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Novas tecnologias digitais da informação e comunicação nas salas de atendimento educacional especializado no município de Nova Odessa-SP

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Educação

ARIANA REGINA DAS DORES

NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

NAS SALAS DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO

MUNICÍPIO DE NOVA ODESSA-SP

CAMPINAS 2020

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ARIANA REGINA DAS DORES

NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

NAS SALAS DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO

MUNICÍPIO DE NOVA ODESSA-SP

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Educação Escolar da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestra em Educação Escolar, na área de concentração Educação Escolar.

Orientador: Prof. Dr. Sérgio Ferreira do Amaral

ESTE TRABALHO CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DE DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA ARIANA REGINA DAS DORES E ORIENTADA PELO PROF. DR. SERGIO FERREIRA DO AMARAL

Campinas 2020

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

NAS SALAS DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO

MUNICÍPIO DE NOVA ODESSA-SP

Autor: ARIANA REGINA DAS DORES

COMISSÃO JULGADORA:

Prof. Dr. Sérgio Ferreira do Amaral Profa. Dra. Mônica Cristina Garbin Prof. Dr. Marcos Carneiro da Silva

A ata de Defesa assinada pelos membros da Comissão Julgadora consta no SIGA – Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa de Mestrado Profissional em Educação Escolar da Faculdade de Educação

(5)

Dedico

este

trabalho

a

todos

os

profissionais que lutam e acreditam na

Educação para as Diferenças.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu filho Samuel Lucas, fonte de toda minha inspiração e amor. Aos meus pais, irmãos e amigos por todo apoio e incentivo.

Ao Prof. Dr. Sérgio Ferreira do Amaral, meu orientador, pela confiança, paciência, dedicação, orientações e diálogos reflexivos que me proporcionou ao longo desta formação.

Aos amigos da 1ª Turma do Mestrado Profissional, pela partilha, pelo incentivo e companheirismo infindáveis.

Aos docentes do Mestrado Profissional por todo comprometimento e disposição na ministração das aulas, em especial a Coordenadora do Programa Profª. Dra. Nima Imaculada Spigolon.

Aos membros da banca de qualificação e defesa, a Profª. Dra. Claudia Amoroso Bortolato, a Profª. Dra. Monica Cristina Garbin, o Prof. Dr. Marcos Carneiro da Silva. A Profª. Dra. Maria Teresa Eglér Mantoan pela firmeza e doçura em seus ensinamentos os quais me fizeram lutar e acreditar na Educação para as Diferenças.

A minha companheira de trabalho e incentivadora Regina Gomes, que me acompanhou em todas as conquistas.

Aos professores, alunos e familiares da escola onde esta pesquisa foi realizada, sem os quais nada seria possível.

A Secretaria Municipal de Educação de Nova Odessa por ter concedido a oportunidade de desenvolver esta pesquisa.

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“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino, contínuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho intervindo educo e me educo. ”

(8)

RESUMO

Este trabalho apresenta, por meio de análise qualitativa, os marcos legais que garantem a utilização das Novas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (NTDIC) na Educação Básica. A importância do seu uso no processo de Ensino, Aprendizagem, Alfabetização e Letramento de alunos público alvo da Educação Especial atendidos nas salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE) do município de Nova Odessa / SP. As contribuições que as Novas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (NTDIC) proporcionam neste processo enquanto instrumentos coadjuvantes na transposição das barreiras que impedem a construção de conhecimentos que contribuem para seu desenvolvimento emocional, social e cognitivo como um todo. E uma proposta de trabalho com planos de aula que utilizam as Novas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (NTDIC) na produção desses conhecimentos nas salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE), favorecendo e potencializando o processo de Ensino visando à melhoria da qualidade das aprendizagens desses alunos.

PALAVRAS-CHAVE – Novas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (NTDIC); Atendimento Educacional Especializado (AEE); Aprendizagens, Práticas.

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This work presents, through qualitative analysis, the legal frameworks that guarantee the use of New Digital Technologies of Information and Communication (NTDIC) in Basic Education. The importance of its use in the process of Teaching, Learning, Literacy and Literacy of students targeting Special Education served in the Specialized Educational Service (AEE) rooms in the city of Nova Odessa / SP. The contributions that the New Digital Technologies of Information and Communication (NTDIC) provide in this process as supporting instruments in the transposition of barriers that prevent the construction of knowledge that contribute to their emotional, social and cognitive development as a whole. And a work proposal with lesson plans that use the New Digital Technologies of Information and Communication (NTDIC) in the production of this knowledge in the Specialized Educational Service (AEE) rooms, favoring and potentiating the Teaching process aiming at improving the quality of learning of these students.

KEY WORDS: New Digital Technologies of Information and Communication (NTDIC); Specialized Educational Service (AEE); Learning, Practices.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - Tela do APP ABC AUTISMO FIGURA 2 - Tela do APP ABC AUTISMO FIGURA 3 - Tela do APP ABC AUTISMO FIGURA 4 - Tela do APP ABC AUTISMO FIGURA 5 - Tela do APP LER E ESCREVER FIGURA 6 - Tela do APP LER E ESCREVER FIGURA 7 - Tela do APP LER E ESCREVER FIGURA 8 - Tela do APP LER E ESCREVER

FIGURA 9 - Tela do APP PARTES DO CORPO PARA CRIANÇAS FIGURA 10 - Tela do APP PARTES DO CORPO PARA CRIANÇAS FIGURA 11 - Tela do APP PARTES DO CORPO PARA CRIANÇAS FIGURA 12 - Tela do APP PARTES DO CORPO PARA CRIANÇAS

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TABELA 1- DESEMPENHO DOS ALUNOS SEM O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTDIC) – FASES DA ESCRITA

TABELA 2- DESEMPENHO DOS ALUNOS SEM O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTDIC) – LEITURA

TABELA 3- DESEMPENHO DOS ALUNOS SEM O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTDIC) – CONTAGEM ORAL

TABELA 4- DESEMPENHO DOS ALUNOS SEM O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTDIC) – QUANTIFICAÇÃO

TABELA 5- DESEMPENHO DOS ALUNOS COM O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTDIC) – FASES DA ESCRITA

TABELA 6- DESEMPENHO DOS ALUNOS COM O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTDIC) – LEITURA

TABELA 7- DESEMPENHO DOS ALUNOS COM O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTDIC) – CONTAGEM ORAL

TABELA 8- DESEMPENHO DOS ALUNOS COM O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTDIC) – QUANTIFICAÇÃO

TABELA 9- COMPARATIVO DO DESEMPENHO DOS ALUNOS SEM E COM O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTDIC) – FASES DA ESCRITA

TABELA 10- COMPARATIVO DO DESEMPENHO DOS ALUNOS SEM E COM O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTDIC) – LEITURA

TABELA 11- COMPARATIVO DO DESEMPENHO DOS ALUNOS SEM E COM O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTDIC) – CONTAGEM ORAL

TABELA 12- COMPARATIVO DO DESEMPENHO DOS ALUNOS SEM E COM O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTDIC) – QUANTIFICAÇÃO

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AEE – ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO AVD – ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA

AVP – ATIVIDADES DE VIDA PRÁTICA APP – APLICATIVO

BNCC – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR CEB – CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

CNE – CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CP – CURSO DE PEDAGOGIA

DI – DEFICIÊNCIA INATELECTUAL

DSM – MANUAL DE DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICA DOS TRANSTORNOS MENTAIS

EMEFEI – ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E EDUCAÇÃO INFANTIL

FUNDEB – FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

LDB – LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL

NTDIC – NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

PAI – PLANO DE ATENDIMENTO INDIVIDUALIZADO PNE – PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

SE– SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

TDIC – TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO TEA – TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

TIC – TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO TGD – TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO

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INTRODUÇÃO ... 14

1 LEIS BRASILEIRAS QUE REGEM A EDUCAÇÃO BÁSICA E A EDUCAÇÃO ESPECIAL... 18

2 CONTRIBUIÇÕES DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO... 27

3 CONCEITOS DE ENSINO, APRENDIZAGEM, ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO... 33

4 O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO...38

5 METODOLOGIA E CONTEXTO DA PESQUISA... 47

6 REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES E OBSERVAÇÕES DE DESEMPENHO...50

7 RESULTADOS OBTIDOS...59

8 PROPOSTAS DE PLANOS DE AULA...62

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 73

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INTRODUÇÃO

Sabendo-se da importância e da necessidade da utilização das Novas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (NTDIC) como instrumentos didáticos e que nesta pesquisa correspondem aos equipamentos Tablet e Smartfone cujo uso é garantido por Leis no processo de construção do conhecimento e à luz dos autores pesquisados e citados é que surgiu o objeto desta pesquisa.

Através dela, foi possível focar um olhar de pesquisadora sobre a prática pedagógica, investigando e verificando se a utilização das (NTDIC) como recursos pedagógicos transpõe as barreiras encontradas pelos alunos público alvo do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e favorecem e potencializam o processo de Ensino visando à melhoria da qualidade de suas aprendizagens.

Esta pesquisa tem como objetivo geral apresentar por meio de propostas de planos de aulas as contribuições positivas da utilização das (NTDIC), garantidas por Leis no processo de ensino dos alunos atendidos nas salas de (AEE) no Município de Nova Odessa / SP.

E tem como objetivos específicos a transposição de barreiras, a consolidação dos conteúdos propostos nos planos de aula e a potencialização do processo de Ensino e Aprendizagem desses alunos, analisadas sob a luz de Teóricos na área dos processos de Aprendizagem e das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) e que nesta pesquisa são chamadas de Novas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (NTDIC) por utilizar equipamentos mais modernos como o Tablet e o Smartfone.

Neste Trabalho foram utilizados como Método de pesquisa:

A Abordagem Qualitativa, com objetivos exploratórios tendo como foco a pesquisa bibliográfica, a caracterização do (AEE) a apresentação das contribuições dos estudos e Teorias sobre a utilização das (NTDIC) no processo de Ensino e Aprendizagem com vistas no público alvo da Educação Especial e nas salas de (AEE) no Município de Nova Odessa / SP.

E a Observação Participante que se caracterizou pelo levantamento e constatação de dados particulares que proporcionou a elaboração de propostas de trabalho nas salas de (AEE) por meio de sugestões de Planos de Aula com a utilização das (NTDIC) como recursos pedagógicos.

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Espera-se com esta pesquisa, que a escola, enquanto instituição formal responsável em transmitir os conhecimentos acadêmicos aos alunos em suas mais diversas especificidades, no papel do professor de sala de (AEE) reconheça que a utilização das (NTDIC) contribui positivamente no processo de construção do conhecimento dos alunos público alvo da Educação Especial atendidos nas salas de (AEE).

Espera-se também que as salas de (AEE) considerando as propostas de trabalho por meio de planos de aula, passem a utilizar as (NTDIC) como recursos pedagógicos com a finalidade de:

 Potencializar o processo de Ensino e Aprendizagem;

 Consolidar os conteúdos didáticos propostos;

 Transpor as barreiras que impedem a construção do conhecimento; Contribuindo assim, para que esses alunos se desenvolvam emocional, social e cognitivamente como um todo.

Para efeitos de fundamentação teórica, esta pesquisa apresenta as principais Leis Brasileiras que regem a Educação Básica e a Educação Especial e que garantem o direito dos alunos com deficiência ao acesso á tecnologia e ao (AEE) como forma de diminuição de suas dificuldades e barreiras de acessibilidade e ampliação de suas potencialidades as quais:

 Constituição Federal de 1988,

 Lei de Diretrizes e Bases Da Educação nacional, LDB de 1996;

 Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica 2001;

 Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008;

 Decreto nº 6.571, que dispõe sobre o Apoio Técnico e Financeiro da União para ampliar a oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE) de 2008;

 Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência de 2009;

 Resolução Nº 4, que Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial de 2009;

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 Decreto Nº 7.611que dispõe sobre a Educação Especial e o Atendimento Educacional Especializado de 2011;

 Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista de 2012;

 Plano Nacional de Educação, PNE de 2014;

 Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) de 2015;

 Base Nacional Comum Curricular, BNCC de 2017.

Apresenta também vários estudos e pesquisas realizados por Alava (2002), Baranauskas (2013), Demo (2008-2011), Kenski (1998-2003), Lévy (1993-1999), Moran (1999-2019), Tufte e Christensen (2009), Almeida (2016) e Valente (1999-2019) que correspondem a área da utilização das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) no processo de Ensino Aprendizagem e por Demo (2008-2011), Ferreiro e Teberosky (1999), Soares (2004), Freire (1980-2009) e Leite (2000-2010) que correspondem a área de Aprendizagem, Alfabetização e Letramento e como ocorre esse processo.

Além da introdução, esta pesquisa está dividida em oito Capítulos, mais as Considerações Finais.

O Capítulo 1 apresenta as principais leis brasileiras que regem a Educação Básica e a Educação Especial e garante o direito dos alunos público alvo da Educação especial ao acesso á tecnologia e ao (AEE) como forma de diminuição de suas dificuldades e barreiras de acessibilidade e ampliação de suas potencialidades no processo de construção do conhecimento.

O Capítulo 2 apresenta estudos sobre conceitos e contribuições das (NTDIC) no processo de Ensino Aprendizagem, apresentados por Alava (2002), Baranauskas (2013), Demo (2008-2011), Kenski (1998-2003), Lévy (1993-1999), Moran 2019), Tufte e Christensen (2009), Almeida (2016) e Valente (1999-2019) que correspondem à área da utilização das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) no processo de Ensino Aprendizagem.

O Capítulo 3 apresenta estudos sobre o conceito de Ensino Aprendizagem, Alfabetização e Letramento e como eles ocorrem nos alunos por

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Demo (2008-2011), Ferreiro e Teberosky (1999), Soares (2004), Freire (1980-2009) e Leite (2000-2010).

O Capítulo 4 apresenta a caracterização do (AEE) segundo as diretrizes Federais e Estaduais e como funciona no Município de Nova Odessa/SP.

O Capítulo 5 apresenta os procedimentos metodológicos por meio dos métodos de pesquisa utilizados e a contextualização da pesquisa.

O Capítulo 6 apresenta a realização de atividades e observações de desempenho dos alunos

O Capítulo 7 apresenta as os resultados obtidos com a pesquisa.

O Capítulo 8 apresenta as propostas de planos de aula com a utilização das (NTDIC) como instrumentos didáticos.

E por fim as Considerações finais que apresentam a retomada dos aspectos que reconhecem a utilização das (NTDIC) como favorecedoras no processo de Ensino e Aprendizagem dos alunos público alvo da Educação Especial atendidos nas salas de (AEE) no município de Nova Odessa / SP.

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1 LEIS BRASILEIRAS QUE REGEM A EDUCAÇÃO BÁSICA E A

EDUCAÇÃO ESPECIAL

Indubitavelmente a Lei magna deste país, Constituição Federal de 1988 garante o acesso de todos à Educação quando afirma em seu Artigo 205 que:

[...] “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988).

Em seu Artigo 206, Inciso I, estabelece ainda a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o Ensino e, garante como dever do Estado, em seu Artigo 208 a oferta do Atendimento Educacional Especializado, preferencialmente na rede regular de ensino.

Em consonância a esta suprema Lei, vem a Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB que em seu Título III Do Direito à Educação e do Dever de Educar e Item III, garante:

[...] “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1996).

Fazendo-se compreender que o direito a Educação e ao (AEE) são garantidos aos alunos em quaisquer situações sejam eles portadores ou não de deficiências.

Em seu Artigo 59 a LDB 9.394/96 “preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos estudantes currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades”, direitos adjacentes a educação e ao Atendimento Educacional Especializado (AEE).

A Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de setembro de 2001 que Institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica em seu Artigo 3º entende por Educação Especial modalidade da Educação escolar:

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[...] “um processo educacional definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover as potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da educação básica” (BRASIL, 2001).

Coadunando-se com a resolução acima é criada em 2008 a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, um novo marco teórico e organizacional na educação brasileira que define a Educação Especial como:

[...] “uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, que disponibiliza recursos e serviços, realiza o atendimento educacional especializado e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular” (BRASIL, 2008).

Frente a esta definição é possível compreender que a Educação Especial deve fazer parte da escola, do seu Plano de Gestão e deve ser pensada igualmente como as demais disciplinas e áreas do conhecimento tendo também projeto pedagógico a ser seguido.

De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008):

[...] Consideram-se alunos com deficiência àqueles que têm impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que em interação com diversas barreiras podem ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade.

Porém não se deve categorizar este público alvo, mas traçar metodologias de trabalho específicas a cada deficiência, uma vez que cada um possui especificidades, necessidades e potencialidades, cabendo a escola, no papel do professor de (AEE) desenvolver trabalhos que proporcionem a aprendizagem de todos.

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) prevê que o Atendimento Educacional Especializado (AEE) deve disponibilizar:

[...] “programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, ajudas técnicas e tecnologia assistiva, dentre outros. Ao longo de todo processo de

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escolarização, esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica do ensino comum”.

Deixando claro que sala regular e sala de AEE devem caminhar juntas contribuindo para a efetivação do processo de construção do conhecimento dos alunos.

Em 2009 foi promulgada pelo Decreto Nº 6.949 a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007.

No referido documento, Artigo 9, que se refere a questões de acessibilidade o Item 1 afirma que:

[...] A fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver de forma independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida, os Estados Partes tomarão as medidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, inclusive aos sistemas e tecnologias da informação e comunicação, bem como a outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso público, tanto na zona urbana como na rural. Essas medidas, que incluirão a identificação e a eliminação de obstáculos e barreiras à acessibilidade, serão aplicadas, entre outros, a: [...] g) Promover o acesso de pessoas com deficiência a novos sistemas e tecnologias da informação e comunicação, inclusive à Internet. (BRASIL 2009).

Sinalizando claramente o uso de (TIC) e da internet como medidas que eliminam obstáculos e barreiras e promovem a autonomia das pessoas com deficiência.

No Artigo 24, que se refere a questões de Educação o Item 1 afirma que:

[...] Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência à educação. Para efetivar esse direito sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades, os Estados Partes assegurarão sistema educacional inclusivo em todos os níveis, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida, com os seguintes objetivos:

a) O pleno desenvolvimento do potencial humano e do senso de dignidade e auto-estima, além do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos, pelas liberdades fundamentais e pela diversidade humana;

b) O máximo desenvolvimento possível da personalidade e dos talentos e da criatividade das pessoas com deficiência, assim como de suas habilidades físicas e intelectuais;

c) A participação efetiva das pessoas com deficiência em uma sociedade livre. (BRASIL 2009).

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Mais este documento se junta às leis que garantem o acesso de todos a educação, ampliando o olhar para a necessidade de permitir que as pessoas com deficiência tenham participação efetiva na sociedade, onde o uso das (NTDIC) se tornam recursos fundamentais que proporcionam esse acesso.

O Item 2 assegura que para a realização desse direito é necessário que:

[(...] c) Adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais sejam providenciadas;

d) As pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação; e) Medidas de apoio individualizadas e efetivas sejam adotadas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena. (BRASIL 2009).

Enquadram-se como apoio necessário na afirmação acima, as das (NTDIC) que são instrumentos eliminadores de barreiras e potencializadores de aquisição de conhecimentos.

O Item 4 prevê:

[...] capacitar profissionais e equipes atuantes em todos os níveis de ensino. Essa capacitação incorporará a conscientização da deficiência e a utilização de modos, meios e formatos apropriados de comunicação aumentativa e alternativa, e técnicas e materiais pedagógicos, como apoios para pessoas com deficiência. (BRASIL 2009).

Que constituem recursos pertencentes também as (NTDIC).

Outro documento de destaque na garantia dos direitos das pessoas com deficiência é o Decreto Nº 7.611, de 17 de Novembro de 2011 que dispõe sobre a Educação Especial, o Atendimento Educacional Especializado e dá outras providências, que prevê como dever do Estado (BRASIL 2011) “adoção de medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena” e que são possíveis de serem alcançados com o uso das (NTDIC).

De acordo com o referido documento em seu Artigo 3º são objetivos do

Atendimento Educacional Especializado (AEE):

[...] III - fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e

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§ 3o As salas de recursos multifuncionais são ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do atendimento educacional especializado.

§ 4o A produção e a distribuição de recursos educacionais para a acessibilidade e aprendizagem incluem materiais didáticos e paradidáticos em Braille, áudio e Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, laptops com sintetizador de voz, softwares para comunicação alternativa e outras ajudas técnicas que possibilitam o acesso ao currículo. (BRASIL 2011).

Às ajudas técnicas acima citadas pode-se incluir o uso de Tablet e Smartphone e que juntos correspondem aos recursos que compreendem as (NTDIC) apresentadas nesta pesquisa como recursos que contribuem positivamente na aquisição de conhecimentos e eliminação de barreiras.

Continuando no foco da utilização das Tecnologias em Junho de 2014 foi aprovado o Plano Nacional de Educação - PNE que previu Metas e Estratégias a serem desenvolvidas no âmbito da Educação Básica.

Em sua Meta de número 2 e Estratégia de número 6 prevê:

[...] desenvolver tecnologias pedagógicas que combinem, de maneira articulada, a organização do tempo e das atividades didáticas entre a escola e o ambiente comunitário, considerando as especificidades da educação especial, das escolas do campo e das comunidades indígenas e quilombolas; (BRASIL 2014).

Onde se é possível compreender por tecnologias pedagógicas os recursos que compreendem as (NTDIC) que o professor utiliza para trabalhar com os alunos que frequentam o (AEE) e cujas estratégias são pensadas considerando as especificidades de cada um.

Outro marco de fundamental importância para as pessoas com deficiência é sem dúvida nenhuma a aprovação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Lei Nº 13.146, de 6 de julho de 2015 que em seuLivro I, Parte Geral, Título I, Disposições Preliminares, Capítulo I, Disposições Gerais Artigo 3º Item V que considera como comunicação a:

[...] forma de interação dos cidadãos que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das comunicações. (BRASIL 2015).

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Reconhecendo a importância das (TIC) no processo de inclusão e construção do conhecimento, complementando com o Artigo 8o (BRASIL 2015) em “ser dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes” [...] “à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos”.

Fundamentando e dando propriedade ao uso dos diferentes tipos de Tecnologia na eliminação de barreiras e na potencialização da aquisição do conhecimento às pessoas com deficiência.

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (BRASIL 2015) em seu Capítulo IV Do Direito à Educação prevê que:

[...] Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.

Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:

II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;

III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia;

V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem em instituições de ensino;

VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento educacional especializado, de organização de recursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia assistiva.

Diante do que foi disposto anteriormente fica claro como deve ocorrer o processo de escolarização da pessoa com deficiência, em quais condições, que objetivos devem ser propostos e quais garantias devem ser alcançadas, dando destaque ao projeto pedagógico a ser seguido, o estudo de caso a ser traçado e a metodologia mais adequada a ser aplicada fazendo uso pedagógico das (NTDIC).

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No Capítulo III artigo 74 que discorre sobre a Tecnologia Assistiva (BRASIL 2015) “é garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços de Tecnologia Assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida”.

No Título IV artigo 78 da Ciência e Tecnologia (BRASIL 2015) “devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvimento, a inovação e a difusão de tecnologias voltadas para ampliar o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias da informação e comunicação e às tecnologias sociais”. Em seu Parágrafo único (BRASIL 2015) afirma que serão estimulados, em especial

[...] I - o emprego de tecnologias da informação e comunicação como instrumento de superação de limitações funcionais e de barreiras à comunicação, à informação, à educação e ao entretenimento da pessoa com deficiência;

II - a adoção de soluções e a difusão de normas que visem a ampliar a acessibilidade da pessoa com deficiência à computação e aos sítios da internet, em especial aos serviços de governo eletrônico.

Tal estimulação se faz necessária e deve se iniciar o mais breve possível na vida da pessoa com deficiência, e sendo a escola a primeira instituição externa a família em que a criança tem acesso, ela se torna responsável em dar condições de transposição de barreiras e potencialização na aquisição dos conhecimentos contribuindo para o desenvolvimento integral do aluno e de sua inclusão plena.

E para consolidar os direitos da pessoa com deficiência em todos os âmbitos e prioritariamente à Educação é criada a Resolução CNE/CP Nº 2, de 22 de dezembro de 2017 que Institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular, a ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica, a máxima da Educação Brasileira.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). (BRASIL 2017).

A Base Nacional Comum Curricular vem como forma de garantir aos alunos as competências necessárias para se adquirir os direitos de aprendizagem e desenvolvimento em todas as etapas de Educação. Tais competências são definidas

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como “a mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho”. (BRASIL 2017).

As competências Gerais da Educação Básica são dez, dentre as quais cinco estão diretamente interligadas a Educação Especial, ao (AEE) e a utilização das (NTDIC) no processo de ensino.

São elas:

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artísticas, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. (BRASIL 2017).

Essas competências devem ser colocadas em prática pelas redes de ensino por meio das instituições e das escolas de maneira que envolvam também a participação da família e da comunidade e que devem resultar em ações que visem:

• selecionar e aplicar metodologias e estratégias didático-pedagógicas diversificadas, recorrendo a ritmos diferenciados e a conteúdos complementares, se necessário, para trabalhar com as necessidades de diferentes grupos de alunos, suas famílias e cultura de origem, suas comunidades, seus grupos de socialização etc.;

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• conceber e pôr em prática situações e procedimentos para motivar e engajar os alunos nas aprendizagens;

• selecionar, produzir, aplicar e avaliar recursos didáticos e tecnológicos para apoiar o processo de ensinar e aprender; (BRASIL 2017).

Frente a essas orientações um caminho pela qual as escolas e os professores do (AEE) poderiam seguir, seria o estudo e a revisão dos currículos a fim de incorporar nas propostas pedagógicas as abordagens adequadas às diferentes modalidades de ensino, tendo a utilização das (NTDIC) como instrumentos pedagógicos para se chegar a potencialização do processo de Ensino e Aprendizagem, a consolidação dos conteúdos didáticos propostos e a transposição de barreiras que impedem a construção do conhecimento dos alunos público alvo da Educação Especial atendidos pelas salas de (AEE).

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2 CONTRIBUIÇÕES DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO

Com o avanço das tecnologias, a sociedade vem sofrendo fortes transformações, tanto no que se refere às tecnologias quanto às técnicas de utilização dessas tecnologias.

Para Kenski (2003, p. 18) as tecnologias são “o conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção e à utilização de um equipamento em um determinado tipo de atividade”.

Já ao modo como utilizamos essas tecnologias chamamos de técnica, que de acordo com Kenski (2003, p.18) se referem “as maneiras, aos jeitos ou as habilidades especiais de lidar com cada tipo de tecnologia, para executar ou fazer algo”.

Digital, diz respeito a dígitos, números, é tudo aquilo que existe em formato digital, em código binário que se pode classificar como conteúdos que contém informações que são utilizadas e enviadas através de ondas de rádio, stream via internet, softwares e arquivos de computador. Agregando-se então os termos tecnologia e digital temos as Tecnologias Digitais.

O termo Tecnologias da Informação e Comunicação TIC é o mais comum para se referir aos dispositivos eletrônicos e tecnológicos, incluindo-se computador, internet, tablet e smartphone. Como o termo TIC abrange também tecnologias mais antigas como a televisão analógica, o rádio e o DVD, pesquisadores têm utilizado o termo Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação TDIC (BARANAUSKAS, & VALENTE, 2013) e Novas Tecnologias para se referir às tecnologias digitais (KENSKI, 1998).

Nesta pesquisa, porém, será utilizada a nomenclatura Novas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (NTDIC) para se referir a Tablet e Smartphone que são dispositivos móveis e caracterizados por Almeida (2016, p.528) como computação Ubíqua, que significa a presença e o uso das mídias e tecnologias digitais móveis em toda parte e ao mesmo tempo, de maneira individual ou global, no uso de diferentes serviços e aplicativos oferecidos pela internet ou dados e que auxiliam na transposição de barreiras e no processo de construção do conhecimento.

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Em relação ao processo de aquisição do conhecimento enquanto responsabilidade da escola na Educação Básica há uma grande expectativa de que os alunos já sejam usuários das novas tecnologias por estarem inseridos hoje em uma sociedade que vem se organizando e funcionando diariamente em torno das Tecnologias Digitais, levando-se a pensar que por tal dedução a escola está isenta desta incumbência, quando na verdade é o contrário.

De acordo com Baranauskas e Valente (2013) a tecnologia não é somente uma ferramenta utilizada como prática pedagógica, mas uma ferramenta que transforma o processo de Ensino e Aprendizagem.

Novas formas de aprendizagem vêm surgindo por meio da interação, comunicação e do acesso a informações propiciadas pelas (NTDIC). Assim, a sua utilização faz-se necessária também na Educação Básica através da escola, uma das principais responsáveis pelo processo de construção e aquisição do conhecimento pelos alunos.

Diante dessas observações deve-se ter em mente que novas maneiras de se pensar e de se conviver devem ser elaboradas no mundo das tecnologias o mais rápido possível. Almeida (2016, p.528) esclarece que as mídias devem ser colocadas a serviço da leitura crítica do mundo, do diálogo multidirecional, da escrita da palavra por meio de múltiplas linguagens, da produção colaborativa, da democratização do conhecimento e da busca da transformação social e da emancipação humana.

E a educação também precisa acompanhar esse avanço uma vez que a maioria dessas habilidades é desenvolvida durante o processo de escolarização.

Sendo assim, o objetivo que motivou a pesquisa sobre este tema foi perceber a necessidade de se refletir sobre a questão do uso das (NTDIC) como instrumentos, recursos coadjuvantes e mediadores no processo de Ensino e Aprendizagem nas salas de (AEE), transpondo barreiras e oferecendo inúmeros recursos para que este processo aconteça.

Ao compreender, analisar e utilizar as (NTDIC) como recursos pedagógicos auxiliares a sua prática, o professor é capaz de contribuir na qualidade deste processo a fim de oferecer aos alunos um aprendizado mais contextualizado, cooperativo e significativo sabendo integrar a tecnologia ao processo de aquisição do conhecimento, a fim de potencializá-lo e consolidá-lo, visto que dentre os alunos atendidos pela sala de (AEE) nem todos sabem falar, ler e escrever.

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De acordo com Kenski (2003, p. 47 a 56) as tecnologias têm suas especificidades, por isso é preciso saber aliar os objetivos de ensino com os suportes tecnológicos que melhor lhes atendam possibilitando novas formas de aprendizagens.

O uso das (NTDIC), ou conforme explicita Tufte e Christensen (2009, p. 113), a cultura das mídias, precisa ser integrada ao currículo escolar a fim de apoiar as práticas pedagogias. Para os autores, a escola precisa aceitar e explorar o uso das mídias entre os alunos, qualificando-os para serem lúcidos e perceptíveis em seu uso.

Neste processo o professor não é só responsável por ensinar conteúdos teóricos, mas também por inserir seu aluno na era Digital, da Cibercultura, que segundo Levy (1999, p. 17) é o conjunto de técnicas materiais e intelectuais, de práticas, atitudes, e modos de pensamentos e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço, que é o meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores e que hoje é chamada por Santaella (2013) de Aprendizagem Ubíqua, que compreende a combinação de palavras, sons, imagens, animações e vídeos, que influi nas concepções de conhecimento e nos processos de aprender.

É importante compreender que neste processo as (NTDIC) podem ser instrumentos adicionais no processo de ensino aprendizagem, por isso, o professor deve planejar as aulas com antecedência, ter claro quais objetivos deverão ser alcançados e quais habilidades e competências os alunos estarão adquirindo, pois, caso haja uma inadequação desse uso ou a falta de identificação de suas necessidades, perde-se o foco das (NTDIC) como mediadoras desse processo.

Para Moran (2019, p. 02) o processo de aprendizagem é único e diferente para cada ser humano, que aprende o que é mais relevante e faz sentido para si.

É possível perceber que com o uso das (NTDIC), as pessoas, de acordo com suas capacidades estão constantemente lendo, vendo, ouvindo e produzindo diversos gêneros textuais por meio do registro escrito ou áudio e em diferentes situações que fazem parte do seu dia-a-dia.

E para ser capaz de utilizar essas tecnologias, o professor precisará auxiliar o aluno a desenvolver várias habilidades como, por exemplo, utilizar o teclado, o mouse, o Tablet o Smartphone, acessar a internet, buscar informações,

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utilizar as redes sociais, digitar e formatar textos bem como saber quando e para quê utilizá-los, e as (NTDIC) podem ser fortes aliadas no auxílio com este trabalho.

Integrar as (NTDIC) às metodologias utilizadas pela escola como estratégia para a potencialização da produção do conhecimento, bem como a necessidade de levar os alunos a fazerem uso dessas ferramentas com freqüência a fim de inseri-los na área tecnológica e no domínio da sua utilização, faz despertar neles o interesse pela aprendizagem colocando-os como agentes ativos no processo de construção do conhecimento e assim eliminando possíveis barreiras que antes os impediam.

Visto que esta nova relação com o saber requer novas formas de acesso à informação, Lévy (1999, p. 157) destaca o papel (NTDIC), ou como o autor as nomeia, “Tecnologias Intelectuais”, como “favorecedoras de novas formas de acesso à informação e de novos estilos de raciocínio e de construção do conhecimento”.

A escola vive um momento em que precisa rever o seu papel e renová-lo, possibilitar um diálogo entre os conteúdos didáticos e a diversidade de referências proporcionadas pelas (NTDIC), redefinir o papel do professor, que deixa de ser meramente transmissor de conhecimentos e passa a auxiliar o aluno a se reconhecer como sendo capaz de escolhas conscientes sobre si, sobre o outro e sobre o mundo através do ciberespaço.

Para Demo (2008) toda proposta que investe na introdução das (TIC) na escola só pode dar certo passando pelas mãos dos professores, pois o que transforma tecnologia em aprendizagem, não é a máquina, o programa eletrônico, o software, mas o professor.

É importante mostrar ao professor que as (NTDIC), são capazes de construir de maneira integrada uma forte relação entre o ele e os alunos, que resultará em trocas de informações e conteúdos, expressão de opiniões, levantamento de questões e dúvidas em tempo real e de maneira prazerosa.

Entender o uso das (NTDIC) é na visão de Valente (1999, pg. 12) “como uma nova maneira de representar o conhecimento, provocando um redimensionamento dos conceitos já conhecidos e possibilitando a busca e compreensão de novas ideias e valores”.

Isso faz com que o aluno se veja como ser social ativo, ampliando relações de amizade e convivência, contribuindo até mesmo para o aumento da autoestima, principalmente de alunos que são excluídos dentro da própria sala de

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aula por apresentarem alguma deficiência ou dificuldade em relação à aprendizagem como é o caso dos alunos público alvo do (AEE).

Valente (2019) expõe que se adequarmos as estratégias de ensino ao estilo de aprendizagem do aluno, a tendência é ele melhorar seu desempenho e aprender mais, e se esse processo ocorrer de forma bem-sucedida comprova que as (NTDIC) desempenham verdadeiramente um papel coadjuvante no processo de construção do conhecimento.

Por isso os professores, através da formação continuada, precisam buscar meios de estimular e desenvolver competências e métodos de ensino e aprendizagem diferentes dos tradicionais, Demo (2008), afirma que: “a escola precisa se situar nas habilidades do século XXI”, e que uma parte importante da aprendizagem acontece quando conseguimos integrar todas as tecnologias, “as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, as musicais, as lúdicas e até as corporais” e que é facilitada com o uso das (NTDIC)

Para Almeida e Valente (2016, p.80) a formação continuada dos professores deve ser priorizada a partir da integração entre as tecnologias e o currículo na prática pedagógica e na formação, não especificamente uma ou outra, mas por vários modos de interação e produção de conhecimentos por meio das tecnologias, suas características e potenciais contribuições aos processos educativos.

Segundo Valente (2019), um ambiente de aprendizagem no qual alunos e professores tomam consciência de como aprendem, reflete e discute sobre suas aprendizagens, propiciam mais oportunidades para o desenvolvimento de estratégias que auxiliam os alunos a lidar com suas diferenças e dificuldades.

Uma vez que as (NTDIC) são novos dispositivos de comunicação e de informação e formação, é possível compreender que não há formação sem comunicação e nem comunicação sem mediação das informações e uso dos dispositivos.

O objetivo do papel do professor no processo de ensino e aprendizagem é segundo Moran (2006, p. 162-166), “ajudar o educando a encontrar um eixo fundamental à vida dele, a partir do qual possa interpretar o mundo, desenvolver habilidades específicas e ter atitudes coerentes para sua realização pessoal e profissional”.

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E para que esse papel seja exercido com qualidade é fundamental que o professor esteja atualizando seus conhecimentos, métodos e práticas, pois, na visão de Baranauskas (1999, p.50) as aplicações computacionais dirigidas à educação não estão mais simplesmente tentando ensinar habilidades tradicionais de modo mais rápido, eficiente e com um menor custo. Em vez disso, estão tentando participar de um processo de mudança dos métodos de ensino e aprendizagem e redefinindo os objetivos e resultados desejáveis desses processos.

Para Almeida e Valente (2016, p.80) a formação inicial e continuada dos professores deve ser priorizada na ótica da integração entre as tecnologias e o currículo na prática pedagógica e na formação, superando a ideia de competência para o uso de uma tecnologia específica, de modo a propiciar a compreensão sobre os modos de interação e produção de conhecimentos por meio das tecnologias, suas características e potenciais contribuições aos processos educativos.

Enfim, trabalhando nesta visão estaremos desenvolvendo não só vínculos de aprendizagem, mas saberes e sentimentos, aliados as (NTDIC), pois de acordo com Demo (2008) as Tecnologias Digitais são “parte do direito de todos de aprender bem e permanentemente”.

A implantação das (NTDIC) na educação, de acordo com Valente (2014, p.162) vai muito além do prover acesso à informação. Elas têm que estar inseridas e integradas aos processos educacionais, agregando valor à atividade que o aluno ou o professor realiza.

Sendo assim, torna-se fundamental aprender a trabalhar didaticamente com as (NTDIC), pois o homem vive em um mundo repleto de informações, imagens e sons, e esse universo interfere diretamente na relação que as pessoas estabelecem com o mundo e com seu modo de aprender e de se apropriar do conhecimento.

E é pensando nessa apropriação que se podem conceber as (NTDIC) como favorecedoras e potencializadoras do processo de construção do conhecimento ao permitirem a transposição de barreiras que impedem o sucesso dos alunos atendidos na sala de (AEE).

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3 CONCEITOS DE ENSINO APRENDIZAGEM E ALFABETIZAÇÃO E

LETRAMENTO

Sabendo que a leitura e a escrita estão diretamente ligadas ao processo de Ensino, Aprendizagem e a Alfabetização e Letramento, e são atividades complexas e intrínsecas, é importante compreender que a utilização as (NTDIC) como recursos pedagógicos favorecem a aquisição destas habilidades.

De acordo com Demo (2009, p. 54) as mídias exercem influência no processo de Alfabetização, visto que:

[...] a alfabetização não acontece mais apenas na escola ou em ambientes restritos, pois, advindas novas tecnologias utilizáveis na escolarização das pessoas (em especial computador e internet), [...] ao deparar-se com o computador, lida com ele sem saber ler, não precisando, ademais, de curso específico; ao contrário, fica aborrecida quando alguém persiste em lhes dar instruções. No computador não existe apenas material para ler, há também para ver, escutar, manipular, mexer e escrever, então o desejo de ler surge em seguida, quando a criança descobre que na internet é possível comunicar-se, estabelecendo com colegas um mundo de relacionamentos fascinantes.

Este desejo pela aprendizagem, por adquirir as habilidades da leitura e da escrita surge então da motivação pessoal incentivada pela vontade de se comunicar virtualmente, diferentemente dos desejos desenvolvidos pela escola, que segundo a visão de Demo (2009, p.55) “é abstrata, dura, disciplinar e repassa a expectativa autoritária de confinamento”.

A Alfabetização é o processo no qual os alunos adquirem as habilidades da leitura e da escrita e as utilizam de modo interpretativo, para que seja possível não só ler e escrever, mas compreender o que foi lido, além de também saber fazer uso da palavra; é um processo que se desenvolve a partir da análise e da reflexão que se faz sobre a língua escrita, ou seja, é um processo a ser construído pelo aluno.

Sendo assim, percebe-se que é de suma importância que o professor reflita sobre a possibilidade de se utilizar as (NTDIC) em sua prática pedagógica como auxiliar no processo de Alfabetização e Letramento, pois ainda de acordo com Demo (2009, p.55) a alfabetização virtual parece oferecer horizontes bem mais abertos para a criança.

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Modos mais flexíveis de formação da mente, desafiando o aluno a ousar avançar com o apoio do professor, para encarar novas situações de aprendizagem, construindo, assim, sua autonomia progressiva.

Os estudos realizados pelas pesquisadoras Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999, p. 196 a 220) apontam que o processo de construção da escrita ocorre em cinco fases que podemos classificar como:

 Fase pré-silábica: ocorre quando o aluno não percebe que a escrita corresponde à representação gráfica da fala e utiliza como registro de escrita letras aleatórias ou algumas que conheça como, por exemplo, as do próprio nome.

 Fase silábica sem valor sonoro: ocorre quando o aluno utiliza como registro de escrita uma única letra para representar cada sílaba da palavra, porém, sem relação com o som que a sílaba representa.

 Fase silábica com valor sonoro: ocorre quando o aluno utiliza como registro de escrita uma única letra para representar cada sílaba da palavra, podendo ser uma vogal ou uma consoante que representem o som de cada sílaba da palavra.

 Fase silábica-alfabética: ocorre quando o aluno utiliza como registro de escrita duas letras, uma vogal e uma consoante para representar as sílabas das palavras, porém oscilando entre a ausência de uma ou outra letra e não correspondendo a escrita convencional.

 Fase alfabética: ocorre quando o aluno consegue escrever convencionalmente representando cada fonema a cada letra para formar a palavra, nesta fase o aluno pode cometer erros ortográficos, mas, já é capaz de compreender o sistema de escrita.

O Letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa “literacy” que pode ser traduzida como a condição de ser letrado e surgiu em 1980, como verdadeira condição para sobrevivência e a conquista da cidadania, no contexto das transformações culturais, sociais, políticas, econômicas e tecnológicas. Ampliando, com isso o sentido do que tradicionalmente se conhecia por Alfabetização.

Sendo assim, Letramento não é necessariamente o resultado de ensinar a ler e a escrever, é segundo Soares (2004, p. 97) ser entendido como o desenvolvimento de comportamentos e habilidades de uso competente da leitura e da escrita em práticas sociais, que se distinguem tanto em relação aos objetos de

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conhecimento quanto em relação aos processos cognitivos e linguísticos de aprendizagem e, portanto, também de ensino desses diferentes objetos.

Através das visões das autoras Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999) e Magda Soares (2004) é possível compreender que a linguagem é uma exigência social, e os indivíduos devem ser alfabetizados, sabendo ler e escrever; e Letrados sabendo fazer uso social dessas habilidades para poderem fazer parte da sociedade, ficando claro que se deve Alfabetizar Letrando.

Para Leite (2000) o processo de alfabetização não pode estar desvinculado da discussão do que seja ler e escrever no seu sentido mais amplo, como formas de relação inter e intrapessoal, pois é baseado na ideia da leitura e escrita como formas de relação social.

Ensinar a ler escrever e a utilizar essas habilidades no contexto de suas práticas sociais é como afirma Soares (2004, p. 37) mudar seu lugar social, seu modo de viver na sociedade, sua inserção na cultura, sua relação com os outros, com o contexto, com os bens culturais tornando- se diferente.

As práticas de alfabetizar letrando oferecem mais significado e relevância à aprendizagem dos alunos, pois estão diretamente ligadas a realidade social de cada um. Porém, é de grande importância entender o fato de que Alfabetização e Letramento não são processos distintos, mas indissociáveis, ambos se relacionam e são indispensáveis na aquisição do sistema de leitura e escrita.

Neste processo, segundo Leite (2000) inclui-se os conteúdos verbais relativos às atividades de leitura e escrita consideradas integrantes de uma concepção crítica do processo de alfabetização escolar, atividades que se desenvolvem em situações reais de uso de linguagem, onde a interlocução é a principal condição para que o processo ocorra.

E Freire (1992, p. 43) complementa essa ideia quando afirma que “o diálogo é o encontro amoroso dos homens que mediatizados pelo mundo, o pronunciam, isto é, o transformam, e, transformando-o, o humanizam para a humanização de todos”.

Para Demo (2008) a língua que vem sendo utilizada não é a dos gramáticos, e sim a de quem usa a internet, o “internetês”sendo assim, precisamos mudar nossa concepção de “ensinar”. “A escola pensa tudo de maneira seqüencial”, uma coisa de cada vez. As crianças não, elas fazem várias coisas ao mesmo tempo, por que então “não mesclar e incrementar o fazer pedagógico interdisciplinarmente”

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utilizando as tecnologias e ofertando ao aluno “aquilo que ele precisa aprender da maneira que ele quer aprender? ”.

Freire (2009, p.60) expõe que o ato de estudar, enquanto ato curioso do sujeito diante do mundo é expressão da forma de estar sendo dos seres humanos, como seres sociais, históricos, seres fazedores, transformadores, que não apenas sabem, mas sabem que sabem. Essa visão do autor é um realmente estudar, aprender, e no caso da alfabetização possui um ultrapassar do conceito bancário, pois existe um real e implícito Letramento.

Leite (2006) afirma que a alfabetização deve centrar-se na relação dialógica entre o aluno, o professor e seus demais colegas e tal característica se justifica na medida em que se assume um modelo teórico de construção de conhecimento a partir das relações que se estabelecem entre o sujeito (aluno) e o objeto de conhecimento (a escrita); no entanto, essa relação é sempre mediada por diversos agentes culturais.

E as (NTDIC) é um deles, pois trazem muitas novidades úteis ao processo de aprendizagem. De acordo com Demo (2009, p.62) no computador a criança não só “lê” textos, mas lida com outras formas de expressão, como imagem e som, animação, comunicação, interatividade, modulações que lhe parecem muito mais próprias de seu modo de ser.

Isso nos faz compreender a afirmação de Freire e Macedo (1990, p.32) de que “os alfabetizandos precisam compreender o mundo, o que implica falar a respeito do mundo” e utilizando as (NTDIC) o aluno tem a sensação de que faz acontecer o mundo, porque anda de modo desimpedido, sem cobrança, faz o programa funcionar, navega, trabalha com jogos, utiliza Softwares, enquanto que na escola, está sob a supervisão do professor que não só o disciplina, mas fica dando explicações que ele tem de escutar e acatar.

Na “medida em que a consciência dos homens está condicionada pela realidade, a conscientização é antes de tudo, um esforço para livrar os homens dos obstáculos que os impedem de ter a clara percepção da realidade” (FREIRE, 1980, p. 94) fazendo-os transpor barreiras e alcançar o sucesso.

O ensino apoiado pelo uso das (NTDIC) parte do pressuposto de que a informação é a unidade fundamental no processo de aprendizagem, sendo assim, “o trabalho pedagógico deve ser inspirado no conhecimento acumulado por diversas áreas, deve estar vinculado à questão do Letramento onde, é possível desenvolver o

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processo de Alfabetização numa perspectiva crítica, cuja dimensão afetiva é um dos componentes fundamentais do processo” (LEITE e COLLELLO, 2010, p.17).

É importante entender que, para o homem, o mundo é uma realidade objetiva, independente dele, possível de ser conhecida. É fundamental, contudo, partirmos de que o homem, ser de relações e não só de contatos, não apenas está no mundo, mas no mundo. E estar com o mundo resulta de sua abertura à realidade, que o faz ser o ente de relações que é (FREIRE, 2003, p. 47).

Portanto, preocupando-se com os processos de como adquirir, armazenar, representar e principalmente transmitir informação, fazendo com que as (NTDIC) atuem como favorecedoras da transposição de barreiras, da potencialização dos conteúdos e na consolidação do processo de Ensino, Aprendizagem e Alfabetização e Letramento.

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4 O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

A Educação Inclusiva se fundamenta em princípios éticos, filosóficos, políticos e legais dos direitos humanos e compreende a mudança de concepção pedagógica, de formação docente e de gestão educacional que assegurem as condições de acesso, participação, aprendizagem e transposição de barreiras de todos os alunos nas escolas regulares, em equidade de direitos.

Conforme preconiza a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), a Educação Especial é definida como uma modalidade de ensino transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, que disponibiliza recursos e serviços e realiza o (AEE) de forma completar e ou suplementara formação dos alunos público alvo da Educação Especial.

Assim, na organização dessa modalidade na Educação Básica, devem ser observados os objetivos e as diretrizes da Política Educacional Nacional, atendendo ao disposto na legislação que assegura o acesso de todos a um sistema educacional inclusivo, onde se destacam:

A Constituição da República Federativa do Brasil (1988), que define, em seu Art. 205, a educação como um direito de todos e, no Art. 208, III, o Atendimento Educacional Especializado (AEE) às pessoas com deficiência preferencialmente na rede regular de ensino;

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006), publicada pela ONU e promulgada no Brasil por meio do Decreto nº 6.949/2009, que determina no Art. 24, que os Estados Partes reconheçam o direito das pessoas com deficiência à educação; e para efetivar esse direito sem discriminação, com base na igualdade de oportunidades, assegurarão um sistema educacional inclusivo em todos os níveis;

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), que tem como objetivo garantir o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação na escola regular, orientando para a transversalidade da Educação Especial, o Atendimento Educacional Especializado (AEE), a continuidade da escolarização, a formação de professores, a participação da família

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e da comunidade, a acessibilidade e a articulação intersetorial na implementação dessas políticas públicas;

O Decreto nº 6.571/2008, que dispõe sobre o Apoio Técnico e Financeiro da União para ampliar a oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE), regulamentando, no Art.9º, para efeito da distribuição dos recursos do FUNDEB, o cômputo das matrículas dos alunos da educação regular da rede pública que recebem Atendimento Educacional Especializado (AEE), sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular.

Dentre as ações de Apoio Técnico e Financeiro do Ministério da Educação previstas nesse Decreto, destaca-se, no Art.3º, a implantação de salas de recursos multifuncionais, definidas como “ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos para a oferta do Atendimento Educacional Especializado”.

A Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008, p.15) que define o Atendimento Educacional Especializado (AEE) com função complementar e ou suplementar à formação dos alunos, especifica que “o Atendimento Educacional Especializado tem como função, identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas”.

A Resolução CNE/CEB nº 4/2009, que institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, dispõe, no Art. 3º, que a Educação Especial se realizará em todos os níveis, etapas e modalidades, tendo esse atendimento como parte integrante do processo educacional.

Esse atendimento constitui oferta obrigatória pelos sistemas de ensino para apoiar o desenvolvimento dos alunos público alvo da Educação Especial, em todas as etapas, níveis e modalidades, ao longo de todo o processo de escolarização.

O acesso ao Atendimento Educacional Especializado (AEE) constitui direito do aluno público alvo da Educação Especial, cabendo à escola orientar a família e o aluno quanto à importância da participação nesse atendimento.

O Decreto nº 6.571/2008 que dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE), definido no §2º do Art.1º, que o Atendimento Educacional Especializado – AEE integre a proposta pedagógica da escola, envolvendo a participação da família e a articulação com as demais políticas públicas.

Referências

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