientador: Dr. Jersone Tasso Moreira Silva.

Dissertação ( mestrado) – Universidade FUMEC – Faculdade de Ciências Empresariais, 2016.

1. Gestão da manutenção. 2. Controle da produção 3. Análise SWOT. I. Sabbag, Nagem Nicolau. II.Universidade Fumec. Faculdade de Ciências

Empresariais. III. Instituto Federal de Minas Gerais, Campus Ouro Preto. IV. Título.

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fazer alguns agradecimentos especiais:

A Deus, que, por caminhos bastante adversos, trouxe-me até aqui. À minha família, pela força e compreensão nos momentos difíceis.

Ao Prof. Jersone, pela paciência e boa vontade em me orientar – suas lições e intervenções sempre importantes e práticas.

Aos amigos Salomão, Marisandra e James, que, mesmo distantes, eram de todas as horas. Aos Reitores Kleber Glória e Caio Bueno, pela confiança e boa vontade em permitir que eu fizesse o estudo de caso em um dos campi do IFMG, onde vivenciei um profundo

aprendizado organizacional.

Aos diretores do campus de Ouro Preto, que me receberam e também autorizaram a pesquisa

no campus.

Aos colegas do campus de Ouro Preto, que atenderam prontamente ao meu pedido e ajudaram

com as entrevistas e questionários.

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É preciso correr riscos, mas também não podemos deixar de sonhar!

A felicidade é uma conquista que buscamos em cada atitude, a cada momento.

É nessa hora que poderemos fazer os momentos serem mágicos, correndo riscos, deixando o inesperado acontecer, deixando que as estrelas exerçam sua força!

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no mercado. Não se pode dizer o mesmo sobre sua aplicação em instituições públicas de ensino, embora se acredite que práticas de gestão da manutenção implantadas em empresas privadas possam ser utilizadas em instituições públicas. Por isso este trabalho se propôs pesquisar, por meio de um estudo de caso no IFMG campus de Ouro Preto, os tipos de

manutenção aplicados, seus custos e, em de um painel de especialistas, verificar a existência ou não de gaps entre a aplicação encontrada e as melhores práticas de mercado. O método

utilizado previu observações de campo, levantamento de dados de gastos relacionados à manutenção, entrevistas de profundidade e questionários aplicados aos servidores diretamente ligados à manutenção, os quais são consolidados e, em seguida, analisados. Para a análise desses dados, foi utilizada a ferramenta SWOT, com a apresentação das forças e fraquezas internas, os riscos e oportunidades externas. Com base na análise dos dados consolidados, foi montado um painel de especialistas para estudar a situação da instituição e a proposta de melhorias, de maneira a fazer uma aproximação entre as práticas utilizadas na instituição e as melhores práticas utilizadas no mercado. Como resultado, foi constatada a existência de gaps

entre as práticas da instituição pública e as melhores práticas de mercado.

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The Maintenance Management in private companies and industries is something widespread and known in the market. We cannot to say the same about that application in public education, although we believe that maintenance management practices implemented in private companies can be used in public institutions. Therefore, this study aimed to search through a case study in IFMG campus of Ouro Preto, applied maintenance types, costs and, through a panel of experts to verify the existence or not of gaps between the application found and the best market practices. The method predicted field observations, raising spending data related to maintenance, in-depth interviews and questionnaires applied to servers directly connected to maintenance, which are consolidated and then analyzed. For data analysis was used the SWOT tool, with the presentation of the internal strengths and weaknesses, risks and external opportunities. Based on the analysis of consolidated data, a panel of experts was set up to study the situation of the institution and the proposed improvements, in order to make an approximation between the practices used in the institution and the best practices used in the market. As a result, we conclude the existence of gaps between the practices of the public institution and the best market practices.

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Figura 3 - Matriz SWOT ... 52

Figura 4 - Cabine de medição e proteção de média tensão 13.800 volts ... 57

Figura 5 - Seccionadora de média tensão ... 57

Figura 6 - Isoladores de média tensão ... 58

Figura 7 - Relés de proteção ... 59

Figura 8 - Disjuntor de PVO de média tensão ... 59

Figura 9 - Barramentos de média tensão em cabine de medição e proteção 13.800 volts ... 60

Figura 10 - Posteamento de rede aérea ... 61

Figura 11 - Derivações, para-raios, isoladores, ancoragens, stail e estribos ... 62

Figura 12 - Cabos de fase, cabos de aterramento e chave mateus ... 62

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BEN Boletim Energético Nacional CCQ Círculo de Controle da Qualidade

CEFET Centro Federal de Educação Tecnológica CNI Confederação Nacional da Indústria CPA Congresso Pan-Africano

DAP Diretoria de Administração e Planejamento EPE Empresa de Pesquisas Energéticas

GQT Gestão da Qualidade Total HP Horse Power (cavalo-vapor)

IFMG Instituto Federal de Cultura, Ciências e Tecnologia de Minas Gerais LM Lean Maintenance– Manutenção

MEC Ministério da Educação e Cultura PLC Controlador Lógico Programável TI Tecnologia da Informação

TPM Total Produtive Maintenance (Manutenção Produtiva Total)

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1.2.1 Objetivo geral ... 24

1.2.2 Objetivos específicos... 24

2 REVISÃO DA LITERATURA ... 25

2.1 Manutenção ... 25

2.2 A evolução da manutenção ... 28

2.3 Os tipos de manutenção ... 30

2.4 Qualidade da manutenção ... 33

2.5 Tecnologias de manutenção ... 34

2.6 Processos e interfaces ... 37

2.7 Planejamento e controle ... 41

2.8 Estratégias de manutenção ... 45

3 METODOLOGIA ... 47

3.1 Tipo de pesquisa ... 47

3.2 Painel de especialistas ... 48

3.3 Análise SWOT ... 51

3.4 Unidade sob análise ... 54

3.4.1 Apresentação dos ativos sob investigação ... 56

Barramentos de média tensão ... 60

3.5 Coleta de dados ... 63

4 RESULTADOS ... 66

4.1 Análise do perfil dos entrevistados ... 66

4.2 Consolidação dos dados coletados ... 66

4.2.1 Etapa 1 ... 66

4.2.2 Etapa 2 ... 68

4.2.2.1 Respostas alinhadas entre os níveis tático e operacional ... 68

4.2.2.2 Respostas não alinhadas entre os níveis tático e operacional ... 70

4.2.3 Etapa 3 ... 71

4.2.3.1 Respostas alinhadas entre os níveis tático e operacional ... 71

4.2.3.2 Respostas não alinhadas entre os níveis tático e operacional ... 72

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4.3.2 Fraquezas internas ... 77

4.3.3 Oportunidades externas ... 78

4.3.4 Ameaças externas ... 78

4.4 Painel de especialistas ... 78

4.4.1 Especialista número 1... 79

4.4.2 Especialista número 2... 84

4.4.3 Especialista número 3... 91

4.4.4 Especialista número 4... 93

4.5 Consolidação das recomendações dos especialistas ... 94

4.6 Análise dos resultados ... 96

5 CONCLUSÃO ... 99

REFERÊNCIAS ... 101

APÊNDICE A ... 108

APÊNCICE B ... 110

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1 INTRODUÇÃO

Para garantir a sobrevivência da organização, torna-se imprescindível melhorar processos, modelos e ferramentas de gestão. Devido a isso, as organizações têm buscado, de modo constante, novas ferramentas de gerenciamento, de maneira a melhorar os elementos que garantem sua sobrevivência, ou seja, que as direcionem para uma maior competitividade por meio da qualidade e produtividade de seus produtos, processos e serviços (OTANI; MACHADO, 2008). Ainda segundo os autores, a agilidade exigida das organizações demanda cada vez mais eficiência na tomada de decisões por parte delas. Com isso, para que as empresas se tornem mais competitivas, necessitam que cada departamento da sua estrutura, em sua função mais básica, apresente resultados excelentes, pois somente assim será possível a busca de status pela excelência ou classe mundial – termo utilizado no jargão da

manutenção que representa o mais alto nível de procedimento/processo de manutenção. Segundo Nara, Moraes, Silva e Kock (2013, p. 02 ), “Manutenção de Classe Mundial (MCM) consiste na metodologia e no processo de identificar as melhores práticas de manutenção existentes em outras empresas e comparar essas práticas com a performance da sua organização”.

Na busca pela excelência, as relações entre organizações e a gestão das organizações têm-se reinventado, com a adição da estratégia como elemento importante para melhorar o seu desempenho e seus resultados. A clareza das tarefas, o alinhamento de objetivos e a definição das responsabilidades de cada área da organização traduzem-se por “comprometimento do todo”, com base no desenvolvimento do planejamento e na gestão estratégica, que se transformam em quesito cada vez mais necessário e fundamental para a sustentabilidade organizacional.

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Ativo físico é um bem ou conjunto de bens necessários à manutenção das atividades de uma organização ou entidade, podendo apresentar-se na forma de edifícios, máquinas, equipamentos ou instalações. Outra definição de ativo físico é item de valor econômico, comercial ou de troca.

Para Seixas (2012), ativo físico é um item de valor econômico, comercial ou de troca, o que se pode traduzir como instalações, edificações, equipamentos e propriedades das empresas.

Esses ativos podem formar um conjunto de elementos ou serviços considerados necessários para que uma organização possa funcionar, ou seja, uma instalação para que uma atividade se desenvolva efetivamente.

Os equipamentos e instalações que servem à infraestrutura, assim como os demais ativos, com o passar do tempo, sofrem envelhecimento, que pode ser de ordem natural ou de forma acelerada. Esta última está diretamente relacionada com sobrecarga de trabalho ou má utilização dos ativos. O envelhecimento natural está relacionado com a conservação e atualização dos ativos, ou seja, estes recebem manutenção constante – um conjunto de ações conduzidas com o propósito de manter em condições operacionais as instalações, máquinas e equipamentos, de forma a assegurar a disponibilidade, a qualidade e a segurança de tais ativos com um custo controlado.

Nesse sentido, manutenção é o contraponto do envelhecimento dos ativos, atuando no sentido de mitigar os efeitos do envelhecimento no desempenho de máquinas e equipamentos e agindo de forma a manter as condições normais de operação dos ativos físicos para a execução das funções que lhes são atribuídas. Segundo Guimarães (2005, p. 14), “a partir do momento em que começa a ocorrer o envelhecimento dos equipamentos e instalações, surge a necessidade de uma organização das técnicas e dos procedimentos de manutenção”.

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Esses cuidados relacionados com a conservação e atualização de ativos referem-se a um conjunto de ações conduzidas com o propósito de manter em condições aceitáveis as instalações e equipamentos, de forma a assegurar a disponibilidade, a qualidade e a segurança com um custo controlado, o que é conhecido como Gestão de Ativos. Conforme explicado por Xavier (2015), a gestão de ativos de uma organização é um grupo de atividades alinhadas, de forma a proporcionar que seus ativos alcancem resultados e metas previamente definidas, de forma sustentável.

Quando esse conjunto de atividades, procedimentos e ações é concatenado em um só programa, integrando procedimentos, racionalizando ações e padronizando processos, tem-se um sistema de gestão de ativos. Xavier (2015) explica que essa expressão é mais bem entendida com a definição de gestão da manutenção: gerenciamento adequado dos ativos físicos de uma organização, de modo a maximizar o seu valor tanto direta como indiretamente, mediante o aumento da produção, a melhoria dos serviços ou o atendimento à missão da organização.

Numa perspecitiva apresentada anteriormente, entretanto não menos atual, Xavier (2005) já ponderava que a Manutenção deve garantir a disponibilidade dos ativos, segundo as necessidades do processo de produção, com confiabilidade, segurança operacional, preservação do meio ambiente e custos que sejam adequados.

Portanto, mitigar o número de falhas e defeitos nas máquinas e equipamentos e proporcionar maior disponibilidade para o uso desses ativos é o que propõe a gestão da manutenção. Esta, por sua vez, é parte integrante do sistema de Gestão de Ativos, cuja função também pode ser entendida como o gerenciamento de intervenções necessárias para o bom funcionamento do ativo, de maneira a proporcionar a máxima disponibilidade dele, segundo a estratégia adotada para sua utilização.

1.1 Justificativa

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das organizações do setor privado, o que Xavier (2015, p. 03) explica como sendo “a capacidade que uma empresa ou uma nação possui para oferecer produtos e serviços que atendam as normas dos mercados locais e mundiais de qualidade a preços que são competitivos e oferecer retornos adequados sobre os recursos empregados ou consumidos na produção deles”.

Também é notório que as organizações tanto privadas como públicas têm empreendido uma busca constante pelo aumento da produtividade: a produção modifica layouts, aumenta a

eficiência, diminui as perdas e, nas últimas três décadas, tem desenvolvido e implantado tecnologias de gestão da manutenção cujo alinhamento com as tecnologias de gestão da operação têm proporcionado ganhos de grande importância nos processos industriais e controles de custos das organizações, conforme pode ser verificado nos dizeres a seguir:

[...] para ser competitiva a empresa deve ter um desempenho ou performance melhor do que os seus concorrentes. Algumas empresas conseguem isso e são consideradas empresas de classe mundial (world class ou best in class). Outras ainda estão em processo de melhoria, mas não atingiram o nível de performance das empresas classe mundial, sendo consideradas medianas. Há ainda um grupo que reúne as empresas denominadas atrasadas, ou seja, são aquelas empresas que (ainda) apresentam os piores resultados na comparação direta com as demais [...] o GAP (distância que separa uma

classe de empresas da outra), estabelece a diferença no nível de resultados obtidos.

(XAVIER, 2015, p. 03)

O autor prossegue afirmando que as “causas primárias desse GAP, determinadas através de

estudos analíticos e experiências práticas, indicam que somente 20 a 25% são devidas a problemas tecnológicos e que 75% a 80% são devidas às práticas de gestão” (XAVIER, 2015, p. 03).

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Conforme pode ser verificado na TABELA 1, a seguir, o consumo final de energia elétrica por setor na esfera pública, que em 2004 era de 3273 MWh, chegou a 3878 MWh em 2013, o que significa um aumento de consumo de 15,61% em quase 10 anos. Seguindo na mesma linha, o consumo no setor privado, que em 2004 era de 71.462 MWh, chegou em 2013 a 88.295 MWh, o que significa um incremento de consumo de 21,8% em quase 10 anos.

Tabela 1 - Consumo final em 10³ de energia elétrica por setor

IDENTIFICAÇÃO 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

CONSUMO FINAL 190.664 195.491 202.534 215.197 226.215 220.732 241.194 245.560 256.037 260.249

CONSUMO FINAL NÃO ENERGÉTICO

12.976 13.222 14.324 14.166 14.676 14.921 17.686 16.837 16.873 16.338

CONSUMO FINAL ENERGÉTICO

177.688 182.268 188.210 201.031 211.538 205.811 223.508 229.023 236.165 243.911

RESIDENCIAL 21.357 21.827 22.090 22.271 22.738 23.129 23.562 23.267 23.761 23.730

COMERCIAL 5.188 5.452 5.631 5.935 6.190 6.335 6.731 7.124 7.709 8.064

PÚBLICO 3.273 3.451 3.453 3.557 3.622 3.648 3.636 3.758 3.741 3.868

INDUSTRIAL 71.462 72.806 76.030 81.133 81.570 76.189 85.567 88.716 88.697 88.295

Fonte: Dados do BEN, 2014 (ano base 2013).

Conforme pode ser verificado na TABELA 1, o consumo de energia elétrica do setor público significa 1,5% do total do consumo nacional. Conjugando os dados relativos às TABELAS 1 e 2, pode-se inferir que, apesar de ter ocorrido um incremento do consumo de energia no setor público nos últimos 10 anos, ocorreu também um contraponto, indicado pelo decréscimo da participação do setor público no consumo total nacional, passando de 1,7% em 2004 para 1,5% em 2013.

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funcionamento de forma segura e eficiente e sua máxima utilização, considerando a missão que têm.

Tabela 2 - Composição setorial em % de consumo de eletricidade

IDENTIFICAÇÃO 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

CONSUMO FINAL 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

CONSUMO FINAL NÃO ENERGÉTICO

6,8 6,8 7,1 6,6 6,5 5,8 7,3 6,8 6,7 6,3

CONSUMO FINAL ENERGÉTICO

93,2 93,2 92,9 93,4 93,5 93,3 92,7 93,2 93,3 93,7

RESIDENCIAL 11,2 11,2 10,9 10,3 10,1 10,5 9,8 9,5 9,4 9,1

COMERCIAL 2,7 2,8 2,8 2,8 2,7 2,9 2,8 2,9 3,0 3,1

PÚBLICO 1,7 1,8 1,7 1,7 1,6 1,7 1,5 1,5 1,5 1,5

INDUSTRIAL 37,5 37,2 37,5 37,7 36,1 34,5 35,9 36,1 35,1 33,9

Fonte: Dados do BEN, 2014 (ano base 2013).

A discussão sobre a importância da infraestrutura assim como a disponibilização de ativos no que tange ao desempenho de uma organização não se limita ao seu valor apenas; estende seus impactos a toda a organização ou instituição na qual estão inseridos, principalmente aqueles relacionados com desenvolvimento tecnológico. Nelas a energia elétrica é fator fundamental devido ao seu impacto na rotina da instituição de ensino, prejudicando o atendimento aos alunos e à comunidade acadêmica.

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organizacional e pode, dependendo do negócio, constituir fator de distinção da organização no mercado.

Tendo em vista o contexto atual em que se encontra o país – momento de retração de mercado e de investimentos, arrocho financeiro e ajuste de despesas públicas –, é importante que ações, atitudes e novos estudos contribuam na construção de processos e padrões que melhorem a eficiência das instituições públicas, seja por meio do incremento da disponibilidade de seus ativos, seja por meio da melhoria dos custos agregados. Assim como acontece no mercado, com as empresas privadas, a infraestrutura constitui um importante requisito para que uma organização ou instituição pública cumpra bem sua missão.

Mais do que a existência dos ativos de infraestrutura, a gestão desses ativos físicos, incluindo a sua manutenção de forma eficaz, torna-se fator altamente relevante para dar suporte à missão institucional e, por consequência, para o reconhecimento da instituição.

É no ambiente da rotina diária da manutenção que se percebe que os custos operacionais, se bem planejados, contribuem de forma significativa para a melhoria da eficiência e da disponibilidade dos ativos sob gestão, promovendo sua melhor utilização e consequente desoneração do erário público, o que pode ser verificado tanto no dia a dia das pessoas e comunidades como na aplicação de tecnologias. Em contrapartida, as consequências da sua falta podem implicar atendimentos e/ou restabelecimentos emergenciais, geralmente mais onerosos. Pode mesmo ocorrer falta de energia numa instituição inteira por longos períodos, o que afeta sobremaneira a disponibilização de ativos que irão influenciar a excelência na qualidade do ensino e na qualificação profissional de seus alunos. Segundo Kardec e Nascif (2006), a gestão da atividade de manutenção deve ser feita de forma que a produção somente será interrompida por decisão gerencial, ou seja, com programação prévia.

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revelando as deficiências e lacunas existentes no modelo ou tipo de manutenção adotado para ativos como instalações, máquinas, equipamentos. Segundo Wendland e Tauchen (2010, p. 03), o “sucesso da empresa como um todo, então, passa pela gestão eficaz das atividades de manutenção. [...] para obter o sucesso almejado com o negócio, a manutenção é importante, pois tem a capacidade de interferir na produtividade através da disponibilidade dos ativos.”

As justificativas apresentadas para a indisponibilidade de recursos se limitam à falta de investimento em novos equipamentos e instalações, ou ainda à ampliação da infraestrutura que atende às instituições, o que não é correto: na maioria das vezes, a aplicação de modelos e técnicas de manutenção mitigam a necessidade de grandes intervenções.

Entender o melhor modelo de gestão e conjugá-lo com o correto tipo de manutenção para os ativos de eletricidade, tendo como base sua função e sua disponibilidade, muitas vezes são fatores entendidos pelas instituições como atitudes que implicam investimentos em novos ativos e reformas em equipamentos e instalações. Entretanto, vale lembrar que as técnicas e os modelos de manutenção e gestão de ativos têm evoluído bastante, principalmente no que se refere a ferramentas que creditam maior disponibilidade aos ativos por meio de procedimentos centrados na confiabilidade.

É correto que o incremento da utilização de técnicas e procedimentos que aumentem a disponibilidade e a confiabilidade dos ativos pode proporcionar um aumento de vida, melhoria de desempenho e, consequentemente, promover uma sobrevida substancial dos ativos, evitando paradas com necessidade de recuperação emergencial e os custos adicionais inevitáveis nesse tipo de situação. A aplicação dessas técnicas e procedimentos possibilita postergar reformas, ampliações e demais gastos com investimentos de recuperação da infraestrutura, assim como diminuir o desperdício de tempo devido a quebras e seus reflexos imediatos, tais como prejuízos no atendimento à comunidade acadêmica e à sociedade de uma forma geral.

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Por outro lado, de acordo com Müller (2003), uma parcela das causas de quebras e defeitos pode ser gerida mediante o acompanhamento do desempenho dos ativos, o que promove uma mudança no foco, passando de produto ou instalação para serviço, ou seja, passa-se a estudar defeitos, padronizar soluções, criar processos e procedimentos, planejar intervenções, programar gastos e controlar custos envolvidos.

É importante ressaltar que essa quebra de paradigma, mudando de foco na instalação para foco no serviço, deverá ser precedida de estudos técnicos e planejamento da vida útil dos ativos (instalações, máquinas e equipamentos), utilizando técnicas específicas e em consonância com a política de manutenção da instituição.

Nessa perspectiva, destacam-se os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, que têm ampliado não só suas instalações físicas, impulsionados principalmente pelas ações de ampliação da rede de ensino público federal e pelas políticas do Ministério da Educação e Cultura (MEC), mas também têm ampliado o número de vagas, gerando a necessidade de manutenção da infraestrutura de seus campi.

Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia são instituições de ensino de cunho tecnológico, onde, segundo o site do IFMG (www.ifmg.edu.br, 2016), “são disponibilizados

mais de 60 cursos, divididos entre as modalidades de Formação Inicial e Continuada, Ensino Técnico (integrado ao Ensino Médio, Concomitante, Subsequente e Educação de Jovens e Adultos), Ensino Superior (Bacharelado, Licenciatura e Tecnologia) e Pós-Graduação Lato Sensu”. A maior parte das instalações, salas e laboratórios depende da energia elétrica de qualidade. Assim, surge a necessidade de se verificar qual tipo de manutenção é adotado em uma instituição federal de ensino público.

Enfim, justifica-se esta proposta de pesquisa pela relevância do estudo, ? pela sua contribuição para a análise da importância da gestão da manutenção de ativos em instituições de ensino, o que irá possibilitar estudos e propostas de novos modelos de gestão.

Para esta pesquisa, o objeto do estudo é o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais campus de Ouro Preto. Tal escolha se deu porque é um campus

(24)

O problema de pesquisa apresenta-se da seguinte forma:

Qual o gap entre o modelo de gestão da manutenção de ativos de energia elétrica utilizado nas redes de energia do IFMG campus de Ouro Preto no período de julho de 2014 a julho de 2015 e as melhores práticas utilizadas no mercado?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Verificar se existe gap entre o modelo de gestão da manutenção de ativos de energia elétrica

adotado no IFMG no período de julho de 2014 a julho de 2015 e as melhores práticas do mercado.

1.2.2 Objetivos específicos

 Verificar o modelo de gestão e os tipos de manutenção aplicados aos ativos de energia elétrica no IFMG campus de Ouro Preto.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Tendo em vista que este trabalho de pesquisa tem a estratégia como tema central e que esta seção apresenta a fundamentação teórica na qual ele se baseia, inicia-se, portanto, apresentando a conceituação de manutenção, a evolução de tal conceito, as principais aplicações e características de cada fase e as diversas abordagens tanto conceituais como das aplicações da manutenção desenvolvidas pelos autores que se ocuparam dessa matéria. Em seguida, apresentam-se os vários tipos ou modalidades de manutenção, suas principais características e aplicações. Finalmente, apresentam-se os processos de manutenção e inter-relacionamentos com as diversas áreas da organização, as principais interferências entre elas ou mesmo sobreposições de áreas de atuação.

Figueiredo (2009) faz referência a Mintzberg e Quinn (2001), dizendo que ser teórico não é estar desligado da realidade, pois nada é tão bom quanto aliar a prática à teoria. A teoria é a sustentação para a aplicação prática do conhecimento, e um médico, engenheiro, administrador ou qualquer outro profissional jamais conseguiria praticar seu trabalho sem o conhecimento teórico.

Dessa forma, espera-se destacar de forma clara a importância da gestão de manutenção em instituições públicas de ensino, principalmente quando voltada para ativos de energia elétrica de média tensão 13.800 volts, em que os riscos de acidente são de grande envergadura.

2.1 Manutenção

(26)

Segundo Couto (2011, p. 07)

[...] manutenção é um termo genericamente utilizado para descrever tarefas levadas a cabo nos mais diversos sectores, tarefas estas que podem ser de inspeção, ensaio, medição, detecção de falhas, afinação, reparação, substituição de peças, assistência técnica, lubrificação, limpeza, entre outros. O grande desafio da manutenção não se prende somente na garantia de um nível de disponibilidade dos equipamentos pré-definido, mas sim, e cada vez mais, em consegui-lo com o mínimo dispêndio de recursos possível.

O conceito de manutenção não sofre variações bruscas nem mesmo de país para país ou de continente para continente, conforme se pode verificar com Cattaneo (2007, p. 01). Isto se deve à padronização de métodos, procedimentos e processos relacionados a ela:

Il titolo può sembrare provocatorio, tuttavia, nella sua costante evoluzione, il dominio della manutenzione sembra allargarsi sempre più sino a diventare un insieme vuoto. Nelle azioni quotidiane la manutenzione è spesso confusa o percepita come il suo campo di applicazione. È necessario pertanto distinguere ciò che propriamente fa parte della scienza manutentiva da ciò che è un contributo derivante da altri domini del sapere.(...) La manutenzione persegue obiettivi di fruibilità e conservazione del valore dei sistemi nel tempo, utilizzando una molteplicità di tecniche e di strumenti che appartengono principalmente al dominio dell'ingegneria, delle scienze naturali, della fisica, della chimica, della economia, della sociologia e del management. L'obiettivo è quello di assicurare le azioni necessarie al raggiungimento di tali obiettivi e la disponibilità di risorse ben formate per realizzare tali azioni in modo adeguato. La manutenzione inoltre ha il compito di adeguare e se possibile migliorare costantemente i sistemi alle esigenze espresse dai loro utilizzatori, ricorrendo dove necessario alla loro riprogettazione o alla loro sostituzione, quando i sistemi non sono più in grado di svolgere compiutamente la funzione loro assegnata.

Na Itália, existe uma norma que trata da manutenção, a Lei Merloni, Lei nº 109, de 1994, tornando obrigatório o básico, como planejamento e programação de manutenção, entre outros.

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respeitantes à manutenção e que são implementadas por diversos meios tais como o planeamento, o controle e a supervisão da manutenção e a melhoria de métodos na organização, incluindo os aspectos econômicos.

Existem dois tipos de sistemas nos quais se aplica a manutenção, conforme indica Lopes (2012), em sua dissertação: sistema reparável é aquele que pode ter sua condição de operação normal recuperada por meio de intervenção ou reparo. Um exemplo de sistema reparável pode ser um carro ou uma bicicleta, em que a maior parte das falhas pode ser recuperada sem a substituição do bem. Um exemplo pode ser um mau contato na ignição, que provoca falha no sistema de partida do carro, ou ainda mau contato nos terminais da bateria, sendo que uma simples limpeza do azinhavre permitiria a passagem de corrente.

Sistemas não reparáveis, por sua vez, são aqueles que, em caso de uma primeira falha, já são necessários o descarte e a substituição do ativo, seja por impossibilidade de reparação, seja pelo alto custo dela: o custo de reparação é quase o custo do ativo novo. O autor também mostra um exemplo bastante prático e que ilustra bem a situação. É o caso de uma calculadora, cujo custo de reparação é considerado próximo do custo de aquisição de uma nova. Isso o leva a ser considerado um sistema não reparável. Outro exemplo é uma lâmpada, que, quando queima, é substituída.

Esses dois tipos de sistema concorrem em três tipos básicos de falha, de acordo com a utilização do sistema:

1. Falhas precoces - são as encontradas normalmente em componentes de equipamentos em início de operação ou de instalação, podendo, ainda, ser encontradas em componentes com defeito de fabricação. Um exemplo de falha precoce é o desgaste da banda de rodagem de um pneu, devido a desalinhamento.

2. Falhas por desgaste - ocorrem tanto pelo uso normal do ativo como por sua má utilização, sobrecarga e utilização acima do previsto, ou seja, fatores que causam desgaste acelerado dos componentes do equipamento, podendo provocar a perda das suas características originais. Um exemplo de perda de característica é a elasticidade.

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intervalos de tempo irregulares.

2.2 A evolução da manutenção

É no intuito de combater tais falhas e, em alguns casos, mitigá-las que surgiu a manutenção. A TABELA 3 explica resumidamente a evolução da manutenção ao longo das décadas, a partir dos anos de 1930. Segundo Pinto e Xavier (1983), a evolução da manutenção pode ser dividida em três momentos ou três gerações.

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Tabela 3 - Evolução da manutenção

Fonte: Adaptado de Wendland e Tauchen (2010, p. 02).

PRIMEIRA GERAÇÃO SEGUNDA GERAÇÃO TERCEIRA GERAÇÃO

Década de 1930/1940 até

1969 Década de 1970 até 1999 De 2000 até os dias atuais

AUMENTO DA EXPECTATIVA EM RELAÇÃO À MANUTENÇÃO

Conserto após a falha Disponibilidade crescente

Maior vida útil do equipamento

Maior disponibilidade Maior confiabilidade Melhor custo benefício

Melhor qualidade dos produtos Preservação do meio ambiente

MUDANÇAS TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO

Conserto após falha Computadores grandes e lentos

Sistemas manuais de planejamento e controle do trabalho

Monitoramento de condições

Projetos voltados para a manutenabilidade

Projetos voltados para a confiabilidade

Análise de risco

Computadores pequenos e rápidos

Softwares potentes

Análise de modos e efeitos da falha (FMEA)

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A segunda geração se inicia após a Segunda Guerra Mundial e se estende até os anos de 1960. Com a reconstrução ocorrida no pós-guerra, houve um aumento substancial na demanda de produtos de todos os tipos, justamente num período em que a mão de obra na indústria passava por um período de baixa, devido à guerra. Essa geração caracterizou-se, de forma particular, pelo incremento da mecanização, da complexidade das máquinas e instalações, assim como da busca pela produtividade. A produtividade, por sua vez, gerou a busca por maior confiabilidade e aumento de disponibilidade, tornando todo o sistema bastante dependente do desempenho do maquinário. Assim, foram providas as primeiras formulações do que veio a ser a manutenção preventiva, que, durante a década de 1960, limitou-se a intervenções executadas em intervalos de tempo fixos.

Ao final da década de 1960, notou-se a elevação dos custos de manutenção em comparação com outros custos de produção. Tal percepção provocou o aumento de sistemas de planejamento e controle da manutenção, que hoje em dia são primordiais para o controle de gastos com manutenção, tendo em vista a busca insistente pelo aumento da vida útil dos equipamentos.

A terceira geração, que se iniciou na década de 1970 e vem até os dias atuais, seguiu o crescimento exponencial, promovendo mudanças como diminuição do intervalo de tempo para manutenção, aumento da mecanização, novo ciclo de automatização, tornando a

disponibilidade do equipamento um fator chave para a produção e a maior preocupação do

setor produtivo.

Toda essa evolução gerou, além do aumento no número de falhas, a necessidade de manter um padrão de qualidade para o serviço ou produto, reforçando, cada vez mais, o conceito de manutenção preditiva.

2.3 Os tipos de manutenção

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Os autores explicam que manutenção corretiva é a intervenção cujo objetivo é a correção de uma falha ou correção de um desempenho abaixo do padrão. Desse modo, a intervenção feita em um equipamento que apresenta falha, defeito ou desempenho abaixo ou diferente do padrão constitui uma manutenção corretiva. Com isso, podemos dividir a manutenção em duas classes: intervenção ligada à adequação de desempenho deficiente e intervenção por ocorrência de falha, ou seja, manutenção corretiva planejada e manutenção corretiva não planejada.

Manutenção corretiva não planejada é a correção da falha de forma aleatória, por ter ocorrido uma falha no equipamento. Sua característica mais marcante é que não é feita a preparação do serviço. Outras características são o alto custo, a perda de produção e de qualidade do serviço e o elevado custo indireto da manutenção. Um exemplo típico é o surgimento de vibração em máquinas de grande porte.

Manutenção corretiva planejada é aquela feita por decisão gerencial, para correção de desempenho abaixo do esperado, por input advindo de acompanhamento preditivo ou, ainda,

pela decisão de operar o equipamento ou instalação até a quebra. Sua principal característica é a informação, cuja qualidade permite o planejamento de maior ou menor envergadura, de acordo com o tipo de decisão tomada com relação ao equipamento. Permite ainda haver um melhor planejamento da intervenção, compatibilizar os interesses da produção com os da manutenção, gerenciar os riscos para pessoas e instalações, dispor de sobressalentes e ferramental para a intervenção. Um exemplo de manutenção corretiva planejada pode ser a substituição de um rolamento da roda de um carro, quando o barulho é percebido, o condutor planeja onde e quando parar para executar a intervenção, retomando a condição inicial do veículo.

Manutenção preventiva é aquela adotada quando existe a necessidade de reduzir ou evitar falhas ou quebras de desempenho na produção. A palavra de ordem é prevenir. É realizada

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É importante ressaltar que, quanto maior for a implicação da falha na segurança pessoal e operacional, maiores serão os custos da falha, assim como, quanto maior for a complexidade da manutenção, maior a conveniência de adotar-se a manutenção preventiva. Um exemplo de manutenção preventiva pode ser a troca dos pneus de um avião que quando chegam a um certo ponto de desgaste pré determinado, é substituído por outro novo.

Manutenção preditiva, ou manutenção feita sob condição, ou ainda manutenção com base no estado do equipamento, é aquela realizada com acompanhamento sistemático do desempenho do equipamento ou da instalação, em que a atuação ocorre quando da alteração de parâmetros predeterminados de condição ou de desempenho. Em outras palavras, a manutenção preditiva tem como objetivo prevenir falhas e, consequentemente, quebras nos equipamentos e instalações por meio do acompanhamento contínuo de parâmetros diversos. A alteração ou modificação desses parâmetros sinaliza a necessidade de possíveis intervenções, o que permite a operação do equipamento ou instalação pelo maior tempo possível. Um exemplo pode ser a alteração de parâmetros pré estabelecidos de uma maquina CNC, quando então é necessário executar as correções, retornando À sua condição inicial.

Esse tipo de manutenção privilegia a disponibilidade de máquina para produção, na medida em que não promove intervenções nos equipamentos ou sistemas antes que atinjam certo grau de degradação que se aproxime do limite operacional preestabelecido ou que não haja garantia de segurança do operador. Esse procedimento permite o planejamento e a preparação prévia da intervenção. As condições básicas para sua adoção são as seguintes:

- o equipamento ou instalação deve permitir monitoramento de variáveis críticas e limites de segurança;

- a parada do equipamento deverá envolver grandes custos ou perdas;

- a redução de custos é possível com o acompanhamento da condição do equipamento;

- a operação do equipamento de modo seguro e por mais tempo é possível.

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acompanhamento de manutenção as quais produzem ações de intervenção com qualidade inferior à dos dados registrados.

Finalmente, a manutenção detectiva é aquela voltada para a busca de falhas de difícil percepção ou pouco perceptíveis às equipes de operação e manutenção. O nome vem do inglês, detective maintenance, e a literatura sobre ela é encontrada a partir da década de 1990.

Esse tipo de manutenção é de grande importância para a confiabilidade, uma vez que é voltada para falhas ocultas, não detectadas ou de difícil detecção pelos operadores ou manutentores. De uma forma resumida, esse tipo de manutenção executa tarefas para verificar se sistemas de proteção se encontram em funcionamento e é muito utilizado em sistemas complexos, que utilizam PLCs e sistemas digitais de controle distribuído, entre outros.

2.4 Qualidade da manutenção

Após descrever os tipos de manutenção, é importante que se verifique a qualidade da manutenção. Esta se divide em duas classificações: a reparação total – a intervenção que proporciona a recuperação das características originais do equipamento ou instalação; ou o reparo mínimo – intervenção executada de forma que o equipamento trabalhe até a data da parada programada para sua manutenção.

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Manutenção total ou reparo total é o conjunto de atividades de manutenção que tem o intuito de reparar sistemas ou componentes do equipamento ou instalação que se encontram em estado de falha e, ainda, aqueles que se encontram na iminência de falha ou com elevado potencial de falha. Nessa manutenção, os componentes são testados de maneira a assegurar que o seu funcionamento seja como o de um equipamento novo, ou então que seja providenciada sua substituição. Portanto, nesse caso, ao final da manutenção, o equipamento estará recuperado e funcionando como um novo, conhecido como “good as new”, em termos

de probabilidade de falhas, conforme Lopes (2012) explica em sua dissertação. Um exemplo dessa situação é o overall em locomotivas, no qual a locomotiva, após um período de uso

continuado, vai para a oficina, é desmontada, e todos os seus sistemas são manutencionados e testados antes da liberação para o trabalho.

2.5 Tecnologias de manutenção

Além dos quatro tipos de manutenção apresentados, existem ainda algumas tecnologias de manutenção, como engenharia de manutenção RCM e manutenção produtiva total, também conhecida por sua sigla em inglês TPM.

A Manutenção Produtiva Total (Total Productive Maintenance– TPM), de origem americana

e implantada no Japão no início da década de 1950, e a Manutenção Centrada em Confiabilidade (Reliability Centered Maintenance – RCM), de origem norte-americana, da

década de 1970, são os métodos que se destacaram em termos de políticas de manutenção a partir dos anos 1970.

A Manutenção Produtiva Total foi implantada no Japão busca basicamente o defeito zero e, consequentemente, o aumento da disponibilidade, com foco especial em eficiência, autorreparo, planejamento, treinamento e ciclo de vida. A consequência será o estabelecimento de um sistema de treinamento e de gerenciamento do equipamento. O principal objetivo é alcançar o rendimento operacional global, ou seja, uma máquina em perfeita sintonia com todos os processos com os quais mantém interface, e produzir ganhos sinergéticos com a melhor integração.

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bastante simples decidir quais tarefas incluir em um programa de manutenção preventiva, entretanto, não auxilia durante os períodos entre essas tarefas. Lopes (2012,) explica que a manutenção produtiva total é um sistema de manutenção de equipamentos que envolve profissionais de várias áreas, entre elas da operação, da manutenção e da engenharia e seu objetivo é alcançar zero falhas e zero defeitos.

Ainda segundo Lopes (2012), a manutenção centrada em confiabilidade é um processo utilizado na determinação do escopo da intervenção para assegurar o desempenho das funções requeridas no contexto operacional atual. No processo do RCM, são utilizadas diversas ferramentas, formulários, matrizes metodologias complementares, como árvore de análise de falha, FTA (Fault Tree Analysis) e análise de modo de falha, FMEA (Failure Mode and Effect Analysis).

A FTA é uma metodologia que permite a análise técnica da confiabilidade. É bastante utilizada para a solução de problemas complexos e tem como objetivo mapear os caminhos percorridos entre um modo de falha de um produto, processo ou sistema e as diversas causas contributivas para a ocorrência. Nessa matriz, a causa raiz, também conhecida como “evento topo”, surgirá, assim como todas as falhas do sistema que contribuíram na construção da árvore, desde as falhas mais básicas que podem causar a falência do sistema investigado.

O FMEA é outra técnica utilizada para análise de confiabilidade, cujo objetivo é identificar os principais modos de falha e seus efeitos, de forma a possibilitar ações preventivas. A FMEA utiliza um formulário e um procedimento para priorizar as falhas por meio de índices de gravidade, probabilidade de detecção e risco.

Segundo Roos, Diesel, Moraes e Da Rosa (2007), o objetivo da ferramenta de auxílio à gestão da qualidade denominada FMEA é determinar um conjunto de ações corretivas ou ações que minimizem modos de falha em potencial. Ainda segundo os autores (2007, p. 03), a ferramenta é desenvolvida em dois grandes estágios:

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Conforme pode ser notado por meio do referencial teórico mostrado até este ponto, pode-se inferir que existem várias metodologias de gestão da manutenção, compostas por outras metodologias isoladas, técnicas isoladas, grupos de técnicas, ou ainda pela integração de metodologias. Não existe, portanto, uma receita que possa ser utilizada por todas as organizações. Assim, é importante entender que não existe uma regra para a manutenção: ela depende da organização, de seus processos, tipos de atividade e nível de produção e produtividade, seja ele material, seja intelectual.

Não se melhoram resultados forçando a implantação de um sistema ou processo totalmente automatizado e informatizado sem que se conheça de fato a necessidade da organização, o retorno de investimento e o atendimento a propósito. Isto significa que não adianta implantar o nível mais alto de manutenção se a planta ou os ativos não comportam nem necessitam do tipo de acompanhamento adotado, pois este não irá melhorar os resultados.

No caso do Brasil, principalmente nas instituições de ensino, como é o caso em questão, pode-se perceber a importância da manutenção nos resultados da instituição e na disponibilização dos ativos para a utilização pelos alunos e colaboradores. Reflete-se ele em salas e laboratórios equipados e todo o maquinário e equipamentos funcionando integralmente. Em outras palavras, é preciso tratar a manutenção como uma função estratégica, deixando de ser simplesmente um sistema de quebra, guarda e conserta. A ideia é que seja gerida a disponibilização dos ativos, ou seja, não basta apenas reparar os equipamentos e laboratórios; é preciso ir além, é preciso que esses ativos estejam à disposição da comunidade, para o aprendizado, sempre que necessário. Não é mais aceitável que laboratórios equipados com máquinas e equipamentos de ponta fiquem indisponíveis para o ensino, ou que, por falta de manutenção, prejudiquem a qualidade do ensino.

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Assim como acontece em empresas privadas, em uma instituição pública de ensino, é importante que se entenda que, considerando os ativos e bens públicos, é melhor e menos oneroso executar as intervenções planejadas em vez das não planejadas. Isso se comprova pelo fato de que a intervenção planejada possibilita a redução do tempo de indisponibilidade do ativo. Além disso, permite a redução dos tempos de intervenção, tendo como consequência a minimização dos impactos na comunidade acadêmica. Ademais, possibilita a compatibilização de intervenções de mesma natureza ou em locais de mesma função bem como um melhor planejamento de serviços e o uso racional dos recursos humanos disponíveis.

Outro aspecto importante para este estudo é entender os métodos e as tecnologias de gestão organizacional a serem utilizados para se chegar a resultados realmente consistentes, ou seja, entender a gestão de processos. Nesse ponto, é necessário verificar o que é melhor para a instituição: pode-se fazer uma adaptação de métodos e tecnologias utilizadas na iniciativa privada, um estudo estrutural da área de manutenção e da equipe responsável pela gestão, ou então um estudo visando à gestão do processo de manutenção. Tendo em vista que essa decisão traz consigo um viés político, econômico e social e também uma parte relativa à competência técnica de cada pessoa, deverão ser ajustadas com a administração superior quaisquer ações que interfiram nos processos de manutenção.

2.6 Processos e interfaces

Para entender os processos de manutenção, é necessário compreender também o conceito de processo, que Araújo (2011) define como sequência de atividades orientadas previamente em cronograma preestabelecido e que deve contemplar as etapas de: entrada, transformação e saída, além de não ter vínculo com a relação hierárquica, pregando o espírito de equipe.

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A etapa estudo tem como objetivo assegurar que o processo seja fluido e contínuo e que baseie as decisões em princípios focados na eficiência e eficácia do processo. Conforme Araújo (2011, referindo-se a Oliveira, 2006), a administração de processos deve ser um procedimento contínuo e acumulativo de repensar o negócio e partes dele, por meio de tecnologias de gestão organizacional, como na reengenharia e na gestão da qualidade total.

O levantamento de tais processos é fundamental para a análise da gestão da manutenção. Neste trabalho, são verificados esses processos durante a entrevista em profundidade com os envolvidos da área de manutenção, assim como suas atribuições, ocupação relativa a cada tipo de intervenção, seus custos, tempos de parada, tempos de espera de contratação, compra ou requisição de peças para reposição.

Entendido o conceito de manutenção, a aplicação deste e o conceito de gestão de processos na organização, é importante entender também as relações entre a área de manutenção e as demais áreas das organizações/instituições, tais como suprimentos, infraestrutura, ensino, almoxarifado e RH, assim como suas atribuições e papéis assumidos em cada contexto, segundo o processo em que está inserido.

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Figura 1 - Quadro de relacionamento institucional

Fonte: Adaptado de NASCIF e DORIGO, 2015, p. 03.

Para que a manutenção realmente se relacione com as diversas áreas de forma coesa, o relacionamento institucional deve estar acima de divergências ou diferenças pessoais, caso contrário os resultados serão afetados negativamente. Sabe-se que, em qualquer gestão, quando as vaidades e ambições pessoais são colocadas em primeiro plano, as relações institucionais são afetadas negativamente. Da mesma forma, quando há falta de definição clara dos limites e das atribuições de cada segmento da organização, o relacionamento interpessoal acaba sendo influenciado negativamente pelos atritos ou desgastes que, inevitavelmente, essas indefinições geram.

De acordo com Xavier e Dorigo (2015), a maior falha nessa área é a omissão dos gerentes na condução dos problemas, na definição das atribuições e das prioridades, no exercício da liderança e promoção da integração entre os membros da equipe.

(40)

Figura 2 - Quadro de interfaces da manutenção

Fonte: Adaptado de NASCIF e DORIGO, 2015, p. 04.

Na interface entre as áreas de Suprimentos e Manutenção da FIGURA 2, pode ocorrer perda de tempo na requisição e na localização de estoques, erros na requisição de sobressalentes, estoque zerado, armazenamento inadequado, material danificado, compra malfeita, com item diferente do especificado, e recebimento malfeito, acarretando indisponibilidade.

Na interface entre as áreas de Engenharia e Manutenção, pode ocorrer baixa participação da engenharia nos trabalhos e levantamentos de soluções, execução de modificações e reformas sem a devida participação da Engenharia, falta de experiência da equipe da Engenharia, falta de planejamento, falta de comissionamento e testes, aquisição inadequada de sobressalentes e documentação inadequada, entre outros.

No caso de instituições públicas de ensino, ocorrem as mesmas dificuldades, principalmente porque, no caso de empresas privadas, pode-se contratar e demitir de acordo com o conhecimento e desempenho do colaborador, o que não acontece no caso das instituições públicas. Além disso, ainda há o agravante da possibilidade de o gestor indicado para a posição na instituição pública não ter o conhecimento adequado para a função. Para minimizar o impacto desses problemas, é importante organizar os procedimentos, processos e fluxos relativos à área, de maneira a facilitar o modus operandi, atribuindo responsabilidades

(41)

maneira geral e terá como principal função acompanhar intervenções importantes, buscar o bem-estar da equipe e pensar o futuro.

2.7 Planejamento e controle

Entendidos os relacionamentos e as interfaces que compõem o universo da Manutenção, passa-se agora ao planejamento. Conhecido e classificado como a alma dos processos organizacionais, independente do negócio ou da instituição, ele fornece uma forte contribuição para os processos, trazendo principalmente eficiência.

Até a Segunda Guerra Mundial, a Manutenção se baseava praticamente nas atividades corretivas. Foi quando se iniciou o planejamento e inspeção de equipamentos.

Segundo Dorigo (2013, p. 01):

Relativamente ao Brasil podemos também constatar que as grades curriculares das Escolas Técnicas e de Engenharia eram predominantemente de Projeto, Fabricação e Montagem. Pouca formação havia relativamente à Manutenção. E de Planejamento de Manutenção, muito menos. Passados mais de sessenta anos do final da Segunda Guerra Mundial, algumas perguntas ainda são necessárias:

- será que os profissionais praticam realmente as atividades de Planejamento de Manutenção?

- será que as empresas têm um programa sistematizado de treinamento para planejadores de Manutenção, adequado aos ativos de sua planta industrial? - será que os profissionais de planejamento de Manutenção conhecem todos os processos de suas atividades e suas interfaces com as outras atividades da empresa?

Por meio do planejamento, a empresa pode contribuir para suas expectativas futuras. Então, planejar é entender e considerar a situação atual para ter visão de futuro, influenciando as decisões tomadas no presente, para, assim, poder atingir determinados objetivos vindouros. Esse plano pode ser traçado com base em informações passadas ou presentes e projetadas para o futuro – de curto, médio ou longo prazo.

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é contribuir para essa Confiabilidade e Disponibilidade, otimizando a utilização dos recursos (mão-de-obra e materiais). Se considerarmos que, mais de 60% dos custos de Manutenção são devidos a mão de obra e a materiais, percebe-se a razão da criação dos núcleos de PCM. Se o PCM atinge esses objetivos, tanto ele contribui nos custos de Manutenção quanto na disponibilidade dos ativos na medida em que, ao otimizar os recursos da Manutenção, suas atividades aumentam a disponibilidade da planta, reduzindo os tempos de Parada.

Existem três níveis de planejamento, os quais, de uma forma geral, podem ser divididos em três momentos: o operacional, o tático e o estratégico. O primeiro deles é o operacional, de curto alcance, baseado na rotina do dia a dia e na eficiência da sua execução, sendo este mais ligado ao planejamento operacional, que se relaciona de forma direta com a eficiência. O planejamento tático é feito basicamente em níveis intermediários e é voltado para a utilização eficiente dos recursos programados. Alguns autores entendem que o planejamento tático se refere àqueles empreendimentos menos vultosos, de menor expressão e de prazos mais enxutos. Já o planejamento estratégico está ligado a planejamento de longo prazo, voltado para estrutura e área de atuação, sendo elaborado para prazos maiores e composto por investimentos maiores em relação àqueles utilizados no planejamento tático.

Nos dias de hoje, o planejamento, tanto estratégico como tático ou operacional, é um quesito importante para a sustentabilidade das organizações e instituições no mercado, o que deixa claros os benefícios relacionados a essa ferramenta de gestão.

Portanto, planejamento é a formalização de um plano, organizado cronologicamente, podendo este ser decenal, anual, mensal, em que se verificam os vários eventos ao longo do tempo, nos limites da programação, com informações relevantes, como o que será executado, como será executado e quando será executado.

Para se ter um bom controle da manutenção, é necessário ter senso crítico e escolher os índices e dados corretos. Controlar não é apenas medir, exige também:

 confiabilidade dos registros;  análise;

 verificação de tendências;  diagnóstico;

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Segundo Dorigo (2013, pp. 02 e 03), “as atividades de controle se constituem no acompanhamento gerencial dos recursos da manutenção, dentre as atividades mais relevantes dessa função estão:

 gerar e manter atualizado o mapa de gestão à vista do planejamento e controle da manutenção;

 gerenciar a apropriação dos serviços executados, com ênfase em homens-hora, materiais aplicados e classificação de falhas em caso de manutenção corretiva não planejada;

 gerar os relatórios do orçamento da manutenção;

 gerar o book de manutenção dos grandes serviços e paradas de manutenção;

 controlar a atualização dos padrões e procedimentos de trabalho do planejamento e controle da manutenção;

 alertar à gerência sobre os desvios registrados no acompanhamento dos indicadores”.

É de conhecimento geral que, independentemente da área em que o controle está sendo aplicado, é essencial e de extrema importância seu papel, principalmente no que tange a identificar alteração de objetivos e metas de desempenho. Outro aspecto importante é a contribuição do controle na tomada de decisões, por isso é de grande valia que as informações sejam passadas da forma correta e sejam claras.

Para se obter maior eficácia nos resultados relativos à manutenção, planejamento e controle, são necessárias duas ferramentas de cunho administrativo, que, se utilizadas da forma correta, contribuem para alcançar os objetivos e os resultados organizacionais. Souza e Santana (2012) afirmam que planejar e controlar devem ser colocados juntos porque são conhecidos como as funções gêmeas da administração: não adianta planejar, se não houver controle; e não se pode controlar se não tiver havido planejamento. Assim, um complementa o outro, como também um depende do outro para garantir a perfeita execução dos objetivos organizacionais propostos.

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equipamentos e instalações com confiabilidade, segurança e dentro de custos adequados (XAVIER, 2005).

A manutenção estratégica, acima de tudo, é focada nos resultados da organização, para alcançar, além da eficiência, a eficácia. A estratégia adotada atualmente é aquela em que os serviços dos colaboradores da manutenção se restringem aos serviços programados, e não a atendimentos emergenciais e reparos de última hora. Para isso é importante que a condição operacional dos equipamentos seja tal, que eles não parem durante o tempo em que foi planejada sua operação, ou seja, os equipamentos devem operar em perfeitas condições durante esse intervalo e parar somente quando programado.

Baldessar (2006) defende que a produtividade de 365 dias ao ano somente ocorrerá em máquinas nas quais praticamente será nula a atividade direta do homem da produção, segundo o conceito atual. A produção não será mais dependente do operador. A alta produção igual à alta produtividade será fruto da competência de toda uma corrente do processo produtivo, que se inicia na ideia do produto e dos meios de fabricação e termina nas necessidades de parada para manutenção.

Entender qual é o tipo de manutenção mais adequado para cada perfil de organização é uma tendência mundial. Além disso, a manutenção constitui forte fator de sucesso das organizações: otimiza e racionaliza processos, o que possibilita melhorar custos e contribui para a sobrevivência da instituição, impulsionando seu crescimento e favorecendo sua expansão.

É com essa visão que este estudo propõe a análise do processo de gestão da manutenção de ativos, especificamente aqueles da rede de distribuição de energia elétrica do campus IFMG

de Ouro Preto.

(45)

2.8 Estratégias de manutenção

Atualmente, a maioria das empresas e instituições privadas tem adotado a combinação de pelo menos duas práticas ou tipos de manutenção. Isso se deve ao fato de que instalações e elementos têm características distintas em cada caso, ou seja, os ativos são formados por equipamentos e instalações com características diferentes e necessitam de diferentes estratégias de manutenção, que variam tanto com a curva da bacia, que determina sua vida útil, como pelos impactos relativos à sua parada.

Uma situação em que se pode aplicar a manutenção corretiva é aquela em que a instituição ou empresa possui um equipamento ou insumo para reposição imediata e, combinadamente com esse quesito, o insumo deverá ser de fácil instalação e preferencialmente não impactar severamente suas atividades-fim. Por exemplo: reator de lâmpada fluorescente, lâmpada fluorescente etc.

Com isso, pode-se inferir que cada tipo de instalação tem suas peculiaridades e pode ser tratada tanto por meio de uma estratégia de manutenção preventiva como de manutenção corretiva. Para tanto, após avaliação, deve ser constatado se a troca do ativo é mais interessante ou apresenta mais vantagens do que a prevenção de defeitos ou a determinação do fim de sua vida útil.

Mengue e Sellito (2012, p. 765) esclarecem que, em cada tipo de instalação, “a função manutenibilidade ou mantenabilidade está ligada ao esforço despendido na atividade de manutenção. O tempo médio de manutenção compreende o tempo para isolamento da falha, para o reparo e para os testes necessários para que a produção volte ao seu ritmo normal.” Além disso, uma programação de manutenção pode ser integrada – pode-se partilhar os tempos com outros serviços de interesse geral –, de forma a permitir uma intervenção programada com o tempo de parada “compartilhado com outras atividades fabris, tais como trocas de ferramentas e treinamento de operadores.

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ativo, ou ainda, essa falha ocorrer antes ou imediatamente após uma intervenção. De fato, nesses casos, não se verifica nenhuma vantagem na aplicação da manutenção preventiva.

Por outro lado, quando a quebra não é aleatória, ou o impacto da quebra do equipamento ou instalação é grande, ou a intervenção é de alta complexidade, demandando muito tempo de parada do ativo, aí deve-se considerar a utilização da manutenção preventiva. Tal política pode ser adotada principalmente se o equipamento ou instalação já tiver alcançado a maturidade, pois nessa fase o equipamento apresenta, segundo Mengue e Sellito (2012), falhas constantes e casuais, causadas por fator de segurança insuficiente ou erros humanos durante a operação. Os autores relacionam o perfil de maturidade à estratégia de manutenção preditiva e à gestão de boas práticas de manutenção, tal como ocorre em ambiente TPM. Entende-se como manutenção preditiva aquela baseada em medições feitas continuamente ou em intervalos periódicos, o que gera um gráfico informativo sobre a tendência evolutiva dos equipamentos.

A aplicação da estratégia de manutenção preventiva também pode estar ligada a intervenções em ativos ou instalações em que os custos de parada do equipamento ou instalação, ou de intervenção em si são de grande monta, impactando o orçamento e os resultados das instituições e empresas.

Outra variável que deve ser considerada é o ciclo de vida de equipamentos e instalações: se gerido de forma casual e subjetiva, proporcionará resultados presumíveis bastante diferentes daqueles relativos a uma gestão estratégica e objetiva.

Segundo Sellito (2005), em uma gestão casual, percebe-se que o gestor resolve os casos que surgem segundo uma linha de ação aleatória, que se adaptaria às situações emergentes. Em uma gestão estratégica, espera-se que o gestor da manutenção tenha programados cursos alternativos de ação previamente estudados os quais serão adotados segundo um critério objetivo de escolha, aplicado a cada equipamento ou cenário situacional.

A receita para cada tipo de instituição, seus ativos, sua disponibilidade e seus resultados diz respeito à combinação de estratégias de manutenção preventiva e corretiva, sabendo-se que todas deverão ser planejadas e incluir alternativas de modo a equilibrar dinamicamente a vida útil do ativo com a sua disponibilidade, seus custos de parada e impactos na instituição.

(47)

3 METODOLOGIA

Na presente seção, será tratada a metodologia de pesquisa quanto à abordagem, aos fins, aos meios, à unidade sob análise, ao universo e à amostra, além da descrição do processo de coleta de dados e do painel de especialistas. Foi feito um censo com os servidores federais diretamente ligados à manutenção das redes de distribuição de energia elétrica do campus e,

para facilitar o entendimento, dividiram-se os questionários em dois níveis, o tático e o operacional, uma vez as respostas são diferentes para cada um desses níveis. Explica-se essa divisão pelo fato de que o nível tático, neste caso, detém um nível mais elevado de informações do que o operacional. Assim, foi feita a caracterização dos perfis dos entrevistados, considerando na análise a função desempenhada, o tempo médio de serviço na instituição e o nível de atuação, distribuídos em estratégico, tático e operacional.

3.1 Tipo de pesquisa

Este trabalho apresenta uma pesquisa com abordagem qualitativa, ou seja, tem como principal característica não utilizar ferramentas e tecnologias estatísticas para a análise de dados, enquanto, por outro lado, possibilita ricas descrições e facilidade de aprofundamento no tema de maior interesse. Além disso, segundo Figueiredo (2009), como o pesquisador não detém o controle dos eventos a serem pesquisados, pode-se usar levantamento, análise de dados, pesquisa histórica, estudo de caso, entrevistas etc., no intuito de dar maior robustez à investigação.

Uma pesquisa de abordagem qualitativa permite que a coleta de dados seja feita de várias maneiras, sendo que, nesta pesquisa, foram utilizadas:

- observações em campo feitas pelo pesquisador sobre o dia a dia da manutenção; - entrevistas semiestruturadas com cada um dos servidores envolvidos, sendo uma de

cunho geral e outra mais voltada para tecnologias de manutenção;

Imagem

Tabela 1 -  Consumo final em 10³ de energia elétrica por setor
Tabela 2 - Composição setorial em % de consumo de eletricidade
Tabela 3 -  Evolução da manutenção
Figura 1 -  Quadro de relacionamento institucional
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