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TECIDO MUSCULAR NOVO

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Academic year: 2021

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TECIDO MUSCULAR

TECIDO MUSCULAR

 Texto elaborado pelo Professor Franco Ferraro Calderaro 1)

1) DefiniçãoDefinição

O  tecido  muscular  é  composto  por  células  alongadas  (fibras  musculares)  que    possuem  no  seu  citoplasma  grande  quantidade  de  proteínas  filamentosas  contráteis  que  geram  a  força  de  contração  ao  utilizarem  ATP  como  energia.  As  células  musculares  são  de  origem  mesodérmica  e,  de  acordo  com  as  suas  características  morfológicas  e  funcionais, constituem três tipos de tecidos musculares:

•Músculo Estriado Esquelético; •Músculo Estriado Cardíaco;  •Músculo Liso.

2)

2) Termos particulares utilizados para as células (fibras) Termos particulares utilizados para as células (fibras) musculares:

musculares:

Fibra muscular – sinônimo de uma célula muscular

Sarcolema  –  sinônimo  para  membrana  citoplasmática  das  células musculares

Sarcoplasma  –  sinônimo  para  citoplasma  das  células  musculares

  Retículo  Sarcoplasmático  –  retículo  endoplasmático    agranular       da célula  muscular

3)

3) Tipos de tecido muscularTipos de tecido muscular 3.1)

3.1) Musculatura estriada esqueléticaMusculatura estriada esquelética

Características da célula esquelética:

O  tecido  muscular  esquelético  é  formado  por  grupos  (feixes)  de células cilíndricas longas que podem apresentar vários centímetros de  comprimento (30 cm ou mais, dependendo da espécie animal), as quais  possuem  estriações  transversais  observadas  em  microscopia  de  luz  e  com  mais  detalhes,  em  microscopia  eletrônica.  Cada  fibra  esquelética  possui  vários  núcleos  dispostos  na  periferia  e  próximos  ao  sarcolema  (membrana citoplasmática). 

A  membrana  citoplasmática  (sarcolema)  das  células  musculares esqueléticas é margeada por lâmina basal e células satélites,  importantes para o processo de reparo desse tecido muscular.

 

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  Esse  sarcolema  projeta  estruturas  digitiformes  para  o  interior  do  sarcoplasma – os chamados túbulos transversais ou T- que conectam-se com  sacos  ou  canais  membranosos  do  retículo  sarcoplasmático  (armazena  altas  concentrações  de  Ca 2+,  importante  para  a  contração  muscular).  O  conjunto  de um túbulo T mais dois sacos laterais do retículo forma a Tríade (estrutura  importante  para  o  processo  de  contração  muscular).  Cerca  de  80%  do 

sarcoplasma  da  fibra  muscular  é  constituído  por  miofibrilas  circundadas  por  mitocôndrias,  sendo  as  principais:  os  filamentos  finos  de  actina  e  os  filamentos espessos de miosina.

Organização do músculo esquelético

Organização do músculo esquelético

 

 

  Nos  músculos  como  os  do  braço  ou  da  perna,  as  fibras  musculares  estão  dispostas  em  grupos  de  feixes,  sendo  que  o  conjunto  desses feixes constitui o músculo inteiro. Existem membranas que envolvem  esse tecido muscular em vários níveis. Elas são:

a)

a) Epimísio Epimísio –  Envoltório  mais  externo  que  recobre  o  músculo  inteiro  (o  conjunto de feixes de fibras), o qual é composto por tecido conjuntivo denso. b)

b) PerimísioPerimísio – Envoltório de cada feixe de fibras – é composto por septos de  tecido conjuntivo emitidos pelo epimísio, os quais penetram para o interior do  músculo, subdividindo o músculo em feixes de fibras.

c)

c) EndomísioEndomísio –  Envoltório  de  cada  fibra  muscular,  constituído  pela  lâmina  basal da célula muscular, fibras reticulares e poucos fibroblastos.

O  tecido  conjuntivo  desses  envoltórios  é  importante  para  que  as  fibras  musculares mantenham-se unidas, para um melhor controle da força e  uniformização  da  contração  muscular  e  para  levar  vasos  e  nervos  até  o  interior da musculatura.

Organização interna da célula muscular esquelética

Organização interna da célula muscular esquelética

  As  fibras  musculares  possuem  estriações  transversais  de  miofibrilas  que  se  traduzem  em  faixas  claras  (banda  I)  e  escuras  (banda  A)  intercaladas  que,  nada  mais  são  do  que  a  repetição  de  unidades  iguais  denominadas de sarcômeros.

Os  sarcômeros  são  as  unidades  de  contração  da  fibra  muscular  estriada,  as  quais  se  repetem  ao  longo  da  mesma.  Cada  sarcômero  é  composto por complexos proteicos filamentosos:

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  Filamento Fino ou Delgado  –  actina  F(composta  por  monômeros  de  actina G)  associada à nebulina, troponina e tropomiosina

Titina –  Proteína  gigante  de  alta  capacidade  elástica  (evita  estiramentos  excessivos da musculatura).

A associação desses complexos filamentosos produzem o padrão  de estriação que é, ao microscópio eletrônico, melhor definida em uma série  de bandas e linhas, a saber :

- Banda 

I

I

– faixa clara e periférica composta por filamentos delgados paralelos  de  actina  que  agregam,  também,  as  proteínas  troponina,  tropomiosina  e  nebulina.

- Linha 

Z – encontrada no centro da banda I, caracterizam a área de inserção 

Z

dos  filamentos  finos  de  actina.  A  linha    Z  possui  em  sua  composição,    moléculas  de  actinina ,  importantes  para  a  ancoragem  com  os  filamentos  delgados de actina. É na linha Z que termina um sarcômero e inicia outro.

-  Banda 

A

A

  –  faixa  mais  larga  e  central  (situada  entre  duas  bandas  I),  composta pelos filamentos grossos de miosina intercalados com os filamentos  finos da banda I. A banda A é subdividida ao meio pela banda H.

- Banda 

H – área mais clara situada no centro da banda A. É uma região que 

H

apresenta apenas parte central do filamento grosso de miosina.

Cada  sarcômero  estende-se  de  uma  linha Z  até  outra  linha Z e constitui a unidade de contração da miofibrila.        Banda I – faixa clara (isotrópica, isto é, deixa passar mais luz)        Banda A – faixa escura (anisotrópica, isto é, deixa passar menos  luz), pois aí existe a proteína miosina de alto peso molecular, actina e outras.        Banda H – faixa um pouco mais clara que a A, porém mais escura  que a  I (nesta banda não existe o filamento delgado de actina, há apenas o  filamento espesso com miosina) (Fig. 1).

 ½

 

Banda I Banda A Banda H Linha Z Linha Z Figura 1 – Sarcômero Figura 1 – Sarcômero

- filamento fino- filamento fino

-filamento -filamento grosso grosso Gráfico elaborado pelo Prof. Franco F. Calderaro (UnG)

Banda I ½ Banda A

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Processo básico da contração sarcomérica

Processo básico da contração sarcomérica

  A contração do músculo como um todo depende da contração de  cada  unidade  sarcomérica,  a  qual  encurta  em  mais  ou  menos,  um  terço  do  seu comprimento normal . Esse processo pode ser descrito em dois itens: 1)  O  comprimento  dos  filamentos  espessos  e  delgados  não  muda  na  contração. Há constância no comprimento da Banda  AA e na distância entre a  Linha Z Z e a Banda H  H.

2) Há diminuição do comprimento do sarcômero devido ao deslizamento dos  filamentos  delgados  entre  os  espessos  em  direção  ao  centro  do  sarcômero  com estreitamento das banda H e I.

Para  que  o  deslizamento  entre  os  filamentos  ocorra,  é  preciso  haver  a  ativação  do  processo  através  de  estímulos  que  determinem  despolarização  das  membranas  a  partir  de  impulsos  nervosos  provenientes  de um neurônio motor. Durante o processo de estimulação, o neurônio motor  libera  o  neurotransmissor  acetilcolina    em  uma  região  especial,  a  junção  neuromuscular  ou  mioneural  (sinapse  entre  a  porção  terminal  axonal  do  neurônio motor e a superfície da célula muscular).

A  acetilcolina  provoca  uma  alteração  no  sarcolema  e  induz  ao  aumento  de  permeabilidade  do  retículo  sarcoplasmático  a  partir  de  seus  túbulos  T.  Com  esse  aumento  de  permeabilidade,  os  íons  Ca 2+  vão  para  o  sarcoplasma e ligam-se às troponinas, que por sua vez, deslocam moléculas  de  tropomiosina  que  estavam  encobrindo  os  sítio  de  ligação  da  miosina  ao  longo do filamento delgado que contém actina.  Assim, a contração muscular  depende do cálcio para que a actina una-se à miosina, mais especificamente  à cabeça da miosina, local onde há hidrólise do ATP para gerar energia para  o  processo  de  deslizamento  do  filamento  delgado  em  direção  ao  centro  do  sarcômero

A contração do músculo termina quando o cálcio é bombeado de  volta  para  o  retículo  sarcoplasmático.  Para  que  esse  íon    seja  liberado  novamente  para  o  sarcoplasma,  há  a  necessidade  de  um  novo  impulso  nervoso  que  libere  mais  acetilcolina  no  espaço  sináptico  e  ocorra  nova  sinapse.

No músculo cardíaco, o mecanismo de contração é basicamente o  mesmo, no entanto, uma grande parte do Ca 2+provém do líquido extracelular,  enquanto  que  no  músculo  esquelético,  ele  é  proveniente  do  retículo  sarcoplasmático.

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Tipos de fibras esqueléticas

Tipos de fibras esqueléticas

De  acordo  com  a  estrutura  e  a  composição  molecular,  as  fibras  musculares  podem  ser  do  tipo  I  (lentas)  e  tipo  II  (rápidas).  As  do  tipo  I  possuem  sarcoplasma  abundante  e    alto  teor  de  mioglobina,  o  que  confere  coloração  avermelhada  (fibras  vermelhas).  São    adaptadas  a  contrações  duradouras  e  fortes.  As  do  tipo  II  contêm  pouca  mioglobina  e,  por  isso,  são  claras  (fibras  brancas).  São  adaptadas  para  contrações  rápidas  e    descontínuas, isto é, de pouca duração.

       Nos humanos, os músculos esqueléticos geralmente apresentam  diferentes  proporções  desses  tipos  de  fibras  conforme  o  músculo  considerado.  A  diferenciação  das  fibras  musculares  nos  tipos  vermelhas  e  brancas  ou  intermediárias  (com  características  intermediárias)  é  controlada  pelo sistema nervoso.

Aspectos clínicos

O curare e a toxina botulínica interferem na acetilcolina e levam  a  paralisia  muscular,  que  são  usados  na  medicina  para  controle  das  contrações musculares.

A myasthenia gravis (miastenia) é uma doença auto-imune onde  os  anticorpos  do  indivíduo  se  ligam  aos  receptores  de  acetilcolina  e  leva  a  uma fraqueza muscular progressiva.

Na  distrofia muscular é  uma  doença  onde  ocorre  um  defeito  genético  na  proteína  distrofina.  Esta  proteína  é  importante  porque  prende  a  actina  da  miofibrila  ao  sarcolema,  mantendo  uma  ligação  mecânica  entre  o  citoesqueleto da fibra muscular e a matriz extracelular do tecido muscular. A  distrofia  muscular  tipo  Duchene  (DMD)  é  a  mais  grave  e  consiste  em  uma  alteração do gene responsável pela síntese da proteína distrofina, situado no  cromossomo X dos homens. Leva a uma fraqueza muscular e posteriormente  à morte geralmente antes dos 20 anos de idade. 

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3.2)

3.2) Musculatura estriada cardíacaMusculatura estriada cardíaca  

O  músculo  cardíaco  é  composto  por  células  alongadas  e  ramificadas que se unem por meio de junções intercelulares complexas.  Possuem  estriações  transversais  como  as  encontradas  nas  fibras  esqueléticas,  no  entanto,  são  mais  curtas  e  possuem  um a dois núcleos, no máximo, localizados centralmente.

As  fibras  cardíacas  são  revestidas  por    fina  trama  de  tecido  conjuntivo rico em capilares sanguíneos, à semelhança do endomísio nas  fibras esqueléticas.

O  tecido  cardíaco  possui  uma  particularidade  exclusiva,  a  presença  dos  discos intercalaresdiscos intercalares.  Aparecem  com  linhas  transversais  fortemente  coradas  dispostas  em  intervalos  irregulares  entre  as  células,  as quais apresentam  uma forma reta ou em escada.  Nada mais são do  que complexos juncionais compostos por:

a) Zônula de adesãoZônula de adesão – importantes para ancorar os filamentos de actina  dos sarcômeros terminais

b)  DesmossomosDesmossomos  -    unem  as  fibras  cardíacas  evitando  que  elas  se  separem durante a contração

c)  Junções comunicantesJunções comunicantes – garantem  a  continuidade da passagem de  íons entre as células vizinhas, ou seja, possibilita que a série de células  cardíacas  se  comportem  como  um  sincício  (  como  uma  única  célula  multinucleada), uma vez que  o sinal de contração passa como uma onda  de uma fibra para outra.

No  músculo  cardíaco,  as  proteínas  contráteis  e  a  funcionalidade são basicamente as mesmas observadas na musculatura  esquelética. No entanto, existem algumas diferenças:

a)

a) os  sistemas  de  túbulos  T  e  o  retículo  sarcoplasmático  não  são  bem  organizados como nas fibras esqueléticas. 

b)

b) O  retículo  sarcoplasmático  não  é  tão  extenso  como  nas  fibras  esqueléticas

c)

c) As  fibras  cardíacas  formam  díades,  diferente  das  fibras  esqueléticas  que  formam  tríades.  As  díades  são  compostas  pela  interação  de  um  túbulo T com uma cisterna do retículo sarcoplasmático (em vez de duas,  como no músculo esquelético).

e)

e) A  membrana  citoplasmática  apresenta  as  cavéolas,  estruturas  com  aspecto de  vesículas pinocíticas que armazenam Ca 2+ para o  processo  de contração.

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d)

d)  As  mitocôndrias  são  em  número  bem  maior  no  músculo  cardíaco.  Perfazem  40%  do  volume  sarcoplasmático,  enquanto  que  as  células  esqueléticas ocupam em torno de 2% do citoplasma. Isso é condizente com o  intenso  metabolismo  aeróbico  que  as  fibras  cardíacas  mantém  para  o  seu  trabalho constante .

e)

e) Os  túbulos  T  são  maiores  e  encontram-se    no  nível  da  linha  Z,  enquanto  que na musculatura esquelética eles são encontrados na junção da banda A  com a banda I.

As  células  cardíacas  armazenam  energia  sob  a  forma  de  triglicerídeos,  observados  como  gotas  lipídicas  no  sarcoplasma.  Entretanto,  quando  há  necessidade,  também  possuem  uma  pequena  quantidade  de  glicogênio.

Muitas fibras cardíacas possuem grânulos secretores cobertos por  membrana e adjacentes ao núcleo. São mais abundantes na células do átrio  esquerdo. Essas estruturas possuem  em seu interior o hormônio ou peptídeo  atrial  natriurético  (ANP),  importante  substância  que  atua  para  diminuir  a  pressão arterial ao aumentar a eliminação do sódio e água pelos rins.

3.3)

3.3) MusculaturaMusculatura lisa lisa

O  músculo  liso  apresenta-se  na  forma  de  camadas  ou  feixes  na  parede  de  vários  órgãos,  tais  como  o  tubo  gastrointestinal,  ureter,  vesícula  urinária,  útero,  porção  condutora  do  trato  respiratório,  trabéculas  esplênicas,  vasos  sanguíneos,  etc.  As  células  ou  fibras  musculares  lisas  são  longas  e  possuem as seguintes características:

a)

a)  São  mais  espessas  no  centro,  adelgaçando-se  para  as  extremidades.  Apresentam núcleo central único. 

b)

b) Seu comprimento pode variar de 20 μm na parede de pequenos vasos até  500  μm  na  parede  de  um  útero  gravídico  –  nesse  caso,  as  células  apresentam-se hipertrofiadas.  c) c) Não possuem estrias transversais.  d) d) Possuem a sua superfície recoberta por lâmina basal e uma fina malha de  fibras reticulares que envolve as fibras umas às outras, o que faz com que a  contração de uma ou poucas células leve  a contração de todo o músculo.

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f)

f) Na  região  perinuclear    há  algumas  cisternas  do  retículo  endoplasmático  granular, mitocôndrias, glicogênio e aparelho de Golgi pouco desenvolvido. g)

g) No  sarcoplasma  encontram-se  filamentos  finos  de  actina  e  filamentos  grossos  de  miosina.  Apresentam  filamentos  intermediários  de    desmina  e  vimentina. Não há sarcômeros. A actina apresenta-se estabilizada ao ligar-se  com a tropomiosina, mas não há troponina.

h)

h) A actina e os filamentos intermediários estão inseridos aos  corpos densoscorpos densos   estruturas ligadas ao sarcolema e que são fundamentais para a contração. i)

i) Existem  junções  comunicantes  entre  as  células,  as  quais  permitem  a  sincronia na contração do músculo liso.  

j)

j) Em comparação com as fibras estriadas, a célula muscular lisa possui boa  capacidade  regenerativa.  São  consideradas  células  estáveis  e,  portanto,  quando  há  lesão  tecidual,  podem  voltar  a  se  replicar  e  repor  as  células  perdidas.

Processo básico de contração do músculo liso

Processo básico de contração do músculo liso

O  músculo  liso  contrai  ,  diferente  do  músculo  esquelético,  de  forma  involuntária  a  partir  de  estímulos  hormonais  e  da  atuação  do  sistema  nervoso  autônomo,  o  qual  emite  fibras    nervosas  simpáticas  e  parassimpáticas  para  as  fibras  lisas  (não  há  junções  neuromusculares  elaboradas como na musculatura esquelética).

Por  meio  do  estímulo  do  sistema  nervoso  autônomo,  o  Ca  2+    migra das cavéolas para o sarcoplasma, onde, por uma série de associações,  induz  a  miosina  a  se  desenrolar  e  expor  seus  sítios  que  se  ligam  à  actina.  Unidas, essas proteínas motoras deslizam.

O  complexo  actina-miosina  está  ligado  aos  filamentos  intermediários  desmina  e  vimentina,  que  por  sua    vez,  estão  ligados  aos  corpos densos na membrana plasmática. Esse processo promove a contração  da célula por inteiro.

 

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Regeneração do tecido muscular

No  organismo  adulto,  os  diferentes  tipos  de  tecidos  musculares  apresentam diferentes propriedades regenerativas após uma lesão que leve a  destruição parcial do músculo.

O músculo cardíaco não se regenera. Por exemplo, nos enfartes,  as  porções  destruídas  do  coração  são  tomadas  por  fibroblastos,  que  produzem  matriz  extracelular,  formando  uma  cicatriz  de  tecido  conjuntivo  fibroso.

As  fibras  musculares  estriadas  esqueléticas  não  se  multiplicam,  apresentam  uma  pequena  capacidade  regenerativa  através  da  união  de  células satélites, células estas situadas ao lado das fibras musculares, que se  fundem e formam novas fibras musculares. Isto ocorre quando de uma lesão  muscular ou forte atividade muscular.

O músculo liso se regenera de modo mais eficiente. Em lesões ou  por  estímulos, as fibras musculares lisas sofrem mitoses  e  reparam o  tecido  que sofreu injuria.

Atrofia muscular

 

A  atrofia  ou  diminuição  da  massa  muscular  pode  resultar  de  algumas  doenças.  Estas  incluem  doenças  de  neurônios  motores  (p.ex.  a  poliomielite), doenças dos nervos periféricos (p.ex. a polineurite), distúrbios da  junção  mioneural  (p.ex.  a  miastenia)  e  doenças  do  próprio  músculo  (p.ex.  a  distrofia muscular).

A atrofia muscular pode ocorrer também pela inatividade muscular,  como  na  imobilização  prolongada  para  o  tratamento  de  uma  fratura  óssea.    Principalmente  nas  pessoas  idosas  pela  vida  sedentária,  por  enfermidades  crônicas  ou  pela  diminuição  do  fluxo  sanguíneo.  A  atrofia  muscular  pode  provir de diminuição da fibras muscular ou por apoptose da mesma.

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Hipertrofia muscular

A  hipertrofia  muscular  corresponde  a  um  aumento  da  massa  muscular através do aumento do número de miofibrilas das fibras musculares  e  consequente  aumento  da  fibras  muscular  em  espessura.  Exercícios  musculares  intensos  e  frequentes  levam  a  uma  hipertrofia  do  músculo  estriado esquelético, onde é bem observável. Células satélites se fundem às  fibras musculares e contribuem para o seu aumento.

Fadiga muscular e rigor mortis

A  fadiga  muscular  ocorre  após  prolongada  contração  forçada  de  um  músculo.  O  nervo  motor  continua  a  funcionar  normalmente,  contudo,  o  ATP disponível é escasso e as contrações tornam-se mais fracas.

Seguindo-se  à  morte,  como  resultado  de  modificações  químicas  no  músculo  estriado  esquelético,  as  fibras  musculares  do  corpo  entram  em  contração  permanente,  caracterizando  o  estado  de  rigor  mortis.  O  processo  se inicia nos músculos da face e difundem-se para os músculos do tronco e  membros.  A contratura  pode durar  vários dias, até que  as  fibras musculares  sejam destruídas por enzimas liberadas pelos lisossomos intracelulares.

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As fotomicrografias foram feitas a partir de lâminas histológicas provenientes do laboratório de Biociências da Universidade de Guarulhos (UnG).

FOTOMICROGRAFIAS DE MUSCULATURA

FOTOMICROGRAFIAS DE MUSCULATURA

ESTRIADA

ESTRIADA

Foto  1-  Musculatura  estriada  esquelética  apresentando  feixes  longitudinais  (L)  e  feixes  transversais  (T).  Note  a  presença  de  múltiplos  núcleos  dispostos  perifericamente    no  feixe  longitudinal  (setas) .Téc. H.E - 100x

L

T

T

Foto  2  -  Aumento  maior  notando-se  os  feixes  transversais  (T).  Note os núcleos periféricos (setas brancas), o endomísio  (E) e o  perimísio (P).  Há vasos sanguíneos (V) Téc. H.E - 400x  

T

P

P

E

T

E E V

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FOTOMICROGRAFIAS DE MUSCULATURA

FOTOMICROGRAFIAS DE MUSCULATURA

ESTRIADA

ESTRIADA

L

T

T

T

P

P

E

T

E E V

Foto  3  -  Musculatura  estriada  esquelética  apresentando  feixes  longitudinais  de  fibras  musculares  com  as  estriações  transversais  evidentes, sendo as faixas escuras correspondentes a Banda A e  as  faixas  claras  correspondentes  a  Banda  I.  Note  a  presença  de  múltiplos  núcleos  dispostos  perifericamente  (setas)  .Téc.  Impregnação argêntica - 400x

Foto 4 – Corte transversal de um nervo (N) mostrando o conjunto  de fibras nervosas. À direita corte transversal de fibras musculares  esqueléticas (T). Téc. H.E - 400x

(13)

FOTOMICROGRAFIA DE MUSCULATURA CARDÍACA

FOTOMICROGRAFIA DE MUSCULATURA CARDÍACA

L

T

T

T

P

P

E

T

E E V

Foto  5-  Musculatura  estriada  cardíaca  apresentando  fibras  longitudinais ramificadas (LR – ramificações indicadas pelas setas  verdes). Núcleo da fibra muscular cardíaca (N).Téc. H.E. 400x

LR

N

Referências

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