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10 de agosto 09 PARTE GERAL

Art. 1. princípio da legalidade ou Reserva Legal. PARTE ESPECIAL DO C.P

Título I : Dos crimes contra a pessoa. Capítulo I : dos crimes contra a vida.

Art. 121 - matar alguém. (Nome iuris= homicídio). Art. 122 - auxílio ao suicídio

Art. 123 - infanticídio

Art.124, 125, 126, 127, 128 - Aborto.

bem ou interesse jurídico é todo e qualquer bem protegido pela lei penal. A vida é um bem penalmente tutelado.

Art. 1. princípio da legalidade ou reserva legal. Art. 121 matar alguém

só há culpabilidade quando: o sujeito for :

--imputável

-- potencial consciência de ilicitude - erro de proibição.

-- exigibilidade de conduta diversa - coação moral irresistível - obediência hierárquica a ordem não manifestamente ilegal.

Na parte especial do CP encontramos as Normas Penais incriminadoras. art. 121 - matar alguém (homicídio).

O tipo traz em sua composição: 1 . Elementos descritivos ou objetivos.

2 . Elementos subjetivo (dolo mais "especiais fins de agir") o que é o crime de homicídio ? É a retirada da vida de alguém.

É a prática do elemento descritivo ou objetivo do fato típico, portanto : matar alguém.

O elemento subjetivo é o Dolo que é formado de uma parte cognitiva (consciência) e de uma parte volitiva (vontade).

Dolo = "animus necandi"

Homicídio portanto é a morte produzida voluntariamente. Excepcionalmente de forma culposa. Objetividade Jurídica = bem ou interesse penalmente tutelado.

Sujeito ativo é aquele que pratica o fato típico.

Sujeito Passivo é o titular do bem jurídico penalmente protegido. Objeto material = é a pessoa sobre a qual recai a conduta criminosa. "Iter Criminis" no crime de homicídio

--Primeira fase é a cogitação onde nasce o desejo delitivo (conduta externa). --Segunda fase = atos preparatórios (conduta externa).

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-- Terceira fase atos de execução (já ingressa na ilegalidade) mas é muit difícil de identificar. É quando ele inicia a prática da conduta descrita no verbo.

-- Quarta fase consumação - (ato de ilegalidade) quando na conduta se reunirem todos os elementos da definição legal do crime.

Quando a consumação não ocorre por circunstâncias alheias à sua vontade mas os atos de execução já se iniciaram, teremos a tentativa ou crime tentado. Art. 14 C.P.

Transcrição Aula 11 ago.

O legislador entrega ao destinatário da norma a descrição abstrata do comportamento proibido. No caso do crime de HOMICÍDIO, a conduta proibida ou criminosa, a norma penal incriminadora, traz a ação de matar alguém.

Sabemos que na descrição da conduta típica, o legislador sempre se vale para narrar o fato proibido de elementos de natureza descritiva ou objetiva e elementos subjetivos que faz parte da parte anímica do comportamento proibido.

Dissemos anteriormente que para que determinada conduta se amolde ao modelo legal de crime é preciso que nela eu encontre todos os elementos de sua definição legal; e a conduta ao ser narrada o legislador se vale de sua descrição tanto na sua fase externa, perceptível, visual, como também uma fase interna da conduta, anímica, volitiva. Vamos entender isso melhor:

O que é o crime? É o ato de matar; é a destruição da vida de alguém. Veja que a ação de matar faz parte do tipo objetivo ou dos elementos descritivos que compõem a figura criminosa. Os elementos descritivos,se referem à parte externa do comportamento, e são os meios de execução, modo, lugar, objeto material e assim

sucessivamente. Para que haja o crime de homicídio é preciso que haja a destruição da vida de alguém. Se dissermos o seguinte:

Policial militar, que manuseia usualmente sua arma de fogo, começa a limpar a arma em casa e nesse exemplo, imprudentemente, fez com que a arma disparasse e para sua infelicidade, essa conduta descuidada produziu a morte de sua filha. O resultado foi involuntário. Trata-se de um comportamento humano voluntário, que era o ato de limpar a arma que acabou produzindo um resultado. Aqui está o nexo de causalidade pois "o resultado de que depende a existência do crime, somente é imputado a quem lhe der causa". Sob o ponto de vista objetivo, encontraremos nessa conduta todos os elementos da figura típica do Art. 121.

O policial matou a filha, mas podemos dizer que esse exemplo se amolda ao modelo de crime descrito no Art. 121? Sim, sob o ponto de vista dos elementos objetivos, mas o tipo trás em sua descrição os elementos objetivos e subjetivos.

Os elementos subjetivos fazem parte do comportamento sob o ponto de vista interno da conduta, sob o ponto de vista volitivo, da vontade de atuar. Os elementos subjetivo é o DOLO + ESPECIAIS FINS DE AGIR.

A conduta desse policial é atípica em relação ao Art. 121 caput, porque neste artigo temos a narração de um crime doloso: "MATAR ALGUÉM, DOLOSAMENTE (por nossa conta)..."

Veja que a conduta não se amolda a esse modelo de crime pois falta um de seus elementos que é o elemento subjetivo que é sempre o DOLO.

Art. 18. Existe o crime:

I . doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. II. culposo, quando causa o resultado por negligência, imprudência ou imperícia.

Parag. Único: Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

O parágrafo Único do Art. 18 traz uma regra, que manda em toda a parte especial do C.P. Isso quer dizer que, havendo silêncio do legislador em relação ao tipo subjetivo, aos elementos subjetivos, estaremos diante de um crime doloso. O dolo, então, está implícito no tipo. "SALVO OS CASOS EXPRESSOS EM LEI", e aqui não há a excepcionalidade do crime culposo no Art.121 caput; a conduta é matar alguém, dolosamente. Então o crime descrito no caput do Art.121 nos mostra que o agente agiu com consciência e vontade de matar.

O dolo é formado de dois momentos, o COGNITIVO (consciência) E O VOLITIVO (vontade). Diz-se que o crime é doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzí-lo. Dolo é a representação da realidade e a vontade de praticar a conduta.

O que é o dolo de homicídio? É a consciência de que se está diante de alguém com vida e vontade de destruir essa vida; o dolo do crime de homicídio é também conhecido pela doutrina como "ANIMUS NECANDI" que é VONTADE DE MATAR.

Então, o primeiro elemento do conceito analítico do crime que é o fato típico; para que uma conduta se amolde ao modelo legal do Art.121 caput, matar alguém, é preciso que a pessoa com a sua conduta tenha produzido o resultado voluntariamente.

Não basta que, na conduta, encontremos os elementos objetivos que a compõe. É preciso que encontremos ainda o elemento subjetivo.

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Só fazendo um paralelo: Furto é o ato de subtrair coisa de alguém, desde que seja móvel. Esta é a descrição da conduta sob o ponto de vista externo e o furto exige também, como regra geral, o dolo, consciência e vontade de subtrair.

O dolo é formado de dois momentos, o COGNITIVO (consciência) E O VOLITIVO (vontade). Faltando qualquer um desses momentos não estaremos diante de um crime doloso.

No Erro de tipo, o cidadão, numa caçada, atira no amigo pensando atirar num animal, e atira pra matar o animal. Podemos dizer que ele cometeu um crime de homicídio? Caput do art 121? Ele matou alguém? Matou. Mas matou com dolo? Não. Porque? Olha aqui a fase cognitiva que faltou na sua ação: dolo é conhecimento, ou seja, a exata representação de vontade.

Na Culpa Consciente, o pai atirando faca na própria filha, erra o alvo e mata a filha, nesse exemplo não queria matar mas tinha a consciência, a representação? Tinha. O resultado era possível mas ele acreditava firmemente e portanto, faltava a vontade.

Estamos no primeiro elemento do conceito analítico do crime : o Fato Típico. Homicídio, então, é a morte produzida de forma voluntária.

É um dos tipos penais mais simples do C.P, muito embora proteja o bem jurídico de maior relevância que é a vida. E trata a conduta proibida de forma muito simples, muito objetiva como deveria ser para todos os tipos penais.

O crime de homicídio é uma proteção para o cidadão porque sabemos de antemão qual é o comportamento proibido. Há tipos penais extremamente lacônico, amplo, não se sabe de antemão se existe o crime dada ampla existência de elementos normativos.

Daqui para a frente, no silencio, estaremos diante de um crime doloso. Veremos, excepcionalmente, dada a relevância do bem jurídico, o legislador entendeu fosse necessária a proteção da vida, mesmo quando o

resultado for produzido involuntariamente. Excepcionalmente há a punição do homicídio, mas é um outro modelo legal do crime e não esse que estamos tratando.

Para esgotarmos o assunto, tem um crime no C.P, crime contra o patrimônio, que é o crime de Dano, Art. 163. Patrimônio também é um bem jurídico que recebeu do Estado a proteção penal. Dano é destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia (que pode ser móvel ou imóvel). Uma mulher não vê o sinal de pare e involuntariamente colide com outro veículo que vinha correto e o carro de valor considerável. Houve a deterioração de coisa alheia? Sim . Essa conduta se amolda ao tipo penal do Art. 163, crime de dano? Sim, mas o artigo diz: destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia, DOLOSAMENTE (Art.18). Portanto não é dano pois não houve consciência e vontade de colidir com o veículo.

O que de mais importante temos que primeiro identificar para interpretar uma norma penal?

O que faremos durante todo o semestre nada mais é do que interpretar os elementos que compõem cada uma das figuras típicas.

antes de interpretar um tipo penal, temos de primeiro identificar qual é o bem ou interesse que ele tutela, qual é a objetividade jurídica.

O OBJETO JURÍDICO do Homicídio é a vida, não é o patrimônio, não é a honra, nem a liberdade. SUJEITO ATIVO é o sujeito que pratica a conduta descrita no verbo.

SUJEITO PASSIVO é sempre o titular do bem jurídico tutelado pela norma.

No crime de Homicídio o sujeito passivo é o detentor da vida que é destruída pelo ato do homicida. Em algumas vezes, nem sempre a conduta é direcionada contra o sujeito passivo com a extorsão mediante sequestro, etc. OBJETO MATERIAL

É a pessoa sob a qual recai a conduta criminosa.

No crime patrimonial, o objeto material é a coisa. É ela que suporta o comportamento criminoso.

No crime de furto, o sujeito passivo é o titular do patrimônio e o objeto material é a coisa alheia pois é sobre ela que recai a conduta criminosa.

No crime contra a vida, o homicídio, o objeto material é a vida e o sujeito passivo é o titular desse interesse e portanto é a mesma pessoa.

Uma mulher contratou terceira pessoa para matar a esposa do amante.

Liga para ele e contrata, só que a terceira pessoa era um jornalista que aceitou o convite e foi ao local

combinado para receber o dinheiro e quando chegou, trouxe equipe de reportagem. Quando a mulher viu, saiu correndo. A polícia descobriu a trama e a reportagem questionou o porquê o delegado não a prendia. Ele responde que não podia fazer nada pois para a prática de qualquer crime há o percurso de um caminho (iter criminis). Só há relevância para o D.P quando o agente ingressa nos atos de execução.

A primeira fase, interna do iter criminis é a COGITAÇÃO. É nessa fase que surge a vontade delitiva, que no caso é matar. Muitas vezes para-se por aqui. Já percorremos essa fase. Todavia a pessoa anda para uma primeira fase externa mas segunda fase do caminho, são os ATOS PREPARATÓRIOS onde o agente vai se munir de meios para alcançar o seu fim. Portanto, temos a capacidade de antever as consequências dos nossos atos. Nesses atos preparatórios buscam-se meios materiais para alcançar o fim proposto. Essa fase também é indiferente para o D.P.

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Preparar-se para o crime é uma conduta impunível pois o bem jurídico ainda não foi exposto a uma situação real de perigo. Não se pune a intenção.

art. 31 . Determinação, instigação ou auxílio, salvo disposição expressa em contrário não são puníveis, se o crime não chega ao menos a ser tentado.

Só há relevância para o D.P quando atinge-se a terceira fase desse caminho com os chamados ATOS DE EXECUÇÃO, aqui ingressa-se no campo da ilegalidade. Há algumas exceções à essa regra por questão de conveniência.

Art. 288. Fala de formação de quadrilha. O que é isso, senão ato preparatório? Associarem-se mais de três com, o fim de praticar crime. Portanto ingressa-se na ilegalidade mesmo estando ainda nos atos preparatórios.

Mas, quando é exatamente que o agente ingressa nos ATOS DE EXECUÇÃO? Esse é o grande tormento de alguns tipos penais e fica a critério do aplicador da lei, analisar.

Regra geral, o agente inicia os atos de execução quando ele dá início ao ataque ao bem jurídico, quando ele inicia a prática da conduta descrita no verbo. E é a partir desses conceitos é que iremos, caso a caso, enfrentar as situações.

A jurisprudência já pacificou o seguinte entendimento:

o sujeito entra no supermercado, pega uma mercadoria e coloca dentro da cueca. Certamente o indivíduo tem a intenção de subtrair. Só que enquanto ele não passar dos limites do caixa, ele não pode ser preso e se quer por tentativa porque ele ainda está em atos preparatórios e a qualquer momento ele pode pagar.

Cidadão entra na casa para furtar e antes disso é pego. Foi tentativa de furto? Não pois ainda estava em atos preparatórios. Só consumou o crime de violação de domicílio.

No crime de homicídio é necessário que o agente tenha ingressado nos atos de execução de morte. Se a mulher colocou veneno no alimento, a partir desse momento ela entra em atos de execução.

Cidadão tirou arma de fog, apontou para a vítima, ainda não entrou em atos de execução, ainda está em atos preparatórios. Se atirar e não acertar já entrou em atos de execução. O resultado não foi produzido por circunstâncias alheias à sua vontade.

Cidadão pegou a faca, ainda está em atos preparatórios. Deu o primeiro golpe e não acertou, entrou em execução. O juiz pergunta tudo isso.

Aqui estamos estudando o direito material. Não estamos estudando o instrumento utilizado pelo Estado para se aplicar a lei ou para se descobrir autoria e materialidade de um crime. Aqui trabalhamos com o caso concreto mas sempre tem a pergunta que nos incomoda: como vou saber se ele queria matar?

O cidadão que atira na perna do outro quer matar? Tiro na perna mata e as vezes de uma forma mais letal que um tiro no tórax pois se pegar a aveia femural é morte certa por hemorragia.

A quarta e última etapa do iter criminis é a CONSUMAÇÃO.

Dá-se, quando, na conduta se reunirem todos os elementos da definição legal do crime. Quando encontrarmos todos os elementos da definição legal do crime. Sempre temos de partir de um conceito.

art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter para sí ou para outrem vantagem. Aqui a pessoa só é libertada se houver pagamento. A liberdade da pessoa passa a ser moeda de troca.

É um crime patrimonial.

Quando que um crime de extorsão mediante sequestro se consuma? Vejamos: Conduta e Resultado. Conduta é o sequestro de pessoa e o resultado é a obtenção de qualquer vantagem. Quando esse crime se consuma? É quando ele obtém a vantagem econômica? Não.

consuma-se quando na conduta estiverem presentes todos os elementos de sua definição legal. É com essa definição que vamos enfrentar os tipos penais.

No crime de homicídio a consumação se dá com a morte, a conduta é "matar alguém", se não houver a morte não estão presentes na conduta todos os elementos de sua definição legal.

Já na extorsão mediante sequestro temos "sequestrar pessoa, com o fim de obter vantagem", então vejam que o tipo penal se satisfaz com o sequestro de alguém "com fim de". Ele não exige a obtenção do resultado

naturalistico para a consumação. Não podemos confundir o resultado naturalístico, que é a modificação do mundo externo, com a consumação. O crime de extorsão mediante sequestro é um crime formal, de consumação antecipada. Veja que no homicídio, a vítima é levada para o hospital e enquanto tiver vida o fato não é

consumado.

Uma outra observação importante de iter criminis, no que diz respeito ao crime de homicídio, o legislador penal, ao invés de punir o agente, o C.P prestigiou a proteção do bem jurídico.

Dissemos que o cidadão é punido quando pratica crime de tentativa de homicídio. O princípio da legalidade diz que não há crime sem lei anterior que o defina.

Aonde está no C.P a definição do crime de tentativa de homicídio? Não está. Só acharemos "matar alguém". É necessário que encontremos na conduta todos os elementos de sua definição legal? O juízo de tipicidade, de adequação típica é direto: Matou alguém, cai perfeitamente na conduta prevista no Art. 121. Se atira e não mata, a pessoa sai correndo, ilesa, mas a intenção era matar, temos a tentativa.

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Veja que neste caso, na TENTATIVA, que vimos no primeiro período, estamos diante de uma norma de

Extensão. A tentativa prevista no Art. 14, II, D.P é uma norma que amplifica o rol das condutas típicas na medida em que possibilita a autorização da punição daquela conduta que, em tese, seria atípica pois não há o tipo penal de tentar matar alguém. Vejam que é a combinação do Art. 121 com o Art. 14, II, que torna típica a conduta daquele que tenta matar.

O Art. 14, II diz que o crime é tentado quando iniciada a execução, o crime não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. O promotor de justiça quando vai denunciar alguém por tentativa de homicídio, descreve a conduta mas diz "que por erro na pontaria acabou não acertando na vítima por circunstâncias alheias à sua vontade". Depois ele indica o Art. 1 correspondente: "agindo dessa forma, o réu deu início ao crime de homicídio que não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade, razão pela qual sua conduta se amolda ao modelo legal de crime do Art. 121, combinado com o Art. 14, II, do C.P.

O agente, no crime de tentativa de homicídio, também atua com vontade de matar.

Para que determinado comportamento se amolde ao descrito no Art. 121, crime consumado, sob o ponto de vista objetivo o que tenho que ter? A morte de alguém. Sob o ponto de vista subjetivo, no crime consumado, o que tenho de ter? o dolo, que é a consciência e vontade de matar ou animus necandi.

Na tentativa de homicídio, que também é uma figura típica, qual é o elemento subjetivo? O dolo, consciência e vontade de matar, absolutamente de matar. Então sob o ponto de vista subjetivo, os crimes de tentativa de homicídio e o de homicídio se equivalem. O que difere, então um crime do outro? É o elemento objetivo, que na tentativa fica incompleto. No homicídio consumado tenho a

morte e na tentativa de homicídio não há a morte. Então o crime tentado sempre vai equivaler ao crime consumado sob o ponto de vista subjetivo que é a vontade de matar.

Se o agente atirou pra cima, não é ato de execução de homicídio pois não há o dolo, animus necandi, consciência e vontade de matar.

A DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E O ARREPENDIMENTO EFICAZ são hipóteses que o C.P quis proteger o bem jurídico, dando ao criminoso a oportunidade de se arrepender e voltar pra legalidade .

Por exemplo, cidadão ingressou em atos de execução de morte. Se não produziu resultado, temos a tentativa de homicídio, porque o resultado não se produziu contra a sua vontade.

Muitas vezes o iter criminis quase que não dá para identificar; cidadão numa discussão, pensa, saca a arma e atira em questão de segundos. Então cogitação, atos preparatórios, execução e consumação se dão quase que no mesmo instante, mas há a definição. Em alguns crimes há um espaço. O cidadão decide matar, inventa a forma que vai matar, espera a vítima, atira, a vítima só vai morrer semanas depois. Então, entre os atos de execução e a consumação há um intervalo. O C.P, de forma inteligente, diz o seguinte ao criminoso: olha Sr. Criminoso, o Sr. Ingressou nos atos de ilegalidade que são os atos de execução, se o Sr. Desistir

voluntariamente, eu lhe prestigio. Veja que na desistência voluntária, se abre para o agente, uma ponte de ouro que possibilita que o agente a atravesse de volta, rumo à legalidade, desistindo de prosseguir no crime. É a regra do Art. 15. " o agente que desiste, voluntariamente, de prosseguir, só responde pelos atos já praticados. A lei está aliviando o comportamento do agente? Não, está protegendo interesse.

Sujeito deu um tiro e não acertou e pensa: vou ser punido mesmo, vou continuar. Acaba perdendo a chance de voltar para a legalidade e responder só pelo que já praticou como disparo de arma em via pública, exposição da vida de alguém a perigo.

Sujeito desfere uma facada na vítima, ela cai e o sujeito desiste voluntariamente de continuar desferindo golpes contra a vítima. O que era tentativa de homicídio, em função da desistência restará só LESÃO CORPORAL. Na desistência voluntária o sujeito desiste de prosseguir e se ele desiste de prosseguir o resultado não acontece por vontade própria do agente. A tentativa de homicídio é quando o resultado não se produz contra a vontade própria do agente. Então na desistência voluntária, sequer a conduta se amolda à tentativa pois esta exige a vontade de matar e se o agente desistiu não pode ser tentativa.

Na Desistência Voluntária temos uma ABSTENÇÃO DE ATIVIDADE.

O ARREPENDIMENTO EFICAZ acontece quando o agente tendo esgotado todo a potencialidade ofensiva que dispõe contra o bem jurídico, antes da produção do resultado, emprega nova ação tendente a evitar o resultado. Na desistência ele abandona o caminho, ele para a fase de execução; há abstenção de atividade; antes da consumação ele desiste. O arrependimento eficaz se dá quando o agente já percorreu toda a fase de execução mas o resultado ainda não se produziu. Aqui o agente ao invés de deixar de agir ele emprega uma nova conduta com o fim de evitar o resultado morte.

Exemplo: agente descarrega arma com 6 projéteis contra a vítima que cai ensangüentada no chão. O agente portanto, já percorreu todos os atos de execução; esgotou o potencial ofensivo do qual dispunha contra o bem jurídico; portanto, não tem mais como desistir voluntariamente mas tem como se arrepender de forma eficaz. O que ele faz então? Pega a vítima, coloca no carro, leva para o hospital e a vítima é salva e passa a andar de cadeira de rodas. O agente responderá por lesão corporal gravíssima

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Aula 12 agosto 09

O tipo penal ou crime é classificado como Simples ou Complexo quando se refere ao bem jurídico tutelado. O crime é tido como simples quando ó tipo penal tutela tão somente um bem jurídico.

CLASSIFICAÇÃO DO CRIME DE HOMICÍDIO Quanto à Objetividade jurídica.

É um crime que quanto à objetividade jurídica é um crime simples pois tutela tão somente a vida. Ao contrário dos crimes simples há os chamados crimes complexos que é aquele em que o tipo penal tutela mais de um interesse ou bem jurídico em um só artigo, exemplo: o Latrocínio que é um roubo seguido de morte onde o agente mata a vítima para subtrair um bem. É a fusão de dois tipos penais. No latrocínio, Art. 157, 2do, O agente ao praticar o crime está lesando mais de um bem jurídico, portanto, ao classificarmos o Latrocínio quanto à sua objetividade jurídica, o classificamos como complexo.

Quanto à Subjetividade Jurídica

É um crime unissubjetivo pois exige apenas e tão somente a presença de uma única pessoa. É também

conhecido como crime de Concurso Eventual. O Homicídio é praticado apenas e tão somente por uma pessoa e só eventualmente por mais de uma, mas o tipo não exige a reunião ou agrupamento de pessoas. Crime

plurissubjetivo é aquele tipo penal que exige necessariamente a reunião de pessoas sob pena de não se dar a conduta. Se formos classificar o crime de formação de quadrilha, Art. 288, necessariamente temos que

classificá-lo como crime plurissubjetivo também conhecido como crime de concurso necessário. O Art. 288 doz: associarem-se mais de três com o fim de praticar crime. Se duas pessoas associarem-se para praticar crime não há formação de qualdrilha.

É um crime doloso, quanto ao tipo subjetivo, conforme a regra do Art. 18, para. Único, "matar alguém, dolosamente".

Quanto ao momento da Consumação

É um crime material pois o tipo penal descreve conduta e resultado e exige que esse resultado seja conhecido. Normalmente, os crimes materiais, principalmente no processo penal, exigem que o agente seja submetido ao auto corpo de delito e pra que o auto corpo de delito? Justamente para demonstrar a materialidade, para

demonstrar que houve a consequência da conduta. O cidadão é agredido. A primeira coisa que ele faz é se dirigir à delegacia de polícia para que seja encaminhado ao IML, para que um perito constate a lesão, a ofensa pois se ela inexiste, inexiste o crime pois o crime é material. Ofender a integridade física ou a saúde de outrem.

O furto qualificado pela destruição do obstáculo, há nesse caso, a necessidade da ruptura do objeto e os peritos tem de fazer auto de corpo de delito, portanto, uma perícia, na porta, para demonstrar que houve a produção do resultado naturalístico, sob pena da impossibilidade de se agravar a pena do agente. Então o crime de homicídio é um crime material.

Ao contrário dos crimes materiais temos os crimes formais que são os crimes de consumação antecipada, basta que haja a prática da conduta, independente ou não da produção do resultado, o crime estará consumado. Na última aula, começamos a falar sobre o iter criminis dizendo que a última fase é a consumação. A consumação dos crimes materiais se dá com a efetiva produção do resultado, e a consumação dos crimes formais, com a prática da conduta.

Dissemos que o C.P não pune a intenção, mesmo que má; só pune a intenção má exterirorizada, a partir do momento que o agente ingressa nos atos de execução, temos a interferência do D.P pois a partir daí o agente já passa a colocar em risco o bem jurídico.

Nos atos preparatórios, o bem jurídico ainda não sofre o perigo imediato, mas a partir do momento que se inicia o ataque o bem jurídico fica exposto à uma situação de perigo. Se houver resultado, teremos a consumação; se não não houver resultado, desde que seja devido à circunstâncias alheias à sua vontade, ele responde com a pena de crime consumado diminuida, conforme Art. 14, 2do. Todavia, sabemos que só há crime quando houver dano ou criação de uma situação de dano a este interesse.

CRIME IMPOSSÍVEL

Muitas vezes, o agente ao praticar o crime, ao ingressar nos atos de execução, ele, inadvertidamente, acaba se valendo de meios ineficazes para a produção do resultado desejado. Da mesma forma, pode ocorrer de o agente querendo produzir determinado resultado, se vale de um meio eficaz possível para alcançar esse resultado, todavia, ele dispende a sua conduta, a sua atenção em um objeto absolutamente impróprio àquele crime. Essas duas situações se referem ao CRIME IMPOSSÍVEL, que em verdade não é crime, pela sua absoluta

impossibilidade. Se quero matar, e a vontade é sincera de matar e ingresso na execução de morte, é necessário que me valha de meios eficazes para a produção do resultado. Se eu, mesmo ignorando, utilizar de meios absolutamente ineficazes para produzir a morte, não há que se falar, sequer em tentativa. Vejam que no crime impossível, dada a absoluta ineficácia do meio, o bem jurídico, em momento nenhum, fica exposto à situação de perigo.

A mulher, querendo matar o marido, e a vontade é sincera, vai até a loja e compra veneno de rato. Introduz no alimento do marido dose suficiente para matar. Ele se alimenta e não morre. Ela vai ao frasco de veneno e

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observa que, mesmo depois de ter praticado toda a conduta, o vendedor se enganou e lhe vendeu uma substância inócua, imprestável para a produção da morte. Que crime esta mulher praticou?

Tentativa de homicídio? Temos a fase da cogitação? Sim. Houve atos preparatórios? Sim. Ingressou na

execução ? Sim. A vItima não morreu pois o meio utilizado por ela demonstrou-se absolutamente ineficaz para a produção do resultado morte.

Da mesma forma, muitas vezes o agente se vale de um meio eficaz, todavia, quando vai atacar o bem jurídico o faz contra o objeto absolutamente impróprio para aquele crime. Não se mata aquele que já está morto. Não se engana, nos crimes de estelionato, com objeto imperceptível e constatação de que é falso.

O Art. 17 aplicável ao homicídio diz que "Não se pune a tentativa quando a absoluta ineficácia do meio, ou por absoluta impropriedade do objeto, o crime não se consuma.

Exemplos:

Agente matou, esquartejou mulher. Veio a denúncia de homicídio qualificado pela torpeza dos motivos, ocultação de cadáver pelo esquartejamento e estupro pois ela foi objeto de violência sexual. O tribunal de justiça afastou a acusação de estupro porque a perícia verificou que no momento da conjunção carnal a vítima já estava morta. O crime de estupro prevê que seja mulher, com vida. Portanto essa conduta configura outro crime que é o de vilipêndio a cadáver, aí sim o objeto é próprio.

Pai e filho se desentendem muito e a mãe pega a arma do pai e retira a munição. O pai pega a arma e atira no filho com intenção de matar, aciona o gatilho por várias vezes contra o filho. Obviamente ele não morre pois a arma estava sem munição e ele não sabia dessa circunstância. Há tentativa de homicídio? Não, pois o meio por ele utilizado era absolutamente impróprio.

Nos crimes de estelionato, quando se demonstra que o objeto que o agente se utilizou para enganar a vítima não tinha o condão de enganar ninguém.

Se a ineficácia do meio for relativa, haverá crime tentado, ou seja, tentativa.

Arma desmuniciada, dose insufuciente de veneno é um meio ineficaz de produzir resultado morte.

Cidadão pega uma arma de briquedo, aponta para o transeunte e lhe rouba a carteira. Cidadão sai correndo e acaba sendo preso. Responde por roubo consumado? Sim pois o meio utilizado era absolutamente próprio para intimidar. A discussão é para saber se o roubo é qualificado pelo emprego da arma ou não. Arma de brinquedo autoriza a incidência da qualificadora? Sim pois intimida da mesma forma. Agora, quando o meio é imprestável para intimidar não há qualificadora.

Sujeito fabrica nota de 200 Reais e tenta passar para frente. Não tem efeito pois é um meio ineficaz para enganar qualquer pessoa.

A impunibilidade num crime impossível, onde o meio é ineficaz ou o objeto é impróprio está ligada à não materialidade do crime?

Não. A impunidade está ligada ao fato do bem terpermanecido incólume e em nenhum momento ficou exposto à situação de perigo.

Na tentativa branca o agente atua e a vítima sai ilesa, ou seja, mesmo com os disparos a vítima sai ilesa. É tentativa de homicídio pois o agente valeu-se de um meio eficaz.

Num crime impossível o agente se vale de um meio absolutamente ineficaz.

Nos crimes materiais é imprescindível a demonstração do NEXO DE CAUSALIDADE. Diferentemente do crime formal pois nesse não há necessidade de resultado. No crime material existe a necessidade de demonstrar que foi a conduta do agente que gerou o resultado morte, portanto, nexo de causalidade.

A regra do Art. 13 do C.P que diz que o resultado que depende a existência do crime (portanto crimes materiais) somente é imputado a quem lhe der causa. Tenho que, para atribuir responsabilidade penal a alguém,

demonstrar que foi a conduta positiva ou negativa do agente, a causa eficiente do resultado. Aí vem a pergunta: o que é causa do resultado?

Se empresto a arma para o agente e ele atira e produz o resultado morte, certamente a aconduta de emprestar a arma foi causa do resultado morte. A instigação também é causa.

Portanto é uma Conditio sine quanon, condição sem a qual o resultado não teria ocorrido. Agora, dar um copo de água para o agente ante da ação.

HOMICÍDIO PRIVILEGIADO

No parágrafo 1ro. Do Art. 121 encontramos algumas situações que agregadas ao tipo básico do homicídio, tornam o crime ou a conduta menos grave, levando a uma diminuição da pena, ou menor grau de

sensurabilidade do homicídio.

A motivação do crime, aquilo que levou o cidadãoa a matar, é uma circunstância que muito embora não justifique o crime, diminue seu grau de sensura.

O elemento subjetivo da conduta em regra é o dolo: todavia há tipos penais que não se contentam com o dolo genérico. Há tipos penais que agregam ao dolo um ESPECIAL MOTIVO DE AGIR, ou seja, que o cidadão haja com um fim específico.

Homicídio Privilegiado: se o agente comete um crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob violenta emoção por provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3.

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Matou por que? Matou para ficar com a herança do pai. Olha que motiva'ão torpe, desprezível. Matou por que? A motivação do crime é uma motivação nobre que muito embora não autorize o crime, diminui seu grau de

censura. Na legítima defesa, temos tabém uma conduta típica mas não há autorização para matar. O que há é tão somente é a diminuição do grau de reprovação que vem pela imposição de uma pena menor.

Temos 3 circunstâncias de natureza subjetiva de motivação. MOTIVO DE RELEVANTE VALOR MORAL.

O cidadão foi levado ao crime por motivo de relevante valor moral. Matou por um sentimento relevante.

Quando o agente comete um crime por relevante, significante valor moral isto se refere aos seus princípios, aos seus valores, aquilo que ele carrega consigo de comportamento socialmente adequado, valores religiosos, morais de preservação da família.

O pai quando mata o estuprador da sua filha, não se controla e movido por esse sentimento de repúdio ao estupro, acaba matando o estuprador. Aqui encontramos além do dolo genérico, vontade de matar, uma vontade específica ou especial do agente, de relevante valor moral. Aqui há uma alteração da tipicidade. Se eu pego a conduta desse pai e a moldo ao modelo legal de crime do Art. 121, eu não vou encontrar correspondência, vou encontrar correspondência na lei especial. Aqui vou encontrar uma circunstância que inexiste na norma geral que é o ato de matar alguém. O pai vai ser punido pelo crime, mas com a incidência de um privilégio. Quem diz se o motivo é ou não de relevância moral são os jurados, ou seja, á sociedade que vai fazer justiça levando em conta o sentimento de seu próximo.

POR MOTIVO DE VIOLENTA EMOÇÃO.

Também privilegia o homicídio doloso, quando o agente mata sob o domínio de violenta emoção (mais um especial motivo de agir), logo após injusta provocação. Tem de ser logo após injusta provocação o que é uma provocação injusta e como vou saber se o agente estava submetido a forte emoção? São os jurados que dirão. Dê-me os fatos que te dou o direito. Os jurados vão ouvir as partes e decidir.

Se trocarmos "injusta provocação" por "injusta agressão", estaremos legitimando o homicídio, retirando dele o caráter de ilicitude. A pessoa que é injustamente agredida pode repelir esta agressão valendo-se de meios próprios para tal desde que os utilize de forma moderada. Na legítima defesa temos uma injusta agressão que dependendo da situação pode ser afastada através de meios necessários, desde de que de forma moderada. Não veremos como hipótese qualificadora a premeditação como forma de agravamento do crime pois ela não interfere no nível de censura, pois todos os crimes são premeditados.

HOMICÍDIO QUALIFICADO

Nestes crimes encontraremos circunstâncias objetivas e subjetivas que vão AUMENTAR o grau de reprovação da conduta. Na qualificadora encontraremos circuntâncias relacionadas ao meio e ao modo de execução, além de circunstâncias subjetivas que se referem à motivação.

Se o homicídio é cometido:

I . Mediante paga ou promessa de recompensa.

Aqui, encontraremos, agregado ao tipo básico de matar, também o " ESPECIAL FIM DE AGIR" que é um elemento de natureza subjetiva. É subjetivo por que é anímico, de motivação. O agente age sob promessa de recompensa. Aqui não se trata de uma motivação nobre e sim desprezível, torpe, causa repugnância.

No Para os matadores se oferecem por até 3000 Reais para tirar a vida de alguém.

II . Por qualquer outro motivo torpe. O motivo torpe, da mesma forma que a paga ou promessa de recompensa, é aquele motivo desprezível, adjeto, absurdo que choca, repugna a sociedade.

Torpeza é motivo subjetivo ligado ao especial fim de agir que, agregado ao dolo aumenta o grau de reprovação. III . Por motivo Fútil . É a desproporção da ação frente a sua causa.

Sujeito mata o outro porque este lhe subtraiu a banana frita da marmita.

Futilidade também é um especial fim de agir que agragado ao dolo aumenta o grau de reprovação do crime. Portanto Torpeza e futilidade são especiais fins de agir.

IV . Aqui a hipótese também aumenta o grau de sensura, não em razão de sua motivação mas, em razão do MEIO UTILIZADO para matar. Aqui estamos diante de elemento de natureza objetiva ou descritiva pois fazem parte da parte externa do comportamento proibido.

O homicídio praticado por meio do emprego de veneno é uma circunstância que em nada altera a motivação. Tem uma maior reprovação da lei porque nesses casos a vítima não tem como se defender, fica vulnerável ao acaso, ao destino, ao fato não perceptível.

Toda vez que o bem jurídico estiver menos protegido, a lei vailhe emprestar maior proteção.

Um furto realizado à noite, durante o repouso noturno, há o aumento de pena, pois à noite o bem jurídico está menos protegido.

Os tribunais só qualificam o crime de homicídio pelo emprego de veneno quando ele é empregado

clandestinamente. Se é empregado de forma ostensiva, mediante imposição, não há incidência da qualificadora pois esvazia-se a ratio legis ou seja o motivo pelo qual incide-se o aumento de pena.

Portanto, os crimes dolosos praticados ou com especial fim de agir ou em razão do meio utilizado provocam uma maior reprovação da sociedade e sofrem alteração na pena aplicada.

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penal Aula 17 ago Homicídio Qualificado.

-- Motivação (especial fim de agir).

-- Modo de Execução (traição, emboscada, dissimulação ou outro recurso que impossibilite a defesa da vítima). -- Meio para Execução (emprego do veneno, fogo, explosivo e causam sofrimento desnecessário à vítima). é impossivel termos em um crime termos as circunstâncias qualificadora e a privilegiadora juntas, se ambos os motivos forem de ordem subjetiva.

Só é possviel se as circunstância qualificadora for objetiva e houver o privilégio. Como no caso do pai que tortura e mata o estuprador de sua filha.

Homicídio é um crime material, portanto, comissivo (por ação).

O crime comissivo por omissão = omissão imprópria = acontece com os garantidores da preservação ao bem ou interesse = a mãe em relação ao filho, o carcereiro em relação ao preso, o salva-vidas com relação aos

banhistas.

Homicídio Culposo -- Tipo penal Aberto.

A em seu carro com tudo certo, atinge B que pula na frente de seu carro e morre. Requisitos:

1 . comportamento Humano voluntário. 2 . resultado Involuntário.

3 . nexo de Causalidade.

4 . inobservância do cuidado objetivo (imprudência, negligência e imperícia). 5 . ausência de Previsão.

Transcrição 17 ago

No parágrafo 1ro do Art. 121 - Privilégios, encontraremos motivos que diminuirão o grau de reprovação da conduta mas não se trata de hipótese de justificação de homicídio. Na legítima defesa o ato de matar é lícito. A pessoa para preservar sua vida está autorizada por lei a matar desde que ao agir o cidadão estará reafirmando o direito negado pelo agressor que ingressa na ilegalidade e ataca alguém. A legítima defesa é uma conduta típica e sempre será. Todavia se a confrontarmos com o ordenamento jurídico chegaremos à conclusão que ela está justificada, autorizada por lei. Há, portanto harmonia entre o ordenamento e o comportamento.

Nas hipóteses de privilégio, o agente age ilicitamente, não amparado por lei. O que há é tão somente circunstâncias que motivaram a conduta do agente que vem a diminuir seu grau de reprovação.

No privilégio, só encontramos circunstâncias de natureza subjetiva, anímica, volitiva de motivação que é o DOLO + ESPECIAL FIM DE AGIR.

O caput do Art. 121 "matar alguém" se contenta com o dolo genérico que é a consciência e vontade de matar. Veja que a descrição típica da conduta vai se alterar se encontrarmos um fim específico, que é quando o agente mata por motivo de relevante valor moral ou social, e isso não é um simples desejo de matar, é matar movido por um fim específico.

Ao contrário, no homicídio qualificado, nas primeiras hipópteses que estudamos, vamos encontrar uma

motivação menos nobre, o agente atua por motivo fútil, desproporcional à sua atitude, por motivo torpe, que é um motivo desprezível, o mata por paga ou promessa de recompensa e nessas três situações encontramos ainda um ESPECIAL FIM DE AGIR. Estamos ainda nos referindo à motivação do crime.

No homicídio qualificado, na conduta não encontramos apenas o dolo genérico (consciência e vontade de matar), não! Consciência e vontade de matar mas movido pela futilidade, pela torpeza, como no caso do cidadão que matou o companheiro de obra porque ele furtou a banana frita da marmita. Então no homiciídio qualificado, a motivação se refere ao especial fim de agir. Há tipos penais em que encontraremos essa exigência, que

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Numa briga de trânsito, onde uma pessoa mata a outra, isso é homicídio. Todavia, se for por futilidade, torpeza ou paga/promessa de recompensa, a conduta se reveste de maior gravidade.

Na qualificadora do homicídio encontramos também circunstâncias de natureza objetiva (a que faz parte do aspecto externo ou visual da conduta, como meios de execução, modo de execução do homicídio) que são elementos que agregados ao tipo básico de natureza cognitiva é que vão aumentar o grau de reprovação da conduta.

Na última aula nos referimos às hipóteses do inciso III do Art. 121. Veja que aqui, não se trata de motivação ESPECIAL FIM DE AGIR, aqui estamos diante de elementos descritivos ou objetivos, que fazem referência à parte experna do comportamento proibido.

O crime será de homicídio qualificado quando o agente se vale do meio "veneno" ou modo que é traição, emboscada, dissimulação.

todas as vezes em que o bem jurídico estiver menos protegido, o C.P lhe empresta mais proteção. É uma ficção jurídica mas é o raciocínio da lei. Veja que para que haja a incidência da qualificadora, o veneno deve ser empregado de forma clandestina, incidiosa, sem que a vítima perceba e isso é um entendimento jurisprudencial, pois a razão da incidência da qualificadora está justamente no fato da vítima não ter como se defender do ataque pois desconhece a existência do veneno. Se o veneno for empregado de forma violenta não haverá incidência de qualificadora.

Portanto, vimos que o homicídio é qualificado quando o agente emprega formas ou meios especiais para matar alguém. Aqui, ao contrário do Privilégio o ESPECIAL FIM DE AGIR se configura como circunstância que aumenta o grau de reprovação. No privilégio o comportamento é típico, ilícito e o agente é culpável. Todavia, no momento que eu vou retribuir o mal praticado, o grau de censura é menor.

Veneno, fogo, explosivo são meios que causam sofrimento desnecessário à vítima. A lei diz que toda vez que hover causação de sofrimento além daquele necessário para a produção da morte, o grau de censura será maior.

temos que entender isso pois nós como operadores do direito, temos o dever de adequar a conduta frente ao modelo legal de crime.

O homicídio qualificado é uma figura típica autônoma do homicídio simples do caput do Art. 121. Matar alguém. Se o agente usa veneno, há uma alteração da adequação típica, e a conduta não se amolda mais ao tipo penal genérico do homicídio. Há a presença de elemento descritivo ou objetivo....explosivo, asfixia, tortura ou outro meio incidioso ou cruel. Aqui a lei traz situações específicas e depois abre para um raciocínio mais amplo "ou qualquer outro meio incidioso ou cruel", isso não é um cheque em branco para o juiz incluir toda e qualquer situação. São situações análogas às situaçoes anteriormente previstas.

Veremos também que o agente pode se utilizar de determinados MODOS DE EXECUÇÃO, traição, emboscada, dissimulação, situações em que a vítima não tem como prever o ataque, em que o bem jurídico está mais vulnerável, e o que faz a lei? Lhe empresta maior proteção. Então no inciso IV o agente mata usando modos especiais de forma que a vítima é pega de surpresa. Traição, emboscada, dissimulação ou outro recurso que torne difícil ou impossibilite a defesa da vítima. Essa parte é um tormento para os advogados de defesa pois a promotoria que sempre age pautada no critério da justiça, muitas vezes os jurados são facilmente iludidos pela redação do homicídio. Tais promotores promovem analogia o que não é permitido no C.P exatamente para proteger o cidadão contra os excessos da lei. O D.P só admite a interpretação analógica que é sempre precedida de situações explicativas. Não é qualquer outro meio mas apenas os similares à traição, emboscada e

dissimulação.

Analogia é quando se aplica a lei à uma situação não prevista nela, porém análoga. Aqui é a própria lei que autoriza o interprete a avançar e abarcar situações similares à que ele anteriormente preconiza.

Não estamos falando de elementos subjetivo "motivação" mas sim de elementos objetivos/descritivos como modos de execução para o crime.

Inciso V. Diz: para assegura a execução, a ocultação, a impunidade, ou vantagem de outro crime. Aqui o

homicídio está relacionado com a prática de outro crime que o agente quer ocultar para permanecer impune. Ex. Assaltante mata a testemunha para evitar identificação futura.

No homicídio privilegiado encontramos circunstâncias de natureza subjetiva ESPECIAL FIM DE AGIR que diminui o grau de censura na conduta, já a qualificadora vamos encontrar também um ESPECIAL FIM DE AGIR nos modos e meios de execução, portanto elementos descritivos, objetivos, externos ao comportamento. Ai vem a pergunta: há a possibilidade do homicídio ser qualificado e privilegiado ao mesmo tempo? Ou seja pegar pena de 12 a 30 anos com incidência de privilégio? Seria um homicídio qualificado privilegiado. Sim desde que não sejam todas circunstâncias de natureza subjetiva, porque as circunstâncias subjetivas do privilégio exclui a possibilidade da presença dos elementos subjetivos da qualificadora pois não podemos reconhecer que numa só conduta, uma motivação nobre, motivo de relevante valor moral e ao mesmo tempo que essa conduta é fútil ou

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torpe. Não posso admitir que o agente agiu com torpeza e ao mesmo tempo reconhecer que ele agiu impelido pelo domínio de violenta emoção logo após injusta provocação da vítima.

As circunstâncias de natureza subjetiva são incompatíveis no privilégio e na qualificadora. Todavia é

absolutamente possível dar coexistência de circunstância objetiva que qualifica o crime de homicídio, razão pela qual aumenta a pena e, o reconhecimento de um privilégio, aí sim de natureaza subjetiva. Entendendo: o agente pode matar a vítima valendo-se do meio veneno, que é parte externa da conduta. É um homicídio qualificado. Mas matou por que? Por motivo de relevância moral ou social. Como nos crimes de Eutanásia onde o agente mata o pai com veneno para cessar o seu sofrimento de saúde, ou mata por tortura o estuprador da filha. No privilégio só há circunstâncias subjetivas

Na qualificação há circunstâncias objetivas e subjetivas.

Para que haja produção de algum resultado naturalístico, é necessára a ação. Um ferimento só é feito se houver ação e nunca por omissão. Posso por omissão deixar de evitar o resultado mas nunca causá-lo. O homicídio é um crime material, é preciso que do comportamento haja um nexo de causalidade, um liame entre ação e resultado. Um crime de homicídio é um crime comissivo e não omissivo que são raros e quando existem o tipo penal descreve como conduta com abstenção de atividade. Deixar de prestar socorro quando possível fazê-lo, isso é um crime homissivo próprio. Já nos crimes materiais o verbo indica uma ação como matar, subtrair. Sabemos que quando o C.P enfrentou o nexo de causalidade disse que "o resultado de que depende a

existência do crime, somente é imputável àquele que lhe der causa". O crime de homicídio consumado depende da produção da morte e essa morte só pode ser imputada a quem lhe der causa. Considere-se causa, toda ação ou omissão sem a quam o resultado não teria ocorrido, conditio sine qua non, condição sem a qual o resultado não teria se dado.

Há o crime comissívo por omissão ou omissão imprópria, entendendo: uma criança se afogando, eu passo e cruzo os braços, qual crime pratico? Homicídio? Não pois não fui eu quem produziu o resultado. Poderia ter evitado, portanto, incorro em omissão de socorro. Todavia, quando C.P enfrentou o nexo de causalidade, elegeu algumas pessoas como garantidor da não superveniência de resultado lesivo. O garantidor se vê numa relação com o bem jurídico, diferente da pessoa comum. Ele tem o dever legal de tutelar, preservar, zelar pelo interesse: A mãe em relação ao filho, o carcereiro em relação ao preso, o vigia em relação ao patrimônio, a babá em relação à criança, etc.

Art. 13, paraágrafo II, descreve o rol de garantidores e diz que a omissão será penalmente relevante quando o agente tinha o dever de agir.

O dever de agir incumbe a quem? Então, não é qualquer omissão, é uma omossão penalmente relevante. Veja que ai o C.P vai atribuir a causação do resultado ao agente não porque agiu mas porque deixou de evitar. O nexo causal aqui não é explicado fisicamente, é um nexo de causalidade normativo, invenção da lei. O nada nada causa. Todavia, o nexo de causalidade normativo a algumas pessoas se é atribuido como causador dele. A . Tenha obrigação de cuidado, proteção. Tem dever por lei, não é moral. E se não agir, o resultado lhe será imputado como se fosse causador.

A mãe mata o filho se não alimentá-lo. Quem matou foi a inanição mas a mãe é responsável.

B . De outra forma assumiu a responsabilidade de impedir o resultado. Mãe pede para o cidadão cuidar do filho na piscina e vai ao banheiro. A crança morre afogada e o cidadão é responsável pelo resultado morte da criança e responde por homicídio doloso.

Então o crime de homicídio é possível que seja praticado por omissão mas imprópria.

Se dissermos que A disparou arma de fogo contra B com a consciência que estava atingindo B e com vontade de matar. Resultado morte. Posso dizer que esse fato se amolda ao modelo legal previsto no Art. 121caput ? Pode. Pode ser que a conduta seja licita, pode ser que o agente não seja culpável caso seja menor de idade, mas típica sempres será. Portanto, se eu disser que A produziu amorte de B e com a sua conduta deu causa a morte de B, voluntariamente, eu sempre estarei diante de um crime homicídio doloso, tipo fechado.

Agora, vejam esse mesmo raciocínio para um resultado morte involuntária. A, com sua conduta humana, produziu amorte de B de forma involuntária.

No crime culposo o agente também age voluntariamente, involuntário é o resultado. Após sua conduta deu causa, nexo de causalidade, morte de B. Posso dizer que essa conduta se amolda ao modelo legal de crime do Art. 121,III ? NÃO. Porque o tipo penal culposo

é um tipo ABERTO. É preciso que para que a conduta se amolde ao modelo legal de crime aberto, eu encontre na conduta todos os elementos caracterizadores da culpa. Mas se a conduta de A foi a causa da morte

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Entendendo:

Cidadão esta conduzindo veículo em bom estado de conservação e em velocidade adequada à rodovia e em um determinado instante um sujeito pula em frente o seu veículo e morre atropelado. A conduta de A se amolda ao modelo legal de um crime culposo? Veremos que não pois não estão presentes na conduta de A, todos os requisitos caracterizadores da culpa.

Num tipo fechado sempre temos a conduta de forma completa. Se dou causa à morte de alguém voluntariamente, a conduta é típica. Se o resultado for involuntario, não sei, tenho que ver os elementos caracterizadores da culpa.

Cidadão praticando tiro ao alvo, atira e mata pessoa que passa por trás do alvo, em local proibido e fechado. Quem deu causa à morte? Disparo de arma de fogo, comportamento humano voluntário e resultado involuntário. Esse comportamento se amolda ao modelo do Art. 121,III? NÃO. É preciso que encontremos na conduta os elementos caracterizadores da culpa.

Cidadão mata assaltante dentro de sua casa. Praticou certamente fato típico e será preso em flagrante delito, mas juiz relaxará prisão pois apesar da conduta ser típica ela é lícita.

o atirador que atirou no alvo e matou pessoa que passava atrás do alvo. Será conduzido à delegacia mas praticou comportamento atípico pois não encontramos na conduta os elementos caracterizadores do crime aberto:

Para o comportamento ser culposo posso dar causa a vários resultados, eu com a minha conduta produzí um resultado lesivo, todavia, esse resultado não tenha advindo de um comportamento culposo.

Cumprimeto um recém operado e causo sangramento. Minha conduta foi humana e voluntária mas produzí um resultado lesivo à sua integridade física. Temos então, nexo de causalidade, nexo, resultado. A minha conduta se amolda ao modelo de lesão corporal culposa? NÃO, pois falta um dos requisitos da culpa que é a

PREVISIBILIDADE DO RESULTADO. O crime culposo surge quando deixamos de prever aquilo que é passível de ser previsto pelo homem médio.

Para que haja crime culposo tem de existir: 1 . comportamento humano voluntário. 2 . causação de resultado involuntário.

3 . Nexo de causalidade. (liame antre ação e resultado).

4 . inobservância do cuidado objetivo (cuidado carcyerístico para aquela atividade) - essa inobservância exterioriza-se através da imprudência, negligência, imperícia.

5 . Previsibilidade. penal 19 ago

No crime doloso o agente age com objetivo de tirar a vida. DOLO DIRETO

Atua com dolo aquele agente que quiz produzir o resultado. Teoria da vontade. DOLO EVENTUAL

o CP adotou a teoria do consentimento. O agente não quer produzir o resultado mas se o resultado se der ele tolera. Portanto é o que assume o risco que age com dolo eventual.

Quando o motorista embreagado atropela e mata alguém. Seja como for, agirei, sei que posso atingir alguém, mas que se dane...vai e produz o resultado. Teoria da aceitação.

CULPA COMUM ou Inconsciente

o resultado não lhe é representado. Agente atua e contra sua vontade ocorre o resultado. CULPA CONSCIENTE

Atirador de facas contra sua assitente. O resultado lesão lhe é apresentado como possível? Sim, mas ele acredita fortememente que o resultado não ocorrrerá.

COMPENSAÇÃO DE CULPAS = IMPOSSIBILIDADE.

Não há a possibilidade em razão da concorrência de culpa que se dá quando o resultado lesivo advem da soma de mais de um comportamento culposo.

A com excesso de velocidade e B avança o sinal. Batem e saem gravemente feridos. O resultado se deu em função da soma de conduta dos dois. Mas cada um paga pelo seu crime.

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TENTATIVA = IMPOSSIBILIDADE.

No crime culposo a conduta só é reprimida se houver o resultado lesivo. Nos crimes culposos é impossível o resultado tentado.

Art. 122 Induzimneto, Instigação e Auxílio ao Suicídio. penal aula 24 ago

Art.122 - INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO. SUICÍDIO : Morte voluntária, relizada pela própria vítima.

SUJEITO ATIVO é que age no induzimento, instigação ou auxílio.

SUJEITO PASSIVO : Pessoa com mínimo de dicernimento ou resistência.

ELEMENTO SUBJETIVO : Dolo Comum, material, instantâneo, comissivo, de dano, unissubjetivo, de forma livre. Consciência e vontade de causar o resultado.

CLASSIFICAÇÃO : Crime Comum, material, instantâneo, comissivo, omissivo impróprio ou comissivo por omissão, de dano, unissubjetivo, de forma livre.

PACTO DE MORTE : Roleta russa todos os que participam da brincadeira praticam instigação. Para que haja induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, essa ação tem que ser relevante. Art.123. INFANTIÍDIO.

É na verdade o homicídio privilegiado.

Matar, sob influência do estado purperal, o próprio filho, durante o parto ou log após. Sujeito ativo = mãe + estado puerperal + influência do puerpério.

Sujeito Passivo : próprio filho + recém nascido.

Tipo Objetivo: lapso temporal : "logo após" / "durante o parto".

É um enfraquecimento da vontade, que faz com que a mulher mate o seu próprio filho. Mata dolosamente, com consciência, sabendo que vai matar. Esse enfraquecimento deve ser a causa certa do crime de infanticídio. Transcrição aula 24 ago. 09

Art.121, III - Homicídio Culposo.

Vimos que aqui há uma exceção à regra geral. Salvo nos casos expressos em lei, ninguém será punido por crime, senão quando pratica dolosamente. Temos, portanto, uma exceção, "salvo os casos expressos em lei". Vemos que, tendo em vista a relevância do interesse, vida, o legislador optou por proteger a vida também quando o agente der causa ao resultado de forma involuntária. Na vida em sociedade temos que ter zelo e evitar praticar condutas que eventualmente possam causar dano a algum interesse. Se dessa conduta imprudente, negligente ou imperita resultar a morte, haverá a adequação típica da conduta frente ao modelo legal acima que recebeu o título de crime culposo.

O resultado de um crime culposo é sempre involuntário apesar de ter um comportamento humano voluntário, não querido nem mesmo eventualmente pelo agente. Sabemos que o C.P não faz distinção entre dolo direto e dolo eventual. Matar a título de dolo eventual é homicídio doloso, Art.121 caput. No parágrafo 3ro, o resultado morte sempre se dá de forma involuntária, não querida, não tolerada nem mesmo eventualmente.

Art.121, III - traz hipóteses de causas de aumento de pena no homicídio culposo.

No homicídio culposo a pena é aumentada de 1/3 se o crime resulta de inobservância técnica de profissão, arte ou ofício. A crítica para alguns doutrinadores é que estaríamos diante de dupla punição incidindo sobre um mesmo fato (um bis in idem) pois isso nada mais é do que a imperícia que é a demonstração de inaptidão profissional. A imperícia exige conhecimento da matéria ou experiência suficiente. A imperícia caracteriza a culpa e em cima dessa culpa ainda vai haver um aumento de pena?

Na segunda parte temos uma causa de aumento de pena, aqui há um maior desvalor da conduta. Não é qualquer homicídio culposo mas o que o sujeito deixou de prestar imediato socorro à vítima. Há um maior grau

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de reprovação, de sensura deste comportamento. A morte involuntária se deu em razão do comportamento descuidado e ainda assim o agente deixou de prestar socorro quando possível fazê-lo. A omissão de socorro aqui é voluntária, o que é involuntário é a causação da morte, agora, o deixar de prestar socorro tem de ser uma conduta dolosa. Em muitos casos o agente não prestou socorro pois podia ser vítima de linxamento. Agente atropela e mata a vítima e invariavelmente não presta socorro por medo de ser linxado.

Não procura diminuir as consequências do seu ato. Muitas vezes não presta socorro mas pode minimizar as consequências advindas de seu comportamento decuidado.

Ou foge para evitar prisão em flagrante. Aqui, mais uma crítica da doutrina. Aqui, o maior desvalor da conduta repousa no fato do agente fugir para não ser preso. Segundo alguns doutrinadores essa frase é inconstitucional pois está em desarmonia com a CR pois obriga o agente a negar a sua própria natureza humana e ter que se entregar à autoridade policial para ser preso. A mãe que esconde o filho perseguido pela polícia não pratica o crime de Favorecimento Pessoal porque a lei não pode negar o instinto da mãe. Agora, se outra pessoa favorecer, pratica o crime. Da mesma forma que a lei não pode exigir do agente confissão do crime, produzir prova contra sí.

Sendo doloso o homicídio a pena é aumentada de 1/3 se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 anos ou maior de 60 anos. Quanto menos protegido o interesse maior proteção da lei. Essa causa de aumento de pena só existe no crime doloso pois no culposo o resultado não é querido.

Paragr. 5to. PERDÃO JUDICIAL

Vem para evitar uma punição desnecessária e também não quebrar a aharmonia do CP. Isso porque o resultado involuntário produzido pelo autor não é querido e inclusive indesejado por ele. Ele recebe como consequência do seu ato, um abalo moral, psicológico. Quem mata alguém culposamente não festeja a morte, ao contrário, passa por momentos de crise, trauma, pelo comportamento. Em alguns casos essa consquência é tão grave para o agente que uma punição se torna desnecessária. " Quando as consequências do ato forem tão gravosas para o autor, seja do ponto de vista psicológico como físico, pode o juiz aplicar-lhe o perdão judicial. O agente será condenado pois realmente praticou o fato típico, antijurídico esulpável, todavia, na dosimetria da pena, o juiz estará impedido de atribuir um castigo em razão da punição em razão das consequências de seu ato. A jurisprudência exige que haja entre o autor e vítima uma relação de extrema relevância afetiva; não basta ser namorado, amigo; é preciso que haja um vínculo estremamente forte entre as partes para que o juiz autorize a aplicação do perdão.

Art.122 - INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO.

Outro artigo que traz proteção à vida. A vida é um interesse ou bem jurídico indisponível. Não posso autorizar alguém a mematar mesmo que o agente seja movido por um sentimento nobre.

A Eutanásia é tirar a vida de alguém movido por um sentimento nobre. Aliviar a dor dos paciente terminais é homicídio doloso, inclusive.

Se eu atentar contra a minha própria vida, não serei punido por questões de política criminal. Muito embora eu não esteja praticando uma conduta criminosa sob o ponto de vista da eli, estarei praticando um comportamento ilícito, anti-social.

Punir a pessoa que tenta se suicidar é agravar o sofrimento de quem não preza nem mesmo a própria vida. Se o cidadão não preza sua própria vida, dira, sua liberdade.

Se tento impedir alguém de se matar não estarei praticando crime de Constrangimento ilegal que é constranger alguém usando violência ou ameaça para que ela faça o que alei não determina que ela faça, ou que eu impeça ela de fazer algo que a lei não proiba. Como a lei não proibe o suicídio e se eu impeço alguém de se suicidar estarei praticando constrangimento ilegal, mas proibo por questão de política criminal. O legislador trouxe uma exclusão da tipicidade quando o constrangimento se dá para evitar o suicídio.

O legislador atento, trouxe uma exclusão da tipicidade, quando o constrangimento se dá para o suicídio.

Art.146,III. Não se compreendem na disposição deste artigo: a intervenção médico cirúrgica, a coação exercida para impedir o suicídio.

Todavia, o CP pune aquele que, muito embora, não produza o resultado mote, de alguma forma contrubua para este. A Instigação, o induzimento e o auxília, a princípio, é o nome jurídico dado à conduta descrita no Art.122 CP.

Vemos que esses agente não pratica atos de execução de morte.

Instigador é aquele que auxilia moralmente mas não é ele quem pratica atos de execução que levarão à morte. Não há nexo de causalidade entre a ação daquele que auxilia e a morte produzida pela própria vida.

Suiídio é a morte voluntária realizada pela própria vítima. É a vítima que com a sua conduta, positiva ou negativa, produz resultado morte.

O Art.122 traz como sujeito atípico da conduta a quele que vá interferir na vontade do agente por meio do induzimento ou da instigação que são forma moral de contribuição para o resultado.

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-- Induzimento = o autor faz surgir na vítima a vontade de se matar que antes não existia. -- Intigação é o reforço de uma vontade pré existente.

-- Auxílio se dá de forma material. O sujeito não participa do convencimento mas fornece, ao suicida, meios materiais para a prática da morte.

Certamente que em ambos os casos a vítima tem que estar em uma situação vulnerável.

O tipo possui três verbos mas não são cumulativos. A prática de mais de um deles não propricia o concurso material.31:32

Sujeito Passivo no crime de Instigação, induzimento e auxílio a súicídio é pessoa com mínimo de dicernimento ou resistência.

Encorajar uma criança de 10 anos a puxar ogatilho contra sua própria cabeça não é instigação ao suicídio, e sim homicídio doloso. A vítima foi utilizada como instrumento de sua própria morte. Ele é o autor mediato do

homicídio que se valeu de pessoa interposta pessoa que age sem culpabilidade. Na instigação, a pessoa, muito embora vulnerável, tem dicernimento e resistência que é minada pela proposta e pelo convencimento do instigador. Faltando dicernimento e resistência, é homicídio, praticado pelo próprio instigador, autor mediato da conduta. A criança que puxou o gatilho foi mero instrumento do autor mediato.

No auxílio, em momento nenhum o agente pode tomar parte nos atos de execução da morte, se ele participa ele é homicida.

Esse auxílio é moral ou psicológico.

Cidadão que reprime a mulher a ponto de lhe levar ao suicídio, age com auxílio, contribuição. Na instigação o cidadão vai a juri popular.

PACTO DE MORTE:

na Roleta Russa se é o autor que atira contra sua própria cabeça, todos aqueles que participam da brincadeira praticam crime de instigação. Porqu de uma certa forma está encorajando o agente.

No pacto de morte é necessário saber se foi o agente o causador do resultado.

suponhamos que casal entram no carro dentro da garagem fechada com objetivo de se matar, ele liga o carro. Se o namorado sobrevive, ele pratica crime de homicídio doloso. Se for o contrario, ele morrer (não foi ela quem ligou o carro), estará praticando instigação ao suicídio pois ela não praticou atos que resultaram na morte dele. Suicídio não é crime, portanto ela contribuiu para o suicídio dele.

Classificação desse tipo penal :

CRIME COMUM pois pode ser praticado por qualquer pessoa.

MATERIAL pois exige a produção do resultado naturalistico.(o contrário de material é formal)

INSTANTÂNEO pois o resultado se dá no exato momento. Não é um crime de consumação permanente como na extorção mediante sequestro que a vítima permanece no cativeiro e o crime fica se consumando.

COMISSIVO pois o comportamento é ativo. Alguns autores entendem que o creime de induzimento ao suicídio pode ser praticado por meio de comportamento omissivo (deixar de), mas como instigar alguém omitindo-se? Como auxiliar deixando de fazer? Parece um paradoxo! Para isso, o omitente deve ser garantidor e isso é uma omissão imprópria pois equivale à ação que pode ser chamado também de comissivo por omissão. Ex.

Enfermeiro sabe que o enfermo mental pode se matar, vê que ele se prepara para se enforcar mas finge que não vê. A vítima morre. O enfermeiro agiu e provocou sua morte? Não mas ele tinha o dever legal de evitar a morte e ele se omitiu dolosamente.

o crime deste artigo é punido com reclusão de 2 a 6 anos, se o suicídio se consuma. Se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave a pena é de 1 a 3 anos. Veja que nessas duas situações temos a hipótese do crime da instigação, o induzimento do suicídio, consumado.

entendendo:

Quando o crime de instigação ao suicídio se consuma?

Quando o resultado é a morte ou quando da tentativa de suicídio resultar lesão corporal grave. Não há tentativa de instigação ao suicídio.

Para ser punível, a instigação, o induzimento deve ser relevante. Art.123. INFANTICÍDIO.

É na verdade o homicídio privilegiado.

Matar, sob influência do estado purperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. Sujeito ativo = mãe + estado puerperal + influência do puerpério.

(16)

Sujeito Passivo : próprio filho + recém nascido.

Tipo Objetivo: lapso temporal : "logo após" / "durante o parto".

É um enfraquecimento da vontade, que faz com que a mulher mate o seu próprio filho. Mata dolosamente, com consciência, sabendo que vai matar. Esse enfraquecimento deve ser a causa certa do crime de infanticídio. penal III 26 ago

Infanticídio = crime próprio pois exige a condição pessoal do agente.

Estado puerperal é uma perturbação mental expeirimentada pela mã em função de alteração hormonal e essa fragilidade emocional se agrava após o parto.

quem no momento da ação ou da omissão era absolutamente incapaz de saber o que estava fazendo é inimputável.

O puerpério é recorrente e a prova em contrário é da acusação, isso é jurisprudência. O lapso temporal é importante. Estes são elementos normativos. O logo após provova valoração do aplicador da lei.

O Infanticídio é sempre doloso.

Se a mãe não tem dicernimento, sem a presença do puerpério estaremos diante do homicídio. O puerpério é provado durante o inquérito.

O infanticídio também pode ser omissivo. CLASSIFICAÇÃO

É um crime próprio, doloso, comissivo, ecepcionalmente omissivo impróprio, de dano (agente atua com consciência e vontade de causar dano ao interesse), material (o tipo descreve conduta/resultado).

Durante ou log após o aprte = o que estabelece o infanticídio é o início do trabalho de parto. Porque antes, qualquer intervenção criminosa é aborto. Não é necessário que a criança tenha sido expelida do ventre da mãe. Infanticídio acontece também por abandono, no mato, na lagoa.

Logo após o parto é elemento normativo, 30 min. , 1 dia? O juiz tem que valorar Há situações que se admiite o puerpério em que o infanticídio foi praticado 4 dias após o parte. O puerpério pode não ser econhecido 1 dia depois do parto.

Art.123 + 29.

É um crime unissubjetivo mas pode, eventualmente ser praticado por mais de 1 pessoa (concurso de agente). Alguém contribui material ou moralmente com a mãe para o infanticídio. O partícipe não suja as mãos mas contribui moral ou materialmente para o crime.

Se acontece participação, concorreu parao o crime e recebe as penas cominados. Mas não é mãe.

Art.123 + 30 = com circunstância elementar do crime. O fato de ser filho é parte elemntar do homicídio? Não. Se retiro a parte elementar d mãe do infanticídio ele vira homicídio.

Aplicando o Art.30 o terceiro pratica o mesmo crime de infanticídio em função de se comunicar as circunstâncias e em função do caráter elementar "mãe".

Puerpério não é pessoa e sim personalíssimo e o partícipe responde por homicídio e a mãe de infanticídio. Art.124 Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento.

Transcrição 26 ago

Infanticídio é um crime contra a vida, em que o desvalor da conduta é menor em razão da condição do sujeito ativo. Desvalor do resultado é o mesmo, que é a morte de alguém. Só que no infanticídio esse alguém é o próprio filho que é morto durante ou logo após o parto.

Referências

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